Lógica Proposicional
Equivalências e Formas Normais
Alfio Martini
FACULDADE DE INFORMATICA´ - PUCRS PORTO ALEGRE - BRASIL
www.inf.pucrs.br/∼alfio alfio@inf.pucrs.br
Objetivos
E
NTENDER O CONCEITO DE EQUIVALÊNCIA ERELACIONÁ
-
LO COM OS CONCEITOS DE TAUTOLOGIA EDE CONSEQÜÊNCIA LÓGICA
.
C
ONHECER O LEMA DA SUBSTITUIÇÃO.
M
ANIPULAR FÓRMULAS ALGEBRICAMENTE PARAVERIFICAR EQUIVALÊNCIAS SEM A UTILIZAÇÃO DA
TABELA VERDADE
.
N
ORMALIZAR AS FÓRMULAS PARA AS FORMASNORMAIS CONJUNTIVAS E DISJUNTIVAS
.
A
PLICAR AS TÉCNICAS ACIMA NO PROJETO DEEquivalências
DEFINIC¸ ˜AO 1 (EQUIVALENCIAˆ ) Sejam
A
eB
duas f ´ormulas arbitr ´arias.Entao
A
eB
s ˜ao ditas equivalentes, denotado comoA ≡ B
se e somente semod({A}) = mod({B})
.EXEMPLO 1
p
q
¬p ¬p ∨ q p ⇒ q
I
1F F
V
V
V
I
2F V
V
V
V
I
3V
F
F
F
F
I
4V
V
F
V
V
Como
mod({¬p ∨ q}) = {I
1, I
2, I
4} = mod({p ⇒ q})
, temos queTeoremas Importantes
TEOREMA 1 Sejam
A
eB
f ´ormulas arbitr ´arias. Ent ˜aoA ≡ B
se esomente se
A |= B
eB |= A
.TEOREMA 2 Sejam
A
eB
f ´ormulas arbitr ´arias. Ent ˜aoA ≡ B
se esomente se
A ⇔ B
´e uma tautologia.Tabela de Equivalências
Negação Disjunção Conjunção Implicação 1.¬¬A ≡ A 2.A ∨ ⊤ ≡ ⊤ 6.A ∧ ⊤ ≡ A 10.A ⇒ ⊤ ≡ ⊤
3.A ∨ ⊥ ≡ A 7.A ∧ ⊥ ≡ ⊥ 11.A ⇒ ⊥ ≡ ¬A 4.A ∨ A ≡ A 8.A ∧ A ≡ A 12.⊤ ⇒ A ≡ A 5.A ∨ ¬A ≡ ⊤ 9.A ∧ ¬A ≡ ⊥ 13.⊥ ⇒ A ≡ ⊤ 14.A ⇒ A ≡ ⊤ Algumas Conversões Leis de Absorção
15.A ⇒ B ≡ ¬A ∨ B 22.A ∧ (A ∨ B) ≡ A 16.¬(A ⇒ B) ≡ A ∧ ¬B 23.A ∨ (A ∧ B) ≡ A 17.A ⇒ B ≡ A ∧ ¬B ⇒ ⊥ 24.A ∧ (¬A ∨ B) ≡ A ∧ B 18.(A1 ∧A2) ∧ A3 ≡ A1 ∧(A2 ∧A3) 25.A ∨ (¬A ∧ B) ≡ A ∨ B 19.(A1 ∨A2) ∨ A3 ≡ A1 ∨(A2 ∨A3) Equivalência
20.A ∧ B ≡ B ∧ A 21.A ∨ B ≡ B ∨ A 26.A ⇔ B ≡ (A ⇒ B) ∧ (B ⇒ A) Leis Distributivas Leis de Morgan
27.A1 ∧ (A2 ∨ A3) ≡ (A1 ∧A2) ∨ (A1 ∧A3) 29.¬(A ∧ B) ≡ (¬A ∨ ¬B) 28.A1 ∨ (A2 ∧ A3) ≡ (A1 ∨A2) ∧ (A1 ∨A3) 30.¬(A ∨ B) ≡ (¬A ∧ ¬B)
Substituição
DEFINIC¸ ˜AO 2 (SUBSTITUIC¸ ˜AO) Seja
A
uma subf ´ormula deB
eA
′ umaf ´ormula qualquer. Ent ˜ao a substituic¸ ˜aode
A
′ porA
em B, representada porB[A/A
′]
, ´e a f ´ormula obtida pela substituic¸ ˜ao da sub ´arvoreA
deB
pela ´arvore que representa a f ´ormulaA
′.EXEMPLO 2 Seja
B = (p ⇒ q) ⇔ (¬q ⇒ ¬p)
, eA = p ⇒ q
. Ent ˜aoB[A/¬p ∨ q) = (¬p ∨ q) ⇔ (¬q ⇒ ¬p)
.TEOREMA 3 Se
A
uma subf ´ormula deB
e sejaA
′ uma f ´ormula tal queA ≡ A
′. Ent ˜ao, temos queEquivalências - Demonstrações
EXERC´ICIO 2 Mostre que algebricamente, que as seguintes
equival ˆencias s ˜ao corretas utilizando a tabela de equival ˆencias b ´asicas. N ˜ao se esquec¸a de justificar cada passo, enumerando a lei utilizada
juntamente com as substituic¸ ˜oes necess ´arias. 1.
