nt
evísta
CUIDE
DO
SEU
DINHEIRO
MÚSICOS
ACUSAM
RÁDIOS
LOCAIS
DE
FAZER
JA8Á
Cultura- PAG07TIRE
A
ROOPA
NA
WEB,
GANHE
ATÉ R$1,6
MIL
AO
MÊS
Tecnolo ía- PAG 07
JOGADOR
PE.RDE
ATÉ R$9QOffl<EM
CAçA�Nla
Saúde· PAG13TV
POR
PLAN·TA
DE CASA.
aUER
TROCAR?
Com ortamento· PAG 05
+
{
--__---_ ..
_--- ..__ _-- -- __._-_._--_._-_----_ ..__ _--- _----_ _-._--- _----_ - ----., _---_ _-_ _.._.._----_ _._- .._--- _-_.._- _--_._
_---_._---_._---_._-_ _._--- _---. __.__
_-CURSO DE JORNALISMO DA UFSC·
FLORIANÓPOLIS,
NOVEMBRO DE 2006·ANO XXII,NÚMERO
3 • ESPECIAL DINHEIROt J 1
\.
02
•Opinião
Dinheiro•Florianópolis,
Novembrode2006ZERO
Horas mal
dormidas,
dias inteiros na frente docomputa
dor e
alguma
discussão parachegar
em um consenso. Eis opreço quetoda
equipe
do Zeropagou para levar até vocêeste
novo número. Não que
esteja
mos contando
vantagem
sobrenossos
esforços,
masquando
oassuntoé
dinheiro,
é interessantedeixar tudo às claras. O
papel
moeda éocentro dasatenções
e o
responsável
pela
alegria
outristeza
alheia,
semeando espe rançaoudiscórdia. Desdecrianças, com o tabuleiro montado
na
sala,
brincávamos de acumular
riquezas
ousofrercomasagruras
cotidianas,
sonhandovencer o
"Jogo
daVida".Em nossamatéria de capa,
o lastro monetário é a vida
Carta
ao
Leitor
FREDERICOCARVALHOProfessorCoordenador
humana. Para
alguns,
não tempreço; mas, para empresas se
guradoras,
aidadeéum ótimocomeço para
quantificar
o retorno que a mortedeum ente
querido
pode
daràqueles
queficam.
Legalmente
todos têmvalor,
basta consultar o corretor mais
próximo.
Agora,
sevocê tem
problemas
com cálculos,
que talnegociar
nomercado
negro?
Vocêpode
valerde
R$
300a umtênis.Mudando desaco pra mala
(de
dinheiro,
claro),
daravidaa
alguém
também écapital
degiro.
Na matéria sobre inseminação
artificial,
abordamosos custos de botar
alguém
nomundo e
sustentá-lo,
decisãocustosa.Para isso nada melhor que saber administrar nossos
ganhos,
assunto esclarecidono
bate-papo
com oprofessor
de
finanças
pessoais
da UniversidadeFederalde SantaCatari
naJurandir Macedo.
Neste número é assim: se
pauta
fossemoeda,
estaríamostodos ricos. Mesmo quem dá
um
jeitinho
pra não botar amãonobolsoachaassunto em
nossas
páginas.
Casoseunegá
cio
seja
participar
de grupos detroca, um dos poucos
lugares
onde as
verdinhas, rosinhas,
creminhas e outras mais
(eita
dinheiro
colorido)
não tem vez, quetaltrocarunsminutosdo seu
tempo
por uma leituraagradável
dojornallaboratório
da UFSC?
Aproveite
que estácom oZero do mês nas mãos.
Pra começar nãocustanada.
erramos
Na matéria
"Privacidade
zeroemquartos
compartilhados"
apesquisa
do
Laboratório de Estudos dos
Transtornos
do
Humor(LETH)
foi
realizadaentre2000e2003com900pacientes
internadosnoHUcomdoenças
físicas.
Namesmamatéria,
LetíciaMaria Furlanetto écoordenadora do
LETHenãodo
Departa
mento
de Clínica
Médica.DINHEIRO:
uma
convenção
social
CHARGE
+
JOSÉ ROGÉRIO
SANSONProfessor doDepartamentodeEconomia daUniversidadeFederal deSantaCatarina
A pessoa que
ganha
uma loteria como aMega
Sena éconsiderada umafelizarda
pela quantidade
dedinheiro que recebe.
Contudo,
umapilha
de papel
impresso
ouumpunhado
demoedas têm valorintrínseco muito baixo. Não é como uma hora de
trabalho ou um
quilo
de alimento.Qual
é o segredo dessas notas e moedas e porque as pessoas
tantoas
desejam?
Odinheiro
é,
defato,
umaconvenção social,
assim comodirigir
pelo
ladodireitodeuma rua.Represen
taumdireito de
propriedade
sobre bens eserviços
produzidos
por outras pessoas de uma mesma sociedade. São certificados de
propriedade genéricos,
aonão
especificarem
aquebensuma pessoatemdi reitoe nemdefiniremquem sãoessaspessoas.É
umavariante de um certificado de
propriedade
como oZERO
ESPECIALDINHEIRO
Curso deJornalismo daUFSC
Florianópolis,
Novembro de2006Ano XXII' Número 2
REDAÇÃO
DO JORNAL Cursode Jornalismo UFSC-CCE-JOR Trindade-Florianópolis,
SC CEP 88040-900J
de uma motocicleta ou de um carro; nesses casos,
porém,
sabe-se quem é o dono equal
éoobjeto
docertificado. Desdesuas
primeiras
formas,
odinheiroestá associadoà
convenção
socialdesereconhecera
propriedade
individualdeobjetos
pessoais.
Uma sociedade sem dinheiro é
possível,
desdeque setenhaumsistemade
registros
dastrocas debense
serviços
entreaspessoas.Sociedadesassim,
emboracomcomandocentral
público,
já
existiram,
como o casodecidades-Estado do Crescente Fértil
e do
antigo
Egito.
NasAméricas,
emperíodo
maisrecente, houve o
Império
Inca. Mas aevolução
dodinheiro a
partir
do Crescente Fértil viabilizou asprimeiras
economias de mercadoe se tornouaformainstitucional dominante paraadivisãosocialde
trabalho nomundo.
