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A situação do ensino do atletismo em escolas de Três de Maio (RS)

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A SITUAÇÃO DO ENSINO DO ATLETISMO EM ESCOLAS DE TRÊS DE MAIO (RS)

LÚBIA BONAPAZ SANTA ROSA, RS

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A SITUAÇÃO DO ENSINO DO ATLETISMO EM ESCOLAS DE TRÊS DE MAIO (RS)

LÚBIA BONAPAZ

ORIENTADOR: LEOMAR TESCHE

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Educação Física da Unijuí-campus Santa Rosa, como exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.

Santa Rosa, RS 2013

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Para minha mãe Lúcia, eterna lutadora, e para Eduardo, grande incentivador. Sem vocês isso não seria possível.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, ao meu namorado Eduardo pela paciência e ajuda, aos professores pelos ensinamentos, mas principalmente agradeço minha super mãe, que acreditou no meu sonho, me apoiou em todos os momentos, e soube me tranquilizar nas horas de desesperos. Agradeço também aos meus colegas, sem vocês esses cinco anos não seriam tão bons como foram. Com certeza levarei grandes amizades por toda vida.

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RESUMO

O presente estudo visa entender quais são as contribuições do atletismo nas aulas de educação física no ensino fundamental, como também qual é a situação desse esporte na cidade de Três de Maio, no estado do Rio Grande do Sul. Para que o ensino do atletismo seja difundido nas aulas de educação física, algumas barreiras estruturais e sociais deverão ser superadas. Novas metodologias e práticas pedagógicas são necessárias e a ludicidade vem tomando espaço como metodologia, gerando resultados positivos no ensino do atletismo no ensino fundamental. Num primeiro momento foi realizado um estudo por meio de uma pesquisa bibliográfica, descritiva com uma abordagem qualitativa dos dados, levantando alguns dados importantes sobre o assunto. A amostra foi composta por 15 professores de educação física do ensino fundamental. Os sujeitos do estudo responderam seis questões fechadas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 7

CAPÍTULO 1: DESENVOLVIMENTO MOTOR E ESPORTE-BASE ... 8

1.1 Breve conceito do atletismo: ... 8

1.2 Desenvolvimento motor: ... 9

1.3 Esporte base: ... 10

CAPÍTULO 2: O ENSINO DO ATLETISMO ... 12

2.1 No currículo escolar: ... 12

2.2 Nas aulas de Educação Física ... 13

2.3 Problemas no ensino do atletismo: ... 14

CAPÍTULO 3: A SITUAÇÃO DO ENSINO DO ATLETISMO EM ESCOLAS DE TRÊS DE MAIO - RS ... 16 3.1 Metodologia: ... 16 3.2 População e amostra: ... 16 3.3 Resultados e discussões: ... 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 21 REFERÊNCIAS ... 22 ANEXOS ... 24

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INTRODUÇÃO

Hoje, o conhecimento acerca do atletismo pode ser considerado pouco em relação aos demais esportes praticados no Brasil. Ele somente começa a aparecer no período dos Jogos Olímpicos, quando a mídia intensifica a sua abordagem próximo à data da competição.

Nas aulas de educação física, ele também costuma ser pouco estudado, sendo que este esporte é particularmente muito importante para o ensino de outras modalidades e deve, sim, estar inserido no currículo das escolas.

Segundo Kunz (2004), ao se estudar o atletismo dentro das escolas, devemos nos preocupar em não descaracterizar o esporte individual que é o atletismo, mas possibilitar que ele seja estudado em pequenos grupos, promovendo a socialização e estimulando a comunicação com a valorização dos saberes que os alunos já possuem.

Procurando entender mais sobre esse esporte, o presente estudo possui uma melhor concepção acerca do atletismo dentro das escolas. Tem como tema principal a situação do ensino do atletismo em escolas do município de Três de Maio, situado na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. O presente estudo foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, descritiva com uma abordagem qualitativa dos dados, levantando alguns dados importantes sobre o assunto. A amostra foi composta por 15 professores de educação física do ensino fundamental. Os sujeitos do estudo responderam seis questões fechadas.

