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Cobertura midiática sobre energia e mudanças climáticas | ANDI - Comunicação e Direitos

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Academic year: 2021

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Expediente

ANDI - Comunicação e Direitos

Diretora Executiva

Miriam Izabel Cordeiro - Pragita

Diretora Administrativo-Financeira

Ana Potyara Tavares

Ficha Técnica

Realização

ANDI - Comunicação e Direitos

Parceria

Instituto Clima e Sociedade

Coordenação de pesquisa

Diana Barbosa

Coordenação de conteúdo / elaboração de instrumento de pesquisa

Aline Falco

Projeto Gráfico e Diagramação

Gisele Rodrigues

Equipe de monitoramento

Ana Paula Rodrigues

Antônia Amélia da Conceição

Flavia Falcão

Hermes Pena

Tarcísio Rozendo

Thais Gawryszewski

Contribuíram para a construção do instrumento de pesquisa

Alice Amorim (GIP)

Ana Toni (iCS)

André Ferreira (IEMA)

Branca Americano (iCS)

Gilberto Jannuzzi (IEI - Brasil)

Howand Geller (Sweep)

Roberto Kishinami (iCS)

Sérgio Leitão (Escolhas)

(3)

INDICE

Sobre a pesquisa ...

4

Comportamento da cobertura ...

6

Aspectos gerais ...

7

Foco temático ...

10

Fontes de energia ...

13

Energia como causa e solução das mudanças climáticas...

18

Consumo de energia ...

23

Política, economia e demanda por energia ...

28

Emissões de gases de efeito estufa ...

35

Impactos e adaptações às mudanças climáticas ...

39

Mitigação das mudanças climáticas ...

42

Eficiência energética I ...

49

Eficiência energética II ...

53

Impactos econômicos e ambientais das energias

renováveis e da eficiência energética ...

57

(4)

SOBRE A PESQUISA

A ANDI – Comunicação e Direitos, em parceria com o Instituto Clima e

Sociedade, realizou o monitoramento da cobertura midiática sobre a

in-terrelação de duas questões essenciais para a sociedade contemporânea:

energia e mudanças climáticas. Este relatório apresenta os resultados

deste estudo, cujo objetivo foi avaliar o espaço concedido à abordagem

conjunta dos referidos temas na imprensa nacional e investigar os

enqua-dramentos oferecidos a eles.

O levantamento considerou um período de três anos, de janeiro de 2014 a

dezembro 2016, acompanhados integralmente, sem utilização de modelos

amostrais.

Método de análise

A metodologia adotada pela ANDI na execução deste trabalho fundamenta-se

nos princípios da análise de conteúdo. Entre outros aspectos relevantes, esse

método permite:

Sistematizar e descrever quantitativamente os conteúdos abordados

pela mídia;

Identificar e quantificar a ocorrência de características específicas do

tra-balho jornalístico;

Fazer inferências a respeito da mensagem e dos significados presentes

nas matérias.

Nesse tipo de investigação, as informações explicitamente apresentadas

nos textos são captadas e avaliadas. A análise do conteúdo detém-se àquilo

que pode ser objetivamente observado e cujos resultados podem ser

nu-mericamente apresentados.

Universo de análise

O universo de análise compreende um conjunto de 44 jornais e de cinco

revistas, organizados em três grupos de veículos:

Jornais impressos de circulação nacional (6);

Jornais de circulação local/regional – versão html disponível no site de 38

jornais. O conteúdo capturado nesta categoria pode ser

corresponden-te ao macorresponden-terial disponibilizado na versão impressa e/ou on-line do jornal;

(5)

Seleção das notícias

O levantamento dos textos foi realizado

por meio de uma ferramenta de busca

eletrônica, a partir de um conjunto de

palavras-chaves. Inicialmente foram

sele-cionadas todas as matérias (reportagens,

artigos, entrevistas, editoriais, colunas ou

notas de colunas assinadas) que

abor-dassem minimamente os dois temas de

interesse energia e mudanças climáticas.

Esses textos foram distribuídos em três

categorias que indicam a dimensão da

co-bertura sobre energia:

Pouco relevante: as questões

energéti-cas foram mencionadas em uma linha

da matéria, ocupando um espaço

abso-lutamente lateral.

Dimensão mínima: as questões

ener-géticas apareceram de maneira lateral,

porém ocuparam algum espaço na

discussão.

Dimensão média: as questões

energé-ticas deram suporte à discussão

princi-pal do texto ou foram parte

importan-te dele.

Dimensão alta: a questão energética

era o foco central da matéria.

As narrativas com dimensão mínima,

mé-dia e alta foram classificadas com base em

um questionário estruturado que

contem-plava desde os aspectos jornalísticos até

variáveis especificamente relacionadas a

energia, mudanças climáticas e seus

des-dobramentos. Já as narrativas consideradas

“pouco relevantes” dentro do escopo da

pesquisa foram contabilizadas e

classifica-das parcialmente. Ao abordar lateralmente

o tema de pesquisa, estes textos não

apre-sentariam conteúdo suficiente para análise,

o que justifica a definição desse critério.

Notícias com menos de 500 caracteres não

foram consideradas no levantamento.

Veículos monitorados

Jornais impressos de circulação nacional

Brasil Econômico (SP) Correio Braziliense (DF) Folha de S. Paulo (SP) O Estado de S. Paulo (SP) O Globo (RJ) Valor Econômico (SP)

Jornais de circulação local/regional

A Crítica (AM) A Gazeta (AC) A Gazeta (ES) A Gazeta (MT) A Tarde (BA) A Tribuna (ES) Correio da Bahia (BA) Correio da Paraíba (PB) Correio de Sergipe (SE) Correio do Estado (MS) Correio do Povo (RS) Diário Catarinense (SC) Diário da Amazônia (RO) Diário da Manhã (GO) Diário de Cuiabá (MT) Diário de Pernambuco (PE) Diário de S. Paulo (SP) Diário do Amapá (AP) Diário do Nordeste (CE) Estado de Minas (MG) Folha de Boa Vista (RR) Folha de Londrina (PR) Folha do Povo (MS) Gazeta do Povo (PR) Hoje em Dia (MG) Jornal de Brasília (DF) Jornal do Commercio (PE) Jornal do Dia (AP)

Jornal do Tocantins (TO) Jornal Pequeno (MA) Meio Norte (PI)

O Estado do Maranhão (MA) O Liberal (PA) O Popular (GO) O Povo (CE) O Tempo (MG) Tribuna do Norte (RN) Zero Hora (RS) Revistas

Revista Carta Capital Revista Época Revista Exame Revista IstoÉ Revista Veja

(6)

Comportamento da cobertura

Ao longo dos três anos de monitoramento foram identificadas 1.745 matérias sobre energia e mudanças climáticas. A maior parte deste conteúdo foi publicada pelos jornais de alcance nacio-nal (51,3%), seguidos pelos regionais (43,2%). Se considerada a média de publicação por veículo, os diários nacionais alcançaram a marca de 149 matérias. Isso quer dizer que cada um dos seis jornais enquadrados neste grupo veiculou 149 notícias entre 2014 e 2016. Nos jornais de circula-ção regional essa média cai para apenas 20 textos.

