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A SAÚDE COMO TERRENO DE ORGANIZAÇÃO E LUTA DOS TRABALHADORES

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Academic year: 2021

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A SAÚDE COMO TERRENO DE

ORGANIZAÇÃO E LUTA

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(3)

Medicina do

Trabalho

Saúde

Ocupacional

Saúde do

Trabalhador

(4)

Características da

medicina do trabalho

criado e gerido pelas empresas;

dirigidos por pessoas de inteira confiança do patrão,

dispoatas a defendê-lo;

serviços centrados na figura do médico:

 a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos ao

trabalho era tarefa eminentemente médica;

 a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde

ficava transferidas ao médico.

controle da força de trabalho:

 controle do absenteísmo: análise dos casos de doença, faltas,

licenças.

(5)

“ O corpo médico é a seção de

minha fábrica que me dá mais

lucro.”

(6)

Medicina do trabalho

A ausência ou precariedade dos sistemas de saúde

fez com que os serviços médicos de empresas

passassem a criar e manter a dependência e

controle do trabalhador (e frequentemente dos seus

familiares).

(7)

Medicina do trabalho

Voltado para a garantia do processo de

produção:

Selecionar

trabalhadores

com

maior

aptidão física e mental à atividade da

empresa;

Adaptar os trabalhadores às condições de

trabalho pré-estabelecidas;

Mantendo o controle sobre a força de

trabalho para garantir maiores lucros.

(8)
(9)

Saúde Ocupacional

Serviços de saúde e segurança ocupacional das

empresas:

criados e organizados pelos patrões.

negam-se a reconhecer que as doenças dos trabalhadores

estão relacionadas ao trabalho, especialmente as lesões

por esforços repetitivos – LER, intoxicações crônicas,

doenças cardiovasculares, transtornos mentais e outras.

o controle do absenteísmo é o mais importante.

sonegam informações aos trabalhadores e desprezam o

saber operário.

as doenças são tratadas como fenômenos individuais,

escondendo seu caráter social e a relação com o processo

de produção.

os trabalhadores são tratados como “objetos” das ações de

(10)
(11)

Saúde Ocupacional

 a segurança do trabalho - centrada na aplicação de medidas de proteção de caráter individual (EPI) e na adoção de

“limites de tolerância” - medidas ineficazes para a efetiva

proteção da saúde dos trabalhadores. Reduzem a exposição e não eliminam os fatores nocivos à saúde.

 as análises dos acidentes de trabalho, realizadas pelas próprias empresas, tendem a mascarar a responsabilidade patronal, buscando culpar o próprio trabalhador, geralmente por

imperícia, descuido ou desatenção (o chamado “ato inseguro”). Configura-se, desta forma, um modelo patronal, tecnicista e distanciado dos trabalhadores.

(12)

Saúde Ocupacional

 os acidentes de trabalho, ocorrências possíveis de serem previstas e prevenidas, são tratados como inerentes ao trabalho, ou seja, mera consequência. A própria palavra “acidente” passa a ideia de “fatalidade” (construção ideológica burguesa).

(13)

13

SAÚDE

DO

(14)

14

A SAÚDE NÃO SE VENDE,

NEM SE DELEGA.

(15)

Modelo Operário Italiano

Contexto:

Pós guerra – Crescimento do emprego industrial;

Indústria de exportação / competição

intercapitalista;

Final dos anos 50: Baixos salários, intensificação

de ritmo e cargas de trabalho, desemprego e

aumento dos acidentes/doenças relacionados ao

trabalho.

(16)

Modelo Operário Italiano

Elaboração do Modelo Operário:

Centro de Luta Contra a Nocividade do Trabalho –

Turin (1964);

Publicação do Modelo Operário (1969).

Socialização/Consolidação (1968-1974)

Período marcado pelo crescimento das lutas

(17)

Modelo Operário Italiano

Método: Pesquisa-Ação (empirismo)

Conceitos chave:

Grupos operários homogêneos;

Experiência ou subjetividade operária

Não delegação;

Não monetização;

(18)

Modelo Operário Italiano

Processo de investigação:

Resgatar e sistematizar a experiência do coletivo

operário em relação aos fatores de risco presentes

no ambiente e processo de trabalho.

Concretiza-se por meio dos grupos homogêneos,

valendo-se da pesquisa baseada no esquema dos

4 grupos de fatores de risco:

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Modelo Operário Italiano

Os 4 grupos de fatores de risco:

Grupo 1 – definem o ambiente fora e dentro da fábrica (temperatura, iluminação, ruído, umidade, ventilação);

Grupo 2 – fatores de risco característicos da fábrica |(poeiras, gases, vapores, fumaças, substâncias químicas);

Grupo 3 – fadiga derivada do esforço físico;

Grupo 4 – os demais fatores que causam fadiga – ritmo, monotonia, repetitividade, tensão nervosa, posições

(20)

Os resultados são validados consensualmente, a fim

de que reflitam a experiência coletiva. Registram-se

somente as observações que o grupo homogêneo

reconhece como corretas e verídicas.

