Cenários de Longo Prazo
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Índice
2. Política: eleições e risco político 1. Introdução
3. Economia: Cenário Básico 4. Cenários de Longo Prazo 5. Conclusões
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Os Cenários de Longo Prazo têm como focos de análise:
a. Os desafiossanitários, econômicos e geopolíticos presentes no cenário internacional;
b. As decisões no plano político e fiscal, e seus efeitos sobre aretomada da economia doméstica.
Introdução
Rápida reação do governo ao atual quadro pandêmico, com predominância da agenda liberal e reformista por parte do Executivo. Aprovação da reforma tributária com o foco na criação de uma IVA nacional, unificando impostos sobre o consumo dos três entes federados.
Cenário externo mais desafiador, com ajuste mais rápido da política monetária nos EUA em virtude da consolidação da piora do quadro inflacionário. Emergentes se defrontam com quadro global adverso. No âmbito doméstico aumenta a pressão sobre os gastos e flexibilização do teto de gastos.
Forte retomada global alimenta preocupações inflacionárias, mas não se traduz em pressões significativas. No contexto doméstico, o pilar fiscal é preservado com a manutenção do teto dos gastos e limites a despesas com a pandemia. Contexto político deve continuar instável.
OTIMISTA
PESSIMISTA
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Introdução – Fundamentos dos Cenários
Há diferenças entre o cenário
BÁSICO
e
PESSIMISTA internacional.
Continuidade de estímulos vigorosos de caráter
monetário e fiscal, principalmente, nos Estados
Unidos.
Com um governo norte-americano ativo no campofiscal surge receio de um eventual aquecimento excessivo da economia do país e aumento das preocupações
inflacionárias.
BÁSICO
Processo de vacinação segue em ritmo heterogêneo entre
as regiões do globo.
As principais economias apresentam forterecuperação da pandemia em 2021 e 2022.
A forte retomada econômica propicia o ressurgimento de pressões
inflacionárias mais intensas, levando ao ajuste prematuro das taxas de juros.
Ciclo econômico pautado no aumento dos estímulos monetários e fiscais ocasiona um processo inflacionário mais relevante. Neste contexto, há piora das condições financeiras para as economias emergentes.
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Índice
2. Política: eleições e risco político
1. Introdução
3. Economia: Cenário Básico 4. Cenários de Longo Prazo 5. Conclusões
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Cenário político
A instabilidade entre os diferentes grupos governistas
As principais fontes de risco político encontram-se no núcleo
governista e estão associadas ao peso crescente do calendário eleitoral na definição da agenda.
A pandemia diminuiu a legitimidade e a força política da agenda liberal, reduzindo o apoio presidencial ao debate sobre corte de gastos. Persiste o quadro de paralisia decisória nas matérias envolvendo revisão das despesas do Estado brasileiro.
A agenda liberal não trouxe apoio para o presidente, além de minimizar a percepção de risco do mercado. A costura política do governo junto ao poder Legislativo deve aumentar a ambição do presidente em desenhar políticas para grupos específicos.
A pandemia e o estilo político do governo
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Disputas eleitorais
A decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Lula altera de forma significativa a paisagem política no Brasil e tem efeitos relevantes para a avaliação de risco político à luz
do cenário econômico.
No médio e longo prazo, a probabilidade de haver segundo turno entre o PT e o presidente Bolsonaro aumenta com Lula na disputa, especialmente diante do quadro de concentração do voto na esquerda em primeiro turno.
O resultado das eleições para a casas legislativas
mostrou uma tendência à polarização entre
esquerda e o presidente Bolsonaro em um provável segundo turno no pleito de 2022.
RISCO ECONÔMICO
A revogação da condenação do ex-presidente dificulta um cenário de racionalidade na gestão
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Avaliação do governo
▪ Entretanto, o aumento de rejeição ao governo é insuficiente para dar
movimento à interrupção do
mandato, mas relevante o bastante para interferir nas decisões oficiais.