Quando
umapessoadeseja
trocarum bem quepossui
poralgo
queprecisa,
basta encontrar alguém
queesteja disposto
a compraraquilo
queela tem para vender. Ao receber o
pagamento
emdinheiro,
pode
procurar com calma os bens queprecisa.
Pode atéalugar
esses certificados parauso
posterior
emtrocade umaluguel,
chamado dejuros.
Às
vezes, porconta daevolução
dos preçosdos bens a serem
comprados
nofuturo,
osjuros
efetivos
podem
se tornarnegativos.
Mas reconhecido o direito de
propriedade,
a pessoa sabeque
poderá
dispor
deles no futuro. Nadaimpede
também que a pessoa transfira voluntariamente os certificados para outras pessoas de forma gra
tuita,
direta ouindiretamente,
no último caso viapagamento
deimpostos.
EDIÇÃO
Dirceu Getúlio Cunha •
Jacy
DielloMarina Gazzoni •
Tiago
Agostini
Vitor
Hugo
Brandalise REPORTAGEMAugustoKoéch•Caroline Mazzonetto
Daiane
Fagundes
• Edlena BarrosÉrica
Georgina·
EuclidesGarciaFelipe
Seffrin•Jésica MaiaLeo Branco' Luana Rech=Paola Bello
Raquel
dosSantos' Rosalvo StreitJr.Sara Uhelski • Stenia Andrade
TatianaLeme
ILUSTRAÇÃO
AurinoNeto'FredericoCarvalho João Jair Romão' RafaelMachado
RobertaÁvila'Tadeu
Sposito
EDITORAÇÃO
Daniele Martins • Rafael Paulo
RobertaÁvila'Ticiani
Aguiar
FOTOGRAFIA
EdlenaBarros'Érica Georgina
Felipe
Seffrin•Henrique
SilveiraJoão Granda' LucasSampaio MONITORIA LucasAmorim
PROFESSOR COORDENADOR Frederico Carvalho
INFORMAÇÕES
IMPRESSÃO:DiárioCatarinense CIRCULAÇÃO:Nacional
DISTRIBUIÇÃO:Gratuita
TIRAGEM:5.000
exemplares
******
MelhorPeçaGráfica I,II,III,IVeXI Set Universitário
/
PUC-RS1988,89,90,91,92e98 * 3° melhor Jornal-laboratóriodo Brasil EXPOCOM 1994 TELEFONES +55
(48)
3331.6599'3331.9490 3331.9215'FAX:331.9490 NAINTERNET SITE:www.zero.ufsc.br EMAIL:zero@cce.ufsc.br
* MelhorJornal-laboratório I Premia FocaSind. dos Jornalistas deSC,2000
ZERO
Dinheiro•Florianópolis,
Novembro de2006UabáJCultura
II14
legislação
Criminalização
do
jabá
em
discussão
Estáemandamentona
Câmara
Federal,
oProjeto
de
Lei
1048/2003
dodeputado
Fernando Ferro(PT-PE),
quepretende
proibir
epunir
criminalmente quem
aceitar
jabá
paraexecutarouprivilegiar
determinada músicaouartista. Porser umaconcessão
pública,
asrádios
não
podem
venderoespaçoda
suaprogramação
musical.
Seo
projeto
foraprovado
(atualmente,
estánaComissão
de
Constituição
eJustiça
ede
Cidadania),
aprática
direta
eindireta
dojabá
passaa serconsiderada
crime,
punível
compena
de
um adois
anosdedetenção.
Além
disso,
também
háa
aplicação
demultas
esuspensão
oucassação
da concessão das
rádios
envolvidas.
Para escrevero texto
do
projeto,
odeputado
teve
auxílio
de umantigo
conhecido
das
gravadoras,
ocantor Lobão.Depois
da
vitória
na lutapela
numeração
de
CDs,
omúsico
briga
tambémpelo
fimdo
jabá.
Em
entrevista
aoJornal
do
Brasil,
Lobãodiz
queparaa
lei
funcionar,
temque
acabar
com asfontes de
caixa 2
das
gravadoras.
Uma delas éaisenção
de
40%(já
foi
de
70%)
de
ICMS parao
investimento
emartistas
nacionais. "Queremos
queogoverno cortea
isenção
das
gravadoras,
porqueoqueelas
fazem
é pagarjabá
comessa
grana",
reclama.
+
Músicas
caras,
sem
nenhum
valor
Essa
é
aregra
nasrádios:
aquele
que
tem
dinheiro
toca;
quem
tem
qualidade,
nem
sempre
Quando
vocêliga
orádio,
espera ouvirumamúsicainteres
sante? Ou
pelo
menos escutaralgo
novo,que nãoseja aquele
som que, de tanto tocar, você
cantamesmosem
querer?
Searesposta
forsim;
por enquanto,esqueça. Isso porque quem determina a
programação
dasrádios éofamoso
jabá.
A
palavra
jabá
é um diminutivode
"jabaculê",
gíria
quesignifica
gorjeta
oupropina,
umaespécie
desubornopago paraobtenção
devantagens.
Ouseja,
éopagamento
emdi nheiro ou mesmo em favorespara a
execução
de músicasnas
rádios,
feitoprincipalmen
te
pelas grandes gravadoras.
Entre as vantagens oferecidas
incluem-se passagens
aéreas,
automóveis,
viagens
internacionais com estadias pagas e
até
drogas
egarotas
de programa. E o
pior
é quegrande
parte
dessejabá
élegalizado
e tem nota
fiscal,
passando
comoverba
publicitária.
Em entrevista àrevista
Play
boy,
o dono da rádio JovemPan,
AntonioAugusto
Amaral de CarvalhoFilho,
conhecidocomo
Tutinha,
afirmou querealmente cobra
jabá,
apesar de chamar de acordo comercial. Nestaentrevista,
ele revelaseu método de escolha dos
músicos quetocamnaemisso
ra. "Recebo 30 artistas novos
por dia na rádio. Seleciono
dez,
vou àgravadora
e, paraaquela
quemedáalguma
vantagem,
doupreferência".
