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Avaliação de implantação de sistemas silvipastoris em uma unidade de produção agropecuária no munícipio de Augusto Pestana/RS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

DJENIFER TAINÁ MÜLLER

AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO MUNÍCIPIO DE AUGUSTO

PESTANA/RS

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DJENIFER TAINÁ MÜLLER

AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO MUNÍCIPIO DE AUGUSTO

PESTANA/RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia do Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como um dos requisitos para a obtenção do título de Engenheira Agrônoma.

Orientadora: MSc. Angélica de Oliveira Henriques

IJUÍ 2019

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DJENIFER TAINÁ MÜLLER

AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO MUNÍCIPIO DE AUGUSTO

PESTANA/RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia – Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido

perante banca abaixo subscrita:

Banca Examinadora

___________________________________________________________________________ Profª. MSc. Angélica de Oliveira Henriques – Orientadora – DEAg/UNIJUÍ

___________________________________________________________________________ Profº. MSc. Osório Antônio Lucchese – DEAg/UNIJUÍ

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AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS EM UMA UNIDADE DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO MUNÍCIPIO DE AUGUSTO

PESTANA/RS

RESUMO

Os Sistemas Agroflorestais trazem diversos benefícios além de apresentarem alternativas de produção para diferentes tamanhos e tipos de propriedades e produções, melhoram a qualidade de vida dos agricultores, servem também como proteção dos recursos naturais, diminui estresses causados pela temperatura nos animais, tem potencialidade de melhorar as propriedades e fertilidade dos solos, além de sequestrar carbono e tornar o ambiente mais agradável e harmonioso. Considerando a importância desses sistemas, o objetivo deste estudo é avaliar a viabilidade técnica e econômica da implantação de dois sistemas silvipastoris em uma unidade de produção agropecuária do município de Augusto Pestana e os compara-los em uma determinada área, analisando diferentes produtos a serem extraídos que sejam sustentáveis sob as perspectivas ambiental e econômica com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos produtores, pela melhora e/ou ganho na produção leiteira e incremento na agregação de valor por meio do beneficiamento de madeira . E ainda, dentre os objetivos específicos se encontram analisar e definir os componentes dos sistemas, a necessidade de investimento, a oferta alimentar do rebanho ao longo do ano, os manejos a serem realizados nos sistemas, orçamento, os custos de produção e a renda líquida de cada sistema. Para a realização do estudo seguiu-se todos os passos e procedimentos com o método de orçamentos que constitui um procedimento para auxílio na tomada de decisões (HOFFMANN et al., 1987). O qual implica em uma estimativa de receitas e custos de um plano de administração para um período futuro. Definiu-se dois manejos com distintos componentes arbóreos Definiu-sendo, Sistema Silvipastoril (SSP) 1 com espécies nativas, Mimosa scabrella (Bracatinga), Schinus terebinthifolius (Aroeira-vermelha), Peltophorum dubium (Canafístula), Handroanthus heptaphyllus (Ipê-roxo), Cordia trichotoma (Louro-pardo) e Patagonula americana L. (Guajuvira) para 25 anos e Sistema Silvipastoril (SSP) 2, Eucalyptus dunnii (Eucalipto) para 16 anos. Neste sentido se propõe três formas de implantação, sendo bosquetes, linhas e um renque, no SSP 1 e linhas e um renque no SSP 2 onde o objetivo dos bosquetes e do renque são proporcionar maior conforto térmico aos animais nas horas mais quentes do dia. A partir das avaliações o SSP 1 com espécies nativas apresentou-se mais atrativo apresentou-sendo a taxa interna de retorno do capital investido em 69,07% e o SSP 2 com espécie exótica em 61,80% e em o período de retorno do capital ocorreu no 2° ano e 3° ano respectivamente.

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EVALUATION OF IMPLANTATION OF SILVIPASTORIS SYSTEMS IN A AGRICULTURAL PRODUCTION UNIT IN AUGUSTO PESTANA / RS

MUNICIPALITY

ABSTRACT

Agroforestry Systems have several benefits besides presenting production alternatives for different sizes and types of properties and productions, improving the quality of life of farmers, also serve as protection of natural resources, reduces stresses caused by temperature in animals, has the potential to improve the properties and fertility of soils, as well as sequester carbon and make the environment more pleasant and harmonious. Considering the importance of these systems, the objective of this study is to evaluate the technical and economic viability of the implantation of two silvopastoral systems in an agricultural production unit in the municipality of Augusto Pestana and compare them in a given area, analyzing different products to be extracted that are sustainable from the perspectives environmental and economic development with the aim of improving the quality of life of producers, by improving and / or gaining milk production and increasing value aggregation through wood processing. Also, the specific objectives are to analyze and define the components of the systems, the need for investment, the food supply of the herd throughout the year, the management to be carried out in the systems, budget, production costs and net income of each system. To carry out the study, all the steps and procedures were followed with the budgets method, which is a procedure to aid decision making (HOFFMANN et al., 1987). This implies an estimate of revenues and costs of a management plan for a future period. Two management were identified with different tree components, being one with native species, Mimosa scabrella (Bracatinga), Schinus terebinthifolius (Aroeira-red), Peltophorum dubium (Canafístula), Handroanthus heptaphyllus (Ipê-purple), Cordia trichotoma (Louro-pardo) and Patagonula americana L. (Guajuvira) for 25 years and handling, 2 Eucalyptus dunnii (Eucalyptus) for 16 years. In this sense, three forms of implantation are proposed, being groves, lines and a row, in the SSP 1 and lines and a row in the SSP 2 where the goal of the groves and the reindeer are to provide greater thermal comfort to the animals in the hotter hours of the day. From the evaluations SSP 1 with native species was more attractive, with the internal rate of return of invested capital at 69.07% and SSP 2 with exotic species at 61.80% and at the period of return of capital occurred in the 2nd year and 3rd year respectively.

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Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados. Mahatma Gandhi

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que estiveram presentes em minha trajetória acadêmica, em especial aos meus pais Arnaldo Valdemar Müller e Roseli Magali Müller e Müller, minha irmã Sheila Taís Müller e ao meu namorado Alexandre Steurer por todo apoio e amor incondicional, sem vocês não seria possível estar aqui!

Também agradeço a todos meus amigos que não mediram forças para me ajudar em todas as horas, as pessoas pelas quais pude conhecer profundamente e disfrutar de momentos incríveis, com toda certeza levarei por toda vida.

Aos meus colegas e amigos que fiz durante os projetos em que participei seja em pesquisa ou extensão, vocês sabem que foram essenciais na minha formação.

A minha professora e amiga Gerusa que sempre me ajudou de todas formas possíveis, agradeço aos inúmeros conselhos e por todas oportunidades que me deu ao longo da graduação, que muito foram úteis.

A querida professora e orientadora Angélica a quem tenho imensa admiração, agradeço por todo apoio e por todo incentivo para eu continuar nessa trajetória, sempre me orientando não apenas neste trabalho, mas também por me mostrar a parte da agronomia pela qual mais tenho apreço.

E aos professores Osório e Emerson por me sanarem muitas dúvidas e me orientarem ao longo deste trabalho.

Especialmente dedico todo este trabalho aos que já não estão comigo, mas que puderam me acompanhar nessa caminhada, aos meus amados e eternos avós Ida Babetzki Müller e Otto João Müller que sempre serão minha base e inspiração de vida!