▪ Esse movimento, inclusive, deve ganhar força ao longo do tempo, o que limita o espaço para gatilhos mais
otimistas para o cenário econômico.
Fonte: Datafolha (elaboração Tendências)
A postura do presidente com relação às vacinas intensifica a rejeição do atual governo.
O desgaste do governo junto a importantes setores econômicos e políticos contamina o ambiente decisório futuro
Avaliação de governo entre os grupos mais vulneráveis (Até 2 salários mínimos)
Blindagem política do atual governo
2020 2021
Auxílio
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Índice
2. Política: eleições e risco político 1. Introdução
3. Economia: Cenário Básico 4. Cenários de Longo Prazo 5. Conclusões
Dinâmica internacional
Há dois elementos com impactos relevantes na economia global:
▪ Melhora nas relações sinoamericanas;
▪ Redução de ruídos políticos na administração presidencial nos EUA; ▪ Reforço das organizações
multilaterais;
▪ Reconstrução da governança internacional e organização do cenário de competição entre as duas maiores economias do planeta;
▪ Ambiente mínimo de cooperação internacional;
▪ Aumento do apetite dos agentes econômicos ao risco, beneficiando as economias emergentes.
▪ Agenda de pacotes de estímulos fiscais;
▪ Aumento da liquidez;
▪ Quadro de inflação controlado; ▪ Não há a necessidade de um
aperto mais forte e precoce na política monetária
Com a cena internacional minimamente organizada, o ciclo econômico para os próximos dez anos está intimamente associado aos eventos domésticos.
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Vacinação e recuperação do crescimento mundial
A retomada da economia mundial está pautada no
avanço da vacinação em massa e nos estímulos
vigorosos de caráter monetário e fiscal
Apesar disso, a recuperação da Zona do Euro será postergada em virtude dos impactos ainda relevantes da
pandemia neste primeiro trimestre do ano, que deve resultar em um período de variação negativa do PIB.
Nos oito anos seguintes
(2023-2030) a variação média
anual contemplada no cenário básico é de 3,0%
Forte recuperação da economia internacional em 2021 e 2022:
Crescimento mundial de 5,4% (2021) e 4,3% (2022).
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Retomada com expansão de estímulos
A melhora das perspectivas para a atividade reacendeu
o temor com a dinâmica
inflacionária ▪ A recuperação das commodities e fortes
estímulos monetários aumentam o receio de eventual aquecimento excessivo da economia dos EUA, ainda que as
preocupações inflacionárias não se restrinjam apenas ao país;
▪ A despeito da recente alta dos yields, que ganhou força após a confirmação do
controle democrata também no Senado no início de 2021, os níveis atuais estão razoavelmente abaixo do padrão histórico pré-pandemia,
tomando o período de 2011 a 2019 como referência;
▪ O ritmo de alta dessas taxas dependerá, das expectativas para a condução da política monetária nos próximos anos;
▪ Contemplamos o início de ajuste da taxa de juros nos EUA em março de 2023. A expectativa anterior era de aumento apenas em dezembro de 2023. Sendo assim, são esperadas pressões maiores na taxa
de câmbio BRL/USD e nas taxas de juros médias e longas
Fonte: Bloomberg (elaboração Tendências)
Expectativa para a evolução da taxa de juros dos Fed Funds (cenários básico e pessimista)
Competição global
A competição entre Estados Unidos e China pela hegemonia global deve continuar acirrada, ainda que de
forma menos hostil e em fóruns adequados.
Entretanto, as disputas relacionadas à tecnologia de informação e
propriedade intelectual devem
manter os riscos de turbulências nas relações bilaterais e
possíveis ruídos ao comércio internacional
Menor risco de uma grave tensão geopolítica e comercial em
Risco Brasil e política monetária
▪ Aprovação da autonomia formal do Banco Central;
▪ A política monetária é acionada para manter a trajetória de inflação
definida no regime de metas;
▪ Permanência do risco fiscal em patamares elevados, risco
associado ao voluntarismo na seara econômica e longo ciclo de déficits primários;
▪ Processo um pouco mais rápido de normalização da política
monetária;
▪ Diante do quadro de depreciação dos ativos brasileiros, aumento de
juros já se inicia em março de 2021.