As notícias publicadas nas revistas representaram apenas 5,4% de todo o material analisado. A baixa cobertura se explica, em parte, pela sua periodicidade semanal, ao contrário dos jornais, que possuem uma distribuição diária.

A evolução da cobertura entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016 seguiu um comportamento relativamente similar entre os três grupos de veículos, a despeito das disparidades no volume de textos, especialmente em se tratando das revistas. Observa-se, no entanto, algumas inversões pontuais, como a queda no número de notícias publicadas pelos jornais de alcance nacional em alguns períodos em contraposição a estabilidade ou evolução da cobertura oferecida pelos jor-nais regiojor-nais, como ocorreu em maio de 2016.

No geral, a cobertura apresentou uma tendência crescente, com alguns picos entre 2014 e 2015 e um ápice em novembro e dezembro de 2016 impulsionado, entre outros aspectos, pela (o):

• Realização da 22ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 22) entre os dias 07 e 18 de novembro de 2016 em Marrakesh, no Marrocos.

• Repercussão para a área ambiental da composição do gabinete do então presidente eleito do Estados Unidos, Donald Trump (nomeações para a Secretaria de Energia e para a Agência Ambiental, especialmente).

• Lançamento de uma proposta de incentivo ao biocombustível dentro Programa RenovaBio do Governo Federal brasileiro em dezembro de 2016.

(7)

Aspectos gerais

Das 1.745 notícias identificadas, aproximadamente 1/3 foi considerada como “dimensão alta” quan-do avaliada a abordagem sobre energia. As matérias com dimensão mínima e média apresentaram percentuais similares entre os veículos de circulação nacional e regional, variando em torno de 20%. Destaque para as revistas, nas quais as notícias com dimensão média alcançaram um patamar mais baixo entre 2015 e 2016 (8,6% e 10%, respectivamente).

Pouco mais de ¼ da amostra total (458 textos) foi enquadrada como “pouco relevantes”. Diante da carência de conteúdo analítico que valesse aos interesses deste estudo, essas narrativas foram clas-sificadas apenas parcialmente.

Dimensão sobre energia Jornais nacionais Jornais regionais Revistas Total

Matérias analisadas integralmente 670 550 67 1287

Matérias analisadas parcialmente

(pouco relevantes) 226 204 28 458

(8)

Seguindo o modus operandi da própria imprensa, as reportagens foram o formato jornalístico mais utilizado para a produção de conteúdo sobre energia e mudanças climáticas (cerca de 60% nos jornais e de 80% nas revistas). Os artigos assinados foram o segundo tipo de texto mais comum nos jornais, com uma oscilação considerável ao longo dos três anos, chegando a 24,7% em 2015 entre os jornais regionais e a 24,2% em 2016 entre os nacionais, percentuais superiores aos observadores nos outros anos. Nas revistas, as entrevistas ocuparam o segundo lugar. Destaca-se a ausência dos editoriais nos veículos semanais, ao passo que nos diários, eles representaram cerca de 5% da cobertura.

No que tange aos aspectos geográficos considerados na construção das narrativas sobre energia e mudanças climáticas, a maioria das matérias se ateve a uma ou mais localidades específicas (aproxi-madamente 80% nos três grupos de veículos). No geral, as localidades mencionadas tenderam a se concentrar apenas no Brasil, embora parte significativa dos textos tratassem apenas do contexto in-ternacional ou combinassem aspectos da realidade nacional e de outros países. Neste quesito houve uma variação ao longo dos três anos de análise e por tipo de veículo.

(9)
(10)

Foco temático

As notícias selecionadas foram submetidas a dois tipos de análises relacionadas ao enquadramento temático. O primeiro procurou identificar o tema principal da matéria como um todo. O segundo, chamado de foco central, se concentrou no principal aspecto sobre energia que estava sendo

trata-do nas matérias que mencionam energia e mudanças climáticas.

A análise do tema principal demonstrou a mesma tendência entre os jornais de circulação nacional e regionais, nos dois casos sobressaíram-se as narrativas sobre mudanças climáticas (média de 37%) e sobre energia (média de 26%). Mais ao longe, com percentuais menos expressivos, surgiram temas como política, meio ambiente em geral e economia. As revistas se distanciaram um pouco desta ten-dência e apresentaram o tema energia em primeiro lugar, com uma variação significativa ao longo dos três anos, seguido pelos temas: meio ambiente em geral, mudanças climáticas e economia, todos com percentuais significativos.

(11)

O foco central da discussão sobre energia, por sua vez, foi dividido em dois polos: a utilização de recursos renováveis e não renováveis. Vale notar que o espaço concedido às energias renováveis foi significativamente maior nos três grupos de veículos, com percentuais que chegaram a 50% em alguns anos. Em terceiro lugar está a eficiência energética, que alcançou patamares abaixo de 15%, com exceção dos anos de 2014 e 2015 quando 20,8% e 18,5% dos textos publicados nas revistas deram destaque a estratégias desta natureza. Outros temas como consumo e oferta de energia, energia elétrica, segurança energética, escassez de recursos energéticos e preço foram abordados de forma mais periférica.

A análise também procurou identificar os pontos de contato entre a discussão sobre energia e mu-danças climáticas e a realidade social. Nesse sentido, a leitura dos textos buscou a referência a ques-tões como desenvolvimento, pobreza, saúde, educação, entre outras. Os aspectos relacionados ao desenvolvimento, seja ele científico e tecnológico ou em geral, foram os mais recorrentes.

(12)

Infraes-trutura, saúde e pobreza foram temáticas menos abordadas, embora tenham despertado alguma atenção. Em 2014, por exemplo, 20,6% das matérias publicadas nos jornais de circulação nacional se referiram a infraestrutura e 15,5% das narrativas deste grupo de veículos apresentaram alguma associação com a pobreza em 2015. Outros elementos importantes tiveram baixa evidência neste debate, vide os percentuais pouco expressivos alcançados pela educação, segurança alimentar e saneamento. Chama especial atenção que no contexto da discussão sobre energia tenha se falado tão pouco sobre mobilidade urbana (cerca de 4% nos jornais nacionais, 7% nos regionais e 6% nas revistas). Aproximadamente 1/3 das matérias nos três grupos de veículo não fez menção a qualquer um dos nove temas elencados.

(13)

Fontes de energia

Do total de matérias selecionadas, cerca de 97% mencionaram algum tipo de energia, seja ela uma referência geral a recursos renováveis ou não renováveis ou a fontes específicas como solar, eólica, petróleo ou carvão.

No conjunto das categorias analisadas, as alusões genéricas às fontes renováveis e não renováveis estão entre as mais frequentes, especialmente nos jornais de circulação nacional. Neste grupo de veículos a referência aos recursos renováveis chegou a 55,2% em 2015. Observa-se que tanto nos jornais de alcance regional quanto nas revistas a menção às fontes renováveis de energia em 2014 alcançou patamares bem aquém dos anos seguintes. Os índices registrados neste ano foram de 27% e 16,7%, respectivamente.

As fontes específicas foram agrupadas de duas formas: • Renováveis e não renováveis.

• Elétricas e não elétricas.

Entre as renováveis as mais retratadas no discurso assumido pela imprensa nacional, tanto nos jor-nais quanto nas revistas, foram a solar, a eólica e a hidrelétrica. Os dados fazem jus a importância das hidrelétricas na matriz energética brasileira e ao nosso potencial de produção de energia solar e eólica. Por outro lado, recursos importantes na matriz nacional como a biomassa e o etanol desper-taram menor atenção. Ressalva-se o comportamento das revistas que, em 2015 e 2016, trouxeram a biomassa para o debate em aproximadamente ¼ dos seus textos. Entre as fontes não renováveis, as mais mencionadas foram o petróleo, o carvão e as termoelétricas.

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta • Veículos de circulação nacional: 670 observações

• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

(14)

No segundo agrupamento, as fontes elétricas se sobressaíram em relação às não elétricas. Entre as fontes elétricas se destacaram: solar, eólica, carvão, hidrelétrica e termelétrica. No conjunto das não elétricas, os percentuais mais expressivos foram alcançados pelo petróleo, pelo gás natural e pela biomassa. Embora a biomassa seja a terceira fonte não elétrica mais mencionada nos jornais e a segunda nas revistas, a diferença entre o espaço concedido a ela e ao petróleo, primeiro colocado, é significativa. Tomando como exemplo os jornais nacionais no ano de 2016, os índices alcançados são de 15,4% e 37%, respectivamente.

(15)
(16)
(17)
(18)

Energia como causa e solução

das Mudanças Climáticas

Segundo levantamento divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em 20141, as atividades relacionadas a geração e distribuição de energia estão intimamente ligadas

ao fenômeno das mudanças climáticas. Apenas o setor de eletricidade e aquecimento é responsável por 25% das emissões de todo o mundo, sem contar as emissões causadas pela produção de energia em outros setores.

Por um lado, a energia gerada por fontes não renováveis, especialmente pela queima do carvão, do gás natural e do petróleo têm sido considerados pela comunidade científica como um dos grandes responsáveis pelas bruscas mudanças de temperatura. Por outro, muitos investimentos têm sido fei-tos para que o próprio setor energético venha a apresentar soluções viáveis para frear o aquecimen-to do planeta, vide o apelo cada vez maior das fontes não poluentes. Atenaquecimen-tos a esse movimenaquecimen-to, a maior parte da imprensa brasileira apresentou a questão energética como uma solução para as mu-danças climáticas, embora haja uma distribuição quase equilibrada entre avaliações que consideram a energia como causa e como solução, com variações significativas ao longo dos três anos de análise.

1 Fontes: https://www.ipcc.ch/pdf/assessment-report/ar5/wg3/drafts/fgd/ipcc_wg3_ar5_summary-for-policymakers_approved.pdf

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta • Veículos de circulação nacional: 670 observações

• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

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Nos jornais de circulação nacional, por exemplo, uma média de 37% das matérias publicadas nos três anos considerou a energia uma solução, enquanto 17% a definiu como problema. Cerca de 22% dos textos conseguiram apresentar uma leitura mais complexa, identificando os vetores que podem levar às causas, mas também às saídas. Vale notar que cerca de 1/4 de todo o material publicado neste grupo de veículos não questionou causas e soluções das mudanças climáticas.

Os jornais regionais apresentaram tendência similar aos nacionais, assim como as revistas que se destacaram apenas pelo menor número de textos que identificaram a energia como causa e solução (chegando a zero em 2016) e pelos percentuais mais expressivos daqueles que não mencionaram causas e soluções, atingindo 51,9% em 2015.

Válido apenas para as matérias que abordam a questão anergética como: “Uma solução para o enfrentamento das mudanças climáticas” ou como “Problema e solução para o enfrentamento das mudanças climáticas” (veículos de circulação nacional: 388 observações)

Válido apenas para as matérias que abordam a questão anergética como: “Uma solução para o enfrentamento das mudanças climáticas” ou como “Problema e solução para o enfrentamento das mudanças climáticas” (veículos de circulação regional: 304 observações)

Válido apenas para as matérias que abordam a questão anergética como: “Uma solução para o enfrentamento das mudanças climáticas” ou como “Proble-ma e solução para o enfrentamento das mudanças climáticas” (revistas: 35 observações)

2,7% 1,8% 0,0% 0,9% 0,0% 0,0% 1,8% 0,6% 0,0% 0,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,8% 2,5% 0,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

(20)

Nos jornais, as instâncias governamentais, sejam elas nacionais ou internacionais, foram consideradas as principais responsáveis pela implementação das soluções para a contenção das mudanças climáticas. A iniciativa privada foi o terceiro ator mais mencionado neste grupo de veículos. Nas revistas, o setor privado se sobressaiu ao poder público. Destaca-se também o fato do governo brasileiro e de outros países não terem sido responsabilizados em nenhuma matéria publicada nas revistas no ano de 2015.

(21)

As estratégias mais recorrentes para o enfrentamento das mudanças climáticas foram a utilização de energias renováveis (percentuais entre 37% e 62,6% nos três grupos de veículos) e a eficiência energéti-ca (percentuais entre 13,8% e 29,2%). Pelo menos outras treze alternativas foram consideradas no com-bate ao aquecimento, mas todas elas com percentuais iguais ou abaixo de 10%. Mais de ¼ dos textos analisados não fizeram referência a estratégias específicas de enfrentamento das mudanças climáticas.

