COMPACTAÇÃO E ADENSAMENTO DO SOLO OCORRÊNCIA, ORIGEM, CARACTERIZAÇÃO, RISCOS, DANOS, SOLUÇÕES E PREVENÇÃO

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Denardin e Lemainski, 2019 Atualização Agronômica em Agricultura Conservacionista

Metade Sul do Rio Grande do Sul

COMPACTAÇÃO E ADENSAMENTO DO SOLO

OCORRÊNCIA, ORIGEM, CARACTERIZAÇÃO, RISCOS, DANOS, SOLUÇÕES E PREVENÇÃO

José Eloir Denardin e Jorge Lemainski Embrapa Trigo

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OBJETIVOS  Tratar a compactação e o adensamento do solo como graves problemas em lavouras manejadas sob Plantio Direto no Brasil.

 Indicar a ocorrência, a origem e a caracterização da compactação e do adensamento do solo em lavouras manejadas sob Plantio Direto no Brasil.

 Expor os principais riscos e danos do adensamento do solo em lavouras manejadas sob Plantio Direto no Brasil.

 Propor técnicas para mitigar e prevenir o adensamento do solo em lavouras manejadas sob Plantio Direto no Brasil.

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PROBLEMA!

DESORDEM NOS FLUXOS DE

ÁGUA, CALOR, GASES, RAÍZES E NUTRIENTES

NO PERFIL DO SOLO

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OCORRÊNCIA

DA COMPACTAÇÃO E DO ADENSAMENTO DO SOLO

NO BRASIL

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 A compactação e o adensamento do solo ocorrem praticamente em toda lavoura manejada sob

Plantio Direto no Brasil.

 Esses problemas foram detectados nas 11 Unidades Federativas do Brasil, onde foram conduzidos estudos por 12 Unidades da Embrapa.

OCORRÊNCIA



(6)

ORIGEM

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ORIGEM  Mecânica

 Tráfego de máquinas e animais:  Pressão sobre o solo  aproximação de partículas  redução da porosidade

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 Biológica

 Produção de raiz e palha abaixo da demanda do solo:

 Desestabilização de agregados  dispersão de partículas

 eluviação da argila dispersa  obstrução da porosidade ADENSAMENTO DO SOLO ORIGEM

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ORIGEM

Palha protege o solo Raiz estrutura o solo

 Biológica

 Produção de raiz e palha abaixo da demanda do solo:

 Desestabilização de agregados  dispersão de partículas

 eluviação da argila dispersa  obstrução da porosidade ADENSAMENTO DO SOLO

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ORIGEM  Química

 Calagem na superfície do solo manejado sob Plantio Direto:

 Elevação do pH acima de 7 em sítios do solo  dispersão de partículas do solo

 eluviação da argila dispersa  obstrução da porosidade ADENSAMENTO DO SOLO  Cloreto de potássio na superfície do solo manejado sob Plantio Direto:

 Dispersão de partículas do solo  eluviação da argila dispersa

 obstrução da porosidade ADENSAMENTO DO SOLO

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ORIGEM  Química

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Plantio Direto Fitomassa < 4 t/ha/ano 0 SMP Dose 1 SMP 4 SMP P1 P2 P3 P4 2 cm  10 cm  14 cm  16 cm  ORIGEM  Biológica-química

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Sistema Plantio Direto

Fitomassa > 10 t/ha/ano Plantio Direto Fitomassa < 4 t/ha/ano P1 P2 P3 P4 0 SMP Dose 1 SMP 4 SMP 0 SMP 1 SMP 4 SMP P1 P2 P3 P4 Dose 2 cm  10 cm  14 cm  16 cm   2 cm  10 cm  14 cm  16 cm ORIGEM  Biológica-química

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CARACTERIZAÇÃO

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CARACTERIZAÇÃO  Perda da camada superficial do solo por erosão

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CARACTERIZAÇÃO  Sintoma de déficit hídrico com menos de 10 dias sem chuva

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CARACTERIZAÇÃO  Resistência do solo na operação de abertura da trincheira

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 Camadas com diferentes tons de cor e/ou estruturas no perfil do solo

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 Resistência do solo ao toque com instrumento pontiagudo

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 Clivagem do solo em camadas com tons de cor e/ou estruturas diferenciadas no perfil do solo exposto ao sol

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 Camadas com diferentes estruturas em monólito de solo

Baixa resistência ao toque

Solo destorroa em pequenos agregados

Alta resistência ao toque

Solo destorroa em grandes agregados

Baixa resistência ao toque

Solo destorroa em pequenos agregados 0 cm

5 cm

20 cm

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 Camadas com diferentes tons de cor e/ou estruturas em monólito de solo

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CARACTERIZAÇÃO

 Clivagem do solo em camadas com estruturas diferenciadas em monólito de solo submetido a impactos sob a lâmina da pá

