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Análise da produção pesqueira das embarcações sediadas no Porto de Itaipava-ES (2013-2017)

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CAMPUS PIÚMA

CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

BRUNO MUNIZ VIEIRA

ANÁLISE DA PRODUÇÃO PESQUEIRA DAS EMBARCAÇÕES SEDIADAS NO PORTO DE ITAIPAVA-ES (2013-2017).

PIÚMA 2018

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BRUNO MUNIZ VIEIRA

ANÁLISE DA PRODUÇÃO PESQUEIRA DAS EMBARCAÇÕES SEDIADAS NO PORTO DE ITAIPAVA-ES (2013-2017).

Monografia apresentada à Coordenadoria do Curso de Engenharia de Pesca do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Piúma, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Pesca.

Orientador: Prof. Dr. Jones Santander Neto

PIÚMA 2018

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Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP) Bibliotecária responsável Maria de Lourdes Cardoso CRB-6/3242

V657a Vieira, Bruno Muniz, 1982-

Análise da produção pesqueira das embarcações sediadas no Porto de Itaipava - ES / Bruno Muniz Vieira. – 2018.

50 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Jones Santander Neto

Monografia (graduação) - Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Piúma, Coordenadoria de Curso Superior de Engenharia de Pesca, 2018.

1. Recursos pesqueiros - Itapemirim(ES). 2. Pesca - Equipamentos e acessórios. 3. Pesca - Estatística. 4. Portos - Aspectos econômicos. I. Santander Neto, Jones. II. Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Piúma. III. Título.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, que me proporcionou a vida e bênçãos durante minha caminhada durante o período que estive na graduação.

A toda minha família (meus pais, meus avós, minha companheira e meu filho), em especial minha mãe, que me apoiou em momentos difíceis e me orientou a não desistir da minha caminhada e ao meu avô Nelson Muniz, que me apresentou a pesca, em que vários momentos de minha vida me fez levantar as seis da manha para acompanha-lo em suas pescarias em bote a remo e que a maioria desses momentos fiquei mareado.

Toda equipe da secretária de pesca e aquicultura de Itapemirim – ES, que durante esse período de estagio sempre me apoiou na minha escolha de tema e de dados para meu trabalho, principalmente ao Nansson Marvila e ao secretario de pesca do município José Arthur Marquiole.

Ao meu orientador, Jones que aceitou ser meu orientador e trabalhou sempre junto comigo, pela dedicação e cobranças necessárias para que o trabalho estivesse o melhor possível. Ao professor Thiago Holanda Basilio que no começo da minha caminhada me proporcionou uma experiência de trabalho no NEA (Núcleo de Educação Ambiental), onde pude ter meu primeiro contato com os pescadores da região, como estudante da Engenharia de Pesca. Aos professores, Marcelo Polese, André Batista, Henrique Lavander e equipe de professores do LANPOA (Laboratório de Nutrição e Propagação de Organismos Aquáticos), que me proporcionou uma experiência de trabalho e uma base fundamental para minha graduação. A toda equipe de estagiários do LANPOA, onde participamos juntos de vários congressos, apresentando trabalhos técnicos, e assim me fortalecendo cada vez mais em minha caminhada.

Ao IFES, Campus Piúma pela infraestrutura e apoio quando necessário, ao excelente ensino, a todos os professores que de alguma forma me orientaram nesse caminho.

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“Não importa o que aconteça, continue a nadar.” WALTERS, GRAHAM; 2003

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RESUMO

No presente trabalho foram abordadas as produções de captura pesqueira marítima entre 2013 a 2017, para conhecimento dos recursos alvos no município de Itapemirim-ES. Os registros de dados da pesca conduzidos pela secretaria de pesca de Itapemirim são importantes para compreensão do setor pesqueiro a nível municipal, estadual e nacional, através dos registros de produção, identificação das espécies mais capturadas para avaliar o direcionamento pesqueiro das embarcações do distrito de Itaipava. Com os dados avaliados o porto de Itaipava destaca sua importância para o setor pesqueiro nacional, uma vez que apresentou uma captura relevante dentro do estado e a nível nacional. Foi avaliada a produção média por desembarque, produção média por ano, produção média por grupo e produção média por subgrupo. A produção registrada no porto de Itaipava variou entre 2.200,9 t (2014) e 3.326,7 t (2016), com média de 2.622,7 t. Entre os grupos de espécies que mais se destacaram no porto de Itaipava estão os atuns e afins com produção média de 2.239,6 t. Entre estes, os subgrupos atuns/albacora e dourados foram os que mais se destacaram entre os períodos analisados, com média de 1.425,2 t e 518,2 t, respectivamente. Foi observado que os apetrechos de pesca mais utilizados na frota de Itaipava foram o espinhel de superfície e linha de mão.

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ABSTRACT

In the present work, the production of marine fishing from 2013 to 2017 was approached, in order to know the target resources in the municipality of Itapemirim-ES. Fishery data records conducted by the Itapemirim Fisheries Secretariat are important for the understanding of the fishing sector at municipal, state and national level, through production records, identification of the most captured species to evaluate the fishing direction of the vessels of the district of Itaipava. With the data evaluated the port of Itaipava highlights its importance for the national fishing sector, since it presented a relevant catch within the state and at the national level. It was evaluated the average production per landing, average production per year, average production per group and average production per subgroup. The production recorded in the Itaipava port ranged from 2,200.9 t (2014) to 3 326.7 t (2016), with an average of 2,622.7 t. Among the groups of species that stood out most in the port of Itaipava are the tunas and the like with average production of 2,239.6 t. Among these, the tunas / albacore and dourados subgroups were the ones that stood out the most between the analyzed periods, with a mean of 1,425.2 t and 518.2 t, respectively. It was observed that the fishing equipment most used in the Itaipava fleet was the surface and hand line.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Produção mundial em águas marinhas (FAO, 2012). ... 166

Figura 2 - Mapa de localização do município de Itapemirim-ES ... 22

Figura 3 - Registro em número de embarcações acompanhadas no desembarque e embarcações registradas na Secretaria de aquicultura e pesca do município de Itapemirim – ES em relação ao comprimento. ... 277

Figura 4 - Número de embarcações por apetrechos de pesca registrados nos desembarques acompanhados no porto de Itaipava-ES. ... 277

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Produção pesqueira extrativista marinha (FAO, 2018). ... 166

Tabela 2 - Classificação dos recursos pesqueiros divididos em grupos e subgrupos. ... 244

Tabela 3 - Número de desembarques monitorados de 2013 a 2017 pelo SEMAP...255

Tabela 4 - Produção de pescado dos grupos/subgrupos registrados no Porto de Itaipava-ES entre 2013 e 2017 (kg). ... 266

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LISTA DE ANEXOS

Anexo I - Ficha de desembarques por espécies, peso e informações sobre a embarcação...45

Anexo II - Ficha de cadastro das embarcações do município de Itapemirim-ES...46

Anexo III - Relação de família, espécies e nomes populares das espécies desembarcadas no porto de Itaipava-ES...47

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS

IFES - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FIPERJ - Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro FURG - Universidade Federal do Rio Grande

LANPOA - Laboratório de Nutrição e Propagação de Organismos Aquáticos MPA - Ministério da Pesca e Aquicultura