Condução da política econômica apoiada no tripé macroeconômico
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Vacinação no Brasil
O ponto de partida do Cenário Básico são as respostas à pandemia:
0.0% 20.0% 40.0% 60.0% 80.0% 100.0% jan /21 fev/21 mar/21 abr/ 21 mai/21 jun /21 ju l/21 ag o /21 se t/21 o u t/21 n o v/21 d e z/21 jan /22 fev/22 mar/22 abr/ 22 mai/22 jun /22 ju l/22 ag o /22 se t/22 o u t/22 Doses distribuídas/Pop (%)
Básico Otimista Pessimista
out/21
dez/21 mar/22
70% da população vacinada em dezembro
A premissa assume que seriam vacinados, nesse cenário, entre 1,0 milhão e 1,5 milhão de pessoas por dia entre julho e dezembro
O Brasil pode chegar ao meio de 2021 com elevada redução do número de casos e internações, diminuindo as pressões sobre o sistema de saúde, permitindo a flexibilização das medidas de isolamento social e o início de processo mais consistente de retomada econômica.
Isolamento social Velocidade de imunização
Vacinação da população brasileira (%): hipóteses para evolução em três cenários
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Fundamentos de longo prazo
▪ Apesar da instabilidade política, a base econômica reformista deve ser
mantida, ainda que com evolução limitada.
▪ O cenário fiscal deve continuar como
prioridade, com manutenção do teto de gastos, ainda que, no curto prazo, ocorra relativa
flexibilização das despesas obrigatórias.
▪ Permanência do risco fiscal em patamares elevados e longo ciclo de déficits primários resultando em processo um mais rápido de normalização da política monetária.
▪ O movimento de apreciação dos ativos esperado em um ambiente de algum controle fiscal deve ser mais gradativo diante de um quadro político muito instável.
Apesar de volatilidade política, preocupação fiscal e
base reformista deve ser mantida nos próximos anos
Sob o comando de
Biden, os EUA atuarão na redução de ruídos
políticos e aumentará esforços para manter
organizações multilaterais. Neste sentido, os países emergentes serão
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2. Política: eleições e risco político 1. Introdução
3. Economia: Cenário Básico 4. Cenários de Longo Prazo 5. Conclusões
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Cenário Mundial
Retomada forte da economia mundial se traduz em pressões inflacionárias mais
intensas e permanentes
Taxas de juros de mercado sobem de forma mais rápida, tornando o ambiente
adverso para emergentes;
Federal Reserve inicia ajuste da taxa de
juros em junho/2022;
Permanece relação difícil entre EUA e China, mas conflitos são tratados de
forma organizada, minimizando riscos
OTIMISTA
BÁSICO
PESSIMISTA
40%
55%
5%
Cenário Mundial
Retomada forte do crescimento global em 2021 e 2022, em meio aos estímulos
vigorosos;
Preços de commodities elevados, porém
sem a reedição do ciclo dos anos 2000; Aumento da percepção de riscos inflacionários, o que eleva os juros de
mercado e torna quadro de liquidez mais restrito para emergentes;
Porém, inflação segue controlada e alta efetiva da taxa de juros dos Fed Funds apenas a partir de março/2023
Cenário Mundial
Idêntico ao Básico
Cenário Doméstico
Manutenção da responsabilidade fiscal,
com proteção do teto de gastos, ainda que com contrapartidas menos generosas em termos do controle das despesas
obrigatórias;
Maior controle do quadro pandêmico
com vacinação de grande parte da população em 2021, principalmente a partir do segundo semestre;
Instabilidade política deve ser mantida à
luz da antecipação da corrida eleitoral de 2022 e disputa pelos segmentos mais vulneráveis da população..
