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Análise da viabilidade econômica e financeira para implantação de uma empresa de produção e comercialização de sementes de forrageiras no município de Bozano/RS

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UNIJUÍ– Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do

Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis,

Econômicas e da Comunicação

Curso de Administração

Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso

JARDEL CARLOS DOS SANTOS

Orientadora: STELA MARIS ENDERLI

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA

PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA DE PRODUÇÃO

E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS

NO MUNICÍPIO DE BOZANO/RS

Trabalho de Conclusão de Curso

(2)

JARDEL CARLOS DOS SANTOS

Orientadora: STELA MARIS ENDERLI

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA

PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA DE PRODUÇÃO

E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS

NO MUNICÍPIO DE BOZANO/RS

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, pela vida, por ter chegado onde estou, por me guiar e iluminar meu caminho diariamente, com plena saúde para encarar os desafios e alcançar meus objetivos.

Aos meus pais João Valenciano e Vanda Lucia e meus irmãos Isabel e Leandro pelo apoio, compreensão e amor incondicional, em especial aos meus pais que não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa.

À minha noiva, Jucieli, a minha maior incentivadora, sempre esteve me apoiando em todas minhas escolhas com a certeza de que eu seria capaz de ir muito mais longe. Obrigado por acreditar em mim, auxiliar, ter paciência e por acrescer razão e beleza aos meus dias.

Aos meus amigos e colegas que estiveram comigo nesta batalha diária, me apoiaram com mensagens de otimismo e perseverança. Eu não poderia deixar de agradecer os colegas da Empresa Andreola & Cia Ltda, que também auxiliaram em meus trabalhos curriculares, e me apoiaram.

Aos professores do Curso de Administração da Unijuí, sem vocês meu sonho não poderia se tornar real! Foram fundamentais no meu processo de formação profissional e pessoal.

Agradecer principalmente a minha orientadora, Mestre Stela Maris Enderli, exemplo de profissional. Com paciência e empenho esteve comigo em todos os momentos prestando o suporte necessário para a realização do TCC.

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“Empreendedores são aqueles que entendem que há

uma pequena diferença entre obstáculos e

oportunidades e são capazes de transformar ambos em vantagem”.

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RESUMO

Introdução

É possível perceber que a sociedade passa por um processo de mudanças a todo o momento, seja de comportamento, tecnologia, economia ou política. Nesse ambiente as informações circulam e mudam frequentemente, visto que tendo o acesso as informações e sabendo emprega-las é um forte aliado na hora de tomar as decisões.

Ao fazer uma análise existe todo um planejamento, dado que antes de iniciar o planejamento, primeiramente deve-se ter definido qual será a área do empreendimento, em qual lugar estará instalado, ter defino quais serão os fornecedores, clientes, concorrentes e dentre outras. Pois é através do planejamento que o gestor irá analisar, gerir e definir quais são as diretrizes que deverá seguir para alcançar as metas almejadas.

Para realizar uma administração eficaz o gestor necessita compreender a situação em que a empresa se encontra, a fim de que se possa detectar as dificuldades e usufruir das oportunidades. Realizar um estudo econômico e financeiro antes de iniciar ou fazer a ampliação do empreendimento é de suma importância, pois é através da análise que o administrador irá tomar a decisão de implantar ou não um novo empreendimento.

Associando as experiências, o desejo de empreender e o conhecimento que o curso de Administração proporcionou em cada um dos componentes curriculares, foi permitido desenvolver o presente estudo, assim, vislumbrando uma oportunidade de negócio, em que é posto em prática o empreendedorismo. Além de engrandecer o conhecimento o estudo vem agregar para a vida como acadêmico e pessoal, proporcionando um aumento de aprendizagem e informações sobre o assunto em questão.

O presente estudo tem como finalidade analisar a viabilidade econômica e financeira de implantação de uma empresa de produção e comercialização de sementes de forrageiras no município de Bozano, no estado do Rio Grande do Sul. Através dos procedimentos da administração, tem como objetivo analisar os resultados econômicos e financeiros produzidos pelo empreendimento nos períodos projetados, assim constatando se a empresa irá produzir recursos para alcançar o retorno almejado.

Metodologia

A metodologia utilizada quanto à natureza é aplicada, visando que na prática foi realizado um estudo sobre a análise econômica e financeira. Já a pesquisa quanto aos objetivos se classifica como descritiva, pois visa verificar, compilar e analisar os dados.

Quanto à forma de abordagem é qualitativa, sendo que foi realizada uma análise dos dados coletados. Referente aos procedimentos técnicos, o estudo é classificado como um estudo de caso e bibliográfico, considerando que através da pesquisa bibliográfica foram resgatados através de diversos autores, vários conceitos na área da administração. Após, foi realizado o levantamento de dados, das receitas custos e despesas, buscando assim, através das técnicas usadas pela administração, calcular as projeções das receitas, custos e despesas dos cenários pessimista, médio e otimista.

De acordo com as projeções calculadas, as quais serviram para gerar os resultados econômicos compostos pela demonstração do resultado do exercício e os índices de rentabilidade e lucratividade. No financeiro com a projeção do fluxo de caixa, a taxa interna de retorno e atratividade, o valor presente líquido e os períodos de payback simples e descontado.

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Resultados

O ramo de atividade da empresa é focado para a produção e comercialização de sementes de forrageiras, a qual é utilizada para cobertura do solo, alimentação animal e para a produção de sementes. Sendo que para estar dentro das conformidades, à empresa está registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, garantindo assim que a semente será produzida dentro dos padrões estabelecidos pela entidade.

A empresa é composta por dois sócios, cada um com 50% de participação. Os fornecedores das sementes serão as instituições que desenvolvem novas variedades de sementes e os denominados cooperantes, sendo estes responsáveis pelo processo do plantio até a colheita, tendo um acompanhamento de um Engenheiro Agrônomo. As vendas das sementes serão realizadas para as agropecuárias, cooperativas, produtores rurais e criadores de gado de corte e leite.

Após realizar o levantamento dos investimentos necessários para iniciar as atividades da empresa, foi realizado um levantamento dos dados das receitas, custos e despesas, para produzir e comercializar 332 toneladas de Aveia Preta Embrapa 139 e 231 toneladas de Azevém Anual BRS Ponteio.

Para iniciar o empreendimento é necessário um investimento total de R$ 145.764,73, sendo que os investimentos fixos com a aquisição de veículos, máquinas e equipamentos e móveis e utensílios somam um total de R$ 79.378,00, os pré-operacionais representam um valor de R$ 4.778,87, já a reserva técnica de 40% do valor dos investimentos fixos totaliza um valor de R$ 31.751,20, e para o início das atividades tem se um valor de R$ 29.856,66, o qual é calculado com base nos três meses de despesas fixas.

As receitas e custos foram projetados em três cenários, o cenário pessimista, médio e otimista, para as despesas foram mantidos os mesmos valores para os três cenários, sendo que o volume produzido não irá interferir no valor das despesas.

Para o cenário pessimista o valor total da receita líquida alcança com a venda das 332 toneladas de Aveia Preta Embrapa 139 e 231 toneladas de Azevém Anual BRS Ponteio é de R$ 710.304,67, e com um custo total de R$ 545.379,08.

No cenário médio a receita líquida total é de R$ 921.602,56, com a venda de 332 toneladas de Aveia Preta Embrapa 139 e 231 toneladas de Azevém Anual BRS Ponteio, assim tendo um custo total de R$ 717.179,08.

Já para o cenário otimista a receita líquida obteve um total de RS 1.145.284,65, com o faturamento de 332 toneladas de Aveia Preta Embrapa 139 e 231 toneladas de Azevém Anual BRS Ponteio, obtendo assim um custo total de R$ 895.479,08.

