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Tanques de Armazenamento - Stenio Monteiro de Barros - 2010

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(1)

TANQUES

DE

ARMAZENAMENTO

STENIO MONTEIRO DE BARROS

Teoria

Palavras-Chave:

- Tanques de armazenamento - Caldeiraria

(2)

B 277

Barros,

Stenio

Monteiro

de.

Tanques

de

Armazenamento

Stenio Monteiro de Barros

Rio de Janeiro – RJ

PETROBRAS. Recursos Humanos. Universidade Petrobrás, 2009.

5xx p. : il. ; 28 cm.

Bibliografia: p. 5xx- 5xx

ISBN

85-85227-17-6

1 - Tanques de Armazenamento 2 – Caldeiraria

I – PETROBRAS II – PETROBRAS. Recursos Humanos. Universidade

Petrobrás. III – Título

CDD 665.542

É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização por escrito, da PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S/A ou do autor.

(3)

Apresentação

Desde a sua criação, a PETROBRAS vem se notabilizando pelo desenvolvimento e aproveitamento do seu potencial humano, justa consequência de um compromisso permanente com a qualidade do seu DRH.

A responsabilidade torna-se ainda maior numa época de mudanças rápidas e cada vez mais frequentes, aonde o Recursos Humanos (RH), através da Universidade

Petrobras (UP), vem enfrentando o desafio de agregar aos seus produtos o que há de

mais moderno em Tecnologia Educacional. Assim é o livro “Tanques de Armazenamento”, resultado de um esforço de elaboração e editoração, que reforça o compromisso permanente desta atividade com a qualidade do patrimônio de nossa PETROBRAS.

Mais do que uma obra mágica divina, a vida retrata um gesto poético de Deus.

Stenio Salles Monteiro de Barros Meu pai, meu amigo e meu mestre

(4)

Boston 1919 Boston 1919

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Tanques de armazenamento são equipamentos de caldeiraria pesada,

sujeitos à pressão aproximadamente atmosférica e destinados, principalmente, ao armazenamento de petróleo e seus derivados.

O presente trabalho tratará, exclusivamente, de tanques de armazenamento atmosféricos, cilíndricos, verticais, não enterrados, de fabricação soldada e construídos com chapas de aço carbono. São equipamentos tipicamente encontrados em refinarias, terminais, oleodutos, bases de distribuição, parques industriais etc.

A construção de um tanque de armazenamento normalmente é regulamentada pela norma americana API 650 “Welded Steel Tanks for Oil Storage”1 do American Petroleum Institute (API). No Brasil utiliza-se, também, a

norma NBR 7821 “Tanques Soldados para Armazenamento de Petróleo e Derivados”2, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Atualmente, os tanques de armazenamento convencionais — projeto convencional e material de fabricação nacional — são construídos numa ampla faixa de capacidades, desde 100 barris (16 m3)até aproximadamente 600.000 barris

(95.400 m3). Como o custo do barril armazenado decresce com o aumento da

capacidade do tanque, haverá, normalmente, o interesse na construção de tanques de armazenamento com capacidade cada vez maior. Isto será limitado, conforme veremos, pela espessura requerida ao costado do equipamento. Desta forma, construções especiais — projeto mais elaborado, material de alta resistência mecânica e de elevada tenacidade — permitem a construção de tanques de armazenamento (Figura 1.1) com capacidade superior a 1.000.000 barris (159.000 m3). Os maiores tanques de armazenamento construídos no Brasil, pertencentes à

PETROBRAS, apresentam capacidade nominal da ordem de 600.000 barris (Figura 1.2).

C

(6)

Figura 1.1

Tanque de armazenamento com capacidade acima de 1.000.000 barris.

Figura 1.2

(7)

A construção de um tanque de armazenamento merece a mais cuidadosa atenção possível, principalmente devido aos seguintes motivos:

• elevado investimento de capital envolvido;

• são equipamentos imprescindíveis ao funcionamento de uma unidade operacional.

A Figura 1.3, indica os principais componentes de um tanque de armazenamento.

Figura 1.3

Principais componentes de um tanque de armazenamento.

Nas Figuras 1.4 e 1.5 ilustramos alguns tanques de armazenamento pertencentes à PETROBRAS e, na Figura 1.6, apresentamos um quadro resumo em que um tanque de armazenamento é enquadrado na grande família de vasos de armazenamento.

(8)

a)

b)

c)

Figura 1.4

Tanques de armazenamento da PETROBRAS. a) Terminal marítimo. b) Região de produção. c) Refinaria.

(9)

Figura 1.5

Tanques de armazenamento da PETROBRAS. a) Distribuição. b) Petroquímica. c) Biocombustíveis. a) b) c)

(10)

Tanques de Armazenamento

API 650 e NBR 7821

Tanques de Baixa Pressão

API 620

Vasos de Pressão

ASME VIII

Figura 1.6

Classificação dos Vasos de Armazenamento. Tanques de Armazenamento, Tanques de Baixa Pressão e Vasos de pressão.

Pressão Vácuo 22 mm H 2 0 22 mm H20 37 mm H2 0 37 mm H 2 2,5 psi 1 psi Apêndice F Apêndice V 0 0 2,5 psi < P ≤ 15 psi P > 15 psi Vácuo Total

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Os tanques de armazenamento são classificados, didaticamente, conforme a natureza do teto, em 3, 4, 123:

• Tanques de Teto Fixo • Tanques de Teto Móvel

• Tanques de Teto com Diafragma Flexível • Tanques de Teto Flutuante

2.1 Tanques de Teto Fixo (Fixed Roof)

São tanques cujos tetos estão diretamente ligados à parte superior de seus costados. Podem ser autoportantes ou suportados por uma estrutura interna de perfis metálicos. Os tetos autoportantes são apoiados exclusivamente na periferia do costado.

Dependendo da forma do teto fixo, podemos distinguir as seguintes variações construtivas:

C

(12)

a) Teto Cônico (Cone Roof): apresenta a forma aproximada de um cone reto (Figura 2.1).

Figura 2.1

Teto fixo cônico.

b) Teto Curvo (Dome Roof): apresenta a forma aproximada de uma calota esférica. Normalmente é autoportante (Figura 2.2).

Figura 2.2

(13)

c) Teto em Gomos (Umbrella Roof): é uma modificação do tipo anterior, no qual qualquer seção horizontal terá a forma de um polígono regular com número de lados igual ao número de chapas utilizadas nesta região do teto (Figura 2.3).