NEA - Núcleo de Educação Ambiental

SEMAP - Secretaria Municipal de Aquicultura e Pesca

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA... 14 3 OBJETIVO DA PESQUISA... 21 3.1 OBJETIVO GERAL... 21 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 21 4 MATERIAL E MÉTODOS... 22 4.1 ÁREA DE ESTUDO... 22 4.2 DADOS DE PRODUÇÃO... 23 4.3 MONITORAMENTOS DE DESEMBARQUES... 23

4.4 DIVISÃO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS... 24

5 RESULTADOS... 25

5.1 PRODUÇÃO GERAL... 25

5.2 PRODUÇÃO GRUPOS/SUBGRUPOS... 28

5.2.1 Produção Atuns e Afins... 28

5.2.1.1 Produção Subgrupo Atuns/Albacora... 29

5.2.1.2 Produção Subgrupo Dourado... 29

5.2.1.3 Produção Subgrupo Espadarte/Meca... 29

5.2.1.4 Produção Subgrupo Elasmobrânquios Afins... 29

5.2.2 Produção Grupo Outros... 29

5.2.2.1 Produção Subgrupo Badejo... 30

5.2.2.2 Produção Subgrupo Batata... 30

5.2.2.3 Produção Subgrupo Cioba... 30

5.2.2.4 Produção Subgrupo Garoupa... 30

5.2.2.5 Produção Subgrupo Olhudo... 30

5.2.2.6 Produção Subgrupo Pargo... 31

5.2.2.7 Produção Subgrupo Peroá... 31

5.2.2.8 Produção Subgrupo Sarda... 31

6 DISCUSSÃO... 32

6.1 PRODUÇÃO GERAL... 32

6.2 PRODUÇÃO ATUNS E AFINS... 34

6.2.1 Subgrupo Atuns/Albacora... 34

6.2.2 Subgrupo Dourado... 35

6.2.3 Subgrupo Espadarte/Meca... 35

6.2.4 Subgrupo Elasmobrânquios Afins... 36

6.3 GRUPO OUTROS... 36

6.3.1 Subgrupo Batata... 36

6.3.2 Subgrupo Cioba E Olhudo... 37

6.3.3 Subgrupo Peroá... 37

6.3.4 Considerações Finais... 37

6.3.5 Sugestões... 38

7 CONCLUSÃO... 39

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1 INTRODUÇÃO

A pesca é um método de capturar quaisquer organismos em ambiente aquáticos (CASTELLO, 2016). Podemos classificar a pesca como científica, amadora, de subsistência, artesanal ou de pequena escala e empresarial/industrial (Dias Neto, 2002).

A produção de pescado capturado no mundo em 2016 foi de 90,9 milhões de toneladas. A maior parte desta produção veio da pesca extrativa marinha, com 79,3 milhões de toneladas. A China se manteve na primeira colocação entre os maiores produtores do mundo em 2016. O Brasil obteve um crescimento significativo no ranking mundial ficando na 23° colocação(FAO, 2018).

No Brasil a pesca extrativa marinha (553.670,0 t) foi responsavel por 68,9% da produção da pesca extrativa total em 2011. A região nordeste foi responsavel pela maior parcela com 36,6% da produção nacional (186.012 t). As regiões Sul, Sudeste e Norte registraram 28,6% (158.515 t), 20,7% (114.877 t), 17% (94.265 t) respectivamente (MPA, 2011). A produção pesqueira marinha por espécie em 2011 mostra que o grupo de peixes corresponde a 87% da produção total, em seguida temos os crustáceos com 10% e moluscos com 3% (MPA, 2011).

Entre os estados o maior produtor de pescado oriundo da pesca extrativa marinha foi Santa Catarina, responsável por 22% de toda produção nacional (121.960,0 t). Em seguida temos o estado do Pará correspondendo com 15,8% da produção nacional (87.509,3 t) e o Rio de Janeiro foi o terceiro maior produtor de pesca extrativa marinha nacional em 2011, representando 14,3% da produção total (78.933,0 t). O Espírito Santo ocupou a 10° posição, representando 2,6% da produção nacional com 14.381,3 t (MPA, 2011).

A produção total de pescado no Espírito Santo em 2011 foi de 12.349 toneladas, provenientes de aproximadamente 35.303 desembarques. As espécies mais capturadas no estado do Espírito Santo foram o Dourado (Coryphaena hippurus), Camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri), Albacora-laje (Thunnus albacares) e o bonito (Katsuwonus pelamis) com produções de 2.836,8 t, 2.667 t, 1.136,3 t e 666,1 t, respectivamente (SILVA & SOARES, 2013).

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Entre os apetrechos de pesca que mais produzem no estado do Espírito Santo estão à rede de arrasto, linha, espinhel de dourado, espinhel de superfície, que produzem 3.497,2 t, 2.994,5 t, 1.691,4 t e 1.525,3 t, respectivamente, somando 78,6% da produção capixaba (SILVA E SOARES, 2013).

A obtenção de dados por meio de monitoramentos é fundamental para o conhecimento do setor pesqueiro, o comportamento dos estoques, possíveis variações nas capturas, nível econômico e explotação e manejo dos recursos pesqueiros. Sendo um instrumento importante para o planejamento e ordenamento da atividade (MPA-FURG, 2017; FRAGA et al., 2008; JÚNIOR, TAVARES E BRITO, 2006).

A escassez de dados de produção é um grave problema para o Brasil, reduzindo a capacidade do governo de realizar avaliações precisas do estado e da exploração dos recursos pesqueiros. A descontinuidade da estatística pesqueira nacional a parti de 2011, onde houve a interrupção do Sistema Nacional de Informações da Pesca e Aquicultura (SINPESQ) e consequentemente do Programa Nacional de Estatística Pesqueiro, contribuiu com o alto nível de exploração dos recursos marinhos ou em situação de sobrepesca, e, devido à queda de produção, o setor pesqueiro enfrenta uma grave crise econômica e social (RUFFINO, 2016).

Devido ao panorama de ausência de estatística pesqueira nacional desde 2011 e por consequência na maioria dos estados da federação, a secretaria municipal de aquicultura e pesca de Itapemirim (SEMAP), iniciou em 2013 o monitoramento do desembarque no porto de Itaipava, distrito municipal, com intuito de contribuir para a coleta de informações sobre a produção de pescado no município de Itapemirim. Neste sentido, o presente trabalho visa analisar os dados de produção da frota que desembarca no porto de Itaipava, Itapemirim, Espírito Santo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

A pesca é a ação de capturar organismos aquáticos para obter alimento. Ao longo da história da humanidade, a pesca constitui uma das atividades primárias que originaram e sustentaram as sociedades que desenvolveram uma cultura própria (CASTELLO, 2016). Essa atividade é vista como a mais extensa e séria influência humana dos mares (JACKSON et al, 2001).

A Lei nº 11.959/2009 (BRASIL, 2009) define a pesca como “toda atividade que se dedica a capturar ou extrair espécies aquáticas de qualquer corpo d’água”. Esta Lei estabelece ainda que “as atividades pesqueiras devem ser coordenadas e executadas com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da pesca e aquicultura como fonte de alimentação, emprego, renda e lazer, garantindo-se o uso sustentável dos recursos pesqueiros, bem como a otimização dos benefícios econômicos decorrentes, em harmonia com a preservação, a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, o ordenamento, a fiscalização da atividade pesqueira, a preservação, a conservação e a recuperação dos recursos pesqueiros e dos ecossistemas aquáticos, além de desenvolvimento socioeconômico, cultural e profissional dos que exercem a atividade pesqueira”.

