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O CÍRCULO ANÔNIMO PROJETO DO CURTA-METRAGEM

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O CÍRCULO ANÔNIMO

PROJETO DO CURTA-METRAGEM

por

Bruno Medrado Gomes

Creditado como De Sorel

São Paulo, Brasil 2018

(2)
(3)

O presente documento trata-se apenas de uma amostra do projeto elaborado na pré-produção do curta-metragem homônimo, para fins de

portfólio do autor. Portanto, encontra-se incompleto e apenas com conteúdos de minha exclusiva autoria, não possuindo, por exemplo, textos com mais de uma autoria, documentos de direção de arte, cronogramas detalhados, e documentos técnicos no geral.

(4)

SUMÁRIO 1 OBRA………...……….………..03 2 AUTOR………...………...…03 3 PROJETO………..…...………...…...04 4 POR QUÊ?………...………….05 5 COMO?……….…………...….07 REFERÊNCIAS………...09 ANEXOS….………...10

ANEXO A - Declaração de Visão do Diretor...10

ANEXO B - Roteiro ………...21

(5)

Bruno Medrado Gomes

3 1 – Obra

Título: O Círculo Anônimo. Duração: 15min. (aprox.). País/Ano: Brasil/2018

Sinopse: Hakim é um pesquisador angolano cuja colocação no mercado de trabalho brasileiro não condiz com sua alta qualificação. Sua carreira profissional, no entanto, se torna um problema secundário quando seu tema de pesquisa revela um horror que atravessa décadas em segredo.

Gênero: Drama/Terror.

2 – Autor

Produtora: Garoa Filmes (Grupo Composto por alunos do 2º semestre de Produção Audiovisual da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação/FAPCOM)

Bruno Medrado: (creditado como De Sorel) Direção; Roteiro; Produtor de Elenco; Composição de Trilha Sonora.

Resumo Profissional: Profissional da área de Produção Audiovisual, cursando segundo semestre em tecnólogo, com disciplinas teóricas e práticas, sendo estas voltadas à roteiro, iluminação, tratamento de imagem, edição de vídeo, fotografia e estúdio televisivo. Boa desenvoltura com câmeras televisivas, prática de fotografia com Canon Rebel T3i, edição de imagens em Photoshop CC2017, escrita de roteiros, produção e desprodução de set.

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Email: brunofesp@hotmail.com / Tel.: (11) 95249-4515 / (11) 25867959

4 Experiência: Curtas: Reunião do Acaso (2017) – assistência de direção, roteiro e figurino; O Coletor (fotofilme; 2017) – roteiro, fotografia e edição. Além destes possuo experiência com roteiros de web série e histórias em quadrinhos.

Como profissional de Ciência da Informação possuo experiência em produção de exposições; gestão e produção de acervo corporativo de obras de arte, com destaque para rotina administrativa e logística de produção; bibliotecas especializadas e universitárias e arquivos corporativos.

Para mais informações consulte o currículo.

3 – Projeto

O projeto O Círculo Anônimo trata-se de um curta-metragem ficcional, concebido a partir do tema proposto, Invisibilidade Social, centrando-se no recorte A Violência Contra o Negro, por escolha do grupo que compõe a produtora Garoa Filmes. A partir desta orientação temática, a pesquisa se deu na linha de Narrativas, Memória e Identidade ao se valer de fatos históricos, um tanto quanto obscuros, como base para criação de uma trama fictícia de terror.

O caso em questão é a descoberta de simbologia nazista em antigas construções de uma fazenda no Município de Campina do Monte-Alegre/SP, inicialmente revelado pelo desmanche acidental de uma parede onde constatou-se a suástica presente nos tijolos que ficaram expostos. A informação chegou ao historiador Sidney Aguilar Filho, que ao se aprofundar no caso, trouxe a tona uma realidade muito mais obscura envolvendo a transferência de crianças negras órfãs do Rio de Janeiro para esta fazenda pertencente a irmãos que além de serem membros da “Câmara dos Quarenta”, um dos órgãos superiores da Ação Integralista Brasileira, eram também nazistas declarados, isso em meados das décadas de 1930-40. Lá, as crianças órfãs eram submetidas a cárcere, uma vez que não eram livres para deixar a fazenda, e trabalho escravo regido por autoritarismo cruel.

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Bruno Medrado Gomes

5 Isolados do restante da comunidade estiveram sob tutela real de capangas armados a chicote, palmatória, punhal, cães de guarda e armas de fogo. Impedidos de livre circulação estiveram submetidos à agressão, abuso físico, ao constrangimento moral, ao cárcere e a fome como forma de castigo às resistências, desobediências e transgressões. (AGUILAR FILHO, 2011, p. 24)

Partindo deste fato histórico, deu-se forma a uma obra cinematográfica pop, aceitando o desafio de entreter e ao mesmo tempo manter a relevância do universo ficcional criado. A história retrata alguns dias na vida de Hakim Zowa, um imigrante angolano que vem ao Brasil para fazer doutorado e encontra ocupação profissional aquém de seu vasto preparo profissional. Mas as coisas mudam para ele quando sua pesquisa cientifica – abordando a presença nazista em São Paulo, passando especialmente pelo caso real que inspira a trama – se cruza com o sumiço de imigrantes haitianos ilegais, caso investigado por Gil, uma companheira de pós-graduação.

