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Atlas da Capoeiragem no Ceará

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Academic year: 2021

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ATLAS DO ESPORTE NO CEARÁ

CAPOEIRAGEM

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Origens e Definições A capoeira é hoje um dos esportes nacionais do Brasil, embora sua origem seja controvertida. Há uma tendência dominante entre historiadores e antropólogos de afirmar que a Capoeira surgiu no Brasil, fruto de um processo de aculturação ocorrido entre africanos, indígenas e portugueses. Entretanto, não houve registro de sua presença na África bem como em nenhum outro país onde houve a escravidão africana. Em seu processo histórico surgiram três eixos fundamentais, atualmente denominados de Capoeira Desportiva, Capoeira Regional e Capoeira Angola, os quais se associaram ou se dissociaram ao longo dos tempos, estando hoje amalgamados na prática. Desde o século XVIII sujeita à proibição pública, ao longo do século XIX e até meados do século XX, ela encontrou abrigo em pequenos grupos de praticantes em estados do sudeste e nordeste. Houve distintas manifestações da dança-luta na Bahia, Maranhão, Pará e no Rio de Janeiro, esta última mais utilitária no século XX. Na década de 1970 sua expansão se iniciou em escala nacional e na de 1980, internacional. Embora sejam encontrados diversos significados para o vocábulo “capoeira”, cada qual referindo-se a objetos, animais, pessoas ou situações, em termos esportivos, trata-se de um jogo de destreza corporal, com uso de pernas, braços e cabeça, praticado em duplas, baseado em ataques, esquivas e insinuações, ao som de cânticos e instrumentos musicais (berimbau, atabaque, pandeiro, agogô e reco-reco). Enfocada em suas origens como uma dança-luta, acabou gerando desdobramentos e possibilidades de emprego como: ginástica, dança, esporte, arte, arte marcial, folclore, recreação e teatro, caracterizando-se, de modo geral, como uma atividade lúdica. http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/1.pdf

1832 – a primeira referencia à prisão de um ‘capoeira’, conforme consta do Diário do Império, edição de 1832, seção correspondente aos acontecimentos no Ceará, certamente referentes às estatísticas do ano anterior:

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1852 - A primeira referencia com a palavra ‘capoeira’ no Jornal ‘O Cearense”, que circulou de 1846 a 1891 - data de 1847; na edição de 04 de janeiro de 1952 de numero 20, refere-se à mato rasteiro, em uma poesia, que não identificamos o autor. As referencias seguintes também tratam de mato rasteiro... São 84 referencias nesse jornal, sendo a primeira, de capoeira como individuo praticante de uma luta, data de 1852 – “O Cearense”, edição de 17 de dezembro, n.588-, aparece nota sobre o alferes João Torres, que teria sofrido ataque de “um capoeira”:

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1853 - Na edição de 13 de setembro de 1853, refere-se à artigo publicado em outro jornal, “Pedro II” – circulou de 1840 a 1889 - como era normal naquele tempo -, rebatendo notícia veiculada, referindo-se à ‘capoeira’, no seu sentido de denegrir outrem, como facinoroso:

1858 - edição de 28 de novembro, a nota – editorial – do jornal O Cearense, defendia-se do sr. João Silveira de Souza, publicada, também, no jornal “Pedro II”, chamando-o de ‘pobre capoeira”:

1859 - Em “O SOL”, de 05 de maio de 1859, acusa-se o Padre Carlos de prática de gestos semelhantes aos de um capoeira durante as missas:

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1862 - ‘O CEARENSE’, em sua edição de 28 de outubro, publica carta de um leitor, da cidade de Santa Quitéria, relatando os acontecimentos políticos, refere-se a um cidadão a quem acusa ser ‘capoeira’, pelas injurias que assacava:

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- Já na “GAZETA OFFICIAL DO CEARÁ”, edição de 18 de novembro, consta o seguinte:

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- Em 24 de novembro, em ‘O Cearense”, há uma resposta, com o mesmo título, à nota da “Gazeta Official, de 18 de novembro (acima),

1865 - Em “O Tagarella”, em sua edição de março traz-nos:

- Em “A Constituição” – circulou de ‘863 a 1889, de 23 de outubro de 1865 a referencia também é de malfeitor:

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1866 - Voltamos a “O Cearense, edição de 12 de janeiro, em nota ‘de repudio’, contra o que fora publicado em outro jornal, pelo sr. Francisco Manoel Dias, taxando-o de ‘capoeira’

1868 - Nesse mesmo ‘O Cearense, edição de 22 de novembro, noticia de um assassinato em Indaiá:

1869 - Na edição de 12 de outubro de O Cearense, noticiado o assassinato de um capoeira, por sua mulher:

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- Esse crime continua repercutindo na cidade, sendo que no relatório dos crimes do mês, também aparece, como Maria Mussu tendo assassinado a José Capoeira, no bairro do Livramento, da capital. Na edição de 16 de dezembro de 1869 dá-se mais detalhes, informando-se que José Capoeira chegara recentemente do Paraguai:

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1872 - E derrubam-se ministros por meio de rasteiras e cabeçadas, conforme a edição de 30 de maio d’ O Cearense, sobre boatos publicados em A Reforma:

1874 - Em “O Pyrilampo”, de 15 de março, pedia-se que se ensinasse capoeira a alguns jornalistas:

- “O Cearense”, em sua edição de 24 de junho publica anúncio de fuga de um escravo, oferecendo-se recompensa; uma das características, era o andar de capoeira:

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1876 - 16 de janeiro, em O Cearense, em correspondência da cidade de Ipu, Arthedouro Burgos de’Oliveira acusa ao juiz da cidade de o haver agredido, utilizando-se de golpes à moda de capoeira:

