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Notas Sobre o Racismo à Brasileira - Roberto Da Matta

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Academic year: 2021

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Por  Roberto Da Matta Roberto Da Matta

 NOTAS SOBRE O RACISMO À BR

 NOTAS SOBRE O RACISMO À BRASILEIRAASILEIRA

Esta minha intervenção tem dois aspectos ou dimensões. De um lado, quero falar de fatos Esta minha intervenção tem dois aspectos ou dimensões. De um lado, quero falar de fatos sociais concretos - alguns,aliás ,bem conhecidos do nosso racismo-, como sua manifestação sociais concretos - alguns,aliás ,bem conhecidos do nosso racismo-, como sua manifestação implícita, disfarçada e de difícil discussão, como se, entre ns, brasileiros, falar de racismo implícita, disfarçada e de difícil discussão, como se, entre ns, brasileiros, falar de racismo fosse um tabu, de acordo com aquela tend!ncia que "lorestan "ernandes chamou, com fosse um tabu, de acordo com aquela tend!ncia que "lorestan "ernandes chamou, com propriedade,#o preconceito de ter preconceito#. De outro, quero me concentrar nas propriedade,#o preconceito de ter preconceito#. De outro, quero me concentrar nas inter-relações dos fatos sociais com os ideais políticos, alvo que - se bem entendo - move este relações dos fatos sociais com os ideais políticos, alvo que - se bem entendo - move este encontro e tem suas dificuldade específicas, sobretudo quando se trata de um tema tão encontro e tem suas dificuldade específicas, sobretudo quando se trata de um tema tão dramático quanto pungente, quando a $usta vontade de erradicar o preconceito certamente dramático quanto pungente, quando a $usta vontade de erradicar o preconceito certamente embaça a discussão de suas características histricas e de sua organi%ação sociolgica ou embaça a discussão de suas características histricas e de sua organi%ação sociolgica ou cultural.

cultural.

&ara tanto,quero começar relembrando um episdio de di% respeito ao assunto . &ara tanto,quero começar relembrando um episdio de di% respeito ao assunto .

Em '()*, quando estava em +ambridge , assachusetts, reali%ando , na niversidade de Em '()*, quando estava em +ambridge , assachusetts, reali%ando , na niversidade de arvard, meu doutorado em antropologia social, fiquei sabendo da visita de um grupo de arvard, meu doutorado em antropologia social, fiquei sabendo da visita de um grupo de estudantes brasileiros. Eram lideres estudantis, convidados pelo Departamento de Estado do estudantes brasileiros. Eram lideres estudantis, convidados pelo Departamento de Estado do /overno dos Estados nidos, que reali%avam um programa de visitas a centros culturais /overno dos Estados nidos, que reali%avam um programa de visitas a centros culturais norte-americanos e , em arvard, participavam de seminários e debates.

americanos e , em arvard, participavam de seminários e debates. +arente de noticias do país e

+arente de noticias do país e de contato com compatriotas - ade contato com compatriotas - aquela 0poca, 0 bom lembrar, nãoquela 0poca, 0 bom lembrar, não havia e-mail,nem fa1,nem sede1, os estudantes não podiam via$ar tanto quanto ho$e - , fui ao havia e-mail,nem fa1,nem sede1, os estudantes não podiam via$ar tanto quanto ho$e - , fui ao local da reunião.

local da reunião.

2á, em um vasto salão harvardiano , dois negros americanos, se não me engano, ambos 2á, em um vasto salão harvardiano , dois negros americanos, se não me engano, ambos políticos locais e ligados ao chamado ovimento 3egro que estava surgindo, disseram políticos locais e ligados ao chamado ovimento 3egro que estava surgindo, disseram

dissertavam sobre suas e1peri!ncias aos $ovens lideres estudantis brasileiros. 2embro-me bem dissertavam sobre suas e1peri!ncias aos $ovens lideres estudantis brasileiros. 2embro-me bem de que o ob$etivo dos

de que o ob$etivo dos políticos americanos era compartilhar, a partir da grande políticos americanos era compartilhar, a partir da grande e1peri!nciae1peri!ncia liberal americana

liberal americana'' ,as conquistas dos negros em relação ao establishment branco, mudando ,as conquistas dos negros em relação ao establishment branco, mudando

legislações e provocando, por meio de um ativismo pacifico, democrático e consistente, a legislações e provocando, por meio de um ativismo pacifico, democrático e consistente, a integração política e $udiciária dos Estados nidos como nação e, no limite da esperança , integração política e $udiciária dos Estados nidos como nação e, no limite da esperança , como sociedade.

como sociedade.