(22)

Outro ponto importante na análise das estratégias de enfrentamento é o maior espaço de discussão aberto às energias renováveis que à eficiência energética. Esse resultado reforça uma tendência já identificada na leitura do foco central e é corroborado mais uma vez na menção a experiências con-cretas destas duas estratégias. Nos veículos de circulação nacional, as experiências com energias lim-pas chegaram a ocupar ¼ do noticiário em 2016. Já o maior percentual alcançado pelas experiências com eficiência energética foi de 8,8% em 2015. Os jornais regionais seguiram a mesma tendência. Nas revistas, as experiências apresentadas nessas duas áreas praticamente se igualaram, e a eficiên-cia energética chegou a superar a energia renovável em 2014.

(23)

O consumo de energia foi mencionado em somente 28% da amostra. Nos jornais de alcance nacional e regional houve uma variação anual expressiva, que foi de 18,5% a 35,5%. Nas revistas observou-se uma distribuição mais equilibrada, com índices na casa de 50% a 56,3%.

Parte significativa deste universo se ateve às estatísticas sobre o consumo, média de 40% nos jornais de circulação nacional. Nos diários regionais e nas revistas, os números variaram conside-ravelmente entre 2014 e 2016. Nos primeiros, as matérias que apresentaram dados de realidade sobre o consumo de energia no Brasil e/ou no mundo decresceram de 58% em 2014 a 20,3% em 2015. Nas revistas, a oscilação foi ainda mais explícita, de 25% em 2014 para 71,4% em 2015, se-guido de uma queda para 33,3% em 2016.

(24)

Esses textos foram submetidos a dois questionamentos no que se refere aos setores de consumo de energia: primeiro, se havia referência a algum setor específico e segundo, se algum destes setores foi considerado o principal responsável pelo consumo. Os resultados indicam que:

• Mais da metade das matérias não se referiram a setores específicos de consumo de energia. • Mais de 90% não atribuíram a um setor específico a principal responsabilidade pelo consumo. Entre os setores mencionados, indústria, transporte e sociedade em geral foram os mais recorrentes nos três grupos de veículos. O consumo doméstico ficou em quarto lugar nos jornais nacionais e regionais, mas não recebeu qualquer menção nas revistas.

(25)
(26)

A maior parte dos textos (cerca de 56%) não levou em consideração a possibilidade de aumento na demanda de energia no país nos próximos anos, como indica o estudo da Empresa de Pesquisa Energética, que prevê um acréscimo de 100% na demanda total por energia até 2050 no Brasil2.

Nos 44% restantes, as alternativas consideradas para suprir a necessidade crescente de recursos energéticos se remetem novamente ao uso de energias renováveis e da eficiência energética.

(27)

Nos jornais de circulação nacional as matérias que elencaram as fontes renováveis como alternativas chegaram a representar ¼ dos textos (lembrando que esses percentuais foram calculados sobre o total de matérias que mencionaram consumo). O uso da eficiência energética para resolver o problema do aumento da demanda atingiu patamares um pouco menores, mas chegou a 21% em 2016 nos jornais nacionais. O uso de energia não renovável, terceira alternativa mais mencionada entre os jornais nacionais e regionais, assume o segundo lugar nas revistas, chegando a 25% em 2014, mas caindo drasticamente nos anos seguintes, até zero em 2016.

(28)

A qualidade de um texto jornalístico é definida a partir de um conjunto de fatores, entre

eles os elementos de contextualização, informações que auxiliam na compreensão de

determinada temática, criando conexões com uma realidade menos factual. A menção

a políticas públicas e à legislação são aspectos importantes neste sentido, não apenas

porque permitem uma leitura mais abrangente de um dado fenômeno, mas porque

possibilitam o exercício de um certo papel fiscalizador da imprensa em relação às ações

governamentais (função conhecida como watchdog).

Política, economia e

demanda por energia

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta • Veículos de circulação nacional: 670 observações

• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

(29)

Os resultados alcançados no monitoramento da cobertura sobre energia e mudanças climáticas não revelaram resultados positivos em relação a esse tipo de atuação. Os números registram uma menção pouco expressiva a políticas públicas específicas (iniciativas governamentais que tenham uma materialidade como o Plano Decenal de Expansão de Energia e o Programa de In-centivo às fontes Renováveis) e a legislações da área de energia. Nos dois casos, as médias para os três anos de análise nos três grupos de veículos foram iguais ou inferiores a 5%, com algumas variações a serem destacadas:

Políticas públicas: Nos jornais, o percentual mais alto foi alcançado nos veículos regionais

em 2016 (7,6%) e o menos expressivo nesse mesmo grupo, em 2014 (3,4%). As revistas registraram um pico de 8,3% em 2014%, mas caíram para zero nos dois anos seguintes.

Legislação: Nos jornais, o percentual mais alto foi alcançado nos veículos nacionais (6,6%)

e o menos expressivo nesse mesmo grupo, em 2015 (1,3%). As revistas registraram 0% em 2014 e 6,3% em 2016.

(30)

Se ampliarmos o leque e considerarmos não apenas os programas e planos específicos, a referência genérica à política energética brasileira ganha mais espaço, chegando a cerca de ¼ nas matérias de jornais e a 20% nas matérias de revistas. A maior parte das referências à política energética não é feita de forma valorativa, mas há que se considerar o número de textos que a criticaram. Nos jornais de circulação nacional, no ano de 2016, as narrativas com uma postura crítica à política energética brasileira representaram 12,3% do total. Nos diários de alcance regional em 2015 esse índice foi ain-da maior, 15,7%, e nas revistas o maior percentual foi registrado em 2014 (12,5%).

(31)

A necessidade de diversificação da matriz brasileira foi explicitada por cerca de 14% da amostra total, sem grandes variações por tipo de veículo, mas com discrepâncias significativas ao longo dos três anos de monitoramento, especialmente nos jornais de circulação regional, cujos percentuais foram de 6,2% a 21,1%, e nas revistas, de 6,3% a 25%.

2014

2015

(32)

Algumas questões econômicas também estão relacionadas ao desenvolvimento da matriz energéti-ca, já que o potencial de expansão de alguns modelos depende de oportunidades e de investimen-tos públicos e privados em determinadas fontes de energia. Sem se deter exaustivamente neste ponto, este estudo se propôs a investigar a possibilidade ou necessidade de financiamento em três áreas sensíveis: fontes renováveis, eficiência energética e termelétricas. Nos três grupos de veículos ficou evidente o destaque concedido aos investimentos nas energias renováveis. Nos jornais nacio-nais, por exemplo, 27,2% das matérias publicadas em 2015 mencionaram a necessidade ou possi-bilidade de financiamento nessa área, ao passo que o maior percentual alcançado pela eficiência energética foi de 5,9%, neste mesmo ano, e de 2,2% pelas termelétricas em 2016. Os jornais regio-nais seguiram tendência similar. Nas revistas, chama a atenção os 12,5% alcançados pela eficiência energética em 2016 e o fato de que não foram mencionados investimentos nas termelétricas em nenhum dos anos monitorados.