4 – Por quê?

A escolha de abordar a questão da invisibilidade que dá guarda para que a população negra seja vitima da violência, em suas diversas expressões – através do principio real da fazenda nazista trazendo a trama para desdobramentos ficcionais nos tempos atuais – nos permite, privilegiadamente, traçar, em poucos minutos de duração e com simplicidade, um paralelo entre a atual condição de invisibilidade do negro com o processo histórico que permitiu o desenvolvimento de tal desigualdade social, sob a prerrogativa de instigar no público a percepção de uma relação clara e indissociável deste processo histórico como condição para pensar e se posicionar diante dos desafios da atualidade.

Esse processo histórico vislumbrado na compacta trama se refere num primeiro momento com as gerações de negros que chegam ao Brasil, na condição de escravos; num segundo momento com as políticas eugenistas que

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Email: brunofesp@hotmail.com / Tel.: (11) 95249-4515 / (11) 25867959

6 estigmatizaram aqueles descendentes africanos mesmo após a abolição da escravidão e permitiu, dado seu impacto no senso comum, que toda sorte de violências fossem impostas diante dos olhos de toda a sociedade brasileira, ponto este em que se encaixa a fazenda nazista de trabalho escravo; e por fim, num terceiro momento, a condição em que ainda nos encontramos hoje, particularmente retratada, na obra, pelo impacto do racismo no mercado de trabalho, que opera de modo a manter essa população às margens no mapa das desigualdades.

Felizmente, racismo, preconceito e representatividade são temas que têm cada vez mais assumido as pautas do debate público, reverberando na produção cultural massificada, de forma um tanto quanto inédita, no que se refere a quantidade de obras produzidas nestes últimos anos da cultura pop.

Dito isso, O Círculo Anônimo se apoia especialmente no caso do filme Corra! (PEELE, 2017) do diretor Jordan Peele. Trata-se de um filme de terror, de orçamento modesto, conforme a especialidade da produtora Blumhouse Productions, que desde o lançamento de Atividade Paranormal têm se destacado nesse tipo de cinema. O roteiro de Peele – que foi premiado no Oscar, poucos anos depois da polemica hashtag #Oscarsowhite, que clamava por maior diversidade na premiação do cinema estadunidense – traz a questão do racismo velado sem tentar com seu filme criar um tratado acadêmico do tema, a exemplo de obras explicitamente politizadas como Quanto vale ou é por quilo? do brasileiro Sérgio Bianchi. Para Peele, parece valer a pena criar um cinema popular, com uma capacidade de inserção mais ampla, para veicular seu conteúdo. O sucesso monumental do filme da Marvel, o Pantera Negra, vem somar a esta feliz tendência por uma busca de equilíbrio entre relevância e entretenimento com foco no alcance de veiculação de sua mensagem.

Está é a mesma força que move nosso curta-metragem. E é fácil compreender, ciente do fato histórico tomado como ponto de partida para a obra, a escolha por fazê-lo através do cinema de terror. O cinema de horror, entre o fetichismo e a denuncia, vai direto ao ponto.

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Bruno Medrado Gomes

7 5 – Como?

Obra audiovisual a ser concebida é o curta-metragem O Círculo Anônimo, um filme de terror, vinculado ao subgênero slasher, em que assassinos mascarados perseguem suas vitimas, usualmente um grupo de amigos. A escolha foi tomada de forma natural, no processo de pesquisa, uma vez que havia o objetivo de criar um vilão que pudesse personificar o racismo, um personagem cuja imagem suscitasse uma sensação tão incomoda e execrável quanto o vislumbre de imagens de membros do Ku Klus Klan. Ao passo que, a ideia de simplesmente se apropriar da mascara pontiaguda característica do grupo KKK, poderia soar pouco inventiva, clichê e até alienante, uma vez que o grupo e sua indumentária não existiu no Brasil, por outro lado o valor deste signo transcende a questão histórica estadunidense se fazendo presente e reconhecível na linguagem simbólica mundial, o que faz com que seu uso invoque leituras decodificáveis mesmo para o publico brasileiro, e assim o curta-metragem se apoio deste sentimento inconsciente que a imagem, retrabalhada, invoca.

Diante desta dualidade, o tradicional capuz KKK é substituído por um saco, apenas, cujo a inspiração vem de clássicos do cinema slasher como The Town That Deadred Sundow (, 1976) e Sexta-feira 13 parte 2 (MINER,1982). Que favoravelmente remete a questão racial, com estética rural, já que no centro da trama temos as fazendas de trabalho escravo.

Na trama, o protagonista morre duas vezes, na primeira a morte real, porem simbólica no universo ficcional, quando ele percebe que não lhe será permitido a escalada profissional, e consequentemente social, por conta de sua cor de pele. A segunda, sua morte vitimado pelo assassino slasher, real na realidade da ficção, no entanto, esta sim, uma morte simbólica. A nós, que estamos fora do universo do filme, ele morre uma única vez, vitimado pelo racismo e invisibilidade, que o torna estrangeiro, como se pleitear seu lugar na sociedade fosse usurpar o lugar de outro. O terror slasher representado na figura do assassino é tão somente a simbolização daquela morte anterior.

