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A Contabilidade de Custos corresponde à especialidade da Contabilidade que trata da gestão econômica de custos.

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Contabilidade de custos

e seus conceitos básicos

Considerações gerais

A Contabilidade de Custos corresponde à especialidade da Contabilidade que trata da gestão econômica de custos.

Leone (2000, p. 19-20) define Contabilidade de Custos:

A Contabilidade de Custos é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como o auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões.

O autor enfatiza, nessa definição, a importância da Contabilidade de Custos para o processo de planejamento das ações na organização e respec-tivo controle, bem como o suporte ao processo decisório.

Maher (2001, p. 38) apresenta uma definição mais pragmática da Conta-bilidade de Custos: “Ramo da ContaConta-bilidade que mede, registra e relata infor-mações sobre custos.”

De fato, com o objetivo maior de adicionar valor a usuários de informa-ções contábeis, a Contabilidade de Custos desenvolve as seguintes funinforma-ções: coleta de dados, classificação, registro das operações e geração de informa-ções por meio da organização e tratamento dos dados coletados.

Os propósitos da Contabilidade de Custos são determinados com base nas necessidades sinalizadas pelos diferentes níveis gerenciais, como por exemplo:

obter o custo de cada produto, bem ou serviço; 

contribuir para a determinação da rentabilidade e lucratividade do 

negócio;

ensejar controles operacionais em níveis diversos; 

auxiliar programas de minimização de custos; 

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facilitar a alocação eficiente de recursos; 

fornecer, por meio de suas informações, elementos que fundamentem 

o processo decisório e auxiliem na prática do planejamento.

São vários os objetos da Contabilidade de Custos, inexistindo uma quan-tidade determinada. Essa característica torna amplo o universo ou campo de atuação dessa especialidade. Leone (2000, p. 21) destaca:

Os objetos mais conhecidos são os seguintes: a entidade, como um todo, seus compo-nentes organizacionais (administrativos e operacionais), os produtos e bens que fabrica para si própria e para a venda e os serviços, faturáveis ou não, que realiza.

O objeto de custo corresponde àquilo para o qual se deseja mensurar os custos. Dessa forma, existem outros objetos: projetos, estudos, estoques, campanhas promocionais, canais e segmentos de distribuição, atividades etc.

A Contabilidade de Custos é empregada para concretizar os objetivos de custeio, alimentando com seus dados e informações tanto a Contabilidade

Geral ou Financeira como a Contabilidade Gerencial. A diferença é que, ao

fornecer dados para a Contabilidade Geral, estes devem obedecer rigorosa-mente aos princípios da Contabilidade. As informações geradas para a Con-tabilidade Gerencial não obedecem necessariamente aos princípios. Existe liberdade na definição de critérios (figura 1).

Yumar a Vasc onc elos . Contabilidade de Custos Obediência aos princípios da Contabilidade Liberdade no uso de critérios

Contabilidade Geral Contabilidade Gerencial

Diálogo entre os ramos

Figura 1 – Destinação dos dados e informações da Contabilidade de Custos.

A Contabilidade Gerencial engloba dados da Contabilidade de Custos ex-clusivamente para atender às demandas informativas da administração da entidade, produzindo relatórios customizados (sob medida para o usuário).

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comunica-ção dos relatórios oficiais para o público externo, formado por investido-res, órgãos governamentais, bancos, enfim, toda a sociedade, cenário que requer informações baseadas em critérios uniformes, ou seja, em formatos padronizados (figura 2).

Como as necessidades de informações desse grupo de usuários externos são muitas, e já que as informações precisam ser altamente confiáveis, o sistema de Contabilidade Financeira é projetado de acordo com regras e formatos contábeis claramente definidos [...]. (HANSEN; MOWEN, 2001, p. 28)

A Contabilidade Gerencial traduz ou converte os dados contábeis em informações úteis ao processo decisório, atendendo aos usuários internos. Essa característica impõe uma sistemática de trabalho mais flexível. “A conta-bilidade gerencial se preocupa especificamente com a forma como informa-ções sobre custos e outras informainforma-ções financeiras e não financeiras devem ser usadas para o planejamento, controle e tomada de decisão” (HANSEN; MOWEN, 2001, p. 28).

