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Pneumologia. Simpósio aborda emergência em pneumologia. Incidência de tuberculose é alta na Bahia. Ações contra o tabagismo. DPOC - doença subestimada

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(1)

P n e u m o l o g i a

Jornal Baiano de

I N F O R M E D A S O C I E D A D E D E P N E U M O L O G I A D A B A H I A | A N O I I | N º 0 2 | A G O S T O 2 0 0 8

Incidência de tuberculose

é alta na Bahia

Ações contra o tabagismo

DPOC - doença subestimada

e negligenciada

Simpósio aborda

emergência em

pneumologia

3 4 7

(2)

D

ados do DATASUS registram aproximadamente 270 mil hospitalizações, com 33 mil óbitos anu-almente, e gastos estimados em 100 milhões de reais aos cofres públicos. Dados epidemiológicos atestam um crescimento de 340% desta enfermidade, entre os anos de 1980 e 2000.

Fato preocupante é que grande número de indivíduos com DPOC não são diagnosticados e/ou tem o diagnóstico tardiamen-te, devido ao caráter insidioso e pouco sintomático da doença em seus estágios iniciais, sendo os sintomas muitas vezes não valorizados pelos próprios pacientes e, às vezes, pelos médicos. Aliado a este fato, a grande maioria dos portadores de DPOC são pessoas de baixa renda e escolaridade, com difícil acesso aos serviços médicos.

A realidade é que estes pacientes são tratados na emergência e/ou durante internamentos e não dão continuidade ao trata-mento, pois os poucos ambulatórios disponíveis especializados em DPOC não dispõem de recursos terapêuticos gratuitos específicos para controle da doença.

No âmbito geral, nossos doentes ficam cada vez mais doentes, necessitando cada vez mais das unidades de emergência e hospitalizações cada vez mais prolongadas, encarecendo de modo ascendente e assustador os custos hospitalares. É um ciclo vicioso, triste, mas verdadeiro.

A Sociedade de Pneumologia da Bahia, diante da gravidade da situação encaminhou às secretarias Estadual e Municipal da Saúde proposta para colaborar na elaboração e execução de um projeto, objetivando obter um diagnóstico precoce, fazer acompanhamento ambulatorial e oferecer terapêutica integral e multidisciplinar aos portadores de DPOC. Existem trabalhos nacionais demonstrando aspectos fármaco-econômicos positivos e favoráveis aos projetos de controle da DPOC.

A DPOC deve ser considerada uma Síndrome, pois apresen-ta fenótipos distintos, bronquite e enfisema, que envolvem vários órgãos sistêmicos, com grande repercussão na mor-bimortalidade.

Diante do exposto, aguardamos esperançosos uma mobilização ampla das secretarias Municipal, Estadual e do Ministério da Saúde, para solucionar ou ao menos amenizar esta complexa e grave doença, também social, chamada DPOC.

Guilhardo Fontes Ribeiro

Presidente da Sociedade de Pneumologia da Bahia

DPOC:

doença subestimada

e negligenciada

Desconhecida pela população e até mesmo por

médicos não especialistas, a bronquite crônica e o

enfisema pulmonar constituem a chamada “Doença

Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que hoje

representa um problema sério de saúde pública,

com grave impacto econômico e social.

EXPEDIENTE

Informativo da Sociedade de Pneumologia da Bahia (SPB) - Av. Oceânica, 551 - Ed. Barra Center - sala 112 - Barra - Salvador/BA - CEP: 40140-130 - Tel: (71)

3264-2427 - E-mail: spba@terra.com.br • Presidente: Guilhardo Fontes Ribeiro • Vice-Presidente: Almério Machado Júnior • Secretária para Assuntos Científicos: Tatiana Senna Galvão • Secretário Geral: Adelmir de Souza Machado • Secretária Adjunta: Lícia Marta Seroa Brandão • Secretária de Divulgação: Karla Portela Gramacho • Tesoureiro: Augusto Manoel Farias de Carvalho • Tesoureira Adjunta: Hermengada Andaluz Santos • Diretoria Defesa Profissional e Honorários

Médicos: Antônio José Pessoa da S. Dórea • Jornalista responsável: Gabriela Rossi - MTB 1417 (e-mail: txtcomunicacao@gmail.com) • Criação e Editoração Ele-trônica: Autor Visual Design Gráfico / Pery Barreto.

