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Características do Sabão produzido após Reaproveitamento de Óleo Utilizado em Frituras

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Academic year: 2021

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Características do Sabão Produzido após Reaproveitamento de Óleo Utilizado em Fritura

Jemima Felix dos Santos1; Edna Souza dos Santos2;Cláudia da Silva Alves2; Luiz Gustavo Neves Brandão3

1 Acadêmica de Ciências Biológicas -UNEB, Bolsista PROEX 2Acadêmica de Ciências Biológicas – UNEB, Voluntária 3Professor Assistente, UNEB – Campus VII – Colegiado de Ciências Biológicas

Resumo: O óleo de frituras, por não ter um destino correto, acaba tendo o seu descarte como

um problema para o meio ambiente. Ao ser eliminado em pias e lavabos o óleo causa o entupimento das redes de esgoto que acaba por poluir rios e mananciais. Para evitar este tipo de poluição o óleo de frituras é reutilizado na produção de sabão caseiro, que pode ser uma alternativa viável e ecologicamente correta. Assim, objetiva-se conscientizar a população local sobre a importância do reaproveitamento dos resíduos de óleo de frituras para a preservação do meio ambiente, arrecadar o óleo e demonstrar o potencial de transformá-lo em sabão, bem como padronizar uma fórmula com pH e consistência adequados. Os processos ocorrem na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus VII, localizada em Senhor do Bonfim. A partir do óleo arrecadado junto à população já informada, o sabão é produzido através de uma reação de saponificação no Laboratório de Bioquímica. Posteriormente, uma testagem de fórmulas para padronização é feita onde a fórmula de sabão ideal tem de se adequar a alguns critérios que se resumem a qualidade, facilidade de manejo, acessibilidade e baixo custo dos ingredientes, objetos do questionário aplicado. Amostras do sabão foram distribuídas à população, estudantes, professores e funcionários do Campus juntamente com questionários avaliativos. Chegou-se a uma fórmula padronizada com ph ideal (pH=10), boa consistência (rígido) e baixo custo que foi avaliada pela comunidade acadêmica como um sabão de boa qualidade.

Palavras - chave: conscientizar; meio ambiente; preservar; saponificação. INTRODUÇÃO

A preservação dos recursos naturais é cada vez mais necessária e incentivada no planeta e percebe-se tal fato principalmente quando observa-se que a maior parte dos resíduos sólidos e líquidos não são descartados de maneira adequada, provocando a poluição do meio ambiente onde são emitidos.

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O óleo utilizado em frituras é um exemplo destes resíduos, pois o mesmo ao entrar em contato com mananciais aquáticos gera graves problemas. O óleo mais leve que a água, fica na superfície criando uma barreira que dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, comprometendo assim, a base da cadeia alimentar aquática e os fitoplânctons (ALBERICI & PONTES, 2004).

Uma alternativa viável e ecologicamente correta para descarte deste óleo é a produção de sabão caseiro (AZEVEDO et al. 2009). Através de uma reação química - reação de saponificação - o hidróxido de sódio (base forte) transforma o óleo em um sabão de boa qualidade e baixo custo. Entretanto, os resultados satisfatórios com a produção de sabão dependem da metodologia a ser empregada. Conhecer e manipular os fatores variáveis como pH e grau de dureza, implica numa maior eficiência dessa técnica e, conseqüentemente, no estabelecimento de um protocolo eficaz. Encontrar uma fórmula que simultaneamente resulte em um sabão de boa qualidade, ph ideal, baixo custo, dureza e produção de espuma é fundamental para fixação deste protocolo.

Dessa forma, objetivou-se produzir um sabão de baixo custo a partir do aproveitamento de óleo de fritura de bares, restaurantes e residências das comunidades locais e alunos da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) ,que será utilizado por discentes e funcionários em suas residências, os quais doaram óleo para a coleta de informações a partir de questionário aplicado posteriormente.

METODOLOGIA

Os sabões foram e estão sendo produzidos no Laboratório Didático I (Química e Bioquímica) da Universidade do Estado da Bahia Campus VII, localizada em Senhor do Bonfim, Bahia.

Os materiais utilizados nos testes compreenderam (para cada 2 L de óleo utilizados): 400 ml de água quente ,100g de sabão em pó, 350 g de soda cáustica (NaOH), essência, 150ml de vinagre , papel indicador de pH e 100 ml de álcool.

O hidróxido de sódio em escamas foi dissolvido em um béquer com 400 ml de água para obtenção de soda cáustica. Esta foi adicionada aos 2 litros de óleo usado em um recipiente de 10L (balde). Em seguida adiciona-se lentamente o sabão em pó, a essência, o álcool e por último o vinagre (ácido acético). A mistura foi homogeneizada utilizando uma colher de pau ou um cabo de vassoura, até ficar consistente. Este tempo varia de 2 a 5 minutos. Após adquirir consistência pastosa, a mistura foi despejada em bandeja e desenformada após 7 dias.

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Após medir o pH com tiras de papel indicador, as barras foram cortadas, embaladas com papel filme e rotuladas com a marca “Ecosabão”. A seguir estão as 2 fórmulas usadas no presente trabalho, antes da aplicação do questionário:

Fórmula 1 2 litros de óleo;

350 g de NaOH diluída em 400 ml de água; 400 ml de água quente;

100g de sabão em pó;

Essência (perfume a critério do manipulador). Fórmula 2 2 litros de óleo;

350 g de NaOH diluída em 400 ml de água; 400 ml de água quente;

100 ml de vinagre; 100 de água sanitária; 100 ml de detergente;

Essência (perfume a critério do manipulador).