Figura 2.3

Teto fixo em gomos.

2.2 Tanques de Teto Móvel (Lifting Roof)

São tanques cujos tetos se movimentam externamente ao costado (Figura 2.4), em função da pressão de seu espaço vapor. O equipamento deverá conter dispositivos de segurança para evitar o excesso de pressão ou vácuo interno. As perdas por evaporação são evitadas por meio de um sistema de selagem entre o costado e o teto (Figura 2.5).

Figura 2.4

(14)

Figura 2.5

Teto móvel. Sistema de selagem. a) Selagem líquida. b) Selagem seca.

2.3 Tanques de Teto com Diafragma Flexível

(Diaphragm)

São tanques em que os tetos são fixos ao costado, mas apresentam a possibilidade de variar o volume do espaço vapor em consequência da modificação da pressão de armazenamento (Figura 2.6). A variação do espaço vapor é realizada pela deformação de um componente interno que funciona como uma membrana flexível. O diafragma flexível normalmente é fabricado de material plástico (neoprene, nylon etc.) resistente ao produto armazenado sob a forma líquida ou vapor.

(15)

Figura 2.6

Teto com diafragma flexível.

Tanques de teto móvel e tanques de teto com diafragma flexível normalmente são utilizados em sistemas fechados, objetivando a redução das perdas por evaporação, trabalhando como “tanque pulmão” (Figura 2.7).

(16)

Figura 2.7

Tanque pulmão.

2.4 Tanques de Teto Flutuante (Floating-Roof)

São tanques cujos tetos estão diretamente apoiados na superfície do líquido armazenado, no qual flutuam, acompanhando sua movimentação durante os períodos de esvaziamento e enchimento. São utilizados com o objetivo de minimizar as perdas por evaporação devido à movimentação de produto. Como o teto flutuante movimenta-se internamente ao costado, haverá necessidade de um sistema de selagem. O teto flutuante pode ser:

- externo;

- interno a um tanque de teto fixo (Figura 2.15).

O teto flutuante externo apresenta os seguintes tipos construtivos:

a) Teto Flutuante Simples (Single Deck or Pan-Type Floating-Roof): consiste essencialmente de um lençol de chapas. O teto é enrijecido por uma estrutura metálica, na sua parte superior, para lhe conferir a necessária estabilidade (Figura 2.8). É o tipo mais simples e de construção mais barata. A flutuabilidade é precária. Dos tipos de teto flutuante é o que apresenta maior perda por evaporação, pois o teto está em contato direto com o produto armazenado e transmite, mais facilmente, a energia solar incidente.

(17)

Figura 2.8

Teto flutuante simples.

b) Teto Flutuante com Flutuador na Periferia – Pontão Convencional

(Pontoon Floating-Roof): possui, na construção convencional, um disco central

e um flutuador na periferia do teto (Figura 2.9). Apresenta maior flutuabilidade, menor perda por evaporação e maior custo do que o tipo anterior.

Figura 2.9

(18)

Uma variação construtiva do teto flutuante pontão é o tipo “Buoyroof”5,

apresentado na Figura 2.10.

Figura 2.10

Teto flutuante pontão tipo Buoyroof.

Os tetos flutuantes pontão apresentam, principalmente, os seguintes problemas6:

• dificuldade de drenagem do teto;

• possibilidade de colapso do teto devido à excessiva pressão de vapor do produto armazenado (bolsão de gás).

c) Teto Flutuante Duplo (Double-Deck Floating-Roof): possui dois lençóis de chapas ligados, internamente, por uma estrutura metálica formando compartimentos estanques (Figura 2.11). É uma estrutura robusta e de excelente flutuabilidade. É o tipo de teto flutuante mais caro, porém apresenta a menor perda por evaporação, pois os dois lençóis de chapas formam um colchão de ar que funciona como isolamento térmico entre a superfície do líquido armazenado e a superfície externa do teto.

(19)

Figura 2.11

Teto flutuante duplo.

Os tetos flutuantes duplos apresentam, principalmente, os seguintes problemas6:

• maior custo de fabricação e de montagem;

• fundações mais caras devido à exigência de menores recalques;

• considerável volume de produto imobilizado por causa da necessidade de manter sempre o teto flutuando. O apoio desigual das pernas de sustentação do teto sobre o fundo pode provocar trincas por fadiga junto aos reforços das pernas de sustentação e nas junções das anteparas dos flutuadores com o lençol inferior do teto (Figura 2.12). Tais trincas podem provocar o alagamento do teto e até o seu afundamento;

• possibilidade de graves danos (trincas nas soldas das anteparas) em tanques com movimentação muito frequente (Figura 2.13).

(20)

Figura 2.12

Aspecto das trincas junto às anteparas e pernas de sustentação em tetos flutuantes duplos6.

Figura 2.13

Trincas nas anteparas em tetos flutuantes duplos devido à movimentação do produto armazenado6. 1) Enchimento. 2) Esvaziamento.

(21)

2.5 Seleção do Tipo de Tanque de Armazenamento em

Função do Produto Armazenado

A seleção do tipo de tanque de armazenamento em função do produto armazenado deve ser feita levando em consideração: as condições ambientais, a segurança operacional, o custo do equipamento e as perdas operacionais. A Tabela A-1 da Norma N-2707 ilustra tal seleção.

Tabela A-1 da N-270

(22)

A Tabela 2.1, recomenda o tipo de teto flutuante externo a ser adotado6, 7.

Diâmetro (m) Tipo de Teto Flutuante

D ≤ 20 Duplo

20 < D ≤ 35 Com flutuador periférico e disco central não reforçado (Pontão Convencional) D > 35 Com flutuador periférico e disco central reforçado (Pontão Reforçado - Figura 2.14)

Tabela 2.1

Seleção do tipo de teto flutuante externo6,7.

(23)

Figura 2.15

Teto fixo com flutuante interno. Componentes típicos123 .

Figura 2.16

(24)

Figura 2.17

Teto fixo geodésico (Geodesic dome roof tank).

Figura 2.18

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Como parque de armazenamento entendemos a área destinada à armazenagem e transferência de produtos, onde se situam os tanques de armazenamento, armazéns e bombas de transferência.

