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Affonso Romano de Sant anna (poeta, ensaísta e professor)

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ARTE – AULA 13 a 16 EAD – 9° ANO AULA 13 EAD - 9° ANO

ARTE CONTEMPORÂNEA

Decifra-me ou te devoro. É o que parece dizer a arte contemporânea a qualquer pobre mortal que ousa encará-la. Filha do desencanto e das tensões advindos do instável século XX, surge representando uma ruptura com o que, até então, se chamava arte moderna.

Como a esfinge, que aqui lhe serve de metáfora, a arte contemporânea nasceu, sobretudo, questionadora, amante da polêmica. Não lhe interessavam os velhos moldes, o cânone, o sentido tradicional da beleza. No entanto, denunciam alguns, e atualmente tem se rendido a um mercado cada vez mais manipulador e caracterizado por cifras estratosféricas.

Oscilando entre a incompreensão e os julgamentos de valor traduzidos em questões sobre sua utilidade e autenticidade, é alvo de discussões apaixonadas. Assim, a Continuum convidou algumas pessoas a responder ao enigma: O que é arte contemporânea?

Affonso Romano de Sant’anna (poeta, ensaísta e professor)

“A expressão ‘arte contemporânea’ é muito precária, não resiste a uma análise. Não se pode considerá-la sem investigar outra expressão igualmente confusa: ‘pós-modernidade’. Isso, de maneira geral, caracteriza muito do que se fez nos últimos 40 anos. Tem muita bobagem teórica e prática para ser revista. Cito alguns tabus. Veja John Cage – tinha algum talento e perdeu-se no histrionismo. Veja Duchamp, mal lido e mal interpretado há 100 anos. Continuo insistindo: temos que passar o século XX a limpo, não para voltar ao XIX, mas para equacionar os equívocos de nossa geração. Uma das tolices de nossa época foi achar que a ‘modernidade’ era o topo da história. Como se diz, ‘pretensão e água benta cada um toma quanto quer’. ”

Ana Mae Barbosa (doutora em arte-educação e professora)

“Não dá para resumir a arte contemporânea numa só característica, pois a pluralidade domina nosso tempo. Assim, podemos apreendê-la pela seguinte série de qualidades:

– consciência da morte da autonomia da obra ou do campo de sentido da arte em prol da contextualização.

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– metalinguagem: reflexão sobre a própria arte. – incorporação de matrizes populares na arte erudita.

– preocupação em instaurar um diálogo com o público e levá-lo a pensar.

– tendência ao comentário social.

– ‘interritorialidade’ das diversas linguagens. – tecnologias digitais substituindo a vanguarda.

O que mais me tem chamado atenção é a confirmação do comentário de Arthur Danto, de que sob a designação de arte contemporânea temos muitas vezes a continuação da arte moderna. Isso é verdade especialmente no Brasil, que é muito apegado ao modernismo.”

Dalva Soares Bolognini (especialista em cultura popular)

“Arte contemporânea é toda expressão artística que revela, em traços ou por inteiro, a atualidade da vida social – local ou mundial. Assim, cada momento da sociedade, cada mudança visível de um grupo social, pode ser representado e percebido nos seus vários suportes. Historicamente esse tempo social é geralmente longo, suficiente para gerar um movimento artístico. Gostaria de mencionar que, no final da Segunda Guerra Mundial, os automóveis americanos, pesados e quase sempre pretos, que haviam cedido seu lugar nas fábricas para os veículos bélicos, ressurgiram enormes e coloridos, como a sinalizar um tempo de bonança e felicidade plena, onde o espaço era primordial.”