- A 13 de abril de 1876, também em O Cearense, em todas a pedido, do interior, um juiz, em suas decisões, contrariando interesses políticos, é comparado à ‘um capoeira”:

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- Desta vez, e não é a primeira, um padre é chamado de ‘capoeira’, dada a sua truculência em tratar de seus paroquianos, também por divergências politicas, conforme o Cearense de 27 de agosto de 1876:

1880 - No jornal “A Gazeta do Norte”, do ano de 1880, edição 74, - circulou de 1880 a 1890 -aparece pela primeira vez o termo de busca ‘capoeira’, referindo-se à mato raso. Na edição de 07 de dezembro, n. 149, já se refere a facínoras,

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1881 - Em “O Libertador” – órgão da Sociedade Cearense Libertadora, com edições de 1881 a 1889, na sua publicação de 17 de março de 1881, em sua sexta edição, ‘capoeira’ significando malfeitor e vagabundo. Temos a identificação de um capoeira, Júlio de Vasconcelos, português, de cor branca, preso por ser vagabundo e capoeira, embora redator de um jornal rival, O Cruzeiro:

- no jornal “Pedro II”, Noticias de crimes associavam o uso de facas à capoeiras, como malfeitores, aparecem em sua edição 84, de 1881:

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- Em A GAZETA DO NORTE, edição de 28 de abril de 1881, um delegado de policia desafia os presos a jogar capoeira:

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- O “Pedro !!” em sua edição de 27 de novembro de 1881 trás os instrumentos utilizados na capoeira – o cacete:

1882 - N’A GAZETA DO NORTE, edição de 7 de fevereiro de 1882, em resposta, novamente a designação de ‘capoeira’ a indivíduo sem caráter:

1886 - Em O Libertador de 12 de abril de 1886, ao noticiar a prisão de um Cearense, como era conhecido José Francisco das Chagas, de 20 anos de idade; é apresentada sua ficha criminal, com várias prisões, por vagabundagem, embriaguez e furto. Algumas dessas prisões, pelo exercício de capoeiragem, ou por capoeira:

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1883

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- O CEARENSE de 20 de julho de 1887 anuncia o recebimento do numero 13 de A Quinzena, e ao apresentar o sumário, um dos temas é ‘Capoeira”:

1888 - No “Constituição” de 10 de fevereiro de 1888, mais uma nota policial, envolvendo um capoeira:

1892 - O jornal “José de Alencar”, órgão do grêmio literário do mesmo nome, em sua edição de 16 de outubro de 1892, traz-nos umas memórias “do Torres”, escrito por Jubas Coréa; ao descreve-lo:

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1893 - Em “A República” – fusão de O Libertador e Estado do Ceará, editado de 1892 a 1897, em sua edição de 28 de maio de 1893, refere-se a um tal de “Domingos Capoeira”:

1895 - N´A Republica de 10 de março de 1895, outra nota de uma agressão, sendo um dos contendores, um capoeira:

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- Jornal “O Republicano”, de 28 de dezembro de 1895:

1904 - No “Jornal do Ceará, edição de 03 de agosto de 1904, também se refere à mato; na edição de 26 de agosto, noticia de um crime, ocorrido em Acaraú-Mirim:

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1907 - O REBATE, traz:

1921 - No jornal “A Nota”, em sua edição de 30 de julho de 1921,

1928 - No “O Ceará”, de 30 de março de 1928, com o sentido de mato; na de 04 de abril, refere-se à navalha de um capoeira:

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DÉCADA DE 1930 – Em “A Razão” – publicado de 1929 a 1938, na edição de 02 de outubro de 1930, refere-se à luta:

- Tem-se, como ponte de partida, no Ceará a participação do cearense Cisnando na constituição da Capoeira Regional de Mestre Bimba: Ele era um jovem que foi estudar Medicina na Bahia, pois na época não havia tal curso no Ceará. Lá conheceu Manoel dos Reis Machado, o famoso Mestre Bimba, criador da Capoeira Regional. No documentário Mestre Bimba: A Capoeira Iluminada de 2007, o Mestre de Capoeira, Doutor Decânio fala sobre Cisnando e o início da Capoeira Regional. Referindo-se a história da Capoeira de Bimba, ele diz: “A história começa para mim, quando Cisnando chega na Bahia. Ele corre aos capoeiristas, só encontrou um que ele respeitou, que era um negão, que era carvoeiro na Liberdade, que era Bimba” (sic).Cisnando foi um capoeirista que contribuiu para a história da Capoeira, mas infelizmente não desenvolveu trabalho no Ceará e até onde se sabe não formou discípulos.

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- José Cisnando Lima nasceu em 9 de Outubro de 1914, no Sítio Santa Rosa, Crato/CE. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1932, formando-se em 1937. Iniciou suas atividades profissionais em Sta. Bárbara/Ba. Regressou à sua terra natal, em 1943, clinicando em varias cidades do sul do estado até 1950, quando retornou a Sta. Bárbara/BA. Sonhador, empreendedor, apaixonado pela agricultura, trouxe colonos japoneses para incrementar as técnicas agrícolas em sua propriedade e foi pioneiro na irrigação das suas culturas, o que o conduziu à presidência do Sindicato Rural de Feira de Santana/BA. Eleito vereador em Feira de Santana, foi líder do partido situacionista neste município. Nomeado médico da Secretaria de Agricultura, foi requisitado paras a função de legista da Secretaria de Segurança Pública. Exerceu os cargos de Supervisor Estadual da Merenda Escolar e representante federal da Campanha Nacional para a Merenda Escolar. Eleito Presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, assumiu a Prefeitura local durante 4 meses por motivo de saúde do prefeito em exercício. Dois anos depois dedicou-se inteiramente à psiquiatria, fundando duas clínicas particulares para doentes mentais. Ensinou biologia no Colégio Santanópolis, no Instituto Guimarães e no Educandário da Casa São José. Aprendeu Jiu-jitsu com