(24)

CARACTERIZAÇÃO  Clivagem do solo em camadas com estruturas diferenciadas em

(25)

 Formato ou arquitetura e distribuição das raízes no perfil do solo

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CARACTERIZAÇÃO  Formato ou arquitetura e distribuição das raízes no perfil do solo

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RISCOS E DANOS

(28)

 5 cm

Milho

± 90% das raízes

± 5 cm

 Limitação ao desenvolvimento das raízes das plantas

RISCOS E DANOS

Soja

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 Interferência na avaliação de indicadores químicos da fertilidade do solo

 Camada 0 - 10 cm P = 7 mg/dm3  Camada 0 - 5 cm P = 12 mg/dm3  Camada 5 - 10 cm P = 2 mg/dm3 0 5 10 15 20 25 Profu nd id a de (c m ) 0 - 10 cm 2 camadas 0 - 5 cm 5 - 10 cm EQUÍVOCO!

O teor de P no solo não é 7 mg/dm3

Nível de suficiência de P 9 mg/dm3 7 mg/dm3 ₌ (12 mg/dm 3 _{+ 2 mg/dm}3₎ 2 RISCOS E DANOS

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 Análise da porosidade do solo

67 23 36 8 46 6 12 28 Porosidade Total % Macroporo % Microporo % Criptoporo % Mata natural

Plantio Direto - soja/cereal inverno

Uso de um Latossolo

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0 5 10 15 20 25 Pro fu n d id a d e (c m ) Fluxo descendente: Menor que a intensidade da

chuva  EROSÃO

Água da chuva

 Interferência no fluxo descendente de água no solo

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 Interferência no fluxo descendente de água no solo

RISCOS E DANOS

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0 5 10 15 20 25 Pro fu n d id a d e (c m ) Água capilar

 Interferência no fluxo ascendente de água no solo

RISCOS E DANOS

Fluxo ascendente: Menor que a demanda da planta  DÉFICIT HÍDRICO

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RISCOS E DANOS

DÉFICIT HÍDRICO

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 Interferência nas podridões radiculares da soja

 Solo úmido: Podridão Radicular de Fitóftora - Phythophthora sojae.

 Solo úmido: Podridão Vermelha da Raiz - Fusarium spp.

 Solo seco e temperatura alta: Podridão Cinza da Raiz - Macrophomina phaseolina.

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 Interferência na produtividade das culturas

 Produtividade e custo de produção médios de soja no RS

Fonte: CONAB, 2019 70 40 30 20 10 0 50 60 P ro d u ti v ida de (s a c a s /h a ) 1977 1983 1989 1995 2001 2007 2013 2019 2001 40,0 sc/ha 2002-2019 39,7 sc/ha 2001 12,6 sc/ha 2002-2019 38,8 sc/ha CESB/2019 REGIÃO SUL 127 sc/ha  Produtividade RISCOS E DANOS  Custo de Produção

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CENÁRIO 2B Correção química e descompactação do solo CENÁRIO 1A Manutenção do manejo atual do solo CENÁRIO 1B Correção química do solo CENÁRIO 2A Descompactação do solo DIAGNÓSTICO 1

Sem limitação física 2

Com limitação física

B

Com limitação química A

Sem limitação química

SOLUÇÕES  Diagnóstico para tomada de decisão

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pH água P mg/dm³ K mg/dm³ Al cmolc/dm³ V % MO % 0 5 20 10 15 SOLUÇÕES

 Solo sem adensamento

 Amostrar o solo nas camadas de 0-5, 5-10, 10-15, 15-20 cm de profundidade, para avaliar os indicadores químicos da fertilidade do solo.

6,2 6,1 6,1 5,9 17,1 13,6 11,4 9,0 82,2 80,4 78,1 69,7 0 0 0 1 264 220 148 125 3,2 3,0 2,9 2,8

Cenário 1A: Perfil sem restrição física e sem restrição química. MANTER O MANEJO DE SOLO PRATICADO

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 Solo sem adensamento

 Amostrar o solo nas camadas de 0-5, 5-10, 10-15, 15-20 cm de profundidade, para avaliar os indicadores químicos da fertilidade do solo.

Cenário 1B: Perfil sem restrição física, mas com restrição química. CORRIGIR OS INDICADORES QUÍMICOS DA FERTILIDADE DO SOLO E

HOMOGENEIZÁ-LOS NA CAMADA DE 0-20 CM DE PROFUNDIDADE pH água P mg/dm³ K mg/dm³ Al cmolc/dm³ V % MO % 0 5 20 10 15 5,2 5,2 5,1 5,0 4,4 4,3 3,8 3,6 48,7 46,5 43,2 39,1 12 13 15 16 61 53 49 45 2,2 2,1 1,8 1,7 SOLUÇÕES

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 Solo com adensamento

 Amostrar o solo nas camadas solta e adensada, para avaliar os indicadores químicos da fertilidade do solo.