Ivôn Rabelo (mestrando em literatura e interculturalidade pela Universidade Estadual da Paraíba)

“O dizer sobre arte, em si, já é algo complicado. Mas carrega algo de simplório, pois qualquer tentativa de expressão que condense os conhecimentos acumulados pela humanidade, e, além disso, os saiba traduzir como manifestação simbólica, deve ser alçada ao posto de discurso sacralizado. A arte na contemporaneidade não foi vanguarda, mas torna-se agora, em nossa pós-contemporaneidade: um atributo da velocidade com que (es)corre a areia fina da ampulheta do século XXI, passagem instantânea que a deixa (es)correndo pelas frestas da litania [ladainha] de paz e paciência pela qual oramos diariamente nessa grande sala babélica de exibições em que se transformou a internet, a TV digital, a parafernália musical, audiovisual e

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literária das celebridades instantâneas de Warhol. Nada precisa fazer ou dizer fazer um sentido, mas, sim, vários (além dos triviais e exauridos cinco que desde sempre disseram que possuímos), em qualquer forma de expressão dita artística, pós-contemporaneamente falando. É essencial que nos remeta ao mais pré-histórico dos intentos: uma tentativa de união com um algo dito sagrado. Ou até mesmo perfeita e convincentemente profano. Mas que seja sacro, e não um saco!”

Marcia Tiburi (doutora em filosofia, escritora e apresentadora de TV) “Arte contemporânea é um conceito que, a meu ver, vale mais como produto da ‘arte conceitual’ do que como recorte histórico que signifique algo. Na verdade, é uma definição anacrônica, tanto quanto a arte conceitual, que nasceu da crise dos críticos (a morte da crítica, sim, foi pouco avaliada). Também a palavra arte se tornou anacrônica. Ninguém entende de arte, nem de arte conceitual. Nem de conceitos. Não temos, é claro, aparato conceitual que dê conta dos fenômenos. Em outras palavras: ‘arte contemporânea’ é uma definição que usamos vagamente para sinalizar que nas produções atuais vemos algo de arte. Mas não sabemos o que é arte e ficamos a insistir em arte contemporânea por falta de domínio conceitual. Círculo vicioso, sim. Portanto, eu não confio nessa ideia. O povo? Ora, deixemos o povo pra lá que, como o marido, é o último a saber. Mais importante é avaliar que estamos no tempo da performance, do design e do espetáculo. Performance é o que há de mais parecido com o que chamávamos de arte, design com o que envolvia conceitos, espetáculo com o que chamávamos cultura de massa. Enquanto as categorias permanecerem em tensão, nossa cultura tem futuro. Do ponto de vista das formas, o que me interessa hoje é literatura como tal, que não se importa em ser literatura, que cospe nos roteiros de cinema disfarçados de escritura, que vomita no contentamento dos semianalfabetos de alma, que o são também políticos, ou os bem-pensantes; prefiro os insuportáveis, os sem- medo nem limites, quem sabe Lobo Antunes, mas, sobretudo, os pichadores das cidades grandes. Para mim, tudo o que chamamos de arte um dia está nos muros, perturbando a ordem enfeitadinha do nosso circo. Mas não é mais arte, é apenas o que nos faz ver que retornamos ao pó.”

Márcio Harum (pesquisador do grupo Hélio Oiticica e do Programa Ambiental)

“Essa indagação não é nada simples e não tem resposta alguma que satisfaça as pessoas… Enquanto estou aqui pensando, acho que não vou conseguir escapar das reminiscências do credo difundido por Charles Baudelaire (1821-1867): ‘É preciso ser de seu tempo’ (Il faut être de son temps,

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citação original do pintor Honoré Daumier, 1808-1873). Hoje em dia, o ponto de inflexão comum a todos talvez seja: ‘Preciso ser mesmo do meu tempo, mas que tempos são esses, afinal?’.”