1 IMAGEM ENVIADA POR Javier Rubiera Cuervo rubierj@gmail.com, via correspondência eletrônica pessoal, em 07/08/2018, publicada na revista O CRUZEIRO de 14 de maio de 1955, O Cruzeiro : Revista

(RJ) - 1928 a 1985 – disponível em

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Takeo Yano antes de chegar a Salvador. Com Takamatsu, 5o dan da Shotokan e 2o da Kodokan, praticou e estudou o karatê. Um dos seus colonos japoneses o iniciou em Kendô e Bojitsu. A sua equipe de japoneses, oriunda da TakuDai, incluía Saito Masahiro, 2o dan pela Kodokan e 1o dan pela Shotokan, que ensinou Judô e Karatê no Spartan Gym de Dr. Geraldo Blandy Motta e no Gremio da Escola de Politécnica, com o qual também pratiquei as duas artes marciais.

http://capoeiradabahia.portalcapoeira.com/dr-jos-qcisnandoq-lima-a-pedra-fundamental-da-regional/

- Continuando com Nascimento (2017), este autor traz duas outras hipóteses da introdução da Capoeira: [...] outras narrativas existentes, alimentam a ideia de que, os primórdios da prática da capoeira do Ceará teve início com o retorno de cearenses, formados em Direito e Medicina nas universidades baianas, que teriam aprendido capoeira naquele estado com Mestre Bimba, criador da capoeira Regional baiana (Neto, 2012). De volta ao estado, após o término dos seus respectivos cursos, alguns destes ex-alunos de Bimba, teriam dado aulas e iniciado alguns neófitos na arte da capoeiragem.

DÉCADA DE 1950 – A revista “O Cruzeiro” em sua edição de 14 de maio de 1955 publica artigo sobre o Candomblé na bahia, e apresenta uma foto com o título de

“Capoeira no Ceará”

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReaderMobile.aspx?bib=003581&pesq=Capoeira %20ceara

DECADA DE 1960 - José Renato de Vasconcelos Carvalho, conhecido por mestre Zé Renato, natural de Crateús-CE filho primogênito de Joaquim Severiano Ferreira de Carvalho e Vicência Vasconcelos Carvalho. Nasceu em 24 de maio de 1951: Em vinte e quatro de maio, / De cinqüenta e um nasceu,/ Em Crateús e cresceu / Na arte fazendo ensaio, / Para brilhar como um raio,/ O artista Zé Renato; / Mestre em artesanato/ E também em capoeira,/ Essa luta brasileira/ Feita por negros no mato . (CARVALHO FILHO, 1997, p. 1).

1960 - chega a Crateús, lotado no 4 Batalhão de Engenharia de Construção, um sargento de nome Cipolati, gaúcho que havia residido na Bahia por longa temporada, pai de Carlos e Evandro e ex-aluno de um famoso capoeirista, mestre Bimba.

Cipolati foi o responsável por iniciar Zé Renato na prática da capoeira. A capoeira fazia parte das atividades em família, treinando após o regresso do trabalho junto aos filhos. Ao ver a capoeira pela primeira vez, José Renato apaixonou-se e iniciou seus treinos.

Carvalho Filho (1997) 2 conta que: [...] um militar que chegara a cidade vindo da Bahia, trazia consigo a arte da capoeira. O Mestre muito curioso fazia perguntas sobre a cidade do baiano, encantara-se com a ginga e com a habilidade do mesmo. Depois de terminado o primeiro grau, atual ensino fundamental, vai para a Bahia e conhece o famoso Mestre Bimba. Mestre Zé Renato terminou o Segundo Grau, atual Ensino Médio, em Ilhéus, onde jogava Angola na praia. Todo final de semana estava em Salvador para jogar na capital. Em 1967, retorna à sua terra natal.

2 CARVALHO FILHO, José Bento de. Capoeira: a história do Mestre Zé Renato. Literatura de cordel. Fortaleza – CE, 1997.

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1967/68 – parte para o Rio de Janeiro, aos 18 anos de idade, devendo ter ficado nesse Estado por volta de três anos. No Rio, foi jogar capoeira na Central do Brasil com o famoso mestre Leopoldina 3. Conhecido por Ceará e pelo jogo diferenciado, Zé Renato dedica–se

ao aprendizado da capoeira em solo carioca, adquirindo sempre novos conhecimentos. DÉCADA DE 1970 - Ainda seguindo Silva (2013) 4, pouco tempo depois, ao surgir

uma oportunidade de trabalho no Maranhão, na área de topografia, o jovem José Renato ficou tentado atingir mais outra meta na vida que era a de conhecer o “berço de negros”, como ele mesmo diz: As experiências do Maranhão pelos idos de 1970 gravitavam ao redor de práticas de capoeira Angola, Tambor de Crioula e de todas as manifestações de que pôde participar. Amante das artes popularescas, Zé Renato defendeu a ideia de que naquela época os praticantes viam capoeira como arte, apenas isso.