O universo de dados com o qual a Contabilidade Gerencial lida é variado, não se restringindo aos custos.

O emprego das informações geradas pela Contabilidade Gerencial for-talece tecnicamente a administração, profissionalizando-a, visto que enseja um melhor aproveitamento das oportunidades de negócios.

Instituições governamentais Usuários externos Público em geral Acionistas Credores Proprietários Demonstrações contábeis padronizadas em relação ao formato. Comissões constituídas internamente Usuários internos Grupos de trabalho Gestores das áreas Informações de alcance variado. Reporte em diferentes formatos. Yumar a Vasc onc elos .

Figura 2 – Relação das especialidades com seus usuários.

As características da Contabilidade Gerencial podem variar entre as or-ganizações, pois estas são fortemente influenciadas pelas necessidades da administração.

É importante destacar que a Contabilidade de Custos integra um todo que é a Contabilidade, não possuindo autonomia como área de conhecimento.

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Ratifica essa afirmação o fato de que, na medida em que a administra-ção emprega as demonstrações contábeis divulgadas em análises gerenciais para coordenar operações no presente e no futuro, as duas áreas sobrepõe--se (WARREN et al., 2001). “Deve sobrepõe--ser enfatizado que o sistema de informações da gestão de custos e o sistema de informações da Contabilidade Financeira fazem parte do sistema total de informações contábeis” (HANSEN; MOWEN, 2001, p. 28).

Os produtos gerados pelos sistemas contábeis de custos são direciona-dos tanto para a Contabilidade Geral ou Financeira como para a Contabili-dade Gerencial.

O quadro 1 esquematiza as características e os respectivos elos entre a Contabilidade Geral, de Custos e Gerencial.

Quadro 1 – Contabilidade Geral, Gerencial, e Custos e seus elos

Contabilidade Geral

Ocupa-se da geração das Demonstrações Contábeis para públicos externos (acionistas, governo, credores e sociedade em geral).

As divulgações obedecem a critérios legais e aos princípios de Contabilidade. As comunicações são restritas e pouco flexíveis em razão das exigências normativas. Toma por base dados passados (fatos já ocorridos).

Contabilidade Gerencial

Ocupa-se do direcionamento dos dados contábeis à tomada de decisão.

As divulgações alcançam apenas o âmbito interno da organização, muitas vezes, restritas à ad-ministração.

Produz relatórios específicos às necessidades decisórias.

Utiliza tanto dados históricos como projetados, conforme as necessidades – flexibilidade. O foco é a preocupação com o futuro.

Fornece medidas objetivas relativas a operações passadas e estimativas de operações futuras (WARREN et al.; 2001).

Contabilidade de Custos

Alimenta com seus “produtos” (dados e informações) a Contabilidade Geral e Gerencial.

Identifica, coleta, mensura, organiza e classifica dados relativos a custos e os reporta, amparando o planejamento, controle organizacional e o processo de tomada de decisão.

Yumar a Vasc onc elos .

A segregação da Contabilidade em áreas tem caráter didático e, ao mes- mo tempo, prático, sendo essencial à compreensão do todo.

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Contabilidade de Custos

e Contabilidade industrial

A Contabilidade aplica-se tanto à área de serviços como à área industrial. É comum, todavia, a adoção do gênero no lugar da espécie. Como a Contabilidade de serviços é pouco estudada e aplicada em nosso país, é habitual o uso da expressão “Contabilidade de Custos” no sentido de gastos relativos à atividade industrial somente. (FERREIRA, 2007, p.1)

De fato, a abordagem usual da Contabilidade de Custos é muito dirigida para a indústria.

