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RELATÓRIO EXECUTIVO 2008

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RELATÓRIO EXECUTIVO 2008

QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS EM

2008

IGAM - PROJETO ÁGUAS DE MINAS

Diretoria de Monitoramento e Fiscalização Ambiental Gerência de Monitoramento e Geoprocessamento

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS EM 2008

Condição Geral de Qualidade das Águas no ESTADO

Para avaliar a situação ambiental no Estado de Minas Gerais foram obtidos dois indicadores, quais sejam: Índice de Qualidade das Águas – IQA e Contaminação por Tóxicos.

O Índice de Qualidade das Águas – IQA reflete a contaminação das águas em decorrência da matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes, enquanto a Contaminação por Tóxicos – CT compara os resultados obtidos com os limites definidos nas classes de enquadramento dos corpos de água pelo Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM e Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH, na Deliberação Normativa Conjunta nº 01/08. A denominação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza a estação de amostragem. A contaminação Média refere-se à faixa de concentração que ultrapasse os limites mencionados no intervalo de 20% a 100%, enquanto a contaminação Alta refere-se às concentrações que excedam em mais de 100% os limites.

Segundo os valores de frequência de ocorrência do IQA, em 2008 as águas do Estado de MG permaneceram predominantemente com condição de qualidade média, resultado este que vem sendo observado desde o início do monitoramento em 1997. Houve um aumento da ocorrência de águas de boa qualidade, passando de 27,3% em 2007 para 28,3% em 2008. Consequentemente, verificou-se a diminuição das ocorrências de águas com condição de qualidade muito ruim, de 2,5% em 2007 para 2,0% em 2008. Destaca-se que o número de estações monitoradas em 2008 aumentou em relação a 2007, passando de 260 para 353 estações.

As melhores condições de qualidade de água foram verificadas nas bacias dos rios Pardo, Paranaíba e Jequitinhonha, as quais apresentaram as maiores ocorrências de água com boa qualidade, sendo 75%, 54,2% e 53,8%, respectivamente.

Por outro lado, as maiores ocorrências de águas de qualidade muito ruim e ruim foram registradas nas bacias dos rios São Francisco (4,1% e 27,9%, respectivamente), Grande (0,4% e 28,4%, respectivamente) e Paraíba do Sul (0% e 30,4%, respectivamente). Entretanto, ressalta-se que nas bacias dos rios São Francisco e Grande foram verificadas também ocorrências de águas de qualidade excelente (0,3% e 0,4%, respectivamente).

A melhor condição de qualidade de água do Estado de Minas Gerais em 2008 foi registrada no rio Grande a montante da confluência com o Rio Pardo (BG061), com destaque para a segunda campanha de amostragem na qual se verificou qualidade excelente. Situação análoga foi observada no ribeirão São Vicente a montante da sua confluência com o rio Urucuia (UR010) e no rio

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Indaiá a montante do reservatório de Três Marias (SF011), com qualidade excelente na segunda campanha, embora esses dois corpos de água tenham apresentado condições piores nas outras três campanhas de monitoramento. Na Tabela 1 são listados em ordem decrescente os trechos de corpos hídricos que apresentaram as melhores condições de qualidade de água em 2008.

Tabela 1: Corpos de água com melhor qualidade no Estado de Minas Gerais em 2008

Bacia/Sub-bacia

Corpo de água Estação de monitoramen

to

Município Descrição

Rio Grande Rio Grande BG061 Planura Rio Grande a montante da

confluência com o Rio Pardo

Rio Paranaíba Rio Paranaíba PB031 Santa

Vitória Rio Paranaíba a jusante da UHE de São Simão

Rio Grande Rio Grande BG051 Alpinópolis Rio Grande a jusante do

Reservatório de Furnas Rio Paranaíba Rio São

Domingos PB033 Santa Vitória Rio São Domingos a montante da confluência com o Rio Paranaíba

Rio Grande Rio Grande BG007 Itutinga/

Nazareno Rio Grande a jusante do reservatório de Itutinga

Rio Paranaíba Rio Araguari PB019 Uberlândia/

Araguari Rio Araguari a jusante do reservatório de Miranda

Paraopeba Rio Betim BP088 Betim Rio Betim a jusante do

Reservatório de Vargem das Flores em Betim

Rio Paranaíba Rio Paranaíba PB025 Paraporã Rio Paranaíba a jusante do reservatório de Itumbiara Rio Paranaíba Rio Paranaíba PB007 Araguari Rio Paranaíba entre os

reservatórios de Emborcação e Itumbiara

Rio São

Francisco Rio São Francisco SF001 Vargem Bonita/ São Roque de MInas

Rio São Francisco a montante da cidade de Vargem Bonita

Paraopeba Ribeirão Catarina BP094 Brumadinho Ribeirão Catarina a montante da confluência com o Ribeirão Casa Branca em Casa Branca (Brumadinho)

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Na Tabela 2 são listados em ordem decrescente os trechos de corpos hídricos que apresentaram as piores condições de qualidade de água em 2008.

Tabela 2: Corpos de água com pior qualidade no Estado de Minas Gerais em 2008

Bacia/Sub-bacia

Corpo de água Estação de amostragem

Município Descrição

Rio Paraopeba Rio Betim BP071 Betim Rio Betim próximo de sua foz

no Rio Paraopeba, em Betim Rio Paraopeba Ribeirão das

Areias BP073 Betim Riacho das Pedras (Ribeirão das Areias) em Betim antes de sua foz no rio Betim

Rio Pará Córrego do Pinto

ou Buriti PA034 São Gonçalo do

Pará

Córrego do Pinto ou Córrego Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará Rio das Velhas Ribeirão do Onça BV154 Santa

Luzia

Ribeirão do Onça próximo de sua foz no Rio das Velhas Rio das Velhas Rio das Velhas BV153 Santa

Luzia Rio das Velhas a jusante do Ribeirão da Mata Rio das Velhas Ribeirão Arrudas BV155 Sabará Ribeirão Arrudas próximo de

sua foz no Rio das Velhas Rio São

Francisco Ribeirão dos Vieiras VG003 Montes Claros Ribeirão dos Vieiras a jusante da cidade de Montes Claros Rio Pará Ribeirão Fartura

ou Gama

PA020 Nova

Serrana

Ribeirão Fartura ou Gama a jusante da cidade de Nova Serrana (próximo de sua foz no rio Pará)

Rio Grande Córrego Liso BG071 São

Sebastião do Paraíso

Córrego Liso a jusante da cidade de S.S. do Paraíso

Rio das Velhas Rio das Velhas BV105 Santa

Luzia Rio das Velhas logo a jusante do Ribeirão do Onça

A qualidade de água muito ruim foi constatada no rio Betim próximo de sua foz no Rio Paraopeba (BP071), no ribeirão das Areias a montante de sua foz no rio Betim (BP073), no córrego do Pinto ou Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034), no ribeirão do Onça próximo de sua foz no rio das Velhas (BV154). Essa condição de qualidade se deve ao lançamento de esgotos sem tratamento nesses corpos de água. Além disso, no córrego Liso e no córrego do Pinto, a qualidade muito ruim pode estar associada à presença de matadouro e vários curtumes presentes na área de drenagem dessas bacias.