No capítulo 1 serão abordados assuntos como desenvolvimento motor da criança no ensino do atletismo, que pela relevância de sua influência, as experiências motoras devem estar presentes no dia a dia das crianças desde muito cedo; e o esporte-base, como é chamado o atletismo, por ser fundamental no ensino de outros esportes.

Já no capítulo 2 será apresentado o ensino do atletismo dentro da escola, tomando como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs); o que o professor pode ensinar nas suas aulas e também os problemas que o esporte enfrenta nas escolas, como falta de materiais, estruturas, juntamente com o desinteresse de professores e alunos.

No capítulo 3 serão apresentados os resultados dos questionários apresentados para 15 professores de educação física da cidade de Três de Maio, os quais responderam seis questões acerca do ensino do atletismo e sua importância nas aulas.

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CAPÍTULO 1: DESENVOLVIMENTO MOTOR E ESPORTE-BASE

1.1 Breve histórico do atletismo

A Confederação Brasileiro de Atletismo (CBAt) define o atletismo como provas atléticas de pista e de campo, corridas, marcha atlética, corrida através do campo Cross country e corridas em montanhas.

Em termos gerais, chama-se atletismo o conjunto de provas individuais ou coletivas que se baseiam em atividades como marcha, corrida, saltos, arremesso e lançamentos, bem como provas combinadas que sempre se revestem de caráter competitivo. Os resultados são julgados segundo unidade de tempo, medida e distância.

De acordo com Silva (2011), “Dentre os mais variados tipos de esportes, o atletismo é a modalidade esportiva que melhor representa o homem. É constituída de diversos tipos de provas, nas quais são necessárias qualidades como força, velocidade, resistência e coordenação”.

Aqui o termo atletismo não significa aquelas corridas de final de semana. Também vai além dos movimentos básicos realizados pelo homem para a sua sobrevivência desde a Pré-história. Estamos falando do atletismo que gera competição, com o uso de técnicas, exigidas no âmbito de provas, que demandam habilidade motora e física.

O atletismo tem a sua origem na raiz grega “athlon”, que significa “combate”. A Grécia, pela sua cultura e filosofia, é apontada como precursora da prática do atletismo. Esse fato, ocorrido em épocas tão remotas, reforça que o esporte tem boa aceitação por parte das crianças e a sua prática ocorre naturalmente, devendo preocupar-se somente com a forma pela qual esta acontece.

De acordo com o Portal São Francisco (2013), o atletismo é considerado a atividade física de todos os povos do mundo desde 1225 a.C. sem objeção de nível social. Surgiu de movimentos naturais do homem, como marchar, correr, saltar e lançar, sendo essas habilidades de extrema importância no desenvolvimento de qualquer outra atividade esportiva. É uma modalidade que pode ser trabalhada individualmente ou coletivamente, além de ajudar alunos que venham a ter problemas físicos, de conhecimento, de rendimento ou social.

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Conforme o Portal São Francisco (2013), os primeiros povos que desenvolveram o atletismo - e do qual se têm registros - foram os gregos, em 776 a.C. com apenas uma prova, a corrida no estádio (192,27 metros). Consta nos registros que o vencedor da prova foi um comerciante de nome Coroebus ou Corebo, não se sabe ao certo. Nesta época, já se realizavam saltos em distância, porém, sem a impulsão. Algumas formas rústicas de arremessos de peso, lançamento de dardo e disco também estavam presentes. Assim começou o atletismo, chamado esporte de base, por não apresentar grande dificuldade em sua prática, ser de fácil assimilação e por utilizar as formas básicas do movimento.

1.2 Desenvolvimento motor

O movimento humano significa muito mais do que o simples deslocamento do corpo no espaço e no tempo. Ele exerce um papel de fundamental importância para o desenvolvimento. Através dele, o ser humano se comunica, expressa suas emoções e a sua criatividade, interage com o meio físico e social e aprende sobre si mesmo e sobre os outros.

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De acordo com Gallahue & Ozmun (2001), o desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida, através da interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente.