A pesca pode ser classificada, segundo Art. 8, inc. I e II do Código de Pesca - Lei 11959/09, em pesca comercial e não comercial. São classificadas como pesca não comercial a pesca científica, com finalidade em pesquisa; pesca amadora, tendo como finalidade o lazer e desporto; e pesca de subsistência, praticada para fins de consumo domésticos ou sem fins lucrativos (BRASIL, 2009). A pesca comercial pode ser classificada como artesanal ou industrial diferenciada pelo tamanho e tipo de embarcação, tecnologia empregada, volume de captura e tipo de recurso (DIAS-NETO E DORNELES, 1996; FREITAS, 2003), e direcionada para o lucro e geração de renda que envolve uma série de realidades culturais, escalas econômicas, potenciais produtivos e impactos ambientais (CASTELLO, 2016).

De acordo com COTRIN (2008) a pesca artesanal é definida como atividade realizada por pescadores artesanais que formam grupos em parcerias ou grupos familiares que faz do extrativismo pesqueiro em diversos ambientes aquáticos. Já PARENTE e BATISTA (2005) definem pesca artesanal como atividade pesqueira

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que usa mão de obra familiar. Para CASTELLO (2016) as capturas artesanais são descarregadas em pontos de baixa infraestrutura, como pequenos atracadouros, ou mesmo praias, e suprem em sua maioria um comércio local ou regional de produtos in natura.

A pesca industrial é caracterizada como embarcações com tecnologia de captura bem desenvolvidas, alta capacidade de produção e maior autonomia marítima que faz com que essas embarcações atuem em amplas áreas (BRASIL, 1978; CASTELLO, 2016). A produção é direcionada ao mercado regional, nacional e internacional, podendo ter um papel importante no comércio pesqueiro de muitos países (CASTELLO, 2016). Essa frota normalmente é direcionada à captura de espécies com alto rendimento comercial (BRASIL, 1978) tanto sobre os recursos costeiros (camarões, lagostas, piramutaba e sardinha), quanto nas regiões oceânicas, na captura de atuns, espadarte, peixe-sapo, além de outros recursos de profundidade (REVIZEE, 2006).

O que define os fatores de produção e apetrechos necessários para a realização das pescarias são o tipo de embarcação e a escolha da espécie alvo, como os tipos de instrumentos a serem utilizadas, zonas de pesca a serem exploradas, estimativa de produção e tempo em dias e horas a serem gastos (BATISTA et al., 2007). Apesar dos diversos tipos de apetrechos de pesca e formas de pescarias, os métodos de captura adotam linhas de atuação definidas pelo habitat das espécies-alvo e pela zona pesqueira (CASTELLO, 2016).

A organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), por meio de documentos e reuniões técnicas, caracterizou pontos importantes para política sustentável dos recursos pesqueiros, que busca a sustentabilidade ecológica e a existência de órgãos que produzam informações confiáveis sobre os estoques pesqueiros (FAO, 2012). O setor pesqueiro constitui um importante segmento econômico e necessita de dados científicos a respeito da produção de pescado para programar políticas públicas adequadas para seu desenvolvimento (FERREIRA, 2005; RUFFINO, 2005; FERREIRA et al, 2007), bem como para que medidas de manejo das pescarias possam ser implementadas com intuito de garantir a sustentabilidade dos estoques pesqueiros (BEGOSSI et al., 2004).

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De acordo com a FAO (2012), nos últimos 20 anos a atividade pesqueira mundial tem mantido níveis de produção em torno de 90 milhões de t (figura 1). A pesca marinha em 2016 foi de 79,3 milhões de toneladas (tabela 1), representando uma diminuição de quase 2 milhões de tpara o ano de 2015 (FAO, 2018).

Figura 1: Produção mundial em águas marinhas (FAO, 2012).

Tabela 1: Produção pesqueira extrativista marinha (FAO, 2018).

Na produção de pescado vindo da pesca extrativa em 2010, tanto marinha quanto continental, a China se manteve como o maior produtor do mundo, com cerca de 15,7 milhões de toneladas, seguido pela Indonésia com 5,4 milhões de toneladas, Índia com 4,7 milhões de toneladas e os Estados Unidos com 4,4 milhões de toneladas, já o Brasil obteve uma melhora significativa na classificação mundial ficando na 23° colocação do ranking (FAO, 2018).

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O ano de 2011 foi o segundo mais produtivo, pouco a baixo dos 93,8 milhões de toneladas de 1996. No ano de 2012 foi possível observar valor próximo a média dos ultimos anos com uma produção de 86,6 milhões de toneladas (FAO, 2014). Ainda segundo a FAO (2014) as espécies de importância comerciais mais capturadas no mundo são a anchoveta-peruana Engraulis ringens (Jenyns, 1842); a polaca Theragra chalcogramma (Pallas, 1814); o bonito-listrado Katsuwonus pelamis (Linnaeus, 1758), que também é destaque na pesca nacional ocupando a quarta posição na produção nacional; o arenque do Atlântico Clupea harengus (Linnaeus, 1758) e a cavalinha Scomber japonicus (Houttuyn, 1782).

Com o aumento das capturas em níveis mundiais nas ultimas décadas, existia uma perspectiva de que os recursos pesqueiros pudessem suprir a demanda mundial por alimentos. Porém, gradativamente os estoques pesqueiros caíram em todo mundo, ocasionando, consequentemente, uma queda da pesca global (WATSON E PAULY, 2001; HUTCHINGS E REYNOLDS, 2004; WORM et al., 2009). Atualmente, estima-se que os estoques dos grandes peixes correspondem a menos de um décimo da biomassa existente antes de sua exploração nos oceanos (MYERS e WORM, 2003). Grandes estoques dos recursos marinhos estão reduzindo rapidamente sua biomassa (FAO, 2013). Nesse sentido, foi avaliado que 10,5% dos estoques encontravam-se subexplorados, 58,1% plenamente explorados e 31,4% sobre-explorados (FAO, 2016). Para a FAO, o aumento de estoques pesqueiros sobreexplorados e a redução dos estoques subexplorados desde a década de 70 é motivo de preocupação, indicando a necessidade de gestão eficaz em algumas áreas. Segundo (PAEZ, 1993; e GIULIETTI E ASSUMPÇÃO, 1995) a queda na produção pesqueira marítima é causada pela sobrepesca de algumas espécies e predação dos recursos naturais.

Só é possível conhecer o estado da exploração dos estoques e propor medidas de ordenamento através da estatística pesqueira. Contudo, não é uma tarefa simples, principalmente pela quantidade e distância entre os pontos de desembarques. São essas informações que da base para o ordenamento pesqueiro ou administração dos recursos, podendo dar um diagnóstico do setor, avaliando as interferências e os impactos de diversas naturezas (FIPERJ, 2014).

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O conhecimento das cadeias produtivas da pesca ajudou o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) a desenvolver diversas políticas públicas que incrementou a produção do pescado extrativo. A formação das cadeias produtivas que compõem o setor requer informações básicas para dar subsídio aos estudos e planejamentos de ações voltados ao desenvolvimento da pesca em nosso país (MPA, 2010).