No rio das Velhas a jusante do ribeirão da Mata, em Santa Luzia (BV153), no ribeirão Arrudas próximo de sua foz no rio das Velhas em Sabará (BV155), no ribeirão dos Vieiras a jusante de Montes Claros (VG003), no ribeirão da Fartura ou Gama a jusante da cidade de Nova Serrana, próximo de sua foz no rio Pará (PA020), córrego Liso a jusante da cidade de S.S. do Paraíso (BG071) no rio das Velhas logo a jusante do Ribeirão do Onça (BV105) foi registrada a condição de qualidade de água ruim.

A qualidade ruim verificada no rio das Velhas está relacionada às atividades de extração de areia presentes na região, ao mau uso do solo devido a ocupação urbana e lançamento de esgotos tanto no Ribeirão da Mata quanto no próprio

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Rio das Velhas, provenientes dos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Sabará e Santa Luzia. No ribeirão da Fartura ou Gama, o mau uso do solo devido à ocupação urbana e atividades minerárias desenvolvidas na região influenciam a qualidade desse corpo hídrico. No córrego Liso essa condição pode estar associada à presença de matadouro e vários curtumes além do lançamento de esgoto sanitário.

A presença de contaminantes tóxicos em grau baixo foi predominante em 2008 (63,5%), assim como nos anos anteriores. Ressalta-se que essa tendência aumentou a partir de 2001. Verifica-se ainda, um aumento nas ocorrências de contaminantes tóxicos, com valores no nível alto, passando de 11,8% em 2007 para 20,1% em 2008. Entretanto, observa-se uma tendência à diminuição dessas ocorrências também desde 2001. A contaminação por substâncias tóxicas com teores no nível médio ocorreu em 16,4% dos pontos de amostragem em 2008.

A maior ocorrência de contaminantes tóxicos, com valores no nível médio e alto no Estado de Minas Gerais, foi devido às elevadas concentrações de:

• chumbo total (40,1%): Bacias dos Rios São Francisco, das Velhas, Pará, Paraopeba, Paraíba do Sul, Doce, Grande, Paranaíba e Mucuri;

• cianetos livres (17,3%): Bacias dos Rios São Francisco, das Velhas, Pará, Paraopeba, Doce e Grande;

• fenóis totais (12,7%): Bacias dos Rios São Francisco, das Velhas, Pará, Paraopeba, Paraíba do Sul, Doce e Grande;

• nitrogênio amoniacal (8,6%): Bacias dos Rios São Francisco, das Velhas, Pará, Paraopeba, Grande, Mucuri e Paraíba do Sul;

• arsênio total (8,6%): Bacias dos Rios São Francisco, das Velhas, Paraopeba e Doce.

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Na Tabela 3 são listados os corpos de água com condição mais crítica em relação à presença de contaminantes tóxicos no Estado de Minas gerais em 2008.

Tabela 3: Corpos de água com pior condição de CT no Estado de Minas Gerais em

2008

Bacia/Sub-bacia Corpo de água amostragem Estação de Município Descrição violaram em mais Parâmetros que de 100% o valor

do limite legal

Rio Grande Córrego Liso BG071 São Sebastião do Paraíso Córrego Liso a jusante da cidade de S.S. do Paraíso Cromo total, nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais

Rio Pará Córrego

do Pinto ou Buriti PA034 São Gonçalo do Pará Córrego do Pinto ou Córrego Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará Cromo total, nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais

Rio Pará Ribeirão da Fartura ou Gama

PA020 Nova

Serrana Ribeirão ou Gama Fartura a jusante da cidade de Nova Serrana (próximo de sua foz no rio Pará)

Chumbo total, nitrogênio

amoniacal, cianeto livre e fenóis totais

Rio Pará Ribeirão Paciência PA010 Pará de Minas Ribeirão Paciência a jusante de Pará de Minas Chumbo total, cianeto livre e cromo total Rio das

Velhas Rio das Velhas BV153 Santa Luzia Rio das Velhas a jusante do Ribeirão da Mata arsênio total, chumbo total e cianeto livre Rio das Velhas Rio das Velhas

BV142 Inimutaba Rio das Velhas a

montante do Rio Paraúna arsênio total, chumbo total e cianeto livre Rio

Paraopeba Ribeirão das Areias BP073 Betim Riacho Pedras (Ribeirão das das Areias) em Betim antes de sua foz no rio Betim

nitrogênio

amoniacal, cianeto livre e fenóis totais

No ribeirão da Fartura ou Gama foi verificada a presença dos contaminantes tóxicos chumbo total, nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais com concentrações no nível alto. Situação análoga foi observada no córrego do Pinto ou Buriti, devido à ocorrência de cromo total, nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais e no ribeirão Paciência, pela presença de cianeto livre, chumbo total e cromo total. Esses corpos de água recebem efluentes domésticos e industriais (principalmente das fábricas de calçados, granjas, curtumes) desses municípios.

No ribeirão das Areias dentro do município de Betim foram registrados teores de nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais responsáveis pela contaminação no nível alto. O metal chumbo total também apresentou concentrações superiores ao limite legal. Esses resultados confirmam, mais uma vez, a grande interferência do diversificado parque industrial de Betim.

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No rio das Velhas as substâncias tóxicas arsênio total, chumbo total e cianeto livre foram encontradas em concentrações responsáveis pela contaminação no nível alto. Esses resultados confirmam a grande interferência do diversificado parque industrial da região metropolitana de Belo Horizonte, que refletem na má qualidade das águas mesmo nos trechos localizados no médio e baixo cursos do rio das Velhas.

Quando se analisam os piores resultados relacionados à presença de contaminantes tóxicos, o córrego Liso é novamente citado. As substâncias tóxicas observadas nesse corpo de água foram nitrogênio amoniacal, cianeto livre, cromo total e fenóis totais. A detecção de fenóis totais e nitrogênio amoniacal está relacionada, principalmente, às atividades de agricultura, aos despejos de esgotos domésticos e à presença de curtumes e laticínios registrados na área de drenagem da bacia. A ocorrência de cromo pode ser relacionada ao curtume e a matadouros, enquanto que a de cianeto está associada à fabricação de artefatos de plástico.

Condição de Qualidade das Águas nas Bacias em 2008

No cálculo das freqüências de ocorrência do indicador IQA nas principais bacias hidrográficas monitoradas nos anos de 2007 e 2008, considerou-se a condição observada nas 260 e 353 estações de amostragem, respectivamente. Destaca-se que nesse cálculo foram computadas apenas as estações em que foi possível calcular esse índice nos respectivos anos, em pelo menos uma das quatro campanhas de monitoramento.

As freqüências de ocorrência do indicador de Contaminação por Tóxicos foi avaliada considerando-se a condição anual verificada em cada estação de amostragem em 2007 e 2008, respectivamente.

BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO (SF1, SF4 e SF6 a SF10)

A análise dos dados de Índice de Qualidade das Águas (IQA) por trimestre obtidos na bacia do rio São Francisco em 2008 mostrou que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA Médio permaneceu predominante em toda a bacia (41% de frequência). A ocorrência de IQA Muito Ruim apresentou uma diminuição, passando de 4,7% em 2007 para 4,1% em 2008. O IQA Bom observado com freqüência de 28,2% em 2007 diminuiu para 26,3% em 2008. Ressalta-se também a ocorrência de IQA Excelente em 2008 com 0,3% de freqüência.