Nos custos totais estão incluídas as compras das sementes dos cooperantes, custos com a mão de obra para realizar o processo de beneficiamento, as inscrições de campo, energia elétrica, sacaria, diesel, análises de laboratório e a depreciação com os veículos.

O total das despesas para o período de um ano chega a um total de R$ 119.426,64, visto que R$ 52.086,00 são relacionadas às vendas e R$ 67.340,64, é pertinente às despesas administrativas. Sendo que dentro das despesas administrativas as mais relevantes são as despesas com o aluguel do armazém que é de R$ 30.000,00 por ano e Engenheiro Agrônomo com R$ 10.500,00 anual. Para as despesas administrativas a despesa mais expressiva e com o pró-labore no valor total de R$ 39.960,00 ao ano, em seguida o aluguel da sala comercial com um valor de R$ 5.760,00 por ano.

Em seguida com os resultados obtidos das receitas, custos e despesas, foram calculados e analisados os índices econômicos e financeiros das projeções pessimista, médio e otimista.

Projeção pessimista:

A demonstração do resultado do exercício gerou uma projeção de R$ 45.498,95, no resultado líquido do primeiro ano e chegando ao final do quinto ano com R$ 54.062,19.

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O índice de rentabilidade alcançou uma média de 34,50% e a lucratividade de 5,65%, já a taxa interna de retorno é de 31,33%. Obtendo um saldo de valor presente líquido ao final do quinto ano de R$ 118.594,24. Sendo que para recuperar o capital investido será necessário o prazo de três anos e cinco meses no método payback simples e para o descontado o tempo é de três anos, nove meses e vinte e seis dias

Projeção média:

O resultado líquido obtido com projeção da demonstração do resultado do exercício para o primeiro ano é de R$ 84.996,84, e atingindo o valor de R$ 111.810,02, no quinto ano.

Ao final do período analisado a rentabilidade do empreendimento obteve uma média de 67,23% e 8,38% de lucratividade, tendo assim uma taxa interna de retorno de 65,59%. Sendo que o saldo no valor presente líquido é de R$ 320.717,31, ao final do quinto período. Assim levando o tempo de dois anos, cinco meses e vinte dias no modo payback simples e dois anos, oito meses e vinte e dois dias no método descontado.

Projeção otimista:

A projeção da demonstração do resultado líquido do exercício parte de R$ 130.378,93, no primeiro ano analisado e chega ao final do quinto ano com um valor total de R$ 162.275,06.

A rentabilidade média projetada para o período é de 99,52%, já a lucratividade atingiu uma média de 9,99% ao final do período estudado, obtendo uma taxa interna de retorno de 98,68%, dessa forma, tendo ao final do quinto ano um saldo do valor presente líquido de R$ 520.141,04. Retomando o capital investido em dois anos e sete dias no método payback simples e no descontado o prazo de dois anos, dois meses e dez dias.

Conclusões

O presente estudo foi de suma importância, pois através do mesmo possibilitou enriquecer os conhecimentos como acadêmico do curso de administração e estabelecer as diretrizes para a criação de um novo empreendimento, viso que servirá como guia para formar novos empreendimentos.

Através dos resultados obtidos pelas análises econômicas e financeiras, o projeto de implantação da empresa de produção e comercialização de sementes de forrageiras, ficou constatado que, pode ser adotado pelo empreendedor nos três cenários analisados, sendo que os índices foram superiores a taxa mínima de atratividade fixada em 18%, ou seja, o empreendimento é capaz de produzir recursos para alcançar o retorno almejado e recuperar o capital investido no prazo estipulado.

Ressaltando assim, a importância da realização de uma análise econômica e financeira antes de iniciar um novo investimento, mas não basta apenas elaborar uma análise, tem que fazer o levantamento dos dados o mais real possível, para que assim, possa ter a informação certa na hora de tomar as decisões.

Palavras-Chave: Empreendedor, Produção e Comercialização de Forrageiras, Viabilidade Econômica e Financeira.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estrutura Básica da Demonstração do Resultado do Exercício ...25

Quadro 2 - Modelo de Fluxo de Caixa ...28

Quadro 3 - Fórmula para cálculo da TIR ...29

Quadro 4 - Fórmula para cálculo do VPL ...30

Quadro 5 - Investimentos Pré-Operacionais ...41

Quadro 6 - Investimentos Fixos ...42

Quadro 7 - Investimentos em Capital de Giro ...43

Quadro 8 - Receitas das Vendas - Preço Pessimista ...45

Quadro 9 - Receitas das Vendas - Preço Médio ...46

Quadro 10 - Receitas das Vendas - Preço Otimista ...47

Quadro 11 - Aveia Preta Embrapa 139 - Custo Pessimista ...49

Quadro 12 - Azevém Anual BRS Ponteio - Custo Pessimista ...50

Quadro 13 – Aveia Preta Embrapa 139 - Custo Médio ...52

Quadro 14 - Azevém Anual BRS Ponteio - Custo Médio ...53

Quadro 15 - Aveia Preta Embrapa 139 - Custo Otimista ...55

Quadro 16 - Azevém Anual BRS Ponteio - Custo Otimista ...56

Quadro 17 - Depreciação de Veículos ...57

Quadro 18 - Despesas com Depreciação ...58

Quadro 19 - Despesas Fixas ...59

Quadro 20 - Demonstração do Resultado do Exercício ...63

Quadro 21 - Demonstração do Resultado do Exercício - Projeção do Preço Pessimista ...64

Quadro 22 - Demonstração do Resultado do Exercício - Projeção do Preço Médio ...65

Quadro 23 - Demonstração do Resultado do Exercício - Projeção do Preço Otimista ...66

Quadro 24 - Índice de Rentabilidade - Preço Pessimista ...67

Quadro 25 - Índice de Rentabilidade - Preço Médio ...67

Quadro 26 - Índice de Rentabilidade - Preço Otimista ...68

Quadro 27 - Índice de Lucratividade - Preço Pessimista ...68

Quadro 28 - Índice de Lucratividade - Preço Médio ...69

Quadro 29 - Índice de Lucratividade - Preço Otimista ...69

Quadro 30 - Fluxo de Caixa - Preço Pessimista ...70

Quadro 31 - Fluxo de Caixa - Preço Médio ...71

(9)

Quadro 33 - Taxa Interna de Retorno ...73

Quadro 34 - Valor Presente Líquido - Preço Pessimista ...74

Quadro 35 - Valor Presente Líquido - Preço Médio ...74

Quadro 36 - Valor Presente Líquido - Preço Otimista ...75

Quadro 37 - Payback - Preço Pessimista ...76

Quadro 38 - Payback - Preço Médio ...76

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processo de beneficiamento das sementes de forrageiras ...40

Figura 2 - Percentual de Investimento em Capital de Giro ...43

Figura 3 - Resumo das Despesas Fixas com Vendas ...60

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LISTA DE ABREVIATURAS

CMV – Custo das Mercadorias Vendidas

CSM/RS – Comissão de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul DRE – Demonstração de Resultado

IL – Índice de Lucratividade IR – Índice de Rentabilidade

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento PV – Presente Valor

TIR – Taxa Interna de Retorno TMA – Taxa Mínima de Atratividade TR – Taxa de Rentabilidade

VAL – Valor Atual Líquido VPL – Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO RESUMO ... 4 LISTA DE QUADROS ... 7 LISTA DE FIGURAS ... 9 LISTA DE ABREVIATURAS ... 10 INTRODUÇÃO ... 13 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 15 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ... 15 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 15 1.3 PROBLEMA ... 16 1.4 OBJETIVOS ... 17 1.4.1 Objetivo geral ... 17 1.4.2 Objetivos específicos ... 17 1.5 JUSTIFICATIVA ... 17 2 REFERENCIAL TÉORICO ... 19 2.1 RAMO DE ATIVIDADE ... 19