Segundo Vitta (2000),

[...] a criança tem períodos considerados ótimos para adquirir conhecimentos e habilidades específicas, desta forma não podendo ser desperdiçadas, pois passado estes períodos o aprendizado de tais conhecimentos e habilidades se torna cada vez mais difícil.

Pela relevância de sua influência, as experiências motoras devem estar presentes no dia a dia das crianças desde muito cedo. Uma vez que a capacidade de movimento não é inata, a qualidade e a quantidade de vivências motoras são essenciais para um acervo motor rico e flexível, que permita aprendizagens cada vez mais complexas.

Nas primeiras séries do ensino fundamental, deve-se proporcionar aos alunos oportunidades que possibilitem um desenvolvimento hierárquico do seu comportamento motor. Este desenvolvimento deve, através da interação entre o aumento da diversificação e complexidade, possibilitar a formação de estruturas cada vez mais organizadas e complexas.

Segundo Betti (2002), nessa fase deve-se privilegiar o desenvolvimento das habilidades motoras básicas, jogos e brincadeiras de variados tipos e atividades de autotestagem.

Na aprendizagem através do movimento, o envolvimento com o atletismo possibilita a aquisição, por exemplo, de conceitos como perto, longe, alto, baixo, círculo, giro, forte, fraco, ritmo, força e velocidade; como também o seu desenvolvimento da sociabilidade mediante interação grupal, cooperação, competição e desempenho de funções. Em outras palavras, o atletismo é usado como um meio para desenvolver outras capacidades e conhecimentos que não aqueles diretamente vinculados à melhoria da qualidade do movimento. O ensino do atletismo constitui um meio para o aluno aprender sobre si mesmo, sobre o meio ambiente físico, social e cultural em que vive.

1.3 Esporte-base

“O Atletismo é estritamente ligado aos movimentos naturais do ser humano de correr, marchar, lançar, arremessar e saltar, e, por isso, é chamado de esporte base” (GONÇALVES, 2013, p. 01).

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Considerado por muitos como o esporte-base, o atletismo é fundamental para o ensino de outras modalidades esportivas. É chamado assim porque sua prática corresponde aos movimentos naturais do ser humano, como correr, saltar, lançar, etc. Por exemplo, podemos observar um jogador em atividade numa partida de futebol, basquete ou voleibol. Durante o jogo, ele anda, outras vezes corre, salta, lança, arremessa. Por isso, um jogador de futebol, basquete e vôlei procura sempre desenvolver essas habilidades que são base dos conjuntos de atividade física do praticante dessas modalidades.

A prática do atletismo tem uma importância significativa para o desenvolvimento motor da criança. Os praticantes são sempre os mais ágeis, os mais habilidosos, os mais rápidos. Eles dominam seus corpos e se destacam em outros contextos esportivos.

Segundo diversos autores, o trabalho de base do atletismo amplia a capacidade física das crianças, permitindo que elas se expressem acima dos padrões esperados em qualquer atividade.

Com o conhecimento de tantos benefícios que o atletismo, como esporte-base, pode se desenvolver em uma criança, vamos buscar entender como ele deve e está sendo inserido nas escola, por meio das aulas de educação física.

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CAPÍTULO 2: O ENSINO DO ATLETISMO

2.1 No currículo escolar

Oportunizar para a criança o acesso aos esportes é um programa do currículo da Educação Física Escolar, pois o esporte está inserido nos conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), juntamente com dança, ginástica, jogos e lutas.

Utilizando o esporte, por exemplo, como um conteúdo escolar, podemos considerar seus fundamentos básicos, seus métodos de treinamento, o seu jogar propriamente dito e até suas histórias, passando pela significação cultural. Assim, segundo Mariano (2012), o aluno não saberá apenas praticar uma modalidade esportiva, mas também o que é praticá-la, por que e como praticá-la e com quem praticá-la.

Ao ensinar atletismo, o professor deve enfatizar o prazer e satisfação do aluno em se movimentar, pois não é tarefa da escola treinar o aluno, mas sim ensinar de forma atrativa e compreensiva para que haja a participação de todo o grupo de alunos, numa aula simples e dinâmica.

