UNIVESIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
MAKLAINE PESSANHA DO ROSÁRIO
Associação entre Neuroticismo, Atitude Alimentar de Risco para Transtornos
Alimentares e Insatisfação da Imagem Corporal
Campos dos Goytacazes-RJ
2016
UNIVESIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
MAKLAINE PESSANHA DO ROSÁRIO
Associação entre Neuroticismo, Atitude Alimentar de Risco para Transtornos
Alimentares e Insatisfação da Imagem Corporal
Trabalho monográfico apresentado à
Universidade Federal Fluminense
como requisito parcial para a
obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia
Tipo de Trabalho: Relato de pesquisa
Formato: Monografia no formato de
artigo
ORIENTADOR: Prof.ª Ana Lúcia Novais Carvalho
Campos dos Goytacazes-RJ
TERMO DE APROVAÇÃO
MAKLAINE PESSANHA DO ROSÁRIO
Associação entre Neuroticismo, Atitude Alimentar de Risco para Transtornos Alimentares e Insatisfação da Imagem Corporal
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________ Profa. Dra. Ana Lúcia Novais Carvalho
Departamento de Psicologia – UFF/ESR Professor orientador
____________________________________________ Profa. Ms. Cintia Craveiro
Curso de Psicologia – UNIRB – Campus Parnaíba - PI
____________________________________________ Profa. Dra. Mayra Silva de Souza
Resumo
Os transtornos alimentares (TAs) são psicopatologias atualmente em crescimento. Portanto, o
objetivo deste estudo foi investigar a relação entre personalidade (Escala Fatorial de
Neuroticismo - ENF), atitude alimentar de risco para TAs (Eating Attitudes Test - EAT-26) e
insatisfação da imagem corporal (Escala de Silhueta de Kakeshita). Participaram da pesquisa
102 indivíduos com idade entre 17 a 61 anos. Foi identificada alta prevalência de atitudes
alimentares de risco para TAs (27,4%) e insatisfação da imagem corporal (83,3%). Não foi
encontrada associação estatisticamente significativa entre personalidade, atitude alimentar e
imagem corporal. Devido algumas limitações devem ser considerados mais estudos de
padronização e validação do EAT-26 e a Escala de Silhuetas.
Palavra-chave: TAs, atitude alimentar, insatisfação da imagem corporal,
personalidade, neuroticismo.
Abstract
Eating disorders (ED) are psychopathology currently in growth. Therefore, the aim of this
study was to investigate the relationship between personality (Neuroticism Factorial Scale -
ENF), eating risk attitude for ED (Eating Attitudes Test - EAT-26) and body image
dissatisfaction (Kakeshita Silhouette Scale). 102 individuals between 17 and 61 years old
participated in the survey. It was identified high prevalence of dietary risk behaviors for ED
(27.4%) and body image dissatisfaction (83.3%). No statistically significant association
between personality, eating attitude and body image was found. More standardization and
validation studies of the EAT-26 and the Silhouette Scale should be considered due to some
limitations.
Associação entre Neuroticismo, Atitude Alimentar de Risco para Transtornos Alimentares e
Insatisfação da Imagem Corporal
Os transtornos alimentares (TAs) são constituídos por alterações do comportamento
relacionados à alimentação e que trazem danos a saúde física e mental (APA, 2014).
Atualmente o mundo vivencia um fenômeno de crescimento de transtornos
alimentares, principalmente entre jovens (Bittencourt, 2013; Minzon, 2010). A cada dia que
passa estes transtornos mentais ganham mais espaço na mídia e no meio acadêmico
(Carvalho, Amaral & Ferreira, 2009), sendo a anorexia nervosa e bulimia nervosa os mais
conhecidos e estudados (Narvaz & Oliveira, 2009), e que também serão os quadros clínicos
destacados no presente estudo.