A escolha do local para construção de um parque de armazenamento merece minucioso estudo e planejamento. Principalmente, os seguintes aspectos deverão ser considerados:

natureza do solo: um dos mais importantes fatores a analisar. Uma escolha

inadequada (Figura 3.1) implicará, fatalmente, em elevado custo de fundação para os tanques de armazenamento;

necessidade de ampliação: o local escolhido deverá apresentar área

suficiente para as expansões futuras (Figura 3.2);

facilidade de operação: a elevação do terreno, na região dos tanques de

armazenamento, deverá facilitar as condições de sucção das bombas de movimentação do produto armazenado (Figura 3.3);

facilidade de acesso e segurança operacional8: a área a ser ocupada pelo

parque de armazenamento deverá ser de fácil acesso, completamente limpa, desmatada e destocada. A localização dos tanques de armazenamento deverá sempre visar à segurança operacional, com a máxima redução de riscos para as áreas vizinhas. Normalmente, não é permitida a construção de tanques de armazenamento dentro de zonas densamente construídas. A área ocupada pelo parque deverá ser isolada do livre acesso de pessoas e animais. Os parques de armazenamentos deverão ter acessos adequados para os equipamentos de combate a incêndio (Figura 3.4).

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Figura 3.1

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Figura 3.2

Expansão prevista.

Figura 3.3

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Figura 3.4

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A capacidade de armazenamento ou tancagem de uma unidade operacional (Figura 4.1) dependerá de diversos fatores, entre os quais citaremos:

• tipo da unidade operacional: refinaria, base de distribuição etc.; • produto armazenado;

• produção ou demanda da unidade operacional; • consumo da região;

• tipo de transporte utilizado para o suprimento da unidade operacional.

A Resolução nº 03/819, do antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP),

atual Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), dispõe sobre o armazenamento mínimo e o estoque de segurança de petróleo e seus derivados.

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Fixada a capacidade de armazenamento, conforme vimos anteriormente, precisamos agora determinar o volume a ser adotado para cada tanque, isto é, determinar qual o número de tanques a ser construído em função do produto armazenado.

Diversos aspectos, normalmente, são considerados:

custo do barril armazenado: o custo do barril armazenado decresce com a

capacidade do tanque de armazenamento;

segurança da continuidade operacional: quanto maior for o número de

tanques de armazenamento, para um determinado produto armazenado, maior será a segurança da continuidade operacional;

manutenção e inspeção: quanto maior for o número de tanques de

armazenamento, maior será o número de tarefas de manutenção e de inspeção; • exigências de serviço: em algumas situações, o próprio tipo de serviço

determina o número de tanques de armazenamento a ser adotado (Figura 5.1). Assim, por exemplo, em região de produção, normalmente são construídos diversos tanques de pequena capacidade para minimizar o problema de contaminação do produto armazenado. Outro exemplo interessante é o de um terminal marítimo, no qual o número de tanques de armazenamento e suas respectivas capacidades dependem principalmente da capacidade dos petroleiros, da frequência de chegada dos petroleiros ao terminal, da possibilidade ou não de misturar produtos, do risco de pagamento de sobre estadia etc.;

perdas por evaporação: em tanques de armazenamento de teto fixo, o

aquecimento e o resfriamento do espaço vapor ocorrem através da superfície metálica do costado e teto. Obteremos uma menor quantidade de perdas por evaporação, devido ao aquecimento e resfriamento do meio ambiente, quanto

C

(32)

menor for a superfície de exposição térmica, para um dado volume de líquido armazenado e mesma diferença de temperatura. Assim, um tanque de grandes dimensões apresentará menor perda por evaporação do que vários tanques menores, com a mesma capacidade de armazenamento e armazenando o mesmo volume total.

Após analisar todos os aspectos citados, bem como seu inter-relacionamento, poderemos fixar o número de tanques de armazenamento em função do produto considerado.

Figura 5.1

Exigências de serviço determinando o número de tanques de armazenamento. a) Região de produção. b) Terminal.

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Após fixação do número de tanques, com as respectivas capacidades nominais, necessitamos estabelecer as dimensões principais de cada equipamento — diâmetro e altura — que nos conduzirão ao projeto mais econômico, isto é, ao de menor custo global.

A utilização de um método analítico para fixar a melhor relação “diâmetro

versus altura” é praticamente impossível, devido ao grande número de variáveis

que interagem na sua determinação. Apesar desta dificuldade, a literatura tem indicado algumas relações10.

• Tanques de pequena e média capacidade: D ≈ H • Tanques de grande capacidade: D ≈

3 8

H

Tais relações, fixadas depois de simplificada análise do problema, devem ser encaradas como primeira aproximação. A determinação definitiva das dimensões do equipamento será sempre realizada após análise acurada dos seguintes aspectos:

C

(34)

a) Altura

a.1) O corte de chapas, paralelamente ao comprimento, não é prática recomendável. Desta forma, a altura de um tanque de armazenamento deve ser fixada a partir das larguras comerciais das chapas que serão utilizadas no costado. a.2) Procura-se utilizar no costado, sempre que possível, as chapas com o máximo comprimento e a máxima largura. Tal procedimento objetiva minimizar as operações de soldagem e de controle da qualidade. É importante notar que, devido ao escalonamento de espessura nos diversos anéis, a utilização de chapas com maior largura implicará numa maior perda por excesso de espessura no costado. a.3) Procura-se evitar a construção de tanques de armazenamento com grande altura e pequeno diâmetro pois, neste caso, se a carga de vento não for considerada, o fato poderá ocasionar sérios problemas estruturais. Como regra geral, a carga de vento não deve ser desprezada em tanques com altura superior a 3 vezes o diâmetro.

b) Diâmetro

b.1) Um grande diâmetro poderá ser conveniente quando se desejar uma maior distribuição da carga do equipamento sobre a fundação, em função da qualidade do solo na região onde o tanque será construído.

b.2) Um grande diâmetro implicará num maior afastamento entre tanques e, consequentemente, numa maior área de ocupação para o parque de armazenamento.

b.3) Um grande diâmetro implicará num menor volume útil para o tanque de armazenamento (Figura 6.1).

Após análise dos aspectos anteriormente mencionados, poderemos fixar definitivamente os valores dimensionais para diâmetro e altura de um tanque de armazenamento.

Figura 6.1

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Diques apropriados são normalmente construídos em torno de cada tanque,

ou conjunto de tanques, limitando uma região que se denomina bacia de

contenção (Figura 7.1).