A Contabilidade de Custos aplicada à área de serviços trata dos custos in-corridos no processo de prestação de serviços; na indústria, trata dos custos vinculados à produção. A diferença reside basicamente nas características do processo. Na área de serviço o processo diz respeito à prestação de ser-viços (intangível); na indústria o processo é basicamente a produção de um bem (tangível).

Origem da Contabilidade de Custos

Antes da Revolução Industrial a Contabilidade era essencialmente finan-ceira. Com o crescimento do número de empresas industriais, os procedi-mentos contábeis tiveram que ser adaptados à nova demanda informativa.

Nas operações comerciais, os bens eram apenas revendidos, partindo-se de um custo de aquisição claramente definido.

Nas operações industriais, para suporte adequado tornava-se necessário levantar o custo unitário desse produto, gerado internamente por meio do processo produtivo.

Da adaptação e definição de procedimentos surgiu a Contabilidade de Custos. Viceconti e Neves (p. 6, 1998) destacam:

A Contabilidade de Custos, nos seus primórdios, teve como principal função a avaliação de estoques em empresas industriais, que é um procedimento muito mais complexo do que nas comerciais, uma vez que envolve muito mais que a simples compra e revenda de mercadorias. São feitos pagamentos a fatores de produção tais como salários, aquisições e utilização de matérias-primas etc.

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De fato, a Contabilidade de Custos, em um primeiro momento, limitava-se à função de avaliar os estoques dessas indústrias. Com a complexidade das operações, algo próprio da evolução natural dos sistemas organizacionais, a Contabilidade evoluiu, ganhando outras funções. Os negócios cresciam em tamanho e ganhavam novas necessidades gerenciais. “Até a Revolução In-dustrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira (ou geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais” (MARTINS, 2001, p. 19).

Antes da revolução industrial, o procedimento de apuração do resultado (lucro ou prejuízo) de cada período era algo relativamente simples. Para fazê--lo, bastava inventariar os estoques (operação de contagem física) e proce-der ao cálculo abaixo:

Estoque inicial (+) Compras

(-) Estoques finais (obtido na contagem física) = Custo das Mercadorias vendidas (CMV)

O custo das mercadorias vendidas obtido, para atingir o resultado, era confrontado com a receita auferida no período.

Receita de Vendas

(-) Custo das Mercadorias vendidas

(-) Despesas diversas (comerciais, administrativas, financeiras) = Resultado (lucro ou prejuízo)

Como se vê, o surgimento da Contabilidade de Custos foi importante porque ampliou a abordagem da Contabilidade.

O desenvolvimento da especialidade ensejou um melhor aproveitamen-to das informações produzidas em outros campos, além do industrial (MAR-TINS, 2001).

Terminologia básica

em Contabilidade de Custos

Os termos gastos, custo, despesa e perda são muito utilizados no dia a dia das organizações e, algumas vezes, muito confundidos. Conhecer a dife-

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rença entre esses termos constitui condição essencial ao entendimento das informações gerenciais obtidas por meio da Contabilidade de Custos.

Comecemos pelo conceito mais abrangente: o de gasto.

O gasto representa um sacrifício financeiro com o qual arca a entidade para obter um produto, bem ou serviço. Esse sacrifício é representado pela entrega de ativos ou promessa de entrega destes (geralmente dinheiro). Sig-nifica que a contrapartida de um gasto pode ser à vista ou a prazo, conforme a transação (figura 3).

Aquisição / consumo /

utilização de recursos Gasto

A prazo Aumento do “Contas a pagar”. À vista Diminuição do saldo de caixa. Variações patrimoniais qualitativas e quantitativas. Yumar a Vasc onc elos . Figura 3 – Gastos.

