A ANI,LISE
GEOMETRICA GREGA TNORMAN GULLEY
Este artigo se propõe a apresentar uma interpretaçÍo da passagem de pappus em que é descrita a análise geométrica
(collectbn,
vtl.,
prel¿cio,
jp.
øl+-e
em Hultsch; otexto
completo
se encontra também em Thomas, Greek Møthematícalworks,Il,
pp. 596-9,Ioeb). A
principal
dificuldade é que Pappus parece oferecer duas descriçõesàiferentesda
direçÍo
da anáIise.(I)
c-omoum movimento
ascendente na direção áe proposiçoes antecedentes, daòquais se
sêgueum
pressupostoinicial
(èv
¡tèvlap
rñ'arñxtoer...
xa)toú¡tev
oúvîeow).
(II)
como um movimento descendente àe deduçlo, apartir
de um pressupostoincial
(6wròv.,..
rpóß\npc). Duas interpretações se ofereceram. A primeira aceita(II)
como a formulação adequada do que os 8iregos chamavam de análisegeomé-trica, e explica
(I)
como uma me¡a forma alternativa de descrever(II).
A
segunda aceita(I)
iomo
a formulação adequada, e explica(II)
como uma mera forma de descrever(I).
A
primeira é a interpretação comumente aceita. Descrições hicidas e detalhadas domé-todo,
baseadas nessa interpretação, sâ'o fornecidaspoiHeath
(Thè
Thineen Booksof
Euclid'sElements,r,pp.lil-t+a)),
Robinson(Minã,N.
s.xLù,
1936,pp.464-4ß);*
e cherniss (Revíewof
Metaphysics,ry,lg5l,
pp.
41441,9).o
método consiste emas-zumir
como verdadeira uma proposição geométrica de que se requer uma demonstra-ção,ou
em presumir resolvido um problema geométrico a ser solucionado, e, por meio da análise, deduzi¡ conseqüências atéçe
se alcance sejatmaproposiçÍo
indãpenden-temente conhecida como verdadeira ou uma construção que é posslvel execuiar, sejauma proposição conhecida como falsa, ou uma construção anja realzação seja
impos
sfvel.No
primeiro
caso, oúltimo
passo da análise setoina o
primeiro
da slntese, que repete os passos da análise em ordem inversa até que aproposiçÍo
originalé alcançaãa, e assim demonstrada.
No
segundo caso pode-seconcluir,
t"- i""or-
à sfntese, que ápressuposição original é falsa, ou que a solução é impossfvel.
um
dos requisitos domé-todo
é que, em cadaum
dos.passos, a implicação sãja recfproca.A
segunda parte(II)
dorelato
de Pappus parece, de forma bastante clara, descrever esse méìodo.o
mesmoocorre com
as definiçõesde
análisee de
sfntese interpoladas em EuclidesXIII
(verleath,
op. cít.
p.
138).Além
disso, comoRobinson
eif^tnu,há
excelentes exemplos do seu uso em Arquimedes, em pappus, nas demonstrações arternativas das proposiçoesl-5
do Livro
XIII
interpoladas em Euclides e em outroslupres (bc. cit.
pp.+ssan;
ve¡ também Heath,op.
cit.,l,pp.
r4r-r42).
eue
este, e nãooutro
quaþer,
é o méto-INot
apareceu orþinariamenteem phronesis 3 (1g5s), pp.1-r4. As refe¡ên
cias
i -confo¡medorigind
Á traduçÃo é ¿e Rouerto íi¡îrã de Souza, revistpo¡
rr
Traduzido acima, pp. 5-15.f.A
AruÍlise GeométricaGrega
I7
do que os geômetras gregos chamavam de análise,"é
realmente tão certo quantoqual-quer outro fato
dahistória
do
pensamento",afìrma
Robinson(Plato\
Earlier
Día-lectic,
ed. 2.,p.
166).A
segundainterpretaçlo
sustenta que isso não é apenas incerto, mas falso.O
rlnico
argumento detalhado em favor desseoutro ponto
de vista éo
deCornford,
emMind,
N.
S.,XLI,
1932, pp. 43-50, masmuitos outros
estudiosos pare-cemcompartilhar
de zua posiçãol.