Até o ano de 2012 o setor pesqueiro brasileiro indicava 1.041.967 pescadores registrados no MPA. Destes, 58,06 % (604.955) eram do sexo masculino e 41,94 % (437.012) do sexo feminino. A distribuição dos trabalhadores desse setor em território brasileiro mostra que a região Nordeste concentra a maior parte dos pescadores e o Centro-Oeste com menor concentração (MPA, 2012). De acordo com (GREGOLIN, 2010), o setor da pesca e aquicultura nacional gera cerca de 3,5 milhões de empregos e um PIB de R$ 5 bilhões.

A produção de pescado nacional para o ano de 2011 foi de 1.431.974,4 t, e se comparado ao ano de 2010 (1.264.765 t), houve um crescimento de aproximadamente 13,2 %. A pesca extrativa marinha permaneceu como a principal fonte de produção de pescado nacional, sendo responsável por 68,9 % do total de pescado registrado em 2011, com 553.670 t (MPA, 2011). Comparando com os anos de 2010 (536.445 t) e 2009 (585.671 t) é possível observar que a produção da pesca extrativa marinha teve pouca variação entre 2009 a 2011. A pesca artesanal representa 80% da produção nacional, enquanto a pesca industrial 20% dos desembarques pesqueiros (SILVA, 2014).

Em relação às espécies, os dados da produção pesqueira marinha nacional em 2011 são possíveis observar que o grupo dos peixes representou 87% da produção total, seguido pelos crustáceos com 10% e moluscos com 3%. A produção pesqueira marinha de peixes foi de 482.335,7 t em 2011, representando um crescimento de 3,6% em relação a 2010, quando foram produzidas 465.454,7 toneladas (MPA, 2011). Entre as espécies de peixes mais capturadas no Brasil, temos a sardinha verdadeira que apresenta o maior volume de desembarque, com 75.122,5 t em 2011, resultando em um aumento de quase 21% em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 62.133,9 t. Em seguida vem à corvina com 43.369,7 t e em terceiro vem outros grupos de peixes não identificados com 40.168,2 t. O bonito

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listrado foi à quarta espécie mais capturada, com 30.563,3 t, o que representou um aumento de 48 % em relação a 2010 (MPA, 2011).

Com a exaustão dos principais recursos pesqueiros costeiros a alternativa para o desenvolvimento do setor pesqueiro nacional esta na pesca oceânica, direcionada para a captura de atuns e afins, como mostra o aumento de quase 50 % do bonito listrado (HAZIN, 2010). Segundo (NEIVA, 2003), o Brasil não possui tecnologia para a pesca de atuns e afins, com isso, a uma necessidade de arrendar embarcações com tecnologia para explorar esse recurso, o que aumenta a produção nacional de atuns e afins, proporcionando um ganho em divisas internacionais ao país.

Segundo dados do MPA de 2011, a região nordeste do Brasil obteve uma produção de pescado capturado de 186.012 t, entretanto apresentou um decréscimo de aproximadamente 5,0 % em relação ao ano anterior (MPA, 2011). A Região Sudeste ocupa a terceira posição na produção de pescado marinho e estuarino do país (MPA, 2014).

Entre os Estado que mais produziram no ano de 2011 oriundo da pesca extrativa estão Santa Catarina (121.960 t) maior produtor, o Estado do Pará (87.509,3 t) seguindo pelo Estado do Rio de Janeiro (78.933,0 t) como o terceiro maior produtor de pescado marinho (MPA, 2011; MPA, 2014).

No estado do Espírito Santo através do programa de estatística pesqueira a produção total estimada foi de 12.349 toneladas, provenientes de aproximadamente 35.303 mil desembarques. Os dados mostraram também que as viagens de pesca com um dia de duração era de 82,4% e com duração mais de um dia de pesca era de 17,6%, o que caracteriza que no estado as viagens de pesca são de curta duração (SILVA & SOARES, 2013).

Entre as modalidades de pesca que mais produzem no estado do Espírito Santo estão a rede de arrasto 3.497,2 toneladas, a linha com 2.994,5 toneladas, espinhel de dourado com produção de 1.691,4 toneladas, espinhel de superfície 1.525.343 toneladas, multipetrecho 1.066.431 toneladas, rede de emalhar 784,1 toneladas, espinhel de fundo 401,1 toneladas, armadilha 280,8 toneladas e cerco com 108,3 toneladas (SILVA & SOARES, 2013).

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A pesca de atuns de Itaipava surgiu no final dos anos 80, onde a pesca era anteriormente feita com pargueiras e linha de mão, totalmente dirigida a peixes demersais. Com a descoberta do atum, recurso mais rentável e abundante, toda a frota redirecionou seu esforço de pesca, havendo a adoção do corrico como apetrecho e a Bacia de Campos como principal área de pesca. Além disso, essa mudança pode também ser atribuída à diminuição dos rendimentos das espécies demersais, mais sujeitas à sobrepesca (MARTINS et al., 2005).

A comercialização da produção do pescado capixaba é repassada para intermediários ou empresas de pesca. Os municípios do sul são dotados de razoável infraestrutura de serviços e o acesso às localidades pesqueiras é facilitado pela proximidade de rodovia asfaltada. A manutenção da pesca como atividade econômica tem grande importância social e cultural, no sul do Espírito Santo, principalmente a pesca voltada para atuns e afins (MPA, 2010).

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3 OBJETIVOS DA PESQUISA

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a produção de pescado desembarcado no porto de Itaipava, Espírito Santo, no período compreendido entre 2013 e 2017.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar as espécies desembarcadas no porto de Itaipava; • Apresentar as produções anuais de pescado no porto de Itaipava;

• Avaliar a flutuação da produção considerando a influência das principais espécies entre os períodos;

• Avaliar a flutuação da produção das principais espécies desembarcadas na região entre os períodos.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 ÁREA DE ESTUDO

O Município de Itapemirim (Figura 2) esta localizado no sul do Estado do Espírito Santo, distante 122 km da capital do estado e ocupando uma área de 557,156 km². Apresenta uma população de 33.610 habitantes e composto por 2.026pescadores registrados no RGP: Registro Geral da Atividade Pesqueira (SIMPESQ, 2015). A população residente de Itapemirim está distribuída em quatro distritos (Itapemirim – sede, Itaipava, Itapecoá e Rio Muqui) e cinco povoados: Graúna, Jerusalém, Limão, São João, Campo Acima e Cabral (IBGE, 2010)

Figura 2: Mapa de localização do município de Itapemirim-ES

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4.2 DADOS DE PRODUÇÃO

Os dados de produção utilizados no presente estudo foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Aquicultura e Pesca de Itapemirim (SEMAP), através do programa municipal de estatística pesqueira. A coleta de dados compreendeu o período entre os anos de 2013 e 2017. Para o ano de 2013, início do programa de estatística pesqueira municipal de Itapemirim-ES, temos somente dados da captura total em dados digitalizados. Alguns registros físicos (anexo 1) desse período, foram perdidos, impedindo a comprovação do número de desembarques por mês. Isto se dá pelo fato de que, ao desembarcar mais de uma vez por mês, as embarcações têm suas produções somadas. Além disto, a ausência dos registros físicos impossibilita a verificação da produção total de cada embarcação.