Leone (2000, p. 53) conceitua gasto enfatizando o compromisso financei-ro que a entidade assume na transação (obtenção de um bem ou serviço) e a variação patrimonial resultante. “Vamos entender por gasto o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens ou serviços, o que sempre resultará em uma variação patrimonial [...].”

O conceito é amplo, aplicando-se a um universo de transações: compra de mercadorias para revenda;



aquisição de máquinas e equipamentos; 

contratação de serviços diversos; 

compra de material de escritório para uso imediato etc. 

Todas essas situações representam gastos. De fato, os gastos dizem res-peito à utilização ou consumo genérico de recursos (bens ou serviços).

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Os gastos podem ser categorizados em: investimento;  custo;  despesa;  perda. 

Investimentos

Os investimentos são gastos ativados em decorrência de seu potencial prolongado de benefícios ou mesmo sua vida útil. Esses gastos correspon-dem aos ativos de uma entidade.

Investimentos correspondem ao conjunto de meios à disposição da ad-ministração da entidade para consecução dos objetivos institucionais. Assim, são aqueles elementos patrimoniais que se traduzem em benefícios futuros esperados, direitos adquiridos.

Exemplos:

compra de matéria-prima. 

A matéria-prima adquirida é inicialmente estocada para utilização futura, portanto, enquanto permanecer em estoque será um ativo denominado de

estoque de matéria-prima;

aquisição de máquinas e equipamentos, móveis e utensílios. 

Esta categoria de bens é adquirida em caráter permanente, para suporte às atividades empresariais. Têm vida útil prolongada e um grande potencial de benefícios atribuíveis a períodos futuros (ativo).

Custo

O custo representa o gasto relacionado ao uso de recursos empregados na produção de outros bens ou serviços.

Diz respeito ao consumo de bens ou utilização de serviços necessários ao processo produtivo; dito de outra forma, recursos (bens ou serviços) em-pregados no processo para gerar outro bem ou serviço. “Custo é o somatório

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dos bens e serviços consumidos ou utilizados na produção de novos bens ou serviços, traduzidos em unidades monetárias” (NASCIMENTO, 2001, p. 26).

Exemplos de custos:

matéria-prima consumida no processo; 

consumo de materiais auxiliares; 

utilização de mão de obra no processo de produção; 

uso de embalagens; 

aluguéis das instalações de fábrica; 

utilização de serviços de suporte à administração; 

consumo de energia elétrica no processo; 

contratação de seguro fabril; 

manutenção de máquinas e equipamentos de fábrica, controle de 

qualidade etc.

Para que o gasto se configure como custo, é preciso ocorrer o consumo do bem ou utilização de serviço.

A classificação como custo requer o uso dos fatores de produção. Por exemplo, quando adquirida, a matéria-prima é estocada. À medida que a área de produção a requisita para uso em processo, e se dá o consumo, o valor correspondente deve ser tratado como custo.

Despesa

A despesa é um gasto relacionado ao consumo de bens ou utilização de serviços com a finalidade de gerar receita.

Trata-se de um gasto intencional que contribui direta ou indiretamente para a obtenção de receita.

Exemplos:

taxa cobrada pelas administradoras de cartões de crédito (despesa de 

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gastos de distribuição; 

gasto com salários do pessoal da área administrativa; 

gasto com promoção do produto; 

gasto com comissão de vendedores; 

juros passivos etc. 

As despesas são sempre gastos necessários à manutenção dos negócios da entidade. Caracterizam-se por não estarem associadas ao processo pro-dutivo (gasto de natureza não fabril). Estão sempre relacionadas a gastos ad-ministrativos, com vendas e incidência de juros (operações financeiras).

Façamos uma analogia entre custos e despesas (quadro 2).