Os diques e a bacia de contenção objetivam a segurança da instalação de armazenamento, apresentando basicamente as seguintes finalidades:

• conter o produto armazenado em caso de rompimento do tanque de armazenamento ou tubulação de interligação;

• conter o produto armazenado em caso de falha de operação ou qualquer outro eventual vazamento proveniente do tanque de armazenamento ou de suas tubulações (Figura 7.2);

• limitar um incêndio a uma pequena área (Figura 7.3).

C

(36)

Figura 7.1

Diques e bacia de contenção.

Figura 7.2

(37)

Figura 7.3

Bacia de contenção. Limitação de um incêndio.

Os diques podem ser construídos utilizando-se diversos materiais, tais como: terra, concreto, alvenaria, chapas metálicas etc., sendo os diques de terra e de concreto os mais frequentes (Figura 7.4).

Figura 7.4

(38)

Os diques de terra devem ser construídos com camadas sucessivas e uniformes, de espessura de camada não superior a 30 cm, havendo sempre compactação antes da deposição da camada seguinte. O talude do dique deve ser definido pela natureza do material empregado, sendo o talude 1:1,5 o normalmente adotado nos diques de terra. A superfície do dique deve ser protegida da erosão utilizando-se o plantio de grama, asfaltamento ou outro método adequado. Os diques de terra são os mais baratos, porém apresentam elevado custo de manutenção. Uma sobre altura, de aproximadamente 20 cm, normalmente é adicionada à altura teórica do dique de terra para compensar a redução devida à compactação e/ou à erosão do terreno. Outros 20 cm devem ser considerados, independentemente do material do dique, para levar em consideração a onda de movimentação do produto formada durante a ocorrência de um sinistro.

Os diques de concreto são os mais caros, porém o gasto de manutenção é praticamente desprezível.

O deslocamento é definido como a parte do volume da bacia de contenção ocupada pelo tanque, sua base e dique(s) intermediário(s), desde o nível do terreno da bacia de contenção até o nível da crista do dique.

A bacia de contenção deve possuir um adequado sistema de drenagem, constituído de drenos de bacia e drenos pluviais. A instalação de drenos pluviais normalmente só será necessária quando o tempo para infiltração no terreno, da água de precipitação pluviométrica, for superior a 3 horas. Os drenos de bacia devem possuir válvulas de bloqueio, externamente à bacia de contenção e permanentemente fechadas por motivo de segurança. O sistema de drenagem da bacia deve ser mantido limpo, desobstruído e dimensionado adequadamente, de modo a eliminar o risco de transbordamento durante o combate a incêndios (Figura 7.5).

Figura 7.5

(39)

As bacias de contenção devem possuir escadas de acesso ao seu interior (Figura 7.4 e Figura 7.7).

Os tanques de armazenamento, sempre que possível ou exigido por norma11,

devem ser dispostos na bacia de contenção de tal forma que cada tanque tenha pelo menos um lado adjacente a uma via de acesso. Desta forma, haverá o acesso mais fácil e rápido do equipamento móvel de combate a incêndio durante um sinistro.

Melhorias recentemente adotadas, tais como: rampas permanentes, para acesso ao interior da bacia de contenção durante serviços de manutenção (Figura 7.6); e mini-diques com passarelas de acesso aos tanques de armazenamento (Figura 7.7), são extremamente recomendáveis.

Figura 7.6

Rampa para acesso ao interior da bacia de contenção. Serviços de manutenção.

Figura 7.7

Mini-dique e passarela de acesso ao interior da bacia de contenção.

(40)

A Resolução nº 308, de 26.10.2006 – DOU 27.10.2006, da Agência Nacional

do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), incorporou a Norma Brasileira para Armazenamento de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis (ABNT NBR 17505 Partes 1 a 7)11,que fixa os requisitos exigíveis para os projetos de instalações de

armazenamento, manuseio e uso de líquidos inflamáveis e combustíveis. Neste documento encontraremos requisitos exigíveis para localização, disposição, construção e segurança das instalações de armazenamento de tais produtos.

Em relação aos diques e bacia de contenção, os seguintes requisitos podem ser encontrados na NBR-17505 Partes 1 e 2:

• disposições gerais: definições e classificação de líquidos inflamáveis e combustíveis;

• dimensões dos diques (altura e crista);

• possibilidade ou não de grupar tanques de armazenamento dentro de uma mesma bacia de contenção;

• no caso de tanques grupados dentro de uma mesma bacia de contenção, necessidade ou não de diques intermediários de separação;

• volume mínimo da bacia de contenção; • espaçamento entre tanques;

• espaçamento entre tanques e outras instalações, tais como: limites da propriedade, rodovias, vias férreas, vias públicas, edifícios, vias de acesso da unidade etc.

(41)

NBR 17505 – Parte 2 – Item 5.2.3.2.b: Armazenamento em tanques e vasos.

Volume da bacia de contenção. Exemplo ilustrativo 11.

A Portaria No. 104 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) regulamenta o procedimento de inspeção de instalações de base de distribuição, de armazenamento e de terminal de distribuição de derivados de petróleo, álcool combustível, biodiesel, mistura de óleo diesel com biodiesel especificada pela ANP e outros combustíveis automotivos, com a finalidade de avaliar a conformidade das mesmas com a legislação e normas de proteção ambiental, segurança industrial e das populações145.

A seguir, reproduzimos alguns trechos desta portaria. Item 5.2.3.2 – Contenção por diques em torno de tanques

V Vmtmt V VBBmtqmtq Vdtq1 Vdtq1 1 1 22 Vdtq2 Vdtq2 Vdint

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Volume da Bacia de Conten

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tq1 VVBB

tq2 tq2

Volume da Bacia de Conten

Volume da Bacia de Conten

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Vbc = V

(42)

Portaria No 104 da ANP145.

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto na Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, a Resolução de Diretoria nº 600, de 14 de dezembro de 1999, e a Resolução de Diretoria nº 357,de 20 de junho de 2000, torna público o seguinte ato:

Art. 1º Fica regulamentado, pela presente Portaria, o procedimento de inspeção de instalações de base de distribuição, de armazenamento e de terminal de distribuição de derivados de petróleo, álcool combustível, biodiesel, mistura de óleo diesel/biodiesel especificada ou autorizada pela ANP e outros combustíveis automotivos, com a finalidade de avaliar a conformidade das mesmas com a legislação e normas de proteção ambiental, segurança industrial e das populações.

