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Análise do desempenho econômico e financeiro de empresas do varejo listadas na b3: magazine luiza, lojas americanas e via varejo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOSIANE JARLISE TRÄSEL

ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO DE

EMPRESAS DO VAREJO LISTADAS NA B3: MAGAZINE LUIZA,

LOJAS AMERICANAS E VIA VAREJO.

IJUÍ (RS)

2018

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JOSIANE JARLISE TRÄSEL

ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO DE

EMPRESAS DO VAREJO LISTADAS NA B3: MAGAZINE LUIZA,

LOJAS AMERICANAS E VIA VAREJO.

Trabalho de conclusão do curso apresentado ao DACEC – Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Prof ª Orientadora: Ms Stela Maris Enderli

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AGRADECIMENTO

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, por estar sempre comigo ao longo de todo percurso, por toda saúde e força que me destes para que fosse possível a realização deste sonho.

Aos meus pais, Ivo e Ilse, que nunca deixaram de acreditar em mim e sempre estão ao meu lado me incentivando, me dando força e me apoiando em todos os momentos. Obrigada por tudo que vocês já fizeram e ainda fazem por mim, obrigada por todos os esforços que tiveram durante estes anos para que fosse possível a minha formação, obrigada pela educação, amor, cuidado e carinho de sempre. Faltam palavras para agradecê-los, obrigada por tudo. Ao meu irmão Luciano pela compreensão nos momentos de estudo.

Aos professores do curso por todos os ensinamentos compartilhados, em especial para a minha professora orientadora Stela Maris Enderli por ter acreditado e apostado em mim. Sou imensamente grata por todos os conhecimentos divididos, pelas dúvidas sanadas e por toda a paciência e dedicação que tivestes.

E por fim, a todas as pessoas que não foram aqui nomeadas, mas que estiveram ao meu lado durante esta jornada, sempre me ajudando, me dando apoio, carinho e compreensão, muito obrigada!

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RESUMO

O presente estudo consiste em evidenciar por meio dos indicadores de análise das demonstrações contábeis a performance econômica e financeira comparada de três empresas pertencentes ao setor do varejo e listadas pela B3. Esse tema desenvolvido visa mostrar a importância de conhecer o cenário em que a empresa se encontra, bem como da correta análise e interpretação das informações constantes nas demonstrações contábeis para auxiliar no gerenciamento organizacional e garantir que sejam tomadas decisões assertivas. Esta pesquisa caracterizou-se como pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva, bibliográfica, documental e multicaso. O estudo foi desenvolvido com base em indicadores calculados e analisados a partir do Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa, disponíveis no site da B3, que tiveram seus valores atualizados para o último ano da série em estudo. Os resultados apresentados revelam que o Magazine Luiza apresenta os melhores indicadores de giro e de dispêndios de capital. As Lojas Americanas apresentam a melhor liquidez e rentabilidade, enquanto a Via Varejo apresenta os melhores indicadores de garantia de dívida, de imobilização do patrimônio líquido, de lucratividade, de qualidade do resultado e de retorno do fluxo de caixa.

Palavras-chave: Análise das Demonstrações Contábeis; Indicadores econômicos e financeiros; Análise de performance.

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LISTA DE QUADROS

Quadro nº 1: Estrutura do Balanço Patrimonial ... 18

Quadro nº 2: Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício ... 19

Quadro nº 3: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Indireto ... 21

Quadro nº 4: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Direto ... 22

Quadro nº 5: Cálculo do fator de atualização pelos índices do IGPM ... 48

Quadro nº 6: Indicadores de Liquidez. ... 49

Quadro nº 7: Indicadores da Garantia de Dívidas. ... 53

Quadro nº 8: Indicador do Grau de Imobilizado. ... 56

Quadro nº 9: Indicadores de Lucratividade. ... 57

Quadro nº 10: Indicadores de Rentabilidade. ... 60

Quadro nº 11: Indicadores de Giro. ... 63

Quadro nº 12: Indicador de Qualidade do Resultado. ... 66

Quadro nº 13: Indicadores de Dispêndios de Capital. ... 67

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AC Ativo Circulante

AO Ativo Operacional

AP Ativo Permanente

ARLP Ativo Realizável a Longo Prazo

AT Ativo Total

B3 Brasil, Bolsa, Balcão

CCL Capital Circulante Líquido

CDC Coeficiente de Dívidas Circulante

CDLP Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo

CDT Coeficiente de Dívidas Totais

CPCT Coeficiente de Participação do Capital de Terceiros CPDCP Coeficiente de Participação de Dívidas de Curto Prazo

CS Capital Social

CSM Coeficiente de Segurança Máxima

DFC Demonstração do Fluxo de Caixa

ERE Exame de Rotação dos Estoques

FCO Fluxo de Caixa Operacional

GIPL Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido

LC Liquidez Circulante

LG Liquidez Geral

LI Liquidez Imediata

LLE Lucro Líquido do Exercício

LOB Lucro Operacional Bruto

LOL Lucro Operacional Líquido

LS Liquidez Seca

NBC TG Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral

PC Passivo Circulante

PELP Passivo Exigível a Longo Prazo

PL Patrimônio Líquido

PMCD Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas

PMPD Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas

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PT Passivo Total

ROL Receita Operacional Líquida

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

TMLB Taxa de Margem de Lucro Bruto

TMLLE Taxa de Margem de Lucro Líquido do Exercício TMLOL Taxa de Margem de Lucro Operacional Líquido

TRAT Taxa de Remuneração do Ativo Total

TRCS Taxa de Rentabilidade do Capital Social TRI Taxa de Retorno do Investimento Operacional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10

1.1 DEFINIÇÃODOTEMAEMESTUDO ... 11

1.2 PROBLEMATIZAÇÃODOTEMA ... 11 1.3 OBJETIVOS ... 13 1.3.1 Objetivo geral ... 13 1.3.2 Objetivos específicos ... 13 1.4 JUSTIFICATIVADAPESQUISA ... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 CONTABILIDADE ... 15 2.2 DEMOSTRAÇÕESCONTÁBEIS ... 16 2.2.1 Balanço Patrimonial ... 17

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 18

2.2.3 Demonstração do Fluxo de Caixa ... 20

2.3 ANÁLISEDASDEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS ... 23

2.4 INDICADORES DASITUAÇÃOFINANCEIRA ... 24

2.4.1 Análise de liquidez ... 24

2.4.2 Análise de garantia da dívida ... 28

2.4.3 Grau de Imobilizado ... 31

2.5 INDICADORESDASITUAÇÃOECONÔMICA ... 32

2.5.1 Indicador de lucratividade ... 32

2.5.2 Estudo da rentabilidade ... 34

2.6 INDICADORESDASITUAÇÃOOPERACIONAL ... 37

2.6.1 Indicadores de giro ... 37

2.7 ANÁLISEDOFLUXODECAIXA ... 38

2.7.1 Quocientes de qualidade do resultado ... 39

2.7.2 Quocientes de dispêndios de capital ... 39

2.7.3 Retornos do Fluxo de Caixa ... 40

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 41

3.1 CLASSIFICAÇÃODAPESQUISA ... 41

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza ... 41

3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem ... 42

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3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ... 43

