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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE TRÊS A NOVE ANOS DE IDADE DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DE CAMPO GRANDE / MATO GROSSO DO SUL RESUMO

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE TRÊ S A NOVE ANOS

DE IDADE DE INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DE

CAMPO GRANDE / MATO GROSSO DO SUL

GISLAINE DOMINGUES CRN-3 12.129 SUELLEN CRISTINA MENDES MAGRO CRN-3 22.132

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar e acompanhar ano a ano o estado nutricional de crianças de três a nove anos de idade de instituições filantrópicas de Campo Grande/MS nas quais estudam em período integral.

Realizou-se o estudo em treze entidades onde oitocentos e oitenta e quatro crianças foram assistidas no período de junho de 2004 a julho de 2007.

A partir dos resultados da avaliação nutricional apresentados através de indicadores antropométricos, verificamos que houve uma diminuição de crianças fora do parâmetro de normalidade, e um aumento das crianças avaliadas dentro da normalidade. Dados relevantes frente ao número da população pesquisada.

Palavras – chave: estado nutricional; alimentação de crianças de três a nove anos; Entidades Filantrópicas de Campo Grande/MS.

INTRODUÇÃO

O consumo de uma dieta balanceada desde a infância é extremamente importante para o crescimento e desenvolvimento intelectual, pois melhora o nível educacional e reduz transtornos de aprendizado causado por deficiências nutricionais, tais como anemia e desnutrição.

Estudos sobre a alimentação e o estado nutricional de crianças de três a nove anos, estão freqüentemente relacionados com a ingestão alimentar da família ou com o nível sócio-econômico da mesma, estes interferem diretamente na saúde da criança

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mesmo obtendo uma alimentação equilibrada nas Entidades Filantrópicas onde permanecem a maior parte do dia.

Partindo deste pressuposto, o presente estudo visa verificar se estas Entidades Filantrópicas estão contribuindo para a saúde nutricional das crianças assistidas.

Sabe-se que a faixa etária de 3 a 9 anos é de crescimento, e se não houver conscientização à respeito de uma alimentação adequada, futuramente podem ter alguma ocorrência patológica que poderá comprometer o desenvolvimento da criança.

A alimentação é o princípio básico da saúde e da vida, sendo fundamental no crescimento e desenvolvimento das crianças. No entanto, a privação de alimentos, tanto pela quantidade reduzida como pela má qualidade ou variedade de alimentos, provoca danos irreparáveis à saúde desta faixa etária.

OBJETIVO

Este trabalho teve por objetivo avaliar, acompanhar e comparar ano a ano o estado nutricional de crianças de três a nove anos de idade de instituições filantrópicas de Campo Grande/MS nas quais estudam em período integral.

Realizou-se o começo do estudo de junho à setembro de 2004 avaliando o peso e altura, de 453 crianças, em 7 instituições com idade de 3 meses à 12 anos, no qual encontramos 49 (11%) abaixo do peso, 46 (10%) sobrepeso, e 358 (79%) no peso/altura corretos para a idade.

De julho à novembro de 2005 pesamos 572 crianças, em 9 instituições, sendo 44 (8%) abaixo do peso, 23 (4%) acima do peso e 505 (88%) eutróficas.

Nos meses de maio, junho e julho de 2007 foram realizados novamente esta

avaliação, em 13 instituições, com um total de 884 crianças, sendo que 59 (7%) estão

abaixo do peso, 27 (3%) estão acima do peso e 798 (90%) estão no peso/altura

adequado para idade.

Para o diagnóstico nutricional foram utilizados os indicadores de parâmetros antropométricos: peso/idade, peso/altura e altura/idade avaliados pelo percentil, considerando o NCHS (1997). Os dados foram processados pelo programa Epi-Info 2002.

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Sabe-se que a faixa etária dos 3 aos 9 anos é de crescimento, e se não dispor de nutrientes essenciais e conscientizar à respeito de uma alimentação correta no momento, futuramente podem ter alguma patologia que poderá comprometer a vida toda destas crianças.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda encontrar 7% de crianças abaixo do peso e 3% acima do peso.

Assim como a má alimentação e a falta de equilíbrio energético , e até mesmo o sobrepeso que se observam nas crianças avaliadas, é motivo de especial preocupação, pois, a ingestão de micronutrientes está estreitamente relacionada com a ingestão de energia, sendo possível que as crianças cujo consumo de energia é menor, também sofram de deficiência de ferro e zinco.

O presente estudo mostra que, a partir dos resultados da avaliação nutricional apresentados através de indicadores antropométricos, houve um declínio das crianças encontradas fora do parâmetro de normalidade e um aumento das crianças avaliadas dentro da normalidade. Dados relevantes frente ao número da população pesquisada.

MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados para realização deste estudo foram: trena e balança portátil, estes equipamentos foram utilizados para realizar a avaliação antropométrica e avaliar o estado nutricional das crianças assistidas pelas Entidades Filantrópicas.

Primeiramente, em 2004, sete instituições foram visitadas e em 2005 e 2007 as mesmas, acrescentando mais seis ao final do projeto. Foi solicitado a autorização de coleta de dados nos locais.

Durante as visitas, foram aplicados questionários de caracterização destas entidades, número de crianças inscritas, custo alimentar por criança, descrição e quantificação das refeições realizadas pelas crianças, seus mantenedores, seus requisitos para recebimento de verbas.

Foi realizada a avaliação antropométrica em 884 crianças na faixa etária de 3 a 9 anos, inscritas em treze das entidades do município de Campo Grande.

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A avaliação antropométrica começou em junho de 2004 a julho de 2007. Os dados pessoais das crianças, tais como nome completo, idade, sexo e data de nascimento foram obtidos através dos termos de inscrição, concedidos pela entidade.

Uma sala da entidade foi requisitada para que fosse realizada a avaliação antropométrica, sendo que as crianças foram encaminhadas à mesma, separadas por sexo e turma, em intervalos regulares.

Para obtenção da estatura das crianças , a fita métrica foi afixada em paredes, sem cantoneiras e em contato com pisos regulares. As crianças foram posicionadas em pé, eretas, imóveis, com os braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça mantida no plano de Frankfort. A nuca, ombros, nádegas e calcanhares permanecem encostados no centro da fita métrica, com os joelhos unidos.

A aferição da estatura foi feita em centímetros, com instrumentos apresentando variação da escala em milímetros por serem mais precisos. No caso das meninas, os cabelos estavam soltos e sem adornos.

Para obtenção do peso das crianças, foi utilizada balança digital da marca “Sanny”, com capacidade máxima de 150 Kg e divisão de 100g. As crianças foram pesadas individualmente, com o mínimo de roupa possível, descalças e antes de terem realizado a refeição mais próxima.

Foram mantidas imóveis, de modo que o peso ficou igualmente distribuído sobre a balança. Os indicadores antropométricos peso/idade (PI), peso/altura (PA) e altura/idade (AI) foram adotados para diagnosticar o estado nutricional das crianças de 3 a 9 anos através do percentil, considerando p Padrão de Referência da National

Center of Health Statistics - NCHS (NCHS: 1977), recomendado pela Organização

Mundial de Saúde (OMS, 1995), cujas classificações são: < P3 = Desnutrição, < P10 até P5 = Baixo Peso, P50 = Normalidade, > P90 = Sobrepeso e < P95 = Obesidade. O processamento dos dados foi feito utilizando o aplicativo Nutrition do Programa Epi Info versão 2002.

REVISÃO DE LITERATURA

Os pré-escolares cuja idade vai dos 3 aos 6a ano, ganham, em média, 2 Kg de

peso corporal. Aos 6 anos, a criança tem em média 21 Kg, isto é, dobra o peso que

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tinha no primeiro ano (BODINISKI, 1999). A estatura de nascimento aumenta em 50% no primeiro ano, mas não é dobrada até aproximadamente a idade de 4 anos. O aumento de altura varia de 6 a 8 cm por ano, de 2 anos de idade até a aceleração puberal (MAHAN e ESCOTT – STUMP, 2002).

A composição corpórea nas crianças de idade pré-escolar permanece relativamente constante. A gordura diminui gradualmente durante os primeiros anos na infância, atingindo o mínimo, aproximadamente, aos seis anos de idade.

Após isto, ela aumenta ( a chamada recuperação de adiposidade) em preparação para o estirão de crescimento puberal (DEITZ, 1994 apund MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).

Os gráficos de desenvolvimento para o nascimento até 36 meses de idade são baseados nas medidas de altura e pesos sem roupa, enquanto os gráficos utilizados para 2 a 18 anos de idade são baseados nas normas de ficarem em pé e peso com roupas leves e sem sapatos (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).

O peso que aumenta em uma taxa rápida e supera o padrão de crescimento sugere o desenvolvimento de obesidade. A ausência de ganho ou perda de peso, durante um período de meses, pode ser resultado de desnutrição, enfermidade aguda, doença crônica não diagnosticada ou problemas emocionais ou familiares significantes. (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).

O período pré-escolar é um momento de crescimento significante nas áreas social, cognitiva e emocional ( MAHAN e ESCOTT-STUMO, 2002).

A saúde, na idade pré-escolar, se refletirá definitivamente na adolescência e vida adulta, sendo fundamental que sejam atendidas as exigências nutricionais nesta

faixa etária. A desnutrição na faixa pré-escolar, por exemplo, pode levar a alterações físicas, funcionais e anatômicas, repercutindo, negativamente, no crescimento e desenvolvimento da criança, na apatia, no retardo de linguagem, na diminuição da capacidade de concentração e baixa resposta a estímulos (CARDOSO e CARRAZZA

apud ACCIOLY, SAUNDERS e LACERDA, 2004).