1971 – MESTRE OUSADO - José Maria Cardoso da Costa, em artigo de jornal de 2011, afirma que há 40 anos preserva a arte da capoeira em Fortaleza é o tema do livro “As Asas do Mestre”. O material tem projeto editorial e organização de Luiz Renato Vieira, que também é mestre de capoeira e doutor em sociologia da cultura. Mestre Ousado foi percursor da capoeira em outros países, como a Inglaterra, ainda no início dos anos 1990. Atualmente ele ministra aulas em universidades e escolas públicas de Cingapura, sendo reconhecido pelos Ministérios da Educação, Arte e Esporte. “A capoeira é para muitos jovens asiáticos o primeiro contato real com a cultura brasileira. Embora o futebol brasileiro seja admirado é através da capoeira que muitos aprendem a falar português, ao gingar ao som do berimbau e acabam por construir laços de uma vida toda com o Brasil”, afirma mestre Ousado. O nome do livro foi pensado pelo próprio mestre. “Já dei uma volta ao mundo com a capoeira. Ela nos leva igual ao vento”, completa. http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/fortaleza/livro-sobre-mestre-ousado-conta-parte-da-historia-da-capoeira-em-fortaleza/

3 Mestre Leopoldina (12/02/1933 – 17/10/2007) Demerval Lopes de Lacerda, Mestre Leopoldina nascido o 12 de fevereiro de 1933 no Rio de Janeiro. Inicio-se na capoeira na decada de 1950, com Joaquim Felix de Souza, Mestre Quinzinho, um temido malandro de favela que já tinha proceso penal por morte, heredeiro das violentas maltas de capoeira que aterrorizaram o Rio de Janeiro no século XIX. Depois que mestre Quinzinho foi asesinado na decada do 50 na Colonia Penal, o Mestre Leopoldina sumio das ruas por medo a represarias por inimigos de Quinzinho. Logo continuou seu treino com o baiano Mestre Artur Emídio que abriu uma academia e influenciou a capoeira Carioca na década 50 e 60 baseado no método sistematizado de Mestre Bimba. Mestre Leopoldina começo a dar aula em 1961 na academia Guanabara, no Rio de Janeiro, e graças à capoeira viajou na Suiza, Italia, Amsterdam, Alemanha e Senegal. O mestre tem muita afinidade com o povo de rua, na chamada lei dos malandros, com a filosofía da malandragem, que é a estrategias de não confronto. Sua visão de mundo e sua relação com a malandragem transparecem em suas histórias e suas músicas. Protagonista do documentario “Mestre Leopoldina, A Fina Flor da Malandragem”, 2005. O documentário narra a vida de Mestre Leopoldina, de vendedor de bala na Central a Mestre de Capoeira reverenciado mundialmente, feito por seu aluno Mestre Nestor Capoeira. Fonte: Documentario Mestre Leopoldina, a fina flor da Malandragem / Site Revista de História.

https://jogodavidaweb.wordpress.com/2017/02/12/mestre-leopoldina/

4 SILVA, Sammia Castro.. PROTAGONISTAS NO ENSINO DA CAPOEIRA NO CEARÁ: relações entre lazer, aprendizagem e formação profissional. Dissertação submetida à Coordenação do Programa de PósGraduação em Educação Brasileira, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação. Área de concentração: História e Memória da Educação. Orientador: Prof. Pós-Dr. José Gerardo Vasconcelos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA/ MESTRADO NÚCLEO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO. FORTALEZA (CE) 2013

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1972 - Mestre Zé Renato regressa a Fortaleza, e começa o processo de implantação da capoeira no Estado. Ensinou nas Escolas Oliveira Paiva e Castelo Branco. Apresentou-se na TV, divulgando a cultura afro-brasileira. Teve como primeiro aluno Demóstenes. Devem ser também lembrados por serem co-fundadores Jorge Negão, Everaldo, João Baiano, Márcio, Sérgio, Zé Ivan, George, Juarez, Datim, Antônio Luiz.51972 (?)- Já em Brasília, para onde se mudara, e após observar a capoeira praticada naquela cidade, declara: [...] ter tomado conhecimento de que o estilo regional estava sendo popularizado e praticado em Fortaleza [...] ele ressalta a importância da união entre o jogo baixo angoleiro e do jogo alto da regional e descreve que a sucessão de movimentos da capoeira se torna, desse modo, um movimento em onda com maiores possibilidades de ataque, defesa e malícia.

1978 – Grupo Zumbi6 foi fundado por Everaldo Monteiro de Assis, mais conhecido como Mestre Ema, o grupo surgiu no bairro Planalto Pici, e hoje tem sua sede instalada no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. Ao longo de sua trajetória, o Zumbi de Capoeira realizou um notável trabalho social com crianças e jovens carentes da periferia, principalmente em comunidades dos bairros Henrique Jorge, Monte Castelo, Padre Andrade, Messejana, João XXIII e Praia do Futuro, além de inserções em outros municípios do estado, como Paraipaba e São Benedito. http://blogs.opovo.com.br/clubedaluta/2018/03/02/coluna-grupo-zumbi-de-capoeira-completa-40-anos-de-atuacao-no-ceara/

- REGINALDO DA SILVEIRA COSTA - Mestre Squisito., chega a Fortaleza-CE, Nasceu em Montes Claros – MG no dia 11 de março de 1953, sendo filho de José Gomes Costa e Iracema de Paula, ambos mineiros, nascidos também em Montes Claros, já falecidos. Seu primeiro contato com a capoeira foi em meados de 1968, no bairro de Bonsucesso, subúrbio do Rio de Janeiro, onde conheceu um capoeirista que estudava na mesma escola em que freqüentava, porém só se firmou na capoeira no ano de 1974, em Brasília-DF, na Academia Tabosa de Capoeira, a mais renomada da época. A academia era freqüentada por muita gente, onde havia os melhores capoeiristas da cidade e local de encontro dos velhos mestres, o que despertou a sua curiosidade. Desde então começou a treinar e pegou sua 1ª graduação (batizado) em seis de dezembro de 1974, tendo como padrinho, Mestre Tonhão.Devido sua timidez, sempre foi uma pessoa discreta em sua passagem pela Academia Tabosa, mas não fugindo de suas responsabilidades como capoeirista. Por volta de 1975 fundou, em parceria com o Mestre Tranqueira (Luiz Lopes Tranqueira, aluno da Academia do Mestre Adilson e que se formou mais tarde como Mestre pelo também finado Mestre Muzenza, oriundo da Senzala do Rio de Janeiro), o Grupo Berimbau de Ouro de Capoeira, onde embora inexperiente, porém cheio de idéias, associou-se com um capoeirista formado e respeitado em todo o Distrito Federal, porém não desvinculando-se do Mestre Tabosa, conciliando sempre as suas funções entre os grupos, no Berimbau de Ouro, como articulador e organizador e na Academia Tabosa, como aluno e discípulo. O trabalho que desenvolvia no Grupo Berimbau de Ouro, era de apoiar o Mestre Tranqueira, dando aulas em sua ausência, fazendo aquecimentos, alongamentos e garantindo a organização do trabalho no SESC da 503 Sul em Brasília (fichas, inscrições, mensalidades, material de divulgação, etc.).