A anorexia nervosa é caracterizada por uma grande perda de peso provocada por
restrições alimentares voluntárias ou jejum e distorção ou intensa insatisfação da imagem
corporal. O paciente com anorexia nervosa apresenta um grande medo de engordar e recusa
manter seu peso corporal na faixa normal mínima. As práticas voltadas para a perda de peso
incluem, além da dieta, os métodos de compensação inadequados/purgativos: provocar
vômito, usar laxantes, praticar exercícios físicos em excesso. Já a bulimia nervosa se
caracteriza por uma intensa preocupação com a imagem corporal e a comida, uso de dietas,
episódios de compulsão alimentar que são seguidos por métodos compensatórios
inadequados/purgativos. (APA, 2014; Mattos, 2007). O descontrole de grande ingestão
alimentar e a sensação de perda de controle são características fundamentais neste TA
Os TAs são mais frequentes na população feminina, se desenvolvendo comumente na
adolescência ou início da vida adulta. Nos quadros de anorexia e bulimia nervosa a incidência
entre homens e mulheres varia de 1:10 (APA, 2014).
Assim como vem aumentando a incidência de TAs (Santos, Oliveira, Moscheta,
Ribeiro & Santos, 2004), é crescente a mortalidade e morbidade decorrentes deste
diagnóstico (Herzog et al., 2000). Isto reforça a necessidade de estudos que abordem os
comportamentos de risco para TAs, contribuindo para a identificação, prevenção e/ou
evitando a evolução para quadros completos desta psicopatologia.
A etiologia dos TAs é determinada por vários fatores biológicos, psicológicos,
familiares e socioculturais, que se inter-relacionam entre si de modo complexo (Santana,
Ribeiro Junior, Giral & Raich, 2012).
Sobre os fatores biológicos, Baker et al. (2009 como citado em Leal, 2013) realizaram
uma revisão e concluíram que a hereditariedade para anorexia nervosa varia de 22 à 76% em
mulheres. Já na bulimia nervosa essa estimativa é de 54 a 83%.
De acordo com Cobelo, Saikali e Schomer (2004) a estrutura familiar possui um
importante papel nos TAs, uma vez que tanto a dinâmica, quanto as práticas alimentares
familiares influenciam o desenvolvimento deste transtorno psiquiátrico.
Nos fatores socioculturais relacionados aos TAs encontram-se a influência da mídia e
da opinião de amigos, a insatisfação com corpo e o uso de dietas que visam a perda de peso
(Leal, 2013). Na cultura ocidental, a supervalorização do corpo feminino e a ideação de
magreza favorecem o desenvolvimento de TAs (Oliveira & Hutz, 2010).
Comportamentos de Risco para Transtornos Alimentares
No que se refere sobre os comportamentos de risco para TAs, pode-se destacar as
alimentar e a adoção de métodos compensatórios inadequados/purgativos, como uso de
laxantes, diuréticos, provocação de vômitos e atividade física exagerada, que visam a
eliminação das calorias ingeridas (Ferreira & Veiga, 2008 como citado em Leal, 2013).
Alvarenga, Scagliusi e Philippi(2011) realizaram uma pesquisa para investigar
frequência de comportamento de risco para TAs em universitárias de todas as regiões do
Brasil e concluíram que 26,1% apresentavam atitudes de risco para o desencadeamento de
TAs. Enquanto, Leal, Philippi, Polacow, Cordás e Alvarenga (2013) verificaram que nos
estudos brasileiros a prevalência de comportamento de risco para TAs em adolescentes
variava de 1,1% a 39,04%.
Imagem Corporal
A construção e desenvolvimento da imagem corporal são influenciados pelas
interações entre o indivíduo e o meio ambiente, principalmente pelas ideais predominantes na
cultura e sociedade. As interações do indivíduo com si próprio também possui um importante
papel neste processo, uma vez que as influências afetivas e motoras, os processamentos
perceptivos, a memória e os aspectos comportamentais e culturais interagem entre si para a
constituição da imagem corporal (Adami, Fernandes, Frainer & Oliveira, 2005).
A insatisfação corporal ocorre quando um indivíduo julga de forma negativa seu
corpo e deseja possuir uma imagem diferente daquela que percebe ter (Dumith et al., 2012).