(33)

2014

2015

2016

Ainda no tocante à economia, a relação entre crescimento econômico e demanda de energia foi mencionada por aproximadamente 4% dos textos publicados nos jornais nacionais e 3% nos veículos regionais, com algumas variações anuais. Nas revistas há uma linha descendente, que vai de 12,5% em 2014 para 0% em 2016.

Também foi avaliada a menção a termos específicos, normalmente vinculados ao debate eco-nômico da questão energética, como: economia de baixo carbono, precificação do carbono, taxa de carbono e desenvolvimento de baixo carbono. Os resultados colocam em destaque a economia de baixo carbono, citada entre 4,2% e 13,4% das matérias, a depender do tipo de veículo e do ano (média de 10% para a amostra total). Com exceção dos 9,2% alcançados pela precificação do carbono em 2015 nos jornais nacionais, os demais termos obtiveram percentuais iguais ou inferiores a 3% em todos os anos e tipos de veículos.

(34)
(35)

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta • Veículos de circulação nacional: 670 observações

• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

Emissões de gases

de efeito estufa

(36)

No que se refere à relação entre a geração de energia e a emissão de gases de efeito estufa, alguns resultados gerais alcançados a partir deste estudo podem ser destacados.

Cerca de metade dos textos analisados considerou a participação da energia no total de gases de efeito estufa liberados na atmosfera. Via de regra, essa participação teve uma característica geral (variando entre 18,4% e 29,2% a depender do tipo de veículo e do ano), sem especificar a localidade, embora tenha sido significativo o número de notícias que enfocam as emissões brasileiras (chegando a representar 25% dos textos analisados nos jornais regionais e nas revistas em 2014).

A participação específica do setor elétrico teve menos destaque na imprensa, ficando abaixo de 20% nos três grupos de veículos na média dos três anos, sem grandes variações. O

diferencial está no enfoque dado à realidade nacional, já que os percentuais mais expressivos passaram a ser aqueles que se referem apenas ao Brasil.

O potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa no setor energético, incluindo o setor elétrico, ocupou maior espaço no noticiário que o potencial de aumento de emissões nesse setor.

• O potencial de aumento de emissões no setor energético em geral assumiu uma curva decrescente em todos os veículos: nos jornais nacionais, ela foi de 12,3% em 2014 para 5,3% em 2016; nos veículos regionais de 9,2% em 2014 para 6,2% em 2016; e nas revistas de 12,5% para 0%. O foco foi novamente a realidade brasileira. O potencial de aumento de emissões no setor elétrico especificamente, teve uma média inferior a 5% ao longo dos três anos, tanto nos jornais quanto nas revistas.

(37)
(38)

• Já o potencial de redução de emissões do setor energético em geral alcançou percentuais su-periores a 20% em todos os anos e em todos os tipos de veículos, chegando a 32% dos textos publicados nos jornais nacionais e regionais em 2015, e a 44% das narrativas veiculadas nas revistas neste mesmo ano. O potencial de redução de emissões no setor elétrico foi mencio-nado por cerca de 10% em cada grupo de veículo. Ao abordar a possibilidade de redução no volume de emissões, os textos analisados priorizaram novamente o contexto nacional, apre-sentando mais dados relativos ao Brasil que a outros países ou ao contexto global.

(39)

Impactos e adaptações

às mudanças climáticas

De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), um cenário extremo pode levar o planeta a um aquecimento de temperatura da ordem de 6,4°C. Os acordos climáticos internacionais têm angariado esforços para que esse aumento não ultrapasse a marca dos 2°C. Mes-mo nessa perspectiva mais otimista, muitos cientistas acreditam que os impactos sobre o planeta serão bastante significativos e irão muito além do que já se pode observar hoje3.

3 Greenpeace. A Revolução Energética: A caminho do desenvolvimento limpo. 2010.

2014 2014 2015 2015 2016 2016

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta • Veículos de circulação nacional: 670 observações

• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

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Pouco mais de 20% da cobertura sobre energia e mudanças climáticas trazia algum alerta em relação aos impactos do aquecimento global, um resultado que pode ser considerado positivo, embora fosse desejável e até necessário um papel mais atuante da mídia na formação de uma consciência social sobre as consequências das mudanças climáticas e sobre o papel da sociedade na sua contenção. Os jornais de circulação nacional apresentaram percentuais relativamente mais altos que os diários regionais e as revistas, estas com as maiores variações por ano. Os impactos das mudanças climáticas na geração de energia ainda são menos evidentes. Na média, eles estiveram presente em menos de 5% do conteúdo de todos os grupos de veículos. As revistas demonstraram um comportamento particular, com um dado mais expressivo em 2014 (8,3%), seguido por dois anos sem nenhuma menção nesse sentido.

A possibilidade de adaptação às mudanças climáticas obteve menor visibilidade que os seus im-pactos. Com a tendência ascendente nos jornais nacionais, o percentual mais alto chegou a 19,4% em 2016. Entre os diários regionais destacam-se os inexpressivos 1,7% em 2014, que subiram para 13,9% e 11,4% nos dois anos seguintes. As revistas também assumiram uma linha crescente, partin-do de 0% até 18,8% em 2016. A necessidade de adaptação partin-do setor elétrico às mudanças climáticas ficou abaixo de 5%, se considerada a amostra total, com registros ainda mais baixos em alguns gru-pos de veículos e períodos.

2014 2014 2015 2015 2016 2016

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A relação entre mudança climática e segurança energética e a possibilidade de “apagão” ou racio-namento de energia também tiveram pouco espaço no noticiário. Os dois temas alcançaram não mais que 5% de todos os textos analisados, com poucas variações por tipo de veículo e por ano, com exceção das revistas, nas quais os percentuais tendem a oscilar mais bruscamente em função do reduzido número absoluto de matérias. Nestas, a relação entre mudança climática e segurança energética chegou a alcançar 12,5% em 2014, caindo no ano seguinte para 0%. A referência ao risco de racionamento de energia caiu progressivamente de 12,5% em 2014 para 0% em 2016.

2014 2015 2016 2014 2015 2016

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A tentativa de mitigação das mudanças climáticas pode ocorrer em pelo menos dois níveis: nacio-nal – onde cada país implementa suas próprias políticas de contenção de emissões (em âmbito federal, estadual ou municipal) – e internacional – onde são firmados acordos entre nações em torno do objetivo comum de manter o aquecimento dentro do menor limite possível.

Os resultados da pesquisa revelaram que as políticas brasileiras de mitigação ocupam um espa-ço bastante reduzido no noticiário sobre energia e mudanças climáticas. Cerca de 2% dos textos analisados nos jornais fizeram referência a programas implementados pelas instâncias governa-mentais, nenhuma menção nesse sentido foi feita nas revistas.