4.3 MONITORAMENTOS DE DESEMBARQUES

Os monitoramentos dos desembarques foram feitos através de entrevistas com mestres e pescadores das embarcações. Esse acompanhamento do desembarque é realizado diariamente na área de descarga do porto de Itaipava-ES. As informações foram coletadas, através de uma ficha (anexo 1) e são transferidas para o programa de estatística municipal, onde são computados em planilhas cadastradas por cada embarcação. Os dados dos desembarques pesqueiros foram digitalizados para posterior análise do programa de estatística pesqueira da Secretaria de Aquicultura e Pesca do município de Itapemirim-ES. As embarcações que contribuem pela primeira vez são separadas, cadastrada (anexo 2) e adicionadas ao programa de estatística, aumentando assim o número de embarcações cadastradas no sistema. As coletas das seguintes informações sobre a pescaria, tais como: nome da embarcação, proprietário, mestre, contato, número de tripulantes, observação e, produção em quilos das espécies mais comuns na região, são registradas (anexo 1). As informações das embarcações registradas, tais como: nome da embarcação, mestre, proprietário, número de inscrição na capitania, município, informações sobre característica da embarcação, método de pesca e espécie alvo foram inseridas em uma ficha de cadastro de embarcações (anexo 2).

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Foram analisadas fichas de cadrastro (anexo 1) de 82 embarcações que contribuem de forma efetiva com o registro de desembarque (anexo 2) no porto de Itaipava. 4.4 DIVISÃO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS

Para melhor entendimento a produção foi dividida em dois grupos contendo subgrupos (tabela 2). A divisão foi feita, levando-se em consideração os grupos e subgrupo de maior importância comercial para região. Os Elasmobrânquios foram separados em dois subgrupos diferentes: 1) espécies de Cações que são capturadas com a modalidade de pesca dos Atuns e Afins (Elasmobrânquios afins) e, 2) espécies capturados em quaisquer outras artes de pesca (Elasmobrânquios).

Tabela 2: Classificação dos recursos pesqueiros divididos em grupos e subgrupos.

Fonte: Autor

GRUPOS SUBGRUPOS COMPOSIÇÃO DOS SUBGRUPOS

ATUNS E AFINS

Atuns/albacora Atuns, Albacoras e os Bonitos

Dourados Dourados e Palombeta

Elasmobrânquios Afins

Cações: Azul, Lombo Preto, Galha Branca, Anequim e Martelo

Espadarte/Meca Espadarte, Meca e Agulhões

Outros afins Espécies restantes do grupo dos

Atuns e Afins

OUTROS

Elasmobrânquios Raias e cações restantes

Badejo Badejo

Batata Peixe Batata

Chicharro Chicharro Garoupa Garoupas Olhudo Olhudo/Xaréu Pargo Pargos Peruá Peroás Sarda Sardas

Outras espécies Espécies restantes do Grupo

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5. RESULTADOS

5.1 PRODUÇÃO GERAL

Um total de 91 espécies de organismos aquáticos, distribuídas em 43 famílias, foram desembarcadas no porto de Itaipava - ES (Anexo III).

Nesse trabalho foi analisado um total de 1.460 desembarques (tabela 3). Foi estimada a produção média anual e produção média por desembarques. Segundo a (tabela 3) no ano de 2014 foram registrados 240 desembarques, o menor registrado entre os anos. Em 2017 foram 473 registros de desembarques, ano com maior numero de desembarques.

Tabela 3: Número de desembarques monitorados de 2013 a 2017 pelo SEMAP.

Ano Desembarques 2013 - 2014 240 2015 390 2016 357 2017 473 Total 1.460 Fonte: Autor

A produção de pescado entre 2013 a 2017 variou de 2.200,9 t período com a menor produção (2014) a 3.326,2 t ano com a maior produção (2016). A média anual foi de 2.622,7 t.

O ano de 2016 e 2017 foram os anos com as maiores produções de pescado dentre os registrados (tabela 4). O peso médio por desembarques foi maior no ano de 2016, com média de 9,2 t e o ano com menor média por desembarque foi o ano de 2017 com 5,9 t. A produção média geral por desembarques durante o período analisado foi de 8,98 t.

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Tabela 4: Produção de pescado dos grupos/subgrupos registrados no Porto de Itaipava-ES entre 2013 e 2017 (toneladas). NOME VULGAR 2013 2014 2015 2016 2017 DOURADOS 180,2 613,5 842,7 711,2 243,7 ESPADARTE/MECA 95,6 77,3 126,3 92,3 156,1 ELASMOBRÂNQUIOS AFINS 47,8 71,5 153 174,1 224,9 ATUNS/ALBACORA 1.139,4 1.249,2 1.068,8 1.920,7 1.747,2 OUTROS AFINS 5,7 47,6 68,4 84,8 56,3

TOTAL (ATUNS E AFINS)

(T) 1.468,5 2.059,1 2.259,3 2.983,1 2.428,1 ELASMOBRÂNQUIOS 26,7 15,8 15,1 10,8 13 BADEJO 33,6 1,3 2,1 1,5 9,1 BATATA 4 5,1 8,4 42,8 13,5 CHICHARRO 5,5 11,5 11,7 33,1 25 CIOBA 150 - 0,251 0,403 0,391 GAROUPA 19,5 1,2 0,994 1,6 17,5 OLHUDO 374,4 9,7 4,1 4,8 0,865 PARGO 16,2 4,2 8,4 17,8 68,2 PEROÁ 18,2 11,3 19,9 42 58 SARDA 52 1,5 2 41,9 8,9 OUTRAS ESPÉCIES 182 80,2 116,8 146,4 144 TOTAL (OUTROS) (T) 882,1 141,8 189,6 343,1 358,6 PRODUÇÃO TOTAL (T) 2.350,6 2.200,9 2.448,8 3.326,2 2.786,7 Fonte: Autor

Foram observadas que embacações com comprimento entre 12 a 16 metros, foram as mais acompanhadas nos desembarques (figura 3). As embarcações de 12 a 14 metros de comprimento foram os que mais desembarcaram no porto de Itaipava com 40 embarcações acompanhadas. A modalidade de espinhel foi a que mais se destacou nos desembarques com 73 embarcações (figura 4). As embarcações que utilizam este apetrecho são responsáveis por 79,3% dos desembarques totais. As demais modalidade de pesca contribuiram em até 7,6% dos desembarques.

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Figura 3: Registro em número de embarcações acompanhadas no desembarque e embarcações registradas na Secretaria de aquicultura e pesca do município de Itapemirim – ES em relação ao comprimento.

Fonte: Autor

Figura 4: Número de embarcações por apetrechos de pesca registrados nos desembarques acompanhados no porto de Itaipava-ES.

Fonte: Autor

Para a produção do grupo Atuns e afins o ano de 2013 foi o menos produtivo com 1.468,5 t. Por outro lado, no grupo Outros 2013 foi o ano mais produtivo com 882,1 t. Os cinco subgrupos mais capturados no ano foram os Atuns/Albacora (1.139,4 t), seguido pelo Olhudo (374,4 t), Outros (182 t), Dourados (180,2 t) e Cioba (150 t). Em 2014, a produção do grupo de Atuns e Afins ultrapassou duas mil toneladas (tabela 4) e a produção do grupo Outros foi de 141,8 t. Ainda em 2014 os cinco

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subgrupos mais capturados foram os Atuns/Albacora (1.249,2 t) seguido pelo Dourado (613,5 t), Outras Espécies (80,2 t), Espadarte/Meca (77,3 t) e Elasmobrânquios Afins (71,5 t), A produção de atuns/albacora e dourado juntos somam quase 90% de toda produção desse ano.