As ideias e percepções irreais que também mantém o anseio do indivíduo pela imagem
perfeita podem gerar intensas distorções corporais que podem acarretar numa perdurável
insatisfação da imagem corporal (Pereira et al., 2010).
Atualmente há uma crescente insatisfação dos indivíduos com sua própria aparência
(Pereira, Graup, Lopes, Borgatto, & Daronco, 2009). Coqueiro, Petroski, Pelegrini e Barbosa
imagem corporal. Este resultado pode ser considerado preocupante, uma vez que a
insatisfação corporal está relacionada com o desencadeamento de TAs. Quanto maior for a
insatisfação da imagem corporal, maior será a chance do individuo desenvolver um
transtorno de ordem alimentar (Oliveira, 2009).
Personalidade - Cinco Grandes Fatores
Dentre os fatores psicológicos, a personalidade exerce grande influência no
desenvolvimento e curso dos TAs (Díaz-Marsá, Carrasco & Sáiz, 2000). O presente estudo
utilizou o modelo Cinco Grandes Fatores para compreender a personalidade.
De acordo com o modelo dos Cinco Grandes Fatores, o indivíduo possui cinco traços
de temperamento: neuroticismo (N), extroversão (E), abertura à experiência (A), cordialidade
(C) – chamado por alguns autores de amabilidade – e responsabilidade (R) – chamado por
alguns autores de conscienciosidade. Para compreender a personalidade de forma adequada é
necessário conhecer como o indivíduo é em cada um dos cincos traços definidos, uma vez
que duas pessoas que apresentam alta Extroversão podem se comportar de forma distinta,
dependendo de como são em termos de Responsabilidade, por exemplo (García, 2006).
Os Cincos Grandes Fatores é um modelo integrativo que relaciona aspectos biológicos
dos traços e influências de aspectos ambientais. De acordo com McCrea (2006, como citado
em Silva, 2010)os traços de personalidade possuem uma fundamentação biológica,
entretanto, o modelo dos Cincos Grandes Fatores também leva em consideração as
adaptações psicológicas que são aprendidas através das experiências de vida do indivíduo.
Sendo assim, os traços de personalidade funcionam como um suporte para cada pessoa
interpretar e atuar no ambiente. Pode-se entender o comportamento como resultado da
Sobre a personalidade de indivíduos com TAs, Eggert, Levendosky e Klump (2007)
encontraram no seu estudo uma relação entre altos escores de neuroticismo com este
transtorno psiquiátrico, assim como Díaz-Marsá et al. (2000) que também evidenciaram
elevado neuroticismo em pacientes com TAs.
Neuroticismo significa instabilidade/desajustamento emocional. Pessoas com alto
nível de neuroticismo correm mais risco de vivenciarem sofrimentos emocionais intensos,
desenvolverem alguma psicopatologia, como ansiedade ou depressão, e apresentarem
hostilidade, vulnerabilidade, autocrítica e impulsividade em maior grau. Além dessas
características, o neuroticismo também inclui idéias não realísticas, baixo autoestima, baixa
tolerância à frustração e respostas de coping não adaptativas (Costa & Widiger, 1993 como
citado em Nunes, 2000).
Assim, o presente estudo teve como objetivo geral avaliar a associação entre
personalidade, atitude alimentar de risco para TAs e imagem corporal. Como objetivos
específicos avaliaremos a frequência de uso de dietas e de exercícios físicos, bem como a
influência do sexo na personalidade, atitude alimentar e satisfação da imagem corporal.
Método
Foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem quantitativa e
amostragem não-probabilística, intencional (Marconi & Lakatos, 2002).
Participantes
Este estudo contou com a participação de 102 pessoas, sendo 68 mulheres (idade
mínima = 17 anos, idade máxima = 61 anos, média = 29,31 anos, DP = 11,16 anos) e 34
homens (idade mínima = 18 anos, idade máxima = 56 anos, média = 25,82 anos, DP = 7,90
Tabela 1.