3.2 POPULAÇÃOEAMOSTRA(UNIVERSOEAMOSTRA) ... 44

3.3 COLETADEDADOS ... 45

3.4 ANÁLISEEINTERPRETAÇÃODOSDADOS ... 46

4 ANÁLISE DOS DADOS ... 48

4.1 ANÁLISEDOSINDICADORESFINANCEIROS ... 48

4.1.1 Análise dos indicadores de liquidez ... 48

4.1.2 Análise dos indicadores da garantia de dívida ... 52

4.1.3 Análise do grau de imobilização do patrimônio líquido ... 55

4.2 ANÁLISEDOSINDICADORESECONÔMICOS ... 56

4.2.1 Análise dos indicadores de lucratividade ... 57

4.2.2 Análise dos indicadores de rentabilidade ... 59

4.3 ANÁLISEDOSINDICADORESDASITUAÇÃOOPERACIONAL ... 62

4.3.1 Análise dos indicadores de giro ... 62

4.4 ANÁLISEDOFLUXODECAIXA ... 65

4.4.1 Análise dos indicadores de qualidade do resultado ... 65

4.4.2 Análise dos indicadores de dispêndios de capital ... 67

4.4.3 Análise dos retornos do fluxo de caixa... 68

4.5 CONCLUSÕESDODESEMPENHODASEMPRESAS ... 70

CONCLUSÃO ... 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 74

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1 INTRODUÇÃO

As empresas cada vez mais operam em ambientes extremamente competitivos, sendo de fundamental importância o planejamento e o gerenciamento das informações contábeis de ordem patrimonial, econômica e financeira para que elas alcancem seus objetivos organizacionais e se mantenham no mercado.

Neste contexto, a contabilidade é uma ciência que estuda as variações que ocorrem no patrimônio das entidades, mediante o registro, classificação, análise e interpretação desses fatos, disponibilizando por meio das demonstrações contábeis, todas as informações necessárias à tomada de decisões e condução da empresa. (FRANCO, 1996).

O presente trabalho tem por base a análise das demonstrações contábeis de três empresas do setor do varejo listadas pela B3 a fim de evidenciar por meio de indicadores o desempenho econômico e financeiro comparado.

A análise das demonstrações contábeis, portanto, consiste na extração de informações geradas pelos demonstrativos contábeis para auxiliar os usuários internos e externos na compreensão da situação patrimonial, econômica e financeira. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

O primeiro capítulo apresenta a introdução, a definição do tema do estudo, o problema do estudo, os objetivos gerais e específicos, bem como as justificativas para o estudo realizado.

No segundo capítulo é abordado o referencial teórico com intuito de apresentar conceitos a respeito do tema em questão, contemplando a contabilidade, demonstrações contábeis, análise das demonstrações contábeis, análise financeira, análise econômica, análise operacional e análise de indicadores a partir das demonstrações do fluxo de caixa.

No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia do estudo utilizada, classificando a pesquisa quanto a natureza, quanto a forma de abordagem, quanto aos objetivos, quanto aos procedimentos técnicos, bem como, explica-se a forma como os dados foram coletados, analisados e interpretados. Na sequência apresenta-se o fluxograma das diversas etapas da análise.

No quarto capítulo apresenta-se a análise dos dados visando responder a questão investigada e na sequencia encontra-se a conclusão deste estudo e as referências bibliográficas consultadas.

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1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A gestão organizacional é decorrência de uma adequada percepção de cenário e um profundo conhecimento das potencialidades e processos internos da organização de modo a permitir um processo decisório exitoso. Assim, pode-se dizer que a qualidade e disponibilidade de informações é determinante ao sucesso organizacional.

É neste sentido que a contabilidade é percebida como um instrumento de registro, controle e interpretação das variações que ocorrem no patrimônio de uma determinada entidade, sendo de fundamental importância para a tomada de decisão e condução da empresa. Conforme Basso, Brizolla e Filipin (2017), a contabilidade tem como finalidade gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, emitindo relatórios qualitativos e quantitativos, permitindo ao usuário da informação contábil projetar o futuro e reprogramar metas, projetos e resultados.

Sendo assim, a contabilidade para mensurar as informações e se tornar útil aos seus usuários utiliza-se de quatro grandes técnicas contábeis que são a escrituração, os demonstrativos contábeis, a auditoria e a análise de balanços.

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015), a análise de balanço ou análise financeira consiste na extração de indicadores, dados e informações constantes nas demonstrações contábeis para o estudo, avaliação e análise da realidade patrimonial, financeira e econômica da entidade. Este tipo de análise é importante para os gestores da entidade, mas também para diversos stakeholders externos que tenham algum interesse na entidade.

De acordo com Padoveze e Benedicto (2014, p. 3) “[...] a análise financeira consiste em um processo meditativo sobre os números de uma entidade, para avaliação de sua situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade”.

Desta forma, o tema abordado neste estudo envolve a análise das Demonstrações Contábeis de empresas de varejo, listadas pela B3.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Como já mencionado, a análise das demonstrações contábeis é importante tanto para os usuários internos como para os usuários externos das organizações, uma vez que permite identificar eventuais problemas de gestão e obter informações pertinentes a respeito da real situação patrimonial, financeira e econômica da entidade.

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Assim, para que a empresa alcance o sucesso almejado e apresente vantagens em relação a seus concorrentes é necessário que o gestor possua um profundo conhecimento do que está ocorrendo com a sua empresa e, para tanto, faça uso das mais diversas fontes de informação. A fim de acessar e gerar informações úteis e confiáveis, capazes de satisfazer as necessidades informacionais específicas de cada usuário.

Para tanto, o gestor financeiro utiliza-se de fontes internas obtidas por meio das demonstrações contábeis, e as do ambiente externo, que abrangem dados sobre tendência de mercado, concorrência, decisões de política econômica e situação do mercado internacional. (LEMES JUNIOR, RIGO E CHEROBIM, 2005).

De acordo com Moraes (2016) analisar o cenário em que a empresa se encontra é de fundamental importância, pois ajuda no direcionamento do planejamento estratégico, ajudando a identificar fatores que podem impulsionar o negócio, minimizar riscos e maximizar oportunidades, bem como, prever e prevenir possíveis fatores negativos que possam vir a influenciar o andamento dos negócios.

Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), a atuação das empresas no ambiente econômico, suas estratégias e seu sucesso, dependem também da forma em que elas estão inseridas no ambiente econômico. Neste contexto, conhecer os concorrentes e comparar o desempenho de empresas do mesmo segmento torna-se imprescindível para avaliar de modo relativo a performance da organização. A utilização de métricas setoriais e globais é de fundamental importância para avaliar se o desempenho obtido pela empresa em análise está compatível com o que o mercado esta auferindo e também de modo a identificar possíveis fatores causais de eventuais diferenças de performance.

Neste sentido, um dos primeiros pontos de referência para qualquer análise econômica e financeira envolve o conhecimento das demonstrações contábeis obrigatórias, elaboradas de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC TG. Formalmente, a legislação brasileira exige os seguintes demonstrativos como obrigatórios: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração de Valor Adicionado e Notas Explicativas. Estas são fontes primárias que auxiliam o gestor a obter dados referentes ao grau de liquidez, endividamento, lucratividade, margem de contribuição entre outros indicadores, que auxiliam na tomada de decisões.

