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Zero, 2006, ano 22, n.3, nov.

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(1)

nt

evísta

CUIDE

DO

SEU

DINHEIRO

MÚSICOS

ACUSAM

RÁDIOS

LOCAIS

DE

FAZER

JA8Á

Cultura- PAG07

TIRE

A

ROOPA

NA

WEB,

GANHE

ATÉ R$1,6

MIL

AO

MÊS

Tecnolo ía- PAG 07

JOGADOR

PE.RDE

ATÉ R$9QOffl<EM

CAçA�Nla

Saúde· PAG13

TV

POR

PLAN·TA

DE CASA.

aUER

TROCAR?

Com ortamento· PAG 05

+

{

--__---_ ..

_--- ..__ _-- -- __._-_._--_._-_----_ ..__ _--- _----_ _-._--- _----_ - ----., _---_ _-_ _.._.._----_ _._- .._--- _-_.._- _--_._

_---_._---_._---_._-_ _._--- _---. __.__

_-CURSO DE JORNALISMO DA UFSC·

FLORIANÓPOLIS,

NOVEMBRO DE 2006·ANO XXII,

NÚMERO

3ESPECIAL DINHEIRO

t J 1

\.

(2)

02

Opinião

Dinheiro•

Florianópolis,

Novembrode2006

ZERO

Horas mal

dormidas,

dias inteiros na frente do

computa­

dor e

alguma

discussão para

chegar

em um consenso. Eis o

preço quetoda

equipe

do Zero

pagou para levar até vocêeste

novo número. Não que

esteja­

mos contando

vantagem

sobre

nossos

esforços,

mas

quando

o

assuntoé

dinheiro,

é interessan­

tedeixar tudo às claras. O

papel

moeda éocentro das

atenções

e o

responsável

pela

alegria

ou

tristeza

alheia,

semeando espe­ rançaoudiscórdia. Desdecrian­

ças, com o tabuleiro montado

na

sala,

brincávamos de acu­

mular

riquezas

ousofrercomas

agruras

cotidianas,

sonhando

vencer o

"Jogo

daVida".

Em nossamatéria de capa,

o lastro monetário é a vida

Carta

ao

Leitor

FREDERICOCARVALHO

ProfessorCoordenador

humana. Para

alguns,

não tem

preço; mas, para empresas se­

guradoras,

aidadeéum ótimo

começo para

quantificar

o re­

torno que a mortedeum ente

querido

pode

dar

àqueles

que

ficam.

Legalmente

todos têm

valor,

basta consultar o cor­

retor mais

próximo.

Agora,

se

você tem

problemas

com cál­

culos,

que tal

negociar

nomer­

cado

negro?

Você

pode

valer

de

R$

300a umtênis.

Mudando desaco pra mala

(de

dinheiro,

claro),

daravida

a

alguém

também é

capital

de

giro.

Na matéria sobre inse­

minação

artificial,

abordamos

os custos de botar

alguém

no

mundo e

sustentá-lo,

decisão

custosa.Para isso nada melhor que saber administrar nossos

ganhos,

assunto esclarecido

no

bate-papo

com o

professor

de

finanças

pessoais

da Univer­

sidadeFederalde SantaCatari­

naJurandir Macedo.

Neste número é assim: se

pauta

fosse

moeda,

estaríamos

todos ricos. Mesmo quem dá

um

jeitinho

pra não botar a

mãonobolsoachaassunto em

nossas

páginas.

Casoseu

negá­

cio

seja

participar

de grupos de

troca, um dos poucos

lugares

onde as

verdinhas, rosinhas,

creminhas e outras mais

(eita

dinheiro

colorido)

não tem vez, quetaltrocarunsminutos

do seu

tempo

por uma leitura

agradável

do

jornallaboratório

da UFSC?

Aproveite

que está

com oZero do mês nas mãos.

Pra começar nãocustanada.

erramos

Na matéria

"Privacidade

zeroem

quartos

compartilhados"

a

pesquisa

do

Laboratório de Estudos dos

Transtornos

do

Humor

(LETH)

foi

realizadaentre2000e2003com900

pacientes

internadosnoHUcom

doenças

físicas.

Namesma

matéria,

LetíciaMaria Furlanetto é

coordenadora do

LETHenão

do

Departa­

mento

de Clínica

Médica.

DINHEIRO:

uma

convenção

social

CHARGE

+

JOSÉ ROGÉRIO

SANSON

Professor doDepartamentodeEconomia daUniversidadeFederal deSantaCatarina

A pessoa que

ganha

uma loteria como a

Mega

Sena éconsiderada umafelizarda

pela quantidade

dedinheiro que recebe.

Contudo,

uma

pilha

de pa­

pel

impresso

ouum

punhado

demoedas têm valor

intrínseco muito baixo. Não é como uma hora de

trabalho ou um

quilo

de alimento.

Qual

é o seg­

redo dessas notas e moedas e porque as pessoas

tantoas

desejam?

Odinheiro

é,

de

fato,

uma

convenção social,

assim como

dirigir

pelo

ladodireitodeuma rua.

Represen­

taumdireito de

propriedade

sobre bens e

serviços

produzidos

por outras pessoas de uma mesma so­

ciedade. São certificados de

propriedade genéricos,

aonão

especificarem

aquebensuma pessoatemdi­ reitoe nemdefiniremquem sãoessaspessoas.

É

uma

variante de um certificado de

propriedade

como o

ZERO

ESPECIALDINHEIRO

Curso deJornalismo daUFSC

Florianópolis,

Novembro de2006

Ano XXII' Número 2

REDAÇÃO

DO JORNAL Cursode Jornalismo UFSC-CCE-JOR Trindade

-Florianópolis,

SC CEP 88040-900

J

de uma motocicleta ou de um carro; nesses casos,

porém,

sabe-se quem é o dono e

qual

éo

objeto

do

certificado. Desdesuas

primeiras

formas,

odinheiro

está associadoà

convenção

socialdesereconhecer

a

propriedade

individualde

objetos

pessoais.

Uma sociedade sem dinheiro é

possível,

desde

que setenhaumsistemade

registros

dastrocas de

bense

serviços

entreaspessoas.Sociedades

assim,

emboracomcomandocentral

público,

existiram,

como o casodecidades-Estado do Crescente Fértil

e do

antigo

Egito.

Nas

Américas,

em

período

mais

recente, houve o

Império

Inca. Mas a

evolução

do

dinheiro a

partir

do Crescente Fértil viabilizou as

primeiras

economias de mercadoe se tornouafor­

mainstitucional dominante paraadivisãosocialde

trabalho nomundo.