Cenário 2A: Perfil com restrição física, mas sem restrição química. DESCOMPACTAR O SOLO pH água P mg/dm³ K mg/dm³ Al cmolc/dm³ V % MO % 0 6 20

6,2

6,0

22,7

18,3

85,2

73,4

0

366

330 6,2

4,8

SOLUÇÕES

(42)

 Solo com adensamento

 Amostrar o solo nas camadas solta e adensada, para avaliar os indicadores químicos da fertilidade do solo.

pH água P mg/dm³ K mg/dm³ Al cmolc/dm³ V % MO % 0 6 20 SOLUÇÕES

Cenário 2B: Perfil com restrição física e com restrição química. CORRIGIR OS INDICADORES QUÍMICOS DA FERTILIDADE DO SOLO E

HOMOGENEIZÁ-LOS NA CAMADA DE 0-20 CM DE PROFUNDIDADE

6,7

5,0

37,1

3,4

76,8

44,3

0 12,3

288

48

36 2,1

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 Descompactação do solo

 Cultivo de espécies dotadas de sistema radicular capaz de romper a camada adensada: gramíneas de verão.

(44)

 Semeadora equipada com haste sulcadora estreita e de ação vertical, em profundidade maior que a camada adensada.

SOLUÇÕES 0 cm 5 cm 10 cm 15 cm 20 cm 25 cm  20 cm

(45)

SOLUÇÕES  Descompactação do solo

(46)

(47)

 Escarificação do solo, seguida de gramíneas de verão  milho, sorgo, milheto, capim sudão, braquiária, consorciação de culturas...

(48)

 Correção dos indicadores químicos da fertilidade do solo com aração para descompactar o solo e homogeneizá-los na camada de 0-20 cm, seguida de

gramíneas de verão  milho, sorgo, milheto, capim sudão, braquiária, consorciação de culturas...

(49)

(50)

 Mobilizar o solo apenas na linha de semeadura.

 Manter o solo permanentemente coberto com plantas vivas e mortas.

 Diversificar o modelo de produção, para adicionar ao solo restos de cultura com frequência e qualidade adequadas e em quantidade superior a 8 t/ha/ano.

 Adotar o processo colher-semear.

 Adotar hastes sulcadoras estreitas e de ação vertical e profunda na semeadora.

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 Mobilizar o solo apenas na linha de semeadura.

 Manter o solo permanentemente coberto com plantas vivas e mortas.

 Diversificar o modelo de produção, para adicionar ao solo restos de cultura com frequência e qualidade adequadas e em quantidade superior a 8 t/ha/ano.

 Adotar o processo colher-semear.

 Adotar hastes sulcadoras estreitas e de ação vertical e profunda na semeadora.

PREVENÇÃO

CONVERTER Plantio Direto em Sistema Plantio Direto

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(53)

 Produtividade de soja  2003 a 2018 em projetos de pesquisa

Plantio Direto: semeadora com discos

Plantio direto: semeadora com sulcador profundo

Sistema Plantio direto: semeadora com sulcador profundo + alto aporte de material orgânico

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 P ro d u tiv id a d e d e s o ja k g /h a SOLUÇÃO E PREVENÇÃO

Ganho médio de produtividade 599 kg/ha/ano

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! Diagnóstico com ou sem intervenção mecânica

CV Cereal de Verão - milho, sorgo, milheto, capim Sudão CI Cereal de Inverno - trigo, aveia, centeio, cevada, triticale CE Consórcio de espécies

 Intervenção mecânica e diversificação de culturas com o processo colher-semear

SOLUÇÕES E PREVENÇÃO S O N D J F M A M J J A G 1 2 3 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 O

Soja ! CV CI Soja CE Soja CE Soja ! CV CI Soja CE Soja CE

Soja ! CV CI Soja CE Soja CE Soja ! CV CI Soja CE

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CV Cereal de Verão - milho, sorgo, milheto, capim Sudão CI Cereal de Inverno - trigo, aveia, centeio, cevada, triticale CE Consórcio de espécies

 Intervenção mecânica e diversificação de culturas com o processo colher-semear

SOLUÇÕES E PREVENÇÃO

! Diagnóstico com ou sem intervenção mecânica S O N D J F M A M J J A G 1 2 3 S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 O MB Consórcio milho/braquiária

Milho ! CV CI Soja CE Soja CE CI Soja CE Soja CE

Milho ! CV CI Soja CE Soja CE ! MB CI Soja CE

Milho ! CV CI Soja CE Soja CE ! MB CI

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OS PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA CONSERVACIONISTA NECESSITAM SER INCORPORADOS NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO