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O Clube de Lazer

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Academic year: 2021

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Capítulo IX

O Clube de Lazer

Importante: reportar-se ao capítulo 1.

se-ção Atividades de Lazer - Aspecto físico/ Aspecto social e moral.

A nossa única intenção é informar e de-monstrar o que poderá ser feito no do-mínio do lazer, tão importante à nossa época de civilização industrial e que os sociólogos têm considerado indispen-sável ao homem, fato de que há muito já estávamos convencidos.

Esse lazer - atualmente em moda - sobre o qual tanto se tem falado e escrito, e que, na realidade, pouco se tem concre-tizado em benefício da população. As informações e demonstrações aqui registradas surgiram de uma experiên-cia única no gênero, podendo servir de base à reflexão e à procura de soluções em cada estabelecimento de ensinp. Com efeito, a diversidade de situações climáticas;

geográficas;

de meio urbano ou rural;

de grau de desenvolvimento: esportivo, artístico, cultural...;

de relações exteriores possíveis; de densidade populacional; do Norte ou do Sul do País; do Leste ou do Oeste; de uma região ou de outra;

de um setor ou de outro, fazem com que somente o estabelecimento possa insti-tuir eficazmente a sua organização e de-cidir sobre os seus meios de ação ime-diatos e futuros.

O necessário é fazer alguma coisa pelos adultos de amanhã, que são os nossos alunos de hoje.

Advertência

O leitor não se deve mostrar ansioso ou antecipadamente desencorajado pela

amplitude das atividades de lazer apre-sentadas. Deve-se levar em conta que tal gama de atividades não pode ser realizada em um só ano escolar, por mais favoráveis que sejam as possibilidades. Para se alcançar sucesso numa emprei-tada desse gênero, deve-se começar com prudência e perseverança.

A aquisição de novos meios de ação de-ve ser progressiva de um ano para outro. Cada nova atividade é outra experiência que não deve ser tentada senão na me-dida das possibilidades técnicas de rea-lização (deve-se avançar pouco, mas com segurança a cada passo).

Uma experiência de

Clube de Lazer

Pretendemos que este capítulo seja es-sencialmente prático. Todo o material apresentado foi efetivamente vivencia-do no estabelecimento de ensino que serviu de base para o trabalho deste livro e cujas características explicita-mos a seguir para melhor situar o meio experimental:

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- nome do estabelecimento: "College Curie";

- natureza do estabelecimento; Ensino Geral;

- número de alunos: 1000 (masculino e feminino);

- idade dos alunos: 11 a 15 anos (alguns de 10 anos);

- localidade: La Seyne Sur Mer - França; - população: 40.000 habitantes; - situação: urbana, orla marítima; - atividades econômicas: construção

naval e turismo;

- meio escolar: a grande maioria de fi-lhos de operários.

Criação do Clube de Lazer

O Clube de Lazer foi criado em setembro de 1961 por Auguste Listello.

Seus colegas de Educação Física: Pro-fessoras Y. Arnold, J. Gerardeaux, G. Listello e Professores R. Lambert e P. Troubat.

Foram esses professores excelentes co-laboradores na pesquisa, aperfeiçoa-mento permanente dos sistemas, nos meios de motivação e na excelente ani-mação para convencer o pessoal do es-tabelecimento e os alunos.

Muitos professores das disciplinas inte-lectuais e artísticas se reuniram a eles para formar uma equipe notável, com o mesmo ideal e lutando com tenacidade contra a rotina que esclerosa lenta e se-riamente o ensino.

Essa experiência dinâmica e jovem de espírito foi um sucesso total, teve a du-ração de doze anos: de setembro de 1961 a setembro de 1973.

Ela foi encerrada após a partida do seu criador e de três dos seus colegas de Educação Física. Dois desses colegas estão trabalhando num departamento francês chamado He de Ia Reunion, Oce-ano Índico, onde realizam um excelente trabalho.

Depois dessa partida, o estabelecimento retomou a obscuridade da rotina,

entre-tanto o trabalho realizado durante esses doze anos não foi inútil:

- os numerosos artigos escritos por nós nas revistas especializadas;

- as reportagens publicadas pela im-prensa semanalmente durante todo período escolar em que existiu o clube de lazer;

- as reações favoráveis da imprensa nacional e do Ministério da Juventu-de, Esportes e Lazer* (v. p. 102) fi-zeram com que aquela realização es-petacular e eficaz, além de outras iniciativas, evoluísse pela mudança in-dispensável na concepção do ensino da Educação Física, Esportiva e de Lazer.

Metas e objetivos

Os aspectos "Físico", "Social" e "Moral" das atividades de lazer tendo sido de-senvolvidos como afirmamos no capítu-lo I, os principais pontos de Metas e Objetivos serão tratados sucintamente: O Clube de Lazer constitui uma parte muito importante do programa de ensino da Educação Física e o seu prolonga-mento lógico, normal e indispensável. Não há dúvida de que nos nossos dias já não nos podemos restringir às ativi-dades dos nossos alunos durante as ho-ras de Educação Física obrigatórias, mas, sim, com igual ou maior interesse, nas atividades que eles desenvolverão após deixar a escola.

Essa é uma de nossas grandes preocu-pações.

Considerar todos os alunos em pé de igualdade, sem complexo físico (nessa idade eles podem tentar todas as ativi-dades) nem social (as mesmas possibi-lidades são oferecidas a todos).

Nossos jovens alunos vão descobrir e escolher suas atividades de lazer pre-feridas.

Estaremos, assim, preparando-os para " Boletim de Imprensa do Ministério da Juventude. Esportes e Lazer da França.

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Extrato do Boletim de Imprensa do Ministério da Juventude e dos Esportes.

Secretaria de Estado para a Juventude e Esporte - Serviço de Imprensa.

874.99.80. Extrato do Boletim de Imprensa do Ministério da Juventude e dos Esportes (Destinado à Informação e à Difusão - na Imprensa Nacional e Regional).

Paris. 2 a feira 27 de janeiro de 1969. N.° 203.

Documentos.

Para "Seyne Sur Mer". Le Collège - "Clube de Lazer"

Quando os colegiais de "Seyne Sur Mer" passam sua "Meia-Jornada - Clube de Lazer." no "Collège Curie", não é para sofrer uma punição, mas para seu prazer...

A Associação Esportiva e o "Clube de Lazer", animados por professores do colégio, com a colaboração de organizações externas e de pais de alunos, propõem-lhes. com efeito, o que eles não encontrariam em nenhuma outra parte: esporte, passeios e visitas, batismos de ar, teatro...

Que os professores de Educação Física dirijam as atividades esportivas não é absolutamente de espantar - se bem que eles sejam cinco à disposição dos alunos, todas as "Meias-Jornadas - Clube de Lazer", mas os professores de Inglês ou de História tornarem-se moni-tores de tênis ou esqui, um professor de Francês e zeladores tornarem-se professores de equitação, professor de Matemática em astrônomo e o de Música em guia para as visitas às instalações da Marinha Nacional é bastante surpreendente.

Os organismos exteriores colaboram nas atividades da Associação Esportiva - Clube de Lazer; o Serviço Departamental da Juventude e do Esporte "cede" um mestre d'armas e um especialista em vela, o Serviço de Esportes da Marinha autoriza visitar gratuitamente os navios, a base aeronaval. a escola de mecânicos da marinha; o Tênis Clube de Six-Fours coloca graciosamente à disposição dos jovens todas as sextas-feiras, das 9 às 11 h o con-junto das instalações; o aeroclube "batiza." em série; o centro de equitação reduz grande-mente os preços para os jovens que desejam montar.

A experiência está, agora, no seu sétimo ano. Ela alcançou, em 1967/68. a maioria dos 1000 alunos (meninos e meninas de 10 a 15 anos) com que conta o "Collège Curie" de "La Seyne Sur Mer" e que saíram, em 90%. do meio operário. No total foram organizadas, no ano passado, 9.444 jornadas/alunos.

Quais as atividades que os alunos puderam praticar?

- esporte: atletismo, dança, ginástica esportiva, equitação. esgrima. vela, tênis, rúgbi, nata-ção, handebol, voleibol, bola-ao-cesto...;

- batismo de ar;

- astronomia: visitas ao observatório de Seyne; - visitas à Marinha Nacional;

- demonstrações de luta, de teatro, de pára-quedismo esportivo, de mergulho submarino; - cursos de ginástica voluntária foram organizados por iniciativa dos professores do Colégio

que sentiram tal necessidade.

No espírito de seus animadores, a Associação Esportiva - Clube de Lazer não é senão "o prolongamento lógico e indispensável de um ensino digno de nosso tempo"

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os seus lazeres de adultos, despertando-Ihes o gosto pelo treinamento e o esfor-ço físico aceitos com prazer, pois esco-lhidos por eles mesmos.

Começando cedo, os alunos alcançarão um nível suficiente e, uma vez terminado o período escolar, poderão continuar a praticar, com prazer, o lazer escolhido e levar talvez à prática o seu cônjuge (marido ou esposa) e os seus filhos, caso estes não tenham recebido a orientação adequada.

Os nossos objetivos são:

- livrar da rua o maior número possível de crianças (meninos e meninas) que não sabem o que fazer do seu tempo; - proporcionar ao maior número de

jo-vens possível a oportunidade de

des-cobrir ou o meio de praticar as ativi-dades de caráter:

9 esportivo;

• artístico: • cultural;

» de vocação profissional.

Tudo deve ser tentado no domínio do lazer, ao nível das classes de alunos de 11-12 anos (que corresponde â 2.8 fase

do 1.° grau, onde se apresentam as me-lhores condições de realização). Essa é a faixa de idade ideal para a in-formação, sensibilização, descoberta, abertura para o mundo exterior e orien-tação para o futuro.

Depois, será muito tarde. Nós. os educa-dores, temos certeza disso.

Clube de lazer Organização geral Estrutura do clube' Diretoria Animação Responsabilidades

Meios de ação Colaboração

Associa-ção esportiva Atividades esportivas não tradicionais fora do esta-belecimento Atividades esportivas não tradicionais fora do esta-belecimento Interna Externa

Estrutura do Clube de Lazer

A organização do Clube de Lazer é re-presentada por um quadro geral no qual figuram:

• o comitê-diretor;

• a lista nominal de todas as seções do clube e dos seus presidentes; • os alunos responsáveis;

• os colaboradores internos e externos do estabelecimento.

Está claro que, quando o estabelecimen-to tenta pela primeira vez a experiência da criação do Clube de Lazer, não se deve fazer constar no quadro geral se-ções fictícias que ainda não estejam realmente organizadas e funcionando normalmente.

O quadro é elaborado progressivamente com a inclusão das novas realizações.

Quadro geral

Descobertas e

informações

Recompensas

Figura 9.1 Organização geral do Clube de

Lazer

Uma vez constituído, o comitê reunir-' se-á em assembléia geral no começo de cada ano escolar para a renovação e substituição dos presidentes, secretá-rios e tesoureiros, além de estabelecer os objetivos previstos para o ano escolar.

(5)

Figura 9.2 Quadro geral. Diretoria Presidente Vice-Presidentes Vice-Presidentes Honorários Animador Geral Adjunto

Animadores Técnicos (Todos os Professores de Ed. Física) Secretário

Tesoureiro

Representante dos Pais de Alunos Representantes dos Professores "Colaboradores"

Representante do Pessoal Administrativo

Senhor Ferry - Diretor do Estabelecimento Senhor Royer - Diretor Pedagógico Senhora Bonfante -Chefe da Administração

Senhor Merle - Prefeito da Cidade

Senhor Passagüa - Presidente do Clube Esportivo Municipal

Auguste Listello Roger Lambert

Senhora Arnold, Senhora Gérardeaux Senhora Listello. Senhor Troubat Senhor Lambert, Senhor Listello Roger Lambert

Auguste Listello Senhor Schembn Senhor Marquez Senhor Bloch

Representação de Alunos na Diretoria

Secretários Gerais ^ j ^ J ' ™ ^ Masc Luc Menargues Tesoureiros F e m Evelyne Revello

Masc Carlos Gilles

Equipe de animação Seção Alunos H = Homens M = Mulheres Professores e Pessoal Administrativo do Estabelecimento Colaboradores Presidentes Presidentes Funções Extra-Estabelecimento Atletismo Layec Salaun Sra. Blondin Sr. Staufer Prof.3 IngI, Prof. Mat.

Astronomia Richelme Sr. Pinson Prof. Mat. "Clube Antares" Observatório Municipal

Aviação Flori Sr. Conseil Piloto

Sr Ravoux do

Escritório Municipal da Cultura-Aero Clube do Sol-(Le Castelet)

Badmington Pinson Sra. Martin Prof.3 Fran.

Basquetebol Mênarguês Revert

Sra. Gaston Sr. Pages

Prof-3 Fran.

Prof- Ciên. Nat.

Sr. Pezet Dirigente Clube Esportivo Municipal Seynois Boxe Educativo Bansotti Sr. Bodrero Ch. Serv. Adm.

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Alunos Professores

Seção H = Homens e Pessoal Administrativo Colaboradores M = Mulheres do Estabelecimento

Presidentes Presidentes Funções Extra-Estabelecimento Clube Esportivo

Cross - country Nicolai Sr. Royer Diretor Municipal Seynois

F c t â H i o M a r o u P t LdlOUlv IVIgll^UCl

Coral Caujac Sra. Beaujean Sra. Mattei

Prof.3 Mús.

Prof.3

Mús-Dança flpvflln

1 I C J D I V j l a . U Q I l I U I j Profr i vi* iiiui-3 I n o l

Sala Municipal de Reeduc. Física Xadrez e Dama Bonnet Sra. Blondin Prof.3 Fran.

Serviço Departamental Esgrima Maurin Sr. Catoni Prof. Ingl. da Juventude. Sr.

Bertin Mestre DArmas

Sr. Marnen - Diretor Equitação Font Sra. Bataglino Prof3 Mat. do Centro

Equitação "Janas" Futebol Di - Somma Sr. Ivaldi Prof. Ital.

Ginástica voluntária

para professores Sr. Marquez

Prof. Geog. e Hist. Ginástica esportiva Boutier Pégard Sra. Conseil Sr. Heintz Prof.3 Fran. Prof. Alem. Prof.0 Guillou (Internacional) Clube Esportivo Municipal Handebol Simondi Trotobas Sra. Quaniche Sr. Pierlovici Prof.3

Ingl-Prof. Ingl. Prof.° Scaronne Judô - Aiki-do Na varo Sr. Gabriel Prof. Ciên.

Sr. Autran Treinador Luta Alcaide Sr. Biaggj Adm. Clube Esportivo

Municipal

Marinha Etienne Sra. Vannieu Prof.3 Fran. Base Aeronaval de São Mandrier

Natação (breve 25 m) Marais Sra. Moreau Prof.3 Des.

Cuidado nas

estradas Boubaner Sra. Lanoir

Adm-Companhia Republicana de Polícia Militar. Proteção da

natureza Portal Sra. Julien Prof.3 Ciên.

Serviço Municipal de Proteção à Natureza Filatelia Mélani Sra. Bréchard Adm. Jornalista do Meridional Mergulho

submarino Ordi Sra. Sérénon Prof.a Mat.

Centro de

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Alunos Professores

H = Homens e Pessoal Administrativo Colaboradores M = Mulheres doEstabelecimento

Presidentes Presidentes Funções Extra-Estabelecimento Rúgbi Bracco Sr. Bloch Adm.

Clube Esportivo Municipal Estádio Marquet Esqui Alexandri Sra. Pizzini Prof. Trab. Man.

Socorrismo Clémenceau Sra. Blondin Prof.a Fran.

Sr. Meheu

-Federação Nacional de Salvamento Escotismo Pinei Sr. Catoni Prof. Ingl.

Escoteiros Franceses Seção 'La Seyne Sur Mer"

Tênis Demaf ringue Sr. Merle Prof. Agreg. Hist.

Tênis Clube Six-Fours - Les-plages - Tênis Clube Municipal Seynoís Tênis de mesa Fontana Sra. Lanoir Mm.

Teatro Pastor Sra. Thomas Prof.8 Fran.

Vela Lai Sr. Dahon Prof. Espec. Vela

Serviço Dép. p/Juvent. e Esportes Clube Esportivo Municipal Voleibol Passaglia Sr. Malaspina Adm.

Figura 9.3 Quadro de recapitulaçâo geral

Como já foi dito, este quadro representa o número de alunos de 11 a 12 anos que partici-param de uma ou várias atividades, antes de serem admitidos em nosso colégio, e permite determinar o número de orientações nos clubes e grupos diversos extra-estabelecimento. No presente caso, e somente para o primeiro ano, 237 orientações foram realizadas para meninos e 156 para as meninas.