(3)

N

o Brasil, são registrados quase 100 mil casos, com cerca de 6 mil mortes. A Bahia está em terceiro lugar no país em número absoluto de casos, contabilizando cerca de 6.100 novos registros anualmen-te. Em função das estatísticas alarmantes da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou emergência mundial de tuberculose, definindo-a como uma enfer-midade reemergente, desde 1993. Apesar de ter cura, a doença matou 343 pessoas em 2007, apenas na Bahia. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretária de Saúde da Bahia (Sesab), 25 municípios do estado precisam prioritariamente de ações para intensificar o controle da tu-berculose. A DIVEP é responsável pelas ações de controle da doença no estado, promovendo capacitações específicas e monitorando a evolução epidemiológica, além de avaliar os indicadores definidos pelos programas Nacional e Estadual de Controle da Tuberculose.

De acordo com a Divep, o número de casos da doença, em todas as formas, vem caindo gradativamente na Bahia, entre 2001 e 2007, mostrando uma redução no coeficiente de incidência (ou risco de adoecimento) de 55,3/100.000 hab. para 34,4/100.000 hab. A maior queda foi re-gistrada de 2006 pra 2007, quando o número caiu de 6.068 casos para 4.838, reduzindo o coeficiente de incidência de 43,5/100.000 hab para 34,4/100.000 hab. A mortalidade também caiu do ano de 2006 para 2007. Em 2006, 405 pessoas morreram de tuberculose na Bahia, contra 343, em 2007. Segundo a coordenadora do Programa de controle à Tuberculose no Estado, Rosângela Palheta, a redução está clara, “mas não podemos afirmar as causas desta redução e nem generalizar, já que cada município apresenta uma situ-ação diferente, principalmente no alcance

das metas estabelecidas pelo Programa”. O Projeto Saúde Bahia tem o objetivo de aumentar os índices de cura e reduzir a mortalidade, através da capacitação dos profissionais da área nos municípios com maiores dificuldades de alcançar as metas. O controle da tuberculose é uma ação básica de saúde, sob a responsabilidade de cada município, que deve assegurar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado até a cura. Segundo Rosângela Palheta, cada município tem que fazer a busca dos casos, examinando pelo menos 1% da população que tenha sintomas de doenças respiratórias. “O objetivo é de-tectar 70% dos casos esperados nas pes-soas examinadas para, a partir daí, tratar e acompanhar o paciente até a cura”, afirma. Nas diversas regiões da Bahia, as Unidades Básicas de Saúde estão capacitadas para detectar os casos suspeitos e orientar os pacientes para os procedimentos ne-cessários à confirmação do diagnóstico. Em Salvador, são cerca de cem unidades capacitadas. Nos casos mais graves, que são diagnosticados tardiamente ou existem patologias associadas como o alcoolismo, hepatopatias ou nefropatias, o Hospital Octávio Mangabeira é a referência esta-dual para doenças pulmonares, incluindo a tuberculose.

Para alcançar as metas, é preciso forta-lecer a atenção básica à saúde, ampliar a estratégia do Programa Saúde da Família, estruturar o apoio diagnóstico laboratorial e expandir o tratamento supervisionado. De acordo com a coordenadora da Divep, o governo assegura o acompanhamento do paciente, para que ele não interrompa o tratamento antes dos seis meses de duração. Ela acredita que para que os índices continuem caindo é preciso haver cooperação por parte da sociedade, de outras secretarias do Estado e de ONGs, com a execução de ações intensivas, para que o controle seja mais efetivo.

Como forma de mobilizar a sociedade no combate a essa enfermidade, foi criado o Fórum Baiano de Combate à Tuberculose, em 2007, com a participação e apoio de entidades como a Pastoral da Criança, Fundação José Silveira, UNEGRO, GAPA, Associação de Moradores de Cosme de Farias, Associação Damien do Brasil, RNP +, ARCBO, Pastoral da Saúde, SESAB e Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, entre outros.

ORIENTAçõES

PARA A

POPUlAçãO

A

tuberculose é considerada um problema de saúde pública, com profundas raízes nas desigualdades sociais e econômicas. Em março deste ano, como parte da mobilização alusiva ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, a Sociedade de Pneumologia da Bahia esteve à frente da palestra realizada no dia 26 de março, no Posto de Saúde Orlando Imbassahy, no Bairro da Paz, sobre o tema “Importância da prevenção, diagnóstico precoce e manutenção do tratamento na tuberculose”. Foi uma iniciativa de ampla repercussão junto à comunidade local, que atraiu pacientes do posto de saúde e seus familiares e cidadãos interessados em saber mais sobre a doença e as formas de combatê-la.