ARQU IVO PESSOAL
Com filiais no mundo inteiro e também no Bra
sil,
asmultinacio naispadronizam
aprogramação
com seus suces
sos, fechando as
portas
para diversos talentos. Essa
prática
de pagar-para-tocar
favorece quem tem estrutura financeira e prejudica
novos artistas, que não possuem, como
retaguarda,
umgrande
esquema. O que acon tece em Florianópolis
não é diferente do restante do País. VOCALISTARenato de Oliveira:troca de favoresentre bandas e emissoras de rádio Como a maioria
das rádios sintonizadas
aqui
são
afiliadas,
se limitam a reproduzir
aprogramação,
não abrindo espaço para novidades,
como músicos locais.É
o caso de emissoras como a
Jovem Pan
Floripa.
ParaJúlia
Rosa,
da bandaMissiva,
e MárcioCosta,
daTijuquera,
opadrão
comerciaI que é
exigido
para asmúsicas
restringe
o acessodos artistas que não se en
quadram
nesseperfil.
"Muitas bandaslevamseusCDs às
rádios,
mas eles sequer sãoouvidos",
afirmaJúlia.Já a rádio Atlântida pos
sui
programação
local e éconhecida por tocar música
de catarinenses, mesmo que com pouca
freqüência.
Mas nem por isso escapa das reclamações
de troca de favores. Renato de
Oliveira,
integrante
da bandaImaginarios
e que
já
fezparte
daMary
Black,
diz que apesar de nãocobrar
dinheiro,
a rádio tocava as músicas em troca de
apresentações
gratuitas
emseus eventos. "Nãoerafalado
claramente,
mas eles diziam:vocês não vão fazer o show? Pensem bem...
",
diz. Procuradas
pelo
ZERO,
as rádiosAtlântidaeJovemPan
Floripa
não se
pronunciaram
até ofechamento desta
edição.
Uma rádio considerada de
and
s
de
Floripa
procuram
ca
Em busca de mais espaço
para
divulgar
seu trabalho emostrarsuas
composições
aopúblico,
osmúsicos estãotraçando
caminhosalternativosebem mais baratos para driblar
o
jabá
enãodepender
somente das rádios. Em
Florianópo
lis,
novebandasresolveramsejuntar
e montar umaespécie
de
festival,
queacontecequin
zenalmentee
já
estánasétimaedição:
oClube daLuta.A idéia
partiu
do vocalista da banda
Tijuquera,
Már cioCosta,
e asapresentações
que começaramem
setembro,
contam com a
participação,
além da
Tijuquera,
dasbandasSamambaia, Missiva,
Gubas &Os Possíveis
Budas,
Os Berbigão,
Aerocirco,
Andrey
& A Baba doDragão
deKomodo,
RufuseIlhadeNós.
Para o
vocalista,
esse é olugar
onde o som "mané" é valorizado e arepercussão,
garantida.
"Opúblico
é maioracada
Clube",
ressalta.E paraas outras bandas que tiverem
interesseem
participar,
ele dá um aviso: as músicas têm que ser todaspróprias.
"Nada decover,senãoo
público
vaia".Além de eventos como o Clube da
Luta,
as bandasutilizam outras formas de di
vulgação.
Umadelas e,talveza demaior
alcance,
éa internet. No site da Trama Virtu
al
(um braço
dagravadora
Trama),
onde os músicospodem
fazerhomepages
personalizadas,
disponibilizan
do
histórico,
agenda,
fotos emúsicas,
estão cadastrados33.850
artistas,
entre bandas e cantores ou músicos
solos,
sendo 1450 de SantaCatarina. Márcio
Costa,
daTijuquera,
diz que é através dos sites que possuem queabanda está fazendo contatos
para tocar na
Europa.
O site..
In
os
Orkut e os
fotologs
tambémsão utilizados. O
integrante
da banda
Imaginarios,
Renato de
Oliveira,
conta quepara
divulgar lançamento
deCD e
shows,
chegou
adeixar250comentários por dia nes sas
páginas.
ParaJúlia
Rosa,
daMissiva,
osbonsevelhosshowsempraças,
universidades,
festas decomunidades eescolas não fa lham para quem quer mostrar
a cara e
atingir
diversostipos
de
públicos. "É
claro que tudo tem um custo.Mas,
fazer suamúsica ser ouvida e o
público
gostar,
pagaopreço!".
(LR)
qualidade
por nãotocarmúsicascomerciais éa
Itapema.
Segundo
ocoordenadorartísticoPedro
Leite,
não existejabá
naemissora,
pois
todos os CDsreproduzidos
sãocomprados
pela própria
rádio.Quanto
a investir em músicos
locais,
ele diz que foi aprimeira
rádio que tocou músicas da banda Dazaranha e,
por muito
tempo,
trabalhosdaPrimaveranos Dentes e Brasil
Papaya,
todas deFloripa.
Mas,
de acordo com Pedro
Leite,
não dá praser
paternalista
sóporque a banda é
daqui.
"Sótoco se tiver
qualidade
e seenquadrar
noperfil
daItape
ma",
afirma.lternativos
DIVULGAÇÃO
TUUQUEIRA Vocalista
juntou
novebandas eformou o Clube da Luta
04
Comportamento
,.,.,tE"-la.]
Dinheíro>Florianópolis,
Novembrode2006ZERO
Sorte
bate
à
porta
após
40
anos
de
espera
Senhora
de Joinville
ganha prêmio
de
R$
85
mil
emsorteio
da
TV,
realiza
o
sonho
da
mãe
eainda
continuajogando
EUCLIDES GARCIA
lhões,
colocando oBrasilem 22ºlugar
noranking
dospaíses
que mais arrecadam anualmentecomloterias. Dona
Wally
temparticipação
nessaquantia
bilionária.