O número de alunos do estabelecimento entre 11 e 12 anos era de 176 meninos e 199 meninas. Após esse primeiro ano, os alunos têm ainda três anos para permanecer conosco, no colégio, o que permite garantir seriamente a orientação de todas nos clubes ou grupos diversos, fora do estabelecimento, onde poderão praticar as atividades, realmente de sua escolha, "Tradicionais", mas também e paralelamente as atividades "Não Tradicionais", esportivas, artísticas ou culturais de seu agrado, as quais poderão ser praticadas por toda sua vida.

Esta nomenclatura das atividades corresponde às possibilidades de realização, no plano local e regional, logo acessíveis aos alunos do colégio.

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Exemplo para um Ano Escolar

Classe de alunos entre 11 e 12 anos Primeiro contato com o Colégio Meninos Meninas Obs. Nomenclatura Total Inicio Fim do Total Início Fim do Alunos orientados, das de do ano ano de do ano ano durante o ano. p/ atividades alunos escolar alunos escolar os Clubes e Grupos

176 199 Diversos, fora do estabelecimento Masc. Fem. Aviação l / l p c o n h o r t R P lut/&l/UlJt/l Ia C informação) A M - 4 4 7 R 9 D 4 Atletismo 2 9 1 TC 1 / O Z U 1 o o í y y 6 Astronomia (descoberta e i nf d r m A P 3 ri \ iifiUI ii iayQ\Jj o o C 1 Dl 1 o c z b 1 b Da um tfiyion 1 Q 1 O D D 7 R z b 9 R

Boules (no terreno) 113 143

Ddsqucieuui 1 7 1 7 R 13 1 <J 1 QQ q 9 0 R u Belas Artes ti 1 R l b E b 1 R \ b 1 I U Boxe Educativo 4 E b Lriuss • KiOuniry 1 1 1 1 1 R R 1 OO 1 R / l Colônias de Férias C 7 b / O I R 4 . o*i R/1 Coral 1 o I u 1 R 1 o o 1 o 4 / Camping l I R O D J bz "7 /l IA Ciclismo (saber subir e manter-se m i m A hi^ij™»lota \ \ I U I 1 I O Ull^lt^HJlQ f 1 RO 1 O o 1 7 R I / O 1 Q 9 I 9 Z 1 Q 9 i y z E b Dança Clássica o o ZZ bo 1 7 1 Z Dança (popular Z 1 9 K Zb 9 R Z D 7 1 Esgrima 4 152 2 146 20 19 1 7 R 9 7 z o q 3 1 9 1 z Educação religiosa 108 108 116 116 Folclore 2 7 18 123 7 5 Futebol 74 176 25 Ginástica esportiva 45 168 23 199 12 22 Subida na corda 6m.Masc.3m.Fem. 30 117 27 154 Handebol 32 176 8 199 12 8 Judô 7 24 1 1 9 1 Karatê 2 5 1 1 3 1 Luta 10 62 6 Música (sabendo tocar o instrumento) 25 36 11 25 16 6

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Exemplo para um Ano Escolar

Classe de alunos entre 11 e 12 anos Primeiro contato com o Colégio Meninos Meninas Obs. Nomenclatura Total Inicio Fim do Total Inicio Fimdo Alunos orientados das de doano ano de do ano ano durante o ano p/ atividades alunos escolar alunos escolar os Clubese Grupos

176 199 Diversos, fora do estabelecimento Masc. Fem. íviannna (saiuasj JD 1 UO J Z 1 f\n Natação ( M h p n r i n n a r l a r l l/auviiuw iiguQi f 101 1 R 9 1 UJ i uy i yy Pára-quedísmo o Z 1 R i i 1 i Filatelia 1I o c DO 11 o J R 7 b z Mergulho Submarino / i n f n r m a p f t o Q l ^ II II U' •1 1 A I 4 Al l o A A AA

Pesca com linha 11 Z 4 DA 1

1 4 a Rúgbi 21 176 20 Socorrismo (informações) 10 105 4 65 Esqui 30 76 22 89 Escotismo 12 23 2 11 8 9 Tênis 10 43 12 50 16 10 Tênis de mesa 32 97 52 97 18 8 Teatro (escolar) 42 38 Tiro de carabina 96 113 Arco e flecha 23 41 18 28 Vela 8 34 8 34 13 8 Voleibol 45 176 . 45 168

Enquete estatística

No começo do ano, cada professor rea-liza uma enquete com as suas classes de alunos de 11-12 anos.

Tem essa enquete a finalidade de regis-trar todas as atividades praticadas pelos alunos antes da idade de onze anos e estabelecer um ponto de referência nas atividades, tradicionais ou não,

realiza-das antes de chegar ao estabelecimento.

0 quadro de recapitulaçâo geral da en-quete estatística será afixado na sala do Conselho de Professores de Educação Física.

Servirá de indicação ao animador geral e aos seus colaboradores para influen-ciar nas atividades de orientação e de descoberta a serem propostas aos alu-nos em função da localidade e sua pe-riferia.

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es-Associação esportiva • competições • Treinamento • atividades livres de divertimento Atividades esportivas não tradicionais fora do estabelecimento Atividades de descoberta e informação de caráter: a cultural • científico a profissional a social

9.4 Recapitulação das atividades e situações dosalunos de 11 -12 anos

Figura

tabelecimento dado como exemplo e diz respeito ao total das classes de 11-12 anos.

Além da enumeração das atividades teremos:

na primeira coluna: o total dos alunos

de 11-12 anos no início do ano escolar;

na segunda coluna: o número de alunos

que já tenham praticado a referida ati-vidade:

na terceira coluna: número de

pratican-tes durante o ano escolar e a situação ao final do ano;

na quarta coluna: "observações", que

indicará o número de alunos que tenham sido orientados durante o ano nos clubes ou outros grupos fora do estabeleci-mento.

Para se conhecer o número de não-par-ticipantes das atividades, basta deter-minar a diferença entre a terceira e a primeira coluna.

Associação Esportiva

A Associação Esportiva, parte integrante do Clube de Lazer, funciona, sem exce-ção, num período de meio dia por sema-na, da primeira à última semana do ano escolar.

É indispensável que esse período de meio dia seja o mesmo para toda a rede escolar.

É também necessário que todos os pro-fessores de Educação Física colaborem com a Associação Esportiva.

Está claro que os professores de Educa-ção Física, participantes oficiais como especialistas da Associação Esportiva e

animador do Clube de Lazer, devem

se-manalmente responsabilizar-se pelas atividades especiais.

O tempo dedicado ao Clube de Lazer de-ve fazer parte do horário normal do pro-fessor de Educação Física - numa base de quatro horas, mesmo que o tempo previsto seja ultrapassado, como, por exemplo, com o deslocamento para a participação num campeonato.

A Associação Esportiva tem por norma receber, fora dos cursos oficiais de Edu-cação Física, todos os alunos voluntá-rios que desejem praticar uma ou mais atividades tradicionais do programa, sob forma dirigida ou livre; desenvolve, portanto:

1. atividades planejadas: 2. atividades livres.

(11)

•»

Atividades planejadas

Fazem parte das atividades planejadas: • os Campeonatos Internos, por

Divi-sões; em todas as atividades indivi-duais e coletivas do programa do es-tabelecimento;

- os campeonatos interestabelecimen-tos;

- outras competições amistosas ou oficiais previstas.

Essas foram as atividades planejadas no estabelecimento tomado como exemplo. São apresentadas por ordem alfabética, não correspondendo exata-mente à ordem de apresentação nos

ciclos de trabalho, que são estabelecidos

pelo Conselho de Professores de Edu-cação Física, podendo variar de ano para ano.

Atletismo por equipes: masculino e fe-minino.

Basquetebol por equipes: masculino e feminino.

Cross-Country por equipes: masculino e

feminino.

Corrida de Revezamento: masculino e femino.

Dança: feminino.

Futebol "reduzido": 7 jogadores: mas-culino.

Ginástica de solo: masculino e feminino. Handebol: masculino e feminino. Natação (brevê de 25m na praia pois o o estabelecimento não possuía piscina): masculino e feminino.

Rúgbi a 7 jogadores: masculino. Voleibol: masculino e feminino

Nota: para se poder estabelecer um

ca-lendário de competições interestabele-cimentos. é necessário que haja ligação entre os animadores dos estabelecimen-tos dos diversos setores.

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As atividades livres

A grande idéia emanada dessas ativi-dades livres é proporcionar a todos os alunos, dotados ou não, a liberdade de praticar, fora dos períodos da disputa de campeonatos, as atividades de sua escolha e pelo único prazer de jogar livremente.

Terminada a atividade, o resultado não tem nenhuma importância.

Essas atividades, mesmo livres, estarão sempre sob a supervisão de um ou mais professores, conforme o número de alu-nos.

