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Eu não te deixaria por nada, se possível: histórias de colonos do Vale do Itajaí

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

DEPARTAMENTO DE JORNALISMO

O PREÇO DA CARNE

Ayla Nardelli Passadori Natália Duane de Souza

Florianópolis Novembro de 2015

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Ayla Nardelli Passadori Natália Duane de Souza

O PREÇO DA CARNE

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Jornalismo, do Centro de Comunicação e Expressão, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a aprovação na disciplina Técnicas de Projetos em Comunicação, ministrada pela Profa. Daiane Bertasso, no segundo semestre de 2015. Orientador indicado: Carlos Locatelli

Florianópolis Novembro de 2015

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FICHA DO TCC – Trabalho de Conclusão de Curso – JORNALISMO UFSC

ANO 2015

ALUNO Ayla Nardelli Passadori Natália Duane de Souza

TÍTULO O preço da carne

ORIENTADOR Carlos Lacatelli MÍDIA Impresso Rádio X TV/Vídeo Foto Web site Multimídia CATEGORIA Pesquisa Científica Produto Comunicacional

Produto Institucional (assessoria de imprensa)

X Produto Jornalístico (inteiro) Local da apuração: Reportagem

livro-reportagem ( )

( ) Florianópolis ( ) Brasil (X) Santa Catarina ( ) Internacional ( ) Região Sul País: ____________ ÁREAS Agropecuária, direitos trabalhistas, produção de vídeo

RESUMO Este projeto de trabalho de conclusão de curso é de um vídeo documentário que busca discutir as condições de trabalho nos frigoríficos de Santa Catarina – SC. Pesquisas do Ministério Público do Trabalho -MPT indicam que o setor de produção dos frigoríficos é responsável pela geração de doenças físicas e mentais em seus trabalhadores devido às atividades repetitivas e longos períodos de trabalho. Diante disso, nos questionamos: quais são as condições de trabalho em frigoríficos de SC? Nos últimos anos, a agroindústria encara uma falta de mão de obra por conta da alta rotatividade de funcionários no setor, o que abriu espaço para contratação de estrangeiros, como haitianos, senegaleses. A partir dessa abordagem, verificamos se essa situação implicou em mudanças nas condições de trabalho. O vídeo documentário, de 40 minutos, terá como linha narrativa as entrevistas realizadas com trabalhadores do setor, aposentados, membros do sindicato e associações de trabalhadores, moradores e comunidades estrangeiras, procuradores do MPT e pesquisadores.

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EMENTA DO PROJETO

a. Título do projeto: O preço da carne

b. Natureza do projeto: VÍDEO documentário

c. Aluno(s) responsável(is): Ayla Nardelli Passadori, Natália Duane de Souza d. Suporte do projeto: Vídeo

e. Instituições envolvidas e equipe: Departamento de Jornalismo da UFSC f. Semestre programado para realização: 2016.1

g. Custos e fontes de financiamento: R$ 2.387,55 de fontes próprias h. Indicação do professor-orientador: Carlos Locatelli

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RESUMO

Este projeto de trabalho de conclusão de curso é de um vídeo documentário que busca discutir as condições de trabalho nos frigoríficos de Santa Catarina – SC. Pesquisas do Ministério Público do Trabalho – MPT indicam que o setor de produção dos frigoríficos é responsável pela geração de doenças físicas e mentais em seus trabalhadores devido às atividades repetitivas e longos períodos de trabalho. Diante disso, nos questionamos: quais são as condições de trabalho em frigoríficos de SC? Nos últimos anos, a agroindústria encara uma falta de mão de obra por conta da alta rotatividade de funcionários no setor, o que abriu espaço para contratação de estrangeiros, como haitianos, senegaleses. A partir dessa abordagem, verificamos se essa situação implicou em mudanças nas condições de trabalho. O vídeo documentário, de 40 minutos, terá como linha narrativa as entrevistas realizadas com trabalhadores do setor, aposentados, membros do sindicato e associações de trabalhadores, moradores e comunidades estrangeiras, procuradores do MPT e pesquisadores.