Seguindo
oexemplo
damãe,
compra o carnê do Baú há 40anos. Mesmo sem nunca ter
ganhado
prêmio
algum,
continuou acreditandoe passou a comprar também a Casa
Felize oPrêmiodo Rei. Até que, final
mente, asorteresolveu aparecer. Há vários anos,
P
ela pensava em reformar a casa em
Joinville,
masapenas a
aposentado
riado maridonão
era o suficiente. "Sem esse
prêmio,
seria
impossível
fazeras obras que a
gente precisa
va." Com
R$
40 mil a seremgastos
obrigatoriamente
naaquisição
deumimóvel,
donaWally
comprou um apartamento
próximo
à Universidade doEstado de Santa Catarina
(Udesc)
paraalugar
aDona
Wally
Liebl éumasenhora de 70anosque tinhaumgrande
sonhonavida.
Tinha,
não porque desistiu de alcançá-lo,
mas porquejá conseguiu
realizá-lo. Em27de
agosto,
elaganhou
oprêmio
principal
doplano
de sorteios Casa Feliz: uma casa, um carro eR$
15 mil emdinheiro-valor total de cerca de
R$
85 mil. Mais do queum sonho
pessoal,
realizou o quesuamãe
não
conseguiu
durante 92 anos de
vida. "Ela sempre
comprouoBaú da
Felicidade,
masnunca foi sorte
ada.
Hoje,
mesinto totalmente realizada."
Em
2005,
aarrecadação
das Loterias Fe derais
chegou
a R$
4,3
bi-estudantes universitários. Como não
é
aposentada,
o dinheiro doaluguel
será uma
espécie
deaposentadoria.
"Assimvou
poder
viverum poucomelhor ofim da vida."
Dona
Wally
semprepreencheu
oscupons no nome dos netos, mas re
solveu fazer diferente
naquela
vez.Ela mesma comprou o carnê por R$
10 e colocou um no nomedo
marido,
seu Lino
Liebl,
e o outro nopróprio
nome. No momento do
sorteio,
estava em frente à televisão torcendo
para que
aquele
fosse o seu dia desorte. Realmente foi.
"Fiquei
muitofeliz. A vizinhametelefonou nahora.
O
pessoal
daCasa Feliz tentavaligar
aqui
emcasa, mas o telefone só davaocupado."
Essa foi a
primeira
vez que donaWally
foipremiada
em um sorteio.Mesmo
já
tendo tirado a sorte grande,
não pensa em parar de compraros carnês. O que ela espera é que o
raio caia duasvezes no mesmo
lugar.
"Continuo acreditando que posso ga nhar outra vez. Se
conseguir,
queroajudar
quemprecisa."
1.Dividaa
bolada
pelo
númerodeanosqueespera viver. Por
prudência,
gaste
anualmente apenasumvaloraproximado
do resultado dessa divisão.2. Não
aplique
odinheiroemcadernetasde poupança, imóveis
outítulos do governo. No
Brasil,
emlongo
prazo, eles malgarantem
ovalor
original
investido.3.
Aplique
umaparte
da
grana emnegócios
ouações.
Mas repare bem:aplique
umaparte,
pois
negócios
dão
trabalhoe envolvem o risco dese
perder
todo o dinheiroaplicado
emais um pouco.
Como
ninguém
é deferro,
énatural queumaparte
doprêmio seja
usadapara realizar sonhos deconsumo ede
caridade.
Mas, antes,
é aconselhávelseguir
asdicas acima.FONTE: JoãoRogérioSanson
-Departamentode Economia da UFSC.
ate
ático
ganha
mais
de
3
mil
vezes
e
dá
fórmula
Fernandópolis,
São Paulo. Um dos 65 mil habitantes da cidadezinha do interiorvem setornando famoso nos últimos anospor fazer
previsões
paraasloterias. Alexandre
Carlos,
50,
desenvolveu um sistema cha mado Loteria
Fácil,
que, através de raciocíniosmatemáticos,
promete
aumentar as chancesdos
apostadores
deganhar prê
mios. Paraseuautor,aomenos, ométodo parece funcionar:Ale-xandre Carlos
já ganhou
3.750vezes naLotofácil.
Em seu site na
internet,
eledá dicas que
garantem
aumentaraschances da pessoatersu
cesso. Numarecente entrevista
ao
jornal
Folha de S.Paulo,
explicou
que, como os sorteiossão
consecutivos,
épossível
perceber
qual
dezenaestá mais "atrasada". Jáque todas têm amesmachance de
saírem,
aprobabilidade é maior para
aquela
dezena quenãoaparece hámais
tempo
nossorteios."Apesar
deque loterianão tem
lógica.
Cada sorteioé umsorteio.Tudoqueocorreu no
passado
não influencia na loteria no futuro.
É
umaprobabilidade",
disse.Desde
1982,
quando
começouo
projeto,
Alexandre éoquenosEstados Unidoscostuma-se
chamar de matemático de lo
terias. Além das 3.750
apostas
vencedoras,
elejá
ajudou
joga-dores de diversos estados do
país
aganhar
naMega-Sena,
Quina
e Lotomania. AMega
Sena,
porexemplo,
é aLoteriaFederal que dáos maiores
prê
mios. Justamente por
isso,
é amais difícil deterumvencedor.
Um
apostador
precisaria
preen cher mais de50milhõesdevolantes parateracertezade que acertaria
qualquer
conjunto
de seis dezenas sorteado.O matemático das loterias
disse à Folha que é
possível
escolher seis números aleatoria
mente e tera sorte de
ganhar.
Mas,
todasemana, são feitas 8milhões de apostas e, em mé
dia,
a cadaquatro
sorteios saium
ganhador.
Sãonecessárias,
portanto,
32 milhões deapostasna
Mega-Sena
paraumaganhar.
Por
isso,
Alexandre não temdúvidas ao afirmar em seu site que
"depender
apenas dasorte nãoéumbomnegócio".
(EG)
" Em
1984,
umdespachante
r EmPassoFundo
• Nacidade de • Gerentede
uma casamineiro faturou uma
(RS),
odono de Santa Maria(RS),
lotérica,
ocariocabolada
na Loteria umaserralheria
umpeão
ganhou
MaurícioBoyd
sempreEsportiva.
Oprêmio
ganhou
o 7 milhõesde reaisfoi
umapostador
equivalia
a 90equivalente
a naSuper
Sena,
em aficionado. A insistênciasalários
mínimos 800mil reais
e dezembro de 1995. deu resultadoe elena
época.