É o animador geral quem atribui respon-sabilidades aos professores de Educa-ção Física e a outros animadores. Logicamente essas atividades estarão limitadas pelos locais e instalações dis-poníveis.

Os campeonatos e outros torneios são prioritários na utilização das instalações. São admitidas como atividades livres todas aquelas previstas no programa de Educação Física do estabelecimento. Entretanto, é preciso excluir aquelas que representam um real perigo para quem pratica ou para os outros, como o ar-remesso do peso, do disco e do dardo. Devem ser igualmente excluídas a gi-nástica em aparelhos e a natação, salvo com a presença de um professor com-petente.

Reflexão

Insistimos em que as atividades da As-sociação Esportiva interessem somente aos alunos voluntários, mas que os cé-ticos, porém, estejam certos de que o sistema apresentado no capítulo VI e sua evolução pedagógica garantem o sucesso das atividades planejadas da

associação esportiva, isto é, o bom

de-senvolvimento das diferentes competi-ções graças ao afluxo sempre crescente dos alunos praticantes.

Este é um estado de espírito contagioso e uma emulação constante que cresce a cada ano e o desencadeamento é provo-cado pela fé e entusiasmo inicial dos professores.

Observações importantes

(relati-vas ao conjunto das atividades realiza-das fora do estabelecimento).

As duas formas de atividades que con-cernem:

a) aos primeiros contatos com as ativi-dades não tradicionais realizadas em centros ou escolas de esporte fora do estabelecimento;

b) às "visitas", "demonstrações", " i n -formações" e outras "descobertas" que são realizadas igualmente fora do estabelecimento e devem ser desenvolvidas de preferência duran-te o meio período semanal dedicado ao Clube de Lazer nas oito ou dez primeirassemanasdoano escolar. Um grande esforço deverá ser feito nes-se nes-sentido para que um grande número dessas atividades tenha sido realizado antes do início dos campeonatos

inter-classes por divisões, que vão mobilizar

uma boa parte dos professores.

Entretanto, se essas atividades tiverem de avançar sobre o início dos campeo-natos, devem ser desenvolvidas ainda no meio período do Clube de Lazer, quando estiver sendo disputado o

cam-peonato interclasses por divisões com

as classes dos alunos maiores (de 13 anos ou mais).

Os primeiros contatos com as atividades não tradicionais externas serão reserva-dos somente aos alunos de 11-12 anos. As visitas de "demonstração", "informa-ção" e outras descobertas de caráter "cultural", "científico", profissional e so-cial são oferecidas a todos os alunos. Esse mesmo trabalho é repetido a cada ano, sempre nas mesmas condições. Assim, com o passar dos anos,

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assegu-ramos em alguns anos a "informação", a "descoberta" e a "orientação" da gran-de maioria dos alunos do estabeleci-mento, garantindo, assim, igualdade de oportunidade para todos.

Atividades esportivas

não tradicionais

Todas as atividades aqui citadas são por nós consideradas não tradicionais pela impossibilidade de serem pratica-das regularmente dentro do programa de educação física, em virtude da insufi-ciência de meios materiais e técnicos.

É evidente que o dia em que uma ati-vidade dita não tradicional se torna sus-cetível de ser realizada pelos alunos no estabelecimento passa a ser considera-da tradicional.

Desde o início do ano escolar, por oca-sião da enquete estatística, em cada classe, os alunos são informados da existência das escolas de esportes, quer sejam municipais, estaduais ou do ser-viço estadual da juventude e esportes e dos clubes esportivos que realizam as atividades impossíveis de serem reali-zadas no estabelecimento.

Antes da comunicação aos alunos, tor-na-se necessário assegurar-se de que as referidas escolas são bem dirigidas, com a competência técnica necessária e a moralidade indispensável.

A relação estreita entre esses centros e o estabelecimento, levada a efeito pelo

animador geral, permite aos alunos

des-cobrir, tentar ou continuar a prática de, por exemplo: • Vela; • Esgrima; • Equitação; • Tênis; • Esqui...

sessões às quais adere certo número de alunos que se tornam assim mem-bros ativos, sendo devidamente orienta-dos em atividades esportivas.realmente de sua escolha e que eles poderão pra-ticar durante toda a sua vida ativa, in-dividualmente, em família ou em grupo. Para atividades como Judô;

• Karatê; • Luta; • Luta regional;

• Boxe educativo (que não tem nenhu-ma comparação com os violentos combates habituais);

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As demonstrações (do mais alto nível possível) de meio dia de Clube de Lazer, cada uma, são organizadas para todos os alunos voluntários de 11-12 anos. Es-ses alunos devem ser bem preparados psicologicamente pelo professor de Educação Física.

Essas demonstrações (espetaculares para os alunos) são realizadas nos cen-tros esportivos que melhor convenham à qualidade delas.

Por exemplo:

• Num período de Clube de Lazer, de-monstração de Judô, depois Karatê, cada uma seguida de alguns exercí-cios simples, propostos aos alunos que os desejem.

• Um outro período será igualmente de-dicado à "luta", à luta regional e ao boxe educativo.

• Um terceiro período, dentro do mes-mo espírito, será reservado à ginás-tica em aparelhos.

Assim, para todas as atividades, estan-do estabeleciestan-dos os contatos estan-dos alunos e os dirigentes dessas disciplinas, certos alunos são atraídos por esta forma de expressão, aderem e tornam-se mem-bros ativos dessas sociedades, cada um na área de sua escolha, e são, assim, orientados para uma atividade em que prosseguirão, talvez, por toda a vida, seja como atleta, animador, dirigente ou árbitro dos clubes ou das federações. Como conseqüência dessa concepção de educação pelas atividades de lazer, que conduz à ocupação sadia (física, moral e socialmente) do tempo livre dos alunos, no plano da competição, um bom número desses jovens motivados tornaram-se, com o tempo:

• bons esportistas de nível setorial; • alguns conseguiram distinção a nível

regional;

• um é considerado um dos melhores jóqueis da França.

Exemplos de realizações de atividades não tradicionais

As atividades demonstradas a seguir como exemplo têm por finalidade de-monstrar sucintamente como podem ser realizadas no Clube de Lazer do es-tabelecimento. Trata-se de: • Vela; • Esgrima; • Equitação; • Tênis; • Esqui.

Navegação a vela

Não havia nenhum centro ou escola de vela em nossa municipalidade, impor-tante localidade situada à beira-mar com praias e pequenos portos, quando decidimos informar nossos jovens alu-nos sobre a navegação a vela.

Nossa realização com a Marinha Na-cional

O animador geral do Clube de Lazer do estabelecimento entrou em contato com o Comando da Marinha Nacional local que imediata e gratuitamente pôs à disposição do clube um grande veleiro. Assim, todo sábado depois do meio-dia, durante todo o período de bom tempo, um grupo de quinze alunos (meninos e meninas), pela primeira vez, descobri-ram e se iniciadescobri-ram na "navegação a vela".

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Os alunos deviam reunir-se em hora pre-vista na base da Marinha, transportando-se com transportando-seus próprios meios.

O responsável técnico (especialista de vela) era o Prof. Petit, nosso colaborador voluntário, que ministrava Língua Inglesa no estabelecimento.

A organização consistia num pequeno estágio de quatro sábados para cada grupo de alunos; terminado o estágio, iniciava outro grupo, assim sucessiva-mente.

Essa experiência, que prosseguiu em relação à Marinha Nacional, incitou a Municipalidade, com a ajuda do Depar-tamento de Juventude e Esportes, a criar um centro de vela com pequenos velei-ros "Optimists", ideais para as crianças.

Nossa realização com a Municipalidade e o Serviço Departamental da Juven-tude e Esportes

Depois de dois anos de participação efetiva da Marinha, os nossos alunos de 11-12 anos passaram a ser orientados pelo centro municipal de vela, recém-criado e que teve como professor o Sr.

Dahon, pertencente ao Departamento da Juventude e dos Esportes.

Dahon, campeão nacional e muitas ve-zes participante de campeonatos mun-diais, estava temporariamente à dispo-sição da Municipalidade para a criação da escola de vela.

A organização consistia em enviar ao Centro Municipal de Vela (por seus pró-prios meios), durante cinco períodos de Clube de Lazer, em grupo de doze a quinze alunos (meninos e meninas) de onze-doze anos, com a autorização dos pais.

Assim, durante todo ano, a cada cinco semanas havia a troca de grupos. Depois desse estágio de informação e de iniciação, aqueles, que desejaram, aderiram ao "Centro Municipal de Vela" que os recebia nas horas extra-escola-res, mediante uma modesta contribui-ção anual.