Cornford
sustenta que a análise não é um método dededução;o
procedimento não consiste em investìgaro
que se segue daproposiçãooriginal,
mas, antes, em procurar saber de que ela se segue, e, sendo isso descoberto, prosseguirde trás
paradiante
atéque
seja alcançada uma proposição independente-mente conhecida como verdadeira. Pela sfntese, a preszuposição original é, entâ'o, de-duzida e,por
conseguilte, demonstrada. Apenas a slntese é dedutiva, e nÍfo a análise.A
primeira parte(I)ão
relato de Pappus'(èz ¡rèv 1ùp rñdr¡aÀrloe¿... xa\oú¡tevoín\eo
u) parece, de forma bastante clara, descrever esse método. O mesmo acontece com as de-finições de análise e slntese fornecidas por Proclo e pelos comentadores gregos de Aris-tóteles. Além disso, conforme veremos, há ilustrações desse método de análise em Aris-tóteles, nos comentários gregos sobre Aristótelos e em Proclo.Um
preszuposto comum a essas duas interpretações é o de que Pappus, em seurela-to,
descreve de forma perfeitamente consistente um método que, excluindo quaisquer outras formas de análise, é o quefoi
chamado pelos gregos de análise geométrica. Étal
pressuposto que patece sujeito a dúvida; é na tentativa de tomar uma descrição da análi-se consistente com a outra qúe as fraquezas de cada interpretaçfo se tornam aparentes. Dessemodo, Cornford
sustenta que Pappusfoi
"lamentavelmente mal-compreendido" porque a sua descrição de análise comoprocedimento
6ù. rí¿v ètñc d¡o).or10c^¡zfoi
in-terpretada
como
serù
ëEñcùxó\ouïo
sþificasse rù
ovttßothtovrc, conseqüênciaslógi
cas.Ao
invés disso, argumenta ele, a frase deveria ser tomada como significando "asu-cessÍo de passos subseqüentes", sem qualquer
implicaçlo
de que a seqüência é deduti-va(bc.
cít.
p.47, n.
1).Cornford
considerou que, se a frase signifìcasse "consequên-cias lógicas", introduziria uma impossibilidade lógica no ¡elato de Pappus, uma vez que supôs ser logicamente impossfvel que a mesma seqüência de passos fornecesse conse-qüências lógicas nas duas direçoes. No entanto, ele nlio percebeu o fato de que, quando cada uma das proposiçóes da seqüência é conversfvel, n{io existe qualquer impossibili-dade dessetipo.
E Robinson, acertadamente, fez disso a sua principal crítica â concepção deComford
(Mind,
N.S.
XLV,
pp.
468-9
[pp. 9-13
destes&dernos]).
Contudo, a interpretaçlfo quetoma
rù. ètñc ûxdÀou0a como significando conseqüências lógicas de-ve explicar, de forma consistente com a sua própria tese, a descriçfo que Pappus faz da análise como umatesoluçfo
de trás para diante, que parte de uma proposição original para proposições antecedentes, das quais aquela proposição se segue. Robinson afirmal
Ve¡ H.D.P. Lee em C.Q. XXLX, pp. 118-124; A.S.L. Farquharson em C.Q.XIfi[p.2l;'B'Ei'
narson, em uma valiosa discussão da terminologia matemática em Aristóteles
(A,JÌ.
LYII,
pp, ß44,751-172), elogia a abordagem de Cornford à passagem de Pappus como l'umaexcelentediscussão
'
(p. 36 n, l8), mas suas obsewações posteriores sobre a análise (p. 153) parecem-rt
18
Normøt
Gulleyque essa descrição
'ltfo
é incorreta na concepçÍo usual da análise; é meramete inespe-rada. Como na concepçÍo usual aimplicaçÍo
se dá em ambos os sentidos, Pappusesta-ria certo
qualquer que fosse o sentidoçe
afirmassevaler".
Sugere ele que "a razão pe-la qual Pappus se expressÍr aqui dessa forma inesperada é porque estd encarando aanáli-se como existindo em função da sfntese; isso
o
faz descrever os passos da análisenÍo
como
aparecem na ocasiã'o em que ela está sendo feita, mas como aparecem na sfntese subseqüente"(ibid.
p.473
[pp.1a-15 destes&demos]).
Em outræ palavræ, Robinson afirma que, como æ implicações são recíprocæ e a conclusão da análise se toma apremis-sa da sfnteæ, a análise pode ser corretamente descrita como uma busca de premissas ou
de
proposiçtes
antecedentes,visto
que
as proposições que,na
análise, eram conse-qüências lógicas,,se tornam, na sfntese, proposições das quais a proposiçfo original sesegue, como conclusão.2 Dessa forma,
(I)
se torna consistente com(II),
como uma for-mulação alternativa de(II).
Essa interpretaçã-o nã'o se baseia em qualquer evidência ex-terna de que (I) é uma formulação alternativa de(II).
E é claro que, se houver umaevidên-cia externa digna de confiança, que proporcione uma explicaçâ'o diferente para adescri-Cão
(I)
de Pappus, tal explicação seria preferlvel àquela que æ utiliza de(II)
para explicar(I),
partindo
de uma suposiçÍo da consistência interna da passageni de um todo. Argu-mentarei que umatal
evidência externa existe. Há, defato,
diversas descrições daaná.-lise
geométrica,tanto
antetioresquanto
posteriores à fornecidapor
Pappus, e que adescrevem quase precisamente da mesma
forma
que(I);
como veremos, é possfvelzu-plementar a evidência de Cornford a esse respeito. E, à luz da evidência existente
tanto
emfavor
de(I),
quanto em favor de(II),
como formas reconhecidas de análisegeomé-trica,
uma terceira interpretação para a passagem de Pappus se apresenta.É
a de que Pappus, embora aparentemente apresente umrlnico
método comum único
conjunto de regras, na verdade reproduz descrições diferentes da análise geométrica, correE)on-dentes a duas formas distintasdo
método, e supõe a equivalência de(I)
e(II)
para to-dos os casos de análise, sem se dar conta das inconsistências envolvidas nessa zuposição. Se æsumirmosque
ao menosuma
das abordagens descreve cgrretamente o método,entã;o
ou
(a) uma delas é correta e a outra se baseia em uma tradição que confunde aa-nálise geométrica com alguma
outra forma
de análise,ou (b)
ambas descrevem méto-dos que eram reconhecidos pelos gregos como formas de aná1ise geométrica.Argumen-tarei
em favor de(b). Aceito
a concepção de que os gregos admitem uma fonna dea-nálise geométrica em que
tanto
a análise quanto a sfntese eram estritamente dedutivas. Certamente não há, em qualquer descrição do método na antigüidade, nenhuma men-Ção da condição essencial para que sua aplicação seja bem zucedida-
a de que as im-plicações em cada passo sejam recfprocas. Mas, pelo menos, não resta drlvida de que os geômetras gregos estavam conscientes de queum
grande número de proposições geo-métricas eram converslveis (veja-se Aristóteles,An.
Post.78a,
l0-13;Ptoclo,In
EucI., Friedlein,pp.72,26ss.,252,5ss.),
como também é indubitável que eles praticavam um2 Também Heath (op. cit. pp. 139,140) parece admitir que z:*lzão peltqual
Pappus descreve a a-nálise dessa forma deve ser a de que ele está supondo a teversibilidade de todos os passos do
A
AntÍIise GeométricaGregø
19 método de análise em que os passos eram, defato,
converslveis, e que, antes da époCade Pappus, havia uma
formulaçÍo do
método que representava a análise como sendo dedutiva. Assim, para decidir entre (a).e (b), deve-se decidir se a tradição em que seba-seia a abordagem
(I)
de Pappus é legltima ounÍo'
Há, na antigüidade,
diversas
dotermo,
o
seu sentido nalógica
dogeométrico. Os comentadores
g
er'mo
erf
diversos campos,princip
te-les
deu aos
seusAnalíticos
-
petosTpq4razao|,guon)ú'¡ot,9t).óoo,pot
e
pelosrccilpérpaÊ
Trata-se deum
processo de resolução deum
todo
em suas partes, deum
composto em seus elementos, do complexo no simples. No sentido lógico, a análiseco-mo
movimento ascendente é contrastadacom
o movimento descendente da oúv9eoc,ùróìerftts, 6øþeotc;
é uma ascensão para o que é rpÚrepov, Para osprinclpios
(ùpXaÐou
causas(utrot),
apartir
dos quais se pode demonstra¡ averdade daproposiçãoçe
constitula
oponto
de partida da análise; como método lógico, ela se classifica como u-ma dasquatro
divisões da dialética-dudÀuots,dnoôe{ls, 6øþeoæ,
e òpw¡tóC, classifì-cação cujas bases os comentadores gregos situam em Platão, embora, naturalmente, de-vamuito
a Aristóteles.a Admitem-se duas formas principais de análise: (a) uma"redu-ção"
dos particulares sensfveis a uma forma única, com o propósito de defìnir umter-mo
(assim, ouvuya:yt¡ é umaforma
de análise); (b) uma ascensão para proPosições an-teriores, ou premissas. Embora PlaJão tivesse sidoo prímeiro
a formular tais métodosde
investigaçã'o fìlosófica, ele não emptegao
termo dvdÀuo¿cpara defini'los.
Suapri'
meira
ocorrênciacomo termo lógico
se encontra em Aristóteles. Esteo
empregaco-mo
método de'þartir"
um
algumento em suas premissas, e estas em seustermos (verAn.
Pr.46,
40.ss.). Trata-se, essencialniente, de um método de trabalhar em sentido in-verso,partindo
deuma
conclusÍto e chegando às premissas das quais se deduz essa con-clusão.E
as descrições da análise lógica nos comentários gregos seguem, naturalmente,a terminologia da
discussáo aristotélica da análise silogfstica,do
mesmomodo
que a terminologia usada para descrever as proposições que constituem olimite
da análisere-flete
a terminologia utilizada por Aristóteles na especificação das condições das premis-sas de douÀÀøyrø¡¡ðcl ènørr¡povaós:(An.Post.77b,
76-22)*npõtru,ögeoa,npórepa,
alrø,7vapt¡tarepa.
Essa mesma terminologia é utilizada næ formulações que os comentadores dão à
a-nálise geométrica. Encontra-se a mesma ênfæe geral à análise
como
descoberta de de-monstração, e aparentemente seasume
que a análise geométrica é simplesmente aa-plicação, a uma situação
particular,
deum
método que pôssui outræ e mais amplasa-3 41.x., In
An.