5 CARVALHO FILHO, José Bento de. Capoeira: a história do Mestre Zé Renato. Literatura de cordel. Fortaleza – CE, 1997.

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Apesar do seu trabalho independente, sempre foi aluno fiel ao Mestre Tabosa, o qual considera o seu Mestre na Capoeira e mais importante figura em sua formação. Em agradecimento, cita em seu livro: “Ao Mestre Tabosa, meu Mestre na Capoeira: eu serei sempre parte da sombra de sua grandeza, aprendendo sua humildade e admirando sua competência de capoeirista, Mestre!” (Costa, Reginaldo da Silveira (Mestre Squisito). Capoeira: o Caminho do Berimbau, 2ª. Edição – Brasília/DF, 2000. p-5.). Em 1976 recebeu a corda amarela (formado), e em 1978 recebeu a corda roxa (contra-mestre), no mesmo ano mudou-se para Fortaleza-CE por motivo de serviço, pois foi transferido para lá (trabalhava na Caixa Econômica Federal, onde é funcionário até hoje).

1979 – Mestre Esquisito (Squisito) em novembro cria a Cia. DA CAPOEIRA Terreiro do Brasil, essa criação se deu através de um sonho que teve quando estava saindo de Brasília para ir trabalhar e morar no Ceará. Na preparação para ir embora para o Nordeste, desenhou numa folha de papel uma idéia que teve de um local de chão batido e cobertura de palha, que deu o nome de Associação Terreiro de Capoeira. Era o seu ideal, com o objetivo de poder ensinar o que acreditava, o que sabia, tendo uma academia rústica e simples, compatível com o Nordeste, mas onde pudesse ter capoeira de alto nível, como achava que havia na Academia Tabosa, de Brasília, da qual se sentia um legítimo representante.

http://www.capoeira.art.br/site/site/administrator/squisito.htm

- MESTRE ESPIRRO MIRIM se inicia na Capoeira: Começou Capoeira no Colégio Julia Jorge em Fortaleza 1979 com o Mestre Everaldo Ema no ”Grupo Capoeira favelas”. Em 1982 o grupo mudou-se para as favelas Centro Social César Cals e o grupo mudou seu nome para o ”Grupo Capoeira Zumbi”, onde recebeu o apelido de Mirim. Em 1981 foi escolhido pela imprensa esportiva o melhor capoeirista daquele ano. Em 1984 ele recebeu o título de professor. Ele foi o primeiro professor, que foi nomeado pelo Mestre Everaldo. Viajou ao Rio de Janeiro, para a casa de seu irmão em Bara Mansa onde treinou por uns tempos no grupo Palmares com o Mestre Branco e Gomes. No mesmo ano recebeu o convite de seu amigo (Didi) para viajar para São Paulo, pois ele o levaria a academia do Mestre Suassuna. La chegando encontrou o que almejava, uma capoeira leve e solta, jogada com destreza e avidez. Em 1985 integra-se ao Grupo Cordão de Ouro como estagiário, onde o Mestre Suassuna lhe apelida de “Espirro”, para não fugir de suas origens une os dois apelidos “Espirro Mirim”. Em 1988, foi formado pelo o Mestre Suassuna professor, no mesmo ano retorna a Fortaleza-Ce, com uma experiencia maior resolvi então dar inicio a um trabalho pelo o grupo aqui no Ceará , Nascia então o grupo Cordão de Ouro Ceará. Em 1991 ele foi nomeado Mestre 1o grau pelo o Mestre Suassuna.Em 1997 ele foi nomeado Mestre 3º grau (azul e branco) e em 2001 Mestre (corda branca). No ano seguinte faz sua primeira viagem para São Francisco (E.U.A.) a convite do Mestre Marcelo Pereira (Caverinha). Em 1995 ele retornou aos Estados Unidos e começou a sua carreira internacional. Ele viajou em 1996 pela primeira vez a Israel. A partir do ano de 1998 inicia sua carreira internacional, ministrando durante 4 meses, curso na academia Cordão de Ouro em Orlando (Florida), nesse período fez apresentações da Disneylândia e a abertura da Miss Brasil (E.U.A.), em Miami. Todo ano viaja para Israel, onde participa do Batizado e troca de cordão do Grupo Cordão de Ouro. Em 1999, para Nova Iorque. Em 2000 e 2001, trabalhou em Israel. Em 2004 ele visitou Inglaterra, em 2005, Espanha, em 2006, Franca, Portugal e Alemanha em 2007 e em 2008 na Hungria e na Escócia. Actualmente reside nos

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Estados Unidos e realiza um trabalho, na Holanda, Ungria e Israel.

http://tribunadoceara.uol.com.br/esportes/sem-categoria/dia-da-capoeira-e-lembrado-por-mestre-cearense/

DÉCADAS DE 1980/90 - em Fortaleza só havia dois grupos de capoeira, Senzala e Zimbi. Neste apareciam nomes como Espirro Mirim, Geléia, Jean, Soldado, Lula, Ulisses, figura como Paulão, 7Canário, Dingo, Gamela, Araminho, Gurgel.