p
1⇒ (p
2⇒ p
3) ≡ p
2⇒ (p
1⇒ p
3)
. 2.p ⇒ p ∨ q ≡ ⊤
. 3.(p ∨ q) ∧ ¬p ⇒ ¬q ≡ q ⇒ p
. 4.(p ⇒ q) ∧ (p ∨ q) ≡ q
. 5.(p
1∧ p
2) ⇒ p
3≡ (p
1⇒ p
3) ∨ (p
2⇒ p
3)
. 6.(p
1∧ p
2) ⇒ p
3≡ p
1⇒ (p
2⇒ p
3)
.Exemplo de Demonstração
p
1⇒ (p
2⇒ p
3) ≡ ¬p ∨ (p
2⇒ p
3)
(15)
≡ ¬p
1∨ (¬p
2∨ p
3)
(15)
≡ (¬p
1∨ ¬p
2) ∨ p
3(19)
≡ (¬p
2∨ ¬p
1) ∨ p
3(21)
≡ ¬p
2∨ (¬p
1∨ p
3)
(19)
≡ ¬p
2∨ (p
1⇒ p
3)
(15)
≡ p
2⇒ (p
1⇒ p
3)
(15)
Forma Normal Disjuntiva
DEFINIC¸ ˜AO 3 (FND)
Um literal ´e uma vari ´avel proposicional ou sua negac¸ ˜ao (ex:
p, q, ¬p . . .
).Uma conjunc¸ ˜ao fundamental ´e um literal ou uma conjunc¸ ˜ao de dois ou mais literais.
Uma FND ´e uma conjunc¸ ˜ao fundamental ou uma disjunc¸ ˜ao de duas ou mais conjunc¸ ˜oes fundamentais.
EXEMPLO 3 Os seguintes s ˜ao exemplos de f ´ormulas que est ˜ao em
FND:
p ∨ (¬p ∧ q)
.(p ∧ q) ∨ (¬q ∧ p)
.Conversão em FND
DEFINIC¸ ˜AO 4 Toda f ´ormula proposicional pode ser transformada em
FND pela utilizac¸ ˜ao dos seguintes passos: 1o. Passo: Remoc¸ ˜ao das equival ˆencias:
A ⇔ B ≡ (A ⇒ B) ∧ (B ⇒ A).
2o. Passo: Remoc¸ ˜ao das implicac¸ ˜oes:
A ⇒ B ≡ ¬A ∨ B.
3o. Passo: Internalizac¸ ˜ao das negac¸ ˜oes:¬(A ∧ B) ≡ (¬A ∨ ¬B) ¬(A ∨ B) ≡ (¬A ∧ ¬B).
4o. Passo: Eliminac¸ ˜ao das negac¸ ˜oes duplas:
¬¬A ≡ A.
5o. Passo: Utilizac¸ ˜ao das leis distributivas para colocar a f ´ormula resultante do passo anterior em FND.
FND - Exercícios
EXEMPLO 4 A f ´ormula
((p ∧ q) ⇒ r) ∧ s
pode ser colocada na f ´ormulanormal disjuntiva da seguinte forma;
((p ∧ q) ⇒ r) ∧ s ≡ (¬(p ∧ q) ∨ r) ∧ s
≡ ((¬p ∨ ¬q) ∨ r) ∧ s
≡ ((¬p ∨ ¬q) ∧ s) ∨ (r ∧ s)
≡ ((¬p ∧ s) ∨ (¬q ∧ s)) ∨ (r ∧ s)
≡ (¬p ∧ s) ∨ (¬q ∧ s) ∨ (r ∧ s)
EXERC´ICIO 3 Colocar todas as justificativas na computac¸ ˜ao acima e
Forma Normal Conjuntiva
DEFINIC¸ ˜AO 5 (FORMA NORMAL CONJUNTIVA (FNC))
Uma disjunc¸ ˜ao fundamental ´e um literal ou a disjunc¸ ˜ao de dois ou mais literais.