2.2 ADMINISTRAÇÃO E FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS ... 20

2.3 EMPREENDEDORISMO ... 21

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 21

2.4.1 Investimentos ... 22

2.4.2 Receitas, despesas e custos ... 23

2.5 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 23

2.5.1 Análise de Viabilidade Econômica ... 24

2.5.1.1 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ... 24

2.5.1.2 Índices de Rentabilidade – IR ... 25

2.5.1.3 Índices de Lucratividade – IL ... 26

2.5.2 Análise de Viabilidade Financeira ... 27

2.5.2.1 Fluxo de Caixa ... 27

2.5.2.2 Taxa Interna de Retorno – TIR ... 28

2.5.2.3 Taxa Mínima de Atratividade – TMA ... 29

2.5.2.4 Valor Presente Líquido – VPL ... 30

2.5.2.5 Período de Payback ... 31

3 METODOLOGIA ... 33

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 33

(13)

3.1.2 Quanto aos objetivos ... 34

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 34

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 34

3.2 COLETA DE DADOS ... 35

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 36

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 36

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 38

4.1 RAMO DA ATIVIDADE ... 38

4.2 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS ... 41

4.3 RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS ... 44

4.3.1 Receitas ... 44

4.3.2 Custos ... 47

4.3.3 Despesas ... 57

4.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 62

4.4.1 Viabilidade Econômica... 62

4.4.1.1 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE ... 62

4.4.1.2 Indicadores Econômicos ... 66

4.4.1.2.1 Índice de Rentabilidade - IR ... 67

4.4.1.2.2 Índice de Lucratividade - IL ... 68

4.4.2 Viabilidade Financeira ... 69

4.4.2.1 Fluxo de Caixa ... 70

4.4.2.2 Taxa Mínima de Atratividade - TMA... 72

4.4.2.3 Taxa Interna de Retorno - TIR ... 73

4.4.2.4 Valor Presente Líquido - VPL ... 73

4.4.2.5 Período de Payback ... 75

CONCLUSÃO ... 78

REFERÊNCIAS ... 80

(14)

INTRODUÇÃO

A definição do objeto do estudo aconteceu em função do acadêmico inserir-se em uma região em que a agricultura se caracteriza por ser uma das principais fontes de renda familiar e, em função disso movimentar a economia brasileira. A partir da realidade encontrada, vislumbrou-se a oportunidade de realizar um estudo, para averiguar a viabilidade econômica e financeira da implantação de uma empresa de produção e comercialização de sementes de forrageiras, no município de Bozano/RS.

Para obter uma boa produção de sementes de forrageiras e o retorno financeiro desejado, não depende somente da área financeira, depende de toda uma cadeia, partindo do princípio de se fazer um bom plantio, manejo e efetivar a colheita na época certa, isso pode ser monitorado por um Engenheiro Agrônomo, que dará as devidas instruções para o cooperante, sem esquecer as intempéries climáticas que é o fator mais importante, para chegar a uma boa produção e a semente usufruir de boa qualidade.

Nesse estudo, encontra-se uma oportunidade de negócio, que permite para o estudante do curso de Administração exercer o seu espírito empreendedor, juntando as competências e experiências que cada um dos componentes curriculares proporcionou, assim, com a análise econômica e financeira tornando possível um estudo visando a viabilidade ou não de tal empreendimento.

A análise da viabilidade engloba vários setores de uma empresa, tanto interno como externo, permitindo avaliar os riscos e identificar as melhores soluções, contribuindo no processo decisório. Também é importante ressaltar que é de suma acuidade antes de iniciar um empreendimento, realizar um estudo como parte integrante de um planejamento.

O presente trabalho de conclusão de curso está dividido em quatro partes, sendo que no primeiro capitulo apresenta-se a contextualização do estudo, que detalha a área do conhecimento, contemplada a caracterização da organização, o problema, os objetivos e a justificativa.

O segundo capítulo traz o referencial teórico sobre o assunto em questão, composto pelo ramo da atividade, administração, funções administrativas e empreendedorismo, seguido dos conhecimentos teóricos e técnicos necessários para o estudo de viabilidade econômica e financeira de implantação do empreendimento.

No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia para a realização da pesquisa, contemplando a classificação da mesma quanto a sua natureza, objetivos, e por fim, a forma como foi realizada a coleta e interpretação dos dados.

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Para o quarto capítulo é exposto o ramo de atividade da empresa, bem como os investimentos necessários para a abertura do novo empreendimento, posteriormente são apresentadas as projeções das receitas, custos e despesas que irão incidir durante a implantação do empreendimento, e em seguida é demonstrada a análise de viabilidade econômica e financeira.

Para finalizar é evidenciada a conclusão e as referências bibliográficas consultadas para a maximização do estudo.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este capítulo apresenta o enfoque do estudo realizado, trazendo como se chegou ao tema, a caracterização da organização, seguida do problema, bem como, o objetivo geral e os específicos e, por fim a justificativa.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Em um período de grandes mudanças e evoluções constantes, há sempre a necessidade de se buscar novas alternativas de investimentos, procurando ajustar-se a um mercado acelerado e competitivo. É neste momento que surge a análise da viabilidade, de suma importância para quem quer abrir ou manter viva a empresa no mercado, tendo sempre como objetivo apresentar um retorno sobre o investimento. A importância de elaborar uma análise de viabilidade econômica e financeira para averiguar se é possível manter ou abrir um empreendimento é relatada pelos autores, da seguinte maneira:

No exercício de sua profissão, os engenheiros e técnicos da área econômico-financeira frequentemente deparam com a escolha de alternativas que envolvem estudos econômicos. Não raro, a escolha é feita sem que o custo do capital empregado seja considerado adequadamente. Somente um estudo econômico pode confirmar a viabilidade de projetos tecnicamente corretos. (CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2010, p. 92).

Confirma-se que é na análise de viabilidade econômica e financeira que está o aporte necessário para se tomar a decisão, se é viável ou não implantar uma empresa.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A empresa pretende se instalar no município de Bozano/RS, e atuará na produção e comercialização de sementes de forrageiras, no qual terá como seus principais fornecedores de sementes, os cooperantes e as instituições públicas de pesquisas, que são vinculadas ao Ministério da Agriculta, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Os clientes serão as cooperativas, veterinárias, produtores rurais, produtores de leite e outras empresas que fazem proveito do produto.

O empreendimento será composto por dois sócios, ambos terão 50% de participação na empresa, contará com um vendedor para fazer as vendas e abrir novos mercados e um Engenheiro Agrônomo terceirizado para prestar assistência técnica para a empresa e aos

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cooperantes. Almeja-se contratar um auxiliar administrativo que ficará responsável pelas suas atividades pertinentes, já para o setor de produção das sementes, será contratada uma empresa de prestação de serviços, responsabilizada pela descarga do produto bruto, assim como, o processo de beneficiamento e o carregamento nos caminhões.

O serviço de contabilidade será feito por um escritório de contabilidade, para fazer o trabalho mais minucioso, como: analisar a área fiscal, tributária e trabalhista, desta forma deixando os sócios mais informados sobre a situação da empresa.

1.3 PROBLEMA

O setor de sementes de forrageiras está crescendo anualmente, por se tratar de uma cultura de inverno, não concorre com as principais culturas que são o milho e a soja. Conforme dados da Comissão de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (CSM/RS), disponível em APASSUL (2012) na safra 2011/2011 a área inscrita para a produção de sementes de aveia preta e azevém ficaram em 70.837,36 hectares, com estimativa de produção de 94.108,82 toneladas.