Dito isto, para aprofundar a imersão no universo mixado entre os processos do racismo com as particularidades brasileiras a um subgênero de cinema pop

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8 industrial, tomamos escolhas estéticas que possam transportar o público da obra para este universo de cinema de baixo orçamento e setentista. O reflexo disto aparece desde as escolhas da fotografia e posterior colorização, até detalhes como incluir um logo animado da produtora nos creditos iniciais do filme, remetendo a estética motion graphic da era VHS.

(11)

Bruno Medrado Gomes

9 REFERÊNCIAS

AGUILAR FILHO, Sidney. Educação, autoritarismo e eugenia: exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1940). Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, 2011.

ATHAYDE, Celso [et al.]. Cabeça de porco. Rio de Janeiro, Objetiva, 2005. PEELE, Jordan. Corra!. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=sRfnevzM9kQ&t=74s>. Acesso em 4 de abril de 2018.

MINER, Steve. Sexta-feira 13 parte 2. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=Qqmj12n7yYc>. Acesso em 4 de abril de 2018. PIERCE, Charles B. The town that dreaded sundow. Disponível em: <

https://www.youtube.com/watch?v=58ztPT6R5jo&t=26s>. Acesso em 4 de abril de 2018.

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10 ANEXO A – DECLARAÇÃO DE VISÃO DO DIRETOR

(13)

O CÍRCULO

ANÔNIMO

GAROA FILMES

Visão do diretor

(14)

O Círculo Anônimo

é

um filme curta-metragem de

terror do subgênero

SLASHER.

A história se passa em São

Paulo, nos dias atuais, mas

sua estética remete ao cinema

de terror setentista e oitentista,

auge dos slasher movies, mas

também de outros subgêneros

como casas assombradas.

No entanto, essa estética é

contextualizada com o tema de

invisibilidade social, com o

recorte da questão do

afrodescendente no Brasil e a

violência a qual são vitimados,

especialmente retratada pela

realidade laborial, traçando um

paralelo entre os primeiros

africanos, vindos na condição

de escravizados, associando

isso ao ideal eugenista, que

marginaliza os indivíduos por

sua cor de pele, mantendo-os

às margens das cidades após

a abolição da escravatura, e

traçando uma linha que liga

isso diretamente aos dias

atuais, em que imigrantes

haitianos vivem com amargor o

sonho de prosperidade em

solo brasileiro.

A grande sacada do roteiro é

trazer estes temas de

relevância em uma trama que

vale por si só, calcado na

concepção de um cinema pop,

e que permite a leitura por

camadas, do mero

entretenimento até temas

raciais cuja sugestão dá

abertura para o inicio do

debate.

(15)

Sinopse

Hakim é um pesquisador angolano cuja colocação no mercado de trabalho brasileiro não condiz com sua alta qualificação. Sua carreira profissional, no entanto, se torna um problema secundário quando seu tema de pesquisa revela um horror que atravessa décadas em segredo.

VHS

A obra deve transportar o público para o universo do pop obscuro dos Video Nasty, os filmes de horror sangrentos escondidos nas prateleiras das videolocadoras, apanhando pó até que o próximo adolescente o apanhe.

Os filmes

que mais

fortemente darão o tom a esta obra são os slashers:

SEXTA-FEIRA 13 PARTE 2 (Friday the 13th – part II 1982)

THE TOWN THAT DREADED SUNDOWN (1976)

ASSASSINO INVISIVEL (The town that dreaded sundown 2014)

A perfeita homenagem ao cinema setentista e oitentista de terror realizada pelo Ti West:

A CASA DO DEMÔNIO (The house of the devil 2009)

Um outro filme que aborda um círculo bizarro de pessoas, com

(16)

algumas similaridades com este curta é:

KILL LIST (2011)

Uma inspiração menos estética e mais conceitual, presente desde o inicio, é o vencedor do Oscar de melhor roteiro, de Jordan Peele:

CORRA! (Get out 2017)

Design

O motion graphic de apresentação da produtora Garoa Filmes, conforme já anunciado desde antes da ideia para o roteiro, também remete a cultura VHS. Para ter uma mostra do estilo, veja o vídeo que está com o link nas referencias, na penúltima página.

Também, a exemplo de A casa do demônio, o trabalho de imersão a este universo se apoia na escolha dos letreiros de creditos e título.

Na sequencia de inserts da cidade, logo após a sequencia inicial no banheiro, serão apresentados os creditos iniciais, exceto nome de atores.

O letreiro titulo a inserido ao final do filme, quando o olhar de Tasso dá lugar ao fade out em tela vermelha, onde entra os creditos dos atores e finais.

A principio, a ideia é que os letreiros usem a cor amarela,

propositalmente já utilizada neste documento

para dar o tom da obra. Obs.: não foi feita pesquisa de cores para a elaboração deste documento, ficando a cargo da direção de arte determina-las

(17)

Outros elementos

Dentro do universo dessa ficção, baseado na descoberta real de suásticas gravadas em tijolos de uma antiga construção em uma fazenda do interior de São Paulo, a pesquisa leva à estética totalitarista, fascista, nazista.