Dados descritivos da amostra
Sexo N %
Mulheres 68 66,7%
Homens 34 33,3%
Média Desvio padrão
Mulheres Idade Menor idade Maior idade Peso Menor peso Maior peso 29,31 17 61 64,85 42 95 11,16 12,04 Homens Idade Menor idade Maior idade Peso Menor peso Maior peso 25,82 18 56 77,03 60 99 7,90 10,04 Instrumentos
- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - Questionário Sociodemográfico
- Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN). Desenvolvida por Hutz e Nunes (2001) para avaliar a instabilidade/ajustamento emocional do indivíduo. Este instrumento é
constituído por 82 questões que são dividas em quatro escalas que compõem o traço de
personalidade neuroticismo: vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, ansiedade e
depressão. Cada item da EFN é avaliado por uma escala do tipo Likert que varia de 1 a 7 pontos.
- Eating Attitudes Test (EAT-26) versão abreviada. Trata-se de um questionário autoaplicável que é utilizado para avaliar a prevalência de atitudes alimentares de risco para o
desenvolvimento de TAs. Foi originalmente construído por Garner et al. (1982), traduzido
para o português por Nunes et al., em 1994, e validado por Bighetti (2003). Composto por 26
perguntas que abordam o fator dieta, fator bulimia e fator de controle oral (Bighetti, 2003).
Cada pergunta possui seis opções de respostas que são avaliadas por há uma escala do
tipo Likert com pontuação que varia de 0 a 3. As respostas poucas vezes, quase nunca e
nunca recebem pontuação 0, às vezes recebe 1 ponto, muitas vezes recebe 2 pontos e sempre recebe três pontos. O item 25 é o único que possui pontuação invertida. (Bighetti, 2003).
- Escala de Silhuetas de Kakeshita. Este instrumento é aplicado individualmente e avalia a satisfação, insatisfação e distorção da imagem corporal. As escalas são constituídas
por 15 cartões de silhuetas, desde muito magra até muito obesa, para adultos de ambos os
sexos.
Durante aplicação da escala, os cartões das silhuetas são apresentados em ordem
crescente e é solicitado a escolha da “figura que melhor representa seu corpo atual”, “ figura
que melhor representa o corpo que gostaria de ter” e “ figura que considera o modelo de
corpo ideal para as mulheres/os homens em geral” . A discrepância entre a imagem corporal
atual e a imagem corporal deseja resulta na in/satisfação (Kakeshita, 2008).
Cada participante recebeu um envelope lacrado com os instrumentos citados acima,
sendo Escala de Silhuetas de Kakeshita aplicado individualmente pelo pesquisador.
Procedimentos de análise de dados
Os dados dos participantes foram inseridos em planilha de Excel. Toda a análise
estatística foi feita utilizando o software estatístico SPSS – Statistical Package for the Social
Os participantes foram classificados como com queixa e sem queixa na EFN. Assim,
participantes com percentil igual ou abaixo de 10 e igual ou acima de 90, em cada uma das 4
subescalas (Vulnerabilidade, Desajustamento Psicossocial, Ansiedade e Depressão) foram
classificados como com queixa (Hutz & Nunes, 2001).
Para classificação dos participantes com queixa, EAT+, e sem queixa, EAT−, foi realizado o somatório dos pontos atribuídos para cada questão, sendo o total 21 considerado
como ponto de corte, conforme indicado pelos estudos realizados por Abreu (2008), Caram e
Lazarine (2013) e Weis (2013). Assim, voluntários com pontuação igual ou acima de 21
(EAT+) possuíam atitude alimentar de risco para desenvolvimento de TAs
Para avaliar a presença de satisfação ou insatisfação com a imagem corporal, a análise
foi feita através da discrepância entre a imagem corporal atual e a imagem corporal desejada
na Escala de Silhuetas para crianças e adultos brasileiros, conforme orientado no estudo de
Kakeshita (2008). Desta forma os participantes foram classificados como satisfeitos ou
insatisfeitos (para ganho/para perda de peso) com a imagem corporal.
Diante destes dados, iniciou-se a análise da associação do sexo com os resultados nos
três instrumentos utilizados, bem como a relação entre as três escalas. Esta análise foi
realizada através do cálculo do qui-quadrado, estabelecendo como nível de significância ≤
0,05.