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema de dispersão das raízes de um componente arbóreo. ... 23

Figura 2 - Área de implantação de um sistema agroflorestal e localização, em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 37

Figura 3 - Croqui de indicação dos componentes arbóreos do SSP 1 com respectivos espaçamentos entre bosquetes, linhas e renque em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 38

Figura 4 - Croqui de indicação dos componentes arbóreos do SSP 2 com respectivos espaçamentos entre bosquetes, linhas e renque em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Escala espacial dos serviços do ecossistema. ... 21

Tabela 2 - Definição dos componentes arbóreos do SSP 1 (espécies nativas primárias/secundárias) e SSP 2 (espécie exótica) em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 33

Tabela 3 - Definição dos espaçamentos e quantificação dos componentes arbóreos para área total e por hectare para bosquetes, linhas e renque no SSP 1 e SSP 2 em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 40

Tabela 4 - Calendário das operações e manejos do SSP 1 com espécies nativas para 25 anos em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 41

Tabela 5 - Calendário das operações e manejos do SSP 2 com espécie exótica para 16 anos em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 41

Tabela 6 - Disponibilidade Global de energia e proteína no sistema atual da propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 45

Tabela 7 - Disponibilidade Global de energia e proteína no 1° ano do novo sistema da propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 46

Tabela 8 - Disponibilidade Global de energia e proteína no 2° ano em diante do novo sistema da propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 46

Tabela 9 - Síntese da receita com os produtos lenha e tora para cada espécie nativa na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 47

Tabela 10 - Síntese dos custos variáveis anual e total no sistema com uso de espécies nativas na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 48

Tabela 11 - Síntese dos custos fixos utilizados no sistema com uso de espécies nativas na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 48

Tabela 12 - Previsão da receita da espécie exótica para 16 anos de sistema na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 49

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Tabela 13 - Síntese dos custos variáveis anual e total no sistema com uso de espécie exótica na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 49

Tabela 14 - Síntese dos custos fixos utilizados no sistema com uso de espécie exótica na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 50

Tabela 15 - Itens de investimento do sistema leite na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 50

Tabela 16 - Previsão da receita do sistema leite na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 51

Tabela 17 - Custos variáveis do sistema leite na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 51

Tabela 18 - Avaliação econômica do SSP com espécies nativas em 25 anos de sistema na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 52

Tabela 19 - Avaliação da rentabilidade do capital investido no SSP com espécies nativas em 25 anos na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 53

Tabela 20 - Avaliação econômica do SSP com espécie exótica em 16 anos de sistema na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 54

Tabela 21 - Avaliação da rentabilidade do capital da espécie exótica em 16 anos na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 55

Tabela 22 - Síntese de comparação das rendas dos dois sistemas na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 56

Tabela 23 - Financiamento e fluxo final de caixa no sistema com espécies nativas para 10 anos na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 57

Tabela 24 - Financiamento e fluxo final de caixa no sistema com espécie exótica para 10 anos na propriedade em estudo, Augusto Pestana/RS, 2019. ... 57

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice A - Gestão atual da propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 62

Apêndice B - Custo variável ano 1 para ambos sistemas propostos em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 62

Apêndice C - Custos variáveis anos 2 a 25 para o SSP 1 ou 2 a 16 para o SSP 2 para ambos sistemas propostos em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 63

Apêndice D - Investimento para implantação de um sistema agroflorestal com uso de espécies nativas em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 63

Apêndice E - Produção bruta de Bracatinga e Aroeira-vermelha ao 6° e 8° ano em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 64

Apêndice F - Produção bruta de Canafístula em desrama e desbaste nos 25 anos de sistema com espécies nativas em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 64

Apêndice G - Produção bruta de Louro-pardo em desrama e desbaste nos 25 anos de sistema com espécies nativas em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 64

Apêndice H - Produção bruta de Ipê-roxo em desrama e desbaste nos 25 anos de sistema com espécies nativas em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 64

Apêndice I - Produção bruta de Guajuvira em desrama e desbaste nos 25 anos de sistema com espécies nativas em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 64

Apêndice J - Investimento para implantação de um sistema agroflorestal com uso de espécie exótica em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 65

Apêndice K - Custos variáveis ano 1 de condução da espécie exótica em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 65

Apêndice L - Custos variáveis ano 2 a 4 da espécie exótica em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 65

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Apêndice M - Custos variáveis anos 5 a 15 da espécie exótica em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 65

Apêndice N - Custo variável 16° ano da espécie exótica em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 66

Apêndice O - Rendimento de desramas realizados no sistema com espécie exótica em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 66

Apêndice P - Custos variáveis ano 1 de condução da espécie nativa em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 66

Apêndice Q - Custos variáveis ano 2 de condução da espécie nativa em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 66

Apêndice R - Custos variáveis ano 3 a 10 da espécie nativa em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 66

Apêndice S - Custos variáveis ano 9 a 24 da espécie nativa em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 67

Apêndice T - Custos variáveis ano 25 da espécie nativa em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 67

Apêndice U - Volume produzido de metro de lenha e metro cúbico de tora para cada espécie no SSP1, em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 67

Apêndice V - Balanço forrageiro do sistema e manejo atual, em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 68

Apêndice W - Balanço forrageiro do sistema e manejo no ano 1, em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 68

Apêndice X - Balanço forrageiro do sistema e manejo no ano 2 em diante, em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 69

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A - Documentação necessária para o licenciamento das espécies nativas em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019. ... 70

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABC Ambiental – Agricultura de Baixo Carbono Ambiental AFS - Agroforestry Systems

AM – Amortização apud. – citado por

ART – Anotação de Responsabilidade Técnica Av – Aroeira-vermelha

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Br – Bracatinga

BRS – Brasil Sementes CA – Carga Animal

CAR – Cadastro Ambiental Rural CCS – Contagem de Células Somáticas CF – Custo Fixo

Cfa - Clima subtropical úmido

CIFPEN – Certificado de Identificação de Floresta Plantada com Espécie Nativa CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente

CT – Custo Total CV – Custo Variável D – Depreciação

DAP – Diâmetro à Altura do Peito DAP – Fosfato Diamônico

DEAg – Departamento de Estudos Agrários DT – Depreciação Total

DVA – Distribuição do Valor Agregado et al. – e outros

EUA – Estados Unidos da América

FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler FF – Fluxo Financeiro

Flec – Fluxo Econômico

Flx. Líq. Cx – Fluxo Líquido de Caixa g – grama

ha – Hectare

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ITR – Imposto Territorial Rural

KCL – Cloreto de Potássio km – Quilômetro

m³ – Metro Cúbico

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14 MB – Margem Bruta mm – Milímetros MO – Matéria Orgânica MSc. – Mestre n – Ano n° - número O – Oeste P – Fósforo p. – Página

PAA – Programa de Aquisição de Alimentos PD – Percentual de Desbaste

PIB – Produto Interno Bruto

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar PNCF – Programa Nacional de Crédito Fundiário

PNPB – Programa de Cadastro de Terras e Regularização Fundiária e Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel

PRK – Período de Retorno do Capital

Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PVC - Policloreto de Vinila

PW – Produtividade do Trabalho Quant. – Quantidade

RB – Receita Bruta RL – Renda Líquida RS – Rio Grande do Sul

RWF – Remuneração do trabalho familiar S – Sul

SAFs – Sistemas Agroflorestais SD – Saldo Devedor

SOL – Sistema Online de Licenciamento Ambiental SSP – Sistema Silvipastoril

st – metro estéreo

Suasa – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal TCE – Taxa de Crescimento em Espessura

TIR – Taxa Interna de Retorno

txremk – Taxa de Remuneração do Capital und. – Unidade

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UPA – Unidade de Produção Agropecuária

VAB – Valor Agregado Bruto VPL – Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 17

1 REVISÃO DE LITERATURA ... 19

1.1 A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR E A PRODUÇÃO LEITEIRA NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL ... 19