Nesta fazenda, descobriu-se que órfãos negros eram mantidos escravos, em plena década de 40.

Documentário Menino 23, sobre o caso, também encontra-se link nas referencias, a penúltima página.

Um grupo de extrema direita atuante brasileiro, o Nacional Democracia – DAP, cujo membro foi fotografado ao lado de Jair Bolsonaro ostentando insígnias nazistas na vestimenta, utiliza como

escudo (1) uma possível variação da suástica nazista (2) ou da cruz do sol escandinava (3). Compare nas imagens.

(1)

(2)

(18)

Vilão

A primeira imagem que vem a cabeça quando se pensa em um vilão racista, além dos nazistas, certamente é a do uniforme da Ku Klus Klan. É, portanto, uma referencia muito obvia, o que provavelmente soaria pouco criativo se apenas transposta para o personagem do assassino.

Mas com este ponto de partida, é possível buscar nos próprios slashers uma variação do visual KKK.

O assassino com saco na cabeça primeiro surge em The town that dreaded sundown, de 1976, e reaparece em Sexta-feira 13 – parte

2, em 1982, antes do icônico personagem Jason Vorhees encontrar a mascara que o imortalizou no terceiro filme da franquia.

Complementando o visual a ideia é que o personagem tenha desenhado à mão no saco, acima do espaço entre os dois olhos (na testa) uma variação entre o escudo da DAP e a cruz do sol escandinava, conforme apresentado anteriormente. Referencia para o tipo de grafia, ver Kill List.

Vale lembrar que o título da obra faz relação direta, mas não

exclusiva, com este símbolo na testa.

O uniforme integralista pode surgir, opcional-mente, como inspiração, mas não como referencia direta na obra, uma vez que o ideário integralista não admitia a ideia de racismo, em contradição à influência nazista, e aos próprios membros.

(19)

Personagens

O protagonista Hakim será interpretado por Anderson Claudir.

A vaga do principal coadjuvante, Gil, foi preenchida por Juliana Jesus.

O Supervisor será interpretado por Renan Ferraz.

Sanjay deve ser interpretado por Jean Baptiste.

Ainda estão a definir atores para interpretar o Professor e a Esposa. Esta participa apenas com voz, o que não deve ser um problema. O ideal é que possua sotaque, mas não é prerrogativa obrigatória.

(20)

O personagem Tasso, o antagonista, será interpretado por Leonardo Jorgaewicz.

Encerrando, temos os dois assassinos, ainda com vaga em aberto.

Seita (1) e grafia do simbolo (2) em Kill List.

(1)

(21)

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Todas as IMAGENS usadas neste documento, e muitas outras mais, estão na pasta de Pinterest: https://br.pinterest.com/fruits_br/o-c%C3%ADrculo-an%C3%B4nimo/

Para saber mais de SUÁSTICAS: http://www.wikiwand.com/pt/Su%C3%A1stica

Para saber mais sobre Video Nasty: https://en.wikipedia.org/wiki/Video_nasty

Motion Graphic: https://www.youtube.com/watch?v=h6ldydOxffM&t=1178s

Documentário Menino 23: https://www.youtube.com/watch?v=eaZwW1wUE9o

Os CRÉDITOS de abertura de A CASA DO DEMÔNIO:

https://www.youtube.com/watch?v=dsSZGTeyM_Q

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=AtXtSGRV0xc

CENAS de SEXTA-FEIRA 13 – Parte 2:

https://www.youtube.com/watch?v=YfHdpLKFwuM https://www.youtube.com/watch?v=JBaEsopCseE

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Qqmj12n7yYc

TRAILERS de THE TOWN THAT DREADED SUNDOWN. 1976: https://www.youtube.com/watch?v=58ztPT6R5jo

2014: https://www.youtube.com/watch?v=iFnQ250vdAg

Trailer de CORRA!: https://www.youtube.com/watch?v=sRfnevzM9kQ

Trailer de KILL LIST: https://www.youtube.com/watch?v=aqkqF--v1tg

(22)
(23)

Email: brunofesp@hotmail.com / Tel.: (11) 95249-4515 / (11) 25867959

21 ANEXO B – ROTEIRO

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O CÍRCULO ANÔNIMO By De Sorel De Sorel 2018 Garoa Filmes 2018 fruits_br@hotmail.com 172145@sou.fapcom.edu.br

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01 INT. BANHEIRO DA EMPRESA - TARDE

HAKIM, 32, homem negro, de porte e carismático, está utilizando um dos mictórios do banheiro da empresa, que ainda possui cabines individuais, sendo que uma delas tem a porta fechada. SUPERVISOR, 34, entra no banheiro e dirige-se a outro mictório. Ele é um homem branco, de barba bem feita, distinto.

SUPERVISOR

Chega né Hakim. Tô moído, cê num tem noção. Num vou nem tomar banho, chegar em casa, vou pegar umas

brejas e dormir no sofá, te juro. HAKIM

Eu vou pra pós ainda, acredita?

Hakim termina de urinar e se dirige ao lavabo. SUPERVISOR

Porra Hakim, você é um intelectual. Lá na Angola você devia ser rico, tá fazendo o que aqui bicho nessa porra?

HAKIM

É nada, man. Brasil que é bom.