Quando

umapessoa

deseja

trocarum bem que

possui

por

algo

que

precisa,

basta encontrar al­

guém

que

esteja disposto

a comprar

aquilo

que

ela tem para vender. Ao receber o

pagamento

em

dinheiro,

pode

procurar com calma os bens que

precisa.

Pode até

alugar

esses certificados para

uso

posterior

emtrocade um

aluguel,

chamado de

juros.

Às

vezes, porconta da

evolução

dos preços

dos bens a serem

comprados

no

futuro,

os

juros

efetivos

podem

se tornar

negativos.

Mas recon­

hecido o direito de

propriedade,

a pessoa sabe

que

poderá

dispor

deles no futuro. Nada

impede

também que a pessoa transfira voluntariamente os certificados para outras pessoas de forma gra­

tuita,

direta ou

indiretamente,

no último caso via

pagamento

de

impostos.

EDIÇÃO

Dirceu Getúlio Cunha •

Jacy

Diello

Marina Gazzoni •

Tiago

Agostini

Vitor

Hugo

Brandalise REPORTAGEM

AugustoKoéch•Caroline Mazzonetto

Daiane

Fagundes

Edlena Barros

Érica

Georgina·

EuclidesGarcia

Felipe

Seffrin•Jésica Maia

Leo Branco' Luana Rech=Paola Bello

Raquel

dosSantos' Rosalvo StreitJr.

Sara Uhelski • Stenia Andrade

TatianaLeme

ILUSTRAÇÃO

AurinoNeto'FredericoCarvalho João Jair Romão' RafaelMachado

RobertaÁvila'Tadeu

Sposito

EDITORAÇÃO

Daniele Martins • Rafael Paulo

RobertaÁvila'Ticiani

Aguiar

FOTOGRAFIA

EdlenaBarros'Érica Georgina

Felipe

Seffrin•

Henrique

Silveira

João Granda' LucasSampaio MONITORIA LucasAmorim

PROFESSOR COORDENADOR Frederico Carvalho

INFORMAÇÕES

IMPRESSÃO:DiárioCatarinense CIRCULAÇÃO:Nacional

DISTRIBUIÇÃO:Gratuita

TIRAGEM:5.000

exemplares

******

MelhorPeçaGráfica I,II,III,IVeXI Set Universitário

/

PUC-RS

1988,89,90,91,92e98 * 3° melhor Jornal-laboratóriodo Brasil EXPOCOM 1994 TELEFONES +55

(48)

3331.6599'3331.9490 3331.9215'FAX:331.9490 NAINTERNET SITE:www.zero.ufsc.br EMAIL:

zero@cce.ufsc.br

* MelhorJornal-laboratório I Premia Foca

Sind. dos Jornalistas deSC,2000

(3)

ZERO

Dinheiro•

Florianópolis,

Novembro de2006

UabáJCultura

II

14

legislação

Criminalização

do

jabá

em

discussão

Estáemandamentona

Câmara

Federal,

o

Projeto

de

Lei

1048/2003

do

deputado

Fernando Ferro

(PT-PE),

que

pretende

proibir

e

punir

criminalmente quem

aceitar

jabá

paraexecutarou

privilegiar

determinada músicaouartista. Porser uma

concessão

pública,

as

rádios

não

podem

venderoespaço

da

sua

programação

musical.

Seo

projeto

for

aprovado

(atualmente,

estána

Comissão

de

Constituição

e

Justiça

e

de

Cidadania),

a

prática

direta

e

indireta

dojabá

passaa ser

considerada

crime,

punível

compena

de

um a

dois

anosde

detenção.

Além

disso,

também

háa

aplicação

de

multas

e

suspensão

ou

cassação

da concessão das

rádios

envolvidas.

Para escrevero texto

do

projeto,

o

deputado

teve

auxílio

de um

antigo

conhecido

das

gravadoras,

ocantor Lobão.

Depois

da

vitória

na luta

pela

numeração

de

CDs,

o

músico

briga

também

pelo

fim

do

jabá.

Em

entrevista

ao

Jornal

do

Brasil,

Lobão

diz

que

paraa

lei

funcionar,

tem

que

acabar

com as

fontes de

caixa 2

das

gravadoras.

Uma delas éa

isenção

de

40%

(já

foi

de

70%)

de

ICMS para

o

investimento

em

artistas

nacionais. "Queremos

queo

governo cortea

isenção

das

gravadoras,

porqueoque

elas

fazem

é pagar

jabá

com

essa

grana",

reclama.

+

Músicas

caras,

sem

nenhum

valor

Essa

é

a

regra

nas

rádios:

aquele

que

tem

dinheiro

toca;

quem

tem

qualidade,

nem

sempre

Quando

você

liga

o

rádio,

es­

pera ouvirumamúsicainteres­

sante? Ou

pelo

menos escutar

algo

novo,que não

seja aquele

som que, de tanto tocar, você

cantamesmosem

querer?

Sea

resposta

for

sim;

por enquan­

to,esqueça. Isso porque quem determina a

programação

das

rádios éofamoso

jabá.

A

palavra

jabá

é um dimi­

nutivode

"jabaculê",

gíria

que

significa

gorjeta

ou

propina,

uma

espécie

desubornopago para

obtenção

de

vantagens.

Ou

seja,

éo

pagamento

emdi­ nheiro ou mesmo em favores

para a

execução

de músicas

nas

rádios,

feito

principalmen­

te

pelas grandes gravadoras.

Entre as vantagens oferecidas

incluem-se passagens

aéreas,

automóveis,

viagens

interna­

cionais com estadias pagas e

até

drogas

e

garotas

de pro­

grama. E o

pior

é que

grande

parte

desse

jabá

é

legalizado

e tem nota

fiscal,

passando

comoverba

publicitária.

Em entrevista àrevista

Play­

boy,

o dono da rádio Jovem

Pan,

Antonio

Augusto

Amaral de Carvalho

Filho,

conhecido

como

Tutinha,

afirmou quere­

almente cobra

jabá,

apesar de chamar de acordo comercial. Nesta

entrevista,

ele revela

seu método de escolha dos

músicos quetocamnaemisso­

ra. "Recebo 30 artistas novos

por dia na rádio. Seleciono

dez,

vou à

gravadora

e, para

aquela

quemedá

alguma

van­

tagem,

dou

preferência".