Sônia Alves Dias (formada em artes plásticas, participou do coletivo Vinte e Sete+Um e assina o blog A Letreira)

“Chama-me atenção o fato de vivermos uma fase artística carente de novos talentos individuais. Há uma sensação incômoda no ar, de que no mundo atual uma parte significativa da sociedade se autodenomina artista e, em decorrência desse excesso de pseudotalentos, a arte fica no meio-fio entre o que é permitido e o que é possível e quem são os executores práticos dessas ideias. Não dá para falar em arte contemporânea sem pensar em TV, internet e tantos outros recursos tecnológicos e audiovisuais, que fazem com que as transformações e intervenções da arte em movimento sejam captadas e reinventadas em tempo real. Atualmente, o que mais chama atenção é o campo literário. Pois a quantidade de escritores fantasmas que se revelam através de blogs e comunidades literárias é cada vez maior. No Brasil, inclusive, existem cursos acadêmicos de formação de escritores e agentes literários, onde cada aluno mantém um blog. Essa nova condição de escritor virtual multiplica-se vertiginosamente deixando no ar a pergunta ‘o que esperar da escrita futura feita por escritores formados e formatados?’.”

Podemos dizer que...

A arte contemporânea é construída não mais necessariamente com o novo e o original, como ocorria no Modernismo e nos movimentos

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vanguardistas. Ela se caracteriza principalmente pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais compromissos institucionais que o limitem, portanto pode exercer seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas obras um determinado cunho religioso ou político.

Esta era da história da arte nasceu em meados do século XX e se estende até a atualidade, insinuando-se logo depois da Segunda Guerra Mundial. Este período traz consigo novos hábitos, diferentes concepções, a industrialização em massa, que imediatamente exerce profunda influência na pintura, nos movimentos literários, no universo ‘fashion’, na esfera cinematográfica, e nas demais vertentes artísticas. Esta tendência cultural com certeza emerge das vertiginosas transformações sociais ocorridas neste momento.

Os artistas passam a questionar a própria linguagem artística, a imagem em si, a qual subitamente dominou o dia-a-dia do mundo contemporâneo. Em uma atitude metalingüística, o criador se volta para a crítica de sua mesma obra e do material de que se vale para concebê-la, o arsenal imagético ao seu alcance.

Nos anos 60 a matéria gerada pelos novos artistas revela um caráter espacial, em plena era da viagem do Homem ao espaço, ao mesmo tempo em que abusa do vinil. Nos 70 a arte se diversifica, vários conceitos coexistem, entre eles a Op Art, que opta por uma arte geométrica; a Pop Art, inspirada nos ídolos desta época, na natureza celebrativa desta década – um de seus principais nomes é o do imortal Andy Warhol; o Expressionismo Abstrato; a Arte Conceitual; o Minimalismo; a Body Art; a Internet Street e a Art Street, a arte que se desenvolve nas ruas, influenciada pelo grafit e pelo movimento hip- hop. É na esteira das intensas transformações vigentes neste período que a arte contemporânea se consolida.

Ela realiza um mix de vários estilos, diversas escolas e técnicas. Não há uma mera contraposição entre a arte figurativa e a abstrata, pois dentro de cada uma destas categorias há inúmeras variantes. Enquanto alguns quadros se revelam rigidamente figurativos, outros a muito custo expressam as características do corpo de um homem, como a Marilyn Monroe concebida por Willem de Kooning, em 1954. No seio das obras abstratas também se encontram diferentes concepções, dos traços ativos de Jackson Pollok à geometrização das criações de Mondrian. Outra vertente artística opta pelo caos, como a associação aleatória de jornais, selos e outros materiais na obra Imagem como um centro luminoso, produzida por Kurt Schwitters, em 1919.

Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, tão variados recursos materiais em suas mãos. As possibilidades e os caminhos são múltiplos, as inquietações mais profundas, o que permite à Arte Contemporânea ampliar seu espectro de atuação, pois ela não trabalha apenas com objetos concretos, mas

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principalmente com conceitos e atitudes. Refletir sobre a arte é muito mais importante que a própria arte em si, que agora já não é o objetivo final, mas sim um instrumento para que se possa meditar sobre os novos conteúdos

impressos no cotidiano pelas velozes transformações vivenciadas no mundo atual.