Terceiro lugar

em

número de casos

Um terço da população mundial tem

tuberculose e três milhões de pessoas

morrem, por ano, por causa da doença

em todo o mundo.

(4)

MESA REDONDA – ASMA GRAVE

Coordenador: Dr. Adelmir Machado

09:00 – 09:20 Diagnóstico diferencial e critérios de gravidade.

Palestrante: Dr. Guilhardo Fontes

09:20 – 09:40 Abordagem Terapêutica na UTI.

Palestrante: Dr. Augusto Farias

09:40 às 09:50 Perguntas

MESA REDONDA – INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Coordenador: Dr. Antônio Dórea

09:50 – 10:20 Abordagem do paciente com obstrução da vias áreas

superiores.

Palestrante: Dr. Antônio Penna

10:20 – 10:40 Algoritmo de via aérea difícil.

Palestrante: Dr. Ricardo Azevedo

10:40 – 10:50 Perguntas

INTERVALO

MESA REDONDA - EDEMA AGUDO DE PULMÃO

Coordenador: Dr. Enéas Carvalho

11:05 – 11:25 Abordagem diagnóstica e diagnóstico diferencial

(Terapêutica na Emergência)

Palestrante: Dr. Gilson Feitosa Filho

11:25 – 11:45 Tratamento

Palestrante: Dr. Rosembert Mamédio

11:45 às 11:55 Perguntas

12:00 – 13:30 Simpósio Satélite – Conceito Smart. (Astrazeneca)

MESA REDONDA - TROMBOEMBOLISMO

PULMONAR

Coordenador: Dra. Maria de Lourdes Bastos

14:00 – 14:20 Novas perspectivas no diagnóstico da TEP.

Palestrante: Dr. Jorge Pereira

14:20 – 14:40 Anticoagulação e trombolíticos em pacientes

de risco.

Palestrante: Dr. Octávio Messeder

14:40 – 14:50 Perguntas

MESA REDONDA – PNEUMONIAS

Coordenador: Dra. Karla Gramacho

14:50 – 15:20 Pneumonia Grave Adquirida na Comunidade e sepse

grave: A luta contra o relógio.

Palestrante: Dra. Raquel Hermes

15:20 – 15:40 Pneumonias no Imunossupresso.

Palestrante: Dr. Antônio Carlos Lemos

15:40 – 16:00 Pneumonia Aspirativa: Importância de anaerobio

Palestrante: Dr. André Guanaes

16:00 – 16:10 Perguntas

16:10 – 16 :25 INTERVALO

Os aspectos mais relevantes e os enfoques mais

atuais acerca dos procedimentos de emergência

em pneumologia serão discutidos no Simpósio

realizado pela Sociedade de Pneumologia da

Bahia (SPB) em outubro. É a oportunidade de

atualizar seus conhecimentos sobre abordagens

terapêuticas e desafios na prática clínica.

Confira a programação abaixo e faça logo sua

inscrição – é só entrar em contato com a ST

Eventos, pelo telefone (71) 21079683.

Atualização

em emergência

SimpóSio de emergência em pneumologia

dia 17/10/2008 – Sexta-Feira

(5)

MESA REDONDA - SARA

Coordenador: Dr. Renato Freitas

16:25 – 16:45 Limitações no diagnóstico de SARA.

Palestrante: Dra. Maristela Machado

16:45 – 17:05 Estratégias de ventilação invasiva e não invasiva

no SARA

Palestrante: Dr. Rogério Passos

17:05 – 17:25 Abordagem baseada em evidência.