Pr.I,
?, 12ss. (Wallies);Ammonius, In An.Pr.,I,5,
lgss. (Wallies);Filopono,-fnAn.
Pr., ¡, S, f 0 ss, (Wallies), Eustratius,.In.ln. Poct'1I,3, 1oss. (Hayduck); David, InPorph. Is.9, 11ss., 203,23ss. (Busse)'
a
A
ss.;Inen,Pr.l,'5,22ss;Filopono'InAn,Pr'I,5,
18ss';In,4n'Post.II
In An. Post.IL
3, 13 ss.; David, In Porph. -Is. 88,6 ss. Ve¡ também20
Norman GulleYelismo estreito com a formulação de Pappus,
r
(In
An.
Pr.1,7,
l5-18)
descreveu a análise a (conclusÍo) comoponto
de partida ecami-ser analisadæ.)
É
claro que o método,conforme
apresentado pelos comentadoles, é estreitamente semelhante ãoqr.
descrevem como análise filosófica e análise silogística' Em'cada uma das trêsformasde
análise háum
processo semelhante de resolução como movimentoæcendente para
PrincíPio
delas'mesma terminologia.
Um
entrelise
filosófica
e daanálise
stenteanálise geométrica nos comentários sobre Aristóteles e a formulação que se encontra em
Albino,
do que este clæsifica como a segunda das três fórmulas de an¡flise filosófica em Platão.s chemiss(loc.
cit.p.
aß)
afirma dessa segunda forma que é"uma
reduçãoI
I I I I I I i I i ls Ela é introduzicla como
i¡ ôlo
rttrv 6euw'¡évav
roùç
avctnoìeix roug
xai
ùpéoousÍporoßelç,e
xai
inro\eæwþëv@v
dYoôoc enù depois mais completamente desc¡ita daA
Análise GeométricaGrega
2L deFedro
245c+
a um esquema aparentemente influenciado pela análise geométrica".6Do
mesmo modo, a formulação deAlbino
podê ser tomada como uma indicação da in-fluência de formrfações filosóficas da a¡rálise sobre a formulação da análise geométrica. Certamente, a maneira pela qual a análise é formulada em Proclo e nos comentá¡iosso-bre
Aristóteles sugere que nessa formulação houveforte
influéncia dosdesenvolvimen-tos
da análisefilosófica por
Platão e da análise silogísticapor
Aristóteles.No
caso de Platão, isso sem dúvida explica a estreita æsociação que se estabelecia na antigüúdade entre seu nome e a an¡álise geométrica; tanto em Diógenes Laércio(Ill,24)
quanto emProclo
(/n Eucl.
p.2lI,
18-23) encontramos a afirmação de que Platãoexplicou
outransmitiu
a Iæodamas o método de investigação pela análise. Outra evidência, todavia, sugere que o método não era inicialmente uma formulaçãofilosófica.
Ao
invés disso, sugere queo
trabalho de Platão e de fuistóteles conduziu a uma formulação mais pre-cisa de ummétodo
de análise geométricajá
praticado ejá
formulado,muito
embora aesta
última
formulação faltasse, indubitavelmente, a terminologia matemática mais pre-cisa que se encontra na segunda e, quase certamente,ultima
formulação (a descrição(II)
de Pappus). Assim, quando Platãointroduz
pela primeira vez, no Meno,o
méto-do
de análiseèl
ÌmoïéoeuÇ, ele o compara a um método de an¿ílise geométrica que era freqüentemente praticado pelos geômetras; e Platão o representa como um método deanalisar condições antecedentes para a possibilidade de resolver um problema.T
Muito
maisimportante,
porém,é
a evidência de Aristóteles. Em divenæ passagens ele indica cla¡amente ométodo
que era reconhecido, em seu tempo, como análise geométrica;o que issoimplica
é quetal
método fôra inicialmente formulado por geômetras. Aomes-mo
tempo, ess¿rs passagensconfirmam o ponto
de vista de que a tradição seguida por Pappusem
sua descrição(I)
do
método de
análiseé
digna de confiança. Encontra-mos, emprimeiro
lugar, a conhecida passagem daEtba
(8.'N.
11l2b,
28ss.), em que o processo de deliberação na esfera da ação humana é comparado com a análise de umafigura na
geometria(6úypap¡n).
Trata-se de um método que assume, comoponto
departida,
o
fim
a ser alcançado,ou
considera o problema resolvido, e trabalha de triis para diante através das primeiras condições antecedentes para a consecução dofim
al-mejado ou para a solução do problema, até encontrar uma condição que possa ser
satis-feita na
ação (deliberação)ou
na construção (geometria). Em E.E.