AULA 14 EAD - 9° ANO ARTE CONCEITUAL

A Arte Conceitual é uma vanguarda artística moderna e contemporânea que surgiu nos anos 60 e 70 na Europa e nos Estados Unidos e, como o próprio nome indica, trata-se de uma expressão artística mais pautada nos conceitos, reflexões e ideias, em detrimento da própria estética (aparência) da arte.

Em outras palavras, a arte conceitual é uma “arte-ideia” em detrimento da “arte- visual”, sendo o principal material da arte a "linguagem". Diante disso, os

artistas conceituais preocupam-se em criar reflexões visuais para seus espectadores.

Esse movimento artístico que critica o formalismo e propõe a autonomia da obra artística, foi capaz de revolucionar muitos aspectos da arte, sendo o termo “arte conceitual” utilizado pela primeira vez pelo artista, escritor e filósofo estadunidense Henry Flynt, em 1961. Sobre a arte conceitual, afirma o escultor estadunidense Sol LeWitt (1928-2007): “a própria ideia, mesmo se não é

tornada visual, é uma obra de arte tanto quanto qualquer produto”.

Para muitos estudiosos, Marcel Duchamp (1887-1968) foi um dos precursores da arte conceitual, na década de 50, no momento em que colocou um mictório no museu e o chamou de arte. Ali, a ideia dos “ready mades” (Já feito),

considerado uma antiarte, não era o produto artístico, mas sim o conceito de arte que o artista quis demostrar, que levava mais ao processo reflexivo, em detrimento do visual. A grande questão da arte conceitual era definir os limites e fronteiras do fazer artístico, ou seja, ela é baseada na indagação: O que é arte?

Principais Caraterísticas

As principais caraterísticas da arte conceitual são: Crítica ao formalismo e ao mercado da arte

Crítica ao materialismo e ao consumo

Oposição ao hermetismo da arte minimalista

Popularização da arte como veículo de comunicação Arte mental e reflexiva

Radicalismo e culto a “antiarte” Ruptura com a arte clássica e formal

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Arte Conceitual no Brasil

Essa proposta de arte mais reflexiva atingiu o país, a partir de 1970. No Brasil, alguns artistas conceituais que merecem destaque foram:

Cildo Meirelles (1948): artista plástico Artur Barrio (1945): artista luso-brasileiro Carlos Fajardo (1941): artista multimídia

José de Moura Resende Filho (1945): escultor e arquiteto Mira Schendel (1919-1988): artista suíça radicada no Brasil

Antônio José de Barros de Carvalho e Mello Mourão “Tunga” (1952): ator performance, escultor e desenhista

Waltércio Caldas (1946): artista gráfico, escultor e desenhista Principais Artistas

No mundo, os principais representantes da arte conceitual foram: Marcel Duchamp (1887-1968)

Joseph Beuys (1921-1986) Joseph Kosuth (1945) Daniel Buren (1938) John Cage (1912-1992) Nam June Paik (1932-2006) Wolf Vostell (1932-1998) Yoko Ono (1933) Lawrence Weiner (1942) Robert Barry (1936) Keith Arnatt (1930-2008) Robert Rauschenberg (1925-2008) Charlotte Moorman (1933-1991) Sol LeWitt (1928-2007) Genco Gulan (1969) AULA 15 EAD - 9° ANO POP ART

Surge nos Estados Unidos e na Inglaterra em 1955 e se converte em estilo característico nos anos 60.

O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a arte popular que estava sendo criada em publicidade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas ilustradas.

Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da Segunda Guerra Mundial. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.