Palestrante: Dr. César Machado

17:25 – 17:35 Perguntas

dia 18/10/2008 - Sábado

MESA REDONDA – TEMAS DE

INTERESSE GERAL

Coordenador: Dra. Tatiana Galvão

08:00 – 08:20 Hemoptise Maciça: Abordagem inicial e diagnóstico

diferencial

Palestrante: Dr. Guilherme Montal

08:20 – 08:40 Bronquiectasias infectada e abscesso pulmonar:

Tratamento clínico

Palestrante: Dra. Maria Angélica

08:40 – 09:00 Bronquiectasias: Opções da terapêutica cirúrgica

Palestrante: Dr. Sérgio Tadeu

09:00 – 09:10 Perguntas

09:10 – 09:25 INTERVALO

MESA REDONDA – TEMAS DE INTERESSE GERAL

Coordenador: Dr. Marcelo Oliveira

09:25 – 09:45 Dor Torácica na Emergência: Avaliação diagnóstica

Palestrante: Dr. Gilvandro Rosa

09:45 – 10:05 Pneumotórax Hipertensiva: Diagnóstico e tratamento

Palestrante: Dr. Leandro Públio

10:05 – 10:25 Mediastinite Aguda: Diagnóstico e tratamento

Palestrante: Dr. Gustavo Fortunato

10:25 – 10:50 Tratamento da exacerbação grave da DPOC

Palestrante: Dra. Margarida Neves

10:50 – 11:00 Perguntas

11:00 – 12:00 Discussão de Casos Clínicos na Emergência

Coordenadora: Dra. Rosângela Melo e Dr.

Jamocyr Marinho

FÓRUM NORDESTINO PARA O

CONTROLE DA DPOC

Participantes: Todos os presidentes das Sociedades

da especialidade do Norte-Nordeste

(presenças a confirmar).

Obs: A relação de palestrantes está sujeita a

eventuais alterações

Evento

é um sucesso

A consistência e a qualidade científica das apresentações foram destacadas

pelos participantes do III Simpósio de Doenças do Inverno, realizado

pela Sociedade de Pneumologia da Bahia neste primeiro semestre. Os

palestrantes convidados divulgaram aspectos de extrema importância para o

tratamento das doenças que mais acometem a população no período mais

frio do ano. Estamos te aguardando no próximo Simpósio!

(6)

P

orque, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ta-bagismo é a principal causa de morte evitável em todo mundo; uma doença crônica, epidêmica, contagio-sa (tabagismo passivo) transmissível através da propaganda e publicidade.

De acordo com dados do Banco Mundial, cerca de 100 mil jovens começam a fumar a cada dia no mundo. A grande maioria (90%) dos fumantes começa a fumar aos 19 anos de idade, sendo 15 anos a idade média de iniciação, numa fase de construção de personalidade em que estão susceptíveis às mensagens e exemplos ao seu redor. Essencial-mente, a indústria do tabaco desen-volve publicidade de seus produtos voltada para os jovens, seu público alvo predileto, estimulando-os a fumar, seduzidos por códigos e símbolos do mundo adulto. Nas propagandas, a imagem da marca de cigarro é sempre positivamente associada a idéias de sa-tisfação, elegância, virilidade, excitação e atitudes heróicas, exercendo um forte apelo entre os adolescentes. Outros fatores, tais como aceitação por grupo de amigos fumantes, pais e ído-los fumantes, também podem colaborar para que o jovem passe a experimentar cigarros, tornando-os, em um futuro próximo, um dependente de nicotina. Por tudo isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica.

A constatação de que a nicotina é droga fez com que a OMS incluísse o tabagismo no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrente do uso de substâncias psicoativos na Décima Revisão da Classificação Internacional das Doenças (CID – 10).

A dependência à nicotina obriga os fuman-tes a se exporem cronicamente à cerca de 4.720 substâncias tóxicas, fazendo com

artigo

Dia Mundial

sem Tabaco

Por que o Projeto de lei que proíbe o tabagismo em

ambientes públicos fechados deve ser aprovado em nosso

Estado como já aconteceu nos Estados do Rio de Janeiro,

São Paulo e Pernambuco?

que o tabagismo seja um fator causal de aproximadamente 50 doenças, entre elas, vários tipos de câncer (pulmão, laringe, fa-ringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero), doenças do aparelho respiratório (DPOC (enfizema e bronquite crônica), asma infecções respi-ratórias, doenças cardiovasculares, angina, infarto agudo do periocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular ce-rebral e tromboses.

O tabagismo influencia negativamente a saúde sexual e reprodutiva dos adultos em seus vários aspectos, desde a impotência masculina, assim como reduz em 40% as chances de a mulher engravidar.