Art. 2º Para os fins desta Portaria, ficam estabelecidas as seguintes definições:

I – instalações: construções civis, tanques, vasos, equipamentos, dutos, e acessórios necessários à operação de base de distribuição, de armazenamento e terminal;

II – lista de verificação: lista de itens a serem verificados pela Inspetora nas Instalações, conforme modelo anexo a esta Portaria;

III – inspeção: serviços de levantamento de dados de campo, registro fotográfico e emissão de avaliação técnica de conformidade, efetuados de acordo com a lista de verificação e com observância às Portarias ANP n° 170, de 26 de novembro de 1998, e n° 29, de 9 de fevereiro de 1999, da Resolução CNP nº 08, de 21 de setembro de 1971, e da Portaria CNP n° 76, de 21 de julho de 1966;

IV – inspetora: empresa ou consórcio de empresas contratada pela ANP para executar a inspeção nas bases de distribuição, de armazenamento e terminais;

V – vistoria: ato praticado pela ANP para avaliar o grau de risco da instalação e determinar a adoção das medidas cabíveis.

Art. 3º As instalações de base de distribuição, de armazenamento e terminal serão inspecionados por inspetora.

Art. 4º O proprietário de instalações de base de distribuição, de armazenamento e de terminal de distribuição de derivados de petróleo, álcool combustível, biodiesel, mistura de óleo diesel/biodiesel especificada ou autorizada pela ANP e outros combustíveis automotivos obriga-se a:

I - franquear o acesso da inspetora às suas Instalações para execução dos serviços de inspeção; II – nomear representante para acompanhar os trabalhos da inspetora e atestar a lista de verificação; III – disponibilizar à inspetora, durante a inspeção, os documentos relacionados na lista de verificação, devendo a planta geral de locação das instalações ser fornecida em meio magnético.

Art. 5º A autorização de operação das instalações será cancelada quando comprovado, em processo administrativo com garantia do contraditório e ampla defesa, a recusa do proprietário em se submeter ou dificultar a inspeção.

Art. 6° A data de realização da inspeção e os nomes dos técnicos da inspetora que efetuarão a inspeção serão comunicados ao proprietário das instalações, pela ANP, com antecedência mínima de 15 dias corridos.

Art. 7° A ANP comunicará ao proprietário a análise do resultado da inspeção no prazo máximo de 90 (noventa) dias após sua realização.

Art. 8º A ANP estabelecerá prazo para adequação de instalações que não estiverem em conformidade com a legislação e as normas aplicáveis.

Art. 9º As instalações com pontuação igual ou superior a 350 pontos, apurados de acordo com o indicado na lista de verificação, ou classificadas, pela inspetora, como de risco iminente serão objeto de imediata vistoria da ANP, com os poderes que lhe confere a Lei 9847/99.

(43)

Portaria No 104 da ANP. Anexo. Lista de Verificação145.

ANEXO

LISTA DE VERIFICAÇÃO

1 - FICHA DE INSPEÇÃO PARA DIAGNÓSTICO DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES

Aos_____dias do mês de_______________de 2xxx,___________________________________ Técnicos da Empresa ___________________________________, doravante denominada INSPETORA, contratada pela Agência Nacional do Petróleo - ANP, na forma do Contrato nº______, de _________________, procedemos, por expressa solicitação e autorização da ANP e em conformidade com a Portaria ANP nº______, de____de_____________de 2xxx, a inspeção na empresa abaixo discriminada, doravante denominado PROPRIETÁRIO, com a finalidade de emitir avaliação técnica (diagnóstico) de conformidade das instalações com a legislação e normas de proteção ambiental, segurança industrial e das populações.

2 - QUALIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO

Razão Social:______________________________________________ Atividade: ________________________Registro na ANP n.º________ C.N.P.J. n.º:_______________________________________________ Autorização de Operação (AO) n.º___________ de____/____/_______ Endereço das Instalações:_____________________________________ Bairro: _____________ Município: _________________UF:________ CEP.: _________ Fone:________________Fax:__________________ Coordenadas Geográficas: Latitude: _________ e Longitude: _______

3 – ATESTADO

Atesto que fui designado pelo PROPRIETÁRIO,________________________________________________ ______________________________________, para acompanhar os técnicos da INSPETORA, anteriormente nominados, que realizaram, por determinação da ANP, inspeção técnica nessa instalação.

__________________________________________________ Local e Data

__________________________________________________ Nome Legível e Assinatura

4 – PARQUE DE TANCAGEM

PARQUE DE TANCAGEM

(inclusive de água de combate a incêndio)

PREFIXO DO TANQUE PRODUTO ARMAZENADO ALTURA (m) DIÂMETRO (m) CAPACIDADE (m³)

(44)

Portaria No 104 da ANP. Anexo. Lista de Verificação145. 5 - DOCUMENTOS APRESENTADOS PELO PROPRIETÁRIO DA INSTALAÇÃO:

5.1 Registro da atividade perante a ANP

Caso afirmativo: n°, data de expedição e validade do registro Caso negativo: pontuação 20

SIM( ) NÃO( )

5.2 Certificado de Vistoria expedido pelo Corpo de Bombeiros

Caso afirmativo: n° , data de expedição e validade da vistoria Caso negativo: pontuação 15

SIM( ) NÃO( )

5.3 Alvará de funcionamento expedido pela Prefeitura local

Caso afirmativo: n° , data de expedição e validade do Alvará Caso negativo: pontuação 10

SIM( ) NÃO( )

5.4 Planta geral de locação das instalações existentes, disponível no local, identificando Norte verdadeiro, limites da propriedade, vizinhos, arruamento, tanques, edificações, demais instalações, etc., com cotas, afastamentos e elevações em metros. (A planta deverá ser elaborada em AutoCad release 12 ou similar, devendo ser entregue à inspetora, em meio magnético).

Caso negativo: pontuação 10

SIM( ) NÃO( )

5.5 Planta de locação dos tanques e demais equipamentos

Caso negativo: pontuação 5

SIM( ) NÃO( )

5.6 Laudo da resistência elétrica da malha de aterramento, abrangendo equipamentos, plataformas de carregamento e demais instalações do parque de armazenamento.

Caso negativo: pontuação 8

SIM( ) NÃO( )

5.7 Radiografias das soldas dos tanques com o(s) respectivo(s) laudo(s) e Anotações de Responsabilidade Técnica - ART(s).