Resultados

Rapidamente, muitos dos nossos alunos se distinguiram nas competições ofi-ciais e ganharam vários títulos nas rega-tas classe "Optimists", como Lai,

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Mer-cailou, Barbier Viviane e Corinne, Ristorto. Além disso é interessante citar que, den-tre esses jovens alunos, muitos optaram definitivamente pela prática da navega-ção a vela como sua principal atividade de lazer.

Esgrima

Três anos após a criação do Clube de Lazer do estabelecimento, a esgrima não existia na cidade e não se falava nessa atividade, tanto na Prefeitura, quanto nas escolas.

Desejando provar que a esgrima podia ser um esporte popular, o animador geral do Clube de Lazer decidiu lançar essa atividade no estabelecimento com o ob-jetivo de convencer a Municipalidade da necessidade de criar um Departamento de Esgrima, na cidade.

Uma festa

Durante uma reunião do Conselho de Professores de Educação Física foi de-cidido realizar-se uma festa no salão da Prefeitura para todos os alunos e seus parentes.

Os artistas eram os próprios alunos do estabelecimento (cantores, músicos, dançarinos, poetas, ginastas...).

Tinha essa festa por finalidade reunir o maior número possível de pessoas para assistirem à primeira demonstração de esgrima que se realizaria na cidade.

Uma demonstração de nível olímpico

A segunda parte do espetáculo foi re-servada à esgrima.

Dois esgrimistas de reputação mundial foram convidados:

- um campeão olímpico: Mareei Revenu; - um campeão mundial universitário:

M. Barabino.

O assalto teve como árbitro o mestre d'armas N. Bertin, amigo e ex-aluno do animador geral, no Instituto Nacional de Esportes.

Os dois esgrimistas fizeram uma de-monstração técnica espetacular, termi-nando por um assalto memorável que provocou o entusiasmo geral.

Os dois mil e quinhentos espectadores aplaudiram de pé essa extraordinária reunião de propaganda.

O objetivo foi plenamente alcançado. No dia seguinte, a imprensa local foi unânime em elogios à demonstração, constatando-se o entusiasmo popular por uma atividade até então reservada a pequeno número de filhas e filhos de famílias abastadas.

Restou então cerrar fileiras na intenção de implantar a esgrima em nosso esta-belecimento.

A esgrima na Escola

O animador geral estabeleceu contato com o Serviço Departamental da Juven-tude e dos Esportes para saber da pos-sibilidade de ser posto à disposição do

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estabelecimento um mestre d'armas. duas manhãs por semana, durante o tempo necessário para que todos os alunos de 11-12 anos pudessem passar uma hora com o referido mestre M. Bertin.

O mestre d'armas vinha ao estabeleci-mento durante as aulas regulares de Educação Física das classes dos meni-nos e meninas de 11-12 ameni-nos.

Ele assumia a direção, de uma equipe

de classe (dez alunos), explicava o que

era a esgrima e em seguida, durante quarenta minutos, dava uma aula adap-tada e muito agradável. Cada aluno ti-nha a oportunidade de usar máscara e florete (material posto à disposição dos alunos pelo Serviço Departamental da Juventude e dos Esportes).

Ao fim da sessão, ele apresentava a se-guinte pergunta:

Quem quer continuar a esgrima? Em cada dez alunos, em média 2, muitas vezes até 3 se mostravam interessados.

Criação de um Departamento Municipal de Esgrima

Diante desse sucesso do estabelecimen-to e desse novo interesse por uma

ati-vidade até então desconhecida na ci-dade, o animador geral manteve contato com o prefeito M. Merle.

A partir dessa conversação, a municipa-lidade decidiu criar a Seção de Esgrima no seu Clube Esportivo Municipal. Essa Seção foi um sucesso imediato pelo grande interesse dos jovens.

No plano material, o Clube Esportivo Mu-nicipal forneceu gratuitamente todo o equipamento.

Os alunos que aderiam ao clube paga-vam uma pequena quantia anual, em que estava incluído o seguro.

Resultados

Durante os dois primeiros anos, mais de oitenta por cento do efetivo de Esgrima do Clube Municipal pertenciam ao nosso estabelecimento.

Muitos deles foram classificados em competições oficiais e entre os melho-res da Região, como a esgrimista Con-salvi, que chegou a estágios de nível su-perior organizados pela Federação Fran-cesa de Esgrima.

M. Consalvi foi a nossa mais brilhante esgrimista, convocada muitas vezes pêlo Instituto Nacional de Esportes, em Paris.

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Equitação

Aproveitando a existência de um centro hípico privado, recém-criado, localizado no setor florestal do Município, o Conse-lho de Professores de Educação Física, por proposta do animador geral, deci-diu criar uma Seção de Equitação, no Clube de Lazer.

Depois dos contatos, e fixadas detalha-damente as condições, decidiu-se en-caminhar semanalmente à equitação vinte cinco a trinta alunos (voluntários) de 11-12 anos, nunca os mesmos, durante o período de funcionamento do Clube de Lazer, nas seis primeiras semanas do ano escolar, quer dizer, antes do início dos campeonatos interclasses.

A descoberta de equitação para todos

Do ponto de vista material, podemos di-zer que a primeira sessão de equitação era praticamente gratuita, oferecendo cada aluno a ajuda financeira que podia, para a alimentação dos cavalos utiliza-dos na sessão.

Os alunos iam e vinham do centro, em ônibus, pagando as suas passagens. M. Visini, pai de um aluno, muito interes-sado na equitação, acompanhava os alu-nos em cada sessão.

Entretanto, em face dos riscos de aci-dentes sempre possíveis, o animador geral, ou outro professor de Educação Física, sempre estava presente.

Para todas as atividades externas e in-ternas do Clube de Lazer, a autorização dos pais era indispensável.

O objetivo primordial era conhecer o ca-valo e o seu meio. Era também montar um cavalo pelo menos uma vez na vida.

Sob a direção do diretor do Centro, um passeio coletivo de aproximadamente trinta minutos no bosque era proposto aos alunos (os cavalos andando a passo). Para os alunos mais receosos, a rédea do cavalo era segura por um funcionário do Centro ou mesmo um outro aluno.

Orientação de equitação

Terminado o passeio, eram apresenta-das as questões habituais:

• Quais foram as suas impressões? • Você gosta de cavalos?

• Quem gostaria de continuar a prática de equitação?

Os que se mostravam interessados in-formavam seus pais e estes entravam em contato com a direção do Centro. Um preço módico por hora de equita-ção para grupos de cinco ou seis alunos do nosso estabelecimento foi fixado pe-lo Diretor do Centro.

Resultados

Assim, novos alunos eram orientados esportivamente. Para alguns, era uma orientação provisória e para outros de-finitiva; havia, ainda, aqueles para quem a equitação era a sua atividade de lazer ideal.

Podemos acrescentar que um nosso ex-aluno, Dominique Estienne. filho de uma família extremamente modesta de pes-cadores, depois desse primeiro encon-tro com a equitação através do Clube de Lazer, foi orientado profissionalmen-te no meio hípico e, depois de alguns anos de trabalho árduo, tornou-se um jóquei de classe internacional.

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O tênis

Ainda que nada tenha sido previsto para o Tênis a nível de Prefeitura, o animador geral do Clube de Lazer do estabeleci-mento sugeriu ao conselho de profes-sores de Educação Física a idéia de en-trar em contato com a Municipalidade vizinha que já dispunha de um Clube de Tênis que, embora modesto, tinha o mé-rito de existir.

Colaboração da municipalidade vizinha

Como oanimador geral era membrocria-dor do Clube de Tênis, quando morava nessa locajidade, todos os problemas surgidos foram rapidamente resolvidos pelo presidente M. Clerc.

E assim, uma vez por semana, em cada período de clube de lazer, um grupo de vinte alunos (meninos e meninas) de onzerdoze anos do nosso estabeleci-mento pôde utilizar, gratuitamente, duas quadras de tênts.

O transporte era feito por ônibus, por conta dos alunos. Nenhum uniforme es-pecial era exigido, a não ser o calçado (tênis ou quédis).

O ensino do tênis

Pedagogicamente. o ensino coletivo era dirigido, em cada semana, por um pro-fessor diferente.

Um calendário era estabelecido no co-meço do ano, de acordo com os

profes-sores voluntários colaboradores de tênis.

Entre os responsáveis técnicos pelo tê-nis (professores de outras disciplinas do estabelecimento, citamos:

Merle: professor efetivo de História e Geografia.

Merle: professora efetiva de Letras. Conseil: professora de Letras.