1221b, 12 ss., aæguinte forma (Dlitask¿tikos Y. p. 15?,
ll,
19-23, em Hermann,.Y:
-
útrort|eo|ou
6eí rò
lr¡roúpevov
xal
9eapeív,rlva ëorì
npórepu
aùroú,xul
ro¿ínaùtroõeavúew
ùrò
rã:v ùorëpuv
ènlrd
npórepa ùvnvra,
ë<,:çóal
ël$a¡¡ev
èil
rò
rpCorovxa|
ò¡toìro7oúpevov,
ùnò
roúrou
6è
ù.plapevot
èrI
rò
lnmütevov
¡xareìtevoópe9aowï
erwã>rpórcp,
As duas out¡as formas de análise são: (I) a "ascensão" a partir dos-õbjêtosperceptlveis para as Formas (ilust¡adas a partir do Symposlum);
(II)
o caminho ascendente do Phaedo e da República.6 A anállse tla proposição de quo a
alma é imortal é também oferecida por Ammonlts,In An. P¡.
I, 5, 34ss., como uina ilustraçiÍo da análise silogística. 7
Meno 86æ,-87b. O exemplo dedo é de um ôrcplogo's, a determinação das condições tle
rl
I
22
Nonman GulleYtes
èntù¡vùpy.l¡v,
e
depois demonstrandoa concluslo
pela slntese). Aristóteles, em seurelato
sobrea "produçffo"
(yéveoæ) emMet.
1O32b,6-29,
seutil2a do
termovt4oC
pa:ra designar o procedimento ascendente de umponlo
de partida para suas con-dições, do mesmomodo
quefazposterioimente,em
1051a,21-23,ao descrevercomo são descobertas as relações geométricas pela "realização". Na vû¡otS nos apercebemosdas divisões potencialmente existentes em uma fìgura dada e as "realizamos" pela
cons-truçto.
Essa análise é ilustradas pelo processo dedescoberta(eþeoc,II,23,30)
das demonstrações de que a soma dos ángulos intemos de um triângulo é igual a doisângu-los
retose e de queo
ângulo emum
semi-cfrculo* é um ângulo reto (ver Euclides,III,
outra
passagem,Ari
-
que asimplicãçoes não
são
utiva' NaFtiica
211a,Aristót
lógica namatemática e a necessidade
"hipotética" ou
"teleológica"
nos processos naturais. Seuprincipal'objetivo
é assinalar æ analogiæ entre a dedução na matemática e a análise dascondições para a consecução de um objetivo na Natureza' Assim, se comparannos a
re-lação de necessidade
entre
stente entrefim,
como conseqüente(a)
falsa se(II)
for
falsa, e(a)
nãoé
alcan
acarreta(I),
nem a pfesença tle
(b),
que é uma condição necessária, mas não suficiente de (a), acar-reta a conæcução de (a). Em cada um desses casos, a relação é irreversível, pois emca-da
urn
deles severifìca
"a
necessitação deumaøu¡rrëpuo¡nporuma
ùpal¡,n{oacom-panhadapor
uma necessitaçãoda
üpXfi pelaov¡nëpao¡ra"
(Ross,Aristotle's
Physics,E
Ve¡ Cornford,loc. cít.,pp.4445,e Ro$,.ádsfotle's Metaphysics,
II'
pp. 268-73.9 Este exemplo f¿vorito é usado novamente com referência à análise em An. Pr. 48a,29
ro Loc. clt.p. 39. Cf. Comford, loc.
cit',p'44'
*Nota EditoriaL O ângulo construldo com vértice numa circunferência e cujos lados
interceptam æ ext¡emidades de um diâmetro qualquer'
i' i ; l I I I I l I i t I I I I i
:
A
Aruílise GeométricøGrega
23 sumir(I).
O segundo exemplo dado emMet.
1051a-
ou seja, o de que o ângulo em um semi-círculo é um ángulo reto-
æ encontra mais uma vezemArt
Post. 94a 28-3 5 ; ama-neira pela qual Aristóteles descreve a análise nessa passagem sugere que, tanrbém nesse
exemplo, ele assume que a relação entre premissa e conclusão não é recíproca. De fato, ele indaga
de
que pressuposiçfo (roitbtæ;)
a proposição se ssgue, e encontra a pre-missa na definição de um ângulo reto como a metade de dois Íîngulos retos.Em
Aristóteles,portanto,
existe o reconhecimento de um método de análise usado na geometria que correspondia à descrição(I)
de'Pappus, e ilustrado por exemplos em que se rdconhece que a relação enlue &pyí¡ e or¡¡tnépao¡n. é não-reversfvel. Além disso,o
que parece estar suposto em A¡istóteles, em Proclo e nos comentários sobre Aristó-teles é que as proposições geométricas podemær
ordenadæ em uma hierarquia; e era principalmente em seu uso a serviço de uma ciência ordenada da geometria que parecia residir a importância de um método de análise não-dedutivo. Sua tarefa seria a de siste-matizar o conhecimento geométrico e de coordenar resultados, fazendo proposições re-montarem a seus primeirosprincípios
-
a aúomas ou definições, ou a algojá
demons-trado.