Palavras-chave: condições de trabalho, Santa Catarina, estrangeiros, frigoríficos, vídeo-documentário

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 07 1.1 Justificativa ... 09 1.2 Objetivos ... 11 1.2.1 Objetivo Geral ... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ... 11 2. DESCRIÇÃO DO PROJETO ... 12 3. DESENVOLVIMENTO ... 15 4. CRONOGRAMA ... 18 5. ORÇAMENTO ... 19 6. FINALIDADES ... 20 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 21 8. BIBLIOGRAFIA ... 23

ANEXO A – Termo de Aceito do Orientador ... 25

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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o agronegócio representa cerca de 23% do PIB brasileiro e 40% das exportações. Na avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - CEPEA (2014), o setor é estratégico em um ano de baixo crescimento em outros setores, sendo o grande responsável pelo superávit primário da balança comercial e contenção da alta da inflação (CEPEA/USP, 2014, p. 2).

Foram abatidos no segundo trimestre de 2015 aproximadamente 7,5 milhões de bovinos, 9,7 milhões de suínos e 1,40 bilhões de frangos (IBGE, 2015). Somente o segmento bovino representou queda em comparação com o trimestre anterior e o mesmo trimestre de 2014, justificado pelo

[...] reflexo da preocupação dos pecuaristas com a reposição do rebanho, como também em oportunidade de suprir a baixa oferta de animais para reposição, estimulada pela escassez de chuvas e pelo aumento do abate de fêmeas em períodos anteriores (IBGE, 2015, p. 6).

Já o abate de suínos e frangos teve incremento de 5,7% e 5,5% em relação ao mesmo período de 2014. A renda da pecuária representou R$ 397,96 bilhões no primeiro semestre de 2015, ou 32% do faturamento do agronegócio (CEPEA/USP, 2015). O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de carnes mundiais, e a expectativa é de rápido crescimento na próxima década, motivados pelo aumento do consumo interno e maior competividade no mercado mundial devido à desvalorização do real (OCDE-FAO, 2015). Projeções indicam que o Brasil deve, em dez anos, se tornar o quarto maior exportador de carne suína, segundo de carne bovina – atrás somente da Índia -, e maior exportador de carne de frango, responsável por 41,5% do mercado mundial (MAPA, 2015a, p. 95).

Nesse cenário, Santa Catarina se destaca principalmente nos segmentos de carne suína e de frango. A região sul foi responsável por 66,3% do abate de suínos, tendo Santa Catarina como maior produtor. O Estado teve, além disso, incremento de 10,7% nas exportações do segundo semestre, levando ao melhor resultado das exportações nos últimos sete trimestres (IBGE, 2015, p. 13). Em relação à carne de frango, a região sul corresponde por 60% da produção nacional, sendo SC o segundo maior produtor, atrás do Paraná (IBGE, 2015, p. 17). O crescimento se baseia no aumento da produtividade e, apesar da maior parte da produção ser absorvida pelo mercado interno, é impulsionado pela expansão dos produtos destinados à exportação. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a

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Alimentação e a Agricultura - FAO (2015) a contribuição desses produtos exportados aumentou acentuadamente nos anos 90, e segue estabilizado de forma geral.

É nesse contexto de integração brasileira ao mercado internacional que se deu o desenvolvimento da agroindústria catarinense, suplantando o mercado nacional – que deu início a essa mesma indústria. Segundo Santos (2013), para se manter competitiva, a indústria se valeu de subsídios do governo estadual e federal, apoio científico e educacional, implantação de avanços tecnológicos na planta produtiva, assim como a introdução de novas formas de organização de trabalho visando o aumento da produtividade e lucro das empresas. A reorganização do trabalho implica geralmente na inflexibilidade e alta intensidade do ritmo de trabalho, considerada pelo Ministério da Saúde (2001) como uma das causas dos aumentos de casos de lesão por esforço repetitivo (LER), que acometem trabalhadores da área.

Essas regiões que concentram o agronegócio geralmente são consideradas polos de desenvolvimento através da criação de postos de emprego e arrecadação de impostos, mas pouco se fala sobre a qualidade de emprego que é gerado (HECK, 2012). Não é mencionada a renda próxima ao salário mínimo ou a quantidade de doenças que acometem trabalhadores de frigoríficos (HECK, 2012). À pressão psicológica para se ajustar ao ritmo de produção, se aliam a exposição aos equipamentos cortantes, jornadas exaustivas e movimentos repetitivos, que podem causar lesões. Tudo é realizado em ambientes frios, o que aumenta risco de acidentes (REPÓRTER BRASIL, 2013). Dados do Ministério da Previdência Social (2013) mostram que trabalhadores de frigoríficos de suínos e aves apresentam quatro vezes mais problemas de inflamações em músculos e tendões que a média dos trabalhadores brasileiros empregados em outros setores.