Mitigação das

mudanças climáticas

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta • Veículos de circulação nacional: 670 observações

• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

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Sobre os compromissos internacionais foram investigados a referência ao Acordo de Paris e às INDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas). O Acordo de Paris é o documento firmado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas por 195 países, cujo objetivo é reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. O Acordo foi negociado durante a realização da 21ª Convenção do Clima, em 2015, mas só entrou oficialmente em vigor em dezembro de 2016.

Os dados do monitoramento revelaram uma curva crescente na menção ao Acordo, que nos diários de alcance nacional foram de inexpressivos 2,5% em 2014 até 50,2% em 2016. A mesma tendência foi observada nos jornais regionais e nas revistas, embora ambos tenham apresentado percentuais mais baixos.

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O Acordo de Paris foi firmado com base nos compromissos assumidos pelos países partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Esses compromissos foram materializados nas metas de redução de emissões, as INDCs, definidas por cada um dos signatá-rios dentro das suas viabilidades sociais e econômicas. As metas brasileiras foram aprovadas pelo Congresso Nacional em setembro de 2016.

A análise temporal da referência às INDCs brasileiras demonstra que a primeira menção ocorreu em agosto de 2014, quando a matéria do Valor Econômico “Meta de redução de emissões para 2020 deve ser cumprida” já anunciava o Acordo de Paris e fazia uma avaliação sobre as possibi-lidades de cumprimento de uma meta voluntária estabelecida em 2009. Depois deste episódio isolado as INDCs só voltaram ao noticiário em junho/julho de 2015. Entre outubro e dezembro deste ano elas ganharam maior espaço, período em que antecedeu a Conferência do Clima de

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Paris (21ª Conferência das Partes). Um novo pico ocorreu em abril de 2016 quando da cerimônia de assinatura do Acordo na Sede nas Nações Unidas em Nova York. O último ponto de inflexão se deu entre outubro e novembro de 2016, no momento em que o Acordo entrou oficialmente em vigor. Vale notar que neste quesito foram contabilizadas apenas as referências quantificáveis às metas (ex: o Brasil pretende reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até o ano de 2025) e não alu-sões genéricas que se remetem a existência de uma possível meta (ex: Brasil deve apresentar metas para redução de emissões na Conferência do Clima).

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Os setores vinculados às INDCs apresentaram uma variação significativa ao longo dos três anos de análise, mas a área de floresta/desmatamento se destacou na média geral como a mais frequente tanto nos jornais de alcance nacional (média de 40% para os três anos) quanto nos regionais (média de 33% para os três anos). Na sequência, com percentuais menos expres-sivos, menciona-se o setor elétrico, de transporte e de energia em geral.

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As metas específicas para o setor energético foram contempladas entre as INDCs citadas no noticiário. Nos jornais nacionais, elas tiveram uma linha ascendente que foi de 29% para 51% entre 2015 e 2016. Entre os veículos regionais ela se manteve estável, em torno de 38% e 35%. Já a referência a metas de outros setores assumiu o curso inverso, com queda entre 2015 e 2016 de 47,1% para 31,4% nos diários nacionais e de 56,3% para 23,5% nos regionais. Apesar da tendência decrescente, os percentuais são significativos e em média representam mais de 1/3 do conjunto de matérias que mencionam as INDCs.

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No que se refere às críticas e elogios conferidos às metas brasileiras, observa-se que os textos com conteúdo mais avaliativo foram publicados no ano referente à apresentação das metas, ou seja, durante a Convenção de Paris em 2015. Neste ano houve um maior número de críticas e de elogios aos compromissos nacionais, que acabaram se dissipando no ano seguinte. Nos jornais de alcance nacional, as matérias com teor crítico representaram 17,6% dos textos sobre as INDCs em 2015, já as narrativas com avaliação positiva corresponderam a 29,4% deste universo. Nos veículos regionais, esses mesmos percentuais foram 12,5% e 6,3%, respectivamente.

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Eficiência energética I

A eficiência energética foi mencionada por cerca de 30% dos textos sobre energia e mudanças climáticas publicados nos jornais nacionais e regionais, com uma leve tendência decrescente en-tre 2014 e 2016. Nas revistas, o espaço concedido a esse tipo de estratégia foi um pouco maior, da ordem de 44% em média ao longo dos três anos.

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• Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

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As matérias que se referem à eficiência energética apresentaram algumas especificidades:

• A maior parte delas tiveram a energia como tema principal: cerca de 37% nos jornais nacio-nais, 35% nos regionais e 30% nas revistas, com variações percentuais ao longo dos anos, principalmente nas revistas. Nos jornais, as mudanças climáticas aparecem em segundo lu-gar, promovendo uma inversão entre os dois temas mais recorrentes na amostra total. As matérias sobre economia se destacaram em 2014, representando 17,6% de todas as ma-térias que mencionaram eficiência energética nos veículos de alcance nacional e 29,5% nos jornais de circulação regional. Nas revistas, os textos sobre economia estiveram em evidência ao longo dos três anos, chegando a 33,3% em 2015.

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• Parte significativa dos textos se remeteu a estratégias de eficiência energética sem lançar mão da expressão “eficiência energética”. Esta foi mais utilizada nos jornais de circulação nacional, por pouco mais de 60% das narrativas. Nos jornais de alcance regional esse percentual caiu para cer-ca de 50%. Nas revistas houve uma oscilação significer-cativa entre os três anos, com uma queda de 45,5% para 25% entre 2014 e 2015, seguido de uma recuperação para 42,9% em 2016.

• A maioria dos textos relacionou a eficiência energética a um setor específico, mas os dados não assumiram uma regularidade que permitisse identificar uma associação predominante. As vin-culações mais recorrentes, apesar das variações significativas por ano e por tipo de veículo, se deram com os setores de transporte, geração, transmissão e distribuição de energia e indústria. Na tentativa de avaliar a habilidade da cobertura em estabelecer conexões entre questões específicas e o contexto no qual elas estão inseridas, este monitoramento se propôs a investigar a relação entre a eficiência energética e questões mais abrangentes, que envolvam a vivência nos espaços públicos e privados, tais como: política de transporte, de habitação e industrial, urbanismo e ciência e tecnologia. O dado mais evidente neste sentido foi a não associação. Nenhum destes aspectos foi mencionado por cerca de 85% dos jornais e por aproximadamente 77% das revistas (mais uma vez com variações mais significativas por ano). Nos casos em que a associação existiu, não houve um aspecto predominante, os resultados variaram a depender do ano e do tipo de veículo. O que se pode dizer é que urbanismo e ciência e tecnologia foram os setores menos vinculados à eficiência energética.