Um questionário para testar a qualidade e aceitação do “Ecosabão”, foi elaborado e encaminhado juntamente com uma amostra do mesmo a membros da comunidade acadêmica que doaram óleo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em um período de cinco meses cerca de 28 litros de óleo foram arrecadados sendo que aproximadamente 35Kg de sabão foram produzidos e distribuídos à comunidade acadêmica juntamente com o questionário.

Antes da distribuição, porém, foram realizados testes para determinação do pH segundo recomendações de (Da Cunha et al. 2000), o qual foi medido com tiras de papel indicador universal de pH na faixa de 0-14 (Merck ®) após o tempo de secagem.

O resultado obtido após a aplicação dos questionários está apresentado na tabela 1.

Tabela 1- Respostas ao questionário do “Ecosabão”.

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(%) (%) 1- Consistência Boa Mole Dura Quebradiça 68% 28% 4% 0% 43% 50% 7% 0% 2- Formação de espuma Excelente Boa Pouca 48% 44% 8% 50% 50% 0% 3- Remoção de sujeira Excelente Boa Média Ruim 50% 42% 4% 4% 65% 35% 0% 0% 4- Rendimento Bom Satisfatório Ruim 64% 36% 0% 58% 42% 0%

5- Comparação com outros sabões

Melhor Igual Inferior 28% 60% 12% 58% 42% 0%

6- Trocaria o sabão atual pelo Ecosabão Sim Talvez Não 52% 44% 4% 85% 15% 0%

A distribuição e utilização das amostras do Ecosabão seguida pela avaliação feita através do questionário mostrou que o sabão com fórmula 1 (F1) tem consistência superior ao sabão de fórmula 2 (F2). Já em relação à formação de espuma, ambas as fórmulas demonstraram serem satisfatórias a esse ponto, apresentando atribuição Excelente/Boa para remoção de sujeira para as duas fórmulas testadas.

Um bom rendimento foi atribuído aos dois tipos de sabão, segundo o questionário aplicado, 64 e 58% para as fórmulas 1 e 2, respectivamente. Esses dados iniciais norteiam os entrevistados para uma resposta mais segura e fundamentada aos quesitos posteriores (Comparação com o sabão comercial e troca do sabão usual pelo Ecosabão).

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Quando questionados sobre a comparação com outros sabões, 58% e 42% dos entrevistados disseram que o F2 é melhor ou igual, respectivamente, aos produtos comerciais. O sabão F1 foi caracterizado igual aos sabões comerciais por 60% dos entrevistados e 12 % disseram esta fórmula ser inferior ao produto comercial contra 0% da F2, o que nos permite inferir 100% de satisfação com o produto, apesar de esta fórmula apresentar um sabão mais mole, 50% dos entrevistados.

A F2 convenceu 85% do público a trocar o sabão comercial atualmente utilizado pelo Ecosabão e ninguém que respondeu ao questionário se negou a fazê-lo, testando esta fórmula. Já a F1 obteve 52% das opiniões positivas em relação a troca e 4% se negando a fazê-la.

CONCLUSÃO

Após tentativas com duas diferentes fórmulas para alcançar um sabão com pH ideal e qualidade inalterada, o questionário foi ferramenta fundamental para a adaptação e melhoria das fórmulas. Após pesquisas e debates internos, decidiu-se adicionar álcool para a obtenção de sabão com maior transparência, segundo (Santos Filho et al. 2006), e ácido acético com o objetivo de fixar o pH em 11, bem próximo do sabão comercial que apresenta ph 10.

Após as adaptações, a fórmula final do Ecosabão foi a seguinte:  350 g de NaOH completa para 400 ml de água;

 400 ml de água quente;

 150 ml de vinagre (Ácido acético);  150 ml de sabão em pó;

 Essência;  2 litros de óleo;  150 ml de álcool.

Ressalta-se que amostras de sabão com esta fórmula ainda não foram avaliadas pela comunidade, mas a consistência, a aparência e o tempo de secagem são claramente melhor do que observado nas primeiras fórmulas utilizadas.

Além de tirar o óleo do meio ambiente, padronizou-se uma fórmula adequada para distribuição em folhetos, para que donas de casa possam fazer nas suas próprias residências o seu sabão caseiro, e, portanto, incentivar a prática de fabricação de sabão, coleta do óleo usado, preservação do meio ambiente e economia na compra deste produto de limpeza.

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ALBERICI, R.M; PONTES, F.F.F. Reciclagem de óleo comestível usado através da fabricação de sabão. Eng. Ambient., Espírito Santo do Pinhal, v.1, n.1, p. 73-76, 2004.

AZEVEDO, O. A., RABBI, M. A., COELHO NETO, D. M., HARTUIQ, M.H. Fabricação de sabão a partir do óleo comestível residual: conscientização e educação científica XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física – SNEF 2009 – Vitória, ES.

DA CUNHA, C. P.; LOBATO, N.; DIAS, S. Problemática dos Tensioactivos na Indústria de Produção de Detergentes em Portugal. Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, Centro de Biotecnologia do Departamento de Engenharia Química, Lisboa, 2000. 25 p.

SANTOS FILHO. L. C. M. S., AMARAL, G. N., PARAGINSKI, G. L., et al.

Aproveitamento de óleo de fritura para a produção de sabão de baixo custo. Congresso de Iniciação científica e tecnológica em Engenharia. UNIJUL. 2006.

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