UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - CENTRO TECNOLÓGICO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ACADÊMICA: MARINA SCHAMBECK BIANCHINI
ORIENTADOR: PAULO CEZAR GOBBI
2013.2
PARQUE URBANO:
Uma comunidade deve dispor de espaços públicos abertos onde possa usufruir de um local tranquilo - distinto da agitada realidade das cidades - e de uma infraestrutura adequada à prática de esportes, atividades ao ar livre, cenário para feiras e manifestações, entre outras atividades de cunho recreativo que proporcionem o encontro entre os moradores e usuários. Atualmente o Campeche, bairro da cidade de Florianópolis caracterizado por uma expansão urbana turístico-residencial, vem apresentando um rápido e desordenado crescimento urbano e não dispõe de local nem de estrutura adequada para tais atividades. É comum encontrar crianças e adolescentes brincando nas ruas, sem condições de segurança, assim como os idosos e adultos não encontram espaço para integrar-se, exercitar-se.
Destaca-se uma extensa área verde, plana, bem localizada dentro do bairro, propícia à instalação de um projeto que permita aos moradores desfrutar do local que antigamente sediava um campo de pouso de aviação (tanto pelo seu valor histórico e cultural quanto por sua peculiaridade, beleza, localização e paisagem natural), proporcionando o desenvolvimento saudável da região e de seus moradores. Além disso, a comunidade local vem buscando há tempos a melhoria e qualificação ao uso público constante desta área, que sempre fez parte do cotidiano dos moradores.
Portanto, este trabalho tem como objetivo Requalificar uma Área para o Lazer Público no Campeche, propondo um centro de recreação, cultura e lazer para a região Sul da Ilha de Santa Catarina - e até mesmo para a cidade de Florianópolis - que possa abrigar eventos, áreas de lazer, esportes entre outros equipamentos. A intenção principal do Parque Urbano no Campeche é estabelecer para a comunidade um espaço de importância social, com equipamentos diferenciados, bem arborizado, integrado a natureza local e que promova o encontro entre as pessoas, considerando os aspectos históricos, culturais, ambientais, as necessidades do local e as carências da comunidade, incentivando sua presença no local e promovendo a integração com o seu meio, ao trabalhar seus bordos de maneira adequada aos usuários.
1: APRESENTAÇÃO/ JUSTIFICATIVA
Localização do Campeche na Ilha de Santa Catarina - BRASIL
Fonte: Google Maps modificado
aeroporto hercílio luz área de estudo campeche costeira do pirajubaé carianos tapera rio tavares
ribeirão da ilha morro das pedras
N
Fonte:
Geopr
ocessamento
modificado
Localização da área de estudos
2: INTRODUÇÃO AO TEMA - PARQUES URBANOS
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Parque de Louisville
Fonte: www.hargreaves.com/projects/PublicParks
Louisville's Waterfront Park – Louisville/E.U.A. O parque apresenta espaço para shows e festivais, locais tranquilos, espaços para piquenique, áreas destinadas às crianças, bosques e trilhas e é facilmente acessado por ciclistas, pedestres e veículos. Por ser fortemente utilizado e bem conservado, foi escolhido pela própria comunidade como um ponto central.
Parque Juan Carlos I
Fonte: www.panoramio.com/photo/80369745
Parque Juan Carlos I – Madrid/Espanha
Um parque suburbano de qualidades únicas e projetado para o futuro, seus gramados extensos, bosques com vegetação nativa, diversas esculturas ao longo do parque e também um grande lago no qual se pode disfrutar ou praticar a pesca esportiva, proporcionam qualidade visual e ambiental.
Plaza Euskadi
Plaza Euskadi - Bilbao/Espanha
A praça surge como um ponto que unifica vários elementos construídos no entorno. O caminho central associa todas as partes, enquanto as formas ovais são áreas de estar e descanso, com bancos lúdicos e coloridos, feitos de borracha reciclada.
Fonte: www.landezine.com
O espaço público é local de grande importância social, propício ao intercâmbio de ideias e opiniões e ao encontro das pessoas no espaço da cidade, ao mesmo tempo em que executam suas atividades diárias ou recreativas.
Os parques urbanos surgiram para contrapor-se ao ambiente urbano e atender à nova demanda social da cidade da era industrial: o lazer. No Brasil, foi criado como outro cenário para as elites, que buscavam uma configuração urbana semelhante aos países do primeiro mundo - nem sempre mais adequado à realidade brasileira. Com a diminuição e o desaparecimento das áreas vazias a partir do século XX, as áreas de lazer se tornaram uma necessidade social em tempos de grande crescimento urbano no País.
Por ser um espaço de grande permanência e que acompanha as mudanças urbanísticas das cidades, o parque urbano é um importante testemunho dos valores sociais e culturais das populações urbanas. Em Florianópolis, observam-se nos últimos tempos os efeitos de um crescimento urbano que pouco tem valorizado os espaços públicos de lazer. Além da pequena quantidade de áreas verdes na cidade e da má distribuição das áreas de lazer - fato que desestimula o contato entre as pessoas e a vida ao ar livre -, cresce o distanciamento da população com a sua história e cultura locais.
A questão espacial de lazer deve ser uma das preocupações da sociedade contemporânea, pois o ser humano está perdendo aos poucos seu espaço vital, provocando uma queda na qualidade de vida. Os parques urbanos influenciam positivamente na vida das cidades, pois além de embelezá-las, orientam a expansão e densidade populacional, melhoram a saúde e saneamento. Desempenham, portanto, a função de ordenação urbana.
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Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina, localizada na Região Sul do Brasil. Conta com uma porção insular (Ilha de Santa Catarina) e outra parte continental, incorporada à cidade no ano de 1927. Concentra suas atividades econômicas no setor de serviços e vem apresentando altos índices de crescimento urbano, além de atrair milhares de turistas nos meses de verão.
Localizada na costa leste da Ilha de Santa Catarina, a 15 km do centro da cidade e a 10 km do Aeroporto Hercílio Luz, a Planície litorânea do Campeche foi ocupada no século XVIII por imigrantes da ilha dos Açores, que desenvolveram atividades como a pesca, a agricultura de subsistência e empregos públicos, até o turismo assumir relevância. Apesar da sua singularidade físico-ambiental, é uma das últimas áreas planas disponíveis em território insular florianopolitano para a expansão da malha urbana.
O bairro Campeche foi desmembrado do distrito do Ribeirão da Ilha no ano de 1995 e hoje é constituído pelas localidades do Morro das Pedras, Praia do Campeche, Campeche e Rio Tavares, totalizando uma área de 3532 km². Sua geografia caracteriza-se por uma planície sedimentar de origem fundamentalmente marinha, que divide o maciço cristalino central da Ilha em duas porções: norte e sul.
De acordo com o historiador Nereu do Vale Pereira, o nome “Campeche” deriva de um vegetal chamado Pau-Campeche, antigamente usado para tingimentos e abundante da Ilha paradisíaca de mesmo nome. A Ilha do Campeche está localizada a 2 km da praia e atrai mais de 30 mil visitantes todos os anos por ser um importante patrimônio arqueológico de Santa Catarina, com vestígios de civilizações que viveram ali há mais de 2000 anos.
Há uma versão equivocada de que o nome seria derivado do francês “champ et peché” (significado para campo de pesca), quando o local passou a servir de campo de pouso para voos internacionais da Latecoère, com aviões pilotados por Antoine de Saint Exupéry.
Mapa de localização do Campeche com o entorno Vista Panorâmica da Praia do Campeche em 1938
Fonte: www.fotosantigasflorianopolis.blogspot.com.br
Foto da Praia do Campeche atualmente Fonte: www.viajarpelomundo.com.br/6-praias-em-florianopolis/
Galho do P
au-Campeche Fonte:
www.tingimentonatural.blogspot.com.br
Campeche - Vista Sul a partir do Morro do Lampião
Fonte: www.imobiliariaflorianopolis.com/florianopolis
Pista de pouso no Campeche - anos 20
Fonte: www.informesuldailha.com/2010/03/um- pouco-de-historia-sobr e-o-campo-de.html rio tavares campeche oceano atlântico ilha do campeche
Mesmo em avançado processo de urbanização, o bairro ainda dispõe de áreas sem aparente ocupação, que atraem cada vez mais empreendimentos imobiliários.