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Eficiência energética II

Os dados abaixo se referem às matérias que mencionam eficiência energética

• Veículos de circulação nacional: 199 casos • Veículos de circulação regional: 161 casos • Revistas: 30 casos

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A redução das emissões de carbono e a consequente desaceleração do efeito estufa foi o ganho mais evidenciado. Essa referência esteve presente em pelo menos 50% dos textos nos três grupos de veí-culos. É importante observar que esse resultado sofre influência dos critérios de escolha do universo de análise, que elegeu, a priori, as matérias que relacionavam eficiência energética e mudanças climá-ticas. Outras vantagens também foram citadas, mas em patamares inferiores a esse, destacando-se os ganhos ambientais e a redução das tarifas de energia em domicílios e nas indústrias. Nota-se que alguns possíveis benefícios foram totalmente negligenciados, como a “postergação da necessidade de investir em novas plantas de geração de energia” e a “geração de nichos de mercado para eletro-domésticos mais eficientes”.

O conjunto de matérias sobre eficiência energética (30% da amostra total) tem como aspecto positivo a divulgação das vantagens advindas desse tipo de estratégia. Os benefícios foram mencionados por cerca de 65% das narrativas deste recorte, com algumas variações por tipo de veículo e por ano. Isso quer dizer que 35% dos textos não consideraram os ganhos gerados pela eficiência energética, um dado que tam-bém não pode ser desprezado. Nos jornais de circulação nacional, por exemplo, a proporção de matérias que não mencionaram benefícios subiu progressivamente entre 2014 e 2016, de 27,9% para 46,9%. Nos regionais o maior índice foi registrado em 2015 (43,1%) e nas revisas em 2016 (42,9%).

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As dificuldades para a implementação da eficiência energética foram menos recorrentes no discurso da imprensa. Nos jornais de circulação nacional, uma média de 10% dos textos publicados conse-guiu evidenciar os prováveis entraves para a efetivação das estratégias de otimização. Nos veículos regionais esse percentual foi um pouco maior, de quase 15%, com variações mais evidentes entre 2014 e 2016. Nas revistas ele caiu para algo em torno de 7%. A natureza das dificuldades oscilou de acordo com o tipo de veículo e o ano. Nos jornais de circulação nacional houve um relativo equilíbrio entre as alternativas apresentadas, mas os custos envolvidos na implementação das estratégias de eficiência energética tiveram um relativo destaque em 2014 e 2016. Nos diários de alcance regional a falta de vontade política alcançou percentuais bastante expressivos em 2015 (17,6%). Nas revistas foram mencionadas apenas duas dificuldades, o alto custo e a ausência de tecnologia.

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Outro aspecto avaliado nesse grupo de notícias foi a menção aos selos de eficiência energética, no qual observou-se novamente uma variação significativa entre 2014 e 2016. Na média geral, a referência a esse tipo de certificação foi inferior a 10%, tendência que se manteve nos três anos e nos três grupos de veículos. A exceção foram os diários de alcance regional, que registraram um pico de 17,6% em 2015.

Considerando a importância e o destaque conferido à discussão sobre os recursos sustentáveis de energia, este estudo também procurou avaliar a relação entre a eficiência energética e as fon-tes renováveis. O resultado indica que cerca de 30% dos textos publicados nos jornais de circu-lação nacional, 25% dos regionais e 40% das revistas apresentaram esse tipo de associação. Vale notar que nos jornais regionais e nas revistas as variações anuais foram significativas.

(57)

Impactos econômicos e ambientais

das energias renováveis e da

eficiência energética

Um aspecto importante na discussão sobre o uso de energias renováveis e da eficiência energéti-ca são os seus desdobramentos, que em tese podem ser positivos e negativos. Considerando-se apenas dois tipos de impacto, os econômicos e os ambientais, os dados levantados pelo monito-ramento apontam que:

Válido para as matérias com dimensão mínima, média ou alta

• Veículos de circulação nacional: 670 observações • Veículos de circulação regional: 550 observações • Revistas: 67 observações

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A maior parte das matérias não se deteve à discussão sobre os reflexos, sejam eles econô-micos ou ambientais, da implementação das energias renováveis e/ou da eficiência ener-gética, mas é bastante significativo o percentual de textos que apresentaram esse tipo de análise, 42% da amostra total.

A reflexão sobre os impactos das energias renováveis teve maior apelo junto ao noti-ciário que os impactos da eficiência energética, com percentuais aproximados de 30% e 20%, respectivamente. É importante levar em conta que as energias renováveis ocuparam maior espaço na cobertura do que a eficiência energética, aspecto que contribui para que haja um maior número de matérias propensas a problematizar os seus desdobramentos.

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Os impactos ambientais foram mais mencionados que os econômicos, embora as dife-renças percentuais não sejam tão significativas. Nos jornais de circulação nacional, por exemplo, a diferença é de 27% para 18% no que se refere à energia renovável. A tendência se repete nos demais grupos de veículos e na cobertura sobre a eficiência energética.

(60)

Os impactos positivos foram mais considerados que os negativos. As matérias que menciona-ram impactos econômicos estritamente positivos das energias renováveis superamenciona-ram a casa dos 10% nos jornais de circulação nacional, ao passo que os impactos negativos foram iguais ou inferiores a 5%. Os impactos econômicos positivos chegaram a representar ¼ do noticiá-rio, enquanto os negativos foram iguais ou inferiores a 2%. Em relação à eficiência energéti-ca, sequer foram identificadas narrativas que mencionassem apenas aspectos negativos nos jornais de alcance nacional e regional. Tomando mais uma vez os jornais de alcance nacional como exemplo, observou-se que cerca de 7% dos textos citaram desdobramentos positivos na esfera econômica e cerca de 17% na ambiental.

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Aspectos qualitativos

Entre os aspectos que contribuem para a qualificação do texto jornalístico, alguns já analisados nos gráficos anteriores, destacam-se a referência a dados estatísticos e a estudos e pesquisas – contri-buições que auxiliam o leitor na compreensão dos conteúdos abordados – e a fontes de informa-ção – que permitem a pluralizainforma-ção dos discursos.

Em relação às estatísticas, os resultados são animadores, elas estiveram presentes em quase 50% de todo o conteúdo analisado. De modo geral, os dados se remeteram mais à energia do que a mudanças climáticas. Nos jornais nacionais e regionais aproximadamente 1/4 dos textos apresen-taram dados apenas sobre a questão energética. Já as matérias que utilizaram dados apenas sobre mudanças climáticas não passam de 10% nos jornais. Nas revistas esse percentual foi ainda mais baixo. Por outro lado, houve um conjunto de narrativas que combinou estatísticas sobre os dois temas, chegando a 24% e 20% dos textos publicados nos jornais de circulação nacional e regional, respectivamente, em 2014, e a 18% daqueles veiculados nas revistas entre 2015 e 2016.