 4o t0rmino do discurso dos americanos, os estudantes brasileiros iniciaram uma s0rie de  4o t0rmino do discurso dos americanos, os estudantes brasileiros iniciaram uma s0rie de

perguntas-comentários provocadoras e um tanto impertinentes. Di%iam, por e1emplo, que as perguntas-comentários provocadoras e um tanto impertinentes. Di%iam, por e1emplo, que as mudanças políticas mencionadas não eram efetivamente transformações de estrutura, que mudanças políticas mencionadas não eram efetivamente transformações de estrutura, que continuava fundada no mercado. 4legavam que a modificação apare

continuava fundada no mercado. 4legavam que a modificação apare nte do quadro dos direitosnte do quadro dos direitos das minorias não mudava o cerne do problema 5 a estrutura do capitalismo fundada na

das minorias não mudava o cerne do problema 5 a estrutura do capitalismo fundada na

e1ploração do trabalho, continuava em vigor. 6nsinuavam, como era comum naquela d0cada, e1ploração do trabalho, continuava em vigor. 6nsinuavam, como era comum naquela d0cada, que, para mudar as relações raciais, seria necessário primeiro modificar todo o #sistema#por que, para mudar as relações raciais, seria necessário primeiro modificar todo o #sistema#por meio de uma revolução .

meio de uma revolução .

Depois de cerca de trinta minutos de impasse ideolgico, um dos palestrantes negros resolveu Depois de cerca de trinta minutos de impasse ideolgico, um dos palestrantes negros resolveu endurecer e disse mais ou menos o seguinte, olhando durante sua plat0ia de brasileiros5

endurecer e disse mais ou menos o seguinte, olhando durante sua plat0ia de brasileiros5 Curioso que vocês cobrem tanto do nosso sistema. O fato é que estamos trabalhando com o Curioso que vocês cobrem tanto do nosso sistema. O fato é que estamos trabalhando com o que podemos para mudar as relações raciais por aqui. Vocês que se di!em uma democracia que podemos para mudar as relações raciais por aqui. Vocês que se di!em uma democracia racial s"o muito piores em termos pr#ticos. $ois ve%am s&' no meio de mais ou menos oitenta racial s"o muito piores em termos pr#ticos. $ois ve%am s&' no meio de mais ou menos oitenta estudantes brasileiros eu ve%o apenas

estudantes brasileiros eu ve%o apenas sete ou oito ne(ros. ) (rande maioria é branca. Ondesete ou oito ne(ros. ) (rande maioria é branca. Onde est# a tal *democracia racial* de vocês +.

est# a tal *democracia racial* de vocês +. 4ps a reunião, fui me encontrar com o grupo e logo 4ps a reunião, fui me encontrar com o grupo e logo descobri a perturbação dos brasileiros diante do seguinte problema5 quem era o negro que os descobri a perturbação dos brasileiros diante do seguinte problema5 quem era o negro que os americanos haviam descoberto entre eles7 &ois, como me disse um dos estudantes, com americanos haviam descoberto entre eles7 &ois, como me disse um dos estudantes, com

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e1ceção de uma ou duas pessoas, não havia preto #entre eles#...

Essa historia tem o m0rito de revelar o coração do problema, pois situa com dramaticidade um fato social básico5 como as sociedades classificam suas eventuais variedades 0tnicas .