Caso negativo: pontuação 5

SIM( ) NÃO( )

5.8 Radiografias das soldas das tubulações com o(s) respectivo(s) laudo(s) e ART(s).

Caso negativo: pontuação 3

SIM( ) NÃO( )

- - - 10. PONTUAÇÃO TOTAL DAS INSTALAÇÕES: __________ pontos

Local:

Data : ____/____/____

PELA INSPETORA PELO PROPRIETÁRIO

_______________________________

(Nome legível e assinatura)

_______________________________

(Nome legível e assinatura)

Recebi 1(uma) cópia da presente LISTA DE VERIFICAÇÃO em: ____/____/____ Nome Legível:___________________________________________________ Assinatura:______________________________________________________

(45)

B

B

A

A

S

S

E

E

S

S

E

E

F

F

U

U

N

N

D

D

A

A

Ç

Ç

Õ

Õ

E

E

S

S

O projeto e a construção das bases e fundações dos tanques de armazenamento devem ser orientados de modo que os recalques máximos, absoluto e diferencial, sejam compatíveis com a segurança do equipamento12, 13.

Recalques, se excessivos, poderão ocasionar:

• deformações e tensões elevadas no equipamento, colocando em risco sua estabilidade (Figura 8.1);

• esforços elevados nos bocais e tubos conectados ao equipamento, caso não haja suficiente flexibilidade na tubulação para acomodar os recalques;

• erros na medição de nível;

• funcionamento inadequado de componentes do tanque de armazenamento como, por exemplo, o sistema de selagem em tanques de teto flutuante.

C

(46)

Figura 8.1

Falhas em fundações. Recalque excessivo.

O apêndice B do API 6501 apresenta as principais recomendações para a

construção das bases de tanques cilíndricos verticais destinados ao armazenamento do petróleo e seus derivados.

(47)

8.1 Cuidados na Execução da Base

A base de um tanque de armazenamento deve ser construída pelo menos 30 cm mais elevada que o fundo da bacia de contenção. Tal procedimento visa garantir uma drenagem conveniente, mantendo o fundo do tanque praticamente seco.

A norma N-182214 fixa as condições exigidas para o tratamento da superfície

da base de assentamento de tanques de aço para armazenamento de petróleo e seus derivados. Esta norma, no caso do produto armazenado apresentar temperatura elevada que possa danificar a fundação do tanque, especifica os cuidados adicionais que deverão ser realizados no tratamento da superfície da base para se conseguir a devida proteção de todos os elementos constituintes da fundação do equipamento.

No caso mais frequente de uma fundação direta com anel do concreto, o tratamento da superfície da base do tanque será constituído de uma base drenante e de um revestimento (Figura 8.2).

Figura 8.2

Tratamento da superfície de bases de tanques com fundação direta e anel de concreto14.

A base drenante será composta de material com granulação apropriada, tendo por finalidade:

• manter a conformação superficial da base do tanque; • permitir a drenagem das águas do subsolo;

• estabilizar o terreno para possibilitar a movimentação de materiais e equipamentos durante a construção e montagem do tanque.

(48)

Como composição da base drenante (Figura 8.3), normalmente adota-se uma das seguintes opções:

a) pedra britada e areia;

b) cascalho grosso lavado e areia; c) areia grossa limpa.

Figura 8.3

(49)

O revestimento normalmente é constituído de um material impermeabilizante, objetivando a proteção da chaparia do fundo do tanque contra a agressividade do solo. Como composição do revestimento, pode-se utilizar uma das seguintes opções:

a) revestimento betuminoso; b) argamassa de cimento e areia; c) concreto simples.

Sendo que não é recomendável a aplicação do revestimento betuminoso sobre uma base drenante composta de areia grossa limpa.

Antes da aplicação de um revestimento betuminoso é realizada a imprimação da base drenante (Figura 8.3) através da aplicação de material asfáltico diluído, visando:

• aumentar a coesão do material da base drenante;

• melhorar a aderência entre a base drenante e o revestimento betuminoso; • impermeabilizar a base.

A movimentação de materiais e equipamentos poderá danificar o revestimento betuminoso, causando dificuldades na soldagem e/ou risco de corrosão na chaparia do fundo. Qualquer irregularidade ou dano provocado no tratamento da superfície da base de um tanque de armazenamento deve ter sua correção realizada antes do posicionamento definitivo da chaparia do fundo para soldagem.

A base dever ser construída com uma inclinação mínima de 1:120, do centro para periferia. Essa declividade facilitará a limpeza, drenagem e compensará possíveis recalques que serão mais intensos na parte central. Para tanques pequenos, com diâmetro no máximo de 6 metros, pode-se permitir a construção da base plana. No caso de armazenamento da gasolina de aviação (GAV), de querosene de aviação (QAV) ou de outros produtos com qualidade extremamente controlada, para se evitar qualquer possibilidade de contaminação do produto armazenado com água, o caimento da base deverá ser invertido (caimento da periferia para o centro) e com o sistema de drenagem do fundo do tanque posicionado no seu centro.

8.2 Tipos de Fundação

Os tanques de armazenamento podem ser construídos sobre 2 tipos de fundação: a) fundação direta;

(50)

8.2.1 Fundação Direta

Apresenta, basicamente, dois aspectos construtivos:

1) aterro compactado: a fundação consiste na remoção da camada superficial do terreno, substituição por material adequado e compactação (Figura 8.4);

2) anel de concreto: a fundação consiste num anel de concreto periférico, centrado sob o costado do tanque de armazenamento e região central de terra compactada (Figura 8.5). A profundidade do anel de concreto, que poderá inclusive ser estaqueado, dependerá das condições locais do solo. Devem ser previstos rebaixos para acomodar as portas de limpeza, drenos do fundo ou qualquer outro acessório que interfira com o anel de concreto. Recomenda-se esse tipo de fundação direta em qualquer uma das seguintes situações:

• terreno de qualidade duvidosa; • grandes diâmetros (D ≥ 100 ft); • grandes alturas (H ≥ 40 ft); • tanques de teto flutuante.

Figura 8.4

(51)

Figura 8.5

(52)

8.2.2 Fundação Profunda

É o tipo de fundação mais caro e só utilizado quando as condições do solo não permitirem o emprego da fundação direta. Apresenta uma série de estacas sob uma laje integral de concreto armado em cima da qual se apóiam as chapas do fundo e o costado do tanque de armazenamento (Figura 8.6). Tal tipo de fundação procura distribuir a carga total do equipamento sobre uma superfície suficientemente grande, de modo a não ocorrer um recalque excessivo. Devem ser previstos os rebaixos para acomodar as portas de limpeza, drenos de fundo ou qualquer outro acessório que interfira com a laje de concreto (Figura 8.7).