Já na safra 2013/2013, esse número subiu para 72.081,52 hectares plantados, com estimativa de produção de 117.294,57 toneladas, portanto, apresentando um aumento na estimativa de produção de 24,63% nas áreas de aveia e azevém plantados no estado do Rio Grande do Sul. (APASSUL, 2014).

Os dados de sementes de forrageiras só não são maiores porque existe muita produção de sementes de forrageiras ilegais. Segundo a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras, disponível na Revista Globo Rural (2012) da safra 2011/2012 no Brasil entre 40% a 50% do mercado foram abastecidos com sementes ilegais. As sementes legais de forrageiras depois das principais culturas que são a soja e o milho, movimentam mais de R$ 1 bilhão por ano.

Ao fazer a implantação de um empreendimento no setor de produção e comercialização de sementes, contribuirá para o desenvolvimento do município Bozano/RS e, acarretará em mais uma opção de empresa que produzirá sementes dentro dos padrões do Ministério da Agricultura (MAPA), fornecendo garantias de uma semente com excelente qualidade.

A análise econômica e financeira é um método gerencial, que auxilia os empreendedores a fazer uma avaliação da viabilidade econômica e financeira, assim verificando antecipadamente o retorno do dinheiro investido e, se é viável ou não abrir um

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novo empreendimento. Conforme, Kassai et al. (2000, p. 31), “o lucro, portanto, é a base para a análise das decisões de investimentos”. E neste contexto, se questiona: de que forma a análise de viabilidade econômica e financeira, pode gerar informações para auxiliar na tomada de decisão na implantação de uma empresa de produção e comercialização de sementes de forrageiras no município de Bozano/RS?

1.4 OBJETIVOS

O objetivo do estudo deve sempre determinar com clareza e buscar entender sua finalidade, para assim, dispor de uma boa obtenção nos resultados alcançados. Diante disso, são apresentados o objetivo central e os específicos.

1.4.1 Objetivo geral

Analisar a viabilidade econômica e financeira, para a implantação de uma empresa de produção e comercialização de sementes de forrageiras no município de Bozano/RS.

1.4.2 Objetivos específicos

• Levantar os investimentos necessários para a implantação do projeto; • Projetar as receitas, custos e despesas para o período analisado;

• Demonstrar se é viável economicamente e financeiramente a implantação do

empreendimento.

1.5 JUSTIFICATIVA

Como acadêmico do curso de Administração, acredita-se que o sonho da maioria de nós, futuros administradores, é tornar-se um empreendedor de sucesso. No entanto, antes de abrir uma empresa é necessário analisar uma série de fatores, tais como: a caracterização do negócio que está em discussão, bem como, encontrar um local adequado, saber quem são os seus fornecedores clientes e concorrentes e, ainda realizar uma pesquisa de mercado para averiguar a aceitação do produto, dentre outras.

Além disso, este trabalho também vem a enriquecer a trajetória do acadêmico, possibilitando a ampliação de informações e aprendizagem relacionado ao tema em estudo,

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unindo o teórico e o prático e, consequentemente demonstrando a importância de se fazer uma análise de viabilidade econômica e financeira para a empresa, permitindo avaliar se é possível ou não, prosseguir na abertura do empreendimento.

O empreendedor está constantemente envolvido em decisões de investimentos, quer seja a criação de uma empresa, ou, se ela já existe, a de fazer novos investimentos em máquinas, instalações, tecnologias, ou quaisquer outras decisões que otimizem o lucro e, por sua vez, o retorno de seus investimentos. (KASSAI et al., 2000, p. 98). Desta forma, é importante ressaltar que é necessário informar e demonstrar para aqueles que planejam abrir ou ampliar seu empreendimento, a importância de se fazer um estudo de viabilidade econômica e financeira, para que assim, diminuam os riscos de fechamento da empresa e/ou ainda de perder o dinheiro investido, por exemplo.

A realização deste trabalho é de fundamental importância para os acadêmicos do curso de Administração, no sentido de expandir seus conhecimentos e aplicar assuntos abordados em sala de aula, para posteriormente colocá-los em prática. Desta forma, a Universidade também assume um papel primordial, para assim, favorecer o acadêmico através da pesquisa, o crescimento intelectual, que retornará à instituição de ensino como forma de reconhecimento.

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2 REFERENCIAL TÉORICO

De acordo com Roesch (1999, p. 105) “a revisão da literatura permite entre outros propósitos levantar soluções alternativas para tratar de uma problemática”.

Esta etapa do estudo retrata o percurso de revisão ao tema, trazendo características inerentes ao ramo da atividade em questão, suas funções administrativas, complementado pelo empreendedorismo e, por fim os conceitos da metodologia de análise da viabilidade econômica e financeira.

2.1 RAMO DE ATIVIDADE

Caracterizada por ser uma planta, a semente de forrageira apresenta dois tipos, as leguminosas que são grãos em vagens e, as gramíneas, conhecida como capim. Essa gramínea depois de formar o ciclo completo do grão é usada para a produção de cereais que podem ser usados para a alimentação humana e/ou animal. De acordo com Rocha (2011) as gramíneas e leguminosas não são plantas iguais, no entanto, pertencem ao grupo das forrageiras, fonte essa de alimento para reprodução e desenvolvimento de animais.

As forrageiras ajudam a suprir as necessidades de alimentos para o gado de corte e gado leiteiro, principalmente no inverno onde há maior escassez de pastagens, pois segundo a Embrapa Pecuária Sul (2001), as forrageiras ajudam ao longo do ano propiciando um equilíbrio na produtividade, assim como, mantendo estáveis as receitas do produtor.

O consumo de carne dos brasileiros está aumentando, segundo reportagem publicada no Canal do Produtor (2013), a senadora Kátia Abreu relatou que a pessoa que consumia 36 quilos de carne em 2010, aumentou esse consumo para 42 quilos em 2013.

De acordo com o Ministério da Agricultura (2012), o Brasil tem o segundo maior rebanho do mundo, em torno de 200 milhões de cabeças de gado. Desde o ano de 2004 o país é líder nas exportações, tendo um quinto da carne comercializada internacionalmente, vendendo para mais de 180 países. Contudo, não bastar ter um dos maiores rebanhos do mundo, é preciso ter alimento para dar aos animais, produzir forrageiras com alta qualidade e, sempre buscar o melhoramento das técnicas de manejo na pecuária.

José (2009, p. 31) descreve que a “utilização de sementes de forrageiras de alta qualidade de materiais melhorados possibilita aumentar a lotação de animais por área”, fazendo com que novos produtores de sementes de forrageiras se credenciem junto ao

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Ministério da Agricultura para assim, ter acesso às pesquisas de melhoramento de sementes, buscando sempre o aperfeiçoamento nas etapas da produção de sementes.

2.2 ADMINISTRAÇÃO E FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

A administração tem um papel fundamental para que se possa traçar e alcançar os objetivos, é baseado nela que se encontra o aporte necessário, pois segundo Silva (2008, p. 6) “administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas da organização”.

Seguindo a mesma linha de pensamento, Chiavenato (1999, p. 6) coloca que “administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz”. Para administrar as atividades da empresa, existem processos administrativos, que o gestor deve desempenhar para obter os resultados planejados.