Entretanto, ainda não se pode afirmar que esta região tenha autonomia frente às regiões centrais de Florianópolis, já a maioria dos moradores desloca-se até outras áreas da cidade para trabalhar, estudar e para alguns atendimentos de saúde.
rod. antônio l. m. gonzaga
Quem mais sofre com a falta de planejamento da expansão urbana e populacional do bairro é a população local, já que este processo de formação do tecido urbano não propicia espaços adequados para a circulação de pedestres e veículos, para encontros entre a população, para o lazer, recreação e esportes.
SC 405
lagoa pequena
morro das pedras
centro lagoa da conceição
área de estudo
N
sul da ilha
aeroporto hercílio luz Fonte: Google Maps modificadolimites
O processo de urbanização acelerado que vem ocorrendo no Campeche - associado à falta de planejamento, resulta em diversas ocupações de caráter irregular, cujo parcelamento do solo não apresenta critérios de configuração e nem respeita elementos de grande valor ambiental e paisagístico existentes na região. Como mostra a foto abaixo da Lagoa da Chica, já em 1998 com uma crescente ocupação no seu entorno. As áreas de dunas e restingas também têm sido constantemente ocupadas ou descaracterizadas.
Abaixo, um mapa de macro parcelamento do solo, representando as ruas existentes, as quais conformam o formato espinha de peixe, com longas vias sem conexões intermediárias.
terminal - tirio
área de estudo
Fonte: Elaboração própria
A população do Campeche é representada por uma forte e participativa associação de moradores, denominada AMOCAM, que organiza diversos eventos e manifestações, constantemente empenhando-se com o desenvolvimento sustentável do bairro.
Além disso, o associativismo comunitário no bairro também promove iniciativas para ampliar as opções culturais no Campeche, tais como: a Bilica (Biblioteca Livre do Campeche), que conta com acervo de livros e revistas e oferece oficinas gratuitas para a comunidade e o Cineclube Dona Chica, que exibe filmes gratuitamente, com o intuito de formar público para o cinema nacional e local.
Fonte: http://riozinho.net/pr
ograma-lagoas-campeche/
Vista superior da Lagoa da Chica,
em 1998
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O Campo de Aviação do Campeche, conhecido como Campo de Pouso da Societè Latecoère, foi o primeiro aeroporto de Florianópolis e do sul do Brasil, cuja função era servir de parada aos pilotos franceses, que voavam grandes distâncias pela linha do correio aéreo entre a Europa e outros países do mundo.
Isto explica a passagem e estadia de Antoine de Saint Exupéry em Florianópolis. Zé Perri, como ficou conhecido no Campeche - também conhecido como o “poeta da aviação”-, escreveu obras que narram o cotidiano e os feitos dos pilotos da Aéropostale e que culminam com o conto mais lido e traduzido do mundo, que ele próprio ilustrou: “O Pequeno Príncipe” (1943).
Avião da Aéropostale
Fonte: Livro “Deca e Zé Perri” Fonte: www.zeperri.org
O aviador Zé Perri
Mapa das escalas da Aéropostale no Brasil
Fonte: www.zeperri.or
g
A implantação do Campo de Pouso no Campeche no início do século XX induziu a ocupação em sua proximidade além de ter se caracterizado como um marco na vida da comunidade local, já que tirou os pequenos agricultores e pescadores artesanais do isolamento geográfico, pois, na época, ainda não havia acesso até o centro da Ilha.
A infraestrutura montada no Campeche incluiu três pistas de pouso, hangar, estação de rádio, administração e alojamento. Somente este último foi mantido, local que serviu de
dormitório para os pilotos franceses e posteriormente abrigou a primeira Escola do bairro, o Posto de Saúde e até a moradia de famílias da região.
Foto atual do Antigo Casarão
Fonte: Acervo pessoal
Localização da imagem na área de estudo
Onde havia a estação de rádio foi erguida a sede do Clube de Cabos, Soldados e Taifeiros da Base Aérea de Florianópolis e, no lugar do antigo hangar, construiu-se a Escola Básica Brigadeiro Eduardo Gomes. Parte da área do antigo pouso foi ocupada por residências e o espaço restante, onde pastam algumas cabeças de gado, foi cercado pelo Ministério da Aeronáutica.
No Clube Catalina já funcionou o Clube de Aeromodelismo de Florianópolis, porém, com a ocupação crescente da área das pistas por casas e campos de futebol, sua prática foi inviabilizada. Atualmente, o local é alugado para festas e eventos, além de sediar, uma vez por semana, o encontro de grupos de mães e grupos de idosos que se reúnem para fazer bordado, crochê, entre outras atividades sociais.
A administração do Campo de Aviação pelo Ministério da Aeronáutica vem sendo questionada pelas associações comunitárias do Campeche, que temem a possibilidade de privatização do imóvel, já que, com o processo de urbanização, o terreno vem adquirindo valor imobiliário. Ainda assim, o local é utilizado fortemente pela população, o que fez com que a Aeronáutica cedesse o local para uso gratuito através de um contrato.
Fica claro que o terreno do antigo Campo de aviação - que ocupa uma área de aproximadamente 352 mil metros quadrados - tem uma forte ligação com a identidade local, visto que o nome da principal Rua do bairro (Pequeno Príncipe) é em decorrência de Saint Exupéry, a denominação de Morro do Lampião é pela forma que o morro era utilizado (para a sinalização dos aviões que utilizavam o campo) e porque o Campo possibilitou a ligação do Campeche com o mundo.
Foto atual do terreno do antigo Campo da Aviação, com o Morro do Lampião ao fundo
Fonte: Acervo pessoal
Clube Catalina e Escola Básica Brigadeiro Eduardo Gomes
Fonte: Acervo pessoal
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LAGOA PEQUENA
LAGOA DA CHICA AVENIDA CAMPECHE
PRAIA DO CAMPECHE MORRO DO LAMPIÃO ROD. ANTÔNIO LUIZ M. GONZAGA
CORRREDOR VERDE RUA DA CAPELA ILHA DO CAMPECHE ROD. SC 405 N N
RUA DAS CORTICEIRAS
centro
rio tavares/ lagoa da conceição
morro das pedras
trilha existente ciclofaixa existente
trilha proposta
ciclovia proposta área de intervenção
igreja são sebastião tirio - terminal de integração do rio tavares lagoas - espaços públicos/ potenciais paisagísticos
RIO DO NOCA «RIOZINHO» 10 min.
A área de intervenção está localizada numa região central de articulação com outros espaços públicos em potencial, sendo referência num contexto de possibilidades de circulação, de cultura e de lazer. Pode-se citar a Praia do Campeche, o antigo casarão do Campo da Aviação, as Lagoas Pequena e da Chica, o Rio do Noca, o Morro do Lampião e a Igreja de São Sebastião.
O conjunto formado pela Igreja de São Sebastião, Teatro do Divino Espírito Santo e Santa Cruz traduz a origem luso açoriana do povoamento local. De características arquitetônicas simples, é destaque no acervo histórico-arquitetônico da localidade. Fundada em 1826 por uma família abastada da região, é considerado Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Município de Florianópolis e está protegido também pela Lei Municipal nº2.193 de 1985, o Plano Diretor de Uso do Solo dos Balneários da Ilha de Santa Catarina.
A Praia do Campeche apresenta uma larga faixa de areia, com formação de dunas fixas ou semi-fixas, que são elementos importantes na estabilização da linha costeira e, por isso, é uma área não propícia à ocupação humana e protegida por legislações. O mar grosso é de águas frias com salinidade elevada, ondas fortes, propícia a prática de esportes e também conhecida pela tradicional pesca artesanal da tainha.
ANTIGO CASARÃO
Igreja de São Sebastião do Campeche
Fonte: www.flickr
.com/photos/
Lagoa Pequena
Fonte: www.wikimapia.or
g/
Pesca artesanal da tainha - Praia do Campeche
Fonte:
www.riozinho.net/pesca-da-tainha-praia-campeche/
Na região, encontra-se uma série de pequenas lagoas inseridas nas áreas de restinga, como a Lagoa da Chica e a Lagoa Pequena (foto acima), que são áreas tombadas pelo Decreto Municipal 135/88, porém têm suas margens cada vez mais ocupadas por moradias.