1.2 SISTEMAS AGROFLORESTAIS E SEUS BENEFÍCIOS ... 20

1.3 BEM ESTAR ANIMAL ... 24

1.3.1 Efeitos do Estresse Térmico nos Animais ... 24

1.3.2 Condicionamento e Oferta de Água ... 25

1.4 ESTABELECIMENTO DA FORRAGEIRA BRS KURUMI EM SISTEMA ROTATÍNUO ... 26

1.5 A RAÇA JERSEY ... 28

1.6 PLANEJAMENTO E PROJETOS AGROPECUÁRIOS ... 29

1.7 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ... 29

1.7.1 Licenciamento SSP 1 – Espécies Nativas ... 30

1.7.2 Licenciamento SSP 2 – Espécie Exótica ... 30

1.7.3 Licenciamento da Bovinocultura de Leite ... 31

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 32

2.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL DA UPA ... 32

2.2 APRESENTAÇÃO DOS SSPs PROPOSTOS ... 33

2.3 COMPONENTE FORRAGEIRO ... 33

2.4 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DOS SSPs... 34

2.4.1 Avaliação Econômica ... 34

2.4.2 Avaliação da Rentabilidade do Capital Investido ... 35

2.4.3 Avaliação do Financiamento e do Fluxo Líquido de Caixa ... 36

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 37

3.1 COMPONENTES ARBÓREOS PARA MODELIZAÇÃO DO SISTEMA ... 37

3.2 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO DOS SSPs ... 40

3.2.1 Preparo do Solo ... 42

3.2.2 Plantio ... 42

3.2.3 Replantio... 43

3.2.4 Monitoramento de Formigas ... 43

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16

3.2.6 Desrama ... 43

3.2.7 Desbaste ... 44

3.2.8 Corte final ... 44

3.3 BALANÇO FORRAGEIRO ATUAL E PARA OS NOVOS SSPs PROPOSTOS ... 44

3.4 ORÇAMENTO DOS SISTEMAS SILVIPASTORIS ... 46

3.4.1 Investimento do SSP com Espécies Nativas ... 46

3.4.1.1 Previsão da Receita do SSP com Espécies Nativas ... 47

3.4.1.2 Custos Variáveis do SSP com Espécies Nativas ... 47

3.4.1.3 Custos Fixos do SSP com Espécies Nativas ... 48

3.4.2 Investimento do SSP com Espécie Exótica ... 48

3.4.2.1 Previsão da Receita do SSP com Espécie Exótica ... 48

3.4.2.2 Custos Variáveis do SSP com Espécie Exótica ... 49

3.4.2.3 Custos Fixos do SSP com Espécie Exótica ... 49

3.4.3 Investimento do Sistema Leite ... 50

3.4.3.1 Previsão da Receita Bruta do Sistema Leite ... 50

3.4.3.2 Custos Variáveis Sistema Leite ... 51

3.5 AVALIAÇÕES DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO ... 51

3.5.1 Avaliação Econômica do SSP com Espécies Nativas ... 51

3.5.2 Avaliação da Rentabilidade do Capital do SSP com Espécies Nativas ... 52

3.5.3 Avaliação Econômica do SSP com Espécie Exótica ... 53

3.5.4 Avaliação da Rentabilidade do Capital no SSP com Espécie Exótica ... 54

3.6 COMPARATIVO ENTRE OS DOIS SISTEMAS E A PRODUÇÃO DE SOJA ... 55

3.7 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE PAGAMENTO DO FINANCIAMENTO . 56 3.7.1 Financiamento do SSP com Espécies Nativas ... 56

3.7.2 Financiamento do SSP com Espécie Exótica ... 57

CONCLUSÃO ... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 59

APÊNDICES ... 62

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INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas a produção e o consumo de alimentos aumentou de forma constante mundialmente, e diante disso a busca se tornou frequente pela otimização do espaço em produtividade para o desenvolvimento da agricultura, através de estudos para melhoria das práticas agrícolas, incentivos governamentais com estratégias de expansão da produção agrícola de forma mais sustentável e consequentemente a diversificação da produção. Portanto, a diversificação da produção agrícola familiar pode agregar diferentes incrementos e trazer benefícios no âmbito regional.

Dessa forma, o emprego de sistemas agroflorestais, visando produções leiteiras, garante a melhoria de vários aspectos, tais como: minimização da temperatura criando um microclima local e assim formando uma proteção às culturas forrageiras implantadas em conjunto com as arbóreas, pois diminui a evapotranspiração, evitando perdas excessivas de água pela intensa radiação ou temperatura do ambiente, diminui o estresse animal gerando maior conforto térmico, evita problemas de erosão e lixiviação em locais com maior declividade.

Estes sistemas também propiciam maiores incrementos em produtividade para os agricultores, gerando mais de um produto no local. Aumenta a qualidade da forragem, pois em ambiente sombreado a planta tende a produzir maior quantidade de cloroplastos, consequentemente aumentando a quantidade de proteína da forragem, melhoria na qualidade do leite produzido, melhoria dos aspectos físicos e químicos do solo além de contribuir no aumento da MO do solo e na descompactação, entre várias outras melhorias.

A cobertura vegetal constante permite a proteção do solo da ação prejudicial que o impacto das gotas de chuva causa além de contribuir para a formação de um microclima local, o qual é benéfico para os animais, especialmente de origem européia, o microclima será muito importante para reduzir estresses calóricos, comumente encontrado na raça, causando perdas de produtividade e protegendo, em alguns casos, inclusive as culturas do efeito de geadas.

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O objetivo deste estudo é avaliar a viabilidade técnica e econômica da implantação de dois sistemas silvipastoris em uma unidade de produção agropecuária do município de Augusto Pestana e os compara-los em uma determinada área, analisando diferentes produtos a serem extraídos que sejam sustentáveis sob as perspectivas ambiental e econômica com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos produtores, pela melhora e/ou ganho na produção leiteira e incremento na agregação de valor por meio do beneficiamento de madeira . E ainda, dentre os objetivos específicos se encontram analisar e definir os componentes dos sistemas, a necessidade de investimento, a oferta alimentar do rebanho ao longo do ano, os manejos a serem realizados nos sistemas, orçamento, os custos de produção e a renda líquida de cada sistema.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR E A PRODUÇÃO LEITEIRA NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

A agricultura familiar, segundo Wittmann (2018), é correspondente por 84% das propriedades do país, isso indica a importância desse grupo que produz cerca de 80% dos alimentos consumidos, contribuindo para a erradicação da fome e da pobreza, logo a importância dessa categoria se dá pela quantidade de alimentos produzidos e pela forma de distribuição, na maioria dos casos em feiras e mercados locais.

No noroeste do RS pode se perceber que muitas das propriedades familiares são passadas de geração em geração. Porém, o êxodo familiar tem sido o maior problema dessa categoria, pois geralmente são pequenas propriedades com pequenas produções.

Anos desfavoráveis tendem a prejudicar as produções agrícolas e nesse sentido nas últimas décadas vem se estudando e sendo desenvolvidas formas de evitar a saída das famílias do campo. Assim, muitos programas foram implantados para aumentar a tecnologia do campo e incentivar maiores produções e assim garantir maiores rendas.

Programas como: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Pronaf Agroindústria, direcionado ao processamento e a futura comercialização; Pronaf Cota-Part, direcionado aos integrantes de cooperativas; Pronaf Custeio, direcionado a custear a produção; Pronaf Floresta, direcionado a projetos agroflorestais; Pronaf Jovem, direcionado a jovens que trabalham com agropecuária; Pronaf Mais Alimentos, direcionado a melhoria da infraestrutura da produção; Pronaf Mulher, direcionado a mulheres que trabalham com agropecuária – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal (Suasa); Programa de Cadastro de Terras e Regularização Fundiária e Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel (PNPB).

Ainda, a agricultura familiar é responsável por 58% da produção leiteira do país, e conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), há cerca de 4 milhões de propriedades familiares rurais no país, sendo a renda do setor respondente a 33% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário e por 74% da mão de obra empregada no campo (MDA, 2016).

Sob a perspectiva da região noroeste do Rio Grande do Sul, o município de Augusto Pestana tem a atividade leiteira muito expressiva, contendo 429 produtores de leite, ordenhando

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em torno de 8.229 vacas em lactação com média de 16 litros/vaca/dia e produzindo 48.066,54 litros de leite por ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), CIDADES (2017).