Esses riscos motivaram inclusive a criação pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) da Norma Regulamentadora – NR nº 36, que estabeleceu diversas regras de segurança nesses ambientas. A publicação da NR foi um avanço, na medida em que reconhece certas doenças como influenciadas pelo trabalho e prevê medidas para evitá-las. Com a norma regulamentadora foram feitas as primeiras interdições ergonômicas pelo MPT no Brasil, com paralisação das fábricas (REVISTA LABOR, 2014). As medidas implantadas nas fábricas foram simples e objetivaram principalmente a instalação de ritmos de trabalhos mais humanos, diminuição da jornada de trabalho e estabelecimento de pausas.

Esse quadro de doenças físicas e mentais adquiridas nesse ambiente, que exige maior produção em menos tempo, afasta a vinda de trabalhadores tradicionais, o que faz com que a agroindústria da carne passe a procurar outra mão de obra: entram em cena os imigrantes, em sua maioria haitianos e senegaleses.

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Depois que, em 2010, o terremoto assolou o Haiti, o início de 2014 trouxe a marca de 12.352 carteiras de trabalho para haitianos emitidas no Brasil. Desse total, 5.670 estão registrados e trabalhando atualmente – mais da metade na região Sul. Segundo Mamed (2014) a cidade de Chapecó (SC), sendo o berço do conglomerado Brasil Foods, é um dos principais destinos de imigrantes. Eles chegam pelo Acre, muitas vezes à cidade de Brasileia, onde há abrigo montado pelo governo estadual para recebê-los – apesar do envolvimento do Estado na sua chegada, não os exime de vir ao Brasil por meio de rotas ilegais providenciadas por atravessadores, os chamados “coiotes”, sob o pagamento de US$ 2 mil a US$ 4 mil (MACHADO, 2012). Quando em território brasileiro pedem o status de refugiado, o que lhes garante a carteira de trabalho e a possibilidade de trabalhar imediatamente. Porém, caso tenham seu pedido negado, estão ainda mais sujeitos a sofrerem abusos no mercado de trabalho.

Assim que chegam ao Acre, passam por uma triagem encomendada pela indústria da carne: são avaliados os imigrantes por equipes dessas empresas, pelo coordenador do acampamento ou por agenciadores.

Além de considerar o perfil “home, jovem, saudável, solteiro, sem filhos, com algum tipo de experiência profissional ou escolarização”, na seleção o coordenador também averigua o porte físico do imigrante, buscando avaliar a espessura de suas mãos e canelas, o que indica, segundo ele, se a pessoa está ou não acostumada com o trabalho pesado. (MAMED, 2013, p.16).

Os senegaleses são procurados para abater os animais segundo os preceitos da religião islâmica. O método halal é exigido por países islâmicos, sendo que o trabalhador deve ser praticante da fé. De acordo com a FAMBRAS (Federação das Associações Mulçumanas do Brasil, 2014), o Brasil exportou em 2013 quase 1,8 milhão de tonelada de aves e outras 300 toneladas de carne bovina abatidas pelo método halal.

Segundo Magior (2015, p. 1), a indústria da carne se aproveita da jurisprudência frágil que envolve os imigrantes para sujeitá-los “a jornadas extensas de trabalho e a condições lamentáveis de alojamento e convivência social, colocando-os assim em uma situação de matabilidade, na qual a existência é essencialmente biológica”.

1.1. Justificativa

A carne é um dos principais componentes da refeição dos brasileiros, e matérias relacionadas à alta e a baixa de preços são pauta comum no jornalismo diário. Quando tange à agroindústria, as principais abordagens são o aumento ou queda da exportação, avanços

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tecnológicos, abertura de novos mercados internacionais e doenças que abatem os animais e prejudicam a imagem desse setor da economia frente aos países importadores, além dos prejuízos gerados pelo sacrifício de animais ou tratamentos. Quando há crescimento da indústria, o setor é tratado como um orgulho para o estado produtor e responsável pelo desenvolvimento regional.