O Rio do Noca, atualmente conhecido como Riozinho, foi local onde muitos pescadores aprenderam a remar nas canoas, a nadar, lavaram roupa, se banharam, beberam sua água e muitos agricultores deram de beber a seus animais. Ele define limites de redes da pesca da Tainha e sempre foi referência de localização para os moradores nativos, portanto é uma área e uma memória que devem ser preservadas.
Rio do Noca - Riozinho
Fonte:
www.flickr
.com/photos/mariacurbani
O Morro do Lampião apresenta forte ligação com a identidade local e recebeu este nome por ter sido utilizado para a sinalização dos aviões que utilizavam o campo, através de lampiões. No topo da trilha, observa-se uma vista deslumbrante da Ilha do Campeche, das Lagoas Pequena e até da Lagoa da Conceição.
Vista panorâmica do alto da trilha do Morro do Lampião
Fonte:
www.amigosdocaminho.com.br/?p=
3040
trajetos linhas de ônibus
RUA PAU DE CANELA
RUA DO GRAMAL RUA JARDIM DOS EUCALIPTOS
COR TE ESQUEMÁ
TICO
Corte esquemático Relevo da Área de Intervenção
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Segundo Jane Jacobs, “a variedade de usos dos edifícios propicia ao parque uma variedade de usuários que nele entram e saem em horários diferentes”. A clara homogeneidade de uso residencial faz com que esta área não tenha ocupação de grande número de usuários nos diversos horários do dia, passando a frequentar o bairro apenas como local de suas residências. Na Avenida Pequeno Príncipe concentram-se as áreas destinadas ao comércio e serviços cuja característica vicinal não atrai moradores e visitantes de diferentes bairros.
A área de estudo é facilmente reconhecida por sua extensa área, assinalada no mapa de Uso do Solo como área de prestação de serviços. No entanto, é local propício à instalação de um Parque Urbano, além de estar na rota de turismo no balneário e apresentar forte ligação com a memória local.
Mapa de Uso do Solo
Fonte:
Geopr
ocessamento
Corporativo
- PMF
Com relação a equipamentos esportivos e educacionais, o bairro Campeche apresenta apenas duas escolas de ensino básico e uma de ensino médio que atende a maioria dos estudantes do bairro e da região, o que é considerado insuficiente para atender a demanda e à acessibilidade, já que o deslocamento até esta unidade ultrapassa 800m (distância máxima de deslocamento de 15 minutos a pé). O bairro é desprovido de praças, de áreas esportivas, de escolas de formação, de bibliotecas, de arte e de cultura como um todo. As crianças e os adolescentes brincam sem segurança nas ruas, os adultos não dispõem de local adequado ao lazer e passeios e os idosos não encontram um espaço que os inclua cultural e socialmente.
A proximidade do local de estudos com a Escola Básica Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes e o Núcleo de Educação Infantil Campeche (NEI) é uma vantagem, visto que os alunos, funcionários e seus familiares podem utilizar as áreas e os equipamentos do Parque para atividades durante as aulas ou extraclasse.
O local de intervenção tem como limites a Rua da Capela, a Servidão Cata-Vento - e demais servidões perpendiculares à Avenida Campeche - e a Avenida Pequeno Príncipe, por onde circulam as sete linhas de ônibus do bairro: Campeche, Castanheiras Via Eucaliptos, Castanheiras Via Gramal, Campeche Via Capela, Madrugadão Sul e Executivo Campeche Via Expressa.
Plano Diretor P
ar
ticipativo - Em fase de
aprovação (Dez/2013)
O distrito do Campeche possui atualmente 18.570 habitantes, 4,40% dos 421.240 que habitam atualmente Florianópolis, de acordo com dados do IBGE (2010).
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
De acordo com o Plano Diretor de Florianópolis (vigente de 1997 até Janeiro de 2014), no local de intervenção notava-se o incentivo à ocupação residencial. Algumas áreas de dunas e próximas da praia eram assinaladas como Área Verde de Lazer, não impedindo totalmente a ocupação e, inclusive, uma área caracterizada como Área Mista Central avança até próximo da orla.
LEGISLAÇÃO NO ENTORNO IMEDIATO
Fonte: www.pmf .sc.gov .br Plano Diretor (1997 - Jan/2014) Fonte: IP UF
O Plano Diretor Participativo – em vigor desde Janeiro/2014 - também prevê um predomínio residencial, além da alta miscigenação de usos na Avenida Pequeno Príncipe e de conter a verticalização (até 02 pavimentos) do entorno do local de intervenção.
Em suas fases de aprovação (Dezembro/2013), definiu o terreno do antigo Campo da Aviação como Área Verde de Lazer, caracterizado como “espaços urbanos ao ar livre de uso e domínio público que se destinam à prática de atividades de lazer e recreação, privilegiando quando seja possível a criação ou a preservação da cobertura vegetal”. Além disso, toda a orla é “non edificandi”, ou seja, classificada como Área de Preservação Permanente”.
Esta área, apesar de estar localizada próximo à praia, bem localizada no bairro e abrigar uma construção antiga e de forte relação com a memória local, tem seus potenciais urbanístico, paisagístico e histórico, pouco ou nada aproveitados.
Ao lado, a área de intervenção destacada em vermelho; a Avenida Pequeno Príncipe, via de grande importância para o bairro, está destacada em amarelo; a Avenida Campeche em roxo e a Rua da Capela em laranja.
Fonte: Google Maps modificado
Rua da Capela Morro do Lampião
Praia do Campeche
Avenida Pequeno Príncipe
Avenida Campeche Fonte: Google Maps modificado Área de Intervenção
5: O LOCAL DE INTERVENÇÃO
USOS DO ENTORNO IMEDIATO
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ÁREA 1 - Mata Atlântica - Morro do Lampião
Fonte:
www.efaz.com.br/
Após análises feitas dentro do bairro, observou-se a crescente desconsideração dentro do espaço urbano sobre o importante potencial que os espaços públicos coletivos representam enquanto recurso cultural e de lazer para a comunidade e moradores de bairros próximos. Assim, conclui-se a necessidade de:
- qualificação desta área como um espaço público para a realização de atividades esportivas, recreativas e de lazer;
- criar relação entre o Parque com a Praia do Campeche e o bairro em que se insere;
- local adequado para receber feiras e eventos,
- reintroduzir a vegetação nativa no Parque, criando um corredor verde e zonas sombreadas;
- criar centralidade e atrações no Parque que convidem os usuários a utilizá-lo fortemente e funcione como um marco dentro do bairro;
- proporcionar aos usuários diversidade de usos e sensações.
6: PROBLEMÁTICA
As coberturas vegetais existentes nas planícies costeiras e na área de estudo formam ecossistemas diferenciados e frágeis, de papel fundamental na estabilização dos sedimentos, na fixação das dunas e na manutenção da drenagem natural, bem como na preservação da fauna residente e migratória associada. A restinga se caracteriza pela presença de espécies vegetais adaptadas às condições adversas lá encontradas: solo arenoso, salinizado e pobre em nutrientes.
7: CONDICIONANTES
ASPECTOS AMBIENTAIS
A localidade do Campeche apresenta uma avifauna rica e variada, característica de região de restinga. Contudo, sua crescente descaracterização tem afetado a avifauna lá encontrada. Abaixo, quadro com espécies de aves identificadas no Campeche:
AVIFAUNA
ÁREA 2 - Reflorestamento - Pinus
Fonte:
Acervo
pessoal
ÁREA 3 - Restinga - Área de estudo
Fonte: Acervo pessoal
ÁREA 4 - Restinga e Dunas - Praia do Campeche
Fonte: www.joiaimoveis.com.br
O Campeche, bem como Florianópolis, apresenta as estações do ano bem definidas, com chuvas distribuídas o ano todo. O clima é bastante úmido e a temperatura média anual é de 20°C.