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estátistica (IBGE) de 2017, cerca de 17 milhões de vacas eram ordenhadas, isso conclui que houve uma queda de animais em lactação, em torno de 25% em relação a 2014, porém a produção média por animal foi superior a todos outros anos, sendo cerca de 1963 litros/vaca/ano, no mesmo ano a produção foi aproximadamente 33,5 bilhões de litros de leite e a região sul é a maior produtora do Brasil (11,97 bilhões de litros), CIDADES (2017).

Essa diminuição na produção pode ter tido influência pela queda nos preços pagos aos produtores nos últimos anos e pela alta variação do mesmo durante um mesmo ano, que para pequenos produtores pode causar algumas incertezas. Propriedades que demandam muitos insumos exteriores para a produção acabam tendo prejuízos e nesse segmento surge as tecnologias e formas de planejamento para maximizar as produções aumentando a produtividade e garantindo a alimentação dos animais durante um determinado período, principalmente durante os vazios forrageiros e assim diminuindo os custos.

1.2 SISTEMAS AGROFLORESTAIS E SEUS BENEFÍCIOS

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) integram ações de desenvolvimento socioeconômico principalmente local ligadas às questões de proteção ambiental. São sistemas que também estabelecem preceitos de uso e ocupação de uma área com culturas arbóreas (lenhosas, frutíferas, seringueiras, etc.) associadas a produções agrícolas, plantas forrageiras e/ou integrações com animais (ovinos, bovinos, para corte, leite, lã, apicultura, etc.).

Segundo dados encontrados por Abdo, Valeri e Martins (2008) entre os benefícios na utilização das SAFs:

[...] pode-se citar a melhoria da capacidade produtiva da terra, otimização da utilização dos recursos naturais disponíveis, se adaptado às condições ecológicas e dos produtores [...], melhora significativa das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo por meio de ciclagem de nutrientes e controle de erosão [...] (ABDO, VALERI E MARTINS, 2008, p. 59).

A classificação dos SAFs segue alguns critérios como a estrutura do sistema (composição e disposição dos componentes), funções, escala socioeconômica de manejo e distribuição ecológica, portanto classificam-se em três tipos básicos de sistemas agroflorestais: Agrossilvicultura (culturas e árvores); Silvipastoril (pastagem/animais com árvores) e

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agrossilvipastoris (culturas com pastagens/animais e árvores). Outros sistemas também podem ser definidos, como por exemplo, apicultura com árvores, aquicultura envolvendo árvores e arbustos, lotes de árvores multiusos e assim por diante com diferentes sistemas realizados no mundo de acordo com cada região e produção (NAIR, 1991 p. 10).

Dentre os benefícios dos SAFs está a alternativa de produção para diferentes tamanhos de propriedades e produções, além de melhorar a qualidade de vida dos agricultores. Esses sistemas servem como proteção dos recursos naturais, permitem diminuir os estresses causados pela temperatura nos animais, na medida que diminui a incidência de radiação direta, apresentam potencialidade de melhorar as propriedades e fertilidade dos solos, em consequência reduzir focos de erosão, aprimorar as características da água e sua qualidade, aumentar e/ou ajudar a fauna e flora local, além de sequestrar carbono e tornar o ambiente mais agradável e harmonioso (JOSE, 2009).

Jose (2009) também descreve as escalas espaciais de alguns serviços ecossistêmicos providos por SAFs. A tabela 1 apresenta este estudo na classificação dos serviços do ecossistema e sua atribuição em escalas local, regional e global.

Tabela 1 - Escala espacial dos serviços do ecossistema.

Serviços do Ecossistema Escala Espacial

Local Regional Global

Produção Primária Líquida

Controle de Pragas

Polinização/Dispersão de Sementes

Enriquecimento do Solo

Estabilização do Solo/Controle da Erosão

Limpeza da Água Mitigação de Inundação Limpeza do Ar Sequestro de Carbono Biodiversidade Estética/Cultural

Fonte: adaptado de Jose, 2009.

Segundo Sharrow e Ismail (2004)1 e Kirby e Potvin (2007)2 (apud JOSE, 2009) também citam que é possível realizar a remoção de carbono atmosférico através de captações

1 SHARROW, S. H.; ISMAIL, Syed. Carbon and nitrogen storage in agroforests, tree plantations, and pastures in western Oregon, USA. Agroforestry Systems, v. 60, n. 2, p. 123-130, 2004.

2 KIRBY, Kathryn R.; POTVIN, Catherine. Variation in carbon storage among tree species: implications for the management of a small-scale carbon sink project. Forest Ecology and Management, v. 246, n. 2-3, p. 208-221, 2007.

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como oceanos, vegetação e solos com incorporação por processos físicos ou biológicos e que em cultivos com maior diversidade de espécies a incorporação se torna maior do que em monocultivo.

Não há uma metodologia especifica para analisar ou comparar sistemas agroflorestais, pois cada sistema abrange uma determinada área e diferentes produtos o que causa uma grande variabilidade.

Entretanto ecossistemas e espécies importantes para sustentar a vida humana e a saúde do nosso planeta estão desaparecendo em um ritmo preocupante. Sendo assim, se torna extremamente necessário projetos e ações para definir estratégias eficazes para a conservação e manutenção da biodiversidade a níveis locais, regionais e global, estudos com tais objetivos são traçados no mundo todo. Na busca por sistemas agroflorestais eficientes,

Jose (2009) conceitua cinco funções principais para a conservação da biodiversidade: [...] (1) a agrossilvicultura fornece habitat para espécies que podem tolerar um certo nível de perturbação; (2) agrossilvicultura ajuda a preservar o germoplasma de espécies sensíveis; (3) a agrossilvicultura ajuda a reduzir as taxas de conversão de habitats naturais, fornecendo uma alternativa mais produtiva e sustentável aos sistemas agrícolas tradicionais, que pode envolver a limpeza de habitats naturais; (4) a agrossilvicultura fornece conectividade criando corredores entre os remanescentes de habitat que podem apoiar a integridade desses remanescentes e a conservação de espécies florais e faunísticas sensíveis à área; e (5) a agrossilvicultura ajuda a conservar a diversidade biológica, fornecendo outros serviços ecossistêmicos, como o controle da erosão e a recarga de água, evitando, assim, a degradação e a perda do habitat circundante (JOSE, 2009, p.4, tradução nossa)3.

Cassman (1999) cita que as práticas agroflorestais são uma estratégia evidenciada para prover água limpa e de melhor qualidade. As culturas absorvem menos de metade do nitrogênio e fósforo aplicados nos sistemas convencionais, que sugere que o excesso nas aplicações de fertilizantes é lixiviado dos campos agrícolas para o suprimento de água subterrânea, consequentemente contaminando as fontes de água e diminuindo a qualidade.

Culturas arbóreas com sistemas radiculares agressivos e/ou profundos possuem a capacidade de influenciar na qualidade da água dos lençóis, também servindo como uma proteção, pois estas raízes são capazes de absorver os nutrientes que foram lixiviados e não absorvidos pelas culturas agrícolas, formando uma rede de reciclagem de nutrientes no próprio

3 (1) agroforestry provides habitat for species that can tolerate a certain level of disturbance; (2) agroforestry helps preserve germplasm of sensitive species; (3) agroforestry helps reduce the rates of conversion of natural habitat by providing a more productive, sustainable alternative to traditional agricultural systems that may involve clearing natural habitats; (4) agroforestry provides connectivity by creating corridors between habitat remnants which may support the integrity of these remnants and the conservation of area-sensitive floral and faunal species; and (5) agroforestry helps conserve biological diversity by providing other ecosystem services such as erosion control and water recharge, thereby preventing the degradation and loss of surrounding habitat.