Tendo
emvista
o
extenso papel desempenhado pelasidéiæ
geométricas nosAnal{ticos
e, especialmente, na exposição queal
é feita dos primeiros princfpios, é defato
posslvel que Aristóteles tivesse adotado dos geômetras do seu tempo essa concep-ção de uma ciência ordenada da geometria, comoum
modelo para a sua própria con-cepçãodo
conhecimentocientlfìco
em
geral.lr
Uma
zuposição ao menos razoável ê,que os geôrñetras encaravam a funçlfo da análise primordialmente em relação ao ideal de reduzir a geometria a um sistema, e que a formulação que deram ao rnétodo,
tal
co-mo
chegoua
Aristóteles,refletia
principalmente suafunçÍo
de reduzir
proposições geométricas a primeiros princlpios. E é essa funçâ'o gue os comentadores gregos enfati-zam em suas descrições de método. Tais descrições, juntamente com as de Aristóteles ede Proclo, fornecem evidências suficientes de que nâ'o é pelo
fato
de considerá-la deca-beça para baixo que Pappus descreve a análise como uma busca de proposições anterio-res; ele faz isso porque reproduz uma formulação reconhecida da análise geométrica, distinta daquela que é descrita em sua segunda descrição.
O
que não se faz presente nessas fontes é qualquer descriç[o da análise que corres-ponda à formulaçáo dedutiva de Pappus. Há uma passagem em Aristóteles cuja elucida-çãotornaria
especialmente relevante umatal
descrição dos comentadores. Trata-se da passagem dosAnalfticos
Posteriores(78a)
em que Aristótelesafirma
que as proposi-ções matemáticassfo
mais comumente converslveis do que as proposições dialéticas, e que issotorna
a análise maisfácil
na matemática. Os comentadores explicam o termo análise, nessetrecho, como
um
método
geométrico de descobrir as premissas apar-tir
das quais se pode demonstrar, como conclusâ'o, uma proposição que se assume ver-dadeira (Themistius,In
An.
Post.
l,
26,
lI.
224;
FrTopono,In
An.
Post.I,
162,II.
16-28). Assim, eles aszumem que
aquilo
a que Aristóteles se refere é a andlisegeomé-trica; portanto,
a
àbordagemque
esses comentadores adotam corresponde àquela da11
,T
24
Norman GulleYprimeira prrte
dapassagem de Pappus, sem fazer menção a qualquer outra formulaçãoäo
metod'oqrr.
,.j.
relevante pafa os casos em que as implicações sÍo reclprocas'An'
tes de discutir
mais extensamente,rrr,
.o.untários,
éimportante
considerar a rele-vância dessa passagem para a análise geométrica. AristÓteles afirma que, se premissas falsas nunca fuaessem1.u.,
.
conclusões verdadeiras, a análiset:ti1
fá.:il,pois premis
sas e conClusões seriam, ness€ caso, inevitavelmente recfprocas. Após ilustrar esse
POn-to,.ele
afìrma que a reciprocidade de-premissas emática, pois nesta as premissas
slo
defìnições, e nu consideraré
saber sea
ilustração de Aristôteles*pãn¿o,
talvez,uma formulaç'eo desse método como um procedimento dedutivo.A
i-lustração é a segtinte:ëott:7ùp
rò A
öv'
tol¡rouô'
ðr¡rocraôl dorøi
ö
oiôa
&rt'ëoiw;
olovròB'
èxrolnav
d'puiellos
ör¿èmtl
èxéívo'Rossr2 afirma !lue, na presente passagem,
ù:*ldtew
significa"a
análise deum
proble-ma,
isto
é,
a
dãscobeJa de premissas que estabelecerÍo a verdade de uma conclusão que se deseja demonstrar". Elètoma'4
como uma proposição que se assume verdadeira como conclus6o, e o movimento deA
pa:.aB
como um movimento da proposição para as premissas.É
isso também o queclaramente
uma
ilustração de um se encontre algo conhecido como verdade se, que demonstra a verdade do pressupo so, é etrada. Oponto
que AristÓteles des são s6o reclprocas, então, se apartir
de cesÍo
que
se sabe verdadeira,é
posslvel raciocin¿prrrn'irr^r;
mas, quandonfo
houvertal
reciprocidade,entfo
o fato de se encontrar uma conclusÍo verdadeira apartir
de certas premissas não nos permiteinferir
a verdade des'tas
últimas. Defato,
se.á
acarretaÊ,
"
n
é verdadeira,disto
não se segue que
/
sejSverdadeira, uma vez que conclusões verdadeiras podem decorrer,de premissas falsas.É
,4éapremissa,Bêaconclusao.PoisseBépremissae'4écÔnclusão'entãoseBéco-nhecida cornoverdad.i¿
ãli.pri
caA,
entåoA
deve ser verdadeira, quer a relação deimplicaçro
enfieA
eB
seja reclproca, quer ntto' De tes: 1a¡ é umailustraçfo
perfeitamente adequada de treA
e.B
é recfproca se pode estar seguro de que as levante para a análise simplesmentepelo fato
de qu.á
impliãaB,
eB
é verdaåeira, enteo se pode estar certo de que as premissas s[overda-deiras desde que a relação entie