Jogador
utilizouodinheiro Juntamentecomganhou
trêsvezes nascompulsivo,
paraaumentaro oprêmio,
vieram
loteriasoequivalente
aperdeu
tudonegócio.
Amante inúmerospedidos
100mil
reais.Comprou
a emapenassete defutebol,
assumiu deempréstimos
e lotérica quegerenciava
dias,
apostando
apresidência
de
diversaspropostas
eainda
abriuoutraem
jogo
dobicho,
umtimeda
cidade. de casamento.Oloja.
Atéhoje,
muitosloteriase
máquinas
Gastou quase todopeão
rompeucomapostadores apertam
acaça-níqueis.
Além
do oprêmio
investindo osvelhosamigos,
mãode
Maurícioantesde
prêmio,
ficou sem a noesporte
eteve comprou umapreencher
osvolantes,
moto,
o carro, dois de ficar apenascom fazendagrande
e em busca deumtelefonese
dois
lotes. aserralheria. nunca se casou. pouco desorte.
�.=----ganhei
naloto!
ZERO
Dinheiro"Florianópolis,
Novembro de2006T W '&$ ·�w
'-Y"'?
[dub:
detrocaJÇQ!IlPortamento
m
05
rrmwrr W
Baixo número de
adeptos
escambo
na
Ilha
As feiras detroca estão em
baixa naGrande
Florianópolis.
A
principal
dacidade,
afeira doClube de Trocas de
Bens,
Produtos,
Serviços
e Saberes Ecosolocorreapenasumavez por
mês - no
auge do
movimento,
oeventoerasemanal. A segun
da
maior,
do Clube de TrocasPeri,
do bairro daArmação,
foisuspensa há dois meses por
tempo
indeterminado.Primeiro clube de trocas
criado em Santa
Catarina,
emsetembro de
2000,
e terceiro dopaís,
oEcosolpossui
cercade 120 sócios.Masnasúltimas
feiras,
onúmero departicipan
tes tem variado entre vinte e
trinta pessoas. Professor da UFSC e um dos idealizadores
do evento, Armando Lisboa
aponta
asaturação
dosescamboscomo umadasrazões para
o baixo movimento. "Acabam
se
esgotando
aspossibilidades
detrocaporque são sempreas
mesmas pessoas, os mesmos
produtos", justifica.
A falta de
opções
tambémfoi umdos motivos paraa sus
pensão
da feira do Clube deTrocas Peri. Nos últimos en
contros
compareciam
menosde dez pessoas, sendo que a
associação
chegara
a ter cemadeptos
em seu auge. A tecelãErika
Sagae,
sócia do Peri desde2002, aponta
ainda outrarazãoparaa
queda
do movimento: afaita de um animador. "Se não
tem
alguém
organizando
atividades,
trazendonovidades,
nãotem
gestão
própria",
afirma. Número idealNem muitos
sócios,
nemmuito poucos. De acordo com
Lisboa,
experiências
internacionais demonstram que grupos
detrocadevem ter, no
máximo,
250 membros. Comoo sistema dos clubes se baseia na con
fiança
e no conhecimento mútuo entre os
participantes,
umnúmeroreduzido de pessoas é
fundamentai para fortalecer a
moeda usada na
organização
edar
respaldo
àstrocas.Para
participar
das feiras de troca doEcosol,
é necessário ser um
proconsumidor
- simultaneamente
produtor
e consumidor. A entrada no
clube ocorre
depois
que o interessado formaliza a adesão aos
princípios
doEcosolepreenche um cadastro. As feiras são realizadas mensalmente
no Centro Federal de Educa
ção
Tecnológica,
na avenidaMauroRamos.
(CM)
Quando
o
dinheiro
não
vale
nada
Praticantes da Economia Solidária
trocam
de tudo: de televisões
aplantas
de
casas
CAROLINE MAZZONETTO
...
Parece brincadeira de
criança,
detrocar
papel
de carta oufigurinha
de futebol. Cada um traz o que tem sobrando
em casa e procuraentre os
objetos
dosamigos algo
que the interesse.Asopções
vãode comidaa aulas
particulares,
passandopor roupas,livrosediscosusados.
O
dinheiro, ali,
não tem vez: são as feiras detroca, onde as pessoas
permutam
bense
serviços
sem usarnenhum real.A tecelã Erika
Sagae,
participante
doClube deTrocas
Peri,
éadepta
das feiras desde2002,
quando
veio de São Paulopara morar na
praia
daArmação,
no Sulda Ilha. Játrocouaulas de tearporaulas de
inglês
edecomputação
esessõesdeterapia.
Erikacontaque, emapenasum diade
feira,
economizouR$
300 -levandoemcontaa
matéria-prima
usada nosprodu
tos de
tecelagem
feitos por ela e o preçoque
pagaria pelos
artigos adquiridos
nafeirase os tivesse
comprado
nomercadoformal.
"Sempre
fiz trocasnaturalmente,
com
vizinhos,
amigos. Quando
cheguei
aqui,
percebi
que haviaumaorganização
ecomecei a
participar",
explica.
As feiras de troca são
pautadas
pelos
princípios
da economia solidária(veja
box)
evinculadas aclubes de troca.
Nelas,
cada um escolhe sua formade
pagamento.
O Clube de Trocas Ecosol - o mais tradicional de
Florianópo
lis - realizatrocasdiretas,
depreferên
cia através de escambo
(produto
porproduto),
maspossui
uma moeda social
própria,
o"ecosol",
que auxilianastransações.