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sistema (JOSE, 2009). Nair et al. (2007) em estudo de um sistema silvipastoril na Flórida, EUA, concluíram que:

Os sistemas radiculares combinados de pinus e feno de capim em sistema silvipastoril podem absorver os nutrientes do solo (especialmente P) mais completamente do que nas gramíneas isoladas no sistema sem árvores, como indicado pela redução de P solúvel em água em sistemas baseados em árvores. Além disso, a capacidade dos solos sob silvipastoril para receber P adicional é maior do que sob uma pastagem sem árvores. Assim, a associação silvipastoril pode ser melhor do que a pastagem sem árvores na redução da perda de nutrientes do solo para a superfície da água (NAIR, 2007, p. 197, tradução nossa).4

O sistema de dispersão das raízes das árvores, raízes das culturas e como os mesmos alimentam aos lençóis freáticos está demostrado no esquema a seguir (Figura 1) da revisão de estudo sobre os benefícios ambientais e controle da poluição de águas superficiais e subterrâneas por sistemas agroflorestais de Pavlidis e Tsihrintzis (2018).

Figura 1 - Esquema de dispersão das raízes de um componente arbóreo.

Fonte: Pavlidis e Tsihrintzis, (2018).

Esses sistemas podem ajudar na melhoria das paisagens agrícolas, também na progressão da qualidade de vida tanto no campo como na cidade, proteção do patrimônio cultural, manejo de bacias hidrográficas, cultivos e sombreamento de pastagens, melhoria da

4 The combined root systems of the pine and bahiagrass in the silvopasture may absorb soil nutrients (especially P) more completely than in the grasses alone in the treeless system as indicated by the reduction in WSP in tree-based systems. In addition, the capacity of soils under silvopasture to receive additional P is greater than that under a treeless pasture. Thus, the silvopastoral association may be better than the treeless pasture in reducing nutrient loss from soil to surface water.

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biomassa do solo via alqueive5, melhoria nas propriedades físicas do solo, mineralização acelerada, manejo facilitado de podas, desenvolvimento do microclima e redução do risco de incêndio (GEORGE et al. 20126, ENDE e HUTTL 19977, apud. PAVLIDIS e TSIHRINTZIS, 2018).

1.3 BEM ESTAR ANIMAL

1.3.1 Efeitos do Estresse Térmico nos Animais

Segundo Ribaski et. al. (2005), o uso de árvores em conjunto com pastagens pode resultar em vários benefícios para os componentes do ecossistema: clima, solo, microrganismos, plantas forrageiras e animais. Garantindo condições ambientais mais favoráveis para suas pastagens e criações, além de um suprimento de madeira (para uso próprio ou no comércio), sem a necessidade de abandonar outras atividades.

Segundo Vilela et al. (2016, p. 275), a presença de árvores, ainda que dispostas em renques lineares equidistantes e não na forma habitual de bosques, facilita a expressão de comportamentos naturais pelas vacas, como busca de privacidade no momento do parto, referencial espacial para deslocamento e interação social dos animais.

Altas temperaturas ambientais podem alterar o comportamento de pastejo, reduzindo a ingestão de alimentos em até 10%, com a ingestão podendo parar por horas em casos extremos. Podendo ser alterado a qualidade do leite por virtude do estresse térmico, estando entre outros fatores, tendo relação com a restrição hídrica isto, pois no leite a água é componente de maior abundância (PASSINI et al., 2009, apud. VILELA et al., 2016).8

O estresse calórico é um dos principais limitantes a produção animal. Ao se analisar qualquer ambiente com animais quando apresentado altas temperaturas, pode-se observar que os mesmos procuram por locais mais arejados, sejam sombras naturais ou artificiais. Por isso a necessidade de amenizar adequadamente a temperatura do ambiente é de grande relevância,

5 primeira lavra de uma terra de pousio.

6 GEORGE, S. J. et al. A sustainable agricultural landscape for Australia: a review of interlacing carbon sequestration, biodiversity and salinity management in agroforestry systems. Agriculture, ecosystems & environment, v. 163, p. 28-36, 2012.

7 Ende HP and Huttl R (1997) Preface in Forest Ecology and Management 91:1–3.

8 PASSINI, R.; FERREIRA, F. A.; BORGATTI, L. M. O.; TERÊNCIO, P. H.; SOUZA, R. T. Y. B.; RODRIGUES, P. H. M. Estresse térmico sobre a seleção da dieta por bovinos. Acta Scientiarum. Animal Sciences, v. 31, n. 3, p. 303-309, 2009.

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pois Randall (2010) menciona que o sistema corporal é amplamente afetado pelos hormônios do estresse.

Souza e Batista, (2012) em estudo sobre os efeitos do estresse térmico sobre a fisiologia animal, concluíram que, “mesmo os animais com uma boa capacidade morfofisiológica para dissipar calor, precisam de sombra natural ou artificial para se protegerem da radiação solar direta, principalmente em regiões tropicais”. Assim, o entendimento das variações diárias e sazonais das respostas fisiológicas permite a adoção de ajustes que promovam aumento do conforto térmico aos animais e que possa permitir uma produção pecuária de forma mais sustentável além de poder ter mais retorno econômico.

Dessa forma fica claro que os animais necessitam de locais com temperaturas mais amenas para poderem exercer todas as funções e também com ambientes arbóreos podem exercer seu comportamento animal e assim diminuir estresses e aumento da qualidade de vida como já descrito por trabalhos antecedentes.

1.3.2 Condicionamento e Oferta de Água

A água é um dos mais importantes nutrientes, essencial para manter todos processos metabólicos e principalmente para animais em locais de climas mais quentes, ela atua no efeito de resfriamento direto e assim contribuindo ao conforto térmico, mas é necessário que a água esteja a uma temperatura menor que a do próprio corpo. A água atua na transferência de calor pela evaporação, tanto cutânea como respiratória.

Costa e Cromberg (1997) citam que “para predizer a necessidade de água temos que considerar, além da ingestão de matéria seca, as perdas pela urina, fezes, leite e evaporação (cutânea e respiratória), que precisam ser repostas. ”

A composição do alimento e condições de clima irão influenciar sobre a quantidade ingerida e a frequência com que é ingerida a água pelos animais, ambientes muito quentes irão fazer com que o os animais consumam mais água e consequentemente diminuam o tempo de pastejo, cada espécie possui uma determinada resistência a cada fator, os mamíferos ajustam seus processos físicos, bioquímicos e psicológicos para mitigar os efeitos negativos do estresse e assim manter o equilíbrio térmico (ABLAS, 2007).

Há vários estudos que comprovam que a quantidade de ingestão de água ou de alimentos são dimensionadas pela temperatura ambiente, ainda segundo Costa e Cromberg (1997), “até 26 °C os bovinos tendem a beber água com mais frequência em torno do meio dia, no final da tarde e à noite, acima de 32 °C o tempo ingerindo água tende a ficar mais curto e os

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animais aumentam a frequência de bebida, fazendo-o pelo menos a cada 2 horas”. Os mesmos sugerem que acima de 32°C, os animais tendem a aumentar a frequência de ingestão de água e como consequência diminuir o período de pastejo, interferindo nos processos de aumento de produção seja de carne ou leite.

Dessa forma se torna essencialmente necessárias tecnologias para minimizar os efeitos negativos do estresse. Sendo indispensáveis escolhas estratégicas certas, procurando entender a ação do estresse térmico no rebanho, e que assim possa proporcionar defesas/barreiras contra o calor, já que o estresse térmico atua sobre o bem-estar animal e pode se tornar um grande problema e risco.

1.4 ESTABELECIMENTO DA FORRAGEIRA BRS KURUMI EM SISTEMA ROTATÍNUO

Em SAFs com integração pecuária é necessário ter muito cuidado na escolha da forrageira, pois alguns ambientes podem causar certos estresses e ocasionar problemas na implantação. Dessa forma algumas características devem ser analisadas quanto ao tipo de manejo, adaptação da forrageira, exigências, necessidades e tolerâncias e ao estabelecimento de cada cultivar, principalmente ao se tratar do grau de sombreamento.