Verificou-se ainda em 2008, a diminuição das ocorrências de IQA Ruim e Médio de 43,5% e 43,9%, respectivamente, no período de chuvoso para 12,4% e 38,3%, respectivamente, no período seco. Consequentemente, o IQA Bom e Muito Ruim aumentaram de 8,8% e 3,7%, respectivamente, no período

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chuvoso para 44,3% e 4,4%, no seco, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante na bacia hidrográfica do rio São Francisco.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo de IQA em 2008 foram coliformes termotolerantes, turbidez, sólidos totais e fósforo total, indicando a forte interferência dos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e de fatores de pressão como a erosão e as atividades agropecuárias na qualidade das águas da bacia do rio São Francisco.

A melhor condição de IQA na bacia do rio São Francisco em 2008 foi observada no rio São Francisco a montante da cidade de Vargem Bonita (SF001), onde foi registrada a ocorrência de IQA Bom em todas as campanhas de monitoramento. Destaca-se ainda a segunda campanha de monitoramento nas estações do rio Indaiá a montante do reservatório de Três Marias (SF011) e no rio ribeirão São Vicente a montante da sua confluência com o rio Urucuia (UR010), sendo o IQA considerado Excelente em ambos os corpos de água. A pior situação registrada em relação ao IQA nessa bacia permaneceu no trecho monitorado no ribeirão dos Vieiras a jusante da cidade de Montes Claros (VG003), que em 2008 apresentou na segunda e terceira campanhas IQA Muito Ruim, além de IQA Ruim na primeira e quarta campanhas. Esses resultados demonstram os impactos causados pelos lançamentos de esgotos domésticos originados do município de Montes Claros nesse corpo hídrico. Apesar de apresentar a pior condição da bacia, houve uma pequena melhoria na qualidade das águas do ribeirão dos Vieiras a jusante da cidade de Montes Claros (VG003). As ocorrências de IQA Ruim e Muito Ruim foram verificadas, ambas, em dois trimestres de 2007 e também de 2008. Entretanto, a média anual do IQA observada no nível Muito Ruim no ano de 2007 apresentou-se Ruim em 2008. Apesar dessa pequena melhora na média anual do IQA, ressalta-se a qualidade de água insatisfatória do ponto de vista sanitário ao longo dos anos de monitoramento nesse corpo de água.

Houve uma piora na qualidade das águas do rio São Francisco, nos trechos: a jusante do córrego Consciência (SF015), a jusante da cidade de São Romão (SF025), a jusante da cidade de São Francisco (SF027) e, à jusante da cidade de Manga e a montante da foz do rio Verde Grande (SF033); além de piora no trecho do rio do Sono próximo de sua foz no rio Paracatu (PT011) e no rio Paracatu próximo de sua foz no rio São Francisco (PT013). Nas estações SF015, SF027, PT013 e PT011 verificou-se a ocorrência de IQA Ruim em pelo menos uma campanha do período chuvoso e nas estações SF025 e SF033 foram observadas ocorrências de IQA Médio em três das quatro campanhas realizadas em 2008, condição que não havia sido verificada no ano anterior. A bacia do rio São Francisco possui pecuária intensa e sofre influência direta de esgotos municipais, no caso das estações citadas acima, aqueles originados de Três Marias, São Romão, São Francisco e Manga, contribuindo dessa forma para o aporte de matéria orgânica e nutrientes para os corpos de água.

Verificou-se a predominância da Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa na bacia do rio São Francisco em 2008 (48,7%), assim como em 2007 (67,8%). A

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CT Média observada em 17,4% das estações em 2007 aumentou para 20,4% das estações em 2008. Analogamente, observou-se um aumento da ocorrência da CT Alta, a qual foi observada em 14,8% das estações em 2007 e em 30,9% das estações em 2008. O metal chumbo responsável pela CT Alta e Média, respectivamente, em 80% e 75% das estações em 2008, é depositado no sedimento dos corpos de água podendo também encontrar-se adsorvido nos sólidos em suspensão. Esse metal, mais comumente de origem antrópica na atuação da agricultura, vem acumulando-se ao longo do tempo no sedimento e é suspenso em conseqüência de chuvas intensas e aumento da vazão.

A pior situação em relação à CT na bacia do rio São Francisco em 2008, assim como no ano anterior, ocorreu no trecho monitorado no ribeirão dos Vieiras a jusante da cidade de Montes Claros (VG003), que apresentou CT Alta em função dos resultados dos parâmetros nitrogênio amoniacal total e cianeto livre. A ocorrência do parâmetro nitrogênio amoniacal total está relacionada, principalmente, aos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento, nesse ribeirão, provenientes do município de Montes Claros. A presença do parâmetro cianeto livre no ribeirão dos Vieiras está relacionada ao lançamento de efluentes industriais sem tratamento, principalmente das fábricas de materiais plásticos e vidros, das indústrias têxteis e das cerâmicas presentes no distrito industrial do município de Montes Claros.

BACIA DO RIO PARÁ

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) Médio permaneceu predominante na bacia do rio Pará em 2008, passando a ter uma ocorrência que variou de 63,9% em 2007 para 47,1% em 2008. O IQA Bom apresentou 24,5% de frequência em 2008, representando um aumento em relação ao ano anterior quando se verificou 19,4% de ocorrência. Observou-se ainda um aumento do IQA Ruim, que passou de 12,5% em 2007 para 22,5% em 2008 e do IQA Muito Ruim, que apresentou 4,2% de freqüência em 2007 e 5,9% em 2008.

Verificou-se ainda em 2008 o aumento das ocorrências de IQA Ruim e Médio de, respectivamente, 9,8% e 43,1% no período de seca para 35,3% e 51,0%, respectivamente, no período chuvoso. Consequentemente, o IQA Bom passou de 7,8% na estação chuvosa para 41,2% na estação seca, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo de IQA em 2008 foram coliformes termotolerantes, turbidez, e fósforo total, indicando a forte interferência dos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e de fatores como mau uso do solo e extração de areia na bacia do rio Pará.

Os dois pontos localizados no rio Pará, a montante da cidade de Carmo do Cajurú (PA028) e no rio São João na localidade de São João (PA036) são aqueles cujas águas apresentaram ocorrências de IQA Bom em três das quatro amostragens anuais, sendo a melhor condição observada em 2008.

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A pior condição de IQA foi encontrada no Córrego do Pinto ou Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034), onde os resultados dos parâmetros OD, DBO, fósforo total e coliformes termotolerantes foram responsáveis pelo IQA Muito Ruim em todos os trimestres de amostragem em 2008. Esses resultados confirmam o grande impacto dos lançamentos dos esgotos e de curtumes na região.