"Tem vezes em que vocênão encontra oque quer, daí trocaseu
produto
por ecosóis eguarda
eles prausar na feira
seguinte",
completa
Glaíco
Sell,
produtor
rurale umdosprimei
ros
participantes
do Ecosol.NOSTALGIAGlaico Sellvêasfeirascomo um retornoao
passado,
quando
odinheiro valiamenosDepois
de oitoanos como funcionárioda
Companhia
Integrada
de Desenvol vimento de SantaCatarina,
Selllargou
oempregoefoi trabalharcom
produtos
orgânicos
em um sítio em PauloLopes,
naGrande
Florianópolis. É
de lá que vêm asverduras,
legumes,
frutas, temperos,
ervas
medicinais, flores,
iogurtes,
compotas e biscoitos que o
agricultor
usa nastrocas."Obom dasfeiraséa
satisfação
denão
precisar
usardinheiro,
voltar para opassado, quando
amercadoria tinhamaisvalor", explica Sell,
queusa o sistemadetrocas no
dia-a-dia,
e não só durante asfeiras. Através do
escambo, já adquiriu
uma
televisão,
instrumentosagrícolas
como umasocadeirae uma
despolpadei
ra,a
planta
dacasadafilha,
os móveise,mais recentemente, uma
máquina
digital
que custaria
R$
300.Apesar
deamaioriados
participantes
dos clubes de trocaARQUIVO PESSOAL
fESTA Maior
atração
dasfeiras não éolucro,
mas aconfraternização
entres osparticipantes
saírem com lucro dos encontros, o
prin
cipal
atrativo das feiras é asocialização
dos membros.Os grupossão pequenose
formadospor
amigos
-pois
osistemadastrocasse baseiana
confiança
-e as feiras
acabamvirando
festa,
com músicaedan ça. 'Temumcarátersocial,
deintegração;
as pessoas
gostam
deseencontrar",
afirmaErika
Sagae.
Doutor em
Socíologia
Econõmica eprofessor
da Universidade Federal deSanta Catarina
(UFSC),
Armando Lisboafoi o
principal responsável pela
criação
do Ecosol. Ele conta que o
perfil
do só cio dos clubes de trocas deFlorianópo
lis é diversificado: há desde milionários
a pessoas
pobres.
Agrande
maioria,
porém, pertence
à classe média - são funcionários
públicos, professores,
estudan tes,aposentados,
artesãos..."Aqui
dá detudo", completa
Lisboa.Economia
Solidária
+
Outro modo
de
•
pensar
a
riqueza
A
Secretaria Nacional de Economia
Solidária,
criada
noGovernoLula
evinculada
aoMinistério do Trabalho
eEmprego,
define
aprática
como"oconjunto
de atividades econômicas
-de
produção,
distribuição,
consumo,poupançaecrédito
-organizadas
erealizadas solidariamente
portrabalhadores (
...),
sob
aforma coletiva
e
autogestionária".
Vista
comoalternativa
aocapitalismo
tradicional,
aEconomia
Solidária é
umaforma de
seobter
osartigos
necessários
paraviver
sembuscar
aacumulação
de
riquezas
erespeitando
avidae o
meio ambiente.
Em SantaCatarina
existem
431empreendimentos registrados
de
economiasolidária
-2,9% do
total06
illComportamento==v
superior]
DinheírosFlorianópolis,
Novembrode2006ZERO
Empresas
faturam às
custas
de
preguiçosos
Dedicação
etrabalho
duro,
que
nada:
indústria
das
monografias
seduz estudantes
comtentação
do
diploma
fácil
EDLENA BARROS
Ao final da
faculdade,
oestudante se vê com a tarefa
de escrever seu trabalho de
conclusão de curso
(TCC). É
trabalho
duro,
que demandatempo
eesforço
do aluno. Háquem decida fazê-lo.
Há,
também,
quemprefira
recorrer ameios mais fáceis: o de con
tratar
alguém
quefaça
o tra balho por ele.Empenhadas
em
conquistar
ospreguiço
sos,
algumas
empresas tornaram-se
especialistas
em oferecer, mediante o
pagamento
de determinado
valor,
a monografia
pronta. É
aindústria dos trabalhos acadêmicos.A estudante Carolina
(*),
22,
dosegundo
semestre dePedagogia
de uma universidade
paulista,
escreve trabalhosacadêmicos para outras pes
soas háseteanos. Tudocome
çouem um pequeno escritório
especializado,
onde,
logo
aos15 anos,
aprendeu
a dar seusprimeiros
passos no trabalho.Como
ganhava
pouco, abandonou O escritório e continuou por conta
própria.
Aos poucos,
conseguiu
mais clientes eaumentou o seu
negócio. Hoje
eladistribui cartões de
propa-JOÃOJAIRROMÃO
ganda
doseutrabalhonaporta
de faculdades. Até
hoje,
nuncateve
problemas.
Uma busca
simples
na in ternetdáadimensãodecomo a indústria de trabalhos acadêmicos sob encomenda é lu crativa. Os preços variam de
R$
400 à R$1,2
mil. Carolinaprefere
nãodivulgar
quantocobra por cada
trabalho,
di zendo apenas que o preço éestipulado pelo
númerodepá
ginas
que contém cadapedi
do. "Recebo o suficiente para
pagar as
despesas
no final domês", esquiva-se.
Alémdemonografias,
Carolina faz resenhas,
fichamentos e resumos,para clientes de
graduação
epós-graduação.
Nos sites
especializados,
osalunos
podem
encomendar oupagarpor trabalhos
já
prontos.
É
quase como em um restau rante, aonde o clientechega
e
pede
o que quer.Quando
alguém
procura osite,
mas nãotem idéia do assunto, os pro
fissionais dão
sugestões
dete-Alto
preço das
particulares
mostra
que
vale
a
pena estudar
para
o
vestibular
Osonhodamaioriadas pes
soasque acabaoensino médio é passar novestibular e cursar uma universidade.
Quando
nãoconseguem entrar para univer sidades
públicas,
os alunos deparam-se com o altocusto das faculdades
privadas.
As diferen ças entre ensinopúblico
epri
vado começam com as mensa
lidades,
quepodem
chegar
aED LENA BARROS
UFSC Economiade
R$
14 mil paraa estudante NairEpalanga
R$ 2,7
milemFlorianópolis.
A estudantede
Psicologia
da Unisul SharonThreiss,
23,
veio do interior do estado para cur sar a universidade nacapital.
"Sei que não
gastaria
tantoassimna
Federal,
mas como não consegui
Psicologia
lá,
teveque seraqui mesmo",
conta.DosR$ 2,5
mil que recebe dos
pais
todosos meses, Sharon
gasta R$
700namensalidade. Além
disso,
elapaga
R$
500noaluguel
dacasa,R$
300paraagasolina
docarroe
aproximadamente
R$ 20 pormêsem
cópias.