Desse modo, após pesquisas, a cultivar de capim elefante anão BRS Kurumi se mostrou interessante para uso em sistemas agroflorestais por apresentar porte baixo, alto potencial de produção de forragem e ótimas características nutricionais. Segundo Alves et al. (2016) essa pastagem é principalmente utilizada como capineiro ou sob pastejo, apresentando características como touceiras de formato semiaberto, folhas e colmos de cor verde e internódios curtos. Proporciona crescimento vegetativo vigoroso, com rápida expansão foliar e intenso perfilhamento e o plantio é realizado por meio de propagação vegetativa (estacas), sob recomendação de plantio na época da primavera podendo-se prolongar até fevereiro.

Alves et al. (2016) em estudo sobre a época de realização do primeiro corte concluíram que embora a cultivar necessite de 90 a 100 dias para estabelecimento, é possível realizar o corte antes com intuito de estimular o perfilhamento em torno de 30 dias.

Basicamente o manejo da forrageira consiste no preparo do solo, plantio das mudas ou estacas, entrada do primeiro pastejo e adubações de cobertura. Para Mittelmann (2006, p. 153) “em todas as espécies, é importante o controle de formigas, que podem prejudicar muito o desenvolvimento inicial das plantas. Também durante o período inicial, deve ser feito o controle das plantas daninhas”.

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Então os objetivos do primeiro pastejo são basicamente: uniformizar a área, determinando a altura da área a ser pastejada; e estimular o perfilhamento das plantas para se ter uma pastagem mais rigorosa (QUEIROZ, 2016).

Dentre os componentes de manejo que são necessários para atingir a máxima longevidade da pastagem combinado a máxima produção animal na área, estão: a adubação da pastagem, feita pela reposição dos nutrientes pelos quais foram extraídos do solo pela planta e retirados da área pelos animais, o método de pastejo, utilizando as alturas corretas sendo o máximo e o mínimo, o controle das invasoras, o controle de pragas (QUEIROZ, 2016).

Neste sistema será empregado o pastejo rotatínuo, que define a altura de entrada e de saída, para que assim se tenha a máxima eficiência do sistema, onde os animais e as plantas tenham a maior produção e desempenho.

Cada forrageira tem um ponto de início de pastejo o qual coincide com a máxima produção de folhas, pois a planta irá tentar captar o máximo de luz, possuindo a estratégia de alongar o caule para entrar luz entre as folhas, assim, após como ela não irá conseguir mais alongar o caule, irá matar uma de baixo para dar vida uma a cima, sendo esse o ponto em que ela começa a alongar o caule é o ponto que deve se iniciar o pastejo (QUEIROZ, 2016).

Segundo Dias-Filho (2006) o comportamento animal em Sistema Silvipastoril (SSP) pode sofrer alterações em relação ao sistema de pastagem tradicional, onde a sombra das árvores pode influenciar alguns hábitos de pastejo dos animais pelas alterações nas condições ambientais (diminuição da radiação solar e temperatura, etc.). Existindo a percepção de que o fornecimento de sombra aos animais quando em pastagem reduziria o tempo de pastejo e, assim, o consumo diário de forragem e a produção animal.

Porém vários estudos estão sendo realizados comprovando, inclusive, efeitos contrários, como os encontrados por Rodrigues, Souza e Pereira Filho (2010), em que condições ambientais de alto desconforto térmico pelo calor, os animais têm seu consumo alimentar e produção láctea reduzidos, além de outras alterações fisiológicas, como medidas da função termorreguladora.

Dentre as alternativas na alimentação de bovinos, principalmente para suprimir vazios forrageiros, estão o uso de cultivares duplo propósito ou tetraploides que permitem maiores pastejos ou não só o pastejo, mas outro propósito como colheita. Também entram a produção de feno e silagem como complementação e para segurança, exemplo fazer feno de tifton em momentos que há muita oferta de forragem para posterior utilização quando houver pouca oferta.

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1.5 A RAÇA JERSEY

A raça Jersey apresenta percentuais de gordura e sólidos totais superiores no leite, quando comparado a raça Holandês. Essa raça oferece cerca de 4,73% de gordura (média de 5,5%, pode variar de menos de 4% a mais de 7%) e 3,78% de proteína enquanto a raça holandesa possui cerca de 3,64% de gordura e 3,20% de proteína (RIBEIRO, STUMPF JÚNIOR e BUSS, 2000 e PERES, 2001).

Entre suas diferenças raciais a vaca Jersey possui várias características que a tornam mais vantajosa como exemplos: menor peso por animal/maior carga animal (CA) por hectare, menores problemas de cascos, pés e pernas, mais dóceis, mais longevos, mais eficientes na conversão de alimentos, entre outros. Também são animais mais precoces, que possuem facilidade de parto e habilidade materna e menor intervalo entre partos, possuem uma adaptação muito ampla em sistemas de boi a pasto ou confinamentos frente a alimentação, uma característica da raça é a adaptabilidade aos climas e a maior tolerância ao calor (PERES, 2001). Zanela et al. (2006) citam que sistemas mais intensivos tendem a ter um acréscimo na produção de leite e a ter uma diminuição na CCS (Contagem de Células Somáticas) e também que os teores de gorduras, em seu estudo, foram influenciados pela raça e que as porcentagens de caseína e sólidos foram afetadas pela nutrição.

Também segundo Ribeiro, Stumpf Júnior e Buss (2000), o aumento da competitividade na cadeia do leite a nível mundial fez com que esse setor no Brasil sofresse sérios problemas tanto na eficiência de produção quanto na qualidade do leite gerado, por isso perde em competitividade. O mercado exige cada vez mais produtos de qualidade, e muito mais quando se trata de leite, pois é fonte primária de muitas produções, devendo atender os parâmetros exigidos internacionalmente, composição química (sólidos totais, gordura, proteína, lactose e minerais), microbiológica (contagem total de bactérias), organoléptica (sabor, odor, aparência) e número de células somáticas dentro das normas.

A produção de leite em grande parte é uma resposta a alimentação adequada do animal e seu manejo, esse é o principal fator responsável pela produção e rentabilidade dentro de um sistema de produção leiteira, sendo assim fundamental alimentos de qualidade e em quantidades adequadas.

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1.6 PLANEJAMENTO E PROJETOS AGROPECUÁRIOS

O planejamento basicamente se caracteriza em um processo organizado e sistematizado, pelo qual se procura utilizar da melhor e mais eficiente maneira os recursos disponíveis, com a finalidade de alcançar objetivos e metas estabelecidas em determinado prazo. Segundo Robbins (2004), o planejamento envolve a definir os objetivos ou metas de um sistema produtivo, e estabelecer uma estratégia geral para os atingir, além de o desenvolvimento de uma hierarquia abrangente de projetos para integrar e coordenar as atividades.

O projeto em si já pode ser definido como um instrumento técnico administrativo elaborado por meio de procedimento lógico e racional, o qual permite avaliar e decidir sobre os meios de investimentos e os efeitos futuros na rentabilidade e eficiência econômica e financeira, bem como, os impactos do ponto de vista social e ambiental (BUARQUE, 1991).

Segundo Buarque, (1991) um projeto divide-se em identificar a ideia, o estudo de previabilidade, de viabilidade, o detalhamento a engenharia e a execução. Onde as três primeiras fases devem ser bem analisadas, para em seguida realizar ou não a implantação com base nos dados obtidos. Durante a fase de identificação, deve-se analisar anteriormente a necessidade. Deve-se fazer então o estudo da previabilidade, que é o estudo com dados não necessariamente definitivos ou complexos, se o estudo de previabilidade justificar o investimento, então deve-se realizar a viabilidade.