Cenário Doméstico
Falta de coordenação entre os entes federados quanto ao isolamento social,
alongando a onda de casos/óbitos decorrente da covid-19;
Diante do contexto pandêmico, gastos extra-teto são estendidos e pressão por a flexibillização do teto dos gatos se
materializa.
Saída do ministro Guedes interpretada
como mudança nas decisões de governo, ampliando o déficit de credibilidade.
Cenário Doméstico
Os sinais de maior incerteza dos mercados trariam uma nova onda de
apoio à agenda liberal e ao reformismo
no Executivo;
Adaptação do presidente à maior
racionalidade econômica;
Diminuição das incertezas quanto à
condução da política fiscal;
Aprovação de reforma tributária ampla
com efeitos importantes para produtividade
Ambiente traduz-se em atração do capital privado por meio de concessões e
privatizações intensificadas com o avanço da agenda regulatória/setorial.
Cenários para 10 anos - Modelo
Variáveis Exógenas
Externas
• Crescimento Mundial• Juros Nominais EUA (Fed Fund)
Variáveis Exógenas Externas
• A expectativa é de que o Fed comece a elevar gradualmente os juros, a partir de 2023, com o aumento dos
estímulos fiscais e maior pressão inflacionária. A média é de 1,7% ao longo dos próximos dez anos.
• A inflação, pelo CPI, deve manter caráter um pouco mais pressionado em 2021, com média de 2,0% nos próximos anos.
PIB mundial: • Após queda relevante em
2020, os próximos dois anos devem apresentar
crescimento vigoroso, com superação da pandemia.
• Assim, a expansão média é de 3,3% nos próximos 10 anos.
Juros Nominais e Inflação - EUA
Variáveis Exógenas Externas (idênticas entre cenários)
0.0% 0.5% 1.0% 1.5% 2.0% 2.5% 3.0% 3.5% 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29CPI (Consumer Price Index
Pessimista Básico -6.0% -4.0% -2.0% 0.0% 2.0% 4.0% 6.0% 8.0% 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 Crescimento mundial Pessimista Básico 0.0% 0.5% 1.0% 1.5% 2.0% 2.5% 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29
Juros americanos (média)
Cenários para 10 anos - Modelo
Variáveis
Exógenas
Domésticas
• População • Relação PEA/PIA • Meta de Inflação • Resultado primário• Juros Nominais (Selic)
• Prêmio de Risco (Embi)
Cenários para 10 anos - Modelo
População:
Originária das
estimativas e projeções do IBGE que usam informações de pirâmide populacional, expectativa de natalidade e de vida da população. Meta de Inflação: A meta para 2021 é de 3,8%. Para os próximos anos, já está programada queda gradual, atingindo patamar de 3,5% a partir de 2022.
PEA/PIA:
Após severa redução propiciada pela pandemia (diante de demissões, em parte, levando à saída do mercado de trabalho), a relação deve crescer por razões cíclicas e estrutural (trabalhista e
previdenciária) no médio e longo prazo.
Variáveis Exógenas Domésticas
Aumento de políticas públicas diante das necessidades impostas pela pandemia exerce pressão sobre o déficit, principalmente em 2021. A partir de 2022, o governo deve manter
preocupação com o quadro fiscal, ocasionando a queda gradual do déficit.
Maior elevação de gastos tanto em 2021 quanto em 2022, com políticas
mais agressivas para grupos
específicos e contenção da pandemia. Neste cenário, o déficit se mantém até
2028.
PESSIMISTA
BÁSICO
-11% -9% -7% -5% -3% -1% 1% 3% 5% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 PrimárioVariáveis Exógenas Domésticas
Diante de quadro inflacionário mais pressionado e maior depreciação cambial, a taxa de juros começa a ser elevada a partir de 2021. Neste cenário,
há aumento de juros até 2023 e queda gradual nos próximos anos.