A estação de amostragem que apresentou melhora na qualidade de suas águas em 2008 foi aquela situada no ribeirão Fartura ou Gama, a montante da foz no rio Pará no município de nova Serrana (PA020). A ocorrência de IQA Muito Ruim verificada no terceiro e quarto trimestres de 2007 foi registrada apenas no terceiro trimestre de 2008. Entretanto, ressalta-se a qualidade de água insatisfatória do ponto de vista sanitário, além de lançamentos de efluentes das indústrias localizadas em Nova Serrana nesse corpo hídrico. Houve piora na qualidade das águas das estações localizadas no rio Picão próximo de sua foz no rio Pará (PA017) e no rio Pará a montante de sua foz no rio São Francisco próximo a Martinho Campos (PA019), as quais apresentaram IQA Ruim em pelo menos uma campanha do período chuvoso de 2008, condição que não havia sido observada em 2007. Esse resultado foi influenciado pelo lançamento de esgoto sanitário deste município nos corpos de água.

Na bacia do rio Pará em 2008, continuou predominando a Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa, com 65,4% de ocorrência. A CT Média e Alta, ambas com 8% de frequência em 2007, apresentaram um aumento, sendo observadas, respectivamente, em 15,4% e 19,2% das estações de amostragem.

A ocorrência de CT Alta foi devido aos valores de chumbo total, nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais observados no ribeirão da Fartura ou Gama a montante de sua foz no rio Pará, no município de Nova Serrana (PA020) e nitrogênio amoniacal, cianeto livre, cromo total e fenóis totais no Córrego do Pinto ou Buriti a jusante do município de São Gonçalo do Pará (PA034), estabelecendo a pior condição de CT nos três últimos trimestres de 2008 em ambos os pontos. O aparecimento de cianeto livre no rio São João a jusante da cidade de Itaúna (PA009), na localidade de Vargem do Santiago, próximo a sua foz no rio Pará (PA011) e no ribeirão Paciência a jusante de Pará de Minas (PA010), além dos metais tóxicos chumbo total e cromo total nesta última, determinou a CT Alta nestes pontos de amostragem. Estes recebem efluentes domésticos e industriais (principalmente das fábricas de calçados, granjas, curtumes) desses municípios.

A Contaminação por Tóxicos apresentou-se Média pela presença de chumbo total no ribeirão Diamante a jusante da cidade de Bom Despacho (PA022), no rio Lambari próximo de sua foz no rio Pará (PA015), no rio Picão próximo de sua foz no rio Pará (PA017) e no rio Pará a montante de sua foz no rio São Francisco (PA019), devido a atividades agrícolas e industriais de fogos de artifício e cerâmicas desenvolvidas na região.

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11 BACIA DO RIO PARAOPEBA

A análise dos dados de Índice de Qualidade das Águas (IQA) obtidos na bacia do rio Paraopeba em 2008 mostrou que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA Médio permaneceu predominante em toda a bacia (46,6%). Observou-se um aumento na ocorrência de IQA Ruim, o qual apresentou 22,6% de freqüência em 2007 e 27,1% em 2008. As ocorrências de IQA Bom e Muito Ruim diminuíram passando, respectivamente, de 21,4% e 7,1% de frequência em 2007 para 19,5% e 6,8% em 2008.

Verificou-se ainda em 2008 o aumento das ocorrências de IQA Ruim de 11,7% no período de seca para 43,1% no período chuvoso. Consequentemente, o IQA Bom passou de 8,6% na estação chuvosa para 30,0% na estação seca, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo de IQA em 2008 foram coliformes termotolerantes, turbidez, OD, DBO e fósforo total, indicando a forte interferência dos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e de fatores como a erosão e o desmatamento do solo sobre a qualidade dos corpos de água dessa bacia. Essa é uma tendência observada ao longo de toda a série histórica do monitoramento na bacia do rio Paraopeba.

Os pontos localizados no rio Betim a jusante do Reservatório de Vargem das Flores em Betim (BP088) e em Casa Branca - Brumadinho, quais sejam ribeirão Casa Branca (BP092) e Catarina (BP094) são aqueles cujas águas apresentaram ocorrência de IQA Bom em pelo menos três das quatro amostragens anuais, sendo a melhor condição observada em 2008.

A pior condição de IQA foi encontrada nos dois pontos localizados em Betim, no ribeirão das Areias (BP073) e no rio Betim (BP071), onde os resultados dos parâmetros OD, DBO, fosfato e coliformes termotolerantes foram responsáveis pelo IQA Ruim em todos os trimestres de amostragem em 2008. Esses resultados confirmam o grande impacto dos lançamentos dos esgotos de Betim, município mais populoso da bacia.

Seguindo a tendência observada nos últimos anos, na bacia do rio Paraopeba predominou a Contaminação por Tóxicos Baixa, com 66,7% de ocorrência nos pontos de amostragem. A CT Média foi encontrada em 23,3% dos pontos amostrados em 2007 e em apenas 10% em 2008, com registro de ocorrências de chumbo total, fenóis, nitrogênio amoniacal e cromo. Estas ocorrências refletem tanto os lançamentos domésticos quanto industriais dos municípios de Betim, Conselheiro Lafaiete, Brumadinho, Jeceaba, Belo Vale, Itatiaiuçu e Entre Rios de Minas. Destaque para a área automobilística, siderurgia, galvanoplastia, têxtil, e refinaria de petróleo, além das atividades de agricultura. A Contaminação por Tóxicos Alta apresentou um aumento significativo em relação ao ano anterior (6,7%), sendo que em 2008 sete dos trinta pontos apresentaram ocorrências de cianeto livre, chumbo, cromo, arsênio e fenóis totais duas vezes acima do limite legal, o que corresponde a 23,3% do total dos pontos de amostragem. A detecção de cianeto livre, responsável pela maior

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parte das contaminações, está relacionada, principalmente, às indústrias dos ramos têxtil, automobilístico, galvanoplastia e siderurgia. As atividades de agricultura e os despejos de esgotos domésticos também contribuem para a ocorrência dos demais contaminantes registrados na área de drenagem da bacia.

A pior condição de CT foi observada no ponto localizado no ribeirão das Areias dentro do município de Betim (BP073) superando os resultados alcançados anteriormente pelo ponto localizado no rio Betim próximo de sua foz no rio Paraopeba, no mesmo município. Esse ponto, cujo monitoramento foi iniciado no último trimestre de 2007, apresentou em 2008 registros de nitrogênio amoniacal, cianeto livre e fenóis totais responsáveis pela CT Alta. O metal chumbo total também apresentou concentrações superiores ao limite legal. Esses resultados confirmam, mais uma vez, a grande interferência do diversificado parque industrial de Betim.

BACIA DO RIO DAS VELHAS

A análise dos dados de Índice de Qualidade das Águas (IQA) obtidos na bacia do rio das Velhas em 2008 mostrou que, assim como no ano anterior, a freqüência anual de ocorrências de IQA Ruim permaneceu predominante em toda a bacia (44,1%). As ocorrências de IQA Bom e Médio aumentaram em relação ao ano anterior, passando de 17,8% e 30,8%, respectivamente, em 2007 para 18,4% e 31,6% de frequência, respectivamente, em 2008. Conseqüentemente, verificou-se a diminuição do IQA Muito Ruim, o qual apresentou 9,3% de frequência em 2007 e 5,9% em 2008.