&ois, se falamos de relações raciais de uma perspectiva sociolgica, 0 preciso distinguir de saída a miscigenação como fato empírico, isto 0, como o resultado biolgico do encontro se1ual de brancos, negros e índios - para ficar na trilogia clássica da fábula racial brasileira -, do modo pelo qual cada sociedade trabalha esse resultado, reconhecido-o ou não como em fato social concreto. +omo não há sistema valor, moralidade, mitologia ou sistema de

classificação que se$a #natural# ou mais pr1imo de uma nature%a humana, pois todos são arbitrários, e1iste uma variedade intrigante nos modos de lidar com os mestiços.8 que chama a atenção quando se compara a e1ist!ncia classificatria americana com a brasileira, 0 o fato de que, embora e1istam #mulatos# ou #mestiços#, tanto nos Estados nidos quanto no 9rasil, na sociedade brasileira esses mestiços tem um reconhecimento cultural e ideolgico e1plicito, quanto que, no caso americano, eles se submergem como #brancos# ou como #negros #. 8 resultado 0 que o sistema americano persegue a distinção e a compartimentali%ação dos tipos 0tnicos em grupos autocontidos,contrastantes, aut:nomos e socialmente coerentes, isto 0, sem mistura. 2á o sistema tem repulsa pela ambig;idade, pelo mais ou menos e pelo meio-termo.  4ssim, ou se 0 #branco# ou se 0 #negro#, #hisp<nico# , #$udeu#,#italiano# ou #irland!s# etc. =á no

9rasil, o sistema de classificação privilegia o meio-termo e a ambig;idade como valor, tendendo, em princípio, a funcionar com base na hierarquia e no gradualismo.

Dadas essas #escolhas# histrico-sociais, há e1clusão , no caso dos Estados nidos, e1clusão que se e1prime no princípio do #diferentes, mais iguais#> enquanto que , no 9rasil, o sistema inclui hierarqui%a de modo complementar, de acordo com o princípio do desigual ,mais $usto#. +om isso, o sistema brasileiro estabelece que, entre brancos e negros, há uma gradação comple1a e mais5 que todas as etnias de fato se complementam para a formação do #povo brasileiro#, pois o que falta em uma, e1iste de sobra na outra, conforme tentei revelar alhures, em um ensaio no qual tento elucidar a nossa #fabula de tr!s raças#.?

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,.-este conteto vale acentuar que considero importante a distinç"o entre naç"o / ou 0stado/-acional / e sociedade como duas distintas e até mesmo contradit&rias de coletividade. De modo breve a naç"o é uma coletividade fundada na idéia de soberania de territorialidade e de leis epl1citas. 2ua unidade especial b#sica é o indiv1duo / o cidad"o / que nela é dotado de autonomia liberdade i(ualdade pol1tica e %ur1dica e responsabilidade. 3# a sociedade dispensa o territ&rio tem leis impl1citas / (eralmente conceituadas como mandamentos tabus pecados ou normas normais indiscut1veis e dadas pelos deuses e her&is civili!adores / e sua unidade fundamental é a fam1lia o cl" a aldeia ou um elo social. 4ma sociedade pode estar em (uerra com sua naç"o como parece fa!er  prova ho%e o caso de 4(anda e 5urundi. -ormalmente naç"o e sociedade est"o em conflito pois os ideais nacionais nem sempre s"o reali!ados pela sociedade

nas suas pr#ticas. -esse sentido o caso do 5rasil é interessante porque fomos uma naç"o que adotou princ1pios i(ualit#rios mas t1nhamos uma sociedade hierarqui!ada constitu1da que era por nobres cidad"o livres e escravos. $ara maiores considerações sobre esse ponto ve%a /se Da Matta Conto de mentirosos' 2ete ensaios de antropolo(ia brasileira Rio de 3aneiro Rocco ,667.

8.Cf . Roberto Da Matta Relativi!ando' 4ma introduç"o 9 antropolo(ia social Rio de 3aneiroRocco.

m dos mais lAcidos estudiosos de sistemas raciais, o socilogo 8racB 3ogueira, fala de um contraste entre um #preconceito de marca#, típico do 9rasil, e de um #preconceito de origem#, vigente nos Estados nidos. 8utros, como o historiador social norte-americano +arl Degler , elaborara a distinção e1plicitando historicamente o #mulato# como uma válvula de escape> ou,