Diante das exposições acima, o estudo está organizado a partir da seguinte questão de estudo: considerando três organizações de varejo, qual a performance econômica e financeira comparada, identificada a partir dos indicadores de análise das demonstrações contábeis?

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1.3 OBJETIVOS

Os objetivos dividem-se em objetivo geral e objetivos específicos e buscam definir o resultado que se pretende alcançar com a realização deste estudo.

1.3.1 Objetivo geral

Analisar de modo comparado, o desempenho econômico e financeiro de três empresas listadas pela B3por meio de indicadores, e identificar a influência destes no gerenciamento organizacional.

1.3.2 Objetivos específicos

 Fundamentar teoricamente os conceitos vinculados a elaboração e apresentação de demonstrações contábeis, análise de demonstrações contábeis e análise de cenário;

 Analisar os indicadores de desempenho do período de 2013 a 2017 de três empresas do setor do varejo listadas na B3;

 Sistematizar de modo comparado o desempenho das empresas analisadas. 1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O estudo sobre análise do desempenho econômico e financeiro é essencial em função da necessidade de informações cada vez mais rápidas, precisas e confiáveis que se obtém através da correta interpretação dos relatórios contábeis, influenciando na tomada de decisão.

Na condição de aluna e futura contadora este estudo é de suma importância, pois ampliará os conhecimentos da autora sobre a importância de analisar o desempenho econômico e financeiro das empresas, por meio de informações que contribuem no gerenciamento e na tomada de decisão.

Para a instituição de ensino e demais alunos do curso de Ciências Contábeis, este estudo ficará disponível para quem tiver interesse nesta área especificamente na disponibilização de parâmetros de comparação de empresas do setor de varejo, que podem, inclusive, ser utilizados para avaliar a performance de empresas locais que atuam neste segmento.

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O presente estudo mostra-se viável, pois as informações necessárias para a consecução deste estudo encontram-se no site da B3 sendo de fácil acesso, bem como, existe tempo suficiente para a sua conclusão. Outro fator, de destaque seria o baixo custo de realização, uma vez que não foi necessário deslocar-se até as empresas para obter as informações necessárias.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo desenvolve-se a fundamentação teórica sobre a contabilidade, suas demonstrações contábeis, balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstração do fluxo de caixa, análise dos indicadores econômicos, financeiros e operacionais. O objetivo desta revisão bibliográfica é ampliar os conhecimentos sobre o tema proposto utilizando-se de artigos, livros e internet.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo das variações que ocorrem no patrimônio de uma determinada entidade. Por meio dela é fornecido o máximo de informações úteis que auxiliam na tomada de decisão e na condução da empresa.

No entendimento de Franco (1996, p.21) contabilidade,

É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação– necessárias à tomada de decisões–sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

De acordo com Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 27) “O objeto da Contabilidade é o Patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”.

A contabilidade tem como finalidade gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio da entidade, emitindo relatório qualitativo e quantitativo para o controle e planejamento das organizações, auxiliando na tomada de decisões.

Os principais usuários das informações contábeis são: os administradores, diretores e executivos para que as decisões possam ser tomadas de forma assertiva; sócios e acionistas para o conhecimento da real situação patrimonial do empreendimento; os bancos, financiadores e investidores visando avaliar as reais garantias oferecidas; os fornecedores para averiguar a capacidade de liquidar obrigações e os governos federais, estaduais e municipais para planejamento e controle das receitas tributárias (BASSO, BRIZOLLA E FILIPIN, 2017). Assim, para evidenciar aos diferentes usuários das informações contábeis a situação operacional, econômica e financeira da entidade, torna-se necessário a elaboração das demonstrações contábeis.

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2.2 DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Segundo Basso, Filipin e Enderli, (2015, p. 26) “[...] as demonstrações contábeis são relatórios que reúnem dados e informações de ordem econômica e financeira sobre determinado patrimônio, situado numa entidade especifica, no momento de sua elaboração”.

As demonstrações contábeis apresentam informações sobre a posição patrimonial e financeira das entidades sendo preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender as necessidades de um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisões (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011).

As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como:

(a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações; (b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas;

(c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;

(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;

(e) determinar política tributárias;

(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; (g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou

(h) regulamentar as atividades das entidades (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011, p. 8).

De acordo com Basso, Brizolla e Filipin (2017) para evidenciar as informações econômicas e financeiras do patrimônio das entidades, se estabelece como obrigatoriedade mínima, a elaboração de cinco demonstrativos, sendo dois deles considerados básicos, das quais derivam as informações para as demais demonstrações: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, que são complementados pela Demonstração dos Fluxos de Caixa, pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido e, a Demonstração do Valor Adicionado.

Para melhor compreensão das informações constantes nas demonstrações contábeis, e para esclarecimentos dos métodos e critérios utilizados, acompanham tais demonstrativos um conjunto de informações adicionais denominadas Notas Explicativas, divididas em obrigatórias quando previstas em lei, normativas ou contrato social e, as livres, que são inseridas livremente pela direção da entidade. (BASSO, FILIPIN E ENDERLI, 2015).

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Sendo assim, as demonstrações contábeis mais importantes são o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício (DRE), visto que as demais demonstrações necessitam das informações contidas nesses demonstrativos para serem elaboradas.

2.2.1 Balanço Patrimonial

O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis mais importantes, pois demonstra a posição patrimonial e financeira de uma empresa em um dado momento. Conforme Matarazzo (2003, p. 41) “É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo-, assim como as obrigações – Passivo Exigível- em determinada data. A diferença entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa [...]”.

Assaf Neto (2002) afirma que o ativo compreende as aplicações de recursos efetuadas pela empresa, ou seja, os bens e direitos da entidade, que podem estar distribuídos em ativos circulantes, que apresentam alta rotação; em ativos realizáveis a longo prazo, e em ativos classificados como permanentes que irão servir à vários ciclos operacionais. O passivo representa as dívidas e obrigações da empresa e podem ser classificadas em passivo circulante e passivo não circulante. O patrimônio líquido é representado pela diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo, compreendendo os recursos próprios da empresa, sendo, capital social, reservas de capital e lucros ou prejuízos acumulados.

Basso, Brizolla e Filipin (2017) destacam que as contas do ativo e passivo devem ser classificadas de forma ordenada e uniforme, a fim de permitir a correta análise e interpretação da situação financeira da entidade. Para tanto, a disposição das contas do ativo e do passivo devem levar em conta o grau de liquidez e as exigibilidades, respectivamente.

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Quadro nº 1: Estrutura do Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL

1 – ATIVO 2 – PASSIVO

1.1 – CIRCULANTE 1.2 – NÃO CIRCULANTE

1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.2.2 – INVESTIMENTOS

1.2.3 – IMOBILIZADO 1.2.4 – INTANGÍVEL

2.1 – CIRCULANTE 2.2 – NÃO CIRCULANTE

2.2.1 – EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

3 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.1– CAPITAL SOCIAL 3.2– RESERVAS DE CAPITAL 3.3– RESERVAS DE LUCROS 3.4–AJUSTES DE AVALIAÇÕES PATRIMONIAIS 3.5– (-) AÇÕES EM TESOURARIA 3.6– (-) PREJUÍZOS ACUMULADOS

Fonte: Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 308).