Quadro 2 – Analogia entre custos e despesas

Custos Despesas

Gastos necessários à obtenção do

pro-duto, bem ou serviço. Gastos necessários à gestão geral financeira, comercial ou de vendas. Possuem natureza fabril. Dizem respeito ao consumo ou utilização de

bens e/ou serviços. São reconhecidos quando os fatores de

produção são utilizados. São necessárias à disponibilidade do produto no mercado. São levados a resultado quando

em-pregados no processo. São levadas integralmente ao resultado no pe-ríodo em que forem registradas (temporais). São contabilizadas no período em que aconte-cem.

Repercutem no resultado quando os

produtos são vendidos. Repercutem no resultado no período em que ocorrem.

Yumar a Vasc onoc elos .

Enquanto as despesas estão relacionadas ao período em que ocorrem, os custos se associam exclusivamente ao emprego dos recursos em processo, independente do fator tempo. O termo processo foi aplicado anteriormen-te em sentido amplo (compreendendo tanto a produção de bens como de serviços).

É comum escutarmos a frase: “Os custos vão para as prateleiras”. De fato, enquanto os produtos estão estocados, os gastos relacionados são ativados (saldo presente no balanço patrimonial). À medida que são disponibilizados aos clientes e vendidos (analogia da prateleira), comporão o resultado (saldo presente na demonstração do resultado do exercício).

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Estoque  Balanço patrimonial

Custo dos produtos vendidos  Demonstração do resultado do exercício

Perdas

Existem dois tipos de perdas: as normais e as extraordinárias.

As perdas normais são sempre esperadas. Estão vinculadas ao processo. Na verdade, são inerentes a ele.

Em razão dessa característica, essa perda é considerada custo (tratamen-to contábil destinado).

As perdas extraordinárias ou anormais, como o próprio nome sugere, são eventuais, involuntárias, desnecessárias e contribuem para a ocorrência de prejuízo.

A perda é um gasto que expira sem proporcionar qualquer benefício (LINS; SILVA, 2005).

Perez Júnior et al. (2001, p. 17) apresenta o seguinte conceito para as perdas extraordinárias: “[...] gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço e tampouco receita e são apropriadas diretamente no resultado do período em que ocorrem.”

As perdas dessa natureza não possuem relação alguma com o desenvol-vimento normal do processo (algo esperado). Não são regulares. Decorrem de eventos não previstos, ou seja, de eventualidades prejudiciais vivenciadas pela organização como um todo.

São exemplos de eventos que provocam perdas: deterioração de itens de estoque;



ocorrência de defeitos irreversíveis em máquinas e equipamentos; 

materiais estragados em razão da ocorrência de enchentes; 

destruição de bens por incêndio; 

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obsoletismo em itens de estoque; 

material com prazo de validade expirado; 

greves; 

paradas não previstas; 

falta de material para reposição de peças das máquinas; 

vazamento em tubulações industriais etc. 

As perdas são também gastos. Ocorre que, nesse caso, o consumo de re-cursos é indesejado em razão das consequências financeiras.

A perda extraordinária é sempre atípica, não se confundindo com o con-ceito de custos ou despesas.

Não se pode afirmar tratar-se de um sacrifício porque esta modalidade de perda é involuntária. Não acontecem com o propósito de gerar receita; pelo contrário, contribuem para a geração de prejuízo.

Despesa  Geração de receita Perda extraordinária  Geração de prejuízo

As perdas involuntárias de pequeno valor (imateriais) na prática são in-corporadas aos custos e despesas, conforme o caso. Esse procedimento é permitido em razão da pouca representatividade do valor envolvido em relação ao custo total. Entretanto, tratando-se de valores materiais, ou seja, significativos, o procedimento correto é tratar o gasto correspondente como perda, lançando-o diretamente contra o resultado do período.

As perdas normais (aquelas inerentes ao processo) são também denomi-nadas de perdas produtivas ou técnicas.

As perdas extraordinárias são conhecidas como perdas improdutivas (figura 4).

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Perdas Produtiva Improdutiva Decorre da atividade normal da empresa. Gasto não intencional. Decorre da influência de fatores fortuitos. Lançar no custo de produção. Lançar contra resultado. Yumar a Vasc onc elos .