Para entender melhor quais são esses processos o autor traz a concepção de que “a administração é um processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços dos membros da organização e de utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais previamente estabelecidos” (CHIAVENATO, 1999, p. 14). Nesta perspectiva, Silva (2008, p. 9,10), descreve o que é cada uma destas funções administrativas. Segundo o autor, planejamento significa “determinação de objetivos e metas para o desempenho organizacional futuro e decisão das tarefas e recursos utilizados para o alcance desses objetivos”. Já, o conceito de organização, o autor pontua como “processo de designação de tarefas, de agrupamento de tarefas em departamentos e de alocação de recursos para os departamentos”.

Pensando em direção, ele relata como “influencia para que outras pessoas realizem suas tarefas de modo a alcançar os objetivos estabelecidos, envolvendo energização, ativação e persuasão dessas pessoas” e por fim, a designação de controle, relatada como “função que se encarrega de comparar o desempenho atual com os padrões predeterminados, isto é, com o planejado”.

Desta forma, conhecer e seguir os processos administrativos são de suma importância para o administrador, que poderá auxiliar a empresa a permanecer no mercado, ou ainda a realizar um planejamento para abrir um novo empreendimento.

No entanto, é importante ressaltar que antes de abrir um novo empreendimento, em primeiro lugar é preciso realizar um planejamento, para assim saber se está correto.

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Chiavenato (1999, p. 15) destaca que:

Planejamento define o que a organização pretende fazer no futuro e como deverá fazê-lo. Por essa razão, o planejamento é a primeira função administrativa, definindo os objetivos para o futuro desempenho organizacional e decidindo sobre os recursos e tarefas necessários para alcança-los adequadamente.

Portanto, para alcançar o efeito que o administrador deseja realizar, o planejamento antes de abrir uma empresa será o primeiro passo, para assim, evitar cair nas armadilhas que existem no caminho do sucesso do empreendimento.

2.3 EMPREENDEDORISMO

Ser empreendedor é criar ou identificar uma oportunidade de negócio, sempre procurando fazer a diferença, buscando oportunidades novas para que no futuro se tenha o retorno almejado, pois segundo Dornelas (2001, p. 37) “o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”.

“Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado”. (DORNELAS, 2001, p. 19).

O desejo de se tornar um empreendedor de sucesso é o que a pessoa empreendedora mais quer, no entanto, a decisão de abrir uma empresa deve ser bem clara e objetiva, o empreendedor deve se empenhar e estar preparado para os futuros problemas que poderá enfrentar no decorrer da sua caminhada. “Empreender é uma iniciativa “arriscada”, principalmente porque tão poucos dos assim chamados empreendedores sabem o que estão fazendo” (DRUCKER, 2008, p. 38).

Contudo, é importante ressaltar que para ser um empreendedor, não bastar apenas ter uma tempestade de ideias e inovações, é necessário se fazer um estudo para avaliar se esse produto ou serviço terá o retorno desejado.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

Antes de começar um novo empreendimento, deve-se saber primeiro o quanto pretende investir para iniciar as atividades, Lapponi (2007, p. 10) explica que “investir é

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comprometer dinheiro numa determinada data e por um determinado prazo durante o qual será gerado os fluxos de retornos”.

Complementando essa ideia, Motta e Calôba (2009, p. 34) explicam que:

Considera-se investimento a situação na qual ocorre inversão de capital de alguma forma, podendo ser em um projeto novo, na compra de uma empresa existente et.. buscando com isso criação de valor, ou seja, recuperação do valor investido (principal), mais uma rentabilidade do investimento (taxa de juros), em determinado prazo.

Na mesma linha de pensamento, Bruni e Famá (2007) apontam que o investimento é um sacrifício inicial a favor de vantagens futuras.

Segundo Kassai et al. (2000), os investimentos feitos na empresa devem ser recompensados de maneira adequada, não só para a satisfação do investidor, mas especialmente para garantir a sobrevivência da empresa.

2.4.1 Investimentos

Para iniciar as atividades de qualquer empreendimento é necessário um investimento inicial, com isso busca-se estimar qual o total de recursos essencial para a implantação.

No entendimento de Lapponi (2007, p. 124)

O objetivo da decisão do investimento ou do orçamento de capital é maximizar o valor da empresa. A decisão de alocação do capital em projetos de investimento é fundamental para o sucesso, pois os recursos da empresa são comprometidos por longo tempo na direção de seu futuro desejado e isso envolve um grande esforço de tempo e de gerenciamento.

Desta forma, Silva (2005, p. 50) explica que:

Os investimentos classificam-se em temporários (são valores aplicados com o intuito de resgate dentro de um determinado tempo) e permanentes (são ativos que geram resultados e/ou retorno a longo prazo, observando sempre sua classificação quanto a intenção de resgate).

Para Drucker (2008, p. 268) “o crescimento precisa ser alimentado. Em termos de financeiro isto significa que o crescimento em um novo empreendimento exige colocar mais recursos financeiros e não retirá-los”.

É importante ressaltar que a empresa busque e realize novos investimentos, visto que sem eles não conseguirá expandir e consequentemente, não conseguirá mais se manter no mercado.

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2.4.2 Receitas, despesas e custos

O administrador sempre busca o lucro para seu empreendimento, no entanto, precisa saber diferenciar as receitas, as despesas e os custos. Para Ribeiro (1999, p. 56) “receitas decorrem da venda de Bens e da prestação de serviços. Existem em número menor que as despesas, sendo as mais comuns representadas pelas seguintes contas: Alugueis de ativos; Descontos Obtidos; Juros Ativos; Vendas; Receitas de Serviços”.

Todas as ações que a empresa faz, visa buscar mais receitas para conseguir cobrir as despesas. Para que haja receita é necessário que se tenha vendas. Contemplando, Basso (2011, p.55) argumenta que:

Entende-se por receita a variação que provoca a entrada de elemento no ativo sob forma de dinheiro ou de direitos a receber, provenientes da realização de atividades principais ou secundárias da entidade, e que geralmente correspondem à venda de mercadorias, produtos e bens, ou à prestação de serviços.

Ribeiro (1999, p. 55) expressa seu conceito de despesa a partir de que:

Decorrem do consumo de Bens e da utilização de serviços. Por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, vassouras, detergentes), o café consumido, os materiais de expediente consumidos (canetas, papeis, lápis, impressos, etc.), a utilização de serviços telefônicos etc. Custos são os gastos pertinentes para fabricar bens ou serviços, Bruni e Famá (2003) relatam que os custos estão ligados diretamente à produção, desde o início da fabricação até o estágio final, que é o produto acabado, pronto para a venda.

Complementando, Casarotto Filho e Kopittke (1994, p. 199) afirmam que “os custos de produção são aqueles que ocorrem até a fabricação do produto. Como exemplo tem-se o custo das matérias-primas ou o custo de manutenção”.

Sob a mesma perspectiva Padoveze (1997, p. 214), afirma que os custos “são os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos”. Desta forma, pode-se dizer então que os gastos relativos à produção de um produto ou serviço são denominados custos, no qual está ligado diretamente com a área de produção da empresa.

2.5 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE

As metodologias de análise de viabilidade servirão para analisar a possibilidade de implantar um novo empreendimento, baseado em termos econômicos e financeiros ajudarão a

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verificar quais são os investimentos precisos para iniciar o empreendimento e ainda, para constatar retornos dos investimentos.

2.5.1 Análise de Viabilidade Econômica

A análise de viabilidade econômica é fundamentada através dos resultados de projeção da demonstração de resultado do exercício de certo período, para posteriormente empregar os indicadores de lucratividade e rentabilidade. Esses indicadores evidenciam se o investimento alcançará a meta almejada.

2.5.1.1 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem como seu objetivo principal mostrar para os administradores a real situação da empresa referente às receitas e despesas de um determinado período.