A
eB
seja reclproca. Tanto Themistius quantoFilopo-12
Aristotle's Prior and Post erior Analytic s' p. 594
ß
É precisamente dessa forma que Ross explica o ponto de Aristóteles (ibid')' Todavia, ele acaba de argumentar que A é conclusão eI
são premisas'A
Análise GeométricaGrega
25no
parecem perceber que ailustraçÍo
pretende exemplificar (a), mas ao mesmo tempotentam
fazer dela uma ilustração da análise e da sfntese geométrica. Mas o exemplo de Aristóteles nâ'o pode, logicamente, ser empregado paracumprir
essa dupla tarefa.As-sim,
Themistiusexplica
arelativa
facilidadeda
análise geométrica dizendoque,
en-quanto nos argumentos dialéticos (ôrdÀo7or)- em que
ëv|oþpode
compor aspremis-sas
-
a busca de premissas para uma dada conclusÍo é àtùreþoc,
o
matemático, to-mando como premissas apenasum
pequeno nrlmero de defìniçoes e propriedades, em-preende a sua busca dentro deum
campolimitado
e claramentedefinido,
e, de fato, nunca adota,por
premissa, algo que não seja verdadeíro. Na análise dialética, a difìcul-dade reside nofato
de que, desde que conclusões verdadeíras podem ser decorrentes depremíssas falsas, nunca se pode estar seguro de que as premissas
nÍo
sejam falsas, pois estassfo
em nrlme¡oindefinido
e se prestamavárias
ambigüidades(26,11,24-33).A
explicaçÍo
deFilopono
é semelhante(162,r.28-163,I
13). Em ambos os casos as ob-servações sfo precedidas de uma descrição da análise geométrica como processo dedes-coberta de premissas. Neste
ponto,
nÍo
fìca claro se a análise é tomada como umaaná-lise
de .,4ou
de ,8. Deve-se observarque a distinção que
se estabelece entre análise matemática e análise dialéticanÍo
residenadireçlo,mas
entre a simplicidade e a com-plexidade dos campos de investigação. Em seguida,Filopono
passaalidar
isoladamentede uma análise dedutiva, seguida de uma sfntese igualmente dedutiva.
Filopono
ainda está elucidandoo
ponto
de que, enquanto nos argumentos dialéticos â mesma26
Norman GulleYclusão, era aceita como uma formulação correta, independentemente de as implicaçÕes seram reclpropas ou não. É posslvel que a confusão existente nas observações torne im-provável
tal conclusÍo;no
entanto, vale mencionar que, tanto nos comentários sobreu-ma
passagem(Phys.
200a)em que
se discuteum
caso de implicaçeo ndo reclproca, quanto naqueles relativos a. outra passagem (An. Post.78a), em que é discutido um ca' so de implicação reclproca, as formulaçöes que sedÍo
à análise geométrica sÍo precisa-mente as mesmas. As conclusões a serem tiradas das observações do próprio Aristóteles nestarlltima
passagem são:(I)
que Themistius e Filopono reconhecem a prdtica de umaforma
de análise matemática em que as implicaçoes são recfprocas, e ainda que muitls-simas proposições matemáticas são converslveis; eles zugerern, ao mesmo tempo,leco'
nhecerque
algumas delasnlo
o
sâ'o;(If
os dois comentadoresnfo
apresentam umaformulaçÍo
deum
método de análise geométrica em que a análise seja dedutiva. Defa-to, nÍo
há qualquer evidência confiável que permita datar, mesmo aproximadamente, aprimeira
formulação dessemétodo.
Heath(op.
cit.p.137
n. 4) inclina-se a aceitar oponto
devista de
Heiberg, quetraça
a
origem das definições interpoladasno
Livro
XIII
dos Elementos de Euclides a Hierão de Alexandria, possivelmente no séculoI
d.C. Esteponto
de vista se baseia na comparação daquelas definições com as definiçoes de Hier6o citadas por an-Nairizi, em seu comentário sobre Euclides (Curtze, p. 89). Os ter-mosdísnlutio
ecompsítlb
da traduçãolatina
parecem, de fato, equivaler aos termos gregos dzdÀuoß e oútfreotç, na acepçlogeométricafa
no entanto, suas definiçõesdei-xam
muito
a desejar quanto à precisfo.Até
onde se possa compará-las com outras des.crições da análise, elas se assemelham mais de perto às abordagens oferecídas pelos co-mentadores gregos
de Aristóteles
do
que
à
descrição da análise dedutiva na segunda parte da passagem de Pappus. Elas nâ'o constituem argumento zuficiente paraatribuir
aHierão
a
autoria
das definições interpoladas em Euclides.Tudo o
que se pode dizercom
segurança sobre a formulação de um método dedutivo de análise geométrica é quetal
formulaçlo
antecedeu a Pappus, e que Pappus delatinha
conhecimento. É extrema-mente improvável que a descrição em Pappus, comométodo
dedutivo, represente $ra primeira formulação comotal.