Já em 2015 o grupo de Atuns e Afins registrou uma produção de 2.259,3 t. O grupo Outros a produção foi de 189,6 t. Os cinco subgrupos mais capturados foram os Atuns/Albacoras (1.068,9 t), seguidos por Dourados (842,7 t), Elasmobrânquios afins (153 t), Espada/Meca (126,3 t) e (116,8 t) para Outras espécies (tabela 4). Neste ano pôde ser observada uma queda na produção de Atuns/Albacora e um aumento na produção de Dourados. Estes somados correspondem a quase 85% das capturas dos cincos mais capturados.

Em 2016, os cinco subgrupos mais capturados foram os Atuns/Albacora (1.920,7 t), Dourados (711,2 t), Elasmobrânquios (174,1 t), Outras espécies (146,4 t) e (92,3 t) para o Espada/Meca (tabela 4). Atuns/Albacora e Dourados somado correspondem a 85% das capturas dos cinco primeiro colocados.

Em 2017 os cinco subgrupos mais capturados foram os Atuns/Albacora (1.747,2 t), Dourado (243,7 t), Elasmobrânquios (224,9 t), Espada/Meca (156,1 t) e (144 t) Outras Espécies (tabela 4). Pode-se observar que os atuns/Albacora permanecem na primeira colocação apesar de uma pequena queda em relação a 2016. Contudo, o grupo subiu em porcentagem em relação ao ano anterior ficando com quase 70% das capturas dos cincos pescados mais capturados. O dourado apesar de estar na segunda colocação sofreu uma forte queda em relação ao ano anterior, estando bem próximo dos demais colocados em relação à porcentagem das espécies mais capturadas.

5.2 PRODUÇÃO GRUPOS/SUBGRUPOS 5.2.1 Produção Atuns e Afins

O grupo de atuns e afins (tabela 4) foram os que obtiveram o maior numero em peso, registrados nos desembarques no porto de Itaipava. A produção média anual do grupo de atuns e afins entre os períodos estudados foi de 2.239,6 t de pescado.

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5.2.1.1 Produção Subgrupo Atuns e Albacora

O subgrupo de Atuns/Albacoras foi o que mais se destacou, em termos de produção durante o período analisado, sendo os anos de 2016 e 2017 os que mais registraram desembarques com produções de 1.920,7 e 1.747,2 t respectivamente (tabela 4). Nos anos de 2013, 2014 e 2015 em que a produção variou entre 1.068,8 a 1.249,2 t (tabela 4) a produção desde sempre esteve acima das mil toneladas. A produção média anual durante o período foi de 1.425,2 t.

5.2.1.2 Produção Subgrupo Dourado

O subgrupo Dourado atingiu sua a maior produção no ano de 2015 com 842.7 t (tabela 4). Os anos de 2014 e 2016 apresentaram valores próximos ao de 2015, já nos anos de 2013 e 2017 a produção foi baixa não ultrapassando 250 t. Com uma produção média de 518,2 t por ano este subgrupo se destaca entre as espécies mais capturadas no porto de Itaipava.

5.2.1.3 Produção Subgrupo Espadarte/Meca

A produção do subgrupo Espadarte/Meca variou ao longo dos anos (tabela 4). A maior produção foi no ano de 2017 com 156,1 t produção duas vezes maior o ano de 2014 quando a produção foi a menor registrada (77,3 t). A média de registro por ano deste subgrupo foi de 109,5 t.

5.2.1.4 Produção Subgrupo Elasmobrânquios Afins

O subgrupo Elasmobrânquio Afins obteve crescimento continuo na produção, com um valor mínimo de 47,8 t em 2013 e um valor máximo 224,9 t em 2017 (tabela 4). Para a produção do subgrupo Elasmobrânquios variou entre 10,8 e 26,7 t. A produção média para os subgrupos de Elasmobrânquios afins e subgrupo Elasmobrânquios foram 134,2 e 16,3 t respectivamente.

5.2.2 Produção Grupo Outros

Para o grupo Outros (tabela 4) entre os grupos estudados obteve a menor produção em relação ao grupo de Atuns e Afins com uma produção média anual foi de 383 t de pescado.

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5.2.2.1 Produção Subgrupo Badejo

O subgrupo Badejo obteve uma produção máxima de pouco mais de 33,5 t (tabela 4) no ano de 2013 tendo uma queda para os anos de 2014, 2015 e 2016 com produção de 1,3 to, 2,1 t e 1,5 t respectivamente. No ano de 2017 a produção voltou a subir atingindo 9,1 t, porém representando apenas 27,2% da produção de 2013. A produção média anual do Badejo foi de 9,5 t.

5.2.2.2 Produção Subgrupo Batata

A produção máxima do subgrupo Batata foi no ano de 2016 com uma produção de 42,8 t (tabela 4), e o menor valor registrado foi em 2013, em que a produção foi de apenas 4 t. A produção média foi de 14,8 t por ano.

5.2.2.3 Produção Subgrupo Cioba

Para o primeiro ano de registro de dados (2013), a produção do subgrupo Cioba foi a maior do período amostrado com uma produção de 150 t (tabela 4). No ano seguinte a produção foi de zero. Para os anos seguintes a produção não passou de 0,5 t. A produção média deste subgrupo foi de 30,2 t por ano.

5.2.2.4 Produção Subgrupo Garoupa

Os anos de maior produção do subgrupo Garoupa foram registrados em 2013 e 2017 com 19,5 e 17,5 t, respectivamente (tabela 4). O ano de menor produção foi 2015 com aproximadamente 1 t. A média de captura deste subgrupo foi de 8,2 t por ano.

5.2.2.5 Produção Subgrupo Olhudo

O registro de captura do subgrupo Olhudo em 2013 foi de 374,4 t (tabela 4), ano com maior produção. Nos anos seguintes a produção dessa espécie caiu de forma brusca de tal forma que no ano de 2014 sua produção foi de 9,7 t e continuou caindo até que em 2017 foi de apenas 0,9 t (tabela 4). A média de captura foi de 78,8 t por ano.

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5.2.2.6 Produção Subgrupo Pargo

A produção do subgrupo Pargo em 2017 foi de 68,2 t (tabela 4), a maior registrada entre os anos. Em 2014 teve a menor produção com 4,2 t (tabela 5). A média produzida foi de 22,9 t por ano.

5.2.2.7 Produção Subgrupo Peroá

As capturas do subgrupo Peroá atingiram maiores produções nos ano de 2017 e 2016 com 58 e 42 t, respectivamente (tabela 4). A produção no ano de 2014 foi a menor entre os períodos amostrados, com produção de 11,3 t (tabela 4), que corresponde a 19,5% do ano com maior produção. A produção média por ano foi de 29,9 t.

5.2.2.8 Produção Subgrupo Sarda

A produção do subgrupo Sarda obteve suas maiores produções nos anos de 2013 e 2016 com 52 e 42 t, respectivamente (tabela 4). Em 2014 foi registrada uma produção de 1,5 t, sendo a menor entre os anos amostrados, com apenas 2,9% de toda a produção de 2013. A média anual produzida foi de 21,3 t.