Supervisor também dirige-se ao lavabo, enquanto Hakim joga água no rosto.

SUPERVISOR

Eu falei pros chefão que foi você que atendeu o russo.

HAKIM É mesmo, e ai?

SUPERVISOR

Na hora os caras ficaram loucos, meu. Cara, ninguém fala direto com ele, só com os funcionários dele. Dai eu falei que você conversou em russo fluente com o cara, cê tinha que ver, o olhinho deles até

brilhou, porque ele já mandou um email que vai tá em São Paulo na próxima semana, e a gente vai

mandar um funcionário pra levar as papeladas pra ele assinar, só pra fazer uma média.

(26)

CONTINUED: 2.

HAKIM

É nada! Sério mesmo? SUPERVISOR

Tô falando, isso ai rendeu. Mas agora vou te falar uma coisa em off. O cara que vai levar a

documentação vai ser promovido pra analista pleno.

HAKIM

Puts man, bem que você podia me jogar nessa hein?

SUPERVISOR

Já mandei minha indicação. HAKIM

Aaahh. E quem foi? SUPERVISOR

Quem é o único cara que fala russo nessa porra toda?

Hakim surpreende-se positivamente. Principia-se a comemorar, mas o ruído da descarga de uma das cabines e o Supervisor interrompe-o. Ambos permanecem rindo, mas não tocam mais no assunto, quando a porta se abre e TASSO, 24, sai da cabine. O jovem tem barba rala, cabelo maior que o usual na equipe da empresa, branco, de aspecto sulista, de expressões

contidas.

SUPERVISOR Eai Tasso, chega né?

Tasso sorri, o Supervisor joga o papel toalha com que secou as mãos na lixeira. Tasso toma seu lugar no lavabo, enquanto Hakim seca o rosto.

SUPERVISOR

Ai Tasso, cola nesse gringo aqui que ele pode te ensinar muita coisa hein.

Supervisor segue em direção à saída. SUPERVISOR

Até amanhã rapaziada. HAKIM

Falou.

(27)

CONTINUED: 3.

TASSO Falou.

Hakim atira o papel na lixeira e se despede. HAKIM

Vou chegar também Tasso, até amanhã.

TASSO Parabéns hein.

HAKIM

Você ouviu? Bom, por enquanto é só conversa né?. Pô, tomara.

Hakim acena, já girando o corpo para se retirar. Tasso olha para ele sorrindo.

TASSO Tomara.

Os olhos de Tasso continuam em Hakim se retirando, seu olhar é enigmatico.

02 EXT. INSERTS DA CIDADE - FIM DE TARDE

O olhar de Tasso se funde a tomadas da cidade, até se

dissipar. As cenas da cidade continuam, entra trilha sonora e creditos iniciais.

03 INT. BOTECO - FIM DE TARDE

GIL, 30, uma afrodescendente com visual street moderno, cabelo black, divide uma mesa no boteco com SANJAY, 25, um jovem haitiano.

GIL

Quantas vezes isso aconteceu? SANJAY

Ninguém sabe. Pelo o que me

disseram eu contei três vezes, mas pode ser mais, ninguém sabe.

GIL

E o visto humanitário? Ninguém foi atrás de tirar documentação?

(28)

CONTINUED: 4.

SANJAY

Eles falam que só tem emprego lá se for sem documentação, senão o

imposto não deixa. GIL

Você precisa avisar o pessoal lá do Acre que trabalho sem documentação não existe, ninguém tem garantia do que tá acontecendo, é até perigoso.

SANJAY

Eles já sabe que chegar aqui não tem emprego, eles dão emprego lá todo mundo quer, não adianta.

GIL

Sanjay, sem documento eles não existem.

04 INT. SALA DE AULA - NOITE

Sala de aula não muito cheia, alunos em silencio, alguns aparentam fadiga e sonolencia. Gil senta-se ao fundo, mais a frente temos Hakim, ambos colegas de classe mantem-se

atentos ao professor.

PROFESSOR

De modo que podemos dizer que a invisibilidade é o terror de ser ignorado, desassistido. No que se refere a violência, para esticarmos esse conceito de modo que possa parecer até um tanto confuso, se por um lado a vitima é invisivel para a sociedade, por outro, essa condição torna invisivel também o agressor, mas por outro sentido. Traçando uma analogia, nos filmes de terror, por exemplo, o assassino é na maior parte das vezes

invisivel enquanto observa sua vitima, e essa é exposta ao espectador como objeto do nosso fetiche pela violência.

Inversamente, o horror está em ser visto, e não ver.

O sinal toca, anunciando o término da aula.

(29)

CONTINUED: 5.

PROFESSOR

Hoje é isso pessoal. Na proxima aula a gente vai retomar a questão da invisibilidade social, não

esquecem de ler os capitulos que marcamos.

05 INT. CORREDOR - NOITE

Hakim caminha para a saída da faculdade. Atrás dele, Gil vem a passos largos para alcança-lo.

GIL

Fala Hakim, como é que tá meu? HAKIM

Eai Gil, como vão as pesquisas dos haitianos?