ARQU IVO PESSOAL

Com filiais no mundo inteiro e também no Bra­

sil,

asmultinacio­ nais

padronizam

a

programação

com seus suces­

sos, fechando as

portas

para di­

versos talentos. Essa

prática

de pagar

-para-tocar

favorece quem tem estrutura financeira e pre­

judica

novos ar­

tistas, que não possuem, como

retaguarda,

um

grande

esquema. O que acon­ tece em Floria­

nópolis

não é diferente do res­

tante do País. VOCALISTARenato de Oliveira:troca de favoresentre bandas e emissoras de rádio Como a maioria

das rádios sintonizadas

aqui

são

afiliadas,

se limitam a re­

produzir

a

programação,

não abrindo espaço para novida­

des,

como músicos locais.

É

o caso de emissoras como a

Jovem Pan

Floripa.

ParaJúlia

Rosa,

da banda

Missiva,

e Márcio

Costa,

da

Tijuquera,

o

padrão

comer­

ciaI que é

exigido

para as

músicas

restringe

o acesso

dos artistas que não se en­

quadram

nesse

perfil.

"Mui­

tas bandaslevamseusCDs às

rádios,

mas eles sequer são

ouvidos",

afirmaJúlia.

Já a rádio Atlântida pos­

sui

programação

local e é

conhecida por tocar música

de catarinenses, mesmo que com pouca

freqüência.

Mas nem por isso escapa das re­

clamações

de troca de favo­

res. Renato de

Oliveira,

inte­

grante

da banda

Imaginarios

e que

fez

parte

da

Mary

Black,

diz que apesar de não

cobrar

dinheiro,

a rádio to­

cava as músicas em troca de

apresentações

gratuitas

em

seus eventos. "Nãoerafalado

claramente,

mas eles diziam:

vocês não vão fazer o show? Pensem bem...

",

diz. Procu­

radas

pelo

ZERO,

as rádios

AtlântidaeJovemPan

Floripa

não se

pronunciaram

até ofe­

chamento desta

edição.

Uma rádio considerada de

and

s

de

Floripa

procuram

ca

Em busca de mais espaço

para

divulgar

seu trabalho e

mostrarsuas

composições

ao

público,

osmúsicos estãotra­

çando

caminhosalternativose

bem mais baratos para driblar

o

jabá

enão

depender

somen­

te das rádios. Em

Florianópo­

lis,

novebandasresolveramse

juntar

e montar uma

espécie

de

festival,

queacontece

quin­

zenalmentee

estánasétima

edição:

oClube daLuta.

A idéia

partiu

do vocalis­

ta da banda

Tijuquera,

Már­ cio

Costa,

e as

apresentações

que começaramem

setembro,

contam com a

participação,

além da

Tijuquera,

dasbandas

Samambaia, Missiva,

Gubas &

Os Possíveis

Budas,

Os Ber­

bigão,

Aerocirco,

Andrey

& A Baba do

Dragão

de

Komodo,

RufuseIlhadeNós.

Para o

vocalista,

esse é o

lugar

onde o som "mané" é valorizado e a

repercussão,

garantida.

"O

público

é maior

acada

Clube",

ressalta.E para

as outras bandas que tiverem

interesseem

participar,

ele dá um aviso: as músicas têm que ser todas

próprias.

"Nada de

cover,senãoo

público

vaia".

Além de eventos como o Clube da

Luta,

as bandas

utilizam outras formas de di­

vulgação.

Umadelas e,talvez

a demaior

alcance,

éa inter­

net. No site da Trama Virtu­

al

(um braço

da

gravadora

Trama),

onde os músicos

podem

fazer

homepages

per­

sonalizadas,

disponibilizan­

do

histórico,

agenda,

fotos e

músicas,

estão cadastrados

33.850

artistas,

entre ban­

das e cantores ou músicos

solos,

sendo 1450 de Santa

Catarina. Márcio

Costa,

da

Tijuquera,

diz que é através dos sites que possuem quea

banda está fazendo contatos

para tocar na

Europa.

O site

..

In

os

Orkut e os

fotologs

também

são utilizados. O

integrante

da banda

Imaginarios,

Re­

nato de

Oliveira,

conta que

para

divulgar lançamento

de

CD e

shows,

chegou

adeixar

250comentários por dia nes­ sas

páginas.

ParaJúlia

Rosa,

da

Missiva,

osbonsevelhosshowsempra­

ças,

universidades,

festas de

comunidades eescolas não fa­ lham para quem quer mostrar

a cara e

atingir

diversos

tipos

de

públicos. "É

claro que tudo tem um custo.

Mas,

fazer sua

música ser ouvida e o

público

gostar,

pagao

preço!".

(LR)

qualidade

por nãotocarmúsi­

cascomerciais éa

Itapema.

Se­

gundo

ocoordenadorartístico

Pedro

Leite,

não existe

jabá

na

emissora,

pois

todos os CDs

reproduzidos

são

comprados

pela própria

rádio.

Quanto

a investir em mú­

sicos

locais,

ele diz que foi a

primeira

rádio que tocou mú­

sicas da banda Dazaranha e,

por muito

tempo,

trabalhosda

Primaveranos Dentes e Brasil

Papaya,

todas de

Floripa.

Mas,

de acordo com Pedro

Leite,

não dá praser

paternalista

porque a banda é

daqui.

"Só

toco se tiver

qualidade

e se

enquadrar

no

perfil

da

Itape­

ma",

afirma.

lternativos

DIVULGAÇÃO

TUUQUEIRA Vocalista

juntou

nove

bandas eformou o Clube da Luta

(4)

04

Comportamento

,.,.,tE"-la.]

Dinheíro>

Florianópolis,

Novembrode2006

ZERO

Sorte

bate

à

porta

após

40

anos

de

espera

Senhora

de Joinville

ganha prêmio

de

R$

85

mil

em

sorteio

da

TV,

realiza

o

sonho

da

mãe

e

ainda

continuajogando

EUCLIDES GARCIA

lhões,

colocando oBrasilem 22º

lugar

no

ranking

dos

países

que mais arre­

cadam anualmentecomloterias. Dona

Wally

tem

participação

nessa

quantia

bilionária.

Seguindo

o

exemplo

da

mãe,

compra o carnê do Baú há 40

anos. Mesmo sem nunca ter

ganhado

prêmio

algum,

continuou acreditando

e passou a comprar também a Casa

Felize oPrêmiodo Rei. Até que, final­

mente, asorteresolveu aparecer. Há vários anos,

P

ela pensava em re­

formar a casa em

Joinville,

masape­

nas a

aposentado­

riado maridonão

era o suficiente. "Sem esse

prêmio,

seria

impossível

fazer

as obras que a

gente precisa­

va." Com

R$

40 mil a serem

gastos

obrigatoriamente

na

aquisição

deum

imóvel,

dona

Wally

comprou um apartamen­

to

próximo

à Universidade do

Estado de Santa Catarina

(Udesc)

para

alugar

a

Dona

Wally

Liebl éumasenhora de 70anosque tinhaum

grande

sonhona

vida.