- A Associação Zumbi do Mestre Everaldo tem entre seus Mestres associados, Lula, Ulisses, Júnior, Jean, Geléia e Wladimir. Este último mora no exterior, divulgando a capoeira do Ceará. O Mestre Lula atua na Prefeitura de Fortaleza ajudando capoeiristas, de qualquer grupo, a desenvolverem projetos na cidade. (CARVALHO FILHO, 1997).

- O Mestre Ulisses atua no Centro Social do Bairro Henrique Jorge. Os demais também dão sua contribuição através de aulas e rodas. (CARVALHO FILHO, 1997). - Carvalho Filho (1997) não deixa de citar também o Mestre Paulão do Ceará que na

década de oitenta divulgou bastante a Capoeira no Estado, indo para o exterior no início dos anos 1990. Ele teve discípulos como os mestres: Ratto, Zebrinha, Ferrim, Picapau, Envergado, dentre outros que formaram seus grupos. E outros como Kim, Cibriba, Marcão, Juruna que continuam a divulgar a Capoeira do estado no Brasil e no Exterior

- José Olímpio Ferreira Neto. “A HISTÓRIA DA CAPOEIRA NO CEARÁ NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990 ATRAVÉS DA MEMÓRIA E ORALIDADE”. http://www.uece.br/eventos/encontrointernacionalmahis/anais/trabalhos_completos/5 2-5434-26082012-231518.pdf

1981 - Integrante do Grupo Capoeira Brasil, o MESTRE KIM pratica capoeira desde 1981. Discípulo do Mestre Paulão, ministra aulas em escolas, clubes, além de participar de eventos nacionais e internacionais dando workshops em vários estados do Brasil e em outros países. Ao longo dos anos participou e realizou workshops na Holanda, França, Alemanha, Polônia, Itália, Suécia, Romênia, Bélgica, Turquia , Suíça, Portugal, Hungria, Venezuela, Colômbia e Argentina. Hoje, seu objetivo é continuar contribuindo para o crescimento do projeto social ACCEV, difundindo os aspectos positivos que a capoeira oferece para a transformação de uma sociedade melhor. https://www.kimcapoeira.com/mestre-kim/sobre-o-mestre/

1982 – Mestre Esquisito retorna para Brasília, deixando plantada sua semente em todo o Ceará. Nesse tempo em que ficou no Ceará adquiriu respeito, amigos e discípulos que levam sua filosofia de trabalho até hoje. Logo após sua chegada em Brasília recebe a graduação roxo-branco, a última antes da corda de mestre.

7https://www.youtube.com/watch?v=hNIMVWBlfv0

Mestre Paulão é um dos fundadores do Grupo Capoeira Brasil junto com Mestre Boneco e Mestre Paulinho Sabiá. Com um trabalho consolidado em Fortaleza, no ano de 1993, Mestre Paulão decide-se mudar para a Holanda e, de lá para cá, vem realizando um belo trabalho para o desenvolvimento da capoeira na Europa. Hoje o Grupo Capoeira Brasil está nos seguintes países europeus: Austrália, Bélgica, França, Espanha, Alemanha, Itália, Hungria, Polônia e Suécia. As aulas são ministradas por graduados, instrutores, professores, formandos e formados, todos sob a supervisão de Mestre Paulão.

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1983 - MESTRE RATTO - Eu nasci e me criei em Fortaleza, na beira de praia. Como é tradicional em qualquer beira de praia, é comum ver-se rodas de Capoeira. Meu irmão Ricardo, teve oportunidade de ter um contato com um grupo de rapazes que todo o final de tarde praticava Capoeira, chamada de vadiagem de beira de praia. Logo o Ricardinho passou a fazer parte do grupo, e foi se destacando por sua agilidade e facilidade de girar a cabeça no chão (peão de cabeça). No inicio de 1983, eu já tinha uma certa segurança no jogo e estava mais à vontade numa roda. Na época só existiam dois grupos de Capoeira em vam capoeiristas dos dois grupos. Eu passei então a conhecer os feras da Capoeira. De um lado, o grupo Zumbi com Espirro Mirim, Geléia, Jean, Soldado, Lula, Ulisses. De outro lado, o grupo Senzala com Paulão, Canário, Dingo, Gamela, Araminho, Gurgel. Fiquei sabendo que existiam outras rodas na cidade, como a do Mestre Geléia na Barra do Ceará. Minha mãe ficava cada vez mais preocupada comigo, por rodar cada vez mais a cidade atrás de Capoeira. Em 1984, eu não conseguia mais esconder a admiração e a vontade de conhecer uma aula do Mestre Paulão, na Escola de Arte Senzala. Eu via nas rodas que o estilo dele era diferente, me chamava à atenção essa Capoeira de muita classe praticada pelo Boneco, Cibriba, Pica Pau, Maroca, Bisquim, Atabaque, Querido e Juruna. As acrobacias me enchiam os olhos. Eu decidi então que tinha que participar dessa escola. Um dia apareceram dois capoeiristas de Brasília no DCE, eles pediram informação sobre o horário e local da aula do mestre Paulão, e eu me ofereci a acompanhá-los. Chegando lá, o Mestre Paulão tinha acabado de terminar a primeira aula, e estavam todos, na época chamado colégio Capital. O Mestre convidou a gente a ficar para a aula seguinte e eu nem consegui acreditar nisso. Mostrei então a minha capacidade e no final da aula pedi informações sobre a mensalidade. Ele me perguntou se estava mesmo a fim de treinar e eu respondi bem rápido que sim. Como ele já tinha feito com outros garotos, ele me prometeu uma calça e uma camisa. Foi o necessário, para que eu saísse dali maravilhado. O treino era diferente, a movimentação mais fascinante e a roda de se arrepiar todo. Fui fazendo amizade com a garotada, me integrando e logo fiz parte da equipe de show do Mestre Paulão. No inicio eu era sempre quem carregava o atabaque, fazia os arames dos berimbaus, etc. Comecei a dar aula quando ainda era corda azul, alguns desses alunos ainda são hoje meus alunos, como Peninha e Marcelo. O local era a Academia Linhas e Curvas e as aulas aconteciam três vezes por semana. Através do Capoeira Brasil e do Mestre Paulão, tive a oportunidade de ter contato cedo com grandes mestres do Brasil e no mundo. No Grande Encontro de Mestres e Professores de Capoeira, realizado no Center Um, recebi a corda verde. Conheci nessa ocasião grandes nomes da Capoeira: Mestre João Grande, Mestre João Pequeno, Mestre Suassuna, Mestre Itapoã, Mestre Mão Branca, Mestre Boneco, Mestre Paulinho. Foi assim que nasceu o meu interesse em rodar o Brasil todo atrás de mais conhecimentos e experiências de Capoeira. Em 1992, recebi a corda Marrom e me tornei Formando. Foi nessa época que o Mestre Paulão decidiu morar na Holanda, Europa. Essa foi uma experiência que marcou muita a minha vida como capoeirista, pois passei a ser um dos organizadores do grupo em Fortaleza, juntamente com Mestre Zebrinha, Marcão, Kim, Envergado, Cibriba, Ferrim, Serê. Foi um grande desafio da parte do Mestre Paulão e foi a porta que abriu para os contatos do grupo na Europa. Para o grupo Capoeira Brasil do Ceará. Logo em seguida iniciaram-se as minhas viagens para fora do Brasil. A minha primeira viagem foi um mês na Alemanha. E depois inúmeras vezes a vários países da Europa como a França, Holanda, Espanha, Bélgica, Alemanha,