.
Resultados
Sobre os hábitos alimentares, pode-se verificar na Tabela 2 que a maioria dos
participantes (61,8% mulheres e 55,9% homens) realizam ou já realizaram dietas. Enquanto
as dietas para emagrecimento apareceram em maior frequência no sexo feminino (44,1%), as
em razão de problemas de saúde foi apontada somente pelas mulheres, sendo a gastrite a
doença mais citada.
Tabela 2.
Caracterização dos hábitos alimentares da amostra (N = 102).
Mulheres n=68 (%)
Homens n=34 (%)
Realizou ou realiza dieta para emagrecimento
Realizou ou realiza dieta para ganho de massa muscular Total
Possui alimentação especial/restrita devido a algum problema de saúde 30 (44,1%) 12 (17,6%) 42 (61,8%) 6 (8,8%) 8 (23,5%) 11 (32,4%) 19 (55,9%) 0
No que se refere aos motivos para realização de dieta para emagrecimento pode-se
notar, na Tabela 3, que a perda de peso/gordura é a causa mais apontada pelas mulheres
Tabela 3.
Causas da realização de dieta de emagrecimento (N = 102).
Mulheres n=30 (%) Homens n=8 (%) Dieta de emagrecimento Perda de peso/gordura Ser saudável Manter o peso/forma Baixar taxas/colesterol Considera-se gordo Sente-se melhor magro
Insatisfação da imagem corporal Obesidade
Para manter-se satisfeito com o corpo Reduzir alimentação
Estética
Melhorar o desempenho nas atividades físicas Perder massa corporal
Não informou 11 (36,7%) 9 (30,0%) 5 (16,7%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 2 (6,7%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 1 (3,3%) 0 0 0 1 (3,3%) 5 (62,5%) 1 (12,5%) 0 0 0 0 0 0 0 0 1 (12,5%) 1 (12,5%) 1 (12,5%) 0
Nota:Houve participantes que citaram mais de uma causa para realização de dieta.
Na amostra estudada a metade das mulheres (50,0%) e a maioria dos homens (64,7%)
realizam atividade física. O exercício físico mais praticado pela amostra foi musculação
(52,9% das mulheres e 72,7% dos homens).
Consistência interna dos instrumentos
Para obter a consistência interna de cada instrumento foi calculado o coeficiente Alfa
de Cronbach. O EAT-26 obteve Alfa de 0,77 e a EFN, Alfa de 0,95. (Tabela 4).
Tabela 4.
Consistência interna dos instrumentos
Escala Escore possível Alfa*
Escala de Atitudes Alimentares 0 – 3 0,77
Diferenças entre os sexos
Escala Fatorial de Ajustamento Emocional/Neuroticismo
Das quatro subescalas da EFN, a associação com o sexo ocorreu apenas com o fator 2
(desajustamento psicossocial). Queixas de desajustamento psicossocial ocorreram com maior
frequência nas mulheres (χ2 = 7,057; df = 1; p = 0,008). (Tabela 5)
Tabela 5.
Sexo e Neuroticismo
EFN-F2
SEXO Sem queixa Com queixa Total
Feminino 33 33 66
Masculino 25 7 32
Total 58 40 98
Escala de Atitudes Alimentares
Uma vez que 25% das células apresentaram frequência menor do que 5, o teste
estatístico apropriado foi o da Probabilidade Exata de Fischer, sendo observado um valor p =
0,002 para uma hipótese bilateral. Assim, verificamos a influência do sexo nas atitudes
alimentares, sendo as mulheres são mais propensas a apresentarem comportamentos
alimentares de risco para o desenvolvimento de TAs. (Tabela 6)
Tabela 6.
Sexo e Atitudes alimentares
EAT-26
SEXO Sem queixa Com queixa Total
Feminino 43 25 68
Masculino 31 3 34
Total 74 28 102
Com queixa – participantes que obtiveram escore total ≥ a 21 no Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26).