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Os estudos e pesquisas tiveram menor repercussão. Considerando a amostra total, eles foram men-cionados em cerca de 20% das narrativas dos jornais e de 13% das matérias publicadas pelas re-vistas. Houve um relativo equilíbrio nas referências às pesquisas na área de energia e mudanças climáticas, apesar das variações entre os três anos. As maiores discrepâncias foram encontradas nas revistas, onde os estudos sobre energia se destacaram entre 2015 e 2016, enquanto em 2014 só foram registradas referências a pesquisas estritamente relacionadas às mudanças climáticas.

As fontes de informação vinculadas a sete setores se sobressaíram como as mais consultadas pelos veículos de imprensa para a construção de suas narrativas sobre energia e mudanças climáticas: setor privado, sociedade civil (OSC), universidades, governos estrangeiros, especialistas e técnicos, organismos internacionais e governo brasileiro (Executivo). O relativo equilíbrio entre essas fontes demonstra uma certa pluralidade no debate sobre o tema colocado em tela, embora algumas ressal-vas sejam importantes: o setor privado se destacou dos demais na cobertura realizada pelos jornais de alcance nacional (24,9%) e pelas revistas (50,7%). As organizações da sociedade civil também se sobressaíram na cobertura dos diários nacionais (23,6%) e as universidades nas revistas (22,4%). O Governo brasileiro foi o menos ouvido no conjunto dos sete atores mais consultados.

Nas revistas, destaca-se ainda o percentual significativo de fontes não enquadradas nas categorias apresentadas. Embora proporcionalmente o resultado seja significativo, em termos absolutos ele equivale a quatorze textos.

(63)

FONTES CONSULTADAS

Fontes

nacionaisJornais regionaisJornais Revistas

Executivo 11,8% 15,6% 10,4%

MMA - Ministério do Meio Ambiente 2,4% 2,7% 3,0%

MME - Ministério de Minas e Energia 2,5% 4,0% 1,5%

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio 0,0% 0,0% 0,0%

MCT - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 0,6% 1,1% 1,5%

Ministério dos Transportes 0,0% 0,0% 0,0%

Outros órgãos do Executivo Federal, Estadual ou Municipal 7,6% 8,5% 6,0%

EPE (Empresa de Pesquisa Energética) 2,8% 1,3% 3,0%

Conselho Nacional de Política Energética 0,0% 0,0% 0,0%

INMETRO 0,0% 0,2% 0,0%

Agências reguladoras 2,7% 0,5% 3,0%

ANA - Agência Nacional de Águas 0,1% 0,2% 0,0%

Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica 1,6% 0,4% 1,5%

ANP - Agência Nacional de Petróleo 0,9% 0,0% 3,0%

Judiciário 0,3% 0,4% 0,0%

Ministério Público 0,1% 0,5% 0,0%

Legislativo Federal, Estadual ou Municipal 1,3% 2,0% 0,0%

Especialistas/Técnicos 13,3% 10,2% 14,9%

Organismos internacionais 14,8% 11,5% 10,4%

Organismos Internacionais (exceto os explicitados abaixo) 6,0% 6,0% 6,0%

Agência Internacional de Energia 4,6% 2,4% 4,5%

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 1,5% 0,7% 0,0%

PNUD 0,3% 0,2% 0,0%

IPCC 3,0% 2,5% 1,5%

UNFCCC / Convenção do Clima 0,6% 0,4% 0,0%

Governos estrangeiros 15,2% 15,8% 14,9%

Universidades 18,1% 8,9% 22,4%

Universidades (Exceto as mencionadas abaixo) 9,6% 5,6% 7,5%

Coppe/UFRJ 4,6% 2,0% 9,0%

Unicamp 0,3% 0,0% 1,5%

USP 3,4% 1,1% 6,0%

Fundação Getúlio Vargas 1,8% 0,7% 3,0%

Bancos ou fontes de financiamento 3,9% 1,8% 6,0%

Bancos ou fontes de financiamento (exceto as mencionadas abaixo) 1,9% 0,9% 4,5%

BNDES 0,6% 0,4% 0,0%

Banco Mundial 1,2% 0,4% 3,0%

BID 0,3% 0,4% 0,0%

Organizações da Sociedade Civil 23,6% 15,3% 16,4%

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Fontes

Jornais

nacionais regionaisJornais Revistas

Observatório do Clima 7,8% 4,0% 3,0%

IEMA - Instituto de Energia e Meio Ambiente 1,2% 0,2% 0,0%

Greenpeace 6,0% 1,6% 4,5%

WWF 3,1% 2,5% 0,0%

Instituto Clima e Sociedade 0,1% 0,0% 1,5%

Instituto Nacional de Eficiência Energética 0,3% 0,2% 0,0%

Empresas estatais 1,2% 2,4% 4,5%

Petrobrás 0,0% 0,2% 3,0%

Eletrobrás 0,0% 1,5% 0,0%

Outras empresas estatais 1,2% 0,7% 1,5%

ONS - Operador Nacional do Sistema 0,3% 0,5% 3,0%

Sindicatos e federações de trabalhadores 1,3% 2,2% 1,5%

Setor privado 24,9% 18,4% 50,7%

Empresas de consultoria do setor elétrico 1,3% 0,9% 4,5%

Associações do setor energético 4,8% 6,4% 4,5%

Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) 0,6% 0,5% 1,5%

Associação Brasileira de Energia Solar (ABENS) 0,1% 0,0% 0,0%

Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) 0,4% 0,2% 0,0%

Associação Brasileira de Eficiência Energética (ABEE) 0,0% 0,0% 0,0%

Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável (ABIB) 0,0% 0,0% 1,5% Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de

Energia (ABESCO) 0,1% 0,4% 0,0%

Associação brasileira de carvão mineral 0,4% 2,5% 0,0%

Outras associações do setor energético 3,3% 2,7% 1,5%

Procel 0,0% 0,0% 0,0%

Conpet 0,0% 0,0% 0,0%

Institutos de pesquisa 3,3% 4,5% 3,0%

INPE - Instituto de Pesquisa Espaciais 0,7% 1,5% 0,0%

World Resources Institute (WRI) 0,7% 1,1% 1,5%

Outros institutos de pesquisa 1,8% 2,0% 1,5%

Outros 12,1% 13,5% 20,9%

Não foi possível identificar as fontes ouvidas 2,7% 1,6% 1,5%

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Realização:

Referências

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