Tinha,

não porque desistiu de al­

cançá-lo,

mas porque

já conseguiu

re­

alizá-lo. Em27de

agosto,

ela

ganhou

o

prêmio

principal

do

plano

de sorteios Casa Feliz: uma casa, um carro e

R$

15 mil em

dinheiro-valor total de cerca de

R$

85 mil. Mais do que

um sonho

pessoal,

re­

alizou o quesuamãe

não

conseguiu

du­

rante 92 anos de

vida. "Ela sempre

comprouoBaú da

Felicidade,

mas

nunca foi sorte­

ada.

Hoje,

me

sinto totalmente realizada."

Em

2005,

a

arrecadação

das Loterias Fe­ derais

chegou

a R$

4,3

bi-estudantes universitários. Como não

é

aposentada,

o dinheiro do

aluguel

será uma

espécie

de

aposentadoria.

"Assimvou

poder

viverum poucome­

lhor ofim da vida."

Dona

Wally

sempre

preencheu

os

cupons no nome dos netos, mas re­

solveu fazer diferente

naquela

vez.

Ela mesma comprou o carnê por R$

10 e colocou um no nomedo

marido,

seu Lino

Liebl,

e o outro no

próprio

nome. No momento do

sorteio,

es­

tava em frente à televisão torcendo

para que

aquele

fosse o seu dia de

sorte. Realmente foi.

"Fiquei

muito

feliz. A vizinhametelefonou nahora.

O

pessoal

daCasa Feliz tentava

ligar

aqui

emcasa, mas o telefone só dava

ocupado."

Essa foi a

primeira

vez que dona

Wally

foi

premiada

em um sorteio.

Mesmo

tendo tirado a sorte gran­

de,

não pensa em parar de comprar

os carnês. O que ela espera é que o

raio caia duasvezes no mesmo

lugar.

"Continuo acreditando que posso ga­ nhar outra vez. Se

conseguir,

quero

ajudar

quem

precisa."

1.Dividaa

bolada

pelo

númerode

anosqueespera viver. Por

prudência,

gaste

anualmente apenasumvalor

aproximado

do resultado dessa divisão.

2. Não

aplique

odinheiroem

cadernetasde poupança, imóveis

outítulos do governo. No

Brasil,

em

longo

prazo, eles mal

garantem

o

valor

original

investido.

3.

Aplique

uma

parte

da

grana em

negócios

ou

ações.

Mas repare bem:

aplique

uma

parte,

pois

negócios

dão

trabalhoe envolvem o risco de

se

perder

todo o dinheiro

aplicado

e

mais um pouco.

Como

ninguém

é de

ferro,

énatural queuma

parte

do

prêmio seja

usada

para realizar sonhos deconsumo ede

caridade.

Mas, antes,

é aconselhável

seguir

asdicas acima.

FONTE: JoãoRogérioSanson

-Departamentode Economia da UFSC.

ate

ático

ganha

mais

de

3

mil

vezes

e

fórmula

Fernandópolis,

São Paulo. Um dos 65 mil habitantes da cidadezinha do interiorvem se

tornando famoso nos últimos anospor fazer

previsões

paraas

loterias. Alexandre

Carlos,

50,

desenvolveu um sistema cha­ mado Loteria

Fácil,

que, através de raciocínios

matemáticos,

promete

aumentar as chances

dos

apostadores

de

ganhar prê­

mios. Paraseuautor,aomenos, ométodo parece funcionar:

Ale-xandre Carlos

já ganhou

3.750

vezes naLotofácil.

Em seu site na

internet,

ele

dá dicas que

garantem

aumen­

taraschances da pessoatersu­

cesso. Numarecente entrevista

ao

jornal

Folha de S.

Paulo,

ex­

plicou

que, como os sorteios

são

consecutivos,

é

possível

perceber

qual

dezenaestá mais "atrasada". Jáque todas têm a

mesmachance de

saírem,

apro­

babilidade é maior para

aquela

dezena quenãoaparece hámais

tempo

nossorteios.

"Apesar

de

que loterianão tem

lógica.

Cada sorteioé umsorteio.Tudoque

ocorreu no

passado

não influen­

cia na loteria no futuro.

É

uma

probabilidade",

disse.

Desde

1982,

quando

come­

çouo

projeto,

Alexandre éoque

nosEstados Unidoscostuma-se

chamar de matemático de lo­

terias. Além das 3.750

apostas

vencedoras,

ele

ajudou

joga-dores de diversos estados do

país

a

ganhar

na

Mega-Sena,

Quina

e Lotomania. A

Mega­

Sena,

por

exemplo,

é aLoteria

Federal que dáos maiores

prê­

mios. Justamente por

isso,

é a

mais difícil deterumvencedor.

Um

apostador

precisaria

preen­ cher mais de50milhõesdevo­

lantes parateracertezade que acertaria

qualquer

conjunto

de seis dezenas sorteado.

O matemático das loterias

disse à Folha que é

possível

es­

colher seis números aleatoria­

mente e tera sorte de

ganhar.

Mas,

todasemana, são feitas 8

milhões de apostas e, em mé­

dia,

a cada

quatro

sorteios sai

um

ganhador.

São

necessárias,

portanto,

32 milhões deapostas

na

Mega-Sena

parauma

ganhar.

Por

isso,

Alexandre não tem

dúvidas ao afirmar em seu site que

"depender

apenas dasorte nãoéumbom

negócio".

(EG)

" Em

1984,

um

despachante

r EmPasso

Fundo

Nacidade deGerente

de

uma casa

mineiro faturou uma

(RS),

odono de Santa Maria

(RS),

lotérica,

ocarioca

bolada

na Loteria uma

serralheria

um

peão

ganhou

Maurício

Boyd

sempre

Esportiva.

O

prêmio

ganhou

o 7 milhõesde reais

foi

um

apostador

equivalia

a 90

equivalente

a na

Super

Sena,

em aficionado. A insistência

salários

mínimos 800

mil reais

e dezembro de 1995. deu resultadoe ele

na

época.