Para que isso possa acontecer é preciso trabalhar dentro de uma perspectiva e que possa envolver as teorias e práticas com toda a responsabilidade e respeito pelo espaço do aluno.

Trabalhar em grupos, mesmo sendo o atletismo um esporte tipicamente individual, auxilia os alunos a superarem medos, expectativas e mesmo a falta de alguma habilidade para determinada atividade. Isso proporcionará o desenvolvimento e a comunicação verbal, que intermediará as relações de aprendizagem pelas trocas de experiências em busca de soluções para problemas propostos.

O atletismo é um conteúdo importante e atraente para as crianças, desde que as habilidades exigidas para a sua prática sejam significativas para elas, sendo essas habilidades próprias do mundo infantil.

A aceitação do atletismo por parte do aluno não deve ser algo imposto, mas visto como ampliação dos conhecimentos e algo que traga benefícios tanto de forma individual quanto coletiva. O processo deve ocorrer de maneira a adequá-lo a transformação da modalidade, visando os objetivos cooperativos e autônomos.

Kunz (1991 apud Oliveira 2006) questiona a competência comunicativa para a aprendizagem dos alunos e cita que a capacidade de se comunicar não é algo dado, mas a ser desenvolvido.

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A visão que devemos ter para o ensino do atletismo no contexto escolar é, e deve ser diferente daquela relacionada ao treinamento desportivo, muito embora os meios utilizados para ambos sejam os mesmos.

2.2 Nas aulas de educação física

Para Oliveira (2006), na escola a opção metodológica mais utilizada no ensino do esporte nas aulas de educação física pode ser o jogo recreativo. É importante, pois, que o atletismo mostre-se interessante, motivador, versátil e que indique outros caminhos e valores aos alunos. É importante considerar que o atletismo pode ser jogado, brincado e reconstruído de forma lúdica, contemplando também o conhecimento de suas técnicas específicas.

Silva (2011) em seu livro “Atletismo: a face humana”, trás uma crítica bem conveniente ao sistema educacional da educação física. O autor acredita que deveríamos, como os animais irracionais, ensinar e desenvolver os movimentos básicos que irão garantir a sobrevivência e não a busca do alto rendimento. Segundo ele, o atletismo por si só garante-nos o treino e adequação corporal para a aplicação dos movimentos naturais e básicos a qualquer esporte e ao dia a dia.

Atualmente, a perda do lúdico para a tecnologia tem nos levado a mudanças de comportamento físico, evoluindo para a obesidade e doenças decorrentes, já na infância. Perdas da força muscular e do equilíbrio têm resultado em dificuldades de corridas e até da própria marcha, gerando um aumento no número de entorses do tornozelo, por exemplo.

A tecnologia tem ocupado diversos espaços do nosso cotidiano, por isso talvez seja a grande protagonista do século XXI. Porém, podem passar despercebidos os malefícios que o uso exagerado e sem controle podem gerar para o ser humano. Grande parte das crianças já possuem celulares, tablets e passam a maioria do seu tempo conectadas à internet. É aí que inicia um dos maiores problemas do século: a obesidade infantil, decorrente da falta de atividades físicas e da má alimentação.

Este é o momento que o professor de educação física deve entrar em ação e desenvolver, em suas aulas, atividades recreativas prazerosas para as crianças. Esta é a chave para que eles possam atraí-las a passar o seu tempo livre brincando e menos conectadas a essas tecnologias.

As aulas de educação física vêm a favor do lúdico, das brincadeiras e do próprio jogo. As atividades devem promover a aprendizagem e contribuir para o

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desenvolvimento de cada criança, afastando-as em determinados momentos daquele mundo totalmente virtual.

De acordo com Mariano (2012),

[...] não se pretende descaracterizar o esporte atletismo, o que deve ser proposto, no âmbito escolar, é que ele seja estudado também em pequenos grupos, onde a socialização estimulará a comunicação, fazendo com que os alunos com seus diferentes repertórios motores vivenciem o “perder” e o “ganhar” que estão implícitos e explícitos nesta modalidade esportiva.