Verificou-se ainda o aumento das ocorrências de IQA Bom e Médio de 13,2% e 26,5%, respectivamente, no período chuvoso para 23,5% e 36,8% no período de seca. Consequentemente, o IQA Ruim passou de 54,4% na estação chuvosa para 33,8% na estação de seca, caracterizando a poluição difusa como o tipo predominante principalmente no baixo e médio curso. Ressalta-se, no entanto, que na região metropolitana de Belo Horizonte a poluição pontual é predominante devido, principalmente, ao lançamento de esgotos domésticos nos corpos de água.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo de IQA em 2008 foram coliformes termotolerantes, turbidez, OD, DBO e fósforo total, indicando a forte interferência dos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e de fatores como mau uso do solo sobre a qualidade dos corpos de água dessa bacia.

O ponto localizado no rio das Velhas a montante da foz do rio Itabirito (BV013) foi aquele cujas águas apresentaram ocorrência de IQA Bom em três das quatro amostragens anuais, sendo a melhor condição observada em 2008. As piores condições de qualidade de água foram observadas no rio das Velhas a jusante do ribeirão da Mata (BV153), onde os resultados dos parâmetros OD, DBO, fosfato e coliformes termotolerantes foram responsáveis pelo IQA Muito Ruim em três das quatro campanhas de amostragem em 2008. O IQA Muito

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Ruim também foi observado nas estações de coleta localizadas nos ribeirões do Onça (BV154) e Arrudas (BV155) em dois dos quatro trimestres anuais. Esses resultados confirmam o grande impacto dos lançamentos dos esgotos de Vespasiano, Pedro Leopoldo, Belo Horizonte e Contagem.

Houve melhoria na qualidade das águas do rio das Velhas a montante de Itabirito (BV013), uma vez que o IQA Ruim observado na primeira campanha de 2007 se apresentou Médio em 2008. Essa condição ocasionou melhora na média anual do IQA, que passou de Médio em 2007 para Bom em 2008. Foi observada melhoria em termos de IQA também no ribeirão Arrudas (BV155), que passou de Muito Ruim em 2007 para Ruim em 2008.

Houve uma piora na qualidade das águas do rio das Velhas nos trechos monitorados a jusante do ribeirão Água Suja (BV063) e em Santana do Pirapama (BV141). A média anual do IQA nesses trechos passou de Médio em 2007 para Ruim em 2008. O rio das Velhas sofre influência direta de esgotos lançados em suas águas, contribuindo dessa forma para o aporte de material fecal, matéria orgânica, sólidos e nutrientes para o corpo de água.

A Contaminação por Tóxicos Alta predominou na bacia do rio das Velhas em 2008, apresentando um aumento significativo em relação ao ano de 2007 (36,4%), sendo que em 2008 vinte dos trinta e três pontos apresentaram ocorrências de CT Alta, correspondendo a 60% do total das estações de amostragem. A detecção de cianeto livre e arsênio total foram responsáveis pela maior parte das contaminações, apresentando respectivamente 37,5% e 31,3% das ocorrências. As violações de cianeto estão relacionadas, principalmente, às indústrias dos ramos têxtil, galvanoplastia e siderurgia. O parâmetro arsênio é característico da poluição pontual na região do alto curso do rio das Velhas, onde se encontram as fontes naturais de arsênio e as atividades de mineração desenvolvidas nessa região que favorecem sua disponibilização. As atividades de agricultura e os despejos de esgotos domésticos também contribuem para a ocorrência dos demais contaminantes registrados na área de drenagem da bacia, quais sejam: fenóis totais e chumbo total.

As ocorrências de CT Média e Baixa verificadas em 2007 em 24,2% e 39,4% das estações de amostragem, respectivamente, apresentaram uma diminuição em 2008, quando ambas foram observadas em 20% das estações. Os registros de chumbo total, fenóis totais, nitrogênio amoniacal, arsênio total e cianeto livre foram responsáveis pela CT Média na bacia do rio das Velhas no ano de 2008. A presença de chumbo, cromo total, cianeto e fenóis totais, que ocorreram de forma aleatória na bacia, estão associadas aos lançamentos de efluentes dos processos industriais. O nitrogênio amoniacal foi registrado principalmente nas estações localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte e sua presença está associada aos lançamentos de esgotos sanitários.

As piores condições de CT foram observadas nos pontos localizados no rio das Velhas a jusante do ribeirão da Mata (BV153) e a jusante do ribeirão Santo Antônio (BV142), onde ambos apresentaram em 2008 CT Alta para os parâmetros arsênio total, chumbo total e cianeto livre. Esses resultados

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confirmam a grande interferência do diversificado parque industrial da região metropolitana de Belo Horizonte, que refletem na má qualidade das águas mesmo nos trechos localizados no médio e baixo cursos do rio das Velhas. BACIA DO RIO JEQUITINHONHA

A análise dos dados de Índice de Qualidade das Águas (IQA) obtidos na bacia do rio Jequitinhonha nos quatro trimestres de 2008 mostrou que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA Bom permaneceu predominante em toda a bacia (53,8%). As ocorrências de IQA Ruim e Médio apresentaram, 13,0% e 21,7% de freqüência em 2007 e, 15,4% e 30,8% de freqüência em 2008, respectivamente.

Verificou-se ainda a diminuição das ocorrências de IQA Ruim de 19,2% no período de seca para 11,5% no período chuvoso. Consequentemente, o IQA Bom passou de 50% na estação chuvosa para 57,7% na estação seca, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante na bacia.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo de IQA em 2008 foram coliformes termotolerantes, turbidez e sólidos totais, indicando a forte interferência dos lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e de fatores como mau uso do solo sobre a qualidade dos corpos de água dessa bacia.

As estações de amostragem situadas no rio Jequitinhonha a jusante de São Gonçalo do Rio das Pedras (JE001) e próximo a localidade de Caçaratiba (JE005), e no rio Araçuaí a jusante da foz do Rio Itamarandiba (JE013) apresentaram IQA Bom em pelo menos duas das quatro amostragens anuais, sendo as melhores condições de qualidade de água observadas em 2008. As situações mais críticas na bacia do rio Jequitinhonha, com ocorrência de IQA Ruim, foram observadas na primeira campanha na estação localizada na cidade de Jequitinhonha (JE021) e na segunda campanha de 2008, na estação localizada no rio Araçuaí na cidade de Araçuaí (JE017). Esta condição pode ser associada ao escoamento superficial que contribui como agente de propagação da poluição difusa. Entretanto, não se pode deixar de destacar o lançamento dos esgotos domésticos das cidades de Jequitinhonha e Araçuaí que também são importantes fontes de contaminação dos corpos de água. A CT Baixa predominou por toda a bacia com 84,6% de ocorrência, assim como no ano anterior. Por outro lado, a CT Média que não havia sido registrada em 2007, apresentou 7,7% de frequência em 2008. Consequentemente, as ocorrências de CT Alta diminuíram significativamente, passando de 15,4% em 2007 para 7,7% em 2008.