Um projeto deve conter as seguintes etapas básicas: diagnóstico e justificativa; definição de objetivos e metas; estudo de mercado e comercialização; tamanho e localização; a engenharia; elaboração do orçamento, análise da previsão de custos, receitas e investimentos e avaliação econômica, da rentabilidade, do financiamento e do fluxo líquido de caixa.

1.7 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

A contribuição do setor florestal na economia e no desenvolvimento do país é inegável (LEITE, 2005) e a perspectiva futura aponta favoravelmente para aqueles sistemas de produção que diversificarem seus produtos e investirem na produção de madeira, principalmente em matéria-prima de alta qualidade. A implantação de SSPs é uma iniciativa inovadora e atende as premissas de desenvolvimento econômico e social atreladas às questões de proteção e ao aumento da sustentabilidade ambiental dos sistemas produtivos

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1.7.1 Licenciamento SSP 1 – Espécies Nativas

Segundo a resolução CONSEMA nº 383/2018, que trata dos procedimentos e critérios para certificação e exploração de florestas plantadas com espécies nativas desenvolvidas no Estado do Rio Grande do Sul, o procedimento de certificação de florestas plantadas com espécies nativas requer identificação da área do plantio com espécies nativas e a o proprietário deve requerer o Certificado de Identificação de Floresta Plantada com Espécie Nativa - CIFPEN junto ao órgão ambiental estadual, devendo ser solicitado no Sistema Online de Licenciamento Ambiental – SOL (RIO GRANDE DO SUL, 2018).

Deve ser identificado a área do plantio, as espécies, o ano de implantação e a descrição dos tratos culturais realizados no plantio e na manutenção do mesmo. A solicitação de Certificado de Identificação de Floresta Plantada com Espécie Nativa - CIFPEN fica isenta da apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Da supressão de espécies nativas comprovadamente plantadas, para solicitar a autorização de corte de árvores nativas comprovadamente plantadas junto ao órgão ambiental competente, deverão ser apresentados dados dendrométricos pré-exploratórios dos espécimes propostos ao corte, classificados pelo seu de diâmetro à altura ao peito (DAP) e respectivo volume estimado. A sequência para realização das etapas está disposta no anexo A.

1.7.2 Licenciamento SSP 2 – Espécie Exótica

Considerando a PORTARIA FEPAM Nº 51/2014 (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler), que dispõe acerca da definição dos procedimentos para o licenciamento ambiental da atividade de silvicultura, no Estado do Rio Grande do Sul (enquadrados neste estudo), define-se como, Plantações florestais com fins paisagísticos, para quebra-ventos e conforto térmico animal não são objetos de licenciamento, desde que não utilizem espécies exóticas de alta capacidade invasora.

Para o licenciamento ambiental da atividade de silvicultura, as espécies exóticas com baixa capacidade invasora (Eucalyptus spp., Acacia mearnsii e outras), é considerada como atividade de potencial poluidor médio, sendo determinadas medidas de porte para fins de licenciamento, porte mínimo: empreendimentos com até 40 hectares de área de efetivo plantio. Considerando as áreas de efetivo plantio (medida de porte), serão obedecidos os critérios, para empreendimentos até o limite do porte mínimo o licenciamento é realizado em uma única etapa (Licença Única), com a apresentação dos documentos necessários.

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Considerando os respectivos enquadramentos de porte e potencial poluidor, obedece deve-se seguir as etapas de cadastro online do empreendedor e do empreendimento no site da FEPAM, após solicitação online do tipo de documento necessário para a atividade, abertura de processo físico de licenciamento, com a apresentação dos documentos listados, análise dos autos do processo de licenciamento, pela equipe técnica da FEPAM, vistoria in loco, conforme critério técnico avaliado pela equipe, requerimento de adequações do projeto, correções ou complementações das informações prestadas, conforme necessidade e o deferimento ou indeferimento da licença solicitada.

1.7.3 Licenciamento da Bovinocultura de Leite

O licenciamento da bovinocultura de leite deve ser realizado na Secretária Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, onde, requer o preenchimento de um formulário de requerimento para abertura de processo administrativo. Devendo ser identificado o empreendedor, a atividade, infraestrutura e características da propriedade, n° de animais, tipo de criação, recursos da mão de obra, entre outros quesitos necessários colocar em anexo como comprovantes.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL DA UPA

A unidade de produção agropecuária (UPA) a ser estudada está situada no município de Augusto Pestana, Rio Grande do Sul, precisamente localizada na comunidade Rondinha, a cerca de 16 km da cidade. O município possui uma topografia composta com 10% de área plana, 86% de área ondulada e 4% de área acidentada. O solo é do tipo latossolo, argiloso e de ótima qualidade para agricultura (AUGUSTO PESTANA, 2015).

A UPA está localizada na latitude de 28°29’34.04”S e na longitude de 54°07’12.75”O e altitude entre 322 metros e relevo pouco acidentado. O clima classificado é quente e temperado, do tipo Cfa segundo Köppen-Geiger, temperatura média de 19.5 °C, 1796 mm é a pluviosidade média anual (CLIMA, 2019).

Possui como principal renda o sistema leiteiro desde o ano 2000, sendo classificada como tipo de unidade de produção familiar de leite, a UPA recebe um acréscimo de R$ 0,10 centavos por litro de leite produzido pela raça Jersey, pelo leite ter qualidade nutricional superior. Atualmente possui 65 animais da raça Jersey, sendo destes em média ficam 50 animais em lactação durante o ano, com produção de 21 litros/vaca/dia no verão e podendo alcançar 27 litros/vaca/dia no inverno. O maior problema identificado pela família é o calor no verão nas pastagens, o que causa estresse aos animais e consequente diminuição na produção leiteira, chegando a uma diferença de 6 litros nas diferentes épocas de produção.

A unidade de produção agropecuária conta com 19,8 ha de área própria e 11 ha arrendadas destinadas a produção de milho para silagem, sendo, 2 destinadas a subsistência da família, 8 ha para tifton e capim vaqueiro, 2 ha de área de potreiro as terneiras, 2 ha de área imprópria (mato, galpões e casa) e ainda 5,8 ha com sorgo e milheto, onde irá se propor o novo sistema. A UPA também conta com 3 unidades de trabalho familiar para realizar as operações. O apêndice A apresenta os resultados globais atuais da propriedade.

Para a realização desse estudo embasaram se pesquisas bibliográficas, artigos, sites, entrevistas e visitas a propriedade rural do estudo, pesquisas de mercado, entre algumas outras que se fizeram necessárias. Para a efetivação do estudo e que o mesmo tornasse viável, foi fundamental uma unidade de produção agropecuária (UPA) que estivesse disposta a realização do estudo para posterior implantação do projeto, a mesma se encontra na localidade de Rondinha no município de Augusto Pestana/RS. Para implantação, conforme condições previstas, um SSP é excludente do outro.

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2.2 APRESENTAÇÃO DOS SSPs PROPOSTOS

Neste estudo foram definidos dois sistemas silvipastoris com diferentes componentes arbóreos, sendo descritos na tabela 2 a seguir.

Tabela 2 - Definição dos componentes arbóreos do SSP 1 (espécies nativas primárias/secundárias) e SSP 2 (espécie exótica) em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019.

SSP 1 - Nativas

Nome comum Nome cientifico

Bracatinga Mimosa scabrella

Aroeira-vermelha Canafístula

Schinus terebinthifolius Peltophorum dubium

Ipê-roxo Handroanthus heptaphyllus

Louro-pardo Cordia trichotoma

Guajuvira Patagonula americana L.