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Inglaterra. Em 2001, me tornei Formado Ratto ao receber a ultima corda do grupo, a corda preta. Esse dia foi um dos dias mais importantes da minha vida, pois foi o reconhecimento de 19 anos de trabalho dedicado à Capoeira. Foi um momento inesquecível, uma grande satisfação de receber essa corda na presença de Mestres ilustres como o Mestre Itapoã, Mestre Paulinho Sabiá, Mestre Boneco e Mestre Tony Vargas. Em 2002, fundei oficialmente o projeto social Água de Beber, com o objetivo de trabalhar a Capoeira nas comunidades carentes de Fortaleza, fazendo um trabalho de resgate das crianças que residem nessas localidades. Os esforços investidos nesse projeto valeram a pena, pois rapidamente nosso trabalho cresceu, difundindo-se em várias áreas de risco social da cidade, culminando, no ano de 2006, com a transformação projeto social Água de Beber em instituição social autônoma com o nome CENTRO CULTURAL CAPOEIRA ÁGUA DE BEBER.” http://capoeira-cecab.eu/cecab-2/mestre-ratto/?lang=pt-br

1987 - MESTRE PAULÃO CEARA Ik ben paulo Sales Neto en ik ben geboren op 14 januari 1961 in Fortaleza. Ik heb mijn leven van jongs af aan gewijd aan capoeira. Toen ik begon met capoeira wist ik niet dat het mij zo ver zou brengen maar capoeira heeft mij op alle gebieden in het leven een wijzer mens gemaakt. in 1987 hebben Mestre Paulinho Sabiá, Mestre Boneco en ik Grupo Capoeira Brasil opgericht. Om capoeira met een ,voor mij onbekend, nieuw deel van de wereld te delen ben ik in 1993 naar Nederland gekomen. Dit was voor mij een zeer bijzondere ervaring waarbij ik veel heb geleerd over mijzelf maar ook over hoe anders het leven in Nederland is. Dit was heel leuk maar ook vaak zwaar en ik ben daarom erg trots op de groep die ik in Nederland heb opgebouwd. in 2011 heb ik het moeilijke besluit genomen om Nederland achter te laten om bij mijn vrouw en twee kinderen in Hongarije te gaan worden. Ondanks dat ik nu verder weg woon voelt Nederland altijd als thuis en probeer ik zo vaak mogelijk op en neer te vliegen naar Nederland om de band met onze groep sterk te houden. Ik houd heel erg van het leven en ik probeer altijd een goede vader, man, vriend maar ook een voorbeeld voor alle leerlingen te zijn. Toen ik 14 jaar oud was zag ik een van mijn vrienden op het strand bewegingen doen. Het zag er heel mooi uit en ik heb hem gevraagd wat hij deed. Hij zei: Dit is capoeira. Vanaf deze dag was ik verkocht en

ben ik gaan trainen. http://www.capoeirabrasil.nl/mestre-paulao-ceara/

1997 - é publicada em Fortaleza, a história do Mestre Zé Renato através de um cordel de autoria de José Bento de Carvalho Filho, vulgo Zelito. O referido autor conta através de versos a história do Mestre Zé Renato, relatada pelo mesmo e confirmada pelos capoeiristas e alunos que conhece tão admirável nome que inicia a caminhada da Capoeira na Terra da Luz:

- CARVALHO FILHO, José Bento de. Capoeira: a história do Mestre Zé Renato. Literatura de cordel. Fortaleza – CE, 1997.

2006 – Rocha (2006) identifica os seguintes grupos de Capoeira atuando em Fortaleza: Abadá – Mestre Camisa.