Ou seja, a intenção é que o esporte atletismo não altere seu significado no conteúdo escolar quando trabalhado. As transformações ocorrerão em relação às limitações físicas e técnicas dos alunos para realizar determinados movimentos.

Os jogos, as brincadeiras, as descobertas, a experimentação e a compreensão são caminhos que levam desde os primeiros anos de escolaridade até o final do ensino médio ao conhecimento e à aprendizagem. Integrar a modalidade atletismo como mais uma opção de expressão corporal é indispensável na educação de corpo inteiro (FREIRE, 1997 apud MARIANO, 2012).

É preciso ver o jogo como uma atividade que faz parte do cotidiano do aluno, sendo um elo com a aprendizagem, pois o jogo é uma atividade espontânea do ser humano. A proposta é jogar para aprender e não aprender para jogar, compreender os objetivos e não repetir fundamentos específicos, levando os alunos à autonomia tanto para o esporte como para apreciação deles.

A proposta do atletismo escolar não é um trabalho “fechado”, concentrado em habilidades técnicas, e nem sequer um ensino “aberto” para atender apenas aos interesses dos alunos. Deverá ser um trabalho que se movimente constantemente em “abrir e fechar”, buscando um equilíbrio no ensino e na aprendizagem (MARIANO, 2012).

O professor não deve tentar acabar com o caráter competitivo dos jogos, deve procurar compreendê-lo e utilizá-lo para valorizar as relações. É mais educativo reconhecer a importância do vencido e do vencedor do que nunca competir.

2.3 Problemas no ensino do atletismo

Apesar de ser um esporte-base, o atletismo não é muito valorizado nas aulas de educação física. Apenas uma minoria de escolas brasileiras consegue oferecer aos seus alunos uma infraestrutura necessária à prática do atletismo, como, por exemplo, espaços e equipamentos.

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Outra dificuldade encontrada é o interesse dos alunos, acostumados em somente praticar vôlei e/ou futsal. Assim, não deixam lacunas para o professor ensinar conteúdos novos e diversificar as aulas. Porém, o maior problema do ensino do atletismo se encontra no próprio professor de educação física, que não está muito ligado a esse esporte, não se motiva a quem sabe organizar materiais alternativos para o desenvolvimento do mesmo e prefere não arrumar encrenca com os alunos e deixa-os apenas jogar o que quiserem. Esse sim é o grande problema que o esporte enfrenta nas aulas de educação física.

Tudo isso indica a problemática mais de natureza cultural que social e mais educacional que econômica. Nos dias de hoje, o atletismo não é reconhecido como valor cultural, na medida em que muitos entendem cultura como expressão do intelecto e esporte como bola.

Sabendo que é um dever do professor de educação física trabalhar o atletismo como uma cultura corporal de movimento, no capítulo a seguir, vamos verificar a realidade do ensino de atletismo nas escolas, em especial na cidade de Três de Maio (RS).

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CAPÍTULO 3: A SITUAÇÃO DO ENSINO DO ATLETISMO EM ESCOLAS DE TRÊS DE MAIO (RS)

3.1 Metodologia

Para tentar compreender a natureza dos problemas, recorreu-se pesquisa bibliográfica. Esse tipo de pesquisa, segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 166), tem como propósito “colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]”.

Em seguida, outro instrumento utilizado foi a coleta de dados. Para Gil (2008, p 121) o questionário é “a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado, etc.”. O questionário proposto para este estudo foi composto por seis questões.

3.2 População e amostra

A coleta de dados foi realizada com 15 professores de educação física do ensino fundamental, de escolas municipais, estaduais e particulares da cidade de Três de Maio (RS).

3.3 Resultados e discussões

Após a leitura dos questionários respondidos pelos 15 professores participantes da pesquisa, foram levantados os seguintes dados:

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Ao serem perguntados se trabalham com o ensino do atletismo em suas aulas, 93% dos professores responderam que ensinam o atletismo e 7% que não. Ou seja, a grande maioria dos professores trabalha o ensino de atletismo nas suas aulas de atletismo no ensino fundamental.