Um dos lados mais perversos do taba-gismo é que tem se concentrado nas populações de baixa renda e nível de es-colaridade inferior, que têm menor acesso à informação, educação e saúde. Segundo o Banco Mundial, o tabagismo agrava a fome e a pobreza, pois muitos pais de família deixam de alimentar seus filhos para comprar cigarros, devido à dependência da nicotina, sendo que em alguns países pobres é mais barato com-prar cigarro do que alguns alimentos. Além dos danosos efeitos para os fuman-tes, o tabagismo atinge também os não fumantes, os denominados fumantes

pas-sivos, com grande repercussão principal-mente na saúde das crianças e idosos. Devido à toxidade do consumo do fumo, o total de mortes no mundo decorrente do tabagismo é de 5 milhões de pessoas ao ano atualmente. Se nada for feito para controlar esta pandemia, calcula-se que este número deverá chegar a 10 milhões de mortes, no ano 2.020.

No Brasil, são estimadas, hoje, cerca de 200 mil mortes por ano em conseqü-ência do tabagismo. Por conta desses dados alarmantes, a OMS considera o tabagismo, a maior causa isolada evitável de morte precoce em todo mundo, representando um dos mais graves problemas de saúde pública dos tempos atuais.

O fumante é um dependente de ni-cotina que necessita de apoio e de respeito para superar a dependência química. Para isso, deverá receber tratamento especializado. O fuman-te deve procurar seu médico, pois ele certamente saberá como ajudar a vencer esse desafio e esclarecer os enormes benefícios da abstenção do fumo. O tabagismo prejudica fumantes, não fumantes e o meio ambiente. Portanto, campanhas de esclarecimento sobre as vantagens da abstenção do fumo devem ser exercidas e apoiadas por todos os cidadãos com compromisso social com o bem-estar e a saúde coletiva.

O tabagismo atualmente na Bahia tem o menor índice no Brasil (segundo a VIGETEl), graças não apenas às cam-panhas do Governo, mas às camcam-panhas feitas pelas instituições voluntárias de combate ao fumo.

Guilhardo Fontes Ribeiro

Presidente da Sociedade de Pneumologia da Bahia Professor Adjunto da Escola Bahiana

(7)

Combate ao

tabagismo

AçõES DE

IMPACTO

SOCIAl

A Sociedade de Pneumologia da Bahia (SPB) participou ativamente da programação de atividades que marcou a passagem do Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio. No dia 28 do referido mês, o pneumologista Guilhardo Ribeiro fez uma palestra intitulada “Fumo, prazer e dor”, para estudantes e moradores do bairro da Paz, no posto médico Orlando Imbassahy.

No dia 04 de junho, a Secretaria Estadual de Saúde e a Sociedade de Pneumologia da Bahia promoveram uma manifestação pública na Praça Municipal, no Centro de Salvador, mobilizando a juventude contra o tabagismo.

A mobilização pública, realizada com apoio do Colégio Estadual Severino Vieira, do professor Deraldo Ferreira e da coordenadora do Programa Estadual de Controle do Tabagismo da Sesab, Terezinha Paim, incluiu a distribuição de folders e panfletos com mensagens educativas, palestra, exposição de faixas e cartazes e apresentação de grupos de dança e de música. À noite, Dr. Guilhardo Fontes Ribeiro fez uma palestra sobre os danos causados pelo tabagismo para estudantes e educadores, no auditório do Colégio Severino Vieira.

E

m 1987, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a data 31 de maio como o Dia Mundial sem Tabaco. No ano seguinte, as ações de controle do tabagismo começaram na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Em 1999, a Sesab implantou o Programa Estadual de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do Câncer (PECT). “Desde então, vários municípios já foram capacitados para atender grupos de fumantes, com o objetivo maior de reduzir a mortalidade relacionada a doenças causadas pelo hábito de fumar”, informa a coordenadora do PECT, Terezinha Paim.

O PECT está vinculado à Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa/Divep) e ao programa correspondente no âmbito federal do SUS, coordenado nacionalmente pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde. Em Salvador, as ações contra o tabagismo são realizadas no CETAD e em unidades municipais do SUS. “Pesquisas realizadas pelo VIGIEscola/INCA mostram que Salvador é uma das capitais com menor prevalência de fumantes entre escolares. Entre as duas primeiras causas de morte na capital baiana encontram-se as doenças do aparelho circulatório e neoplasias, cuja proporção significativa está relacionada com o hábito de fumar”, diz Terezinha Paim.