Portanto, as contas que compõem o Ativo, assim como o Passivo, são agrupadas em circulante e não circulante. Conforme Padoveze e Benedicto (2014) no ativo circulante encontram-se bens e direito de liquidez imediata, que se convertem em dinheiro dentro do prazo de um ano, já no ativo não circulante encontra-se o realizável a longo prazo (cujos bens e direitos a receber ou realizar possuem prazo maior do que doze meses), os investimentos, o imobilizado e o intangível (que são os bens e direitos utilizados para o desenvolvimento das atividades operacionais ou para renda, os quais a empresa não tem intenção de vender).

Já no passivo circulante estão todas as obrigações vencíveis a curto prazo, ou seja, que deverão ser pagas dentro do prazo de um ano e no passivo não circulante estão os exigíveis a longo prazo que são todas as obrigações da empresa com vencimento superior a um ano (ASSAF NETO, 2002).

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 316) “A Demonstração do Resultado do

Exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de

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Assaf Neto (2002) complementa afirmando que esta demonstração evidencia os resultados (lucro ou prejuízo) alcançados pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. O autor complementa que o resultado encontrado é resultante das receitas, custos e despesas da entidade ocorridas no período, sendo apropriado de acordo com o regime de competência.

Conforme Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 316),

Concebida para demonstrar a formação do resultado final do exercício, ou seja, o lucro ou o prejuízo, a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos, apurando-se o lucro operacional bruto.

O quadro nº 2 apresenta um modelo da Demonstração do Resultado do Exercício.

Quadro nº 2: Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

1. 1.RECEITA OPERACIONAL BRUTA X1 X2 2. Vendas de...

2.(-) DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA Tributos faturados, abatimentos e devoluções de vendas 3. 3.(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2)

4. 4.(-) CUSTO DAS MERCADORIAS/PRODUTOS VENDIDOS 5.(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (3-4)

5. 6.(-) DESPESAS OPERACIONAIS NÃO FINANCEIRAS De vendas

Despesas administrativas Outras receitas operacionais Outras despesas operacionais

6. 7.(=) RESULTADO OPERACIONAL PRÓPRIO (5-6) 7. 8.(=) RESULTADO FINANCEIRO

Receitas financeiras (-) Despesas financeiras

8. 9.(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO (7+-8) 9. 10.(+-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL

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20

Receitas não operacionais (-) Despesas não operacionais

11.(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE A RENDA (9+-10) 10. 12.(-) PROVISÃO PARA OS TRIBUTOS SOBRE A RENDA

Provisão para o impostode renda pessoa jurídica

Provisão para a contribuição social sobre o lucro líquido

11. 13.(=) RESULTADO DEPOIS DOS TRIBUTOS SOBRE A RENDA (11-12) 12. 14.(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Participações estatutárias Participações sociais Outras participações

13. 15.(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (13-14)

14. 16.(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO/COTA

Fonte: Basso, Filipin e Enderli (2015, p.37).

A demonstração do resultado do exercício retrata apenas o fluxo econômico, ou seja, independente do recebimento ou pagamento de uma receita ou despesa, os eventos devem ser registrados na data em que ocorrem (MATARAZZO, 2003).

2.2.3 Demonstração do Fluxo de Caixa

A demonstração dos fluxos de caixa nas palavras de Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 34) “Demonstra, de forma resumida, as principais origens e aplicações dos recursos que transitaram pelo Caixa e equivalentes de Caixa da entidade no período a que se referem às correspondentes demonstrações contábeis básicas [...]”.

Este demonstrativo evidencia as movimentações das disponibilidades da entidade em um determinado período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais, das atividades de financiamento e das atividades de investimentos, sendo obrigatória sua elaboração e publicação para as companhias abertas e as de grande porte. Esta demonstração pode ser elaborada por dois métodos: o método direto (a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa) e pelo método indireto (por meio do lucro/prejuízo do exercício) (MARION, 2010).

De acordo com Padoveze e Benedicto (2014), nos dois métodos, o relatório de fluxo de caixa deve ser estruturado em torno de três atividades:

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21

 Atividades operacionais: que compreende a transformação do lucro, pelo regime de competência, em caixa;

 Atividades de investimento: representa os gastos efetuados nos ativos imobilizados, intangíveis e investimentos de caráter de permanência, com vistas a obter benefícios futuros. Contempla também os desinvestimentos;  Atividades de financiamento: são aquelas em que a empresa obtém novos

financiamentos e de novos aumentos de capital social, bem como as amortizações dos empréstimos existentes, pagamento de lucros aos sócios ou acionistas e reduções de capital social.

O quadro nº 3 demonstra um modelo da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indireto.

Quadro nº 3: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Indireto

Fluxo de caixa do período – Método Indireto

I – DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS $ Lucro Líquido do Exercício

(+/-) Receitas e Despesas Não Efetivadas Financeiramente Depreciações

Equivalência Patrimonial Baixa de Bens do Permanente Variação de Ajuste a Valor Presente = Lucro Gerado pelas Operações

(+/-) Ajustes por Mudança no Capital de Giro (-) Aumento de Duplicatas a Receber

(+) Diminuição dos Estoques (+) Aumento de Fornecedores

(+) Aumento de Salários e Encargos a Pagar (-) Redução de Contas a Pagar

(+) Aumento de Impostos a Recolher TOTAL

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22

II – DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Aumento dos Financiamento de Longo Prazo

(-) Redução dos Empréstimos de Curto Prazo Aumento de Capital em Dinheiro

Distribuição de Dividendos TOTAL

III – DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aquisição de Imobilizados

Aumento do Realizável a Longo Prazo Aumento de Investimentos e Diferido TOTAL

AUMENTO DE CAIXA DO PERÍDO (I+II+III) Saldo Inicial de Caixa/ Bancos/ Aplicações Financeiras Saldo Final de Caixa/Bancos/ Aplicações Financeiras Fonte: Padoveze e Benedicto (2014, p. 63).

O quadro nº 4 evidencia a Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto.

Quadro nº 4: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Direto

Fluxo de caixa do período – Método Direto I – OPERACIONAL

RECEBIMENTOS Clientes

(-) Pagamentos (-) Fornecedores

(-) Salários e Encargos Sociais Despesas Gerais

Impostos sobre Mercadorias Impostos sobre o Lucro TOTAL

(23)

23

II – FINANCIAMENTOS

Novos Empréstimos e Financiamentos

Amortizações de Empréstimos e Financiamentos Aumento de Capital em Dinheiro

Distribuição de Dividendos TOTAL

III – INVESTIMENTOS Aquisição de Imobilizados

Aumento de Realizável a Longo Prazo Aumento de Investimentos e Diferido TOTAL

AUMENTO DE CAIXA DO PERÍODO (I+II+III) (+) Receitas Financeiras

Saldo Inicial de Caixa/Bancos/Aplicações Financeiras Saldo Final de Caixa/ Bancos/ Aplicações Financeiras Fonte: Padoveze e Benedicto (2014, p.64).