Figura 8.6

(53)

Figura 8.7

Rebaixos na fundação.

As estacas podem ser de madeira, de aço ou de concreto. As estacas de concreto do tipo “Franki” são as normalmente utilizadas.

Em tanques com fundação em laje de concreto a superfície da base deve ser protegida por uma pintura betuminosa evitando-se o contato da umidade da laje com as chapas do fundo do tanque (Figura 8.8).

Figura 8.8

Fundação profunda. Pintura betuminosa.

As diversas etapas construtivas da fundação de um tanque de armazenamento, assunto específico e de elevado custo, devem ser supervisionadas por um especialista em mecânica dos solos.

(54)

8.3 Comportamento do Solo e Tipos de Recalques

A previsão do comportamento do solo e, consequentemente, a avaliação do nível de recalque admissível, podem ser obtidas por meio de sondagens, testes de carga e experiências anteriores com estruturas semelhantes construídas no mesmo local.

O recalque da fundação de um tanque de armazenamento, em relação à linha horizontal teórica do fundo do equipamento, pode ser considerado como a soma dos seguintes componentes15 (Figura 8.9):

a) recalque uniforme: todos os pontos do fundo se deslocam de uma mesma distância. Normalmente não apresenta problema caso haja flexibilidade suficiente na tubulação para acomodar tal movimento;

b) recalque do centro do fundo do tanque em relação à periferia: normalmente acomodado pela declividade contrária da fundação;

c) inclinação do fundo do tanque: movimento de corpo rígido não provocando deformações ou tensões no costado. Normalmente seu efeito é desprezível devido às tolerâncias de nivelamento exigidas durante a construção da fundação e do equipamento;

d) recalque circunferencial diferencial: é o movimento mais crítico, pois provoca deformações (ovalização) e tensões no costado. É muito mais crítico em tanques de teto flutuante devido à necessidade do sistema de selagem absorver tal deformação, podendo ocasionar perdas por evaporação ou prender o teto no costado.

Figura 8.9

Componentes do recalque da fundação. a) Recalque uniforme. b) Recalque do centro. c) Inclinação do fundo. d) Recalque diferencial15.

(55)

8.4 Medição dos Recalques

A norma N-180716 fixa as condições exigíveis na medição de recalques de

fundação durante o teste hidrostático de tanques de armazenamento. Os recalques são medidos utilizando-se pinos de referência chumbados à cerca de 10 cm abaixo da face superior da fundação ou, no caso de uma fundação direta com aterro compactado, fixados em cantoneiras de aço soldadas no costado do equipamento. A quantidade mínima de pinos de referência é dada pela Tabela 8.1.

DIÂMETRO DO TANQUE (D) QUANTIDADE DE PINOS

D < 30 m 4

30 m ≤ D ≤ 50 m 6

D > 50 m 8

Tabela 8.1

Pinos de referência para medição de recalques16.

Os recalques devem ser medidos durante os seguintes estágios do teste hidrostático: a) enchimento: 0%, 25%, 50%, 75% e 100%; b) esvaziamento: Tabela 8.2. ESTÁGIOS DIÂMETRO DO

TANQUE (D) FUNDAÇÃO DIRETA FUNDAÇÃO PROFUNDA

D < 30 m 100% – 0% 100% – 0%

30 m ≤ D ≤ 50 m 100% – 50% – 0% 100% – 0% D > 50 m 100% – 75% – 50% – 25% – 0% 100% – 50% – 0%

Tabela 8.2

(56)

Os tanques de teto flutuante devem ser cheios até o ponto máximo de elevação do teto e os de teto fixo até 2 in acima do topo da cantoneira de reforço da borda superior do costado. O tempo mínimo de enchimento e de esvaziamento, para cada estágio, deve ser de 2 dias.

As leituras são registradas em folhas de controle de recalque (Figura 8.10). Após o término do controle de recalques deve ser preparado um relatório final, do qual constem as folhas de controle de recalque, os gráficos tempo-recalque (Figura 8.11) e as conclusões pertinentes.

Figura 8.10

(57)

Figura 8.11

Gráfico tempo-recalque.

8.5 Recalques Admissíveis

7, 105, 106

Conforme vimos anteriormente, os recalques da fundação produzem ovalização e tensões no costado de um tanque de armazenamento. A fixação dos valores de recalques admissíveis será função, principalmente, da qualidade do solo, da carga considerada no projeto da fundação, das dimensões do equipamento e do tipo de teto utilizado.

A Norma N-270 indica os seguintes valores máximos de recalques admissíveis, medidos durante o teste hidrostático, na periferia da base sob o costado do tanque:

a) recalque absoluto em qualquer ponto da periferia: 300 mm;

b) recalque diferencial entre dois pontos da periferia: 38 mm em 9.000 mm, medido ao longo do perímetro;

(58)

A Norma N-270 exige, também, que após o teste hidrostático:

a) o recalque diferencial entre qualquer ponto da periferia da base (sob o costado do tanque) e um ponto interno a 1.150 mm de distância (medida ao longo do raio) deve ser, no máximo, 70 mm (Figura 8.12);

b) a declividade entre o centro e a periferia do tanque deve ser, no mínimo, a declividade estabelecida no projeto do fundo do equipamento.

Para tanques com caimento do fundo da periferia para o centro, a N-270 exige que:

a) na montagem, a declividade do fundo deve ser igual à de projeto;

b) durante o teste hidrostático, o recalque diferencial máximo admissível (∆), entre qualquer ponto da periferia e o centro do tanque, deve ser de:

∆ < D/A Onde:

∆ = recalque diferencial máximo admissível em mm; D = diâmetro nominal do tanque em mm;

A = 250 para tanques com caimento até 2%, inclusive, para o centro e 450 para tanques com caimento de 2% até 4% para o centro.

(59)

Para prevenir falhas em tanques de armazenamento, é prática aconselhável exigir-se uma série de cuidados adicionais no projeto e na execução do fundo do equipamento. Tais exigências, em função do nível de recalque esperado e diâmetro do tanque, estão mencionadas na Tabela 8.3.

O API 6501 apresenta, atualmente, diversos requisitos referentes ao controle

de recalques a serem observados durante a realização do teste hidrostático de um tanque de armazenamento logo após sua construção (Figura 8.13).