Figura 4 – Tipos de perdas.

A figura 5 ilustra o alcance do conceito de gasto.

Yumar a Vasc onc elos .

Figura 5 – Alcance do conceito de gasto. Gasto Consumo de bens ou utilização de serviços. Custo Investimentos (aplicações) Diminuição do Caixa Aumento do passivo (Contas a Pagar) Despesa Perdas Variação patrimonial

É a destinação dos recursos e a sua natureza que fazem o conceito de cada elemento do gasto.

Se a intenção do gestor é adquirir bens de vida útil prolongada, esse gasto será tratado como ativo (natureza e destinação de recursos); se o gasto vincular-se ao processo será um custo (natureza e destinação de recursos) e se for de natureza não fabril (natureza e destinação de recursos), uma despesa.

O ciclo da transação é simples: inicialmente assume-se o compromisso financeiro – gasto. Posteriormente se dá a entrega e utilização dos recursos. O desembolso pode ocorrer antes, durante ou após o processo, dependendo das condições de negociação. Nem todo gasto repercute no caixa.

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Desembolso

O desembolso é um evento financeiro. Corresponde ao pagamento de um bem ou serviço, independente do momento do consumo. É fundamen-tal destacar que os eventos são contabilizados pelo regime de competên-cia. Como consequência, as despesas são registradas, independente do pagamento.

Ampliando seus conhecimentos

Importância gerencial

da Contabilidade de Custos

(VASCONCELOS, 2009) O alcance gerencial da informação referente a custos é amplo. Grande número de decisões para serem implementadas requerem conhecimento dos conceitos básicos de custos. As aplicações variam. Algumas se vinculam ao planejamento, outras ao controle e gestão financeira. Acrescente ainda aque-las vinculadas ao desempenho.

Enumeremos algumas das funções da Contabilidade de Custos:

avaliação de estoque e do custo dos produtos vendidos

 : a avaliação

dos estoques corresponde a um dos aspectos mais destacados na lite-ratura técnica como função da Contabilidade de Custos. Variações nos estoques impactam no resultado e, consequentemente, no desempe-nho de uma empresa. Esse efeito, por exemplo, repercute no valor a ser recolhido dos impostos sobre lucro;

avaliação de imobilizações próprias

 : em algumas realidades, a

pró-pria empresa produz seus bens, aqueles que serão integrados ao imo-bilizado (móveis, utensílios e até equipamentos);

elaboração do orçamento, plano de vendas e produção

 : a

informa-ção custo integra o orçamento de resultado, servindo de base para a definição de metas, não somente de custos, mas igualmente de vendas e produção em curto prazo, uma vez que influencia esses valores;

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preparo de estudos de viabilidade econômica

 : os estudos de

viabili-dade econômica representam o nascedouro de muitos empreendimen-tos. Neles a informação custo é fundamental, base de muitas análises. Qual o custo desse projeto?

formação do preço de venda

 : essa é a aplicação mais conhecida da

Contabilidade de Custos. Apesar do preço de venda não ser formado exclusivamente em função do custo, o preço continua sendo uma im-portante referência, embora devam ser considerados outros fatores de influência. O custo, nesse universo de fatores, constitui um piso abaixo do qual o preço não poderá ser praticado;

medição do desempenho

 : a informação custo pode ser empregada

gerencialmente para avaliar o desempenho. Quanto menor o nível ou carga de custos, tanto melhor será para a empresa, desde que a quali-dade dos produtos não seja comprometida.

Apesar de ser um elemento importante na avaliação de desempenho, o custo representa somente uma face da performance, que é um conceito plural. Desempenho em relação a qual base ou critério?