Assim, a principal diferença entre os dois métodos está evidenciada no fluxo de caixa das atividades operacionais, em que pelo método indireto parte do lucro, com ajuste de receitas e despesas não efetivadas financeiramente, apresentadas no grupo ajustes por mudança no capital de giro. Já pelo método direto parte da movimentação das contas do grupo disponível, coletando as informações específicas de entradas e saídas de numerário. As demais atividades, de investimentos e financiamentos, são similares nos dois métodos. (PADOVEZE E BENEDICTO, 2014).

2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para Padoveze e Benedicto (2014) a análise das demonstrações contábeis consiste na extração de dados e informações das demonstrações contábeis, preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, a fim de auxiliar gestores, acionistas, investidores, fornecedores, clientes e demais pessoas interessadas em avaliar a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa, bem como, auxiliar no processo de tomada de decisão.

A análise comparativa de balanços é aquela em que são analisados balanços de anos sucessivos da mesma empresa. De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015, p.56) “A

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24

análise comparativa realizada por meio das demonstrações contábeis busca gerar informações em torno do andamento do negócio de modo a verificar o passado, o presente e prever o futuro por meio das informações geradas por esses demonstrativos.”.

Segundo Assaf Neto (2002, p. 48) “A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras.”.

Os relatórios de análise, portanto, devem ser elaborados em uma linguagem simples e de fácil compreensão, uma vez que, são de fundamental importância para todos os interessados na empresa, já que, contém informações de ordem patrimonial, econômica e financeira. Conforme Matarazzo (2003, p. 28) “A Análise de Balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.”.

2.4 INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA

As demonstrações contábeis fornecem dados a respeito da real situação econômica- financeira da empresa, e por meio da análise estes dados são transformados em informações úteis para a tomada de decisão. Segundo Padoveze e Benedicto (2014, p. 91) “A análise financeira permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada, estimar seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.”.

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) é no balanço patrimonial que encontra-se um resumo da posição financeira de uma empresa, pois de uma lado demonstra os recursos aplicados após determinado período de tempo, enquanto do outro lado, encontra-se a origem destes recursos que são provenientes de capital de terceiros e de capital próprio. Neste contexto, a seguir abordam-se os principais indicadores utilizados para diagnosticar a situação financeira de uma empresa e avaliar seu desempenho atual e futuro.

2.4.1 Análise de liquidez

Segundo Padoveze e Benedicto (2014) os indicadores de liquidez têm por finalidade evidenciar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, avaliar se os bens e direitos da empresa são suficientes para saldar as dívidas.

Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 115) definem que “Por meio da liquidez busca-se saber das condições que uma entidade qualquer tem de liquidar seus compromissos no

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25

vencimento com suas disponibilidades, seus devedores e seus estoques, isto é, sem se desfazer do seu ativo permanente.”.

Desta forma, pelo fato de seus dados serem extraídos apenas do balanço patrimonial são considerados como indicadores estáticos, uma vez que, podem ser alterados por algo que modifique os dados patrimoniais utilizados para medir a liquidez, não devendo, portanto, ser considerado como indicadores definitivos (PADOVEZE E BENEDICTO, 2014).

Conforme Marion (2010) para identificar a capacidade de pagamento da empresa, são utilizados índices de liquidez, que permitem avaliar a capacidade de liquidar compromissos considerando o curto prazo, longo prazo ou prazo imediato, sendo que os principais indicadores utilizados são o índice de liquidez corrente, índice de liquidez seca, índice de liquidez geral e índice de liquidez imediata.

2.4.1.1 Índice de Liquidez Corrente

O índice de liquidez corrente tem como finalidade mostrar a capacidade de pagamento no curto prazo. De acordo com Padoveze e Benedicto (2014) este é o principal indicador para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, pois relaciona os bens e direitos realizáveis no curto prazo com as obrigações de curto prazo da empresa, sendo apurado pela seguinte fórmula:

LC: AC/PC

Onde:

LC: Liquidez Circulante; AC: Ativo Circulante; PC: Passivo Circulante

De acordo com Assaf Neto (2002) quanto maior for o índice de liquidez corrente melhor será a capacidade da empresa para uma possível liquidação das obrigações. Ou seja, índices acima de 2,00 são considerados bons.

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26

2.4.1.2 Índice de Liquidez Seca

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 120) o índice de liquidez seca busca “[...] saber a capacidade que a entidade tem de liquidar suas obrigações de curto prazo, mesmo que venha, por qualquer motivo, a paralisar suas vendas”. Esse índice é encontrado pela aplicação da fórmula:

LS: (AC – Estoques)/ PC

Onde:

LS: Liquidez Seca; AC: Ativo Circulante; PC: Passivo Circulante.

Desta forma, segundo Assaf Neto (2002) este indicador demonstra a capacidade de serem liquidadas as dívidas de curto prazo mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber. Assim, quando o coeficiente de liquidez seca for superior a 1,00 demonstra que a empresa possui uma situação financeira satisfatória.

2.4.1.3 Índice de Liquidez Geral

Conforme Marion (2010, p. 79) o índice de liquidez geral “Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro ( a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo).” É apurado pela seguinte fórmula:

LG: (AC+ ARLP)/ (PC+PELP)

Onde:

LG: Liquidez Geral; AC: Ativo Circulante;

ARLP: Ativo Realizável a Longo Prazo; PC: Passivo Circulante;

(27)

27

Conforme Marion (2010) pelo fato de este indicador considerar períodos longos torna-se mais difícil analisá-lo, pois o recebimento do ativo pode torna-ser diferente do pagamento do passivo. No entanto, Basso, Filipin e Enderli (2015) complementam que para maior tranquilidade financeira, o indicador de liquidez geral não deve ser inferior a 1,5.

2.4.1.4 Liquidez Imediata

O índice de liquidez imediata tem por objetivo demonstrar a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo de forma imediata. Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 123) o coeficiente de liquidez imediata “[...] compara os valores das disponibilidades com os valores das obrigações de curto prazo da entidade.”. Sendo expresso pela fórmula:

LI: Disponibilidades/ PC

Onde:

LI: Liquidez Imediata;

Disponibilidades: Caixa e Equivalentes de Caixa; PC: Passivo Circulante.

Segundo Padoveze e Benedicto (2014) o índice de liquidez imediata trabalha com os recursos do ativo circulante, que são agrupados sob o nome disponibilidades, e compreendem os valores em caixa, banco e aplicações financeiras e que podem ser disponibilizados imediatamente para o pagamento de contas de curto prazo.

Assaf Neto (2002, p. 172) ressalta que “Este quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de reduzida rentabilidade.”.

2.4.1.5 Capital Circulante Líquido

Na concepção de Basso, Filipin e Enderli (2015), o capital circulante líquido representa o valor dos recursos disponíveis no ativo circulante para a liquidação das dívidas de curto prazo, ou seja, demonstra o que sobra ou o que falta no ativo circulante da empresa, caso a mesma viesse a liquidar todo o seu passivo circulante. Desta forma, quanto mais sobrar

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28

do ativo circulante após a liquidação do passivo circulante, melhor será a situação financeira da empresa.

O capital circulante líquido é encontrado pela fórmula:

CCL: AC(-) PC

Onde:

CCL: Capital Circulante Líquido; AC: Ativo Circulante;

PC: Passivo Circulante.