A DRE, caracterizada como “a demonstração de resultado fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa durante um determinado período. As mais comuns abrangem um período de um ano encerrado numa data específica, normalmente 31 de dezembro”. (GITMAN, 2010, p. 41)

Na mesma linha de pensamento Ribeiro (1999, p. 234) contribui que a DRE “evidencia o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente igual a um ano”.

Conforme Silva (2005, p. 6) “demonstrativo relata a história da atividade durante um exercício social ou durante períodos mais curtos, que podem ser, por exemplo, um trimestre ou um semestre”.

No quadro 1 demonstra-se um modelo de estrutura básica da DRE, segundo Basso (2011, p. 192).

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Quadro 1 - Estrutura Básica da Demonstração do Resultado do Exercício

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DA

EMPRESA "X"

NO PERIODO DE .../.../... A .../.../...

ESPECIFICAÇÃO VALOR R$ 1,00

01. RECEITA OPERACIONAL BRUTA 100.000

02. (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA (5.000)

03. (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2) 95.000

04. (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (45.000)

05. (=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (3-4) 50.000

06. (-) DESPESAS OPERACIONAIS (30.000)

07. (±) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS 5.000

08. (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO (5-6±7) 25.000

09. (±) RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS (7.0000)

10. (=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (8±9) 18.000

11. (-) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA E CSLL (6.300)

12. (=) RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA (10-11) 11.700

13. (-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES (3.200)

14. (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (12-13) 8.500

Fonte - Basso (2011, p. 192)

Contudo, não é suficiente ter a DRE em mãos, pois conforme relatam Jaffe et al. (2002) é necessário interpretar e analisar os dados contidos, o administrador precisa ter bem claro o que são despesas e receitas, os prazos e os custos para assim conseguir fazer a análise e a interpretação correta de uma DRE.

2.5.1.2 Índices de Rentabilidade – IR

O índice de rentabilidade (IR), segundo Matarazzo (1998) é um indicador que auxilia o investidor, pois demonstra a rentabilidade dos recursos investidos na empresa. A finalidade do índice de rentabilidade é definir quanto tal investimento obteve de retorno.

Padoveze e Benedicto (2011, p. 121), destacam que:

A rentabilidade relaciona a lucro obtido com o investimento feito ou existente. O objetivo da rentabilidade é determinar o retorno do investimento. Em outras palavras, a apuração da rentabilidade tem por finalidade saber se o retorno real foi coerente com o retorno planejado. A rentabilidade é sempre uma medida percentual e, portanto, relativa.

Na mesma concepção, Kassai et al. (2000) explana que a taxa de rentabilidade (TR) demonstra o retorno que o investimento vai trazer, a mesma é representada em modo de porcentagem. Conforme o autor, para calcular a TR é necessário utilizar a seguinte fórmula:

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TR%= PV (Fluxos de Caixas Positivos)

-1 PV (Fluxos de Caixas Negativos) Onde:

PV – Presente Valor

Para Dornelas (2001, p. 171) a rentabilidade pode ser calculada da seguinte forma:

Rentabilidade =

Lucro anual médio Valor declarado médio do

investimento

As operações que são realizadas na empresa, conforme Padoveze e Benedicto (2011) tem ligação com o resultado da rentabilidade, em razão que, ela envolve todos os setores de uma organização.

2.5.1.3 Índices de Lucratividade – IL

O índice de lucratividade (IL) aponta qual foi o lucro que a empresa obteve com o trabalho desenvolvido em certo período. Na concepção de Padoveze e Benedicto (2011, p. 119) a lucratividade representa “o lucro obtido em relação ao valor das vendas”.

De acordo com Kassai et al. (2000, p. 78), o IL é "medido por meio da relação entre o valor presente dos fluxos de caixa positivos (entradas) e o valor presente dos fluxos de caixa negativos (saídas) ”. Segundo o autor, utiliza-se como taxa de desconto a taxa mínima de atratividade (TMA) do projeto. Para determinar o IL, aplica-se a fórmula abaixo:

PV (Fluxos de Caixas Positivos) IL=

PV (Fluxos de Caixas Negativos)

Desta forma, Bruni e Famá (2007, p. 102) apresentam que “o índice de lucratividade indica quanto será obtido a valor presente por meio dos fluxos de caixas futuros para cada $ 1,00 investido no projeto”.

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2.5.2 Análise de Viabilidade Financeira

No entendimento de Matarazzo (1998, p. 18), “as demonstrações financeiras mostram, por exemplo, que a empresa tem $ Y milhares de dívida. Isto é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva ou normal, que a empresa pode ou não pagá-la é informação”.

A análise financeira é baseada nos fluxos de caixa, ou seja, nos seus resultados obtidos em certo período de tempo. Visto assim, vai demonstrar a capacidade de gerar fluxos de caixa para cumprir com suas obrigações.

Na análise de viabilidade financeira será empregada às projeções do fluxo de caixa, a taxa interna de retorno, a taxa mínima de atratividade, o valor presente líquido e por fim o payback.

2.5.2.1 Fluxo de Caixa

As empresas estão em constantes mudanças e, são para essas mudanças que devem estar preparadas, com isso, necessitam de ferramentas para auxiliar nas tomadas de decisões. Uma dessas ferramentas é o fluxo de caixa, na qual, toma-se a decisão sobre um determinado investimento, “o fluxo de caixa é de fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios” (ASSAF NETO; SILVA, 2012, p. 34).

Para Silva (2005, p. 11) o fluxo de caixa

É o principal instrumento da gestão financeira que planeja, controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinando período. Na mesma linha de pensamento, o autor ainda relata que o caixa é o centro dos resultados para a tomada de decisões financeiras, e representa a “disponibilidade imediata”, ou seja, é diferente do resultado econômico e contábil.

Sá (2012, p.11) conceitua caixa como sendo “método de captura e registro de fatos e valores que provoquem alterações no saldo de caixa e sua apresentação em relatórios estruturados, de forma a permitir sua compreensão e análise”.

De acordo com Silva (2005, p. 71) o fluxo de caixa pode ser estruturado conforme quadro a seguir.

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Quadro 2- Modelo de fluxo de caixa

Atividades Ano de ___/___/___ a ___/___/___

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Saldo Inicial Entradas: Vendas Aumento de capital Resgate de aplicações Juros de aplicações Outras receitas Total de entradas Saídas: Salários Aluguel Matéria-prima Impostos

Despesas com vendas

Despesas administrativas Empréstimos – amortização Empréstimos – juros Outras despesas Total de saídas Superávit/(Déficit) Captação/(Aplicação) Saldo final

Fonte - Adaptado de Silva (2005, p. 71)

Independentemente da empresa, o administrador tem que ter um fluxo de caixa para compreender quais são as suas obrigações, pois “ele mantem a empresa solvente, planejando os fluxos de caixa necessários para que ela honre suas obrigações e adquira os ativos necessários para realizar suas metas” (GITMAN, 2010, p. 10).

2.5.2.2 Taxa Interna de Retorno – TIR

De acordo com Motta e Calôba (2009, p. 116) “a Taxa Interna de Retorno (TIR) é um índice relativo que mede a rentabilidade do investimento por unidade de tempo (ex: 25% ao ano), necessitando, para isso, que haja receitas envolvidas, assim como investimentos”.

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (1994, p. 130), “o método da Taxa Interna de Retorno requerer o cálculo da taxa que zera o Valor Presente dos fluxos de caixa das

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alternativas”. Os investimentos no qual, a TIR for maior que a TMA é rentável e sujeito a análise.

Pensando assim, Kassai et al. (2000) explica que a TIR, caracterizada por ser uma técnica de avaliação de investimento, representa a rentabilidade do investimento efetuado na empresa.