M. Conseil: piloto de aviação aposenta-do, esposo da professora de Letras.

Marquez: professor de História e Geo-grafia.

Brechard: inspetora de alunos. Lanoir. inspetora de alunos. Blondin: professor de Letras. Fages: professor de Ciências. Parodi: inspetor geral de alunos. Quanto ao material, as raquetes utiliza-das pelos alunos eram usautiliza-das, doautiliza-das geralmente por pais de alunos e pessoas ligadas ao estabelecimento. Eram recon-dicionadas por um especialista.

Cada aluno devia praticar tênis com a sua própria bola, marcada com as suas iniciais.

A orientação em tênis, possível a todos os alunos

Assim, durante vários anos, funcionou a Seção de Tênis do nosso Clube de Lazer até que a Prefeitura construiu qua-dras de tênis e criou a Seção de Tênis no clube esportivo municipal.

A partir desse momento, a cada início do ano escolar, todos os voluntários eram conduzidos às quadras de tênis-do clube municipal. Como nas outras mo-dalidades (vela, esgrima, equitação ...), os alunos interessados aderiam ao tênis no clube municipal.

Resultados

Muitos dos nossos alunos se dedica-ram definitivamente ao tênis. Alguns de-les tornaram-se bons jogadores locais e regionais; outros, interessados pelo en-sino de esportes, obtiveram o certifica-do de monitores de tênis na respectiva federação e colocaram-se à disposição dos mais jovens.

O esqui

Obviamente o esqui não pode ser prati-cado em qualquer lugar. Não só o esqui necessita de um lugar especial;

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• precisamos de boa superfície de água para velejar;

t montanhas para o alpinismo;

• grutas, cavernas e galerias subterrâ-neas para a Espeleologia;

• gelo para patinar...

Todos os continentes têm as suas mon-tanhas e os seus montes nevados. Por que falar em esqui?

Simplesmente porque o utilizamos como atividade de lazer e que consideramos como extremamente importante, não só para o presente como para o futuro in-dividual ou familiar dos nossos jovens alunos, sejam quais forem as suas con-dições sociais.

Também porque qualquer pessoa, jovem ou menos jovem, que tenha descoberto a neve e o esplendor das montanhas, aprendendo um pouco de esqui, não as-pira a outra coisa senão voltar a praticá-lo.

Condições climáticas favoráveis

O esqui foi uma das primeiras atividades do nosso Clube de Lazer, como ativida-de exterior do estabelecimento.

Em nossa situação, os alunos tinham de viajar duzentos quilômetros para chegar à, estação de esqui.

Organização das excursões

O Clube de Lazer organizava duas

excur-sões por ano, de acordo com as condi-ções favoráveis das estacondi-ções de espor-tes de inverno.

A prioridade era sempre concedida aos alunos mais jovens e àqueles que não conheciam o esqui e muitos deles jamais teriam uma experiência sem essa opor-tunidade.

Excursionarcom os alunos que já sabiam esquiar nunca nos interessou do ponto de vista educativo.

Ao contrário, havia outros, muitos ou-tros, os de situação econômica menos favorável e os alunos de famílias

nume-rosas e modestas a quem interessava propiciar uma excursão, no sentido edu-cacional.

Dois ônibus de cinqüenta lugares cada um eram previstos para cada excursão, sempre com um socorrista diplomado em cada um deles.

Cada aluno devia pagar a sua viagem de ônibus, com exceção de mais ou menos 10 por cento que não dispunham de re-cursos e que eram bons alunos, pelos quais a tesouraria do Clube de Lazer cobria as despesas. Na realidade a taxa estabelecida era um pouco maior para poder cobrir a passagem dos que não tinham recursos.

Cada aluno levava o seu lanche.

O material de esqui era alugado pelos pais dos alunos.

A excursão durava um dia inteiro. Os alunos eram acompanhados obriga-toriamente pelo animador geral ou por um professor de Educação Física e os colaboradores de esqui do estabeleci-mento:

Catoni: professor de Inglês. Moreau: professora de Desenho. Pizzini: professor de Trabalhos Manuais. Ouaniche: professor de Matemática.

Resultados

Muitos alunos, ao retornarem, se mos-travam tão entusiasmados, que motiva-vam seus pais a descobrir a neve, o es-qui e as maravilhas das montanhas. Al-guns dos nossos alunos são hoje ém dia excelentes esquiadores, graças à inicia-tiva do Clube de Lazer.

Aspecto psicológico

Por outro lado, grande foi a surpresa dos professores colaboradores de esqui ao constatarem o quanto mudaram os alu-nos que tinham esquiado com eles. A maioria mudava consideravelmente o comportamento e passava a trabalhar com seriedade e grande respeito pelos seus professores amigos de esqui.

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Atividades de descoberta

e informação com caráter

cultural, científico, profissional

e social.

Outro objetivo do Clube de Lazer era proporcionar aos alunos visitas orien-tadas com demonstrações que lhe per-mitissem descobrir, bem cedo, os meios não habituais e que a maior parte deles nunca teria oportunidade de conhecer:

• visita a uma escola de mergulhadores; • visita a um aeroporto com batismo de ar e informações sobre as profissões da aviação e os diplomas necessários; • visita a um porta-aviões com

comen-tários sobre a mecanização e a apa-relhagem eletrônica;

• visita a uma usina de energia elétrica; • visita a uma base aeronaval com

co-mentários e demonstração de exer-cícios com helicópteros (salvamento no mar, descida na corda ...);

• visita à escola de mecânicos da Ma-rinha;

• visita ao arsenal da Marinha e ao Batyscaphe, submarino de pesquisas científicas das áreas mais profundas do oceano;

• visita ao observatório e comentários sobre Astronomia;

• excursões ao mar;

• informações sobre socorrismo pelo pessoal da Cruz Vermelha. Informa-ções sobre segurança nas estradas;

• informações sobre pára-quedismo; • também havia no estabelecimento

uma seção "amigos da proteção à na-tureza" que trabalhava em colabora-ção com o serviço municipal de pro-teção à natureza e do meio ambiente; • uma Seção de Filatelia permitia aos

alunos trocar selos no último período do Clube de Lazer, em cada semestre; • uma Seção de Ginástica voluntária de

manutenção para os professores; • uma Seção de Escotismo; • uma Seção de Teatro; • um coral.

Como o leitor pode compreender, todas as atividades citadas classificadas co-mo "visitas", "informações" e "seções" não podem ser realizadas regularmen-te todos os anos.

Fizemos esta distribuição:

1. atividades realizadas todos os anos: - visita a base aeronaval;

- excursão ao mar;

- informação sobre socorrismo; 2. atividades realizadas a cada 2 anos:

- visita à escola de mecanismos da Marinha;

- visita ao observatório;

- informação sobre a segurança nas estradas;

3. atividades excepcionais realizadas conforme a ocasião:

- visita a um porta-aviões;

- visita a uma escola de mergulha-dores;

- informações sobre pára-quedismo; - visita ao submarino Batyscaphe; - visita ao aeródromo e batismo do ar; - visita a uma usina de energia

elé-trica;

- proteção à natureza: plantação de árvores sobre a floresta queimada.

A grande maioria dos nossos a/unos. durante os anos passados no estabele-cimento, viveram todas essas desco-bertas.

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Exemplos de realizações

Para uma idéia da maneira como se rea-lizaram essas diferentes atividades da-mos, como exemplos, duas realizadas anualmente:

Visita a uma Base Aeronaval

Essa excursão de "descoberta" era pro-gramada para o começo do primeiro semestre, num período de funciona-mento do Clube de Lazer.

O animador geral era o responsável, acompanhado por seis professores de outras disciplinas (colaboradores). Essa excursão, da qual participavam du-zentos e cinqüenta alunos (a prioridade sempre para os mais jovens),nos parecia importante por diferentes razões: - primeiramente por curiosidade, pois

a base aeronaval (de helicópteros) é interditada ao público, pois é área militar:

- para se poder entrar na base deve haver um motivo especial e autoriza-ção especial do comando da Marinha; - a travessia até a base, com a duração de uma hora e meia, era feita gratuita-mente por um barco da Marinha. Para muitos alunos era o primeiro pas-seio no mar e os professores acompa-nhantes, assim como os marinheiros do barco, aproveitavam para dar infor-mações:

- sobre os estaleiros de construção na-val pelos quais se passava:

- sobre as características dos diferen-tes tipos de navios estacionados (por-ta-aviões, lança-mísseis, de escolta, dragas, submarinos ...);

- sobre a topografia da costa e a pro-fundeza do mar;

- sobre a história de certos fortes, entre os quais o que Napoleão l.°, na época o capitão de artilharia Bonaparte. ^rganizava para os ataques com que re-chaçava os invasores.