2.4.2 Análise de garantia da dívida

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 126) “[...] os credores da empresa e seus financiadores em potencial necessitam saber qual é a garantia que ela oferece para a cobertura dos compromissos assumidos.”. Assim, o estudo do endividamento, torna-se de fundamental importância para avaliar se os recursos utilizados pela empresa são de origem de capital próprio ou de capital de terceiros.

De acordo com Marion (2010, p. 94) “A análise da composição do endividamento também é bastante significativa: endividamento a Curto Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Circulante; endividamento a Longo Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Permanente.”.

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p.126) “Quanto maior for à proporção dos recursos próprios sobre os recursos de terceiros melhor será a margem de garantia de dívidas que a entidade oferece a seus credores.”. Em outras palavras, quanto menos capital de terceiros for usado para financiar os ativos melhor será o posição financeira da empresa.

Contudo, conforme Assaf Neto (2002) muitas vezes as empresas não possuem condições financeiras próprias suficientes para atender a demanda de recursos necessários para o andamento de seus negócios, precisando recorrer ao capital de terceiros, assim como, é mais vantajoso trabalhar com capital de terceiros quando a rentabilidade de suas aplicações se apresentar maior que o custo do capital emprestado. Portanto, de acordo com Padoveze e Benedicto (2014, p. 156) “A participação de capitais de terceiros será benéfica para a empresa, desde que não determine uma situação de liquidez insustentável durante determinado período.”.

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De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) para o estudo da garantia de dívidas de uma empresa utiliza-se o coeficiente de dívidas circulantes, coeficiente de dívidas totais, coeficiente de dívidas de longo prazo, coeficiente de segurança máxima e coeficiente de dívidas complementares.

2.4.2.1 Coeficiente de dívidas circulantes

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) busca a relação das dívidas de curto prazo em relação ao patrimônio líquido, sendo que, quanto menor a unidade melhor é a garantia de que as dívidas serão um dia pagas. A fórmula é a seguinte:

CDC: PC/PL

Onde:

CDC: Coeficiente de Dívidas Circulantes; PC: Passivo Circulante;

PL: Patrimônio Líquido.

2.4.2.2 Coeficiente de dívidas totais

O coeficiente de dívidas totais procura saber a garantia que a empresa possui para suas dívidas totais, isto é, as de curto e longo prazo. Segundo Assaf Neto (2002, p. 146) “Mostra quanto a empresa tomou de empréstimo para cada $ 1 de capital próprio aplicado.”. Assim:

CDT: PT/PL

Onde:

CDT: Coeficiente de Dívidas Totais;

PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante; PL: Patrimônio Líquido.

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30

2.4.2.3 Coeficiente de dívidas de longo prazo

Busca a relação das dívidas de longo prazo com o capital circulante líquido. Logo, o coeficiente de dívidas de longo prazo não poderá ultrapassar à unidade 1,00 para haja garantia suficiente de que as dívidas de longo prazo um dia serão pagas pela empresa (BASSO, FILIPIN E ENDERLI, 2015). A fórmula é a seguinte:

CDLP: PNC/CCL

Onde:

CDLP: Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo; PNC: Passivo Não Circulante;

CCL: Capital Circulante Líquido.

2.4.2.4 Coeficiente de segurança máxima

Este coeficiente tem por objetivo garantir aos credores segurança máxima, no caso da entidade paralisar suas atividades e precisar liquidar todo o seu ativo para pagar todo o seu passivo. No entanto, devido as dificuldades que são encontradas para vender o ativo pelo valor contábil, este indicador não deve ultrapassar a 0,50, isto é, as dívidas totais devem representar no máximo 50% do valor contábil dos ativos da entidade (BASSO, FILIPIN E ENDERLI, 2015).

O coeficiente de segurança máxima é encontrado pela aplicação da seguinte fórmula:

CSM: PT/AT

Onde:

CSM: Coeficiente de Segurança Máxima;

PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante; AT: Ativo Total.

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31

2.4.2.5 Coeficiente de dívidas complementares

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) utiliza-se ainda, alguns indicadores complementares, a fim de melhor demonstrar a situação financeira da entidade, sendo eles:

 Coeficiente de participação de capitais de terceiros: as dívidas não podem ultrapassar 50% do valor do passivo mais patrimônio líquido, sendo calculado pelo uso da seguinte fórmula:

CPCT: PT/ (PT+PL)

Onde:

CPCT: Coeficiente de Participação do Capital de Terceiros; PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante;

PL: Patrimônio Líquido.

 Coeficiente de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais: mostra o quanto de dívidas a curto prazo a empresa possui em relação ao total de dívidas, sendo que, o indicador também não deve ser superior a 50%.

CPDCP: PC/PT

Onde:

CPDCP: Coeficiente de Participação de Dívidas de Curto Prazo; PC: Passivo Circulante;

PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante.

2.4.3 Grau de Imobilizado

O grau de imobilização do patrimônio líquido, segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 151),

Procura verificar o quanto do Capital Próprio está comprometido com o Ativo Permanente da entidade. Via de regra, quanto maior o percentual, pior é a situação financeira, pois deixa cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em

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ativos rentáveis, isto é, nos ativos destinados aos negócios da entidade, geralmente constituídos pelo Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo.

Por meio deste indicador é possível compreender o quanto de recursos próprios foi usado para financiar o ativo permanente (investimentos, imobilizados e intangíveis), sendo que, quanto mais recursos próprios forem investidos no ativo permanente, menos recursos estarão disponíveis para investir no ativo circulante, e haverá maior dependência de capitais de terceiros (PADOVEZE E BENEDICTO, 2014).

O grau de imobilização do patrimônio líquido é apresentado pela fórmula:

GIPL: (AP/PL) x 100

Onde:

GIPL: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido; AP: Ativo Permanente;

PL: Patrimônio Líquido.

2.5 INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICA

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015 p. 136), “Os indicadores econômicos buscam evidenciar a situação do desempenho dos negócios praticados pela empresa, sintetizado nos resultados obtidos, lucros ou prejuízos [...]”. Conforme os autores a vitalidade de uma empresa esta na sua capacidade de gerar resultados positivos e caixa, que ocorre através do aumento dos valores dos itens de receita e/ou redução dos valores de itens de custos e despesas, que estão representados na demonstração do resultado do exercício.

Desta forma, a análise econômica consiste em uma avalição da lucratividade e da rentabilidade do desempenho de uma empresa em determinado período, os quais são abordados de forma mais detalhada a seguir.

2.5.1 Indicador de lucratividade

Este indicador tem por finalidade demonstrar o valor que sobra para a empresa após realizar suas vendas e descontar os custos e despesas obtidos na mesma ocasião. Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 136) “O objetivo maior e final das entidades de fins lucrativos é, sem dúvida, o lucro. É com o lucro que o empresário remunera os fatores de

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33

produção (capital, trabalho e tecnologia) e é ainda por meio do lucro que o empreendimento poderá ser ampliado.”.

“A Lucratividade é um indicador de eficiência operacional obtido sob a forma de valor percentual e que indica qual é o ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho que desenvolve” (SEBRAE, 2018).

2.5.1.1 Margem de lucro operacional bruto

Segundo Müller e Antonik (2008) este indicador mensura a porcentagem das vendas após o pagamento dos produtos. Quanto maior e mais estável for a taxa, melhor é o desempenho da empresa.