A Contaminação por Tóxicos Alta foi identificada apenas na quarta campanha na estação localizada no rio Jequitinhonha na cidade de Almenara (JE023), em função do mercúrio total. Essas ocorrências de mercúrio ocorrem

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esporadicamente na bacia e sua causa pode ser associada às atividades de mineração ao longo do rio.

Na estação localizada no rio Araçuaí na cidade de Araçuaí (JE017), a CT foi considerada Média devido à violação do parâmetro cobre dissolvido na segunda campanha de 2008. Essa violação pode ser associada a agropecuária desenvolvida na bacia.

BACIA DO RIO MUCURI

A análise dos dados de Índice de Qualidade das Águas (IQA) obtidos na bacia do rio Mucuri nos quatro trimestres de 2008 mostrou um aumento significativo na freqüência anual de ocorrências de IQA Bom, o qual passou de 20,8% de ocorrência em 2007 para 40,6%, condição predominante na bacia. Analogamente, as ocorrências de IQA Ruim aumentaram, passando de 12,5% em 2007 para 25,0% em 2008. Consequentemente, observou-se a redução da ocorrência de IQA Médio, o qual apresentou 66,7% de freqüência em 2007 e 34,4% em 2008.

Verificou-se ainda, o aumento das ocorrências de IQA Ruim de 6,3% no período de seca para 43,8% no período chuvoso. O IQA Bom passou de 31,3% na estação chuvosa para 50,0% na estação seca, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante nesta bacia.

Os parâmetros que mais influenciaram os resultados de IQA foram coliformes termotolerantes e turbidez. Destaca-se a influência do escoamento superficial com agente da poluição difusa e o lançamento de esgoto doméstico, como fatores de degradação da qualidade dos corpos hídricos dessa bacia.

Na estação localizada no rio Pampã a montante da foz com o rio Mucuri (MU011) registrou-se IQA Bom no segundo, terceiro e quarto trimestres, sendo a melhor condição observada em 2008.

A pior condição de qualidade de água na bacia do rio Mucuri em 2008 foi identificada no rio de Todos os Santos a jusante da localidade de Pedro Versiani (MU007). Nesse trecho do rio, a ocorrência de IQA Ruim foi registrada na primeira, terceira e quarta campanhas de 2008, resultado influenciado pelo lançamento de esgoto doméstico do município de Teófilo Otoni.

Em 2008, houve uma piora em relação a Contaminação por Tóxicos na bacia do rio Mucuri. A CT Baixa, observada em 100% das estações de amostragem em 2007, foi registrada em 50% das estações em 2008. Conseqüentemente, a ocorrência de CT Média e Alta foi verificada com 37,5% e 12,5% de frequência, respectivamente.

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A CT Alta foi observada na estação localizada no rio Todos os Santos a jusante da cidade de Pedro Versiani (MU007), devido às violações dos parâmetros nitrogênio amoniacal e chumbo total.

Nas estações localizadas no rio Mucuri a montante da foz do ribeirão Marambaia (MU001) e a jusante do ribeirão Marambaia (MU005), foi observada a CT Média devido à ocorrência de chumbo total. Na estação localizada no ribeirão Marambaia próximo de sua foz no rio Mucuri (MU003) os parâmetros responsáveis pela CT Média foram chumbo total e cobre dissolvido. Estes parâmetros estão ligados ao lançamento de esgoto doméstico e resíduos industriais.

BACIA DO RIO PARDO

A análise dos dados de Índice de Qualidade das Águas (IQA) obtidos na bacia do rio Pardo em 2008 mostrou que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA Bom permaneceu predominante em toda a bacia (75%). Não houve ocorrência de IQA Ruim e Muito Ruim em 2008. Conseqüentemente, a ocorrência de IQA Médio diminuiu, passando de 42,9% de freqüência em 2007 para 25% em 2008.

Verificou-se ainda o aumento das ocorrências de IQA Bom, que passou de 50,0% na estação chuvosa, para 100,0% na estação seca. O IQA Médio, que não foi verificado no período de seca passou para 50,0% no período chuvoso, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante na bacia do rio Pardo.

O IQA Bom foi verificado no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2008 em todas as estações da bacia do rio Pardo. Analogamente, o IQA Médio foi observado na primeira campanha de 2008 em todas as estações monitoradas, época na qual houve elevados índices de precipitação, o que evidencia o papel do escoamento superficial como agente de disseminação da poluição pontual. Os parâmetros que mais interferiram no IQA foram coliformes termotolerantes e turbidez.

A estação localizada no rio Pardo na cidade de Cândido Sales (PD005) apresentou a pior condição de qualidade de água da bacia em 2008, com o menor valor de IQA Médio obtido no primeiro trimestre (54,1). Esse resultado reflete o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento do município de Cândido Sales.

A Contaminação por Tóxicos - CT em 2008 foi Baixa para todos os parâmetros, em 100% das estações monitoradas, mesmo resultado do ano anterior.

BACIA DO RIO GRANDE

Em 2008 o Índice de Qualidade das Águas (IQA) na bacia do rio Grande apresentou-se predominantemente no nível Médio (52,5%), assim como no ano

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de 2007 (59,7%). Por outro lado, verificou-se a diminuição das ocorrências de IQA Bom e Muito Ruim, os quais apresentaram, respectivamente, 20,8% e 0,6% de frequência em 2007 e respectivamente, 18,2% e 0,4% de frequência em 2008. Destaca-se a ocorrência de IQA Excelente, com 0,4% de frequência. A poluição difusa determinada pelo carreamento de poluentes é característica da estação chuvosa. O aumento das ocorrências de IQA Ruim em 2008 de 19% na estação seca para 38,3% na estação chuvosa corrobora tal afirmação. Além disso, o IQA Muito Ruim, que não foi detectado na estação seca, apresentou 0,9% de ocorrência no período chuvoso. Da mesma forma, o IQA Bom passou de 8,7% na estação chuvosa para 27,3% na seca.

Os parâmetros coliformes termotolerantes, fósforo total e turbidez foram os principais fatores que influenciaram o resultado do IQA em toda a bacia do rio Grande.

As melhores condições da bacia se encontram no rio Grande a montante da foz do rio Pardo (BG061), a jusante do reservatório de Furnas (BG051) e a jusante do reservatório de Itutinga (BG007). Destaca-se o registro de IQA Excelente na estação BG061 no primeiro trimestre e IQA Bom no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2008. Nas estações BG051 e BG007, verificou-se a ocorrência de IQA Bom nas quatro campanhas de 2008.

A pior condição desta bacia se encontra no trecho monitorado no córrego Liso a jusante do município de São Sebastião do Paraíso (BG071), que apresentou IQA Ruim na primeira, segunda e terceira campanha, e Muito Ruim na quarta campanha. Os parâmetros coliformes termotolerantes e DBO foram responsáveis por este resultado. A região é afetada diretamente pelo esgoto sanitário do município de São Sebastião do Paraíso despejado in natura no corpo de água.