CLIMA E TOPOGRAFIA
Hipsometria Fonte: Geopr ocessamento Corporativo - PMFárea de intervenção
mata atlântica/morro do lampião
restinga
reflorestamento/pinus
dunas/areia
3 1 2 4 5 Fonte: Google Ear th modificadoO solo da área de intervenção não apresenta relevo considerável, como se observa no mapa ao lado, sendo um terreno praticamente plano.
quadro da avifauna local
nome científico
nome popular
abundância
Molothrus bonariensis chupim, vira-bosta
Pipraeidea melanonota saíra-viúva
Pitangus sulphuratus bem-te-vi, bem-te-vi-de-coroa
Sicalis flaveola canário-da-terra, canário-da-telha
Colaptes campestris pica-pau-do-campo
Turdus amaurochalinus sabiá-poca
Furnarius rufus joão-de-barro
Progne tapera andorinha-do-campo
Vanellus chilensis quero-quero
frequente ocasional frequente frequente ocasional frequente frequente frequente frequente
Zonotrichia capensis tico-tico frequente
Estrilda astrild lacre, bico-de-lata
frequente
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Os ventos têm papel importante no clima local. Os predominantes e mais agradáveis sopram do quadrante Norte. O vento Sul é o segundo mais frequente, porém mais intenso e frio. Por sua localização, o Campeche recebe o vento Sul de frente e a área de estudo apresenta poucas barreiras naturais de proteção ao vento por ser extensa e com vegetação predominantemente rasteira. Isto o torna bem arejado e capaz de receber - quase que homogeneamente - a insolação solar em seu todo.
Em entrevista realizada com uma moradora nativa do Campeche e sua filha, pode-se notar o desejo de ambas, que reflete o desejo da comunidade como um todo, de dar a finalidade do uso público à área de intervenção, além de reforçar a forte ligação histórica com o local. Também demonstrou que, existindo um Parque no bairro, seus moradores iriam utilizá-lo amplamente, já que atualmente se deslocam até outros bairros (como a Costeira do Pirajubaé) para usufruir de espaços públicos. Abaixo, alguns trechos da entrevista:
“Nunca teve (espaços públicos), hoje não tem. Só o parque para as crianças (na Avenida Pequeno Príncipe) menos de um ano para cá, época de eleição, e tirando aquilo ali, não tem nada. Mas é só para crianças, pra adultos não. Deveria ter. Na Costeira tem para todos, no Campeche não”.
“Meu avô contava que ele ia (ao terreno do antigo Campo da Aviação/local de intervenção), naquela época que aterrissou o avião do Saint-Exupéry. A gente cresceu ouvindo ele falar, que ele ficou uns dias aqui.”
“(...) No terreno (antigo Campo da Aviação/local de intervenção) tinha roças de mandioca, plantava ali quem quisesse, eu já plantei. Aqui (Campeche) tinha muito engenho e todo mundo plantava, só não na parte central, nas laterais era tudo roça de mandioca. Agora o pinus ninguém sabe de onde veio. E também era o caminho, qualquer lado que se ia, ia pelo campo.”
“Antes tinha fonte pra lavar roupa (no terreno do antigo Campo da Aviação/local de intervenção), eu já lavei muita roupa ali. Era água da chuva do Morro do Lampião, agora foi tudo aterrado, canalizado, antes saía no mar, agora não tem mais.”
“Tinha que utilizar o espaço abandonado, não fazem nada. Alguma coisa tem que ser feita antes que encham de prédios, tem que pensar rápido.”
O desenvolvimento do associativismo comunitário no bairro estabeleceu expressivas discussões a respeito dos problemas existentes, projetos sociais e o futuro da região, demonstrando o engajamento dos moradores do Campeche. Como exemplo, a proposta elaborada pela comunidade no ano de 2000, em contrapartida ao Plano de Desenvolvimento da Planície Entremares apresentado pelo IPUF em 1997 - que colocava um plano de ação para o desenvolvimento da região, com a construção da “tecnópolis catarinense”, para impulsionar a indústria de base tecnológica e o turismo, com capacidade para cerca de 450.000 habitantes. A proposta comunitária considera o desenvolvimento socioeconômico da região centrado no mar, na natureza e nas atividades de conservação, com um limite populacional compatível com os índices de crescimento de Florianópolis. Além disso, a área de intervenção é assinalada como Área Comunitária Institucional (ACI), dando lugar ao projeto - também proposto pela comunidade – do Parque Cultural do Campeche, o “Pacuca”.
No Pacuca, elaborado a partir de diretrizes do I Seminário Comunitário do Campeche (1997), a comunidade propõe para a área um espaço ambiental de lazer comunitário e convivência para a população de Florianópolis, considerando que há poucos parques instituídos na cidade.
A partir das análises feitas pela comunidade ao longo dos anos e de estudos atuais sobre seu entorno, o presente trabalho incorpora as necessidades dos moradores locais, além de propor outras áreas preservadas, de polarizar atividades e usos em uma edificação de destaque dentro do Parque e estabelecer conexões entre o Parque e o bairro, conectando-o com a orla e o Terminal de Integração do Rio Tavares (TIRIO).
A partir das necessidades, significados e conexões do espaço urbano foram traçadas as seguintes diretrizes gerais para a área de intervenção:
criar possibilidades de usos e equipamentos diversificados harmonizar construções existentes com as criadas
oferecer à comunidade áreas de convivência e cenários para atividades espontâneas diurnas e noturnas
preservar o cordão de dunas, a restinga e a vegetação existente, dando preferência às espécies nativas
melhorar a circulação dentro do bairro, criando conexões entre ruas e novos acessos ao Parque
dar preferência aos pedestres e ciclistas, criando e melhorando os passeios, criando ciclovia com conexões
criar eixos visuais livres, preservar e incentivar o conhecimento das espécies nativas e proporcionar o contato com a natureza
REQUALIFICAR A ÁREA
DINAMIZAR VAZIOS
PRESERVAR ECOSSISTEMAS
CONEXÃO COM O BAIRRO E A CIDADE
VALORIZAR A PAISAGEM NATURAL
N
área de intervenção direção ventos
Fonte: Google Ear th modificado
DESEJOS DA COMUNIDADE
Proposta Comunitária para o PDP da Planície do Campeche
Fonte: www.iela.ufsc.br
Parque Cultural do Campeche - PACUCA
Fonte: www.campeche.or
g.br
Para que a implantação fosse definida, foi realizado primeiramente um estudo das necessidades e possibilidades para cada área do parque.
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO:
integração com outras áreas públicas (lagoas/morro/praia/igreja)
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9: ASPECTOS GERAIS DE INTERVENÇÃO
LEGISLAÇÃO:
Plano Diretor Participativo - Em fase de aprovação (Dez/2013)
Fonte:
www.pmf
.sc.gov
.br
Sugestão de alteração no Plano Diretor
AVL
AVL
AVL
Para o desenvolvimento do projeto do Parque Urbano no Campeche, adotou-se o Plano Diretor Participativo de Florianópolis - enviado para aprovação em Outubro/2013 e aprovado na Câmara em segunda votação no mês de Dezembro/2013 -, pois se trata de um processo desenvolvido ao longo de sete anos, “estruturado para o
desenvolvimento urbano comprometido com a cultura, com a natureza e aberto para os desafios do mundo atual e das vocações econômicas do município”.
Seguindo suas diretrizes de intervenção no território de Florianópolis, este promoveu a alteração do zoneamento da área de estudos favorável à construção do Parque Urbano do Campeche (demarcado como Área Verde de Lazer), solicitação defendida há tempos pelos moradores e que no Plano Diretor Vigente (1998) vinha sendo definida como área residencial.
Fonte: www.pmf .sc.gov .br modificado pela autora
MODIFICAÇÕES DE VIABILIDADE AO PROJETO
CONEXÃO DA CICLOVIA EXISTENTE E ABERTURA DE NOVAS VIAS
Ao projetar o Parque Urbano como um elemento inserido no bairro a ser fortemente apropriado pela população, conclui-se que deve haver uma contribuição da infraestrutura local para o acesso a este espaço público.