A fórmula para encontrar a taxa de lucro operacional bruto é a seguinte:

TMLB: (LOB x 100) / ROL

Onde:

TMLB: Taxa de Margem de Lucro Bruto; LOB: Lucro Operacional Bruto;

ROL: Receita Operacional Líquida.

2.5.1.2 Margem de lucro operacional líquido

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 139) “Este indicador evidencia a margem de lucro com que a entidade opera após absorver os custos (Margem de Lucro Operacional Bruto) e as despesas operacionais (líquidas), evidenciando, sobretudo, sua eficiência operacional”. Este índice é encontrado pela aplicação da seguinte fórmula:

TMLOL: (LOL x 100) / ROL

Onde:

TMLOL: Taxa de Margem de Lucro Operacional Líquido; LOL: Lucro Operacional Líquido;

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34

2.5.1.3 Margem de lucro líquido do exercício

Nas palavras de Gitman (2001, p. 143) “A margem líquida mensura a percentagem de cada dólar, proveniente das vendas, que resta após todos os custos e despesas, incluindo juros e impostos de renda, terem sido deduzidos”. Sendo calculado pela aplicação da seguinte fórmula:

TMLLE: (LLE x 100) / ROL

Onde:

TMLLE: Taxa de Margem de Lucro Líquido do Exercício; LLE: Lucro Líquido do Exercício;

ROL: Receita Operacional Líquida.

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) a análise deste indicador é importante para a empresa, pois é através do lucro que o capital investido pelos proprietários é remunerado, bem como, por meio dele é possível verificar se os negócios da empresa estão trazendo bons resultados.

2.5.2 Estudo da rentabilidade

O Estudo da rentabilidade tem como finalidade evidenciar a remuneração dos capitais investidos, sendo que para isso, a empresa tem que ter apresentado lucro ao final dos seus períodos contábeis. Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 143) “Quanto maiores forem os indicadores e de preferência crescentes do primeiro para os demais anos da série em estudo, melhor é o indicador de rentabilidade.”.

De acordo com Marion (2010, p. 131),

A rentabilidade é medida em função dos investimentos. As fontes de financiamento do Ativo são Capital Próprio e Capital de Terceiros. A administração adequada do Ativo proporciona maior retorno para a empresa. Por outro lado, os donos da empresa querem saber quanto esse retorno (LL) representa em relação ao capital que eles (donos) investiram.

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35

Segundo Padoveze e Benedicto (2014) a rentabilidade está diretamente ligada ao lucro que a empresa apresenta por meio do investimento feito ou existente, tendo por finalidade saber se o retorno obtido está remunerando de acordo com o planejado o capital investido.

2.5.2.1 Rentabilidade do capital social

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) este indicador busca identificar em quanto o capital investido pelos sócios está sendo remunerado pela empresa, sendo encontrado por meio da aplicação da seguinte fórmula:

TRCS: (LLE x 100) / CS

Sendo:

TRCS: Taxa de Rentabilidade do Capital Social; LLE: Lucro Líquido do Exercício;

CS: Capital Social.

2.5.2.2 Rentabilidade do patrimônio líquido

O indicador de rentabilidade do patrimônio líquido evidencia o ganho percentual recebido pelos proprietários em decorrência das margens de lucro, da eficiência operacional e do planejamento eficiente de seus negócios (ASSAF NETO, 2002).

Este indicador é encontrado pela aplicação da fórmula:

TRPL: (LLE x 100) / PL

Onde:

TRPL: Taxa de Remuneração do Patrimônio Líquido; LLE: Lucro Líquido do Exercício;

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36

2.5.2.3 Remuneração do ativo total

Na concepção de Marion (2010, p. 129) “A combinação de itens do Ativo é que gera Receita para a empresa. Na verdade, o Ativo significa investimentos realizados pela empresa a fim de obter Receita e, por conseguinte, Lucro.”.

Portanto, por meio da seguinte fórmula é possível constatar quanto a empresa ganhou por real investido.

TRAT: (LLE x 100) / AT

Sendo:

TRAT: Taxa de Remuneração do Ativo Total; LLE: Lucro Líquido do Exercício;

AT: Ativo Total.

2.5.2.4 Taxa de retorno do investimento operacional

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) utiliza-se a taxa de retorno do investimento operacional para evidenciar o tempo médio que o lucro operacional líquido levaria para que todos os investimentos operacionais fossem remunerados 100%, cuja fórmula é a seguinte:

TRIO: (LOL/AO) x 100

Onde:

TRIO: Taxa de Retorno do Investimento Operacional; LOL: Lucro Operacional Líquido;

AO: Ativo Operacional (Ativo Total menos Investimentos Permanentes).

Assim, dividindo-se o indicador 100 pela taxa de retorno do investimento operacional se obtém o tempo médio que a empresa levará para obter de volta seu investimento.

(37)

37

2.6 INDICADORES DA SITUAÇÃO OPERACIONAL

As consecuções das atividades operacionais de uma empresa não ocorrem obrigatoriamente em prazos iguais, por isso, para auxiliar o gestor a tomar a melhor decisão na gestão das atividades operacionais é imprescindível conhecer o prazo médio de compra, vendas, pagamento e recebimento e consequentemente os ciclos operacionais e de caixa. O ciclo operacional inclui todas as operações da empresa, que vão desde a aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas realizadas. É por meio da produção, vendas e recebimentos que a empresa busca atingir seus objetivos e obter determinado volume de lucros, a fim de satisfazer suas expectativas e remunerar adequadamente suas fontes de financiamento (ASSAF NETO, 2002).

Segundo Padoveze e Benedicto (2014) a gestão operacional pode ser compreendida como a gestão do capital de giro em conjunto com a dos recursos imobilizados, ou seja, é a gestão de todas as fases operacionais da empresa, que se inicia com a aquisição de matérias primas para a produção até o recebimento pela venda do produto final. Dessa maneira, quanto menos tempo precisar para a execução das atividades, menor a necessidade de recursos econômicos e consequentemente, menor a necessidade de capital e dos custos financeiros.

2.6.1 Indicadores de giro

Nas palavras de Assaf Neto (2002, p. 180) “Os indicadores da atividade operacional são mais dinâmicos e permitem que seja analisado o desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimento em giro.”. Padoveze e Benedicto (2014) complementam que esses indicadores possibilitam a análise operacional da empresa em seus principais aspectos, refletidos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício.

2.6.1.1 Exame de rotação dos estoques

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) os bens de venda da empresa encontram-se no estoque e é por meio da venda destes que se obtém o lucro, assim, é importante verificar quantas vezes o estoque gira e qual o tempo médio de sua permanência na empresa, sendo que quanto menos dias levar para girar, melhor a qualidade do estoque. Desta forma, a fórmula para evidenciar o número de vezes que o estoque girou na empresa é:

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ERE: Vendas/Estoque médio

No entanto, para evidenciar a quantidade de dias que ele levou para girar aplica-se a fórmula:

Dias em estoque: (Estoque médio x 365) / Vendas

2.6.1.2 Exame do prazo médio de cobrança de duplicatas

Segundo Assaf Neto (2002) através deste indicador calcula-se o tempo médio que a empresa leva para receber dos clientes as vendas realizadas. Sendo apurado pela aplicação da fórmula:

PMCD: (Valor duplicatas a receber x 365) / Valor vendas a prazo

2.6.1.3 Exame do prazo médio de pagamento de duplicatas

De acordo com Padoveze e Benedicto (2014) este indicador evidencia o prazo médio que a empresa leva para efetuar o pagamento de seus fornecedores, sendo encontrado por meio da aplicação da seguinte fórmula:

PMPD: (Valor duplicatas a pagar x 365) / Valor compras a prazo

2.7 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

De acordo com Matarazzo (2003, p.365) por meio da demonstração do fluxo de caixa “[...] pode-se saber se a empresa foi auto-suficiente no financiamento de seu giro e qual a sua capacidade de expansão com recursos próprios gerados pelas operações, ou seja, a independência financeira da empresa é posta em cheque.”.

Conforme Marion (2010) é importante a comparação dos fluxos econômicos com os financeiros, pois ajudam na interpretação dos resultados dos negócios da empresa, sendo que por meio da análise de alguns indicadores é possível visualizar a situação financeira da empresa, garantindo uma melhor gestão de seus recursos.

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Na concepção de Braga e Marques (2001) a demonstração do fluxo de caixa procura avaliar a capacidade e garantia de pagamento das dívidas nos dias de vencimento. Assim, por meio da DFC calculam-se os indicadores financeiros de qualidade do resultado, aquisições de capital, investimento/financiamento, fluxo de caixa sobre as ações, retorno sobre o passivo e patrimônio líquido e retorno sobre o patrimônio líquido.

2.7.1 Quocientes de qualidade do resultado

Segundo Braga e Marques (2001), o indicador de qualidade do resultado procura evidenciar a proporção das receitas de vendas transformadas em dinheiro por meio do recebimento e cobrança dos clientes, que pode ser encontrado por meio da fórmula:

Qualidade do resultado: FCO / Resultado Operacional

Em que:

FCO: Fluxo de Caixa Operacional.

2.7.2 Quocientes de dispêndios de capital

Conforme Braga e Marques (2001) compreendem os gastos de capital, registrados como itens do ativo permanente que contribuirão na formação de resultado futuro. Assim, por meio do quociente de aquisições de capital mostra-se a habilidade da empresa em atender suas necessidades por dispêndios líquidos de capital (aquisições menos alienações), sendo calculado por meio da seguinte fórmula:

Aquisições de capital: (FCO- dividendo total) / Caixa pago por investimentos de capital

Ainda conforme Braga e Marques(2001) por meio da relação investimento e financiamento se confronta os fluxos de líquidos indispensáveis para as finalidades de investimentos com aqueles gerados por financiamento, utilizando para tanto, a seguinte fórmula:

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Investimento/financiamento: fluxo de caixa líq. para investimentos / fluxo de caixa liq. de financiamentos.

2.7.3 Retornos do Fluxo de Caixa

Assim como os demais indicadores o retorno do fluxo de caixa é de fundamental importância para a tomada de decisão. Segundo Braga e Marques (2001) o retorno de caixa sobre o passivo e patrimônio líquido, é calculado por meio do investimento permanente realizado por credores e acionistas, demonstra o potencial de recuperação de caixa do negócio para esses investidores, sendo calculado por meio da fórmula:

Retorno sobre passivo e patrimônio líquido: FCO / (Patrimônio líquido + exigível a longo prazo)

Ainda conforme os autores Braga e Marques (2001) o indicador de retorno sobre o patrimônio líquido evidencia a taxa de recuperação de caixa dos investimentos realizados pelos acionistas, sendo utilizado para isso a fórmula:

Retorno sobre o patrimônio líquido: FCO / patrimônio líquido

Portanto, por meio destes indicadores é possível acompanhar a situação financeira da empresa e auxiliar os mais diversos usuários da informação contábil na avaliação do desempenho dos fluxos de caixa e na previsão de fluxos futuros.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 65) “[...] método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permitem alcançar o objetivo.”. Já Zamberlan et al. (2014) definem método como um conjunto de regras e procedimentos, que possibilitam a análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa e, se possível, levar a novas descobertas. Neste sentido, o presente capítulo apresenta um conjunto de critérios pelos quais a pesquisa pode ser classificada e que, por sua vez, também determinarão o escopo dos resultados do estudo. Na sequencia é apresentado à forma e as técnicas de coleta dos dados e também, o modo como estes dados foram analisados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa deste estudo se classifica pela sua natureza, abordagem do problema, objetivos e procedimentos técnicos adotados. Nesse sentido apresenta-se a classificação da pesquisa, conforme o tema proposto.

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza

A pesquisa deste estudo se classifica como aplicada que, segundo Santos e Parra Filho (2011, p.87) “[...] em função de seu objetivo ser mais imediatista, pois o investidor tem pressa no retorno do recurso aplicado.”. Para Vergara (2009) a pesquisa aplicada se diferencia das demais por ter finalidade prática e buscar resolver problemas reais.

Já para Gil (2010, p.27) pesquisas aplicadas estão “[...] voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica.”.

O caráter aplicado da presente pesquisa se dá em função de que, com base em um conjunto de conhecimentos e técnicas de análise econômica e financeira já consolidada na academia, aplicou-se estas técnicas nos demonstrativos contábeis das três empresas analisadas e, a partir desta análise e do contexto em que elas atuam, elaborou-se uma análise de seu desempenho nos últimos cinco anos.

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3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem

Quanto à abordagem do problema a pesquisa pode ser classificada em quantitativa e qualitativa.

De acordo com Oliveira (1999) a abordagem quantitativa utiliza-se de recursos e técnicas estatísticas, a fim de quantificar dados, opiniões e informações. Para o autor este método é comumente utilizado em pesquisas descritivas, na qual se procura investigar a relação entre variáveis, assim como a relação de causalidade entre os fenômenos.

Segundo Vianna (2001) na pesquisa qualitativa múltiplos aspectos são considerados imprescindíveis para a compreensão da realidade estudada, onde cada situação é analisada a partir de procedimentos descritivos. Para Oliveira (1999, p. 116) “[...] o método qualitativo não tem a pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.”.

Desta forma, o presente estudo tem abordagem qualitativa, pois os dados foram coletados nas Demonstrações Contábeis das empresas objeto do estudo, elaborando os indicadores e analisando os relatórios, não sendo utilizados métodos estatísticos.

3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos

Com base nos seus objetivos, a pesquisa pode ser classificada em: exploratória, descritiva e explicativa.

Segundo Zamberlan et al. (2014), a pesquisa exploratória busca maiores informações e conhecimento sobre determinado assunto, a fim de gerar maior compreensão sobre ele. Dessa maneira, contribui para o aprimoramento de ideias e o entendimento necessário para que o pesquisador prossiga com o projeto de investigação.

Para Gil (2010, p. 28),

As pesquisas explicativas têm como propósito identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, constitui o tipo mais complexo e delicado de pesquisa, já que o risco de cometer erros eleva-se consideravelmente.

Quanto aos seus objetivos esta pesquisa é classificada como descritiva, que segundo Zamberlan et al. (2014, p. 96) “ [...] visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou contexto social”.

Referências

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