Observou-se uma piora na qualidade das águas do rio Grande na cidade de Liberdade (BG001) e a montante do Reservatório de Furnas (BG019). As ocorrências de IQA Bom registradas em 3 campanhas em 2007 em ambas as estações foram observadas no segundo e terceiro trimestres na estação BG001 e apenas no terceiro trimestre de 2008 na estação BG019. A piora na condição de qualidade também foi verificada no rio Capivari próximo de sua foz no Rio Grande (BG009), o qual apresentou IQA Ruim no primeiro trimestre de 2008, situação que não havia sido verificada em 2007. Os lançamentos de esgotos sanitários nos corpos de água contribuem para o aporte de material fecal, matéria orgânica, sólidos e nutrientes degradando a qualidade dessas águas.

Na bacia do rio Grande houve a predominância da Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa em 2008 (72,7%), assim como no ano anterior (79,6%). Observou-se o aumento da ocorrência de CT Média e CT Alta de 16,7% e 3,7% respectivamente, em 2007 para 19,7% e 7,6% dos pontos de amostragem, respectivamente, em 2008.

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Quando se analisam os piores resultados de CT, a estação de amostragem situada no córrego Liso a jusante do município de São Sebastião do Paraíso (BG071) é novamente citada. Os parâmetros responsáveis pela CT Alta observada nesse ponto foram nitrogênio amoniacal, cianeto livre, cromo total e fenóis totais. A detecção de fenóis totais e nitrogênio amoniacal está relacionada, principalmente, às atividades de agricultura, aos despejos de esgotos domésticos e à presença de curtumes e laticínios registrados na área de drenagem da bacia. A ocorrência de cromo pode ser relacionada ao curtume e a matadouros, enquanto que a de cianeto está associada à fabricação de artefatos de plástico.

Das estações de amostragem que apresentaram CT Média, os parâmetros chumbo total, cianeto livre, cobre dissolvido, mercúrio total e fenóis totais, este presente em quase todas as estações, contribuíram para o resultado. No primeiro trimestre, período chuvoso, nota-se uma piora substancial da qualidade das águas em relação aos outros trimestres.

BACIA DO RIO PARANAÍBA

Como vem acontecendo desde 2003, em 2008 manteve-se a predominância de IQA Bom (54,2%) na bacia do rio Paranaíba em Minas Gerais, variando pouco em relação ao ano de 2007 (47,9%). A ocorrência anual de IQA Médio diminuiu de 42,3% em 2007 para 26,4% em 2008 e a de IQA Ruim aumentou, passando de 9,9% de freqüência em 2007 para 19,4% em 2008.

Verificou-se ainda em 2008, a diminuição das ocorrências de IQA Ruim e Médio de 33,3% e 27,8%, respectivamente, no período de chuvoso para 5,6% e 25,0%, respectivamente, no período seco. Consequentemente, o IQA Bom aumentou de 38,9%, no período chuvoso para 69,4%, na estação seca, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante na bacia hidrográfica do rio Paranaíba.

O IQA em 2008 foi influenciado negativamente de maneira expressiva pelo parâmetro coliformes termotolerantes, apresentando também pioras em função evidente de pH, fósforo total e turbidez. Isso demonstra a relevância da atividade de agropecuária na degradação dos recursos hídricos, com contaminação fecal e erosão. Também deve ser considerado o lançamento de esgotos sanitários de várias localidades nos corpos de água.

Os pontos localizados no rio Paranaíba entre os reservatórios de Emborcação e Itumbiara (PB007), no rio Paranaíba a jusante da usina hidrelétrica de São Simão (PB031), no rio Araguari a jusante do reservatório de Miranda (PB019) e no rio São Domingos próximo de sua foz no rio Paranaíba (PB033) apresentaram IQA Bom em todas as campanhas de amostragem de 2008, caracterizando as melhores condições de qualidade da bacia do rio Paranaíba nesse ano. Estes pontos, por estarem localizados a jusante de reservatórios tendem a apresentar IQA melhor, devido ao processo de sedimentação de sólidos e nutrientes.

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Os piores Índices de Qualidade da Água identificados por campanha foram sempre em pontos a jusante de grandes cidades. Sobressaem-se os pontos do rio Paranaíba a jusante da cidade de Patos de Minas (PB003), do rio Jordão a jusante da cidade de Araguari (PB009), do rio Capivara a jusante da cidade de Araxá (PB013) e do rio Uberabinha a jusante da cidade de Uberlândia (PB023), nos quais observou-se a ocorrência de IQA Ruim em duas campanhas de amostragem de 2008, em decorrência do lançamento de esgotos domésticos nos corpos de água.

Houve melhoria na qualidade das águas do rio Jordão a jusante da cidade de Araguari (PB009), rio Santo Antônio a montante do Reservatório de Nova Ponte (PB015) e rio Uberabinha a jusante da cidade de Uberlândia (PB023). Embora nas três estações de amostragem os valores calculados para o IQA por trimestre tenham se mantido na mesma faixa de qualidade, a média anual do IQA nas estações PB009 e PB023 passou de Ruim em 2007 para Médio em 2008 e na estação PB015 passou de Médio em 2007 para Bom em 2008. Observou-se uma piora na qualidade das águas do rio Araguari a montante do Reservatório de Nova Ponte (PB017) e a montante do Reservatório de Itumbiara (PB021), no rio Quebra Anzol a montante do Reservatório de Nova Ponte (PB011) e no rio Tijuco a montante do Reservatório de São Simão (PB027). As estações PB011, PB017 e PB027 apresentaram IQA Ruim no primeiro trimestre de 2008, condição que não havia sido verificada em 2007. Na estação PB021, o IQA Bom, observado em três dos quatro trimestres de 2007, foi registrado apenas no segundo e quarto trimestres de 2008. Esses resultados refletem os impactos sobre os corpos de água causados pelo lançamento de efluentes domésticos e industriais, exploração de fósforo e pecuária presentes na bacia do rio Paranaíba.

A Contaminação por Tóxicos (CT), repetindo o acontecido nos três anos anteriores, predominou como Baixa em 2008, diminuindo, no entanto, de 88,9% em 2007 para 61,1% das estações de amostragem em 2008. Já a ocorrência da CT Média aumentou de 11,1% em 2007 para 27,8% das estações em 2008. Ressalta-se que em 2007, nenhum contaminante chegou a atingir CT Alta, mas em 2008 duas estações de amostragem atingiram, representando 11,1% de ocorrência.

As ocorrências de CT Média e Alta estão relacionadas a cromo total e chumbo total. As contaminações Médias por chumbo total podem ser relacionadas a metalurgia e indústria têxtil, dos municípios de Ibiá, Sacramento, Santa Juliana, Uberlândia, Araguari, Tupaciguara e Santa Vitória. A contaminação Média por cromo total pode ser associada a atividades de metalurgia, de indústria têxtil e cerâmica.

A Contaminação Alta por cromo total se deu no rio Capivara a jusante da cidade de Araxá (PB013), sendo associada a indústria têxtil, curtume e metalurgia. A CT Alta também foi encontrada no rio Tijuco a montante do reservatório de São Simão (PB027), devido às concentrações de chumbo total, provenientes de indústria têxtil, cerâmica e metalurgia.