GIL

Porra, era bem isso que eu ia

trocar uma ideia contigo mano. Você falou que tá trampando em uma

importadora de tecnologia agricola. Eu tô buscando contato de algumas fazendas em Lago dos Cristais, no interior de São Paulo, dai queria ver contigo se você não tem

informação sobre isso. HAKIM

Pô Gil. A empresa que eu trabalho é a maior no ramo, se os caras

tiverem uma infraestrutura boa é bem possivel que eu tenha

informações no banco de

relacionamentos da empresa. Qual é o lance?

GIL

É uma coisa que me chamou atenção esses dias...

06 INT. CANTINA - NOITE

Esta cena se sobrepõe a anterior, criando a sensação de

passagem de tempo para a conversa. Ambos dividem uma mesa na cantina da faculdade, que neste momento não tem nenhum

cliente além deles.

(30)

CONTINUED: 6.

HAKIM Aaahn.

GIL

Você saca onde eu quero chegar? O que chamou minha atenção é esse lance de contratarem direto no

Acre, justamente a galera que ainda não tá legalizada e trazer pra São Paulo. Por que ir lá no Acre? Eles poderiam buscar os haitianos aqui no Glicério, tão tudo atrás de trabalho lá.

HAKIM

Podis crer, entendi sua ideia. Isso é que pros caras deve ser mais

barato se o cara tiver ilegal. É foda também Gil, os caras querem dar emprego, mas imposto no Brasil é puxado também.

GIL

Puta meu, eu não sei hein. Eu fico preocupada. O Brasil é foda Hakim, cê sabe, sua pesquisa cientifica num é do nazismo no Brasil? O Brasil é o país que teve o maior número de filiados ao Partido Nazista fora da Alemanha, aliás, São Paulo é o lugar que mais tinha. É um país filho da puta mano,

racista pra caralho. HAKIM

Ah não man, mas isso ai tem um contexto histórico. É por causa da migração alemã no sul, e eles se filiavam nem era por uma questão ideologica mesmo, era pelas

vantagens que poderiam ter disso, era tudo empresario.

GIL Pô, mas então.

HAKIM

É que isso ai tem a ver com o

periodo, não tem a ver com racismo. GIL

Você acha?

(31)

CONTINUED: 7.

HAKIM

É quente. Eu num tô trabalhando ai? Empresa líder no ramo, só os

branquelo engravatado, Você entra no prédio lá e parece que cruzou a fronteira com a Alemanhã, só os ariano pálido.

Ambos riem do tom jocoso com que Hakim fala dos colegas de trabalho.

GIL

Ah, então, mas ae, você acha que tá numa vaga condizente com seu

curriculo? Eu vejo você ai, é mô monstrão, poliglota e tal. Ah, desculpa falar, mas...

HAKIM (gabando-se)

O que, vou receber uma promoção ainda essa semana.

GIL

É nada. Quente mesmo? Aeeeee caralho, tá arrebentando então? Parabéns Hakim, caralho.

Gil cumprimenta Hakim espalmando ruidozamente. HAKIM

Tô te falando. Devagar vai tudo se ajeitando. Pegando essa vaga ai já posso chamar a patroa e meu muleque pra morar aqui no Brasil, comigo.

GIL

Ai é suave hein. Porra, fico feliz de ouvir isso.

07 INT. ESCRITÓRIO - DIA

O escritório é uma área comum repleta de estações de

trabalho sobre grandes mesas brancas. Não é possivel ver a luz do dia já que as janelas possuem grossas cortinas

baixadas para impedir que a luz do sol esquente o ambiente controlado por ar condicionado. Mas o ambiente é claro, com seu mobiliario, iluminação e paredes brancas. Hakim termina de executar uma ação no computador e apanha o celular.

(32)

CONTINUED: 8.

HAKIM

(mensagem de texto no Whatsapp)

Fala Gil! Aquela informação que pediu acabei de mandar no seu email. Dá uma olhada aí. Filtrei com o perfil que me deu, mas o primeiro cliente da lista tem mais potencial dentro dessas

caracteristicas, acho que é esse seu cara.

No extremo oposto a posição de Hakim na sala, é possivel ver o Supervisor trocar felicitações com Tasso.

GIL

(mensagem de texto no Whatsapp)

Porra Hakim, vc eh foda. Vou ver já e se vacila viajo pra lá hoje ainda de carro. Dependendo vou ficar uns 3 dias fora, quando voltar te pago uma breja, fechou?

Enquanto Hakim digita uma mensagem de volta para Gil, Tasso volta em sua direção.

HAKIM

(mensagem de texto no Whatsapp)

Fechado. Sucesso na investigação, crazy detetive.

Tasso toca o ombro de Hakim. TASSO

O chefe pediu pra você ir lá falar com ele.

Hakim responde já se levantando. Empolgado, deixa o

computador desbloqueado, com o resultado de sua pesquisa e o histórico de troca de emails com Gil na tela.

HAKIM Agora.

Tasso senta-se em sua posição de trabalho, loga no

computador, mas a informação no monitor de Hakim ao lado lhe chama a atenção, hesitante e discretamente ele se aproxima para averiguar.

Do outro lado da sala, Supervisor recebe Hakim.

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CONTINUED: 9.

SUPERVISOR

Hakim, aquela vaga que eu tinha falado já foi preenchida pelo Tasso, acabaram de me passar. Mas pode ficar tranquilo, essa é a primeira, tá sempre aparecendo, é assim mesmo. Eu recomendo né, mas a decisão vem lá de cima.