Jogador

utilizouodinheiro Juntamentecom

ganhou

trêsvezes nas

compulsivo,

paraaumentaro o

prêmio,

vieram

loteriaso

equivalente

a

perdeu

tudo

negócio.

Amante inúmeros

pedidos

100

mil

reais.

Comprou

a emapenassete de

futebol,

assumiu de

empréstimos

e lotérica que

gerenciava

dias,

apostando

a

presidência

de

diversas

propostas

e

ainda

abriuoutra

em

jogo

do

bicho,

umtime

da

cidade. de casamento.O

loja.

Até

hoje,

muitos

loteriase

máquinas

Gastou quase todo

peão

rompeucom

apostadores apertam

a

caça-níqueis.

Além

do o

prêmio

investindo osvelhos

amigos,

mão

de

Maurícioantes

de

prêmio,

ficou sem a no

esporte

eteve comprou uma

preencher

os

volantes,

moto,

o carro, dois de ficar apenascom fazenda

grande

e em busca deum

telefonese

dois

lotes. aserralheria. nunca se casou. pouco desorte.

�.=----ganhei

na

loto!

(5)

ZERO

Dinheiro"

Florianópolis,

Novembro de2006

T W '&$ ·�w

'-Y"'?

[dub:

detrocaJÇQ!IlPortamento

m

05

rrmwrr W

Baixo número de

adeptos

escambo

na

Ilha

As feiras detroca estão em

baixa naGrande

Florianópolis.

A

principal

da

cidade,

afeira do

Clube de Trocas de

Bens,

Pro­

dutos,

Serviços

e Saberes Eco­

solocorreapenasumavez por

mês - no

auge do

movimento,

oeventoerasemanal. A segun­

da

maior,

do Clube de Trocas

Peri,

do bairro da

Armação,

foi

suspensa há dois meses por

tempo

indeterminado.

Primeiro clube de trocas

criado em Santa

Catarina,

em

setembro de

2000,

e terceiro do

país,

oEcosol

possui

cerca

de 120 sócios.Masnasúltimas

feiras,

onúmero de

participan­

tes tem variado entre vinte e

trinta pessoas. Professor da UFSC e um dos idealizadores

do evento, Armando Lisboa

aponta

a

saturação

dosescam­

boscomo umadasrazões para

o baixo movimento. "Acabam

se

esgotando

as

possibilidades

detrocaporque são sempreas

mesmas pessoas, os mesmos

produtos", justifica.

A falta de

opções

também

foi umdos motivos paraa sus­

pensão

da feira do Clube de

Trocas Peri. Nos últimos en­

contros

compareciam

menos

de dez pessoas, sendo que a

associação

chegara

a ter cem

adeptos

em seu auge. A tecelã

Erika

Sagae,

sócia do Peri desde

2002, aponta

ainda outrarazão

paraa

queda

do movimento: a

faita de um animador. "Se não

tem

alguém

organizando

ativi­

dades,

trazendo

novidades,

não

tem

gestão

própria",

afirma. Número ideal

Nem muitos

sócios,

nem

muito poucos. De acordo com

Lisboa,

experiências

internacio­

nais demonstram que grupos

detrocadevem ter, no

máximo,

250 membros. Comoo sistema dos clubes se baseia na con­

fiança

e no conhecimento mú­

tuo entre os

participantes,

um

númeroreduzido de pessoas é

fundamentai para fortalecer a

moeda usada na

organização

e

dar

respaldo

àstrocas.

Para

participar

das feiras de troca do

Ecosol,

é neces­

sário ser um

proconsumidor

- simultaneamente

produtor

e consumidor. A entrada no

clube ocorre

depois

que o in­

teressado formaliza a adesão aos

princípios

doEcosolepre­

enche um cadastro. As feiras são realizadas mensalmente

no Centro Federal de Educa­

ção

Tecnológica,

na avenida

MauroRamos.

(CM)

Quando

o

dinheiro

não

vale

nada

Praticantes da Economia Solidária

trocam

de tudo: de televisões

a

plantas

de

casas

CAROLINE MAZZONETTO

...

Parece brincadeira de

criança,

detro­

car

papel

de carta ou

figurinha

de fute­

bol. Cada um traz o que tem sobrando

em casa e procuraentre os

objetos

dos

amigos algo

que the interesse.As

opções

vãode comidaa aulas

particulares,

pas­

sandopor roupas,livrosediscosusados.

O

dinheiro, ali,

não tem vez: são as fei­

ras detroca, onde as pessoas

permutam

bense

serviços

sem usarnenhum real.

A tecelã Erika

Sagae,

participante

do

Clube deTrocas

Peri,

é

adepta

das feiras desde

2002,

quando

veio de São Paulo

para morar na

praia

da

Armação,

no Sul

da Ilha. Játrocouaulas de tearporaulas de

inglês

ede

computação

esessõesdete­

rapia.

Erikacontaque, emapenasum dia

de

feira,

economizou

R$

300 -levandoem

contaa

matéria-prima

usada nos

produ­

tos de

tecelagem

feitos por ela e o preço

que

pagaria pelos

artigos adquiridos

na

feirase os tivesse

comprado

nomercado

formal.

"Sempre

fiz trocas

naturalmente,

com

vizinhos,

amigos. Quando

cheguei

aqui,

percebi

que haviauma

organização

ecomecei a

participar",

explica.

As feiras de troca são

pautadas

pe­

los

princípios

da economia solidária

(veja

box)

evinculadas aclubes de tro­

ca.

Nelas,

cada um escolhe sua forma

de

pagamento.

O Clube de Trocas Eco­

sol - o mais tradicional de

Florianópo­

lis - realizatrocas

diretas,

de

preferên­

cia através de escambo

(produto

por

produto),

mas

possui

uma moeda so­

cial

própria,

o

"ecosol",

que auxilianas

transações.

"Tem vezes em que você

não encontra oque quer, daí trocaseu

produto

por ecosóis e

guarda

eles pra

usar na feira

seguinte",

completa

Glaí­

co

Sell,

produtor

rurale umdos

primei­

ros

participantes

do Ecosol.