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Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes produzia o próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell, de Andy Warhol. Além disso, muito do que era considerado brega, virou moda. Já que tanto o gosto como a arte têm um determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar em refinado, e aproximou a arte das massas,

desmitificando-a, pois se utilizava de objetos próprios e populares. Suas principais características são:

Linguagem figurativa e realista referindo-se aos costumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo;

Temática extraída do meio ambiente urbano das grandes cidades, de seus aspectos sociais e culturais: história em quadrinhos, revistas, jornais

sensacionalistas, fotografias, anúncios publicitários, cinema, rádio, televisão, música, espetáculos populares, elementos da sociedade de consumo e de conveniências (alimentos enlatados, geladeiras, carros, estradas, postos de gasolina, etc.);

Ausência de planejamento crítico: os temas são concebidos como simples motivos que justificam a realização da pintura;

Representação de caráter inexpressivo, preferencialmente frontal e repetitiva; Combinação da pintura com objetos reais integrados na composição da obra como flores de plástico, garrafas, etc., como uma nova forma dadaísta em consonância aos novos tempos;

Formas e figuras em escala natural e ampliada (os formatos das imagens em quadrinhos de Lichtenstein);

Preferência por referências ao status social, a fama, a violência e os desastres (Warhol), a sensualidade e o erotismo (Wesselmann, Ramos), aos símbolos da tecnologia industrial e a sociedade de consumo (Ruscha, Hamilton, etc.);

Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes inspiradas na indústria e nos objetos de consumo; Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em hiper-real.

Destacamos os artistas expoentes da Pop Art:

Andy Warhol (1927-1987). Ele foi figura mais conhecida e mais controvertida do pop art, Warhol mostrou sua concepção da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual numa série de

retratos de ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley e Marilyn Monroe. Warhol entendia as personalidades públicas como figuras impessoais e vazias, apesar da ascensão social e da celebridade. Da mesma forma, e usando sobretudo a técnica de serigrafia, destacou a impessoalidade do objeto

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produzido em massa para o consumo, como garrafas de Coca-Cola, as latas de sopa

Campbell, automóveis, crucifixos e dinheiro. Produziu filmes e discos de um grupo musical, incentivou o trabalho de outros artistas e uma revista mensal.

Robert Rauschenberg (1925-2008) artista norte-americano, produziu obras do Expressionismo Abstrato e do Pop Art. Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas “combinadas”, com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros

empalhados para a criação de uma pintura composta por não somente de pigmentos, mas incluindo também objetos. Por volta de 1962, adotou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Ganhou reconhecimento internacional na Bienal de Veneza de 1964.

Tom Wesselmann (1931-2004) artista norte-americano, estava cursando a faculdade de psicologia quando foi recrutado para o exército americano. Foi durante o tempo em que cumpriu serviço militar, que Wesselmann se

interessou pelo desenho. No início fez diversas caricaturas e bandas desenhadas que eram sátiras à vida militar. Em Fort Rilley teve de estudar interpretação de fotografia aérea, e foi a partir dessa altura que os seus desenhos começaram a abranger novos temas, sem se limitar à sátira militar. Quando terminou o serviço militar, voltou a estudar psicologia e ingressou no curso de artes, nesse período trabalhava fazendo tiras em quadrinhos para diversos jornais.

Jasper Johns (1930) pintor norte-americano. Os seus primeiros trabalhos tinham por base temas simples, como bandeiras, mapas, alvos, números e letras. O tratamento peculiar dado às suas telas, tem origem numa técnica denominada encaustica, que consiste em diluir a tinta em cera quente. Mais tarde, em 1958, Johns acrescenta relevo aos seus quadros, colocando neles objetos reais, como escovas, latas, pincéis ou letras. O seu trabalho

caracteriza-se, assim por ser paradoxal, contraditório e problemático, semelhante ao de Marcel Duchamp (associado ao movimento Dada). Para além de quadros, Johns também trabalhou em entalhes, esculturas e

litografias. Reside, atualmente, em Sharon, Connecticut, nos Estados Unidos. Roy Lichtenstein (1923-1997) norte-americano, seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do camundongo Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Em seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu a mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilista para simular os pontos reticulados das historietas. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual.

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Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Seus quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.

NO BRASIL

A década de 60 foi de grande efervescência para as artes plásticas no pais. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes do Pop Art como o uso das impressões em silk-screen e as referências aos gibis. Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.