Parecia-nos sempre interessante, tóda vez que se apresentava uma oportuni-dade, orientar a atenção dos estudantes sobre acontecimentos históricos nacio-nais, regionais ou mesmo locais

Numa parte do porto tínhamos o Bagne de Toulon, que até o fim do século pas-sado foi um lugar de prisioneiros de tra-balhos forçados

Mas a finalidade central dessa excursão era a visita à base aeronaval.

À chegada do barco, éramos recebidos pelo comandante ou subcomandante e um grupo de oficiais era designado para acompanhar pequenos grupos de alu-nos, dando-lhes informações e respon-dendo às questões durante todo tempo passado na base.

Aspectos técnicos da visita: • visita aos helicópteros;

• explicações sobre o funcionamento; • explicações sobre pilotagem;

• a utilização humanitária do helicóp-tero;

• demonstrações de salvamento real no mare na terra;

• demonstração e comentários sobre o material e os equipamentos de salva-mento utilizados na Aeronáutica; • apresentação de um filme sobre a vida

dos marinheiros e as especialidades profissionais da Marinha e os diplo-mas escolares ou universitários ne-cessários ao ingresso na profissão.

Reflexão

Graças a essas visitas, repetidas todos os anos, dezenas de nossos alunos fo-ram motivados a ingressar numa profis-são que exige qualidades físicas, morais e espírito esportivo, fazendo da Marinha e da Aeronáutica sua profissão.

Alguns, através de sua dedicação e per-severança, são hoje jovens e brilhantes suboficiais ou oficiais.

Informação sobre o "socorrismo"

O "socorrismo" pode ser tão útil em nos-sa sociedade, que todos os indivíduos

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deveriam adquirir conhecimentos rudi-mentares essenciais a respeito dele du-rante a educação escolar.

O "socorrismo" é antes de mais nada a "prevenção do mal", por uma tomada de consciência:

• dos perigos; • dos riscos; • das precauções; • da prudência.

Tomemos como exemplo um fato que pode parecer absurdo, mas reflete fiel-mente a realidade:

Uma criança de boa saúde, de onze anos de idade, moradora em uma cidade à beira-mar. morre afogada, em pleno dia. - Por quê?

- Porque não sabia nadar.

Algumas pessoas, por não saberem na-dar, nada puderam fazer diante do afo-gamento do menino.

- Por que não sabiam nadar?

Provavelmente porque a sociedade, quer dizer, o meio educativo, responsável pe-la instrução, pepe-la educação e prepara-ção para a vida não fez o que talvez po-deria ter feito para que um dia tal drama pudesse ser evitado.

Nas localidades à beira-mar. às margens de rios ou lagos, saber nadar é uma obri-gação, porque a natação pode até ser

considerada como um "esporte" ou um "luxo" para alguns, mas é. em essência, uma atividade útil e indispensável a ser-viço de todos, para preservação de vi-das humanas.

Organização da informação sobre "so-corrismo"

Guiados por este estado de espírito e le-vando em conta a inexistência de cursos de "socorrismo" no estabelecimento, o Clube de Lazer decidiu combater parti-cularmente essa insuficiência, organi-zando uma sessão anual de informação sobre "socorrismo".

Essa sessão era organizada num dos úl-timos períodos de funcionamento do Clube de Lazer do ano escolar, justa-mente antes do período maior de férias. Parece-nos que esse período era psico-logicamente o melhor, porque precedia a partida dos alunos para o campo, para a montanha, para as florestas, para as praias, locais onde os acidentes isola-dos ou acontecimentos longe isola-dos gran-des centros poderiam levar os aciden-tados a situações difíceis.

Tecnicamente, a sessão de informação

se desenvolvia da seguinte maneira: Algumas semanas antes, uma corres-pondência oficial, de acordo com o di-retor do estabelecimento, era enviada à "Federação Nacional de Salvamento" (Cruz Vermelha).

No dia e hora previstos, quatro socorris-tas diplomados pelo Estado chegavam com uma ambulância e todo material ne-cessário à ilustração das exposições. Assistiam à sessão de informação mais ou menos trezentas e cinqüenta crianças por ano. Algumas delas participavam todos os anos.

Quatro grupo eram formados e os quatro "socorristas". numerados de 1 a 4. eram divididos entre as quadras de esporte, o salão de Educação Física e sala de aula Cada "socorrista" tratava sempre da mesma categoria de acidentes.

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Cada sessão durava cinqüenta minutos e cada um dos socorristas dava quatro aulas.

Terminada uma exposição, os alunos passavam a outra conforme a ordem numérica estabelecida.

As exposições tinham como tema:

• socorrista n° 1. Aspicadasdeinsetos;

As mordidas de rép-teis e outros animais;

• socorrista n.° 2. As queimaduras;

O que não se deve fazer na presença de um ferido grave; Como transportar um ferido;

• socorrista n° 3: Os traumas e

cho-ques; As fraturas; Os curativos;

• socorrista n.° 4: As sangrias pelo

nariz;

Os desmaios; A respiração artifi-cial (boca a boca). Assim, tudo apresentado o mais claro e sucintamente possível, tivemos a cons-ciência tranqüila de que o nosso Clube de Lazer pôde provar uma vez mais toda a sua utilidade.

Muitos exemplos provaram qge tínha-mos razão.

Ao retornarem das férias escolares, os alunos nos davam conta sobre a ajuda que tinham podido oferecer a outros ou mesmo sobre como resolveram casos pessoais.

Um caso

Um menino de 11 anos, M. Filippi, brin-cava numa sala com seus companheiros. Empurrado por um deles, bateu num vidro. Seu braço atravessou por entre o vidro quebrado e um grande pedaço pontiagudo penetrou-lhe profundamen-te no bíceps direito.

Alertada, a família acorreu ao local do acidente e quis retirar o pedaço de vidro.

O menino recusou e, ao contrário, com-primiu o tecido muscular contra o objeto para diminuir a perda de sangue e pediu que o transportassem a um médico. Conclusão: o menino não perdeu o con-trole e, seguro da sua decisão, manteve a confiança.

Ele se lembrou das recomendações do "socorrista" para evitar a hemorragia grave e com isso conseguiu uma recu-peração relativamente rápida e sem complicações.

Reflexão

O desenvolvimento de uma tal organiza-ção, que deve ser adaptada em função do meio geográfico e das possibilidades locais e periféricas, não pode ser con-cretizado se não houver boa vontade e unidade de pontos de vista tanto por parte do Ministério de Educação e Cul-tua, como

do Departamento de Educação e de Esportes do Estado,

da Direção do Estabelecimento e dos Professores de Educação Física. A grande responsabilidade é do

anima-dor geral.

As boas relações que ele estabelecerá com os professores de todas as disci-plinas do estabelecimento, e aqueles que ele procurará em outros serviços e or-ganizações exteriores, condicionarão os resultados a serem conseguidos no seu trabalho.

Para concluirmos esta parte, vamos in-sistir uma vez mais sobre certos objeti-vos buscados através do Clube de Lazer: • provocar a curiosidade e

desenvol-ver a cultura ao descobrir as múltiplas possibilidades locais;

• estabelecer contato (ainda que mo-desto) entre os alunos e os trabalha-dores de todos os graus (de operá-rios a engenheiros) no seu próprio lo-cal de trabalho.

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Tal contato nos parece indispensável à tomada de consciência de uma realida-de da vida.

Além disso, ela pode favorecer a orien-tação profissional (vocação descoberta por ocasião das visitas), conduzindo al-guns alunos à melhoria no trabalho es-colar para atender o nível necessário exigido pela profissão desejada.

Pode orientar os alunos bem dotados para as seções esportivas e artísticas dos clubes ou aos centros de treinamen-to especializados.

Portanto, o encaminhamento sistemáti-co dos alunos bem dotados e predispos-tos a uma prática esportiva ou artística para as seções dos clubes nem sempre pode ser possível. Por exemplo: - distância entre a sua casa e o clube; - falta de clubes;

- falta de seções suficientemente espe-cializadas em certos clubes;

- dias e horas de treinamento inadapta-dos às possibilidades inadapta-dos alunos; gênero de clube possivelmente incon

-veniente ao aluno ou à sua família e muitas outras razões, entre as quais a recusa do clube em receber todos os alunos.