A
evidência que acabamos de considerar sugere fortemente que a descrição de Pap-pus da análise geométrica reproduz duas formulações diferentes dométodo:uma,
queo
descreve como um movimento ascendente, na direção de pressupostos anteriores dos quais se segue uma proposiçãoinicial
(I);
outra,
como um movimento descendente dededução,
partindo
de uma preszuposiçffoinicial
(II),
E(I) nfo
é equivalente a(II)
para todos os casos de análise, nã'o obstante a possibilidade de(I)
ter sido reconhecida comouma
formulação correta dométodo
cuja formulação é(II).
Segue-sedal,
comojá
vi-mos,que a
descrição(I)
de Pappus ndo se deve ao acidente de ele estar examinando"de
cabeça parabaixo"
a análise dedutiva.E,
como ele parece supor que(t)
éequiva-14 an-Nairizi, em
seu comenùírio sobre
IV,
5ss., acrescenta uma análiæ da'demonstraçÍio (ver C\rrtze, pp. 145ss.) -- em latim a solutlo-
como oposta à demonstração sintética encontraadaA
Andlise GeométricaGrega
2l
lente
a(II)
para todos os casos de análise, segue-se que as inconsistências aparentes de seu relato decorrem símplesmente da mconsistência dessa suposição. Escapou a Pappus que(I)
é uma formulação correta para os casos em que(II)
é umaformulaçfo
incor-reta.A
própria forma
de sua descrição sugere que esta é composta de duas descrições distintas do método.A
uma afirmativa inicíal, de que a análise é uma passagem através das sucessivas conseqüênciasde
uma pressuposição, seguem-se duas descrições, a pri-meira mais geral e a segunda dividindo-se em análise teórica e aná.lise problemática.Ca-da descrição é perfeitamente auto-consistente. De acordo com a primeira, a análise é u-ma resolução ascendente, que
percorre
a uma pressuposiçâ'oinicial
até que se alcance algoconhecid
como primeiro prin_c{pio
(r&lw
ù.pyfic
ëyov).A slntese
descritacomo
um processo de deduçã'o que parte dorlltimo
passo da análise, dispondo em sua ordemna-tural (xarù
gúout) os conseqüentes que antes eram antecedentes(rd
npønoln¡ata).De
acordo com a segunda descriçlfo, a análise é dedutiva; diz-se simplesmente, então, que ademonstração (dzrdôectcs) é o inverso da análise. No entanto, com respeito ao desfecho
da
análise,a primeira
descriçf,odiz
apenas que,tendo
sido encontradoum primeiro
princfpio
ou algojá
conhecido, se deve proceder dedutivamente até chegar, fìnalmente, à construçãodo
que era procurado; a segunda descriçÍo,por
outro lado, apresentaco-mo
rezultado dométodo
aquilo que nem sempre poderia resultar logicamente da apli-caçã'odo
métôdo(I).
A
segunda descrição aftrma que, se na análise se encontra algo re-conhecidamente falsoou
imposslvel, então o que se procura é falso, ou o problema in-sol(rvel. Mas, naturalmente, esta conseqüênciattlo
é necessaiamente verdadeira para oscasos
em que
as implicações não são recíprocas, tendo em vista que premissas falsæ podem dar origem a conclusões verdadeiras. Robinson usa esse aspecto comoargumen-to
em favor da concepção de que a reciprocidade é uma condiçâ'o do método, funda-mentando-se em que, deoutra
forma, Pappus estaria cometendoum
equfvoco lógico aoformular
a conseqüência acima. Há, no entanto, uma explicação alternativa: confor-me todas as outras evidências sugerem, Pappus apresenta duas formas distíntas do mé-todo,.sem gue as inferências lógicas que podem ser extrafdas da conclucão da análise sejam sempre as mesmas para cada forma. É sem dúvida significativo que as inferências que Pappus apresenta como logicamente decorrentes da aplicação de cada um dos mé-todos sejam exatamente aquelas que sÍo permisslveis para ambas as formas. Isso, a meu ver,constitui
confirmaçâ'o adicional de que ele está tratando de duas abordagens distin-tas da análise. Finalmente, vale a pena assinalar que, com respeito a essas inferências ló-gicas, todas as outras abordagens que apresentam a análise geométrica como busca de proposições antecedpntes afirmam o mesmo que opróprio
Pappus diz na primeirapar-te
da passagem; tais abordagens jamais pretendem que, da falsidade da conclusão daa-nálise, se possa
inferir
a falsidade da pressuposiçâ-o original.Tradução de