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6 DISCUSSÃO

6.1. PRODUÇÃO GERAL

A produção total média do município de Itaipava-ES (2.622,7 t) durante o período analisado corresponde a 18,2% (MPA, 2011) e 21,2% (Silva & Soares, 2013), respectivamente, comparando com a produção capixaba no ano de 2011. Vale ressaltar que, segundo o boletim de pesca e aquicultura de 2011, o Espírito Santo foi o 10° colocado na produção de pescado nacional da pesca extrativa marinha (MPA, 2011), com uma produção de 14.381,3 t (MPA, 2011). Se compararmos com o período mais produtivo (2016) e o menos produtivo a produção (2014), a produção de Itapemirim corresponde 23,1% (14.381,3 t) e 26,9% (12.349 t) da produção capixaba (MPA, 2011; SILVA & SOARES, 2013) respectivamente, para maior produção e 15,3% e 17,8% (MPA, 2011; SILVA & SOARES, 2013) respectivamente, comparando com o período de menor produção. Comparando com a produção nacional de 2011(MPA, 2011), a produção média do porto de Itaipava corresponde a 0,5% da produção brasileira.

A produção média anual no porto de Itaipava corresponde a apenas 3,5% de toda produção da pesca de Itajaí – SC em 2008 (UNIVALI/CTTMar, 2009). Isto se deve ao fato de que a modalidade de pesca no município de Itajaí é considerada industrial, ou seja, com maior autonomia, capacidade de armazenamento, além de concentrar a maior frota pesqueira do país.

Foi observado que 88,7% das embarcações acompanhadas no programa de estatística são maiores que 10 metros de comprimento (Figura 3), com isso sua capacidade de armazenamento é maior do que embarcações com menor tamanho. Contudo, considerando todas as embarcações cadastradas neste mesmo programa de estatística, apenas 56,8% estão acima de 10 metros de comprimento (ANDRADE, comunicação pessoal). Isto indica que as embarcações que vem sendo acompanhadas são as que tem maiores autonomia de viagem e maior capacidade de produção.

A média de produção de pescado por desembarques (8,98 t) é considerada alta e isto se provavelmente ao fato de que 88,7% das embarcações acompanhadas são maiores de 10m. A atividade pesqueira realizada em Salinópolis, onde foram

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acompanhados 374 desembarques com uma produção de 167,8 t de pescado (MAIA et al, 2011), com produção média de 0,45 t por desembarque. Esta produção média por desembarque corresponde a 0,005% da produção do porto de Itaipava – ES. Isto pode ser explicado pelo porte das frotas, uma vez que a produção de Salinópolis - PA vem de embarcações de pequeno porte, com menos de cinco metros de comprimento de casco.

A produção pesqueira média de Itaipava (2.622,7 t) foi 59,9% acima da produção do município de Aracaju-SE (1.470,3 t). Considerando que a pesca realizada em Aracaju é artesanal (THOMÉ-SOUZA et al., 2014) com embarcações de pequeno porte (83% de canoas a remo/vela ou motor) era de se esperar uma maior produção em Itaipava visto que 88,7% das embarcações desta tem comprimento superior a 10m.

Comparando esta produção com a produção da região de Araruama (262,3 t) que banha seis municípios do Rio de Janeiro, representa apenas 10% da produção média de Itaipava. Diferentemente do estado do Rio de Janeiro em geral, onde obteve uma produção em 2014 de 76.524,1 t, a região de Araruama tem uma frota pesqueira artesanal com embarcações de pequeno e médio porte (CORRÊA & BOTELHO, 2015; FIPERJ, 2014) o que explica a baixa captura em relação a Itaipava.

Comparando a produção de Angra dos Reis - RJ em 2015, a média da produção de Itaipava corresponde a 5,9% da produção de Angra (44.374 toneladas; FIPERJ, 2015). O município de Angra dos Reis – RJ é o maior produtor do estado do Rio de Janeiro, onde concentra a maiores embarcações do estado para captura da sardinha.

Comparando com a média de produção do sul do Rio grande do sul entre 2015 e 2016 (18.913,3 t), Itaipava representa 13,9% desta produção, contudo esta é oriunda quase que exclusivamente da pesca industrial (MPA-FURG, 2015; MPA-FURG, 2016). O comprimento das embarcações acompanhadas na região gaúcha é igual ou acima de 16 metros de comprimento, ou seja, maiores que as embarcações da frota de Itaipava, o que pode ajudar a explicar esta diferença.

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6.2 GRUPOS ATUNS E AFINS

Os registros da produção média pesqueira (2.239,6 t) por ano no porto de Itaipava-ES, para o grupo de atuns e afins correspondeu a 39,8% da produção estadual e 3,1% da produção nacional (SILVA & SOARES, 2013; MPA 2011). Se comparado com a participação da produção total do estado e do Brasil (~20% e 0,5%, respectivamente), observa-se que este grupo tem uma relevante dominância no porto estudado. Dessa forma, é possível observar que a pesca do estado do Espírito Santo na região sul é direcionada para captura de Atuns e Afins, principalmente no município de Itapemirim, onde quase 80% das embarcações acompanhadas são voltadas para a modalidade de espinhel.

A produção média no porto de Itaipava para este grupo (Atuns e Afins) corresponde a 9,1% e 86,9% de toda a captura de atuns e afins de Santa Catarina em 2008 e sul do Rio Grande do Sul em 2015, respectivamente (UNIVALI/CTTMar, 2009; MPA-FURG, 2015). A frota de Santa Catarina é industrial, voltada principalmente para o cerco, alem de ser o estado com maior produção em 2011. Isso explica à baixa produção se compararmos Itaipava com Santa Catarina. Já o direcionamento da pesca no Rio Grande do Sul é voltado para o arrasto duplo e rede de emalhe como as principais modalidades de pesca, com os atuns e afins representando apenas 13,2% das capturas total do sul do Rio Grande do Sul (MPA-FURG, 2015). Nesse sentido a produção de Itaipava sozinha apresenta produção equiparável com o Rio Grande do Sul.

6.2.1 Subgrupo Atuns/Albacora

A produção média do subgrupo atuns/albacora (1.425,2 t) registrado no porto de Itaipava corresponde a 74,4% (1.915,6 t), 3,4% (42.467,6 t) e 11,69% (16.427,5 t) de toda produção estadual, nacional e industrial de Santa Catarina, respectivamente (Silva & Soares, 2013; MPA, 2011; UNIVALl/CTTMar, 2009). A partir dos dados das produções estadual e nacional, pode-se observar a relevante capacidade do porto de Itaipava em capturar o subgrupo de Atuns/albacoras num contexto estadual e nacional. Santa Catarina como estado apresenta uma maior captura, contudo sua frota está enquadrada num contexto industrial, o que confere a estas um caráter mais produtivo.

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Comparando a produção média dos do subgrupo de Atuns/albacora com a produção de Aracajú – SE em 2013, observamos uma produção de 1.062,3 t acima de toda produção registrada (132 t; THOMÉ-SOUZA et al., 2014). Apesar dos atuns e albacoras serem a segunda mais produzida em 2013 em Aracaju, representam apenas 9% da produção total, que é direcionada para camarões. Isto indica que o direcionamento da pesca em Aracajú não é voltado para pesca de Atuns/albacoras. A produção média de Itaipava corresponde a 53,3% (2.674,7 t) da produção média de Niterói – RJ em 2014 e 2015 (FIPERJ, 2014; FIPERJ, 2015). Essa diferença se da pelo fato de que o número de desembarques em Niterói foi bem maior que me Itaipava, sendo o segundo município com mais registro de desembarques (FIPERJ, 2014).