O Programa desenvolvido pelo Estado tem o objetivo de promover a saúde e estilos de vida saudáveis, reduzir o número de fumantes, desestimular a iniciação dos jovens ao tabagismo, proteger a população contra a exposição tabagística ambiental, além de promover e apoiar o fim deste mau hábito. O programa envolve ações educativas e campanhas como a Saber Saúde, realizada em ambientes de trabalho e em datas marcantes, como o Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio), Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) e Dia Mundial de Combate ao Câncer (27 de novembro).

Além destas atividades, são organizadas ações econômicas, assistenciais e de vigilância e pesquisa. “O apoio medicamentoso pode ser realizado por qualquer unidade de saúde pertencente ao SUS, após capacitações específicas executadas pela equipe do PECT, conforme preconiza o INCA/MS, desde quando credenciada para o atendimento ao fumante no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)”, afirma Terezinha Paim. A ampliação do programa depende de maior aporte de recursos e da capacitação de profissionais de saúde.

Pesquisas realizadas pela Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde revelam que cerca de 70% dos entrevistados desejam se submeter ao tratamento para largar o vício de fumar, o que é muito positivo para a evolução do programa. Os dados mostram também uma redução de mais de 50% do número de fumantes em todo o Brasil, entre os anos de 1989 e 2005. A coordenadora do PECT observa que há uma desigualdade entre os grupos sociais e que as classes menos favorecidas apresentam maiores taxas de incidência deste hábito. “Esses grupos merecem uma prioridade maior nas ações futuras

a serem organizadas pelo governo”, observa.

O Brasil assinou a Convenção Quadro, Tratado Interna-cional voltado para o controle do tabagismo. O acordo compreende a substituição da cultura do fumo por outras agriculturas alternativas e prevê, ainda, o aumento dos impostos e preços dos produtos comercializados pela indústria do tabaco. A principal meta é desestimular a população a comprar e fazer uso do cigarro.

O tabagismo é responsável por cerca de 200 mil

mortes por ano, no Brasil. Em 1987, a Organização

Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu o dia 31 de

maio como o Dia Mundial sem Tabaco.

(8)

PORTAl É REFERêNCIA EM

DOENçAS RESPIRATóRIAS

U

m site mais ágil, com navegação simplificada e maior interatividade com os usuários. Assim é a nova “cara” do site da SBPT (www.sbpt.org.br). De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Dr. Antonio Carlos Moreira lemos, a proposta é aprimorar cada vez mais este canal de comunicação, transformado em um portal de referência em doenças respiratórias.

Além da concepção mais moderna, o site teve seu conteúdo ampliado. O usuário dispõe de uma gama diversificada de materiais, incluindo artigos de brasileiros publicados no exterior, casos clínicos, temas em revisão, banco de teses, aula em destaque e oportunidades de emprego. Entre outros serviços, o médico conta com Simpósios on-line e pode inscrever-se nos eventos da SBT pela internet.

Um dos avanços de destaque é a criação de páginas específicas para cada Comissão, Departamento e sociedades estaduais de Pneumologia, constituindo uma completa rede de informações.

Fortalecimento da

residência médica

O trabalho desenvolvido pela Sociedade

Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)

e suas afiliadas tem contribuído para divulgar a

especialidade e, conseqüentemente, aumentar

o interesse pela residência médica.

A

lém de difundir a prática da Pneumologia, a SBPT também vem promovendo uma ampla discussão so-bre a formação atual dos médicos. “A realização do I Fórum de Ensino da Pneumologia foi uma importante iniciativa para aprofundar o debate e contribuir para o avanço da formação e do exercício da pneumologia”, ressalta Dr. Sérgio Saldanha Menna Barreto, diretor de Ensino e Exercício Profissional da SBPT (DEEP), responsável pela organização do evento. Na avaliação de Dr. Menna Barreto, é importante não só a valori-zação e a divulgação da especialidade, mas assegurar a preparação adequada dos especialistas. “Tivemos a oportunidade de fazer uma

avaliação preliminar da situação atual dos programas de residência médica em pneumologia, baseada em informações colhidas junto a cerca de 60 programas reconhecidos pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM)”, informou o diretor.

Na ocasião do Fórum, o presidente da SBPT, Dr. Antonio Carlos Moreira lemos, enfatizou a prioridade da atual Diretoria em discutir o processo de formação dos pneumologistas. Ele disse que, “historicamente, a SBPT tem se preocupado com a educação médica continuada e quase nada com o processo formativo”. Em sua opinião, a entidade não deve se omitir em relação à necessi-dade de qualificação plena dos futuros especialistas.

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