Piora da percepção de risco, com piora do quadro inflacionário e fiscal,
gera aumento da taxa de juros em 2021 e com mais intensidade em 2022. No longo prazo, as taxas devem
ser mantidas no patamar de 7,0%.
PESSIMISTA
BÁSICO
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29Selic (final de período)
Variáveis Exógenas Domésticas
Ruptura do equilíbrio político – tendo como marca crise de confiança provocada pela saída do ministro da
economia - e abandono da agenda reformista promovem forte aversão ao
risco no curto e médio prazo.
Relativa manutenção da preocupação fiscal e agenda reformista. Além disso, há posição ativa do BC para manter a
inflação dentro da meta. Nesse contexto, o prêmio de risco permanece
controlado nos próximos anos.
PESSIMISTA
BÁSICO
0 100 200 300 400 500 600 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 Prêmio de RiscoVariáveis Exógenas Domésticas
Produtividade dos fatores é fortemente afetada pelo quadro pandêmico, principalmente a produtividade do trabalho. Com o reaquecimento da atividade e do mercado de trabalho o
indicador deve apresentar avanço modesto nos próximos anos.
Aumento dos riscos políticos, com menor espaço para uma agenda reformista e
aumento de gastos – intensificando a piora do quadro fiscal -, promove desequilíbrio macroeconômico e menor
produtividade.
BÁSICO
PESSIMISTA
-3% -3% -2% -2% -1% -1% 0% 1% 1% 2% 2% 3% 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 PTFProdutividade Total dos Fatores (PTF) Série1 Série3
90 95 100 105 110 115 120 125 130 19 84 19 86 19 88 19 90 19 92 19 94 19 96 19 98 20 00 20 02 20 04 20 06 20 08 20 10 20 12 20 14 20 16 20 18 20 20 20 22 20 24 20 26 20 28 PTF - nível
28
Cenários para 10 anos - Modelo
Variáveis
Endógenas
Domésticas
• Crescimento (PIB)
• Mercado de Trabalho (PNAD)
• Inflação (IPCA)
• Taxa de câmbio
• Setor Público
29
Variáveis Endógenas Domésticas
Apesar de manutenção do quadro fiscal controlado, a intensidade da segunda onda de covid-19 no País promove crescimento menor em 2021
e maior lentidão na retomada da economia nos próximos anos.
Aumento dos conflitos políticos e descontrole dos gastos públicos promovem
um ambiente menos propício ao crescimento da atividade econômica. As tentativas de gerar benefícios políticos no curto prazo diminuem o espaço político da
agenda liberal nos próximos anos.
BÁSICO
Pessimista
-6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 Crescimento do PIBOtimista Pessimista Básico
3,000 5,000 7,000 9,000 11,000 13,000 15,000 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29
PIB per capita (US$)
Variáveis Endógenas Domésticas
Com o aumento de casos de covid-19, o consumo das famílias ainda deve ser
beneficiado por políticas de manutenção de renda em 2021. Entretanto, a taxa de desemprego permanece elevada no longo prazo,
limitando a evolução do indicador.
Maiores danos da pandemia ocasionam cenário fiscal mais deteriorado e menor recuperação do mercado de trabalho.
Diante desse cenário, o consumo das famílias cresce em média 2,0% nos
próximos 10 anos.
PESSIMISTA
BÁSICO
-6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29PIB per capita
Otimista Pessimista Básico
-8% -6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29
Consumo das Famílias
Variáveis Endógenas Domésticas
A premissa é de que a racionalidade econômica
será preservada, com a
manutenção da regra do teto dos gastos, o que contribui para gradual redução do déficit nominal
no médio e longo prazo.
Maior flexibilização da emenda do teto de gastos e saída de Paulo Guedes elevam nível de incertezas,
o que penaliza, sobretudo, a recuperação dos investimentos.