Já a aluna de Farmácia da UFSC Nair Analdina
Epalanga,
23, gasta
pormês,
aotodo,
cerca de R$
950,
pouco maisdo que paga a outra estudan
te somente na mensalidade.
As contas mensais de Nair
podem
aumentar ou diminuirdependendo
dos trabalhossolicitados
pelos
professores.
Neste semestre, por
exemplo,
ela
já
gastou
R$ 310nacomprade dois
livros,
R$ 300 por mês para aalimentação,
R$
45 emtransporte e R$ 32 em
cópias.
Tudo descontado dos R$
1,8
mil que recebe dos
pais
acada mês. Mesmo com a economiana
mensalidade,
Nair considera seus
gastos
excessivos. "Atéagora não tinha
parado
parafazer essas contas, mas, ven
da
assim, gasto
bastante pormês",
diz.Fazendo uma
projeção
anual sobre os
gastos
informadospelas
estudantes,
percebe-se
oquanto
economizam os alunosde universidades
públicas.
Emum ano de
aulas,
SharoneNair,
universidade
privada
epública,
gastam
emtornodeR$22,5
mile
R$ 8,5 mil, respectivamente.
Diferença
de R$ 14 milanuais,alívio considerável no bolso
do estudante. (EB)
masdentroda área de
atuação
do estudante. Para auxiliar na
tarefa,
alguns
sites,inclusive,
anunciam
equipes
formadas porprofessores
universitários, mestres edoutores.Ao solicitar a um site es
pecializado
umamonografia
de conclusão decursode gra
duação
emJornalismo,
com80
páginas
dentro das regrasda
ABNT,
a empresa enviou opreço final
(R$
928)
ediversas formas depagamento.
Tam bém na resposta, a empresadisse que "não têm o intuito
de
parafrasear
textos e muitomenos de
plagiar
conteúdosde sites e
livros,
nem de feriraética educacional".
Para o diretor do
Depar
tamento de
Propriedade
Inte lectual da Universidade Fede ral de Santa Catarina(UFSC),
Luiz OtávioPimentel,
a ética educacional éferida,
sim. "Amonografia
servedeavaliação
do aluno no final do curso, eele
pagando
para quealguém
faça
está cometendo crime de falsidadeideológica segundo
alei
9610/98
- Art.104,
apresen tando como seualgo
que nãofez". A UFSC não tem uma lei
específica,
nem umcódigo
deética dentro da universidade
paraesses casos.
O coordenador de
estágio
do curso de Ciências Econô
micas da
UFSC,
Renato Fran ciscoLibarbenchan,
afirmaque,
enquanto
oalunoescrevea
monografia,
ele é submetido aavaliações
para comprovar seu entendimentoquanto
aotema do trabalho. "Assim dá parater maiscertezade queo
aluno está fazendo seu traba
lho",
comenta. * nomefictício
Pesquisa
de preços
UniversidadePública
(UFSC)
Mensalidade Nãohá
UniversidadePrivada
(Unisul-Pedra Branca)
MensalidadeVaria de
R$
321(Serviço
Social,
Pedagogia
eLetras)
aR$
2753(Medicina)
Transporte
R$
180aR$
240 por mêsfrete
deônibus,
oupasseaR$
2,95
porviagem.
Alimentação
De
R$
11,20
aR$
13 porrefeição
nosrestaurantespróximos
aocampusImpressão
detrabalhos
R$
0,30
para PB eR$1,50
para corFotocópias
R$
0,10
porpágina
Transporte
R$ 45,00
por mêsno passe de estudanteoupassagem aR$
2,10
porviagem.
Alimentação
Restau ranteuniversitá rio:
R$ 1,50
arefeição
Impressão
detrabalhosR$ 0,15
para PB eR$
0,30
paracorFotocópias
R$ 0,07
porpágina
ZERO
---
---Dinheiro�
Florianópolis,
Novembrode2006[Dinheiro]Tecnologia
1m07
Pelados
na
webcam
a
US$
2,15
o
minuto
Sensualidade
e
desinibição,
armas
para
prender
atenção
de
estrangeiros
e
faturar alto
com
strip-tease
nainternet
SARA UHELSKI
o anúncio no
jornal
oferecia vagas para atendentes de internet. Para a entrevis
ta no escritório da empresa, uma sala luxuosa no centro
de
Florianópolis,
apareceramcerca de 30 interessados e,
coletivamente,
a contratantefoi
logo explicando
do quese tratava o emprego. Conti
nuaram no local apenas cin
co pessoas, entre elas
Jeff*,
que, ao contrário da maioria,
já
sabiaqual
era otipo
de
serviço.
Afunção
recebeo nome, em
inglês,
de cha thostess. Em outraspalavras,
alguém
queganha
dinheiro para tirar a roupa duranteuma conversa
pela
internet.Jeff aceitou o trabalho por
alguns
meses, eenfrentou dificuldades por ser homem e
heterossexual. "Há bastante procura por
bate-papos
gays.Algumas
vezes tentavafingir,
mas
quando
os clientes pedem certo
tipo
deexibição
nãotemcomoenganá-los".
Quase
um anodepois
a sociedadedo
antigo
escritóriosedesfez.
Hoje,
Jeff não faz maisstrip-teases
e é um dos gerentes da empresa, em
parceria
com uma chathostess america
na. Um dos motivos que o le
vou adesistir das
exibições
foia
disseminação
de programasque
capturam
a tela da conversa,
permitindo
adivulgação
pela
redeemformadeimagem.
Essa é aúnica maneira degravar
alguma
coisanosistema,
já
que as conversas e fotos não
podem
ser salvas. Em buscade
discrição, grande
parte
das chathostess brasileiras não interagem
comusuáriosbrasileiros,
bloqueando
IPs nacionais(O
IP-protocolo
de internet- é uma
espécie
deendereço
digital,
código
que identifica de quelugar
ocomputador
estáconectado à
internet).
de diferentes
países.