Em mídias alternativas, a indústria da carne vem sendo tratada a partir de um viés ambiental, em que é responsabilidade pela emissão de gás carbono e consequente aumento no buraco da camada de ozônio, destruição de florestas para a plantação de soja – principal componente da ração de suínos e bovinos -, e poluição de rios. Essas questões foram abordadas no documentário Meat the truth (que pode ser traduzido como “Carne: a verdade” ou “Conheça a verdade”) e Cutting your meat (Cortando a carte).

A violação dos direitos dos animais é outra abordagem associada à indústria e ao consumo de carne. Este caso foi ressaltado pelo Instituto Nina Rosa, que promove a defesa dos animais e o vegetarianismo, em filmes como A Carne é fraca (2004) e A engrenagem (2012), onde é explicado o processo desde a criação até o abate, caracterizado como cruel ao longo dos filmes citados.

Queremos, através do trabalho de conclusão de curso, abordar outro viés da agroindústria: as condições de trabalho impostas aos trabalhadores do setor. Mostrar aqueles que não aparecem nas matérias jornalísticas sobre o aumento da produção, mas que são a causa e contribuem para esse crescimento em diversas plantas industriais espalhadas em Santa Catarina.

Embora não seja comumente publicado na grande mídia, o setor é alvo de fiscalizações do Ministério Público do Trabalho, que acabam multando empresas ou mesmo as interditando em caso de irregularidades. Na revista Labor do MPT (2014), são citados números constatados em duas plantas interditadas da JBS e BRF do Rio Grande do Sul: 90% dos entrevistados relataram dores na semana anterior à pesquisa, e 73% utilizaram medicamentos.

O documentário da organização não-governamental Repórter Brasil Carne e Osso (2013), baseado em um relatório da própria organização, é o único trabalho encontrado sobre essa abordagem. Um novo produto se faz necessário, pois no mesmo ano foi aprovada uma Norma Reguladora do MPT para o setor. Desde então, as empresas teriam que se adequar aos pontos especificados nesse documento, que envolvem desde equipamento de segurança, intervalos e jornada de trabalho. Cabe a nós, nesse documentário, averiguar a importância

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dessa norma regulamentadora, quais mudanças se deram desde então e se sua implementação foi efetiva.

Este documentário também pretende tirar o consumidor de sua alienação. É necessário que se reconheça que a carne posta em mesa é proveniente não apenas da exploração do trabalho, como é ditado pelo capitalismo, mas, tem a depredação do trabalhador como fonte para tocar a indústria. Segundo Marx (1983), o trabalho se torna a negação do humano sob o domínio das mediações alienantes do capital e é por isso que não há consideração pela saúde e vida dos trabalhadores.

Nossa intenção é mostrar as facetas desse trabalho também através dos relatos de um imigrante, já que essa indústria vem se apropriando do trabalho de estrangeiros. Essa narrativa também trará uma nova perspectiva para o tema migrações, que vem sendo tratado de diversas maneiras desde o começo da vinda de haitianos para o Brasil, e que ganha fôlego neste ano com a entrada de refugiados sírios no continente europeu – cenário retratado com frequência na mídia nacional -, mas que também buscam refúgio em outros cantos do globo.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Mostrar as condições de trabalho de brasileiros e imigrantes em frigoríficos de Santa Catarina.

1.2.2. Objetivos Específicos

 Relatar as condições de trabalho a partir da perspectiva de trabalhadores de empresas diferentes, trabalhando em setores diferentes;

 Buscar opinião de especialistas sobre direito do trabalho e médicos com especialização em doenças osteomusculares, além de engenheiros de produção com ênfase em

ergonomia;

 Buscar que medidas as empresas vem implantando através dos Recursos Humanos para melhorar ou controlar as condições de trabalho dos empregados;

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2. DESCRIÇÃO DO PROJETO

“Poderíamos dizer que o documentário é o que aqueles que se consideram documentaristas produzem” (NICHOLS, 1991, p.15, tradução nossa)1. Considerando que somos estudantes de jornalismo e não de cinema e que nossa experiência com vídeo até então foi voltada para a produção televisiva, a assertiva do teórico de cinema Bill Nichols poderia nos deixar livre para inserir elementos e estruturas do jornalismo de televisão. Porém, não parece ser interessante retratar a relação dos trabalhadores da indústria da carne com as empresas, condições de saúde do ofício e a incorporação de indígenas e imigrantes haitianos e africanos pelos frigoríficos, no modelo de passagem do repórter, texto em off e sonora.

Optamos pelo vídeo documentário por, além de propor desafios devido ao fato de ser nossa primeira experiência, este se mostrar como um formato em que se possibilita expandir a utilização da subjetividade de quem retrata. Nichols (2001) aponta que parte dos cineastas tempera a representação do mundo que compartilhamos com a sua própria visão deste; outros acabam por evidenciar a fidelidade do retrato, sem deixar que o estilo e a percepção do cineasta predominem sobre a história. Acreditamos que seguiremos este último exemplo, pois nos permite usar a linguagem narrativa do cinema, essa que nos permite exercitar a subjetividade, casada com o preceito de veracidade do jornalismo.

A assertiva do teórico que está no início desta parte denota que a definição de documentário é volátil e se altera de acordo com o que os documentaristas consideram admissível numa determinada época e lugar. Nichols sustenta que esse formato se destaca da ficção por guardar o estatuto de evidência do “mundo histórico”, o que o ratifica como fonte de conhecimento. “Documentários nos mostram situações e eventos que são reconhecíveis como parte de um campo de experiência compartilhada: o mundo como nós o conhecemos e enfrentamos, ou como nós acreditamos que outros o enfrentam.” (NICHOLS, 1991, p. xi-x).

Tendo em mente a função social do documentário, a subjetividade que buscamos se relaciona ao estilo de narrativa. De acordo com Colleyn,

O estilo do documentarista não corresponderia simplesmente a um “ornamento” artificial aplicado a uma realidade pré-existente ao momento da filmagem. O trabalho do cineasta inclui uma articulação dos elementos fílmicos que ressalte o que deve ser visto ou mostrado. (COLLEYN, 1993, p. 15 apud BARTLOMEU, 1999, p. 19).2

1 “We could say that documentary is what those who consider themselves to be filmmakers make” 2 COLLEYN, Jean-Paul. Le régard documentaire. Paris : Editions du Centre Pompidou, 1993

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Logo, esta qualidade não deve interferir na informação, distorcer os fatos. Serve para contar o retrato dos trabalhadores da indústria da carne, sendo fiel a ele, com uma visão própria.

O documentário deverá ter duração de 40 minutos, sem separação por blocos, e a seguinte estrutura: entrevistas que terão o papel de guiar a narrativa, sem utilização de textos em off, intercaladas com imagens da parte interna da indústria da carne, desde o setor de corte ao de embalagens, dos ambientes íntimos dos trabalhadores, do campo, de animais, entre outras. A ideia é desenvolver um roteiro que se desenrole em dois momentos simultaneamente: um linear e outro não-linear. Acompanharíamos a rotina de dois trabalhadores, mostrando suas casas, seus bairros, o que for próximo a eles e o momento do ofício – os funcionários seriam brasileiros e imigrantes. Essa parte compõe a linearidade. Entrevistas de outros trabalhadores do chão de fábrica, diretores ou gerentes das empresas, médicos, procuradores do Ministério Público do Trabalho, entre outras estariam sendo encaixadas ao longo do vídeo, fazendo parte da não-linearidade.

A proposta desse vídeo se encontra no que Nichols (2001) alcunha como a quarta fase do documentário, sendo a contemporânea, chamada de auto reflexiva. Os filmes misturam o discurso direto (no qual personagem ou narrador falam diretamente ao espectador) das entrevistas - estilo eminente nos anos 1970 - com passagens observacionais, comuns nos documentários de cinema direto dos anos 1950. Neste último estilo, se capta imagens e as deixa a quem assiste interpretar sem ajuda de nenhum comentário, implícito ou explícito. O documentário auto reflexivo preza mais pelos pressupostos estéticos que os outros dois estilos que o compõem.