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em termos de minha interpretação, afirmando que, no caso brasileiro, o mulato era um lugar social reconhecido e marcado e não algo va%io de sentido como acontece nos Estados nidos. 8 problema básico por0m - problema sem o qual a questão racial não pode ser entendida --,  $a% no estilo cultural por meio do qual as duas sociedades elaboram, constroem e lidam com as

suas diferenças. Desse modo não se nega a presença de #mestiços#, nem nos Estados nidos, nem na Cfrica do ul. ampouco se nega a presença de iniq;idade no caso brasileiro, que foi e tem sido igualmente in$usto e violento para com os #diferentes #, sobre tudo os negros. as se salienta que a mestiçagem 0 percebida de modo diverso nessas sociedades. E mais5 que compreender o modo pelo qual cada sistema ordena suas percepções sociais 0 um fato social fundamental para construção de medidas orientadas para a implementação de mais

oportunidade e mais igualdade para todas as minorias.

3o caso do 9rasil, a id0ia de hierarquia tem duas características5

'. Ela atua por meio de uma lgica complementar que, embora limite a ascensão dos #diferentes#, não os dispensa como tal. 8u se$a 5 a complementaridade se e1prime em uma ideologia segundo a qual negros, brancos e índios formam um tri<ngulo racial e se

complementam. 4ssim, não há 9rasil sem negros índios ou b rancos. Fuer di%er, se o sistema admite que o branco 0 o elemento superior, essa superioridade não 0 simples n em linear, como no caso americano. &ois, no caso brasileiro, admite-se tamb0m que o branco não 0 superior em tudo. 3a ideologia racial brasileira, brancos, negros e índios são desiguais, mais

complementares.

+urioso acentuar que a fábula e1clua outras etnias, como se os libaneses, os $aponeses, os italianos, entre outros, que, do ponto de vista de uma #historia empírica#do 9rasil, tamb0m contribuíram para a formação da nossa sociedade, não e1istissem socialmente.

+om isso, o negro complementa o branco e vice- versa, havendo entre eles um elo

ideologicamente reconhecido5 uma relação fundada no controle e na e1ploração,mas tamb0m na ideologia compensatria de que o negro possui qualidades ausentes dos brancos e no fato de que um 0 necessário para o outro. 3ão 0 por acaso que a grande região popular brasileira, a mbanda, integre no seu panteão como figuras poderosas, personagens como os &retos

Gelhos, os H0 &elintras e os caboclos, respectivamente negros e índios.

?. Esse estilo de relacionamento racial fundado na inclusão promove o reconhecimento da graduação, o que origina um cálculo comple1o da determinação 0tnica do 9rasil.

&rovavelmente pelos fatos de que a e1peri!ncia com o escravo foi universal, permeando todos os grupos sociais> que os negros formavam uma quase maioria da população, gerando uma inevitável consci!ncia de que todos se ligavam pela cor da pele e de que saíamos

gradualmente do regime de trabalho escravo, transformando o escravo em cliente e em sub-cidadão, o racismo I brasileira tende a se manifestar de modo implícito, dando ou tirando negritude ou indianidade ou estrangeirice de qual quer pessoa.

Em uma palavra, tara-se, como $á indicativa 8racB 3ogueira, de um sistema de preconceito no qual o conte1to 0 determinante. 4ssim, se fulano dei1a d e atuar de acordo com esse cdigo implícito, ele poderá ser #enegrecido# ou #acaboclado#. Desse modo, um pessoa pode ser alvo de muitas classificações raciais, que gera uma notável insegurança classificatria, insegurança que, ao lado da import<ncia da casa como entidade social básica, engendrou uma enorme intimidade entre grupos etnicamente diversos.

udo isso, provavelmente, inibiu a segregação espacial dos grupos sociais por meio do crit0rio racial ou da origem nacional, como 0 o caso dos Estados nidos. ouve tamb0m a inibição da

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implementação da ideologia racial no plano legal. E, ainda, a criação de grupo de milit<ncia anti-negros, anti-$udeus, anti-italianos, anti-hisp<nicos, etc. - grupos que se fundaram no dio racial implementado como um estilo freq;ente de lidar com as diferenças, como 0 o caso da Ju-Jlu1-Jlan, no Estados nidos.