O custo não é o único alvo a ser monitorado pela administração. Por exem-plo, no atual contexto de mercado é cada vez mais expressiva a participação das despesas de distribuição, até mesmo pela evolução e alcance do marke-ting. Esses gastos são, algumas vezes, maiores do que os próprios custos de produção. Todavia, mesmo assim, o custo deve receber atenção especial por parte do gestor.

Atividades de aplicação

1. Marque a alternativa falsa.

a) A perda corresponde a um gasto que expira sem gerar receita ou qualquer outro benefício.

b) Os investimentos são gastos cujo benefício alcança, geralmente, mais de um período (benefício prolongado).

c) A perda anormal não representa um sacrifício voluntário. d) Perda e despesa são sinônimos.

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2. Sobre perdas é correto afirmar:

a) a perda normal representa um gasto não intencional, sempre rela-cionado a fatores fortuitos, alheios à atividade normal da empresa. b) a perda extraordinária deve ser contabilizada como custo,

indepen-dente da materialidade do valor envolvido.

c) a perda normal é regular, calculada, previsível, por essa razão deve ser contabilizada como custo.

d) as perdas extraordinárias enquadram-se como despesas ou custos, conforme a situação.

3. Marque a alternativa verdadeira.

a) Os gastos ocorrem sempre com desembolso.

b) Os gastos podem se dar à vista ou a prazo, conforme as bases de negociação (condições).

c) Todo gasto é um custo com desembolso.

d) Todo gasto é uma despesa, mas nem toda despesa é um gasto (so-mente aquelas à vista).

4. Classifique as operações em investimento quanto a: custo, despesa, perda e desembolso.

a) Transferência de matéria-prima requisitada pela fábrica.

b) Pagamento do prêmio de seguro do parque fabril (instalações). c) Transferência de materiais secundários para a área fabril (utilização

imediata).

d) Deterioração de itens de estoque em razão de condições inadequa-das de armazenagem.

e) Vazamento em uma das tubulações da fábrica.

f) Defeito irreparável de máquinas e equipamentos, os quais estão fora de linha, sem qualquer chance de reposição.

g) Gastos com divulgação do produto em seu mercado. Aquisição das instalações da fábrica.

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5. Atribua V às assertivas verdadeiras e F às falsas.

O custo somente influenciará o resultado quando o produto for )

(

vendido.

A despesa influenciará diretamente o resultado. )

(

As despesas são sempre voluntárias e necessárias, apresentando )

(

regularidade.

O custo influencia o resultado independentemente da venda. )

(

6. Marque a alternativa verdadeira.

a) As despesas compreendem gastos pós-produção, aqueles neces-sários à colocação dos produtos no mercado (gestão, distribuição e venda).

b) A Contabilidade de Custos aplica-se exclusivamente às indústrias. c) As despesas são gastos registrados independentemente do

perío-do em que ocorrem.

d) O custo é incorporado ao produto pelo seu total independente da venda.

Gabarito

1. B 2. C 3. B 4. a) Custo b) Desembolso c) Custo d) Perda e) Perda f) Perda g) Despesa h) Investimento 5. V, V, V, F 6. A

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Referências

FERREIRA, Ricardo. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: Ferreira, 2007. HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne. Gestão de Custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

LEONE, George Sebastião G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas. 2000.

LINS, Luiz S.; SILVA, Raimundo Nonato Sousa. Gestão Empresarial com Ênfase

em Custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

MAHER, Michael. Contabilidade de Custos: criando valor para a administração. São Paulo: Atlas, 2001.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2001.

NASCIMENTO, Jonilton Mendes do. Custos: planejamento, controle e gestão na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2001.

PEREZ JÚNIOR, José Hernandez et al. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: Atlas, 2001.

VASCONCELOS, Yumara L. Importância Gerencial da Contabilidade de Custos. Disponível em: <http://yvasc.blogspot.com/>. Acesso em: 11 dez. 2009.

VICECONTI, Paulo Eduardo V.; NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo. São Paulo: Frase, 1998.

WARREN, Carl S. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.

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Referências

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