As entrevistas não servirão apenas para costurar o enredo com a linearidade e não linearidade. Elas farão parte da “voz” do documentário:

[...] aquilo que, no texto, nos transmite o ponto de vista social, a maneira como ele nos fala ou como organiza o material que nos apresenta. Nesse sentido, “voz” não se restringe a um código ou característica, como o diálogo ou o comentário narrado. Voz talvez seja algo semelhante àquele padrão intangível, formado pela interação de todos os códigos de um filme, e se aplica a todos os tipos de documentário. (NICHOLS, 2001, p.50).

Nossa participação na “voz” vai além do estilo. Devemos não renunciá-la em favor dos personagens e também não tomar a atitude de apenas usar o discurso de observação, sem questionar o que se registra pela câmera. Temos como principais fontes bibliográficas:

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- Fernando Mendonça Heck, mestrando em Geografia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT)/Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Campus de Presidente Prudente. Membro do CEGeT – Centro de Estudos de Geografia do Trabalho e do GEOLUTAS – Geografia das Lutas no Campo e na Cidade;

- Antônio Tomaz Júnior, professor dos Cursos de Graduação e de Pós-Graduação em Geografia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT)/Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) /Presidente Prudente. Coordenador do Grupo de Pesquisa "Centro de Estudos de Geografia do Trabalho" (CEGeT)/Laboratório; e do Observatório do Trabalho Istívan Mészáros (OTIM);

- Letícia Mamed, doutoranda em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Bacharelado (2003) e Mestrado (2005) em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); é docente do Curso de Ciências Sociais e pesquisadora do Grupo de Pesquisa Mundos do Trabalho na Amazônia (CNPq-UFAC), atividades desenvolvidas no âmbito do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Acre (UFAC);

- Relatórios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre acidentes, segurança e direitos do trabalho e regularização da indústria.

As duas primeiras fontes nos ajudam com a linha editorial do documentário por terem análise marxista da produção industrial e condições de trabalho. Letícia Mamed trabalha no doutorado e publica artigos sobre a entrada de imigrantes, principalmente haitianos, no mercado de trabalho da agroindústria da carne na região centro-sul brasileira.

Fontes que possivelmente aparecerão no documentário são empregados do setor da fábrica, tanto nascidos no país quanto imigrantes; médicos que trabalham para a indústria e aqueles que estudam doenças causadas por esse trabalho, em especial as provenientes de movimentos repetitivos; Leonardo Cavalcante, coordenador do recém-criado Observatório das Migrações da Universidade de Brasília; Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho; Sandro Eduardo Sardá, procurador do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina; Erico Torsen, sócio da empresa Fribatec, que produz piscinas e sistemas de tratamento de efluentes, é a primeira a trazer haitianos de Brasileia (AC) para trabalhar em Chapecó.

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Pré-apuração

A pré-apuração foi iniciada no segundo semestre de 2015, durante a disciplina Técnica de Projetos, ministrada pela professora Daiane Bertasso. O tema do projeto de conclusão de curso foi decidido na terceira semana de agosto, sendo que o levantamento de bibliografia foi iniciado no mês de setembro.

Como o projeto terá como temática as condições de trabalho em frigoríficos de Santa Catarina e como imigrantes vem sendo incorporados a esse setor, começamos a levantar material sobre a temática, o que ficou à cargo da Natália, nos deparando com pouco material específico. Há somente um documentário sobre a questão trabalhista nesse setor da agroindústria, elaborado pela ONG Repórter Brasil: Carne e Osso (2013). A Ayla ficou com o dever de procurar documentários que fossem auxiliar na construção da narrativa do documentário de que se trata esse projeto, contribuindo com ideias, técnicas e abordagem. Ambas vimos os filmes que julgamos necessários, descartando o trabalho de vermos filmes repetidos.

Matérias jornalísticas em portais de informações são esparsas e, em geral, noticiosas, sem tratar o tema com profundidade. Há o destaque para o portal do Ministério Público do Trabalho, que dá vasão às atividades realizadas por essa organização. Através desse portal, pudemos confirmar a importância da execução desse trabalho de conclusão de curso. Desde outubro de 2014, o MPT publicou 22 matérias tratando de auditorias, infrações e processos relacionados a esse setor. Reportagens jornalísticas de maior fôlego foram encontradas também em veículos como Carta Capital, Veja, Notícias do Dia e, novamente, pela ONG Repórter Brasil.