O apêndice B da Norma API 653111 apresenta uma série de indicações a

serem observadas caso haja a necessidade de realizar uma avaliação de recalques no fundo de um tanque de armazenamento em operação (Figura 8.14 à Figura 8.18).

Figura 8.12.

Recalque localizado na periferia do fundo. Trinca na solda das chapas do fundo com o costado (Solda do rodo). Medição do recalque110.

(60)

Figura 8.13

(61)

Charpy V impact requirements for storage tank materials1 TABLE 1

Design metal temperature2

Class Type of steel Thickness Below 60º F 60ºF and above

Rimmed and semikilled

a) Material with a specific minimum yield strength ≤ 35,000 psi and a specified maximum tensile strength ≤ 65,000 psi.

t < 5/8 in. 5/8 in. ≤ t ≤ 1 1/2 in. 15/12 1 15/12 None 15/12 I

b) Material with a specific minimum yield strength ≤ 40,000 psi and a specified maximum tensile strength ≤ 85,000 psi.

t < 1/2 in. 1/2 in. ≤ t ≤ 1 1/2 in. 15/12 25/20 None 25/20 Fully killed3

a) Material with a specified minimum yield strength ≤ 35,000 psi and a specified maximum tensile strength ≤ 75,000 psi.

t < 1/2 in.

1/2 in. ≤ t ≤ 1 1/2 in. 20/16 25/20

None 25/20 II

b) Material with a specified minimum yield strength ≤ 50,000 psi and a specified maximum tensile strength ≤ 90,000 psi.

t < 1/2 in. 1/2 in. ≤ t ≤ 1 1/2 in. 25/20 35/28 None 35/28 t < 1/2 in. 1/2 in. ≤ t ≤ 1 in. 30/25 40/35 None 40/35 III High strength

Material with a specified minimum yield strength ≤ 70,000 psi and a specified maximum tensile strength ≤ 100,000 psi.

1 in. ≤ t ≤ 1 1/2 in. 50/45 50/45

1. In the notation such as 15/12, the first number is the minimum average energy in ft-lb of three specimens while the second number is the minimum for one specimen when full-size specimens are used, i.e., a 10 mm x 10 mm cross section.

2. As defined in API Standard 650 (Par. D.2 (b) in 1970 Edition).

3. Deoxidized steels made with fine grain pratice and containing at least 0.10% residual silicon.

TABLE 2 – Required annular plate thickness TABLE 3 – Maximun allowable settlements Bottom Shell Course

Thickness

Annular Plate

Nominal Thickness Category I II III

Up to 1/2 in. 1/4 in. Max. Shell Settlement (in) 12 6 2 Up to 7/8 in. 5/16 in. Max. Differential Settlement of Bottom < 2 in. in 30ft < 1 in. in 30 ft < 1/2 in. in 30 ft Up to 1 1/4 in. 3/8 in.

Over 1 1/4 in. 7/16 in.

TABLE 4 – Tank bottom design requirements Predicted Settlements Tank Diameter, D Maximum at

Shell

Differential in

Bottom D ≤ 50 ft. 50 < D ≤ 150 ft. D > 150 ft.

< 12 in. < 2 in. in 30 ft. Per API 650. Mat’1. per Table 1

Annular plates 3 ft. min. width and per Table 2. Two-pass bottom welds per Note 1.

Annular plates of 6 ft. min. width and per Table 2.

Three-pass bottom plate welds per Note 2.

Exceptions to the above requirements are permissive as shown below if settlements can be predicated accurately to fall within the following limits: < 2in. < 1/2 in. in 30 ft. Per API 650 Per API 650 Annular plates of 2 ft. min. width and per Table 2. < 6 < 1 in. in 30 ft. Per API 650 Annular plates of 2 ft. min. with and per Table 2. Two-pass bottom welds per Note 1. Annular plates of 4 ft. min. width and per Table 2. Two-pass bottom

welds per Note 1.

Notes:

1. The two-pass procedure shall consist of two passes with a 7018 rod. Bottom leg of finished weld shall be 3/8 inch – 1/16 inch. Breaking strengh shall be demonstred to be at least 70% of that for unwelded plate at room temperature using a 3 inch wide test piece.

2. The three-pass procedure shall consist of a root pass with a 6010 rod and two subsequent passes with a 7018 rod. Bottom leg of finished weld shall be 3/8 inch – 1/16 inch. Breaking strength shall be demonstrated to be at least 80% of that for unwelded plate at room temperature using a 3 inch wide test piece.

Recommended foundation for large tanks supported by soil

Tabela 8.3

Exigências adicionais no projeto e na execução do fundo de tanques de armazenamento12, 13.

(62)

Figura 8.14

Apêndice B do API 653 – Avaliação de recalques no fundo. Tanque em operação. Medição de recalques externamente ao costado. Número de pinos de medição 111.

Figura 8.15

(63)

Figura 8.16

Apêndice B do API 653 – Avaliação de recalques no fundo. Tanque em operação. Medição de recalques externamente ao costado. Critério de Aceitação 111.

(64)

Figura 8.17

Apêndice B do API 653 – Avaliação de recalques no fundo. Tanque em operação. Recalques localizados internamente ao fundo. Critério de Aceitação.

Soldas do fundo com um passe 111.

(65)

Figura 8.18

Apêndice B do API 653 – Avaliação de recalques no fundo. Tanque em operação. Recalques localizados no rodo. Critério de Aceitação 111.

B ≤ Bew . . . Junta sobreposta aproximadamente paralela (± 20º) ao costado B ≤ Be . . . Junta sobreposta aproximadamente perpendicular (± 20º) ao costado Junta de topo ou região sem solda

B ≤ Be – (Be-Bew). sen α . . . Junta sobreposta com inclinação α (Figure B-12)

(66)

Figura 8.19

Recalques no fundo afetando a integridade de um tanque de armazenamento.

Deformação no fundo (sulco : comprimento 35m largura 20cm 1,5m do costado)

Acúmulo de água (não drenada) Misturadores Inoperantes Corrosão Acentuada Rompimento do fundo / base

Inundação da Bacia de Contenção com Crú Risco de Incêndio

Deformação no fundo (sulco : comprimento 35m largura 20cm 1,5m do costado)

Acúmulo de água (não drenada) Misturadores Inoperantes Corrosão Acentuada Rompimento do fundo / base

Inundação da Bacia de Contenção com Crú Risco de Incêndio

Referências

Documentos relacionados