Para a satisfação com a imagem corporal, não foi observado efeito do sexo. Tanto os
homens quanto as mulheres estavam insatisfeitos. Um total de 85 (83,3%) participantes
declararam insatisfação com a sua imagem corporal, sendo 59 (86,7%) mulheres e 26
(76,5%) homens. O efeito do sexo foi observado quando analisado o tipo de insatisfação, com
a insatisfação para aumento da silhueta, aparentemente relacionado a ganho muscular, sendo
mais frequentemente relatada por homens (χ2 = 5,95; df = 2; p = 0,051). (Tabela 7).
Tabela 7.
Sexo e Imagem Corporal
Escalas de Silhuetas
SEXO Satisfação imagem
corporal Insatisfação para perda de peso Insatisfação para ganho de peso Total Feminino 9 47 12 68 Masculino 8 15 11 34 Total 17 62 23 102
Satisfação imagem corporal: imagem atual = imagem desejada; Insatisfação imagem corporal: imagem atual ≠ imagem desejada.
Atitude alimentar e imagem corporal
Foi observada uma relação significativa entre a atitude alimentar e a imagem corporal.
Participantes com atitude alimentar de risco tinham, mais frequentemente, insatisfação com a
imagem corporal. Uma vez que 25% das células apresentaram frequência menor do que 5, o
teste estatístico apropriado foi o da Probabilidade Exata de Fischer, sendo observado um
Tabela 8.
EAT-26 e Escala de Silhuetas
Escala de Silhuetas
EAT-26 Satisfação imagem
corporal Insatisfação imagem corporal Total Sem queixa 16 58 74 Com queixa 1 27 28 Total 17 85 102
Associação personalidade, atitude alimentar e imagem corporal
A estratégia inicial de análise foi considerando cada variável como categórica, com os
participantes sendo classificados como com queixa e sem queixa em cada um dos testes
utilizados. A análise realizada através do teste qui-quadrado não demonstrou nenhuma
associação estatisticamente significativa entre personalidade, avaliadas através dos quatro
fatores da EFN, a atitude alimentar e a imagem corporal.
Como procedimento complementar foi realizado análise de correlação entre a
personalidade e a atitude alimentar. Novamente não foram encontradas correlações
estatisticamente significativas, expressivas e importantes entre estas variáveis.
Discussão
Observamos em nossa amostra um grande número de participantes que realizavam ou
já tinham realizado dietas e também foi frequente a prática de exercícios, assim como nas
pesquisas de Silveira, Moreira, Barreto, Barros-Marcellini e Marcellini (2009) e Stracieri e
Oliveira (2008). Estes dados refletem as características culturais. O usa da dieta restritiva e a
prática de atividades físicas são regras socialmente transmitidas que buscam a promoção de
saúde e hábitos saudáveis, entretanto podem atuar como fatores precipitantes dos TAs
(Santos et al., 2004). Todos esses ideais são transmitidas, principalmente, pelos meios de
importante destacar que realização de dieta e de atividade física, quando utilizada de forma
correta, pode proporcionar vários benefícios para o indivíduo. Porém, quando se torna um ato
extremo pode representar sintoma de uma psicopatologia.
Sobre a avaliação da personalidade, houve influência do sexo na subescala
desajustamento psicossocial. Em nossa amostra as mulheres mais frequentemente
apresentavam queixas neste fator, que está relacionado a regras de bom convívio social que
não são executadas pelo indivíduo. Escores altos indicam agressividade, hostilidade,
insensibilidade ao sentimento alheio, consumo exagerado de álcool e drogas, relações sexuais
de risco etc. Sobre os escores baixos, ainda não há clareza de sua definição (Hutz & Nunes,
2001).
Para verificar a incidência de atitude alimentar inadequado foi utilizado o EAT-26,
que vem sendo considerado um dos questionários mais aplicados em estudos sobre TAs .
Além disto, foi traduzido e adaptado para vários países que o emprega para rastrear
comportamentos indicativos de TAs (Cordás & Neves, 1999).