Após uma primeira impressão do assunto, começamos a montar uma base de dados com textos das áreas de Ciências Sociais, Geografia, Engenharia de Produção e Medicina que estivessem relacionadas à nossa temática. Nos atemos mais às palavras-chave ergonomia, frigoríficos e condições de trabalho. Nossa maior dificuldade foi encontrar informações sobre a indústria em Santa Catarina, sendo que o foco de tais trabalhos se volta para os estados que concentram mais indústrias no setor – Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Outro obstáculo foi a especificidade dos trabalhos, que analisavam um dos segmentos (suíno, bovino ou aviário), em vez de olharem para a indústria de uma maneira global – proposta desse projeto. Nós lemos os textos igualmente, cada uma na ordem preferida. A Natália realizava anotações que

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pudessem ser relevantes e utilizadas posteriormente tanto no pré-projeto quanto no relatório de TCC, no próximo semestre.

3.2 Produção

Planejamos listar, em outubro, fontes que possam ser entrevistadas na região da grande Florianópolis. Foram majoritariamente retiradas da etapa anterior de pré-apuração, onde entramos em contato com alguns atores através dos trabalhos acadêmicos, matérias e relatórios. Essas entrevistas podem servir de base para nos aprofundarmos no assunto, além de possuir indicações de outras fontes e ajudar na seleção dos frigoríficos em que serão retratados no documentário. Essas mesmas fontes podem vir a ser contatadas em outra fase, dependendo do rendimento da entrevista e da qualidade da informação, para serem gravadas.

Em novembro e dezembro, devemos contatar essas fontes e agendar os horários, além de realizar as entrevistas antes das filmagens. As fontes foram divididas para que cada aluna pudesse tentar entrar em contato com as pessoas em questão. Essas pré-entrevistas não serão filmadas, mas terão como objetivo uma maior aproximação do tema, esclarecimento de possíveis dúvidas, busca de novas fontes – atores diretamente envolvidos e afetados pelo trabalho nos frigoríficos. As entrevistas serão feitas em conjunto por entendermos que é essencial ambas estarem a par da opinião dessas pessoas. Além disso, por se tratar de uma entrevista, considerados que duas repórteres, em vez de uma, podem fazer melhor uso do tempo que o entrevistado dispõe, propondo perguntas além do roteiro elaborado previamente. Essas perguntas podem surgir a partir da associação entre conteúdos previamente vistos e não compartilhado entre a dupla e declarações durante o tempo da entrevista.

Em dezembro devemos, com a locação das filmagens decidida, contatar os frigoríficos, sindicatos de trabalhadores e empresas, associação de moradores e de imigrantes para um primeiro contato e marcar as entrevistas para que, em janeiro, possamos realizar a primeira semana de apuração em uma das localidades escolhidas. Cada aluna ficará responsável pelo agendamento de parte das alocações, divido igualmente. A segunda semana de apuração, realizada em outra localidade do Estado, deve ser realizada em março, após o começo das aulas. Não poderemos realizar essa etapa mais cedo por motivos pessoais.

Durante a apuração in loco para realização de filmagens, a divisão de tarefas será da seguinte maneira: uma aluna ficará responsável pelo enquadramento da fonte em plano médio, enquanto a segunda fará imagens de cobertura. Ambas devem fazer perguntas, por mais que a responsável pelo enquadramento em plano médio tenha menos distrações e possa fazer mais perguntas. Esse esquema será adotado quando a filmagem se tratar de uma entrevista.

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Haverá momentos em que estaremos ocupadas em retratar cenários e sequências, e, neste caso, a divisão de tarefa será feita de forma semelhante. Em vez de uma aluna fazer enquadramento do entrevistado, fará enquadramentos médios e grandes, priorizando o cenário geral e composições. A outra aluna deve focar mais em detalhes, planos fechados e close-ups. 3.3 Pós-produção

Após realizadas as entrevistas iniciais e sendo estas transcritas, pretendemos trabalhar com a elaboração de um roteiro. O uso do roteiro nos irá auxiliar em diversos pontos:

a. Estruturação da narrativa: Ao organizarmos uma primeira versão de roteiro logo após as primeiras entrevistas, podemos começar a moldar o documentário e pensar em novas perguntas para as próximas entrevistas.

b. Edição: O roteiro permite que não precisemos rever as imagens para a seleção das melhores sonoras, além de já pré-determinar que imagens que cobrirão cada trecho de áudio. O resultado é que o processo de edição seja consideravelmente simplificado.

c. Captura de imagens: A partir da seleção de sonoras e sua organização em uma narrativa, podemos nos planejar quanto às imagens que precisamos capturar.