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20 BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL

As análises dos dados de índice de Qualidade das águas (IQA) obtidos na bacia do rio Paraíba do Sul em 2008 mostrou que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA Médio (51,0%) permaneceu predominante em toda bacia, resultado que vem sendo observado desde o inicio do monitoramento em 1997. Verificou-se o aumento dos registros de ocorrência do IQA Bom, o qual apresentou 1,3% de freqüência em 2007 e 18,6% em 2008. As ocorrências de IQA Ruim diminuíram de 43,0% em 2007 para 30,4% de freqüência em 2008. Ressalta-se que o IQA Muito Ruim, registrado com 1,3% de freqüência em 2007 não foi registrado em 2008.

Verificou-se ainda em 2008, a diminuição das ocorrências de IQA Ruim e Médio de 45,5% e 52,3%, respectivamente, no período de chuvoso para 19,0% e 50,0%, respectivamente, no período seco. Consequentemente, o IQA Bom aumentou de 2,3% no período chuvoso para 31,0%, na estação seca, caracterizando o tipo de poluição difusa como predominante na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo do IQA na Bacia do Rio Paraíba do Sul em 2008 foram turbidez e coliformes termotolerantes, indicando a forte interferência das atividades da mineração e o lançamento de efluentes domésticos sobre a qualidade dos corpos de água.

A melhor condição de qualidade de água foi verificada no rio Novo próximo de sua foz no rio Pomba (BS046), o qual apresentou IQA Bom em três campanhas de amostragem de 2008.

A pior condição de qualidade de água foi observada no rio Paraibuna a jusante de Juiz de Fora (BS017), com registro de IQA Ruim nas quatro campanhas de 2008, em decorrência do lançamento de esgotos domésticos nos corpos de água. Esse resultado mostra a interferência dos esgotos domésticos e industriais do município de Juiz de Fora, lançados nesse corpo de água

Na bacia do rio Paraíba do Sul predominou a ocorrência de Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa em 2008, quando 79,3% dos pontos monitorados permaneceram nessa condição. Observou-se ainda a redução da frequência da CT Alta e Média, com ocorrência em 20,7% e 10,3% das estações, respectivamente, em 2007 e 13,8% e 6,9% das estações em 2008.

As ocorrências de CT Média e Alta estão associadas às concentrações de fenóis totais, nitrogênio amoniacal, cádmio total, zinco total e chumbo total. A presença desses contaminantes nos corpos de água reflete a interferência dos lançamentos de esgoto doméstico e das atividades industriais, principalmente dos ramos alimentício, têxtil, metalúrgico e siderúrgico.

A CT Alta por cádmio total se deu no rio Paraibuna a jusante de Juiz de Fora (BS017) e na ponte de acesso à represa João Penido (BS083), sendo associada a indústria têxtil e metalúrgica presentes no município de Juiz de

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Fora. A CT Alta também foi verificada no rio Xopotó a jusante de Visconde do Rio Branco (BS077) e no ribeirão Meia Pataca a montante do rio Pomba (BS049), devido às concentrações de fenóis totais, provenientes do esgoto doméstico, além de indústrias têxtil, alimentícia e de papel e papelão localizadas no município de Cataguases e alimentícia em Visconde do Rio Branco.

BACIA DO RIO DOCE

Observou-se a predominância de IQA Médio na bacia do rio Doce no ano de 2008 (60,1%), assim como no ano anterior (53,4%). Os IQAs Bom e Ruim que apresentaram 29,7% e 16,9%, respectivamente, em 2007 passaram para 29,2% e 10,7%, respectivamente em 2008. Destaca-se que o IQA Ruim, que em 2007 foi registrado em dezoito estações de amostragem, foi obtido em quatorze estações no ano de 2008, apesar de ter ocorrido o acréscimo de trinta e dois pontos na rede de monitoramento da bacia do rio Doce neste ano.

Vale saber que, em 2008, o IQA Médio prevaleceu no período chuvoso, com 66,7% de freqüência, diminuindo para 52,4% na estação seca. Consequentemente, o IQA Bom aumentou de 25,0% no período chuvoso para 34,1% no seco. Analogamente, o IQA Ruim passou de 8,3% na estação chuvosa para 13,4% na seca.

Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo de IQA em 2008 foram coliformes termotolerantes, turbidez, DBO e fósforo total, indicando a forte interferência dos lançamentos de esgotos domésticos, pecuária e de práticas de uso insustentável do solo em toda a bacia do rio Doce.

Os pontos localizados nos rios Doce a montante da foz do rio Casca (RD019), Santa Bárbara na localidade de Santa Rita das Pacas (RD027) e Piracicaba a montante da confluência com o ribeirão Japão (RD032) foram os que apresentaram ocorrência de IQA Bom em pelo menos duas campanhas e, portanto, exibiram as melhores condições de qualidade das águas da bacia do rio Doce no ano de 2008.

As piores condições de IQA, no ano de 2008, foram encontradas nos rios Piranga a jusante de Ponte Nova (RD013) e Caratinga a jusante da cidade de Caratinga (RD056), os quais apresentaram IQA Ruim na terceira e quarta campanhas. Esses resultados confirmam o grande impacto dos lançamentos dos esgotos de Ponte Nova e Caratinga sobre a qualidade das águas desta bacia.

Verificou-se em 2008 melhoria na qualidade das águas do rio Piracicaba a montante da confluência com o ribeirão Japão (RD032), pois o IQA Ruim observado na primeira campanha de 2007 não foi registrado em nenhuma campanha de 2008.

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Detectou-se piora na qualidade das águas do rio Piranga, a jusante de Ponte Nova (RD013), que em 2007 apresentou IQA Ruim somente na primeira campanha, mas o apresentou na terceira e quarta campanhas de 2008. A piora na qualidade também foi verificada no rio Piracicaba, a jusante do rio Santa Bárbara em Nova Era (RD029), pois o IQA Excelente e o IQA Bom observados no terceiro e quarto trimestres de 2007, respectivamente, não foram registrados em 2008, tendo sido obtido IQA Médio em todas as campanhas desse ano. Esses resultados refletem a influência do lançamento de esgoto de Nova Era nesse corpo de água.

Houve predominância de Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa na bacia do rio Doce em 2008, como no ano de 2007, com ocorrência em 78,1% dos pontos monitorados. A CT Alta, que em 2007 ocorreu em 12,5% das estações, apresentou aumento em 2008 uma vez que foi registrada em 17,2% dos pontos. Em relação à CT Média pôde-se observar diminuição na freqüência de ocorrência, passando de 9,4% em 2007 para 4,7% das estações em 2008. A pior condição de CT foi observada no ponto localizado no rio Casca, no distrito de Águas Férreas (RD018), onde o chumbo total e o cianeto livre foram responsáveis pela CT Alta no ano de 2008. Esses resultados possivelmente derivam da fabricação de material plástico por indústrias presentes no município de Rio Casca.

Em toda a bacia do rio Doce, no ano de 2008, os responsáveis pela ocorrência de CT Alta foram cianeto livre e chumbo total, enquanto aqueles responsáveis pela ocorrência de CT Média foram arsênio, zinco e fenóis totais. O arsênio novamente aparece no rio do Carmo, distrito de Monsenhor Horta (RD009), e está relacionado com o histórico de garimpo de ouro na região. No restante da bacia a ocorrência dos contaminantes está associada à mineração, ao uso de agroquímicos e às indústrias siderúrgicas e de material plástico.

Referências

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