Para aumentar os acessos ao Parque e facilitar a mobilidade no bairro, foram propostas conexões entre vias e ciclovia (demarcados no mapa ao lado na cor rosa), interligando as longas e desconectadas vias existentes, resultantes do crescimento acelerado e da falta de planejamento urbano na região. Criou-se uma Rua (01) nos limites do Parque, que inicia na Serv. Cata Vento e segue até a Av. Peq. Príncipe e conecta à Rua Venâncio B. Chagas, que segue até o Morro das Pedras. Esta via auxiliará na circulação e acesso ao Parque e a chegada de veículos de serviço no Centro de Cultura.
A Avenida Pequeno Príncipe se bifurca ao chegar no Parque, criando uma área de descanso e de destaque ao canal existente e ampliado, e uma nova perspectiva à Avenida em meio à vegetação. A extensão da via atual servirá de apoio à área comercial, com estacionamentos e trânsito mais lento.
Acrescenta-se à esta proposta, a preservação de um corredor verde como Área Verde de Lazer - uma modificação para que este Trabalho de Conclusão de Curso seja viabilizado em sua totalidade. Classificam-se, então, como Áreas Verdes de Lazer duas áreas ainda não ocupadas por residências que conectam o Morro do Lampião com a Praia do Campeche, preservando um corredor verde de mata nativa da região, como observa-se na figura acima ‘Sugestão de
alteração no Plano Diretor’.
Atualmente de posse de particulares, os imóveis seriam adquiridos pelo Poder Público através do Direito de Preempção (instrumento que confere a preferência ao Poder Público de adquirir imóvel urbano em razão das diretrizes da política urbana), previsto no Estatuto da Cidade. Em prol do bem coletivo, da segurança e do “
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental , o ” proprietário pode ter o direito de construir transferido para outro local.
Propõe-se converter a ciclofaixa existente em ciclovia (demarcada no mapa ao lado em vermelho) e dar continuidade ao percurso com as seguintes vias: Rod. Antônio L. M. Gonzaga, Av. Campeche, Rua da Capela, Rua do Gramal, Rua das Corticeiras. Isto conectará o bairro com o TIRIO (Terminal de Integração do Rio Tavares, para onde as linhas de transporte coletivo da região se dirigem), com a região Central de Florianópolis, com os bairros adjacentes e demais áreas públicas (Lagoa da Chica e Pequena, Igreja S. Sebastião).
Associada ao percurso, está a instalação de bicicletários públicos e de bicicletários para aluguel de bicicletas em locais com estrutura para tal (lanchonetes e restaurantes).
Criou-se também trilhas para acesso ao topo do Morro do Lampião, para promover a conexão deste com a Praia do Campeche e também com o Terminal de Integração do Rio Tavares.
Ao lado, mapa com as modificações de viabilidade do projeto.
ciclovia proposta
ciclofaixa transformada em ciclovia
vias de conexão propostas TIRIO - Terminal de Integração Rio Tavares
paradas de ônibus existentes área de intervenção
pontos para aluguel de bicicletas
trilhas propostas
centro
morro do lampião
av. peq. príncipe
av. campeche
rod. sc-405
rod. antônio l. m. gonzaga
praia do campeche
rio tavares
morro das pedras
N
N
01 trilha existente02
08
De localização central no Campeche, o antigo terreno do Campo da Aviação dá lugar ao Parque Urbano de ampla área verde, em meio a um cenário atual de desenvolvimento urbano acelerado. Dispõe para a comunidade áreas esportivas, de recreação e de lazer, onde podem desenvolver atividades já realizadas dentro do bairro e também abrigar eventos, estimular o encontro entre as pessoas e promover o conhecimento.
Inicialmente foram traçados eixos estruturadores de circulação, conformando caminhos sinuosos com atrativos e usos, como as esculturas de escala humana, dispostas ao longo do Parque, que estimulam o usuário a explorar o espaço ao mesmo tempo em que o conecta a todas as áreas do Parque.
Dois terrenos atualmente desocupados e contíguos ao Parque proporcionam a criação de um eixo verde (indicado no mapa acima) com aproximadamente 1.300 metros de extensão, que além de preservar a mata nativa, é de grande importância para a avifauna local, sensivelmente influenciada com a crescente urbanização da região. O eixo conecta a orla com o Parque (através de uma passarela e deck) e o Morro do Lampião, trajeto no qual criou-se uma trilha até o seu topo, local de vista privilegiada do entorno.
Para destacar o canal existente paralelo à Av. Peq. Príncipe e criar uma zona de descanso e de apoio à área comercial da principal avenida do bairro, traçou-se um eixo que adentra o Parque e proporciona a quem circula no bairro - seja de automóvel ou transporte público - a interação com a natureza existente no local. O zoneamento do Parque Urbano considera os principais pontos de acesso dos usuários vindos de todo o bairro, já que este localiza-se em uma região de articulação com áreas predominantemente residenciais. Por serem atividades de pequeno raio de alcance (aprox. 500 m), as áreas infantis foram distribuídas próximas dos limites do Parque, para que sejam amplamente utilizadas.
Desse modo, a experiência proporcionada pelo Parque é marcada pela calma, distração, preservação e pelo convite ao uso do espaço público pelos pedestres e ciclistas além de considerar a forte apropriação e uso da comunidade como um espaço público de referência para o Campeche.
área esportiva (quadras, pista de skate, academias ao ar livre, cancha de bocha) área infantil (playgrounds)
estacionamentos
área cultural (centro de cultura, museu da aviação, observatório)
área de alimentação (restaurantes, lanchonetes/quiosques, área piquenique)
área paisagística (bosque/corredor verde, lago, gramados, jardim sensorial) Estacionamentos
Percurso automóveis
E
Percurso pedestres e ciclistas E E E E E E EEIXOS ESTRUTURAIS
ZONEAMENTO
CIRCULAÇÕES
corredor verde de conexão entre o Morro do Lampião, o Parque e a Praia eixos principais de circulação e conexão com o bairro
eixo criado para destaque do canal existente e inserção no Parque
A disposição da zona esportiva considerou o local de maior demanda por estas atividades (escola e creche), além do outro extremo do Parque, para que os usuários dos equipamentos não necessitem deslocar-se muito. Contam com equipamentos de apoio próximos: vestiários, alimentação e estacionamentos, além do cuidado com a orientação das quadras, observando-se a orientação solar para o conforto dos usuários. Deu-se preferência à quadras poliesportivas e futebol society, por necessitarem de menos jogadores, e assim, estimular o uso mais frequente.
As zonas de alimentação estão locadas próximo às vias de circulação de veículos e de estacionamentos, para que atendam não somente aos usuários do Parque, e sim todos que circulam em suas proximidades. As atividades culturais concentram-se na edificação do Centro de Cultura, onde são deconcentram-senvolvidos diversos projetos, cursos, apresentações, feiras. A restauração do antigo casarão e instalação do Museu da Aviação preserva a memória de Saint-Exupéry e divulga a história da rota intercontinental mantida pelo correio aéreo francês no início do século 20. O Observatório e o palco desmontável para shows de médio porte são outras áreas de difusão da cultura na área de estudos.