Básico
PESSIMISTA
-2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29Déficit Nominal (%PIB)
Otimista Pessimista Básico
-20% -15% -10% -5% 0% 5% 10% 15% 20% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 FBCF (%)
Variáveis Endógenas Domésticas
Evolução de reformas estruturais e redução das incertezas geram
retomada mais robusta do mercado de trabalho, permitindo
maior redução da taxa de desocupados.
Mercado de trabalho segue fortemente abalado pela
pandemia em 2021. Com o avanço da vacinação e manutenção da agenda liberal, ainda que limitada pelo risco político, desemprego cai
gradualmente.
OTIMISTA
BÁSICO
-6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 MassaOtimista Pessimista Básico
4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 Taxa de desocupação
Variáveis Endógenas Domésticas
Banco Central mantém posição mais ativa para contenção da pressão sobre câmbio e inflação
dentro da meta em 2021. Neste cenário a taxa de juros deve
começar a subir até 2023.
Aumento do risco político e desequilíbrio do quando fiscal aumentam o risco econômico. Neste cenário, o câmbio atinge patamar de R$ 5,50/US$ em 2021.
PESSIMISTA
BÁSICO
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 IPCAOtimista Pessimista Básico
1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29 Taxa de câmbio (R$/US$)
Variáveis Endógenas Domésticas
Maior pressão sobre a inflação e câmbio exigem posição mais ativa das autoridades monetárias. Neste
cenário, a taxa de juros começa a subir em 2021 e se mantém em patamar acima de 6,0% até 2024.
Dívida bruta/PIB apresenta trajetória explosiva nos próximos anos. O gatilho
está relacionado à piora do quadro fiscal, fundamentalmente associado à
eliminação do teto de gastos e lentidão da agenda de vacinação em
massa.
BÁSICO
PESSIMISTA
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29Selic (final de período)
Otimista Pessimista Básico
30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 110% 120% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29
Dívida Bruta (%PIB)
Variáveis Endógenas Domésticas
O maior déficit em conta corrente é propiciado pela combinação de
maior crescimento e real mais valorizado.
A fraqueza da economia doméstica limita as importações, enquanto as exportações se favorecem do real mais depreciado, vetores que elevam
o saldo da balança comercial no médio prazo.
OTIMISTA
PESSIMISTA
-4.5% -4.0% -3.5% -3.0% -2.5% -2.0% -1.5% -1.0% -0.5% 0.0% 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29Conta Corrente (% PIB)
Otimista Pessimista Básico
-40 -20 0 20 40 60 80 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 20 18 20 19 20 20 20 21 20 22 20 23 20 24 20 25 20 26 20 27 20 28 20 29
Balança Comercial (US$ bilhões)
36
Índice
2. Política: eleições e risco político 1. Introdução
3. Economia: Cenário Básico 4. Cenários de Longo Prazo 5. Conclusões
37
Conclusões
OTIMISTA
BÁSICO
PESSIMISTA
Os gatilhos para os Cenários de Longo Prazo estão pautados nos desdobramentos da segunda onda da covid-19 e no quadro político doméstico.
Recuperação da principais economias mundiais em 2021, com quadro pandêmico mais
controlado, avanço vacinação ainda em 2021 e relativa manutenção da responsabilidade fiscal permitem crescimento gradual do PIB, ainda que a agenda liberal seja mais limitada.
Nesse cenário, a expansão média do PIB é de 2,4% entre 2021 e 2031.
Domesticamente, aumento do risco político e descaso com teto de gastos comprometem crescimento no longo prazo. Neste cenário, a governabilidade é afetada por conflitos políticos e dificuldades no andamento da agenda reformista.
Nesse cenário, a expansão média do PIB é de 1,8% entre 2021 e 2031.
Autoridades obtém maior sucesso e rapidez no processo de vacinação em massa. Além disso, há manutenção da responsabilidade fiscal, o encaminhamento de reformas com potencial de incrementar o PIB potencial, como a reforma tributária, impulsionam o crescimento nos próximos anos.
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