Segundo o mesmo autor, a TIR pode ser obtida a partir da seguinte fórmula:

Quadro 3- Fórmula para cálculo da TIR

ZERO = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 + FC4 + … + FCn

(1+IRR)0 (1+IRR)1 (1+IRR)2 (1+IRR)3 (1+IRR)4 (1+IRR)n

Onde: FC = Fluxos de Caixa Esperados (positivos ou negativos)

Fonte: Kassai et al. (2000, p. 66)

Com base em Motta e Calôba (2009), se a TIR for maior que a TMA o investimento é viável, porém, se esta for menor, o investimento será inviável. Já se for igual à taxa mínima, é o investidor que optará, contando que é indiferente deixar o dinheiro rendendo juros ou fazer o investimento no projeto.

Saber qual o retorno do valor investido num projeto antes de iniciá-lo é de suma importância para a tomada de decisão, pois a TIR assessora o investidor a analisar a viabilidade no negócio, dessa maneira, permitindo escolher o projeto mais rentável, ajudando-o a pajudando-oupar tempajudando-o e dinheirajudando-o.

2.5.2.3 Taxa Mínima de Atratividade – TMA

É a partir da TMA que o investidor vai determinar qual é a taxa de retorno que almejará para ter o retorno do investimento. Segundo Kassai et al. (2000, p. 58), a “Taxa Mínima de Atratividade (TMA) a taxa mínima a ser alcançada em determinado projeto; caso contrário, o mesmo deve ser rejeitado”.

Na mesma linha de pensamento, Casarotto Filho e Kopittke (2010, p. 42) afirmam que “a TMA é a taxa a partir da qual o investidor considera que está obtendo ganhos financeiros. É uma taxa associada a um baixo risco e alta liquidez, ou seja, qualquer sobra de caixa pode ser aplicada, na pior das hipóteses, na TMA”.

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Com base ainda no mesmo autor, é importante ressaltar que antes de analisar um projeto de investimento deve-se estar levando em conta de que este pode estar deixando de ganhar retornos em uma aplicação financeira, pois para ser atrativa, a TMA deve ser equivalente aos ganhos das aplicações financeiras de baixo risco.

Sob a mesma perspectiva Hirschfeld (2014, p. 104) orienta “a taxa de juros que o dinheiro irá proporcionar via de regra, deverá ser superior a uma taxa prefixada com a qual, mentalmente, fazemos a comparação”.

2.5.2.4 Valor Presente Líquido – VPL

Para Bruni e Famá (2007, p. 80), “o Valor Presente Líquido (VPL), geralmente representado pelas iniciais VPL o VAL, de Valor Atual Líquido, ou ainda, NPV, do inglês, Net Present Value, resulta da adição de todos os fluxos de caixa na data zero”.

Complementando a ideia de Bruni e Famá, Hirschfeld (2014, p. 105) destaca que a finalidade do VPL é “determinar um valor no instante considerado inicial, a partir do fluxo de caixa formando uma série de receitas e dispêndios”.

Conforme relata Kassai et al. (2000), o VPL é um indicador para avaliar o retorno de investimento de certo capital em comparação com a TMA determinada pelo mesmo.

Weston e Brigham (2000, p. 535) explicam que:

Um VPL de zero significa que os fluxos de caixa do projeto são apenas suficientes para restituir o capital investido e prover a taxa de retorno exigida sobre esse capital. Se um projeto tem um VPL positivo, então está gerando mais caixa do que é necessário para prestar o serviço de sua dívida e para proporcionar o retorno exigido pelos acionistas, e se esse acúmulo de caixa vai apenas para os acionistas da empresa. Portanto, se uma empresa assume um projeto com o VPL positivo, a posição dos acionistas é melhorada.

Conforme Kassai et al. (2000, p. 62), o VPL pode ser obtido através da seguinte fórmula:

Quadro 4 - Fórmula para cálculo do VPL.

NPV= FC0 + FC1 + FC2 + FC3 + FC4 + FC5 + … + FCn

(1+i)0 (1+i)1 (1+i)2 (1+i)3 (1+i)4 (1+i)5 (1+i)n

Onde: FC = Fluxos de Caixa Esperados

i = Taxa de atratividade (desconto)

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Para certificar-se qual é o melhor investimento com base no VPL, de acordo com Bruni e Famá (2007), deve-se levar em consideração que, se o projeto de investimento tiver o VPL superior a zero, o projeto deve ser adotado, no entanto, se o VPL for inferior a zero, o projeto deve ser descartado.

2.5.2.5 Período de Payback

Na percepção de Kassai et al. (2000, p. 84), “o payback é o período de recuperação de um investimento e consiste na identificação do prazo em que o montante do dispêndio de capital efetuado seja recuperado por meio dos fluxos líquidos de caixas gerados pelo investimento”.

O payback, conforme Weston e Brigham (2000) evidencia quanto tempo é necessário aguardar para que o investidor possa usufruir dos lucros da empresa, ou seja, que os rendimentos obtidos pela empresa recuperem o gasto investido.

O payback quanto mais longo o prazo de retorno do investimento, menos atrativo é para o investidor, pensando que “o payback, ou payout, é utilizado como referência para julgar a atratividade relativa das opções de investimento”. (MOTTA E CALÔBA, 2009, p. 97).

De acordo com Bruni e Famá (2007, p. 67), “as estimativas do payback podem ser feitas de duas formas distintas: o payback simples – que não considera o custo de capital da empresa – e o payback descontado – que considera o custo de capital da empresa”.

Ainda segundo os mesmos autores, payback simples “é uma forma simples, fácil e direta, que estima o prazo necessário para se recuperar o investimento realizado. Quando o custo de capital do investimento não é considerado”. (Bruni e Famá, 2007, p. 67)

Complementando a ideia de Bruni e Famá, Lapponi (2007) considera que o payback simples não avalia o custo do capital investido, apenas estima o tempo que vai levar para recuperar o investimento inicial. Para o payback descontado o custo do capital inicial investido é estimado.

No entanto, Kassai et al. (2000, p. 86) aponta algumas deficiências do payback original, tais como: “não leva em consideração a magnitude dos fluxos de caixa e sua distribuição nos períodos que antecedem ao período de payback; não leva em consideração os fluxos de caixa que ocorrem após o período de payback”.

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Para Weston e Brigham (2000, p. 532), payback descontado corresponde “o número de anos exigido para recuperar o investimento a partir de fluxos de caixa líquidos descontados”.

Já Kassai et al. (2000, p. 82), relata que:

Devido às críticas ao método original do payback, de não considerar o valor do dinheiro no tempo, é recomendável que seja determinado por meio de um fluxo de caixa descontado. Para isso, basta descontar os valores pela taxa mínima de atratividade (TMA) e verificar o prazo de recuperação do capital.

No momento que o custo do capital é analisado, a técnica do payback passa a ser denominado como descontado. Bruni e Famá (2007, p. 72) explica que “os procedimentos de cálculo são similares aos empregados no payback simples, bastando trazer os fluxos de caixa a valor presente”.

Desta forma, Bruni e Famá (2007, p. 75) alertam sobre as desvantagens que existem no payback descontado:

O payback descontado não considera todos os capitais de caixa: existiria uma tendência de aceitação de projetos mais curtos com menor rentabilidade em detrimento de projetos mais longos e rentáveis; o método do payback descontado não é uma medida de rentabilidade de investimento: mede apenas o prazo necessário para a recuperação do capital investido, remunerado de acordo com o custo de capital.