Uma forma normal conjuntiva ´e uma disjunc¸ ˜ao fundamental ou uma conjunc¸ ˜ao de duas ou mais disjunc¸ ˜oes fundamentais.
EXEMPLO 5 As seguintes f ´ormulas est ˜ao em FNC:
p ∧ (¬p ∨ q)
.(p ∨ q) ∧ (¬q ∨ p)
.FND - Exercícios
TEOREMA 4 Toda f ´ormula proposicional
A
pode ser colocada em FNC.EXEMPLO 6
((p ∧ q) ⇒ r) ∧ s ≡ (¬(p ∧ q) ∨ r) ∧ s
≡ ((¬p ∨ ¬q) ∨ r) ∧ s
≡ (¬p ∨ ¬q ∨ r) ∧ s
EXERC´ICIO 4 Colocar as justificativas nas computac¸ ˜oes efetuadas
Funções Booleanas
DEFINIC¸ ˜AO 6 (FUNC¸ ˜OES BOOLEANAS) Uma func¸ ˜ao booleana ´e uma
func¸ ˜ao que recebe e retorna somente valores do conjunto
B = {V, F }
.EXEMPLO 7 Tabela verdade para
f : B × B → B
, ondef
´e umafunc¸ ˜ao de duas vari ´aveis.
p
q
f (p, q)
I
1F F
F
I
2F V
V
I
3V
F
V
Funções Booleanas e FND
DEFINIC¸ ˜AO 7 Toda func¸ ˜ao booleana de
n
vari ´aveis pode ser expressapor uma f ´ormula proposicional em FND da seguinte forma:
1. Para cada interpretac¸ ˜ao
I
em que a func¸ ˜ao ´e verdadeira, construir uma conjunc¸ ˜ao fundamentalc
I tal que:se a vari ´avel
k
for verdadeira emI
, colocark
na conjunc¸ ˜ao. se a vari ´avelk
for falsa emI
, colocar¬k
na conjunc¸ ˜ao.Funções e FND - Exemplo
EXEMPLO 8 Considere a func¸ ˜ao booleana definida abaixo:
p
q
f (p, q)
I
1F F
F
I
2F V
V
I
3V
F
V
I
4V
V
F
Computar a FND desta func¸ ˜ao, de acordo com o algoritmo definido anteriormente.
Funções Booleanas e FNC
DEFINIC¸ ˜AO 8 Toda func¸ ˜ao booleana de
n
vari ´aveis pode ser expressapor uma f ´ormula proposicional em FNC da seguinte forma:
1. Para cada interpretac¸ ˜ao
I
em que a func¸ ˜ao ´e falsa, construir uma disjunc¸ ˜ao fundamentald
I tal que:se a vari ´avel
k
for verdadeira emI
, colocar¬k
na disjunc¸ ˜ao. se a vari ´avelk
for falsa emI
, colocark
na conjunc¸ ˜ao.Funções e FNC
EXEMPLO 9 Considere a func¸ ˜ao booleana definida abaixo:
p
q
f (p, q)
I
1F F
F
I
2F V
V
I
3V
F
V
I
4V
V
F
Computar a FNC desta func¸ ˜ao, de acordo com o algoritmo definido anteriormente.
Formas Normais - Aplicações
Tradicionalmente, fórmulas na FND são normalmente
utilizas em lógica de circuitos.
Dispositivos físicos idealizados, chamados de portas
lógicas, implementam as funções booleanas
relacionadas a conjunção, disjunção e negação.
Na lógica de circuitos os a fórmulas
¬A, A ∧ B
e
A ∨ B
são tradicionalmente representadas respectivamente
como
A, A · B
e
A + B
.
Por exemplo,
(¬p ∧ ¬q ∧ ¬r) ∨ (¬p ∧ q ∧ r) ∨ (p ∧ q ∧ r)
,
seria representada como
Resumo
O
CONCEITO DE EQUIVALÊNCIA ENTRE FÓRMULASPERMITE A ABSTRAÇÃO DE CERTAS DIFERENÇAS
SINTÁTICAS ENTRE AS FÓRMULAS
.
T
ODA FÓRMULA PROPOSICIONAL PODE SERNORMALIZADA PARA
FND
OUFNC.
N
A ÁREA DE CIRCUITOS DIGITAIS,
FÓRMULAS NAFND
PODEM SER COMPILADAS EM HARDWARE IDEALIZADO
,
NA FORMA DE CIRCUITOS DIGITAIS
.
M
INIMIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES BOOLENAS DOSCIRCUITOS CORRESPONDE A UMA MINIMIZAÇÃO DO
CIRCUITO EM SI