NOSTALGIAGlaico Sellvêasfeirascomo um retornoao

passado,

quando

odinheiro valiamenos

Depois

de oitoanos como funcionário

da

Companhia

Integrada

de Desenvol­ vimento de Santa

Catarina,

Sell

largou

o

empregoefoi trabalharcom

produtos

or­

gânicos

em um sítio em Paulo

Lopes,

na

Grande

Florianópolis. É

de lá que vêm as

verduras,

legumes,

frutas, temperos,

er­

vas

medicinais, flores,

iogurtes,

compo­

tas e biscoitos que o

agricultor

usa nas

trocas."Obom dasfeiraséa

satisfação

de

não

precisar

usar

dinheiro,

voltar para o

passado, quando

amercadoria tinhamais

valor", explica Sell,

queusa o sistemade

trocas no

dia-a-dia,

e não só durante as

feiras. Através do

escambo, já adquiriu

uma

televisão,

instrumentos

agrícolas

como umasocadeirae uma

despolpadei­

ra,a

planta

dacasada

filha,

os móveise,

mais recentemente, uma

máquina

digital

que custaria

R$

300.

Apesar

deamaioria

dos

participantes

dos clubes de troca

ARQUIVO PESSOAL

fESTA Maior

atração

dasfeiras não éo

lucro,

mas a

confraternização

entres os

participantes

saírem com lucro dos encontros, o

prin­

cipal

atrativo das feiras é a

socialização

dos membros.Os grupossão pequenose

formadospor

amigos

-pois

osistemadas

trocasse baseiana

confiança

-e as feiras

acabamvirando

festa,

com músicaedan­ ça. 'Temumcaráter

social,

de

integração;

as pessoas

gostam

dese

encontrar",

afir­

maErika

Sagae.

Doutor em

Socíologia

Econõmica e

professor

da Universidade Federal de

Santa Catarina

(UFSC),

Armando Lisboa

foi o

principal responsável pela

criação

do Ecosol. Ele conta que o

perfil

do só­ cio dos clubes de trocas de

Florianópo­

lis é diversificado: há desde milionários

a pessoas

pobres.

A

grande

maioria,

po­

rém, pertence

à classe média - são fun­

cionários

públicos, professores,

estudan­ tes,

aposentados,

artesãos...

"Aqui

dá de

tudo", completa

Lisboa.

Economia

Solidária

+

Outro modo

de

pensar

a

riqueza

A

Secretaria Nacional de Economia

Solidária,

criada

noGoverno

Lula

e

vinculada

ao

Ministério do Trabalho

e

Emprego,

define

a

prática

como"o

conjunto

de atividades econômicas

-

de

produção,

distribuição,

consumo,poupançae

crédito

-organizadas

e

realizadas solidariamente

portrabalhadores (

...

),

sob

a

forma coletiva

e

autogestionária".

Vista

como

alternativa

ao

capitalismo

tradicional,

a

Economia

Solidária é

uma

forma de

se

obter

os

artigos

necessários

para

viver

sem

buscar

a

acumulação

de

riquezas

e

respeitando

a

vidae o

meio ambiente.

Em Santa

Catarina

existem

431

empreendimentos registrados

de

economia

solidária

-2,9% do

total

(6)

06

ill

Comportamento==v

superior]

Dinheíros

Florianópolis,

Novembrode2006

ZERO

Empresas

faturam às

custas

de

preguiçosos

Dedicação

e

trabalho

duro,

que

nada:

indústria

das

monografias

seduz estudantes

com

tentação

do

diploma

fácil

EDLENA BARROS

Ao final da

faculdade,

o

estudante se vê com a tarefa

de escrever seu trabalho de

conclusão de curso

(TCC). É

trabalho

duro,

que demanda

tempo

e

esforço

do aluno. Há

quem decida fazê-lo.

Há,

tam­

bém,

quem

prefira

recorrer a

meios mais fáceis: o de con­

tratar

alguém

que

faça

o tra­ balho por ele.

Empenhadas

em

conquistar

os

preguiço­

sos,

algumas

empresas torna­

ram-se

especialistas

em ofe­

recer, mediante o

pagamento

de determinado

valor,

a mo­

nografia

pronta. É

aindústria dos trabalhos acadêmicos.

A estudante Carolina

(*),

22,

do

segundo

semestre de

Pedagogia

de uma universida­

de

paulista,

escreve trabalhos

acadêmicos para outras pes­

soas háseteanos. Tudocome­

çouem um pequeno escritório

especializado,

onde,

logo

aos

15 anos,

aprendeu

a dar seus

primeiros

passos no trabalho.

Como

ganhava

pouco, abando­

nou O escritório e continuou por conta

própria.

Aos pou­

cos,

conseguiu

mais clientes e

aumentou o seu

negócio. Hoje

eladistribui cartões de

propa-JOÃOJAIRROMÃO

ganda

doseutrabalhona

porta

de faculdades. Até

hoje,

nunca

teve

problemas.

Uma busca

simples

na in­ ternetdáadimensãodecomo a indústria de trabalhos aca­

dêmicos sob encomenda é lu­ crativa. Os preços variam de

R$

400 à R$

1,2

mil. Carolina

prefere

não

divulgar

quanto

cobra por cada

trabalho,

di­ zendo apenas que o preço é

estipulado pelo

númerode

pá­

ginas

que contém cada

pedi­

do. "Recebo o suficiente para

pagar as

despesas

no final do

mês", esquiva-se.

Alémdemo­

nografias,

Carolina faz rese­

nhas,

fichamentos e resumos,

para clientes de

graduação

e

pós-graduação.

Nos sites

especializados,

os

alunos

podem

encomendar ou

pagarpor trabalhos

prontos.

É

quase como em um restau­ rante, aonde o cliente

chega

e

pede

o que quer.

Quando

al­

guém

procura o

site,

mas não

tem idéia do assunto, os pro­

fissionais dão

sugestões

de

te-Alto

preço das

particulares

mostra

que

vale

a

pena estudar

para

o

vestibular

Osonhodamaioriadas pes­

soasque acabaoensino médio é passar novestibular e cursar uma universidade.

Quando

não

conseguem entrar para univer­ sidades

públicas,

os alunos de­

param-se com o altocusto das faculdades

privadas.

As diferen­ ças entre ensino

público

e

pri­

vado começam com as mensa­

lidades,

que

podem

chegar

a

ED LENA BARROS

UFSC Economiade

R$

14 mil paraa estudante Nair

Epalanga

R$ 2,7

milem

Florianópolis.

A estudantede

Psicologia

da Unisul Sharon

Threiss,

23,

veio do interior do estado para cur­ sar a universidade na

capital.

"Sei que não

gastaria

tantoassim

na

Federal,

mas como não con­

segui

Psicologia

lá,

teveque ser

aqui mesmo",

conta.Dos

R$ 2,5

mil que recebe dos

pais

todos

os meses, Sharon

gasta R$

700

namensalidade. Além

disso,

ela

paga

R$

500no

aluguel

dacasa,

R$

300paraa

gasolina

docarro

e

aproximadamente

R$ 20 por

mêsem

cópias.