Em seu próprio computador, Tasso acessa informações sobre o cliente pesquisado por Hakim.

HAKIM E o russo?

SUPERVISOR

Ele vai encontrar o cara, contrataram interprete pra acompanhar o encontro.

HAKIM Entendi, tudo bem.

Tasso joga o nome completo de Hakim no Google. Surgem seus trabalhos acadêmicos "A presença nazista na Ámerica Latina" e "O recrutamento do regime nazista em São Paulo".

HAKIM

O Tasso é bom... mas nosso

curriculo é bem diferente né? É muito diferente.

SUPERVISOR

Eu sei Hakim, você é bem preparado. HAKIM

Então qual foi o critério?

Supervisor não consegue responder de pronto.

Tasso vê imagens do simbolo da DAP - Nacional Democracia, imagem de Bolsonaro ao lado de Marco Antonio dos Santos, vulgo Professor, em uma montagem com Hitler, comparando as insignias nos uniformes dos dois últimos. Tijolos com

suásticas.

08 INT. VAGÃO DE METRÔ

Hakim olha o subterraneo pela janela, cabeça enconstada no vidro.

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CONTINUED: 10.

ESPOSA

(VO - mensagem de voz)

Oi bebê. Como foi lá no trabalho? Deu tudo certo?

09 INT. ESCRITÓRIO - DIA

Tasso escreve um email, no assunto lê-se "Denuncia de Acesso Indevido ao Banco de Relacionamentos".

ESPOSA

(VO - mensagem de voz) Bebê, não esquece de mim. Muito trabalho? E as novidades?

10 INT. APARTAMENTO - BANHEIRO - DIA

Hakim escova os dentes observando o próprio reflexo no espelho.

ESPOSA

(VO - mensagem de voz)

O Sebastian quer falar... fala. É o papai, fala pa-pai... Agora ficou com vergonha.

11 INT. ESCRITÓRIO - DIA

Um funcionário do alto escalão segura um maço de folhas enquanto fala com o Supervisor em sua mesa. Ambos olham de esguelho para Hakim, em sua estação de trabalho.

ESPOSA

(VO - mensagem de voz)

Hakim, bebê. Já faz dois dias, você não vai falar comigo?

12 INT. APARTAMENTO-SALA - NOITE

Hakim está deitado no sofá, as luzes apagadas, apenas a luz da televisão ligada incide sobre ele.

ESPOSA (CONT’D) (VO - mensagem de voz)

Tudo bem se não foi dessa vez. Eu sei que você tá fazendo de tudo. Logo vai dar certo pra gente ir. Manda mensagem antes de dormir.

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CONTINUED: 11.

O celular sobre sua barriga vibra e acende a tela. Ele o apanha para visualizar a mensagem.

GIL

(mensagem de voz)

Hakim, eu tô naquela fazenda que você falou. a primeira da lista. Mano, me fodi. Eu chamei a policia. Se acontecer alguma coisa você sabe onde eu tô. Perai... depois...

depois eu falo.

Hakim levanta e senta, preocupado com o tom assutado de Gil na mensagem de Whatsapp. Permanece olhando para o celular na espera de uma nova mensagem.

A campainha toca repetidas vezes assustando-o. Ele vai até a porta do apartamento em passos rápidos, olha pelo visor. Não vê ninguém, mas ainda assim gira a chave e abre a porta.

13 INT. SAGUÃO DE ELEVADOR - NOITE

O saguão do elevador a frente da porta está vazio. Hakim dá alguns passos para fora do apartamento cautelosamente, mas retorna para dentro.

14 INT. APARTAMENTO-SALA - NOITE

Antes que feche a porta, no entanto, Hakim ouve o som de batidas em metal. Presta atenção ao ruído, imovel e em silêncio. Duas sequencias de três batidas e cessa.

Hakim olha novamente para o celular e nenhuma nova mensagem chegou. Novamente três batidas em metal.

15 INT. SAGUÃO DE ELEVADOR - NOITE

Novamente sai do apartamento, ainda com o celular em mãos, e olha para a escada, com corrimão metálico, que leva ao andar inferior. Três novas batidas.

16 INT. ESCADA - NOITE

Hakim desce lentamente degrau por degrau.

É observado subjetivamente da escada que leva ao andar

superior até desaparecer atrás da parede do lance de escadas que desce.

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CONTINUED: 12.

Hakim, sem sair da escadaria, observa o saguão do andar inferior. Não há ninguem aqui. Controlando seu medo, ele volta a subir a escada para seu andar, mas agora anda de costas, mantendo atenção na direção de onde vinha o ruído. Já no lance de escadas de seu andar, atrás de Hakim, ainda andando de costas, é possivel ver brevemente ALGUÉM entrar em seu apartamento, cuja porta ficou aberta. Hakim vira-se, terminando de subir e voltando para seu apartamento.

17 INT. APARTAMENTO-SALA - NOITE

Ao entrar, tranca a porta a chave e acende a luz mais próxima.

O ruído próximo da vibração do celular o pega desprevenido, assustando-o.

Olha para a tela, uma nova mensagem. Clica enquanto segue em direção ao sofá novamente.