Devido a sua grande extensão, o Parque prioriza as zonas paisagísticas, com extensas áreas de recreação passiva (área gramada aberta para jogos casuais), lazer e contemplação. As espécies vegetais a serem introduzidas no Parque são preferencialmente nativas, selecionadas para resistir às condicionantes climáticas e ambientais, além de provocarem diferentes sensações nos usuários, transformando a paisagem com a mudança das estações. (Quadro ao lado). Propõe-se uma estrutura convidativa à caminhada, à pedalada e ao uso do espaço público pelos moradores, através de calçadas com dimensões apropriadas, espaços públicos atrativos, mobiliário adequado, qualidade visual, variação de funções urbanas. Isto trará mais vida ao bairro, aumentando a sensação de segurança nos espaços da cidade e estimulando o tráfego de pessoas ao invés de automóveis.
quadro de espécies vegetais
nome científico nome popular características imagens
Tabernaemontana catharinensis
quebra-dente, jasmim-catavento, leiteiro
ornamental, bela floração, aroma agradável
Gaylussacia brasiliensis camarinha, groselha do brejo, lanterninha da praia encontrada nas dunas e restinga, frutífera, ornamental Campomanesia litorallis guabiroba, guabiroba
amarela, guabiroba da praia
encontrada nas dunas e restinga, frutífera Schinus terebinthifolius aroeira vermelha,
aroeira-mansa
atraem pássaros (frutos), boa sombra
Psidium cattleianum araçá, araçá nativo, araçá amarelo frutífera, floração recorrente, Roystonea oleracea palmeira delimitam eixos, permitem a
permeabilidade visual Schizolobium parahyba guarapuvu, garapuvu, ficheira monumental, símbolo da
paisagem da Ilha
Eugenia uniflora pitangueira, cerejeira brasileira, ginja atrativa à fauna, frutífera, ornamental, baixa manutenção Tabebuia avellanedae ipê roxo e amarelo bela floração, ornamental,
símbolo paisagístico no Brasil Tibouchina granulosa quaresmeira,
flor-de-quaresma
bela floração, ornamental, simples cultivo
Jacaranda micrantha caroba, carobão bela floração, muito utilizado na arborização urbana Calophyllum brasiliense guanandi, jacareúba resistente, germinação fácil,
rápido desenvolvimento Sophora tomentosa feijão-da-praia,
cambuí-da-restinga, sófora, comandaíba
arbusto ornamental, floresce quase todo o ano Terminalia catappa chapéu-de-sol,
amendoeira-da-praia
ornamental, própria para regiões litorâneas, boa sombra Psidium guajava goiabeira, araçá-goiaba,
guaiba frutífera
“...Ao melhorar as condições para os pedestres, não somente reforçamos o seu número, como reforçamos a vida na cidade. Caminhando, estamos no nosso rumo, observando as pessoas e os acontecimentos, inspirados a parar e observar mais de perto ou até mesmo f i c a r e p a r t i c i p a r ” .
Trecho do Livro: “Cidades para Pessoas”- Jan Gehl, que descreve a importância de estimular o pedestre a utilizar os espaços públicos da cidade através de melhorias no espaço urbano. O mapa de Circulações ao lado demonstra a prioridade do fluxo de pedestres e ciclistas no Parque Urbano.
02
09
10: PARTIDO
ESCALA:
1/4000
N
0.0 0.50 0.00 0.0 -2.0 0.0 0.0 30 6.0 -2.0 0.50 4.70 -1.0 A A B B 11 P Á G . RUA DA CAPELA (PÁG. 12) AV . PEQ. PRÍNCIPE (PÁG. 11) SER V. CATA-VENTO (PÁG. 12) AV. CAMPECHE (PÁG. 12) -1.0 13 PÁG. 15 PÁG. 17 P Á G . 18 P Á G 0.0 30 32 17 12 30 13 30 32 18 15 7 15 19 20 13 12 33 33 13 14 23 22 26 21 6 0.0 0.0 0.0 1 31 31 13 13 11 15 1.0 30 30 12 12 12 0.0 3 0.0 30 15 0.0 0.0 5 15 9 0.0 30 28 29 32 32 30 33 17 16 17 7 0.0 9 0.0 10 13 4 34 2 0.0 0.0 4.0 6 9 12 0.0 12 8 7 26 15 30 30 12 0.0 0.0 24 25 27 13 9 6 13 7 23 22 N N MAPA DE LOCALIZAÇÃO SEM ESCALA10
11: IMPLANTAÇÃO
LEGENDA
PISO DRENANTECICLOVIAS COM PISO DRENANTE COR VERMELHO
VIAS CRIADAS - PISO DRENANTE PISO EMBORRACHADO - PLAYGROUNDS DETALHES EQUIPAMENTOS
AREIA
MADEIRA PLÁSTICA - POLICOG CONCRETO ASFÁLTICO DRENANTE 01 - CENTRO DE CULTURA
02 - LAGO CENTRAL COM PEDALINHOS 03 - OBSERVATÓRIO
04 - PALCO DESMONTÁVEL PARA SHOWS 05 - RESTAURANTE
06 - LANCHONETE 07 - PLAYGROUND 08 - JARDIM SENSORIAL
09 - GINÁSTICA/ALONGAMENTO AO AR LIVRE 10 - ÁREA COM MESAS PARA PIQUENIQUE 11 - CANAL
12 - ESCULTURAS
13 - ESTACIONAMENTOS
14 - ESTACIONAMENTO ÔNIBUS DE TURISMO 15 - PONTOS DE ÔNIBUS
16 - PASSARELA PARA PRAIA
17 - CAMINHO PARA PRAIA SOBRE DECK 18 - MUSEU DA AVIAÇÃO
19 - ESCOLA 20 - CRECHE 21 - PISTA DE SKATE
22 - QUADRAS POLIESPORTIVAS 23 - QUADRAS DE FUTEBOL SOCIETY 24 - CAMPO DE FUTEBOL
25 - CANCHAS DE BOCHA
26 - TRILHA PARA O MORRO DO LAMPIÃO 27 - SANITÁRIOS/VESTIÁRIOS
28 -RIO DO NOCA (RIOZINHO) 29 - OCEANO ATLÂNTICO 30 - CICLOVIAS 31 - ÁREA COMERCIAL 32 - RESTINGA E DUNAS 33 - PRAIA DO CAMPECHE 34 - FIO D’ÁGUA GRAMA-SEMPRE-VERDE GRAMA ESMERALDA ACESSO PEDESTRES/CICLISTAS ACESSO VEÍCULOS
PROJEÇÃO EDIFICAÇÕES - OCUPAÇÃO MÁXIMA DE ACORDO COM O PLANO DIRETOR ADOTADO
CORTES VIAS ALTERADAS
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11
De acordo com Jan Gehl em seu livro ‘‘Cidades para asPessoas’’, ‘‘para que as caminhadas e pedaladas sejam
atividades difundidas, deve-se aumentar a quantidade e qualidade dos espaços públicos, que devem ser humanos em escala, em sustentabilidade, na saúde, na segurança e que sejam espaços vivos. Uma cidade humana – com ruas, praças e parques cuidadosamente planejados – gera prazer para os seus visitantes ou transeuntes, assim como para quem ali vive’’.
Para que os moradores sejam convidados a utilizar o espaço público, trazendo mais vida ao bairro, é necessária a qualificação e priorização das áreas de pedestres, assegurando uma largura mínima de 2 metros para as calçadas, proporcionando a travessia segura das ruas com a faixa elevada e oferecendo uma estrutura adequada. Isto justifica as alterações dos perfis das vias próximas ao Parque Urbano, demarcados na planta de Implantação (Pág. 10).
Foto: Perfil atual da Avenida Pequeno Príncipe
Fonte: Acervo pessoal
Corte C-C’
Perfil Avenida Peq. Príncipe
Vista Superior ampliada Avenida Peq. Príncipe
AVENIDA PEQUENO PRÍNCIPE
Mapa de localização Sem escala
Por ser a principal Avenida do Campeche, concentrar as atividades de comércio e serviços do bairro e atualmente apresentar dificuldades na distribuição do trânsito de veículos por sua caixa viária simples, propôs-se a faixa dupla de rolagem de veículos. Esta também auxiliará na circulação do transporte coletivo, que também contará com recuos exclusivos para o embarque e desembarque de passageiros.
Utilizou-se a caixa viária total de 29 metros (largura proposta pelo Plano Diretor vigente/1998, que é respeitada pela maioria das novas edificações) e incluiu-se um canteiro central, além de passeios amplos e ciclovia separada da via por um canteiro. A travessia de pedestres se dará através de faixas elevadas com sinalização tátil de alerta e direcional, que dão segurança ao pedestre e inibem o excesso de velocidade dos veículos.