Verificam-se com medições e registros bioestatísticos os

fatos revelados na pesquisa coletiva com o objetivo de

quantificá-los (O que? Onde ? Quando?).

Elabora-se o

mapa de risco (representação gráfica)

que serve de base para a construção da pauta de

reivindicações (validada consensualmente) e são

definidas as estratégias de luta para alcançá-la.

(21)

“Em termos metodológicos, a inovação

do Modelo Operário não consiste em

uma reconceituação da enfermidade

nem da relação entre o trabalho e a

saúde, mas da mudança na forma de

gerar o conhecimento”

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Lutas Operárias 1968-1974

 Surgem a partir dos locais de trabalho, assumindo o caráter de

rebelião contra a organização capitalista do trabalho.

 Ampliação da organização operária nas fábricas. Delegados

eleitos nos centros de trabalho formavam os conselhos de fábrica.

 1972: 10 mil conselhos de fábrica, com 97 mil delegados,

representando 2,5 milhões de trabalhadores.

 1974: 16 mil conselhos de fábrica, com 150 mil delegados,

representando 4 milhões de trabalhadores.

 Abrange trabalhadores dos ramos metalúrgico, petroquímico,

construção civil, têxtil, calçadista, elétrico e agrícola. Em importantes empresas: Fiat, Alfa-Romeo, Pirelli e outras.

(23)

Lutas Operárias 1968-1974

Este intenso processo de lutas no interior das fábricas permitiu avanços para o proletariado nos contratos coletivos de trabalho, além de conquistar o reconhecimento legal dos seguintes direitos:

 acompanhar fiscalizações e a execução de melhorias nos ambientes

e na organização do trabalho.

 direito à informação sobre riscos, medidas de controle, os resultados

de exames médicos e de avaliações ambientais.

 direito à recusa ao trabalho em condições de risco grave para a

saúde ou a vida.

 direito à consulta prévia aos trabalhadores, por parte dos patrões,

sobre as mudanças de tecnologias e formas de organização do trabalho.

 direito de participar da escolha de tecnologias.

 direito de homologar a contratação dos profissionais que atuam

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Contraofensiva patronal

Conjuntura de crise mundial capitalismo (1973-1974).

Reestruturação produtiva (mudança nas formas de

gestão e da base técnica/ novas tecnologias).

Dispersão produtiva (deslocamento de fases inteiras

do processo produtivo para outras empresas de menor

porte).

Maior apoio estatal ao capital.

Crescimento das demissões, fragilização dos grupos

operários homogêneos e conselhos de fábrica.

Divisões entre as 3 Centrais Sindicais o que fragilizou o

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Limites do Modelo Operário

Ausência de teorização – baseado exclusivamente

na experiência operária coletiva.

A experiência dos grupos homogêneos operários é

importante para conhecer a realidade, mas não é

imediatamente reveladora de sua essência.

As mudanças ocorridas no processo de produção

(novos métodos de gestão e novas tecnologias)

anulam a capacidade explicativa baseada

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Modelo UAM-Xochimilco

Baseada em referencial marxista.

Objeto estudo:

Relação entre o processo de produção e processo

saúde-doença. Busca análise global.

Investigação do perfil patológico e estratégias de

geração valor; processos de trabalho/produção (base

técnica e organização FT); cargas de trabalho e

padrões de desgaste.

Estudo do padrão de desgaste-reprodução da

(27)

27

ELEMENTOS PARA UMA POLÍTICA

DE ATUAÇÃO SINDICAL

Buscar a participação ativa dos trabalhadores,

inclusive dos terceirizados, fortalecendo as organizações

por local de trabalho – OLT.

Acolher as demandas individuais dos trabalhadores

lesionados

e estabelecer estratégias para o

enfrentamento coletivo da nocividade dos

ambientes e processo de trabalho.

Articular as ações formação política,

organização e comunicação voltadas à defesa da

saúde dos trabalhadores.

(28)

28

ELEMENTOS PARA UMA POLÍTICA

DE ATUAÇÃO SINDICAL

Buscar organizar os trabalhadores lesionados

e/ou aposentados, visando à garantia de direitos

(tratamento/reabilitação, previdenciários e

trabalhistas).

Lutar pela redução das jornadas de trabalho

como bandeira de luta em defesa da saúde dos

trabalhadores. A organização do processo de trabalho

estabelece enormes cargas de desgaste, onde se associa

e potencializa a exposição e efeitos relacionados ao

conjunto de riscos químicos, físicos, ergonômicos e

psicossociais.

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Referências

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