A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma

linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social. AULA 16 EAD - 9° ANO

MINIMALISMO

A expressão “Minimalismo” (do inglês, “Minimal Art”) faz referência aos movimentos estéticos, científicos e culturais que surgiram em Nova York, entre o fim dos anos de 1950 e início da década de 1960, os quais, por sua vez, primavam pelo mínimo de recursos e elementos utilitários, reduzindo todos seus aspectos ao nível essencial.

Com efeito, já em 1966, o filósofo e critico de artes Richard Arthur Wollheim (1923- 2003) já apontava o minimalismo daquela década como uma das correntes que mais influenciariam o campo das artes visuais, arquitetura, design, música, programação visual, desenho industrial, durante o século XX. Principais Características

Em termos gerais, os movimentos minimalistas se caracterizam pela austeridade e síntese, inclusive dos meios e usos da abstração. Enquanto aspecto filosófico, o minimalismo irá adequar às necessidades da vida aquilo que é realmente essencial, descartando as futilidades no caminho da realização pessoal.

Por conseguinte, no campo das artes, normalmente está representado de forma abstrata e “crua”, de modo a revelar a origem industrial e a natureza dos materiais que compõem a obra minimalista, a qual, via de regra, interage com o público.

Minimalismo nas Artes Plásticas

Nas artes plásticas, o minimalismo surgiu em Nova York, ainda na década de 1950, quando um grupo de artistas passou a lançar mão de poucos elementos para fundamentar suas obras, abusando de atributos visuais criados a partir de um pequeno número de cores, privilegiando as formas geométricas simples, puras, simétricas e repetitivas, reduzindo os objetos aos seus aspectos de reprodução em série para que eles sejam mais bem percebidos em seu próprio contexto. Já do ponto de vista do conteúdo das representações, é comum a ausência de emotividade.

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Assim, as estruturas minimalistas suportam uma bi ou tridimensionalidade que lhe permite vencer os conceitos tradicionais, principalmente acerca da necessidade do suporte que limitava pintura e a escultura aos seus respectivos campos de ação. Este caráter geométrico é fruto da influência construtivista, a qual buscava uma linguagem universal para expressão artística.

Neste campo, os principais destaques são Sol LeWitt (1928-2007), Frank Stella (1936), Donald Judd (1928-1994) e Robert Smithson (1928-1994).

Minimalismo no Design

Muitas vezes oposto ao design funcionalista, o design minimalista é caracterizado pelo despojamento formal típico da década de 1980, com sua redução formal e uso de cores neutras como uma forma de se opor aos movimentos pós-modernos no design. Destacaram-se aqui Philippe Starck (1949), Shiro Kuramata (1934-1991) e John Pawson (1949).

Minimalismo na Música

Na Música, o minimalismo se destacou pela composição com poucas notas musicais, as quais possuem o mínimo de variações sonoras para criar um ritmo pulsante e hipnótico, a partir da repetição harmônica de pequenos trechos, como na música eletrônica e psicodélica. Destacam-se na produção musical Philip Glass (1937), Steve Reich (1936) e Arvo Part (1935).

Minimalismo na Literatura

No campo literário, o minimalismo se caracterizou pela produção de minicontos (microcontos), pela economia de palavras, evitando os advérbios, pelos cenários pouco explícitos e personagens banais, bem como pela leitura participativa. Destacam-se aqui os nomes de Raymond Carver (1938-1988) e Ernest Hemingway (1899 -1961).

EXERCICIOS

1: Quando e onde se iniciou o minimalismo?

2: Cite as principais características do minimalismo 3: Quando e onde se iniciou a pop art?

4: Cite as principais características da pop art. 5: O que é arte conceitual?

http://www.itaucultural.org.br/materiacontinuum/marco-abril-2009-afinal- o-que-e-arte-contemporanea/

https://www.todamateria.com.br/arte-conceitual/

https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/pop-art/ https://www.todamateria.com.br/minimalismo/

Referências

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