A primeira versão de roteiro pode ser elaborada logo após a primeira viagem de apuração, e deverá ser concluído no mês seguinte ao retorno da última viagem, em abril. A execução do roteiro se dará em conjunto, sendo que as decupagens serão distribuídas igualmente entre a dupla. Cada aluna ficará responsável pela escrita de uma parte do roteiro, enquanto a outra deve revisá-la e editá-la. Após a edição, o documento deve voltar para a aluna que originalmente o escreveu para uma segunda revisão e últimas alterações. Uma vez concluído o roteiro, será necessário providenciar uma vinheta de abertura para o documentário e outros elementos gráficos, como gerador de caracteres e animações (se necessário). A cor das imagens deve ser ajustada e o áudio do documentário trabalhado, com inserção de músicas, efeitos sonoros e equalização de sons. Toda a edição será, portanto, concentrada no mês de junho. Essa tarefa também será dividida, sendo que tanto a Ayla quanto a Natália farão as mesmas atividades em diferentes trechos do documentário, previamente divididos.

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4. CRONOGRAMA

Este cronograma foi elaborado levando em conta a hipótese de apresentação final do TCC na primeira semana de julho. Caso aconteça no final mês anterior, o cronograma será antecipado.

2015 2016

OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL

Entrega versão preliminar do projeto de TCC Entrega final do projeto de TCC Revisão do projeto de TCC Pesquisa e revisão bibliográfica Filmagens Elaboração do roteiro Edição Depósito das cópias do TCC para banca Defesa final

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ORÇAMENTO

O documentário será inteiramente custeado com recursos próprios. Os gastos estão elencados em três categorias: (1) passagens, (2) hospedagens e (3) equipamentos eletrônicos.

ITEM VALOR

Microfone de lapela R$ 74,55

Gravador Digital de Áudio Voz Tascam DR-05 R$ 665,00

HD Externo R$ 400,00

Passagens de avião de Florianópolis para Chapecó - Ayla R$ 304,00 Passagens de avião de Florianópolis para Chapecó - Natália R$ 304,00 Hospedagem na região Oeste de SC – 8 dias R$ 640, 00

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6. FINALIDADES

Como chegamos ao final da graduação em jornalismo em uma universidade pública, procuramos uma pauta que nos instigasse a produzir um material relevante para a sociedade. Sabendo que a agroindústria continua ocupando lugar importante na receita das exportações brasileiras, e que Santa Catarina está, ao decorrer dos anos, entre os estados que mais exportam carne suína e avícola, questionaremos as condições de trabalho de quem sustenta essa soberania – o funcionário de chão de fábrica.

Segundo o procurador Sandro Eduardo Sardá, entre 2003 e 2007, a Sadia pagou cerca de R$ 40 milhões em impostos para o Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, e no mesmo período o INSS pagou em benefícios aos trabalhadores da empresa quase R$140 milhões (MPT-RS, 2009). Esse dado aponta que além da saúde do trabalhador ser vulnerável na indústria da carne, esta já não se mostra imaculada para a economia brasileira.

Acreditamos que essa pauta nos trará muitos desafios: conseguir a permissão para gravar nos frigoríficos e fazer com que os funcionários que sofreram com as condições de trabalho relatem seu trabalho diante de uma câmera são os principais entraves. Porém, é justamente neles que encontramos o conteúdo que nos faz cumprir o dever com a sociedade e com a profissão que escolhemos. Esperamos que o documentário acrescente aos estudos de Engenharia de Produção, Medicina, Ciências Sociais, Antropologia. Pretendemos que o documentário fique com o Ministério Público do Trabalho e seja disseminado por grupos de jornalismo independente como Agência Pública e Repórter Brasil, além de fazer parte do nosso portfólio quando entrarmos no mercado de trabalho.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. BIBLIOGRAFIA

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