UFCD 6557 - Rede Nacional de Cuidados de Saúde - Interculturalidade Na Saúde

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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CASTRO VERDE - ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASTRO VERDE

CURSO DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

[ M1 ] Cap. 2

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CURSO DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

Sumário

- A interculturalidade na saúde;

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Agrupamento de Escolas de Castro Verde, 04/10/2015 4

2 A Politica de Saúde >> Interculturalidade na Saúde

A diversidade cultural vem suscitando um interesse notável desde o começo do novo século. Porém os significados que se associam a esta expressão “cómoda” são tão variados como mutáveis.

Para alguns a diversidade cultural é considerada positiva, na medida em que se refere a um intercâmbio da riqueza inerente a cada cultura do mundo e, assim, aos vínculos que nos unem nos processos de diálogo e de troca

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Para outros, as diferenças culturais fazem-nos perder de vista o que temos em comum como seres humanos, constituindo assim a raiz de numerosos conflitos.

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Nos dias de hoje, as questões da multi/interculturalidade são da maior importância no contexto do mundo globalizado, estão no centro das preocupações da maioria dos Estados, nomeadamente de Portugal. Estas têm vindo colocar novos desafios à sociedade e às políticas do século XXI, nos diferentes setores.

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Estas problemáticas implicam um novo reposicionamento metodológico e no conhecimento ao nível da pesquisa e da intervenção no domínio das relações interculturais e da saúde, vindo colocar numerosas questões às estratégias e políticas relativas à gestão da comunicação da comunicação intercultural e da comunicação em saúde, bem como, à gestão das interações entre o Eu e o Outro, à gestão dos processos psicossociais inerentes aos contactos interculturais.

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O aumento da globalização e dos fluxos migratórios fizeram aumentar os contactos interculturais e a coabitação com a diversidade cultural. Esta multiculturalidade faz com que as sociedades, nomeadamente, a sociedade portuguesa, os Estados e as diferentes instâncias sociais, sejam confrontadas com uma grande heterogeneidade linguística, cultural e comportamental dos seus utentes, profissionais e cidadãos!

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Esta situação acarreta a adoção de práticas adequadas para fazer face a estas novas realidades sociais, culturais, educacionais, comunicacionais e sanitárias, tornando-se assim imperativo o desenvolvimento de competências com vista à gestão da complexidade das interações entre pessoas e grupos de culturas diferentes.

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Cuidados Transculturais

Os cuidados transculturais centram-se no utente, prestando cuidados culturalmente adequados aos utentes de diferentes contextos étnicos e culturais.

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A estereotipagem é a presunção de que todas as pessoas

de um grupo cultural, racial ou étnico semelhante são iguais e

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Exemplos:

- Designar um TAS africano para prestar cuidados a outro africano; - Não nomear um TAS africano para cuidar de um cigano;

É fundamental conhecer as práticas e crenças dos vários utentes afim de prestar cuidados culturalmente sensíveis!

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2 A Politica de Saúde >> Interculturalidade na Saúde Cuidados Transculturais

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Comunicação

A comunicação e a cultura estão intimamente ligadas. A comunicação é o meio através do qual a cultura é transmitida e preservada!

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Comunicação

A cultura influencia a forma de expressão dos sentimentos e a escolha das expressões verbais e não verbais adequadas. Assim, torna-se fundamental estar sensível aos padrões culturais de comunicação, para uma correta

avaliação e intervenção na prestação de cuidados a utentes de todas as culturas.

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Práticas de Saúde transculturais

As práticas de saúde transculturais podem ser classificadas em três grupos, nomeadamente:

Benéficas

Neutras

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São consideradas vantajosas para o estado de saúde do utente, ainda que bastante diferentes das práticas de saúde modernas. Deve-se incentivar ativamente o uso destas no seio de cada grupo e entre grupos culturais.

Benéficas

Neutras

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Não têm efeito de saúde qualificável no utente. Embora existam profissionais de saúde que considerem tais práticas irrelevantes, é importante não esquecer que estas são muito importantes para o utente, porquanto podem estar ligadas a crenças que sejam parte integrante do comportamento do indivíduo.

Benéficas

Neutras

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São aquelas que interferem pela negativa no estado de saúde do utente.

Ainda assim, identifique sempre as práticas de saúde do utente e respeite-as.