Soluções

Entre as soluções existe, em nossa opi-nião, uma que poderia dar resultados, que seria posta em prática progressiva-mente com a colaboração do Departa-mento de Educação Física dos Municí-pios e das Universidades. Uma organiza-ção especial seria reservada aos jovens esportistas mais promissores, a qual compreenderia centros de especializa-ção e de treinamento esportivos e artís-ticos para todos os jovens que não pu-dessem ser admitidos nos clubes espe-cializados.

0 trabalho com programa de orientação federal e com objetivos precisos seria

regularmente controlado por pessoal qualificado.

A solução "Esporte-Estudo"

Entre as diversas soluções utilizadas ou experimentadas através do mundo, exis-te uma chamada "Esporexis-te-Estudo" na França, que tem todo nosso apoio pela simples razão de não sacrificar o desen-volvimento intelectual ou os estudos de um menino ou adolescente particular-mente dotado para o esporte.

Com efeito, acontece com freqüência, que, quando um jovem possui qualida-de física e se distingue nesta ou naquela atividade, os responsáveis esportivos lançam-no ao treinamento, sem se preo-cuparem com a sua situação familiar ou rendimento escolar.

Freqüentemente o jovem, que promete um futuro esportivo brilhante, abandona praticamente os estudos para se dedi-car unicamente aos treinamentos, tan-tas vezes excessivos, madaptados ou prematuros, que conduzem, na maioria das vezes, a resultados efêmeros ou a dolorosos reveses.

Em contrapartida, a solução "Esporte-Estudo" concilia ao mesmo tempo os es-tudos escolares indispensáveis (que não serão sacrificados) e a atividade espor-tiva de um nível superior para o qual o jovem atleta deve ser encaminhado.

O principio "Esporte-Estudo" é simples;

o aluno de uma determinada idade, que pode ser considerado como tendo pre-disposição para um esporte, pode ser orientado num estabelecimento escolar normal, mas que, em sua organização interna, disponha de uma "seção espe-cial" bem definida.

Esses alunos seguem normalmente os cursos intelectuais que correspondem aos seus níveis e são dispostos nas clas-ses como os demais alunos, porém em Educação Física, ao lado das atividades gerais, têm um regime de preparação especial.

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Tais alunos são agrupados de modo que disponham de um maior número de ho-ras de atividades físicas, durante as quais são submetidos a um treinamento especializado, programado, sério e bem controlado.

Atribuição do estabelecimento "Esporte-Estudo"

A missão "Esporte-Estudo" de que se incumbe um estabelecimento público de ensino geral lhe é atribuída por deci-são oficial nacional, enquanto todas as garantias administrativas, técnicas, pe-dagógicas e materiais são asseguradas. É lógico que os professores técnicos res-ponsáveis devem ser altamente qualifi-cados e permanecer o mais possível em contato com os dirigentes e principais treinadores dos clubes a que pertencem seus alunos.

Para ser admitido em tal estabelecimen-to, o aluno proposto e seus pais devem dar o devido consentimento.

As bases e seleção dos alunos são em geral decididas e fixadas a nível nacio-nal, e sempre de acordo com as federa-ções interessadas, que são a origem das proposições de seleção.

Tipos de estabelecimentos "Esporte-Estudo"

Um estabelecimento de ensino geral terá uma seção Esporte-Estudo de Natação e Saltos Ornamentais ou

Atletismo ou Futebol.

Na França, existem vários estabeleci-mentos desse tipo'e o mais importante é o de "Font-Romeu", situado a grande altitude nas montanhas dos Pirineus

' A t l e t i s m o : 14; Basquetebol: 1; Caiaque: 1; Cama Elástica: 1; Canoagem: 1; Esgrima: 2; Esportes Eqüestres: 2; Esqui: 15; Futebol: 13; Ginástica: 8; Golfe: 1; Handebol: 13; Hóquei sobre o G e l o e Patinação Artística: 3; J u d ô : 8; Luta: 2; Natação: 12; Pentatlo M o d e r n o : 3; Rúgbi: 4 ; Tênis: 12; Tênis de Mesa: 6; Vela: 4 ; Voleibol: 2.

Franceses. É um estabelecimento mul-ti-Esporte-Estudo que é igualmente uti-lizado na preparação de atletas de alto nível franceses e estrangeiros.

Colaboração

Colaboração interna

É em função do número de colaborado-res sensibilizados pelo valor educativo e importância do Clube de Lazer que os resultados são alcançados.

O animador geral do Clube de Lazer

É coordenador de Educação Física e Esportes do Estabelecimento. Há um procedimento especial a ser posto em prática na procura dos possíveis simpa-tizantes e animadores.

0 devotamento, a fé e o espírito empre-endedor são as qualidades de ordem psi-cológica extremamente importantes que o devem caracterizar.

Suas tarefas são as de:

- administrador sempre correto e

obe-diente aos textos oficiais e ao regi-mento interno do estabeleciregi-mento;

- criador e de espirito progressista: - possuidor de atitudes definidas em

seu relacionamento (com a

Adminis-tração, professores, alunos, pessoas fora do estabelecimento).

Essas qualidades fazem dele um edu-cador de nível superior de grandes res-ponsabilidades, cuja ação deve ter efei-tos benéficos sobre o comportamento e estado de espírito do conjunto de pro-fessores, alunos e funcionários do esta-belecimento.

Cedo ou tarde será necessário que os serviços oficiais de educação tomem consciência da necessidade absoluta, ém cada estabelecimento, de um

ani-mador geral do Clube de Lazer.

Se admitirmos a sua excepcional impor-tância para um estabelecimento de en-sino, será também indispensável ter em conta todo o seu trabalho e o tempo que

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ele consagra para realizar sua tarefa e cumprir sua missão.

Nos grandes estabelecimentos, o título de "coordenador" - "animador geral" pode ser considerado como uma autori-dade administrativa, com a retribuição correspondente às suas responsabilida-des e ao rendimento esperado.

Nesse caso, de acordo com a importân-cia e o número de alunos do estabeleci-mento, ele deve ser totalmente liberado das aulas de Educação Física.

Nos estabelecimentos menores, o título de "coordenador" - "animador geral" de-termina certa autoridade administrativa. Para o trabalho extraclasse que realiza, será indispensável a remuneração de al-gumas horas suplementares.

Tais normas devem ser definidas pelos serviços competentes e oficiais (no pla-no nacional}, podendo ser fixadas em quatro horas suplementares semanais, sem prejuízo das quatro horas dedica-das ao período do Clube de Lazer que, como já frisamos anteriormente, deverá fazer parte da carga horária normal do professor.

Como conseguir a simpatia dos

professores e do pessoal do

esta belecimento

Antes de existir o animador geral, deve existir o homem, dentro da sua integri-dade, com suas qualidades e defeitos, e também com a sua franqueza e maneira de ser, sua honestidade (sem a qual nada será possível) e todas as boas intenções que dele emanam.

Muitas razões permitem atrair para si, lealmente, essa simpatia.

Daremos a seguir quatro exemplos que nos dizem respeito diretamente, porque os utilizamos com sucesso:

1. curso de condicionamento físico aberto a todo pessoal docente e ad-ministrativo do estabelecimento;

2. conferências culturais; 3. excursões;

4. reuniões de confraternização.

Curso de condicionamento físico aberto a todo pessoal

Fazer uma pequena enquete, verbal ou escrita, entre todos os professores e pessoal administrativo do estabeleci-mento sobre os seguintes assuntos: a) O Sr. (a) gostaria de participar de um

curso de condicionamento físico útil, agradável, atraente e recreativo? b) Qual deveria ser a duração dessa aula

adaptada a todos? uma hora por semana? uma hora e meia por semana? c) Deveria ser realizada à tarde ou à noite? d) Qual o dia de sua preferência?

(Indique dois por ordem de prefe-rência.)

e) Os cursos são dirigidos pelo anima-dor geral com a colaboração ocasio-nal dos professores de Educação Fí-sica voluntários.

f) Esses cursos são inteiramente gra-tuitos e abertos a todos, com a con-dição de que cada um esteja munido de um seguro que eximirá de respon-sabilidade o professor responsável e a Direção do estabelecimento. Os cursos só serão realizados com a aprovação do Diretor.

g) Nenhum uniforme especial será exi-gido, senão uma vestimenta leve que permita a realização dos exercícios e um par de tênis.

h) É necessário tornar-se membro do Clube de Lazer.

É durante essas sessões que se estabe-lece o diálogo entre o animador geral e seus colaboradores diretos, professores de Educação Física e os colegas de ou-tras disciplinas que participam do curso. O diálogo é estabelecido com naturali-dade, na ocasião oportuna e de maneira sincera e franca.

Referências

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