(Gráfico 02: importância do ensino do atletismo)

Na segunda pergunta, 80% dos professores acreditam que o ensino do atletismo é importante nas aulas de educação física. Outros 20% dão pouca importância para esse tipo de esporte.

Comparando a questão número 02 com a questão 01, dá para perceber que alguns professores, mesmo não dando muita importância para o esporte, inserem o atletismo no seu planejamento anual.

O que se observa é que as modalidades esportivas de maior prestígio nacional dentro das escolas e da própria sociedade são as coletivas e têm como objetivo central a bola.

De acordo com Mariano (2012), a cultura brasileira utiliza-se da bola como instrumento de comunicação interpessoal e autoexpressão. Tal concepção talvez ajude a explicar a sentença bem brasileira: “atletismo não tem bola” e, assim, o atletismo passa a ser menos estudado e consequentemente deixa de ser tão importante.

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(Gráfico 03: iniciação ao atletismo)

Em relação à questão número 03, foi procurado saber em que série os profissionais costumam iniciar o ensino do atletismo. 27% iniciam o atletismo já na educação infantil. Outros 33% dos professores começam a ensinar o esporte nas séries iniciais do ensino fundamental, ou seja, do 1º ao 5º ano. Na sexta série, também 27% dos professores optam por iniciar o esporte. Nenhum professor começa a ensinar o atletismo a partir da 7ª série. 13% dos profissionais não responderam a essa questão.

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Já na quarta questão, 80% dos professores disseram existir dificuldades para ensinar o esporte. Outros 20% acreditam não haver dificuldades no ensino.

(Gráfico 05: dificuldades encontradas no ensino do atletismo dentro da escola)

Na pergunta de número 05, os profissionais poderiam optar por mais de uma alternativa. 42% acreditam que as grandes dificuldades de se trabalhar o atletismo dentro da escola, é o desinteresse dos alunos e a falta/limitação do espaço físico. 11% responderam que é a falta de materiais adequados, e outros 5% disseram que a dificuldade vem de parte do desinteresse dos professores.

Pensando nessa questão e trazendo um pouco da experiência e do conhecimento da realidade de algumas escolas, a grande dificuldade encontrada na escola sobre o ensino de atletismo está no desinteresse dos professores, que não se motivam em ensinar o esporte em questão, optando em apenas deixar os alunos fazerem o que quiserem. Isso sim leva ao desinteresse dos alunos. O professor de educação física não deve preencher essa lacuna, pois nenhum professor de matemática, por exemplo, pergunta aos alunos se eles querem ou não aprender logaritmos ou equação do 2º grau, apenas deve e precisa ensinar.

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(Gráfico 06: melhorar o interesse dos alunos)

Como na questão número 05, na última pergunta os professores também puderam optar por mais alternativas. Perguntados sobre o que poderia ser feito para melhorar o interesse do aluno pelo atletismo, 36% dos profissionais responderam maior número de competições e projetos na área. 24% acreditam que a mídia, através de produção e divulgação do esporte pode melhorar o interesse dos alunos. Outros 20% acham que aumentando a infraestrutura poderiam melhorar as aulas e consequentemente o interesse de seus alunos. 12% pensam ser necessário ensinar o atletismo desde cedo, já na educação infantil. Apenas 8% dos entrevistados acham necessário melhorar a iniciativa e vontade do professor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término do estudo verificou-se que todos os objetivos foram alcançados mediante o levantamento na literatura nacional dos autores que escrevem a respeito da importância do ensino do atletismo na educação básica.

Neste estudo o objetivo geral focou-se em levantar a situação do ensino do atletismo nas escolas de Três de Maio. Para isso foi necessário apresentar para os professores da cidade um questionário próprio para este estudo, que continha seis questões abordando o ensino do atletismo, como sua importância, as dificuldades, quando acontecia o primeiro contato com o esporte e também o que poderia ser feito para melhorar a aceitação desse esporte dentro das aulas de educação física.

Este estudo mostrou que os profissionais acreditam que o esporte atletismo seja muito importante para ser passado nas aulas de educação física. Porém existem fatores que desagregam o desejo do estímulo da sua prática, e dois dos seus principais motivos são: a falta/limitação do espaço físico para o seu desenvolvimento e desinteresse dos alunos em praticar.