Apesar dos dois procedimentos de payback expor várias falhas, eles permitem verificar o tempo necessário para recuperar o capital investido. Pois segundo Weston e Brigham (2000), o payback quanto menos tempo demorar a dar o retorno, mais atrativo é o projeto.

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3 METODOLOGIA

A metodologia, caracterizada por classificar as etapas do estudo, está voltada para a classificação da pesquisa, sua natureza e por fim, seus objetivos.

De acordo com Andrade (2003, p. 128) “metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Nesta etapa é apresentada a classificação da pesquisa, argumentando assim a forma e a natureza adotada para a realização deste estudo.

De acordo com Andrade (2003, p. 123) “os tipos de pesquisas podem ser classificados de várias formas, por critérios que variam segundo diferentes enfoques”. Gil (2010, p. 25) complementa que “cada pesquisa é naturalmente diferente de qualquer outra”.

Zamberlan et al. argumentam que (2014, p. 93) “a classificação por tipos de pesquisa pode assumir diferentes possibilidades, que geralmente variam de acordo com o enfoque propostos pelos próprios estudiosos e pesquisadores e/ou pretensões a que orientam e necessitam para compreender a realidade”.

3.1.1 Quanto à natureza

No entendimento de Zamberlan et al., (2014, p. 27, 28) a pesquisa quanto a natureza pode ser Básica ou Aplicada. Os autores relatam que:

Pesquisa Básica: é a que objetiva aumentar e/ou gerar conhecimentos novos, tentar hipóteses, construir teorias e talvez descobrir alguma aplicação prática no futuro, mas muito úteis para o avanço da ciência. Envolve verdades e interesses universais. Pesquisa aplicada: visa gerar conhecimentos para a aplicação prática voltados à solução de problemas específicos da realidade. Envolve verdade e interesses locais. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é gerar soluções potenciais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, empregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de soluções de alternativas. A pesquisa classifica-se como aplicada, considerando que na prática realizou-se uma análise de viabilidade econômica e financeira.

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3.1.2 Quanto aos objetivos

De acordo com Andrade (2003), quanto aos objetivos, estes classificam-se em exploratória, descritiva e explicativa.

Para Gil (2010, p. 27), a pesquisa exploratória “tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou construir hipóteses”.

Na pesquisa descritiva, para Andrade (2003, p. 124) “os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador”.

Além da pesquisa exploratória e descritiva, a pesquisa pode ser explicativa, conforme Silva (2003, p. 66) “tem como o principal objetivo tornar algo intangível, justificar-lhe os motivos. É o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas”.

Essa pesquisa caracteriza-se por ser descritiva, pois visa observar, registrar e analisar os dados coletados.

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema

Quanto a abordagem do problema, as pesquisas podem ser quantitativas ou qualitativas. Segundo Zamberlan et al., (2014, p. 94) a pesquisa quantitativa “considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”.

Essa pesquisa caracteriza-se por ser qualitativa, pois conforme a ideia do mesmo autor, “há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”. (ZAMBERLAN et al., 2014, p. 94)

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

A orientação de Zamberlan et al. (2014) é que nunca se escolha um só procedimento, ou seja, não utilizar somente o que se tem a nível de conhecimento, mas sim, utilizar todos os procedimentos que julgar necessários para atingir os objetivos previamente definidos.

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No entendimento de Silva (2003), os procedimentos técnicos podem ser: pesquisa Bibliográfica, Pesquisa Documental, Pesquisa Ex-Post-Facto, Pesquisa-Levantamento, Pesquisa de Campo, Pesquisa de Caso, Pesquisa de Ação ou Pesquisa Participante.

A pesquisa bibliográfica, Segundo Gil (2010, p. 29)

É elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, essa modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, passaram a incluir outros tipos de fintes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela internet.

Vergara (2010, p. 44) explica que o estudo de caso é

O circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo. Utiliza métodos diferenciados de coleta de dados.

Silva (2003, p. 62) conceitua pesquisa-levantamento, sendo que “consiste na coleta de dados referentes a uma dada população com base em uma amostra selecionada, de forma clara e direta, dos quais se objetiva saber o comportamento”.

Ainda segundo o mesmo autor, a pesquisa de levantamento “utiliza técnicas estatísticas e análise quantitativa e permite a generalização dos resultados obtidos para o total da população, permitindo o cálculo da margem de erro”. (SILVA, 2003, p. 62)

Referente aos procedimentos técnicos, inicialmente realizou-se a pesquisa bibliográfica, baseada em livros, artigos, revistas e internet. Em seguida, um estudo de levantamento de dados, referente aos investimentos, receitas e despesas do empreendimento. Por fim, fazendo parte do estudo de caso, este procedimento foi assim classificado por analisar a viabilidade econômica e financeira para a implantação de uma única empresa.

3.2 COLETA DE DADOS

Vergara (2010) explica que no plano da coleta de dados o leitor deve ter bem claro como o pesquisador vai obter os dados para chegar à resposta do problema. Pois é a partir destes dados que o pesquisador poderá interpretá-los para que seja possível realizar a análise de viabilidade econômica e financeira.

A partir desta base, Andrade (2003, p 152) descreve que “para a coleta de dados deve-se elaborar um plano que especifique os pontos de pesquisa e os critérios para a deve-seleção de possíveis entrevistados”.

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3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Para Zamberlan et al. (2014) a observação é um método empregado para estudos descritivos, no qual, as pessoas não são interrogadas, ou seja, não se tem contato com elas.

De acordo com Gil (2010, p. 121) “a observação sistemática é adequada para estudo de casos descritivos. Ao se decidir pela adoção dessa modalidade, o pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade, da organização ou do grupo são significativos para alcançar os objetivos pretendidos”.

O estudo em questão utilizou a observação sistemática, individual e ainda na vida real, para assim, ajudar a compreender como ocorre o funcionamento de uma determinada organização.

A coleta de dados para calcular os investimentos, foi feito através de um levantamento de valores no mercado para aquisição dos equipamentos. Para a projeção das receitas considerou-se os produtos, preço e quantidades projetadas para o projeto, da mesma forma para as despesas e os custos.

Para as projeções das quantidades utilizou-se da experiência do autor nesse ramo de atividade e para a projeção os preços a pesquisa de mercado.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

No entendimento de Gil (2010, p. 121) “a análise e interpretação dos dados é um processo que nos estudos de caso se dá simultaneamente à sua coleta. A rigor, a análise se inicia com a primeira entrevista, a primeira observação e a primeira leitura de um documento”.

Segundo Andrade (2003, p. 154) “a análise e interpretação constituem dois processos distintos, mas inter-relacionados. Esses processos variam significativamente, de acordo com o tipo de pesquisa”.

Para Zamberlan et al. (2014), a análise e interpretação dos dados fazem com que a teoria estudada se confronte com os dados que irão ser investigados. Andrade (2003, p. 154), chama a atenção relembrando que

Nunca é demais lembrar que os dados não apresentam importância sem si mesmos; a relevância está no fato de, através dos dados, chegar-se às conclusões, procedendo-se a avaliações e generalizações; inferências de relações causais que conduzem a interpretação.

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Para a análise e interpretação dos dados utilizou-se das metodologias da análise de viabilidade econômica e financeira, destacando-se a seguir os parâmetros de cada uma delas.

Análise econômica: Indicadores de rentabilidade e lucratividade.

Analise financeira: O projeto é considerado viável se apresentar uma TMA superior a 18%. Analisou-se também o VPL, TIR e o payback simples e descontado.

Através das informações elaboradas, analisou-se o conjunto de dados, para assim fazer a interpretação dos mesmos, e em seguida, extrair os resultados para verificar a análise da viabilidade econômica e financeira do empreendimento.

Referências

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