6.2.2 Subgrupo Dourado

A produção média do subgrupo Dourado no porto de Itaipava foi de 518,2 t por ano, que coresponde a 18,3 %, 7,2% e 7,5% de toda produção capixaba (2011), nacional (2011) e catarinense (2008) respectivamente (SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011; UNIVALI/CTTMar, 2009). Apesar de o Dourado ocorrer em toda costa brasileira e ser captura em todo território marítimo nacional, a pesca direcionada ao Dourado é muito praticada na pesca comercial no porto de Itaipava, utilizando o espinhel de dourado. Diante disso, o município de Itaipava tem uma alta captura dessa espécie em relação aos demais municípios estaduais e nacionais. A média dos anos (2015, 2016 e 2017), onde a produção em Itaipava foram as maiores foi de 722,5 toneladas, essa produção superou em 489,6 t a produção de Niterói – RJ em 2015 (FIPERJ, 2015). Mesmo sendo da mesma região (sudeste), a pesca em Niterói apesar de considerada industrial, tem direcionamento para pesca da sardinha, logo a captura de dourado não foi tão expressiva.

6.2.3 Subgrupo Espadarte/Meca

A produção média referente ao subgrupo Espadarte/Meca (109,5 t) no porto de Itaipava representa 55,4% (197,5 t) e 3,6% (3.033 t) das captura estadual (2011) e nacional (2011) respectivamente (SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011).

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Em 2014 o município de Niterói – RJ obteve uma produção que corresponde a 87,7% da produção média de Itaipava em relação à produção média do espadarte/Meca. O município de Niterói foi responsável pela maior parcela na captura do espadarte/Meca (96,8%) das captura desse pescado com 96 t em 2014 (FIPERJ, 2014). O numero de embarcações acompanhadas em Niterói é maior do que no porto de Itaipava, porem apenas 1,2% das embarcações em Niterói utilizam o espinhel de superfície, apetrecho utilizado para captura desse subgrupo.

6.2.4 Subgrupo Elasmobrânquios Afins

A produção média dos subgrupos Elasmobrânquios afins é de 134,2 t. Essa produção média de Elasmobrânquios Afins corresponde a 57,5% (233,5 t) e 6,8% (1.979,5 t) da produção capixaba e nacional respectivamente, no ano de 2011 (SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011). A captura dos elasmobrânquios afins aumentou de forma crescente o que mostra um direcionamento especifico para captura dessas espécies. Recentemente o Brasil se tornou um dos maiores importadores de subprodutos de tubarões devido ao crescente interesse por essa proteína (Dent; Clarke, 2015; Barreto et al., 2017). É provável que isto tenha motivado o direcionamento e um crescimento contínuo da captura sobre esse subgrupo.

6.3 GRUPO OUTROS

As capturas referentes ao grupo Outros, registradas no porto de Itaipava foi de 383 t em média. A produção média de pescado em Itaipava corresponde a 5,7% (6.720,2 t) e 0,08% (481.108,1 t) em nível estadual (2011), nacional (2011) respectivamente (SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011). Esse valor em nível estadual e nacional mostra que a pesca em Itaipava não é direcionada ao grupo Outros.

6.3.1 Subgrupo Batata

A média de produção (14,8 t) no município de Itapemirim da batata corresponde a 50,9% (29,1 t) e 1,8% (805,7 t) das produções capixaba (2011), nacional (2011) respectivamente (SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011). A produção do subgrupo Batata no estado capixaba, é considera baixa, isso se deve pelo fato do Batata ser capturado com espinhel de fundo e a característica da pesca no Espírito Santo é

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principalmente de arrasto, que corresponde a 49,9% dos apetrechos de pesca e o espinhel de fundo corresponde a 3,1%.

6.3.2 Subgrupo Cioba e Olhudo

A produção média da produção do subgrupo Cioba no porto de Itaipava (30,2 t) correspondendo 21,2% (142,1 t) e 1% (3.014,5 t) das capturas capixaba e nacional em 2011. Para as captura do Olhudo a produção média (78,8 t) foi maior que toda produção capixaba (40,9 t) no ano de 2011 com 37,9 t a mais e corresponde a 3,2% das capturas nacionais (2.476,5 t) em 2011(SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011). As capturas da Cioba e Olhudo no estado do Espírito Santo em 2011 foram menores se comparado ao ano de 2013 da produção de Itaipava. Isso se deve, provavelmente por um erro de coleta no ano de 2013 em que os dados foram coletados junto com a compra dessas espécies desembarcadas em Vitória-ES, por uma empresa de processamento de pescado localizada no município de Itapemirim. Isto levou a uma produção maior que o esperado para a região considerando o direcionamento dessa frota.

6.3.3 Subgrupo Peroá

A produção média do Peroá em Itaipava foi 8,3% (358,6 t) e 0,6% (5.284,1 t) referente à produção estadual e nacional de 2011 respectivamente (SILVA & SOARES, 2013; MPA, 2011). A produção do Peroá no porto de Itapemirim é considerada baixa, pois a embarcações que capturam essa espécie geralmente são embarcações de pequeno e médio porte e são pescaria com menos de 24 horas de viagens. Diferente das embarcações de Itaipava, onde em média de viagens são 12 dias de viagem.

6.3.4 Considerações Finais

O porto de Itaipava é um importante produtor de pescado marítimo capturado do Estado capixaba. Mesmo não sendo possível a análise do esforço de pesca, por falta de algumas informações na ficha de coleta de dados (anexo 1), os dados

coletado pelo SEMAP foram suficiente para indicar um direcionamento para capturas de Atuns e Afins.

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Para realizar avaliações de estoque das espécies capturadas através dos dados coletados em Itaipava é fundamental a coleta de dados de esforço das pescarias para aplicar nos modelos de produção geral (SPARRE; VENEMA, 1997), e atualmente a SEMAP não vem coletando esse tipo de informação.

6.3.5 Sugestões

A produção registrada no Porto de Itaipava-ES poderia ser maior caso os mestres e pescadores reportassem com mais fidedignidade as informações da pescaria e se todas as embarcações, sem exceção, tivessem suas capturas informadas.

Para melhoria das informações coletadas, seriam necessários treinamentos periódicos dos coletores de dados e pescadores quanto à identificação mais precisa das espécies, uma vez que espécies diferentes são agrupadas com um mesmo nome popular.

Promover campanhas junto aos pescadores sobre a importância da nota fiscal, mostrando a importância para a arrecadação municipal e desenvolvimento do setor, além de apresentar as vantagens que estas análises de dados podem gerar para que o setor (pescadores) solicitem melhorias nas suas condições, tais como: seguro-defeso, infra-estrutura de recepção de pescado, cursos de pescador (POP - Pescador Profissional, PEP - Pescador Profissional Especializado, etc), dentre outros.

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7 CONCLUSÃO

A pesca no município de Itapemirim é direcionada para captura de Atuns e Afins, principalmente dos subgrupos de Atuns/albacoras e Dourado. O porto de Itaipava tem uma produção de pescado considerada alta, principalmente em relação aos Atuns e Afins, se comparado com o Espírito Santo e Brasil.

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