Sabe-se que a socialização e a integração estão fortemente ligadas ao atletismo e são de extrema importância para o desenvolvimento da criança. Por isso, o atletismo torna-se tão importante na Educação Física Escolar. Portanto, ao finalizar, as evidências apresentadas no trabalho confirmam que o desenvolvimento do atletismo e a difusão do esporte têm grande associação com o apoio governamental e motivação do profissional de educação física, para que mesmo diante das adversidades faça um bom trabalho.

O educador físico precisa cada vez mais desenvolver sua relação afetiva, a fim de conquistar a participação de todos os alunos, pois ao alcançar tal propósito, estará respeitando a diversidade humana e estimulando a inclusão de todos nas atividades propostas e no desejo de aprender.

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REFERÊNCIAS

BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – Ano1. Número 1. São Paulo, 2002.

CBAt – Confederação Brasileira de Atletismo. O atletismo – Origens. Disponível em http://www.cbat.org.br/atletismo/origem.asp>. Acesso em: 17 de setembro de 2013.

FERRAZ, O. L.; MACEDO, L. Educação física na educação infantil do município de São Paulo: diagnóstico e representação curricular em professores. In: Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, 2001.

GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 200 p. il. ISBN 978-85-224-5142-5.

GONÇALVES, Gilberto – História do Atletismo. Disponível em: http://www.coladaweb.com/educacao-fisica/atletismo. Acessado em: 01/06/2013.

KUNZ, E. Educação Física: ensino e mudanças. Ijuí: UNIJUÍ, 1991.

KUNZ, Elenor - Transformação didático - pedagógica do Esporte. Ijuí – RS, Unijuí Editora, 2004.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. 297 p. il. ISBN 978-85-224-5758-8.

MARIANO, Cecília. Educação Física: o atletismo no currículo escolar. Rio de Janeiro: Editora Wak, 2ª edição, 2012.

(23)

OLIVEIRA, Maria Cecília. Mariano de. Atletismo escolar: uma proposta de ensino na educação infantil. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

PORTAL SÃO FRANCISCO. A história do atletismo. Disponível em http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/atletismo/modalidades-do-atletismo.php>. Acesso em: 29 de outubro de 2013.

PIERI, Anderson de; HUBER, Marcos Paulo. A utilização do atletismo na Educação Física escolar como base para o desenvolvimento motor. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 17, n° 178. Março de 2013. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd178/atletismo-na-educacao-fisica-escolar.htm. Acesso em: 29 de abril de 2013.

SILVA, Renato de Sousa e. Atletismo: a face humana. São Paulo: All Print Editora, 2011.

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ANEXOS

ANEXO 01: QUESTIONÁRIO PROFESSORES

SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino

ESCOLA: ( ) Estadual ( ) Municipal ( ) Particular

1. VOCÊ TRABALHA COM O ENSINO DE ATLETISMO EM SUAS AULAS? ( ) SIM ( ) NÃO

2. QUE IMPORTÂNCIA VOCÊ DÁ AO ENSINO DE ATLETISMO?

( ) Muita importância ( ) Pouca importância ( ) Nenhuma importância

3. EM QUE SÉRIE VOCÊ COSTUMA INICIAR O ENSINO DO ATLETISMO? ( ) Educação infantil ( Pré-Escola)

( ) Séries iniciais – 1º ao 5º ano ( ) 6º ano

( ) 7º ano ( ) Não ensino

4. QUAIS SÃO AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ENSINO DO ATLETISMO DENTRO DA ESCOLA?

A) Falta de materiais adequados B) Desinteresse dos professores C) Desinteresse dos alunos

D) Falta/limitação do espaço físico

5. O QUE PODE SER FEITO PARA MELHORAR O INTERESSE DOS ALUNOS PELO ATLETISMO?

A) Trabalhar com o atletismo na educação infantil B) Iniciativa/vontade do professor

C) Mídia. Maior produção e divulgação do esporte

D) Aumento da infraestrutura (materiais e locais adequados) E) Maior número de competições e projetos

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Referências

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