12
12
Fonte: https://r epositorio.ufsc.br/RUA DA CAPELA
Mapa de localização Sem escala Corte D-D’Perfil proposto Rua da Capela Perfil atual da Rua da Capela
Fonte: Acervo pessoal
AVENIDA CAMPECHE
Mapa de localização - Sem escala
SERVIDÃO CATA-VENTO
Mapa de localização - Sem escala
Perfil atual da Servidão Cata-Vento
Fonte: Acervo pessoal
Corte F-F’ Perfil proposto Serv. Cata-Vento Perfil atual da Avenida Campeche
Fonte: Google Maps Corte E-E’
Perfil proposto Avenida Campeche Para facilitar o acesso à praia aos usuários do
Parque, cadeirantes e idosos, criou-se uma passarela pública sobre a Av. Campeche, continuada por um deck elevado que também preserva o canal do Rio do Noca e a vegetação de restinga do pisoteio, num percurso de aproximadamente 270 metros.
Para as vias alteradas com tráfego mais intenso, propõe-se o concreto asfáltico drenante, que possibilita o escoamento de água acumulada na sua superfície através de vazios existentes entre os grãos da sua estrutura. Pode ser produzido com a adição do pó extraído de pneus usados ao ligante asfáltico, que além do seu caráter ecológico, vem sendo amplamente utilizado pois a borracha melhora as propriedades e o desempenho do revestimento.
13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
3.00 0.00 4.50 3.00 1.50 4.50 3.00 1.50 0.00 0.00 0.00 -1.00 PATAMAR -2.00 PATAMAR PATAMAR PATAMAR PATAMAR PATAMAR PATAMAR -1.00 PATAMAR PRAÇA PRAÇA -2.00 RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA 1.50 PATAMAR 3.00 PATAMAR 4.50 PATAMAR TERRAÇO-JARDIM 6.00 CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO CANTEIRO 0.00 PASSEIO RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA 0.00 2.00 0.00 ESPELHO D’ÁGUA RAMPA RAMPA RAMPA RAMPA 0.00 0.00 GRAMADO GRAMADO 0.00 GRAMADO 0.00 GRAMADO 0 5 10 20 N 01Mapa de Localização do Centro de Cultura Sem escala
02 03
Nos passeios do Parque, vias de tráfego leve e estacionamentos, utilizou-se o piso drenante, que absorve a água da chuva, reduzindo a velocidade com que ela escoa e evitando a formação de poças sobre as peças. Ideal para espaços públicos, apresenta conforto tátil, superfície regular e absorvem menos o calor.
Fonte: www.maski.com.br
Dentro dos limites do Parque Urbano, as ciclovias são associadas aos passeios do p a r q u e , s e n d o a á r e a preferencial de circulação demarcada no piso com cor d i f e r e n c i a d a ( s í m b o l o vermelho).
simbologia ciclovias
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CENTRO DE CULTURA
ACESSOS AO CENTRO DE CULTURA (RAMPAS QUE LEVAM AO TERRAÇO-JARDIM, ELEVADORES E ACESSO LATERAL) CONE VISUAL - PERSPECTIVAS ILUSTRATIVAS (PÁG. 14)
PONTO DE PROJEÇÃO DE FILMES NA FACHADA DA EDIFICAÇÃO
Seu terraço-jardim está conectado ao Parque através de passarelas com inclinação suave (8,33%), e de lá pode-se ter uma vista panorâmica do entorno.
Localizado próximo à principal avenida do bairro, abriga além de projetos existentes no Campeche (como a Biblioteca Livre do Campeche “Bilica”, Cineclube Dona Chica, grupos de mães e de idosos), eventos e feiras em geral na praça coberta sob sua estrutura, exposições, aulas, cursos, restaurante, administração, sede comunitária e apoio ao turista.
CENTRO DE CULTURA - PERSPECTIVAS E ESQUEMA DE ACESSOS
13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
Fachada digital - Espaço TIM UFGM
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Fonte:
www.cir
cuitoculturalliber
dade.com.br
Museo de La Memoria y Derechos Humanos
Fonte:
www.concursosdepr
ojeto.or
g/
Utilizando-se da própria arquitetura da edificação, o Cineclube Dona Chica utilizará a própria fachada da edificação para projetar filmes e documentários, funcionando como uma grande tela. E, quando aberta, o palco interno da edificação se volta para o Parque, estimulando e difundindo a arte e a cultura locais.
Esquema de acesos do Centro de Cultura
Com o intuito de fazer parte da topografia do Parque Urbano, como uma extensão do traçado e do percurso dos pedestres e usuários, os acessos do Centro de Cultura atendem à quem chega de todas as direções do Parque, proporcionando um panorama visual diferenciado da região.
Perspectiva 01 - Fachada do Centro de Cultura aberta para o Parque
Perspectiva 02 - Vista do Centro de Cultura, que conforma vão coberto propício à instalação de feiras que já ocorrem no bairro RAMPA i=8,33% RAMPA i=8,33% CIRCULAÇÃO VERTICAL/ELEVADORES ACESSO PEDESTRES/SERVIÇOS PRAÇA COBERTA CENTRO DE CULTURA CIRCULAÇÃO VERTICAL/ELEVADORES
Perspectiva 03 - Vista dos acessos através de rampas ao terraço-jardim
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Propõe-se fachadas com fechamento em vidro, e, para o controle da incidência solar nas fachadas norte e leste, optou-se por brises externos em madeira.JARDIM BOTÂNICO SENSORIAL
Localizado em uma área de descanso, este jardim permite o usuário tocar as espécies nativas e exóticas, dispostas ao alcance das mãos e proporcionar uma experiência sensorial interessante, principalmente para os deficientes visuais, que podem identificar cada planta pela textura e o cheiro das folhas.
Os playgrounds estão localizados próximos das áreas com concentração residencial e de acesso ao Parque, para que sejam amplamente utilizados pelos moradores da região. Apresentam brinquedos para diferentes faixas etárias, além de área com areia e brinquedos acessíveis, todos em madeira, criando uma identidade visual aos equipamentos do Parque. O piso utilizado é o piso emborrachado, que é macio, resistente e flexível, fabricado com resíduo de pneus e capaz de absorver impactos ao mesmo tempo em que diferencia e traz cor ao equipamento. É drenante, antiderrapante, composto por materiais não tóxicos e de fácil limpeza.
Mapa de Localização do detalhe no Parque Urbano - Sem escala
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Jardim Sensorial - Parque Madureira/RJ
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Fonte:
www.vejario.abril.com.br
Parque Infantil com piso emborrachado colorido - Quirijn Park/Holanda
Fonte:
www.karr
esenbrands.nl/pr
ojects
CONE VISUAL - PERSPECTIVAS ILUSTRATIVAS (PÁG. 16)
01 02
03
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13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
PERSPECTIVAS ILUSTRATIVAS: JARDIM BOTÂNICO SENSORIAL E TIPOLOGIA PLAYGROUNDS
ÁREAS ESPORTIVAS
Considerando o esporte um grande atrativo para os usuários do Parque, este dispõe de quadras de futebol, de futebol society, poliesportivas, canchas de bocha e pista de skate, distribuídos em dois extremos do Parque, para atender melhor a população.
Ao longo de todos os passeios do Parque, pode-se praticar o ciclismo e corrida, já que apresentam largura mínima de 4m. Além disso, extensas áreas gramadas proporcionam espaço para a prática de esportes casuais ao ar livre.
Perspectiva ilustrativa - Quadras de futebol society e poliesportiva. À esquerda, área de alimentação (lanchonete).
Perspectiva ilustrativa - Pista de Skate e vestiários
Perspectiva 01 - Tipologia dos Parques Infantis Perspectiva 02 - Jardim Sensorial Perspectiva 03 - Vista superior Jardim Sensorial e Playground
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13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
PONTOS DE ÔNIBUS
Os pontos de ônibus localizados dentro do parque seguirão uma tipologia com o uso da madeira e pergolado com vegetação. Dispõem aos usuários local coberto com iluminação e espaço também para cadeirantes. Além disso, possui um painel para esposição de trabalhos de artistas locais e uso informativo.
Mapa de Localização do detalhe no Parque Urbano - Sem escala
N
CONE VISUAL - PERSPECTIVAS ILUSTRATIVAS ABAIXO Vista lateral - Tipologia Pontos de Ônibus
Vista frontal - Tipologia Pontos de Ônibus
Perspectiva 01 - Ponto de ônibus
01
Perspectiva 02
02
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TIPOLOGIA RESTAURANTES/LANCHONETES
Criou-se uma tipologia arquitetônica para os restaurantes, também adaptada aos quiosques/lanchonetes. Localizados próximos dos estacionamentos para facilitar o acesso também a quem circula pelo bairro, ficam próximos de áreas de convivência do Parque e de áreas esportivas e também são pontos para o aluguel de bicicletas.