GIL

(mensagem de voz)

Eu não posso falar muito, mano. Só fica ligeiro no que eu te disse. Eu descobri o inferno, mano, você não tem noção do que tá acontecendo aqui.

Enquanto Hakim se aproxima do sofá, é possivel ver ao fundo ALGUÉM que se esconde dentro do banheiro sem que ele

perceba.

GIL (CONT’D)

É igual a sua pesquisa, parece

mentira. Aquela fazenda dos tijolos com suástica, é igual. Eles tão presos, que nem bicho, parece o inferno isso aqui. Tem um emblema, parece um tipo de suática também, um círculo, sei lá. Tá por toda parte. Não é só fato histórico, mano, ainda tá acontecendo, agora, pior talvez...

Hakim está sentado no sofá ao terminar de ouvir a mensagem. Leva a mão a boca, incredulo.

Bloqueia a tela do celular e deita-se, levando a mão a testa.

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CONTINUED: 13.

HAKIM Maluco...

Nova mensagem chega, mas desta vez, antes que pudesse destravar o aparelho, Hakim percebe, com a luz do display que se acende, ALGUÉM em pé, atrás de sua cabeça enconstada no braço do sofá, refletido no vidro da porta fechada da varanda. A pessoa desconhecida tem um SACO NA CABEÇA e o braço erguido segurando algum objeto longo.

Por reflexo, Hakim rola do sofá para o chão, ao mesmo tempo em que a pessoa desconhecida acerta o sofá, no ponto onde descansava sua cabeça, com uma CHAVE GRIFO para tubo de 18 polegadas escura e suja.

Uma vez no chão ele tenta levantar rapidamente em direção a pessoa.

HAKIM (grita) Ei!

Antes que tivesse totalemte de pé, no entanto, é acertado na cabeça com a ferramenta na mão do agressor, e cai novamente, desta vez apoiando os cotovelos no chão.

Hakim leva uma das mãos no ponto em que foi acertado, o sangue escorre entre seus dedos enquanto ele ergue o rosto para fitar a figura imovel diante dele.

Um homem enorme, vestido de preto, numa modelagem

aparentemente militar. Tem um saco branco folgado e muito sujo na cabeça, onde foi feito rudemente dois furos para os olhos e na testa, um circulo vermelho, desenhado a mão, composto por dois traçados cruzados, onde cada uma das

quatro pontas quebram no sentido anti-horario em curvas que juntas formam as bordas do circulo, algo similar ao simbolo observado anteriormente no logo da DAP. O saco é amarrado ao pescoço com uma corda fina e igualmente suja.

Hakim corre agilmente ao levantar dum impulso, mas é

agarrado pelo colarinho da camisa, e gira o corpo aplicando um soco no rosto mascarado, que faz com que a enorme figura vá ao chão.

Hakim volta a correr em direção a porta e ao alcança-la gira desesperadamente a chave, não deixando de, por vezes, olhar certificando-se da distância de seu agressor. Este,

levanta-se, sem muita pressa, e caminha em direção à vitima. Antes, porém, que pudesse alcança-lo, Hakim abre a porta e desce correndo as escadas, o primeiro lance, e no mesmo

ritmo louco desce o segundo lance, quando é surpreendido, ao

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CONTINUED: 14.

alcançar o saguão de elevador do andar seguinte, por outra figura similar a que o persegue, que acerta-o com um pé de cabra nas costas.

Hakim vai ao chão e é acertado repetidas vezes na cabeça pelo seu segundo agressor enquanto o outro ainda desce a escada, parando ao ver que a vitima já havia sido executada. O ataque cessa, as duas figuras permanecem imoveis

observando o corpo inanimado ao chão. Sangue pinga do pé de cabra.

18 INT. ESCRITÓRIO - DIA

Funcionarios trabalham normalmente. Nem Hakim nem Tasso estão em suas mesas. Ao fundo, o Supervisor recolhe seus pertences da mesa para dentro de uma caixa.

19 INT. CORREDOR - DIA

Num papel lê-se: "Não foi senão mero acaso a descoberta de suasticas impressas em tijolos de uma antiga construção, que revelou a existencia do campo de trabalhos forçados em plena decada de 40, fetichisticamente inspirado nos campos de

concentração nazistas. De tal modo que nos impele à sombria conjectura: poderia este não ser um caso isolado e sim o segredo mais bem guardado do holocausto brasileiro?"

Tasso, recostado à parade do corredor, levanta os olhos do maço de papeis em uma de suas mãos, copo de café descartavel na outra, e observa em silêncio e inexpressivamente o

Supervisor passar levando consigo a caixa de papelão com seus pertences. O Supervisor lança-lhe brevemente o olhar, tornando a fitar o chão, com aparente temor do jovem.

Tasso passeia seus olhos do Supervisor, já distante, de volta para frente, fitando o expectador (quebra da quarta parede). Um olhar assutador.

Fade out para uma tela vermelha, sobre a qual surge o

letreiro título do filme, seguido dos creditos dos atores e créditos finais.

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Email: brunofesp@hotmail.com / Tel.: (11) 95249-4515 / (11) 25867959

36 ANEXO C – PLANO DE FILMAGEM

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Referências

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