De acordo com EAT-26, 27,4% dos participantes deste estudo apresentaram atitudes
alimentares de risco de desenvolver TAs. Este dado merece atenção, pois prevalências de
EAT+ superiores à 20% são apontadas como valores preocupantes (Fiates & Salles, 2001;
Garcia, Castro & Soares, 2010) e evidencia a presente tendência de crescimento da incidência
de TAs (Bittencourt, 2013; Claudy, 2011; Fiates e Salles, 2001; Minzon, 2010).
Dentre as diversas pesquisas disponíveis na literatura nacional sobre comportamento
alimentar, Caram e Lazarine (2013) investigaram universitários de uma instituição privada e
contastaram que 24,4% dos participantes obtiveram EAT+. Estudos de Fernandes, Rodrigues,
Nozaki e Marcon (2007), Fiates e Salles (2001) e Kirsten, Fratton e Porta (2009) realizados
em universitários do sexo feminino, mostraram que 23,61%, 22,17% e 24,7% da amostra,
A prevalência de atitude alimentar de risco para TAs foi maior no sexo feminino
(36,8%) em relação ao masculino (8,8%), assim como no estudo de Weis (2013) que
investigou frequentadores de uma academia de ginástica e encontrou EAT+ para 40,3% das
mulheres contra 17% dos homens e na pesquisa de Souza-Kaneshima, França, Kneube e
Kaneshima (2006) com jovens do ensino médio, em que 31,6% das estudantes e 10% dos
estudantes apresentaram atitude alimentar inadequada.
Esta predominância feminina pode ser explicada pelo fato deste público ser mais
persuadido pela cultura e mídia, que propagam o corpo magro como sinônimo de beleza,
ocasionando uma maior probabilidade de atitudes alimentares de risco (Chiodini & Oliveira,
2003). Além disto, segundo o DSM-V, a incidência de TAs é maior em mulheres (APA,
2014).
Para investigar a autopercepção da imagem corporal foi utilizado a Escala de Silhueta
de Kakeshita. Os resultados obtidos mostraram que grande parte dos participantes (83,3%)
estavam insatisfeitos com a sua imagem corporal, principalmente as mulheres (86,8). Estes
dados corroboram o estudo realizado por Etges (2012), em que 82% das adolescentes do sexo
feminino estavam insatisfeitas com sua imagem corporal.
Vários estudos nacionais (Coelho, 2012; Mauricio, Vargas & Cantorani, 2015;
Miranda et al., 2014; Miranda, Filgueiras, Neves, Teixeira & Ferreira, 2012) que abordaram o
tema imagem corporal utilizaram uma escala com imagens de silhuetas e o Body Shape
Questionnaire (BSQ) conjuntamente para identificar a autopercepção corporal dos
participantes. Nessas pesquisas, a escala de silhuetas identificou uma prevalência
consideravelmente superior de indivíduos insatisfeitos com seu corpo, quando comparada ao
BSQ. Estes dados estão de acordo com aqueles encontrados em nossa pesquisa, onde um
A imagem corporal é significamente influenciada por fatores socioculturais
(Damasceno et al., 2006). Ou seja, a imagem do corpo considerada ideal depende da cultura
em que ela é construída. Dessa forma, se uma cultura valoriza a magreza, o ideal de todos
será emagrecer. Entretanto, aqueles que não se enquadram no padrão corporal estabelecido
tendem a desenvolver TAs, depressão, baixa autoestima etc (Alves, Pinto, Alves, Mota &
Leirós, 2009).
Sobre a diferença de sexo, a maioria das mulheres participantes estava insatisfeita por
desejarem uma silhueta menor (69,1%) enquanto os homens estavam insatisfeitos por
desejarem uma silhueta maior (32,3%). Este dado reflete ao fato das mulheres serem
caracterizadas por um estereotipo magro que se relaciona com um índice de massa corporal
baixo, enquanto para os homens é designado um estereotipo mais forte, que requer grande
volume de massa corporal e baixo percentual de gordura (Damasceno et al., 2006).