 4ssim, embora e1ista preconceito no 9rasil, não e1iste entre ns um sistema de segregação ou de separação racial implementada e legitimado por leis escritas. 4 demais, o sistema,

coerentemente, gerou uma ideologia de mistura e ambig;idade - na figura da mulata e do mulato, por e1emplo, e nas regiões populares, que se constituem em um elemento integrador de todo sistema, valori%ando mais a confissão humana - sofrimento, culpa, pecado, caridade, amor, etc. - como e1plicadores da situação social de cada um mais do que a prpria raça, como ocorre nos Estados nidos.

 4 mim, parece-me complicado equacionar os dois sistemas, ignorando suas diferenças básicas5 o fato de que, nos Estados nidos, há uma precisão classificatria que 0 coerente com a orientação geral do sistema> e que, no 9rasil, há o reconhecimento social e simblico do intermediário, que gera uma alta indeterminação 0tnica. Gale acrescentar, ademais, que cada um desses sistemas tem suas vantagens e desvantagens, e cada qual deve encontrar # saídas# diferenciadas para o estabelecimento de uma maior igualdade de oportunidade para seus

membros. 3o caso americano, deve estar precavido contra o sectarismo> no brasileiro, contra uma acomodação que, propositadamente, troca reconhecimento da mestiçagem como

aus!ncia de preconceito e, no limite da segregação de oportunidades.

erá, pois, a partir desses constatações que se deve discutir o sistema racial brasileiro. m sistema, repito, que tanto se funda na parado1al dificuldade de classificar negros e brancos, quando se estrutura no fato de que cada categoria racial conhece o seu lugar em uma hierarquia.2egislar positivamente para tal sistema demanda apanhar a sua intelig!ncia sociolgica.

eria tudo isso um empecilho I ação afirmativa, I democracia ou I igualdade de oportunidades 7 +laro que nãoK as seria preciso levar em conta o seguinte 5

'. Fue ação afirmativa se$a concebida a partir do sistema e considere a origem e o fato de que o nosso sistema 0 gradativo e, mais que isso,conte1tual e relativamente eletivo.&essoas ficam #brancas# ou #negras# de acordo com suas atitudes, sucesso e, sobretudo, relacionamentos. ?. Fue se deve ter em conta as dificuldades do programa de #ação afirmativa# dentro da

realidade americana como, aliais, alguns dos participantes do seminário chamaram a atenção. Do mesmo modo que a #mulataria# não acabou com o nosso preconceito, a #ação afirmativa# tamb0m não liquidou o lado negativo das relações raciais nos Estados nidos. 4o contrário, ela a tem reforçado, embora tenha provocado maior participação de negros em certas instituições e ambientes daquela sociedade.

L. "inalmente, cabe considerar se mudar a lei seria realmente o ponto mais importante, sobretudo em um país onde as leis mudam com mais facilidade que práticas sociais. 3esse sentido, caberia perguntar se, ao lado dessa discussão $urídica,não se deveria aprofundar o seguinte5

' .Meali%ar uma campanha nacional, utili%ando sobretudo a televisão, na qual os brasileiros se vissem confrontados com os seus mecanismos implícitos de e1clusão racial.3esse tipo de campanha, valeria a pena valori%ar figuras de negros historicamente importantes, ressaltando o lado 0tnico e, tamb0m, denunciando as mil formas de hipocrisia pelas quais a discriminação se e1erce no 9rasil.

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?. Messaltar o fato de que a id0ia de que temos uma #democracia racial# 0 algo respeitável. Fuanto mais ou se$a, porque, apesar do nosso tenebroso passando escravocrata, saímos do escravismo com um sistema de preconceito, 0 certo, mas sem as famosas # 2eis =im +roN # americanas, que implementavam e, pior que isso, legitimavam o racismo, por meio da

segregação no campo legal.

3ão se trata - conv0m enfati%ar para evitar mal entendidos - de utili%ar a e1pressão no seu sentido mistificador, mas de resgatá-la como um patrim:nio que se$a capa% de fa%er com que o 9rasil - nação, honrando com seu comprometimento igualitário, possa resgatar a sua imensa divida com esses negros que tiveram o mais passado fardo na construção do 9rasil

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