Capoeira Brasil – Mestre Paulão, Boneco, Sabiá Cordão de Ouro – Mestre Espirro Mirim

Zumbi dos Palmares – Mestre Lula Terreiro Capoeira – Mestre Esquisito Muzenza – Mestre Pedro

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GCAP – Professor Armandinho Candeias – Mestre Suíno

Legião Brasileira de Capoeira – Mestre Zebrinha Raízes da Terra – Mestre Assis

Camará – Mestre Chimpanzé Capoeira Mundi – Mestre Dingo

2009 - BARROSO, Oswald. Folguedos afro-brasileiros no Ceará: uma aproximação com a capoeira no Ceará. In: HOLANDA, Cristina Rodrigues (org.). Negros no Ceará: história, memória e etnicidade. Fortaleza: Museu do Ceará/ Secult/ Imopec, 2009.

2010 - CÂMARA, Samara Amaral. Práticas educacionais transmitidas e produzidas na capoeira angola do Ceará: história, saberes e ritual. Dissertação de Mestrado em Educação Brasileira- Núcleo de História e Memória da Educação. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010.

2011 - “Valorização dos grupos folclóricos, dos artesãos e artistas populares cearenses na divulgação turística”: 8 [...] a professora elenca o que ela denomina de “furadas turísticas” e coloca a Capoeira figurando nessa lista, assim como o Carnaval fora de época, o Fortal, os Resorts etc. Afirma que quando se apresenta um grupo de Capoeira, divulga-se a Bahia e não o Ceará. Em verdade, pensa-se a Capoeira como sendo baiana, talvez pela divulgação da Capoeira que se tem hoje ter sido realizada em grande parte por mestres baianos. Porém, como já foi supracitado, o próprio Dossiê realizado pelo IPHAN não a reconhece como prática oriunda da Bahia e o Governo Federal a reconhece como Patrimônio Imaterial do Brasil. Também é verdade que a Capoeira desenvolvida no Ceará é muito jovem. Poucas ou quase nenhuma cantiga de Capoeira faz referência ao Ceará, mesmo já havendo uma produção cearense divulgada fora do Estado. Dizer que a Capoeira, praticada aqui, é da Bahia é um ledo engano, ou melhor, desconhecimento do assunto. Até porque, existem grupos oriundos do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, etc e que trazem inúmeras características desses Estados. Em qualquer bairro da cidade de Fortaleza percebe-se essa manifestação cultural como prática em ambientes fechados ou em praça pública. Essa cultura que é desenvolvida no Estado é bastante conhecida no exterior por ser uma capoeira solta, estilizada e cheia de floreios9.

- I JOGOS ABERTOS DE CAPOEIRA DO CEARÁ - Sob a organização dos mestres; Lula,Ratto,Maizena e Pano. realizado em Fortaleza encontro inédito de

quase todos os grupos de capoeira do Ceará .

http://portalacapoeira.blogspot.com/2011/09/i-jogos-abertos-de-capoeira-do-ceara.html

2012 - ALBUQUERQUE, Carlos Vinícius Frota de. Tá na água de beber: Culto aos ancestrais na capoeira. Fortaleza, 2012. Dissertação (Mestrado em Sociologia)- Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará.

8 MACENA, Maria de Lourdes. Valorização dos grupos folclóricos, dos artesãos e artistas populares cearenses na divulgação turística. In I Fórum IOV Ceará de Folclore e Artes Populares. Fortaleza – CE. 2011.

9 In I FÓRUM DE FOLCLORE E ARTES POPULARES NA CIDADE DE FORTALEZA - IOV – Ceará, Internacionale Organisation für Volkskunst/Organização Internacional de Folclore e Artes Populares, 18 e 19 de março de 2011 -

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2013 - SILVA, Sammia Castro.. PROTAGONISTAS NO ENSINO DA CAPOEIRA NO CEARÁ: relações entre lazer, aprendizagem e formação profissional. Dissertação submetida à Coordenação do Programa de PósGraduação em Educação Brasileira, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação. Área de concentração: História e Memória da Educação. Orientador: Prof. Pós-Dr. José Gerardo Vasconcelos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA/ MESTRADO NÚCLEO DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO. FORTALEZA (CE) 2013

2014 – Lançamento de livro que conta a história da capoeira no CE: “A capoeira no Ceará”, primeira obra com a temática da história da capoeira no Estado, fruto de uma dissertação de mestrado em Educação Brasileira, pela linha de História e Memória da Educação, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Fruto de uma efetiva pesquisa de campo, lançada pela EdiUECE, de autoria da capoeirista Sammia Castro, e têm co-autoria de José Gerardo Vasconcelos, que foi orientador da obra, autor do livro “Bezouro Cordão de Ouro – o capoeira justiceiro”; e Lia

Machado Fiúza.

http://tribunadoceara.uol.com.br/blogs/ie- camara/cultura/lancamento-de-livro-que-conta-historia-da-capoeira-ce-nesta-quarta-22/

2017 - NASCIMENTO, Ricardo. Políticas e performances: Um estudo de caso sobre o processo de patrimonialização da capoeira do Ceará. IN ACENO, Vol. 4, N. 7, p. 65-82. Jan. a Jul. de 2017. ISSN: 2358-5587. Cultura Popular, Patrimônio e Performance (Dossiê).

2018 – Publicado Indicios de Capoeiragem no Ceará, no CEV, de autoria de Leopoldo Gil Dulcio Vaz, base deste Atlas da capoeiragem no Ceará.

FONTES: https://www.youtube.com/watch?v=E0QF4QR-fHQ https://www.youtube.com/watch?v=TaOugpBkeSQ http://tribunadoceara.uol.com.br/blogs/ie-camara/cultura/lancamento-de-livro-que-conta-historia-da-capoeira-ce-nesta-quarta-22/ http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6035/1/2013-DIS-SCSILVA.pdf

Referências

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