Outra associação encontrada no presente estudo mostrou que indivíduos com atitudes
alimentares inadequadas apresentam insatisfação da imagem corporal, assim como nos
estudos de Bosi, Luiz, Uchimura e Oliveira (2008), Damasceno et al. (2011) e Fortes,
Meireles, Neves, Almeida e Ferreira (2015).
De acordo com Grilo (2002), a personalidade está relacionada com o desenvolvimento
de TAs. Pesquisas indicam que indivíduos com altos índices em neuroticismo são mais
vulneráveis para o desenvolvimento de TAs, hipocondria e depressão maior (Ayache, 2006).
No estudo prospectivo de Cervera et al. (2003) sobre os fatores de risco para TAs foi
concluído que adolescentes e jovens do sexo feminino com altos níveis de neuroticismo são
mais predispostos para desencadear esta psicopatologia. Segundo os autores, tanto o alto
neuroticismo, quanto a baixa autoestima podem ser as causas e consequências do
No presente estudo, os dados obtidos a partir da EFN não mostraram associação com
os escores da EAT-26. Uma análise mais cuidadosa sobre a EAT-26 poderá auxiliar na
compreensão destes resultados. Inicialmente, a EAT-26 tem como proposta ser um
instrumento de rastreio para TAs, entretanto apresenta valor predito baixo (Cordás e Neves,
1999), e sensibilidade relativamente baixa em estudos populacionais (Nunes, Camey, Olinto
e Mari, 2005). Sendo assim, há uma baixa probabilidade do TA realmente se desenvolvem
num indivíduo com escore positivo, além de ser pequena a proporção de indivíduos
verdadeiramente positivos entre os psicopatológicos.
Outro fato que merece atenção sobre a utilização do EAT-26 se refere ao seu ponto de
corte. Enquanto algumas pesquisas (Gonçalves, Barbosa, Rosa & Rodrigues, 2008;
Guimarães, Machado, França & Calado, 2014; Pires et al., 2010; Sarhan, Krey, Chaud &
Abreu, 2015) adotaram o escore ≥20 para indicar EAT+, outras utilizaram o escore ≥21
(Caram & Lazarine, 2013; Penz, Bosco & Vieira, 2008; Silva, Silva, Oliveira & Nemer,
2012; Weis, 2013) e ≥22 (Tomaz & Zanini, 2009), o que torna difícil a comparação dos
estudos.
Vale destacar também as diferenças nas traduções do EAT-26. O conteúdo da escala
Likert proposto por Biguetti (2003) e diferente da tradução feita pela Nunes em 1994.
Enquanto Nunes utiliza os seguintes termos: ”sempre“, “muito frequentemente”,
“frequentemente”, “às vezes”, “raramente” e “nunca”, Bighetti descreve como: “sempre”,
“muitas vezes”, “às vezes“, “poucas vezes”, “quase nunca”, e “nunca”. Uma padronização
merece ser proposta, facilitando a comparação entre os dados das pesquisas realizadas.
A atitude alimentar de risco, avaliada pelo EAT-26, aparece em 27,4% da amostra,
mas este instrumento apresenta limitações. Novos estudos com o mesmo objetivo deveriam
poder preditivo. Tanto a EAT-26 quanto a Escala e Silhueta parecem apresentar limitações,
impossibilitando a associação com a personalidade.
Considerações finais
Os TAs podem ser considerados epidemias silenciosas que torna o corpo alvo de
rituais obsessivos, fazendo o indivíduo negar suas necessidades básicas, (Leal, 2013)
comprometendo sua saúde física e mental.
Os comportamentos de risco para TAs são um problema importante de saúde pública
(Vale & Elias, 2011). Tendo em vista a complexidade dos TAs, é necessário a implantação de
estratégias para a prevenção desta psicopatologia, principalmente destinados aos grupos de
riscos, como as mulheres (Alvarenga et al., 2011). Sobre os homens, as particularidades deste
transtorno no sexo masculino mecerem estudos, principalmente sobre o comportamento de
ganho de “massa muscular”.
Sobre os instrumentos de rastreio, no caso a EAT-26 e a Escala de Silhuetas de
Kakeshita, mais estudos de padronização e validação devem ser considerados.
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