A escolha da madeira resulta em uma sensação de leveza, ao mesmo tempo em que a sua forma remete às linhas do Parque Urbano. A vegetação é utilizada como um elemento de projeto, reforçando a integração com a natureza, e as aberturas em vidro proporcionam iluminação natural.
Perspectiva ilustrativa 01 - Tipologia Restaurantes/Lanchonetes
Mapa de Localização do detalhe no Parque Urbano - Sem escala
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CONE VISUAL - PERSPECTIVAS ILUSTRATIVAS
Vista lateral e frontal - Tipologia Restaurantes
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Perspectiva ilustrativa 02 - Tipologia Restaurantes/Lanchonetes
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13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
DECK E PASSARELA PARA PRAIA
Perspectiva ilustrativa - Passarela sobre a Avenida Campeche
Perspectiva ilustrativa - Deck na praia do Campeche, protegendo a vegetação de restinga do pisoteio
LAGO CENTRAL COM PEDALINHOS
O Lago central foi projetado para ser uma centralidade, amplamente apropriado pelos usuários do Parque, já que os lagos existentes na região do Campeche (como a Lagoa da Chica e a Lagoa Pequena) são áreas protegidas e portanto não podem ser exploradas, com o intuito de não causar impactos ambientais ao ambiente natural. O passeio de pedalinho é uma atividade de lazer que o lago proporciona, e, além de ser uma área contemplativa e de descanso, é uma alternativa de área de lazer à praia, já que devido às condições climáticas e ao mar forte, nem sempre pode ser utilizado. Também conta com um quiosque para alimentação em suas proximidades e contribui para a drenagem da água da chuva, condicionada pela topografia criada.
Esculturas em escala humana estão dispostas ao longo dos passeios do Parque, proporcionando interação com os usuários, que além de observar, podem tocar e brincar. Na imagem ao lago, uma perspectiva ilustrativa de uma destas peças: um xadrez gigante.
No Parque encontram-se também caminhos secundários, afastados dos passeios de maior circulação. A perspectiva abaixo ilustra um desses caminhos, que margeia um fio d’água vindo desde o Lago, até próximo do Centro de Cultura.
Mapa de Localização do Lago no Parque Urbano - Sem escala
Mapa de Localização do Lago no Parque Urbano - Sem escala
Para facilitar o acesso à praia aos usuários do Parque, cadeirantes e idosos, além de proteger a vegetação de restinga existente sobre o cordão de dunas, criou-se uma passarela pública sobre a Av. Campeche, com estrutura metálica e acabamentos em Policog (composto maciço de textura semelhante à madeira, obtido da reciclagem do plástico). Ela é continuada por um deck elevado que também preserva o canal do Rio do Noca e a vegetação de restinga do pisoteio, num percurso de aproximadamente 270 metros.
Cor
te transversal P
assarela
Para os equipamentos urbanos, decks e fechamento da passarela, optou-se pela utilização da madeira plástica. É considerada uma solução ecológica, dando uso ao lixo plástico e eliminando o desmatamento indevido. Possui a vantagem de resistir à chuva e à ação do tempo, além de não absorver umidade ou propagar fungos, com uma vida útil estimada em mais de 50 anos.
Madeira Plástica
Fonte:
ideiaweb.or
g/?p=3709
Exemplo de mobiliário feito com madeira plástica
Fonte: www.ecopex.com.br
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13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
Mapa de Localização do Canal e Área Comercial
CANAL E ÁREA COMERCIAL - PASSEIO COBERTO
Perspectiva ilustrativa 02 - Passeio coberto e área comercial Aproveitando-se do canal existente paralelo à Avenida Pequeno Príncipe e presente na
memória dos moradores nativos como uma área constantemente apropriada, criou-se uma área de descanso e de apoio à área comercial desta Avenida. Além de revitalizar o canal - cujo percurso atualmente encontra-se descaracterizado, ampliaram-se suas bordas, margeadas por um deck com áreas para descanso e para desfrutar da paisagem.
Com estacionamentos voltados para a área comercial, áreas de descanso, proximidade com uma parada de ônibus da Avenida principal do bairro, um passeio amplo e acessível por meio de faixas de pedestre elevadas, o comércio também seria beneficiado, já que se tornaria um local atrativo para os moradores, turistas e pedestres.
Perspectiva ilustrativa 01 - Canal e deck. À direita, estacionamento e área comercial Perspectiva ilustrativa 03 - Estares ao longo do canal
CONE VISUAL - PERSPECTIVAS ILUSTRATIVAS
01 02 03 ÁREA COMERCIAL ÁREA DE DESCANSO CANAL EXISTENTE
PONTOS DE ÔNIBUS RECUOS EXCLUSIVOS
PARA ÔNIBUS AVENIDA PEQUENO PRÍNCIPE FAIXA DE PEDESTRES
ELEVADA ESTACIONAMENTOS PARA COMÉRCIO MARCAÇÃO NO PISO CICLOVIAS- CIRCULAÇÃO PREFERENCIAL DE CICLISTAS
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13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
Ao lado, perspectiva vista a partir da Avenida Pequeno Príncipe, mostrando ao fundo as edificações comerciais e a área de descanso.
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13: EQUIPAMENTOS PRINCIPAIS E TIPOLOGIAS
Usufruindo da atmosfera lúdica que o encontro dos antigos moradores do Campeche com o piloto francês Antoine de Saint-Exupéry – autor de “O Pequeno Príncipe”- proporcionou ao local de intervenção, criou-se no Parque um equipamento para a observação amadora do céu, com informações e palestras acerca do assunto. O Observatório cria um ambiente que desperta a curiosidade das crianças e de adultos interessados em aprender um pouco mais sobre os planetas e estrelas.
OBSERVATÓRIO
Mapa de Localização do Observatório
MUSEU DA AVIAÇÃO
O antigo casarão do campo de Aviação do Campeche será local do Museu da Aviação, cuja proposta é recuperar sua edificação e o entorno próximo ao Parque. Há um projeto de recuperação apresentado em 2008, mas que atualmente aguarda por autorizações que permitam a execução do memorial.
A proposta do museu é contar a história do campo da aviação no Campeche, criando um memorial dos pilotos e pescadores e mostrar também os costumes dos moradores nativos da região, que receberam os pilotos franceses de braços abertos.
Mapa de Localização - Museu da Aviação Sem escala
Foto atual do Casarão, na esquina com a Avenida Campeche, com o ginásio da Escola Básica Brigadeiro Eduardo Gomes
Fonte: Google Str
eet View
Perspectiva do Antigo Casarão e Museu da Aviação Observatório Mount Wilson em Los Angeles.
REFERÊNCIAS
Fonte:
gaea-neo.blogspot.com.br/
Observatório Espaço TIM UFMG do Conhecimento
Fonte: www.espacotuc.wor dpr ess.com/ ÁREA RESIDENCIAL MUSEU DA AVIAÇÃO GINÁSIO ESCOLA BÁS. B. E. GOMES CICLOVIA AV. CAMPECHE
O projeto do Parque Urbano disponibilizará mais de 300 mil m² de área verde pública de lazer ao bairro do Campeche. Na área de intervenção foram incorporados novos usos, melhorias na circulação de pedestres, ciclistas e automóveis no bairro e também a consolidação do empenho da comunidade do bairro pela busca de um local de lazer e de convivência.
A seguir, um comparativo da área do bairro Campeche antes e depois da inserção do Parque Urbano, com a projeção do que seria a máxima ocupação do solo.
Planta baixa Área de Intervenção antes do projeto do Parque Urbano (Configurações atuais) Escala: 1/10.000
Planta baixa Área de Intervenção com projeto do Parque Urbano (Projeção de ocupação no futuro) Escala: 1/6000
N
N
- GEHL, Jan. Cities for People. Island Press, Washington, 2010.
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