Já a aluna de Farmácia da UFSC Nair Analdina

Epalanga,

23, gasta

por

mês,

ao

todo,

cerca de R$

950,

pouco mais

do que paga a outra estudan­

te somente na mensalidade.

As contas mensais de Nair

podem

aumentar ou diminuir

dependendo

dos trabalhos

solicitados

pelos

professores.

Neste semestre, por

exemplo,

ela

gastou

R$ 310nacompra

de dois

livros,

R$ 300 por mês para a

alimentação,

R$

45 em

transporte e R$ 32 em

cópias.

Tudo descontado dos R$

1,8

mil que recebe dos

pais

acada mês. Mesmo com a economia

na

mensalidade,

Nair conside­

ra seus

gastos

excessivos. "Até

agora não tinha

parado

para

fazer essas contas, mas, ven­

da

assim, gasto

bastante por

mês",

diz.

Fazendo uma

projeção

anu­

al sobre os

gastos

informados

pelas

estudantes,

percebe-se

o

quanto

economizam os alunos

de universidades

públicas.

Em

um ano de

aulas,

Sharone

Nair,

universidade

privada

e

pública,

gastam

emtornodeR$

22,5

mil

e

R$ 8,5 mil, respectivamente.

Diferença

de R$ 14 milanuais,

alívio considerável no bolso

do estudante. (EB)

masdentroda área de

atuação

do estudante. Para auxiliar na

tarefa,

alguns

sites,

inclusive,

anunciam

equipes

formadas por

professores

universitários, mestres edoutores.

Ao solicitar a um site es­

pecializado

uma

monografia

de conclusão decursode gra­

duação

em

Jornalismo,

com

80

páginas

dentro das regras

da

ABNT,

a empresa enviou o

preço final

(R$

928)

ediversas formas de

pagamento.

Tam­ bém na resposta, a empresa

disse que "não têm o intuito

de

parafrasear

textos e muito

menos de

plagiar

conteúdos

de sites e

livros,

nem de ferir

aética educacional".

Para o diretor do

Depar­

tamento de

Propriedade

Inte­ lectual da Universidade Fede­ ral de Santa Catarina

(UFSC),

Luiz Otávio

Pimentel,

a ética educacional é

ferida,

sim. "A

monografia

servede

avaliação

do aluno no final do curso, e

ele

pagando

para que

alguém

faça

está cometendo crime de falsidade

ideológica segundo

a

lei

9610/98

- Art.

104,

apresen­ tando como seu

algo

que não

fez". A UFSC não tem uma lei

específica,

nem um

código

de

ética dentro da universidade

paraesses casos.

O coordenador de

estágio

do curso de Ciências Econô­

micas da

UFSC,

Renato Fran­ cisco

Libarbenchan,

afirma

que,

enquanto

oalunoescreve

a

monografia,

ele é submetido a

avaliações

para comprovar seu entendimento

quanto

ao

tema do trabalho. "Assim dá parater maiscertezade queo

aluno está fazendo seu traba­

lho",

comenta. * nome

fictício

Pesquisa

de preços

Universidade

Pública

(UFSC)

Mensalidade Não

Universidade

Privada

(Unisul-Pedra Branca)

Mensalidade

Varia de

R$

321

(Serviço

Social,

Pedagogia

e

Letras)

a

R$

2753

(Medicina)

Transporte

R$

180a

R$

240 por mês

frete

de

ônibus,

oupassea

R$

2,95

por

viagem.

Alimentação

De

R$

11,20

a

R$

13 por

refeição

nosrestaurantes

próximos

aocampus

Impressão

de

trabalhos

R$

0,30

para PB e

R$1,50

para cor

Fotocópias

R$

0,10

por

página

Transporte

R$ 45,00

por mêsno passe de estudanteoupassagem a

R$

2,10

porviagem.

Alimentação

Restau ranteuniversitá rio:

R$ 1,50

a

refeição

Impressão

detrabalhos

R$ 0,15

para PB e

R$

0,30

paracor

Fotocópias

R$ 0,07

por

página

(7)

ZERO

---

---Dinheiro�

Florianópolis,

Novembrode2006

[Dinheiro]Tecnologia

1m

07

Pelados

na

webcam

a

US$

2,15

o

minuto

Sensualidade

e

desinibição,

armas

para

prender

atenção

de

estrangeiros

e

faturar alto

com

strip-tease

na

internet

SARA UHELSKI

o anúncio no

jornal

ofe­

recia vagas para atendentes de internet. Para a entrevis­

ta no escritório da empresa, uma sala luxuosa no centro

de

Florianópolis,

apareceram

cerca de 30 interessados e,

coletivamente,

a contratante

foi

logo explicando

do que

se tratava o emprego. Conti­

nuaram no local apenas cin­

co pessoas, entre elas

Jeff*,

que, ao contrário da maio­

ria,

sabia

qual

era o

tipo

de

serviço.

A

função

recebe

o nome, em

inglês,

de cha­ thostess. Em outras

palavras,

alguém

que

ganha

dinheiro para tirar a roupa durante

uma conversa

pela

internet.

Jeff aceitou o trabalho por

alguns

meses, eenfrentou di­

ficuldades por ser homem e

heterossexual. "Há bastante procura por

bate-papos

gays.

Algumas

vezes tentava

fingir,

mas

quando

os clientes pe­

dem certo

tipo

de

exibição

nãotemcomo

enganá-los".

Quase

um ano

depois

a so­

ciedadedo

antigo

escritóriose

desfez.

Hoje,

Jeff não faz mais

strip-teases

e é um dos geren­

tes da empresa, em

parceria

com uma chathostess america­

na. Um dos motivos que o le­

vou adesistir das

exibições

foi

a

disseminação

de programas

que

capturam

a tela da con­

versa,

permitindo

a

divulgação

pela

redeemformade

imagem.

Essa é aúnica maneira degra­

var

alguma

coisano

sistema,

que as conversas e fotos não

podem

ser salvas. Em busca

de

discrição, grande

parte

das chathostess brasileiras não in­

teragem

comusuáriosbrasilei­

ros,

bloqueando

IPs nacionais

(O

IP

-protocolo

de internet

- é uma

espécie

de

endereço

digital,

código

que identifica de que

lugar

o

computador

estáconectado à

internet).

de diferentes

países.