As medidas mais sensíveis do crescimento são o peso e estatura, que devem ser obtidos periodicamente em equipamentos adequados e de acordo com as normas de aferição pré-estabelecidas e registradas em instrumentos adequados (ACCIOLY, SAUNDERS e LACERDA, 2004).

As necessidades de energia de uma criança são determinadas com base no metabolismo basal, taxa de crescimento e atividade. A energia dietética deve ser

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suficiente para assegurar o crescimento e poupar proteína de ser utilizada para energia, sem que os resultados sejam excessivos e levem à obesidade. A ingestão de energia para crianças saudáveis, em crescimento, da mesma idade e sexo varia dependendo principalmente de seu nível de atividade. É útil determinar as necessidades de energia em base individual, utilizando quilocalorias por quilograma de peso. (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002; BEAL apud MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2002).

As refeições devem ser feitas e, horários regulares, sem rigidez excessiva, porém com disciplina. Entre os 5 e 7 anos, a criança pode recusar carnes gordurosas, molhos, verduras cozidas e alimentos de sabor pronunciado, preferindo os mais simples, sem misturas e servidos mornos (WAITZBERG, 2004)

De acordo com Lacerda et al.(2002), deve-se diversificar os alimentos na forma de preparo e apresentação das refeições (combinações coloridas de alimentos, consistência sólida e alimentos separados no prato); permitir certo grau de repetição de determinados alimentos, desde que a criança receba cardápio balanceado; a criança deve descontrair-se antes das refeições, devem ser evitados doces, petiscos e bebidas de alto teor energético entre as refeições.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a parcela de crianças que se apresentam fora da normalidade pode não ser formada por vítimas da fome ou da má nutrição necessariamente, uma vez que se detectou que as instituições oferecem os alimentos necessários para uma dieta saudável, mas por vítimas de maus tratos em casa ou doenças como verminose, bronquite asmática, diarréia crônica anemia, além da falta de orientação nutricional pois esta tem grande importância no esclarecimento tanto dos pais quanto da criança em suas escolhas alimentares, uma vez que os hábitos alimentares são formados até os dois anos de idade e serão os mesmos por toda a vida.

Portanto, somente através da implantação de ações educativas que promovam a saúde, programas públicos destinados a esta população e que estejam mais voltados para a educação nutricional do que somente com a oferta de alimentos, podemos conseguir a diminuição de crianças abaixo do peso e sobrepeso.

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No presente estudo, as prevalências de acima do peso em 2004 foram de 10% e em 2007, 3%. Contudo, segundo o Departamento de Endocrinologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria apud Zanella (2003), a obesidade atinge entre 8% e 10% das crianças. Ao contrário da desnutrição, que pode causar a morte logo nos primeiros anos de vida, a obesidade ameaça a ter o mesmo desfecho mais tarde, quando se manifestam as complicações associadas à doença, as chamadas Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT).

A obesidade infantil atinge no Brasil entre 7% e 15% das crianças, dependendo da região (IBGE, 2004). Na região Centro – Oeste, segundo o IBGE (2004), a prevalência de obesidade infantil em crianças dos sexos masculino e feminino são, respectivamente, 8 .6% e 10,6%.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E. M. de A. Nutrição em Obstetrícia e

Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2004.

AUGUSTO. A. L. P. et.al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2002.

BODINSKI, L. H. Dietoterapia: princípios e prática. São Paulo : Atheneu, 1999.

CUPPARI, L. Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. Barueri, SP: Manole, 2002. Estratégia global da OMS para Alimentação e Nutrição. In: 57º Assembléia Mundial de Saúde WHA57., 2004. Obtido Via Internet www.mesabrasil.sesc.com.br/artigos/EstratGlobalOMSAlimentNutric.pdf. Acesso em 09 out. 2005, 9h05min.

GOUVEIA, E. L. Nutrição Saúde & Comunidade. 2.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.

IBGE. Prevalência de Obesidade em Crianças de Diferentes Regiões no Brasil, 2004. Brasília: IBGE, 2004. Obtido via Internet. www.ibge.gov.br. Acesso em 15 de out. 2005, 21h.

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IBGE. Tabela da População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo os grupos de idade, Brasil. Obtido via Internet. www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tabelabrasil111.shtm. Acesso em 09 out. 2005, 7h29min.

RIBEIRO. E. R. O. et.al. Comparação entre duas coortes de mães adolescentes em

municípios do Sudeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 34, n.

2, p. 136, 2000.

VASCONCELOS, F., A, G. Avaliação nutricional de coletividades. Florianópolis: Editora UFSC, 1993

Referências

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