SSP 2 – Exótica

Eucalipto Eucalyptus dunnii

2.3 COMPONENTE FORRAGEIRO

Para ambos os manejos se propõe utilizar a forrageira perene Pennisetum purpureum Schum., cultivar BRS Kurumi, plantada a partir de estacas (propagação vegetativa), ao espaçamento de 0,50x0,80m (0,50m entre plantas, 0,80m entre linhas) e sulcos com 0,15 a 0,20 cm de profundidade, em todos os piquetes, sendo um total de 15 piquetes. Ainda se recomenda que o plantio das estacas ocorra na primavera para que a planta possa estar bem estabelecida e aclimatada até o período do inverno.

A área total de implantação é de 5,8 hectares, sendo descontado aproximadamente 1 ha das áreas com componentes arbóreos, sobrando 4,8 hectares para implantação de pastagem dividido em 15 piquetes de aproximadamente 0,4 ha cada, utilizando em média 50 animais em lactação da raça Jersey com peso médio de 400 kg/animal.

Para qualificação do sistema, o estudo prevê a aquisição de um bebedouro móvel pela melhor facilidade de locomoção e assim evitar pisoteamento em determinadas áreas.

Gomide et al. (2015) recomendam a entrada dos animais com 0,80 m de altura da forrageira e saída de 0,35 a 0,40 m e a primeira adubação de cobertura seja aos 60 a 70 dias após o plantio, ainda antes deve ocorrer um primeiro pastejo de uniformização. E o teor de

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proteína bruta (PB) varia de 18 a 20% e os coeficientes de digestibilidade de 68 a 70% que possibilitam em seu pico de produção a complementação somente com suplementos.

Segundo o cálculo de suporte, a forragem tem capacidade de suportar pastejo durante 15 horas com a carga animal estabelecida de 20.000 kg/0,35 ha, ou seja, 50 animais por piquete, porém para o cálculo abaixo foi considerado uma permanência de 5 horas/dia/piquete.

Levou-se em conta:

- Peso vivo/animal: 400 kg - N°D: números/dia

- Área: área remanescente sem árvores

N°D = {(massa pré pastejo-massa pós pastejo)*área}/(n° animais*consumo por animal) N°D = {(2240-1120)*0,35}/(50*12) = 0,65 dias ou 15 horas

2.4 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DOS SSPs

2.4.1 Avaliação Econômica

Conforme Hoffmann et al. (1987), em estudo sobre administração rural, indicam que o método de orçamentos constitui um procedimento para auxílio na tomada de decisões. O qual implica em uma estimativa de receitas e custos de um plano de administração para um período futuro. Assim sendo os resultados de planos alternativos são estimados em orçamentos, sendo que o plano que apresentar o melhor saldo positivo ente custos e receitas será o adotado pela propriedade rural. O método de análises será apresentado nos itens a seguir.

E segundo Buarque (1991) os procedimentos necessários para os cálculos da análise de viabilidade são os dispostos a seguir.

A receita bruta (RB) é o valor anual referente a produção a ser comercializada no Projeto. Procedimento: RB = quantidade vendida x preço. No estudo foram considerados a produção de leite e madeira (tora e lenha).

A margem bruta (MB) representa a sobra operacional do Projeto a qual é obtida subtraindo-se do valor das receitas o valor dos custos variáveis. A MB além de ser uma técnica de análise que mostra a eficiência econômica do empreendimento indica o grau de intensificação de um sistema de produção. Serve também para comparar o desempenho econômico de diferentes atividades produtivas. Procedimento: MB = RB – CV.

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A renda líquida (RL) representa o resultado econômico líquido do Projeto, sendo, portanto, a parte do valor bruto a ser gerado no projeto que sobrará para remunerar o empresário proponente. Procedimento: RL = RB – CT ou RL = MB – CF.

O fluxo econômico do projeto (Flec) representa a contribuição anual do projeto em termos de disponibilidade monetária (saldo de caixa) sendo representado pelo valor da Renda Líquida anual acrescido do valor anual da depreciação do capital fixo. Procedimento: Flec = RL + Depreciação. E o fluxo financeiro (FF) é o fluxo econômico descontado o valor do investimento inicial.

2.4.2 Avaliação da Rentabilidade do Capital Investido

O Valor Presente Líquido (VPL) trata-se da atualização dos valores projetados no futuro para os dias atuais. Sobre o Fluxo Econômico anual projetado aplica-se uma taxa de atualização equivalente a remuneração do capital investido. Esta taxa de atualização deve corresponder ao custo de oportunidade do capital. Procedimento: VPL=FLec/(1+txremk)^n

A taxa interna de retorno (TIR) representa a rentabilidade do capital investido evidenciando, portanto, o ganho anual (taxa de juro) com a aplicação do capital no projeto. Serve para comparar diferentes projetos entre si e compara-los com a rentabilidade geral possível na economia (custo de oportunidade do capital). A TIR evidencia também a taxa máxima de juros de um financiamento que o projeto suportaria. Quanto maior a TIR mais atraente será o projeto e para ser aceitável nunca deverá ser inferior ao custo de oportunidade do capital. A TIR será encontrada quando zerar o Fluxo Econômico atualizado (VPL total=0). Procedimento: Para encontrar a TIR utilizamos a mesma Fórmula do cálculo do VPL, alterando-se apenas a taxa.

E o período de retorno do capital (PRK) representa o tempo (nº de anos) necessário para a recuperação do Capital investido, isto é, quanto tempo levará para retornar o dinheiro investido no projeto. Procedimento: A forma mais simples de se obter o PRK, aproximado, é ir acumulando o valor do Fluxo Econômico do Projeto, isto é, adiciona-se a contribuição anual ao valor inicial (negativo) sendo que no ano em que este se tornar positivo o capital estará recuperado.

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2.4.3 Avaliação do Financiamento e do Fluxo Líquido de Caixa

A amortização do capital (AM) trata-se da devolução do montante de dinheiro financiado ao banco credor conforme as condições de pagamento pré-estabelecidas como: sistema de amortização (valor constante ou não), prazos, carência, número de parcelas. Procedimento: Valor Financiado / nº de anos ou parcelas.

Os juros são os custos financeiro cobrado pelo agente credor referente a remuneração do dinheiro tomado emprestado segundo uma taxa pré-estabelecida. Procedimento: Juros = Valor do débito (capital) x taxa de juro do período.

A prestação é o montante e cada parcela a ser pago ao agente credor, incluindo o valor do capital e os acréscimos correspondente ao juro. Procedimento: Prestação = Amortização + Juros. O saldo devedor (SD) é o valor da dívida que resta pagar após cada amortização do capital. Procedimento: Saldo Devedor = Capital – Amortização.

E o fluxo líquido de caixa (Flx Líq. Cx) representa o saldo final de caixa do projeto, ou seja, o valor anual disponível em caixa após efetuar pagamento de todos os encargos previstos na execução do orçamento do projeto. PROCEDIMENTO: Flx Líq. Cx = Renda Líquida + Depreciação anual – Prestação ou Fluxo Econômico – Prestação.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo consta a descrição dos dois SSPs propostos para implantação na unidade de produção agropecuária, considerando uma área de 5,8 ha.

3.1 COMPONENTES ARBÓREOS PARA MODELIZAÇÃO DO SISTEMA

A área de implantação esta ilustrada na figura 2 a seguir e o sentido da implantação do sistema terá variação por conta de alguns fatores como o posicionamento do nascer e pôr do sol (leste-oeste) e declividade do solo. Assim o novo sistema pode ajudar a evitar erosão, lixiviamento, entre outros problemas que comprometem a qualidade do solo.

Figura 2 - Área de implantação de um sistema agroflorestal e localização, em propriedade no município de Augusto Pestana/RS, 2019.

Fonte: adaptado de Google Earth, 2019.

Neste sentido se propõe três formas de implantação, sendo bosquetes, linhas e um renque, onde o objetivo dos bosquetes e do renque são proporcionar maior conforto térmico aos animais nas horas mais quentes do dia, principalmente no verão já que somente as linhas não irão garantir sombreamento adequado pela disposição das mesmas.

Referências

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