Só tem

acesso ao conteúdo

privati­

voquem

preenche

umcadas­

tro e fornece o número do cartão de crédito. O preço

mínimo:

US$2,15

por minuto

de conversa. Os novatos fi­

cam emmédia trinta minutos

com cada

cliente,

e os mais

experientes

chegam

a passar

deuma hora. Todos recebem treinamento para

agradar

o

internauta sem ser muito rá­

pido.

A meta diária de cada chathostess é de

US$100.

Metade desse dinheiro fica

com o

empregado.

Cadauma dasnove meni­

nasque trabalham atualmen­

te na empresa

fatura,

por

semana, uma média de

R$200

a

R$

400.

um dinheiro

fácil,

mesmo que você só

consiga

uns R$50 reais por semana.

Ficar numasalaconver­

sando com pessoas

quetechamam de

gostosa

é ótimo

pra auto-estima

de

qualquer

um",

comentaJeff. Além o

portal

A empresa de Jeff

presta

serviço

a um site

americano que

"hospe­

da" homens e mulheres

ístano

cria site

inovado

aos

15

anos,

Hoje

é sócio do

pai

Passar

grande

parte

do dia conec­

tado à internet faz

parte

da rotina de

muitos

garotos

de classe média com

15 anos. Em

2001,

enquanto

a maio­

ria dos

amigos

preferia

gastar

o tem­

po online

jogando,

fazendo

amigos

e

namoradas

virtuais,

ou visitando si­

tes não

apropriados

para a

idade,

o pau­

listano Bruno Yoshi­

mura decidiu fazer

diferente: criou o

Link

Grátis,

uma lis­

ta de

endereços

on­

line selecionados e

classificados índíví­

dualmente,

organiza­

dos por

categorias.

Hoje,

com 20

anos, Bruno não é

sustentado por seu

pai,

e simsóciodele.

A

renda,

que

prefere

Bruno mantém uma rotina

pesada:

estuda o terceiro ano de Ciências da

Computação

na Universidade de São

Paulo

(USP)

pela

manhã,

trabalha das

13h às 18h30naempresade desenvol­

vimento web e sistemas financeiros

que montou com o

pai,

e ainda

cum-pre duas horas de es-ARQUIVOPESSOAL

tágio

naDavid Rocke-feller Centerfor Latin

American

Studies,

a

instituição

da Har­

vardnoBrasil.No fim

da

noite,

costuma tra­

balhar no Link Grátis

até 2h ou 3h da ma­

drugada,

dependen­

do do cansaço.

Apesar

do suces­

so, Bruno sabe que

não é toda idéia que dá certo na rede. "A

NEGÓCm

Link Gratis

movimentou

R$

1 milhãoemvendas em2006

não

revelar,

vemde comissões deven­

das do site de compras Mercado Livre

e do anúncio de links

patrocinados

do

Google

AdSense

(o

programa de anún­ cios do

gigante

Google).

Para ter uma

idéia do sucesso, o Link Grátis

mo­

vimentou mais deR$ 1 milhão em ven­

dasnoMercado Livreesteano.

internetéumaforma de gerar

dinheiro,

mas, ao ver histó­ rias de sucesso,

algumas

pessoas pen­

samque éfácil. Ganhar dinheironãoé fácil em nenhum

lugar.

A

diferença

da internet é que ela não tem

preconceí­

tos com

idade,

raça ou classe social.

Qualquer

um

pode

criar um site e fa­

zerdeleuma fonte de renda".

(SU)

do

dinheiro,

quem

participa

do

negócio

ainda

aprende

in­

glês

conversandocom os usu­

ários. "O

inglês

mais

sujo

pos­

sível",

brinca.

Jeff

gasta R$350

de

aluguel

maisamensalidade da internet

de alta velocidade. A matriz americanapagaos

serviços

da empresa de

Florianópolis

com

cheques

emitidosporum ban­ coamericano. "Montarumne­

gócio

sozinho

aqui

no

Brasil,

mesmo que todas as meninas

trabalhassem em casa, seria muito difícil. Os

cheques

iam demorar pra cair e a burocra­

cia com a

documentação

bra­

sileira seria muito

grande".

Perguntado

se ofato deser

um

strip

virtual desinibe as

chathostess,

Jeff fala por expe­

riência

própria:

"Eu não faria

ao vivo. Na frente do compu­

tadorencarava como umaatu­

ação.

Enfrentei

preconceito

de

amigos

que achavam que eu

estava

denegrindo

o meu cor­

po,mas nãotemnadaaver".

* nomes

fictícios

A

promessa:

grandes

lucros

com

poucas horas

de

trabalho

diário

"Quer conquistar independência

fi­

nanceira?

Fique

rico trabalhando duas horas por dia em casa!" Convitesdesse

tipo

lotam caixas de

e-mail,

páginas

na

internet e recados em sites de relacio­

namento. Sãoanúncios de empresas de

Marketing

Multinível

(MMN),

febre na

Europa

e nosEstados Unidos queagora se

prolifera

noBrasil.

Para

participar,

você se associa e

compra os

produtos

vendidos

pela

em­

presa,

pagando

R$ 10 por mês.

Depois,

temcomo meta recrutar novos associa­

dos,

que também devem chamaroutras

pessoas, formando a cadeia. As empre­

sas

garantem

que não fazem correntes,

sãotodas

registradas,

sériaseéticas.

Ueritom Ribeiro

Borges

participa

de empresasdeMMN desde2003e,há dois

meses,

ingressou

na Universidade do

Sucesso Humano

(USH).

Nesse

tempo,

conseguiu

recrutar apenas um associa­

do. "Essesistema nãoé

daqueles

'ganhe

dinheiro

fácil',

você

precisa

ter

persis­

tência." Ueritompassacercade2 horas por dia na

internet,

divulgando

o

negó­

cio em fóruns de discussões e sites de

classificadosvirtuais.

A rede

possui

seis níveis. Cada um

comporta

cinco usuários indicados por

um membro do nível anterior. No

pri­

meiro,

oassociado recebe

R$2

por cada

novo

indicado,

ou

seja,

só deixa de pa­

gar mensalidade

quando

recrutarcinco pessoas. Paraosoutros

níveis,

ovalor é

R$1 por novousuário. A rede

completa

envolve 15625 pessoas, um lucrode

R$

19mil para quemacomeçou.

(SU)

sistema da USH

Nivel1

Nivel2

Nivel3

upline

i io •••••••••o•••••o••••••••o••• >

Nivel6

15625 usuários

Assim

sucessivamente,

sempre

multiplicando

por

5o número de

integrantes

atéo

nível6

Lucro:

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