Identificadas cabe ao TAS comunicar as mesmas ao enfermeiro para que estas sejam integradas no plano de cuidados individual.

Benéficas

Neutras

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Exemplos…

- Medicina popular (Mezinhas); - Crenças religiosas; - Superstições; - Bruxarias/sacrifícios; - Entre outros. Benéficas Neutras Nocivas

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Implicações para a prática do TAS

- Cada cultura têm práticas específicas às quais o TAS deve de estar atento de forma a que a prestação de cuidados seja culturalmente diversa;

- Para utentes que comunicam em diferentes línguas é muito assustador não perceberem a língua Portuguesa ou ter que confiar em terceiros para comunicar, como tal torna-se fundamental, desde início, estabelecerem-se estratégias de comunicação;

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Conceitos chave

- A cultura é uma resposta comportamental modelar, que se desenvolve ao longo do tempo ficando gravada na mente através de estruturas sociais e religiosas e manifestações artísticas e intelectuais;

- A prestação de cuidados transcultural é vista como uma prática sensível à cultura, centrada no utente;

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Conceitos chave

- Como diversidade cultural em Portugal continua a aumentar, é importante que o TAS tenha conhecimentos sobre diversas culturas, respetivas crenças e práticas de saúde, medicinas populares, práticas religiosas e sociais e padrões alimentares;

- Para prestar cuidados culturalmente sensíveis, é importante ter presente que cada indivíduo é culturalmente único e como tal, é o produto de experiências passadas, crenças e normas culturais;

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Conceitos chave

- A medicina popular é praticada em muitas culturas e influencia as práticas de saúde de utentes de diversas populações;

- O conhecimento das variações biológicas no seio dos grupos culturais ajuda-o a avaliar os fatores de risco de doenças, do utente.

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Atividades para reflexão crítica

- Que influência tem a cultura em crenças culturais, e em comportamentos por doença e bem-estar?

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- Que influência tem a cultura em crenças culturais, e em comportamentos por doença e bem-estar?

As crenças culturais são resultado das vivências e das aprendizagens do indivíduo ao longo da suas historia de vida, por sua vez, estas são grandemente influenciadas pelo contexto sociocultural em que estão inseridas. Assim estas irão influenciar grandemente a pessoa, pois a forma como esta perceciona a doença/bem-estar, bem como a forma de agir perante tais situações foi aprendida ao longo do tempo através destas vivências e aprendizagens.

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- Em que medida é que a comunicação constitui uma barreira aos cuidados culturalmente adequados, mesmo quando o TAS e o utente falam a mesma língua?

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- Em que medida é que a comunicação constitui uma barreira aos cuidados culturalmente adequados, mesmo quando o TAS e o utente falam a mesma língua? É sabido que a cultura influencia a forma de expressão dos sentimentos e a escolha das expressões verbais e não verbais adequadas. Caso o Tas não se encontre sensível aos padrões culturais de comunicação do utente não estará capacitado para uma correta avaliação e, consequentemente intervenção na prestação de cuidados a utentes de outras as culturas.

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- O Sr. Sanches, de 60 anos de idade, com bronquite e Diabetes procura cuidados devido a tosse, fadiga e perda de peso. Vive em Portugal há 5 anos, mas só fala espanhol. A sua alimentação é mexicana, com muita pouca fruta e legumes.

- Identifique de que forma a orientação temporal, as necessidades espaciais e os padrões de saúde, do Sr. Sanches, diferem da cultura ocidental?

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- O Sr. Sanches, de 60 anos de idade, com bronquite e Diabetes procura cuidados devido a tosse, fadiga e perda de peso. Vive em Portugal há 5 anos, mas só fala espanhol. A sua alimentação é mexicana, com muita pouca fruta e legumes.

- Em que medida é que a cultura e as práticas de saúde afetam o cumprimento, ou adesão, da parte dele, a um regime terapêutico próprio?

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Bibliografia

• HENRIQUES, M. C. [et al], (2000) : Educação para a Cidadania. Lisboa, Plátano Editora.

• POTTER, P. A., & PERRY, A. G. (2006). Fundamentos de Enfermagem - Conceitos e Procedimentos (5ª ed.). (L. C. Leal, & I. M. Ligeiro, Trads.) Loures, Portugal: Lusociência.