Só temacesso ao conteúdo
privati
voquem
preenche
umcadastro e fornece o número do cartão de crédito. O preço
mínimo:
US$2,15
por minutode conversa. Os novatos fi
cam emmédia trinta minutos
com cada
cliente,
e os maisexperientes
chegam
a passardeuma hora. Todos recebem treinamento para
agradar
ointernauta sem ser muito rá
pido.
A meta diária de cada chathostess é deUS$100.
Metade desse dinheiro fica
com o
empregado.
Cadauma dasnove meni
nasque trabalham atualmen
te na empresa
fatura,
porsemana, uma média de
R$200
aR$
400."É
um dinheirofácil,
mesmo que você só
consiga
uns R$50 reais por semana.
Ficar numasalaconver
sando com pessoas
quetechamam de
gostosa
é ótimopra auto-estima
de
qualquer
um",
comentaJeff. Além oportal
A empresa de Jeff
presta
serviço
a um siteamericano que
"hospe
da" homens e mulheres
ístano
cria site
inovado
aos
15
anos,
Hoje
é sócio do
pai
Passar
grande
parte
do dia conectado à internet faz
parte
da rotina demuitos
garotos
de classe média com15 anos. Em
2001,
enquanto
a maioria dos
amigos
preferia
gastar
o tempo online
jogando,
fazendoamigos
enamoradas
virtuais,
ou visitando sites não
apropriados
para a
idade,
o paulistano Bruno Yoshi
mura decidiu fazer
diferente: criou o
Link
Grátis,
uma lista de
endereços
online selecionados e
classificados índíví
dualmente,
organiza
dos por
categorias.
Hoje,
com 20anos, Bruno não é
sustentado por seu
pai,
e simsóciodele.A
renda,
queprefere
Bruno mantém uma rotina
pesada:
estuda o terceiro ano de Ciências da
Computação
na Universidade de SãoPaulo
(USP)
pela
manhã,
trabalha das13h às 18h30naempresade desenvol
vimento web e sistemas financeiros
que montou com o
pai,
e aindacum-pre duas horas de es-ARQUIVOPESSOAL
tágio
naDavid Rocke-feller Centerfor LatinAmerican
Studies,
ainstituição
da HarvardnoBrasil.No fim
da
noite,
costuma trabalhar no Link Grátis
até 2h ou 3h da ma
drugada,
dependen
do do cansaço.
Apesar
do sucesso, Bruno sabe que
não é toda idéia que dá certo na rede. "A
NEGÓCm
Link Gratisjá
movimentouR$
1 milhãoemvendas em2006não
revelar,
vemde comissões devendas do site de compras Mercado Livre
e do anúncio de links
patrocinados
do(o
programa de anún cios dogigante
Google).
Para ter umaidéia do sucesso, o Link Grátis
já
movimentou mais deR$ 1 milhão em ven
dasnoMercado Livreesteano.
internetéumaforma de gerar
dinheiro,
mas, ao ver histó rias de sucesso,algumas
pessoas pensamque éfácil. Ganhar dinheironãoé fácil em nenhum
lugar.
Adiferença
da internet é que ela não tempreconceí
tos com
idade,
raça ou classe social.Qualquer
umpode
criar um site e fazerdeleuma fonte de renda".
(SU)
do
dinheiro,
quemparticipa
do
negócio
aindaaprende
inglês
conversandocom os usuários. "O
inglês
maissujo
possível",
brinca.Jeff
gasta R$350
dealuguel
maisamensalidade da internet
de alta velocidade. A matriz americanapagaos
serviços
da empresa deFlorianópolis
comcheques
emitidosporum ban coamericano. "Montarumnegócio
sozinhoaqui
noBrasil,
mesmo que todas as meninas
trabalhassem em casa, seria muito difícil. Os
cheques
iam demorar pra cair e a burocracia com a
documentação
brasileira seria muito
grande".
Perguntado
se ofato deserum
strip
virtual desinibe aschathostess,
Jeff fala por experiência
própria:
"Eu não fariaao vivo. Na frente do compu
tadorencarava como umaatu
ação.
Enfrenteipreconceito
deamigos
que achavam que euestava
denegrindo
o meu corpo,mas nãotemnadaaver".
* nomes
fictícios
A
promessa:
grandes
lucros
com
poucas horas
de
trabalho
diário
"Quer conquistar independência
financeira?
Fique
rico trabalhando duas horas por dia em casa!" Convitesdessetipo
lotam caixas dee-mail,
páginas
nainternet e recados em sites de relacio
namento. Sãoanúncios de empresas de
Marketing
Multinível(MMN),
febre naEuropa
e nosEstados Unidos queagora seprolifera
noBrasil.Para
participar,
você se associa ecompra os
produtos
vendidospela
empresa,
pagando
R$ 10 por mês.Depois,
temcomo meta recrutar novos associados,
que também devem chamaroutraspessoas, formando a cadeia. As empre
sas
garantem
que não fazem correntes,sãotodas
registradas,
sériaseéticas.Ueritom Ribeiro
Borges
participa
de empresasdeMMN desde2003e,há doismeses,
ingressou
na Universidade doSucesso Humano
(USH).
Nessetempo,
conseguiu
recrutar apenas um associado. "Essesistema nãoé
daqueles
'ganhe
dinheirofácil',
vocêprecisa
terpersis
tência." Ueritompassacercade2 horas por dia na
internet,
divulgando
onegó
cio em fóruns de discussões e sites de
classificadosvirtuais.
A rede
possui
seis níveis. Cada umcomporta
cinco usuários indicados porum membro do nível anterior. No
pri
meiro,
oassociado recebeR$2
por cadanovo
indicado,
ouseja,
só deixa de pagar mensalidade
quando
recrutarcinco pessoas. Paraosoutrosníveis,
ovalor éR$1 por novousuário. A rede
completa
envolve 15625 pessoas, um lucrodeR$
19mil para quemacomeçou.
(SU)
sistema da USH
Nivel1
Nivel2
Nivel3
upline
i io •••••••••o•••••o••••••••o••• >Nivel6
15625 usuáriosAssim
sucessivamente,
sempre
multiplicando
por5o número de
integrantes
atéo
nível6
Lucro: