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Curso: Legislação Ambiental Aplicado a Implantação de Parques Eólicos

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Academic year: 2021

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Curso: Legislação Ambiental Aplicado a Implantação de Parques Eólicos

Exercício – Capítulo 5

Aluno: _________Vinicius Nóbrega ______________________________________

De acordo com a imagem dos aerogeradores em ambiente litorâneo e o exemplo de um

mapa de APP:- Áreas de Preservação Permanente.

Parque eólico montado no município de Rio do Fogo é um dos dois atualmente em operação no estado (http://tribunadonorte.com.br/noticia/ventos-da-mudanca-sopram-no-rn/134631

http://www.alegre.es.gov.br/mapas/app_ararai.html

Imagine uma situação hipotética de um parque eólico na área abaixo e descreva os

possíveis conflitos resultantes da instalação de aerogeradores nas áreas de APP

(enquadramento legal). (considere como unidades ambientais: dunas, mangues,

vegetação (restinga), lagoas naturais e rios).

Fotos aéreas do Litoral do RN – IDEMA/2006 ---___________________---

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---_______________________---Faço a avaliação da construção e operação de um parque gerador eólico em

unidades ambientais que são classificadas como Áreas de Preservação

Permanente.

As unidades ambientais citadas são:

dunas, mangues, vegetação (restinga), lagoas naturais e rios.

A avaliação se inicia ao consultar a legislação vigente.

Tomei por base a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 303, DE 20 DE MARÇO DE 2002

Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação

Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.

O Artigo 3º caracteriza as APPs. Escolhi alguns itens pertinentes ao estudo:

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: II - ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;

IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;

X - em manguezal, em toda a sua extensão; XI- em duna;

XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.

Vale lembrar que esta resolução CONAMA usa como base o antigo código

florestal, da lei nº 4.771 de 1965.

Em seguida, tomei por base o Novo Código Florestal, que foi sancionado em 25

de maio de 2012, e as resoluções CONAMA.

No artigo 3º são feitas as definições de termos que julgo pertinentes como APP,

utilidade pública, manguezal e restinga.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

VIII - utilidade pública:

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de (...) energia, telecomunicações, (...);

XIII - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina;

XVI - restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;

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Em seguida, o artigo 4º cita critérios para considerar as APPs Área de

Preservação Permanente. Destaquei alguns que são pertinentes para o caso em

estudo:

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d'água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão;

É importante ressaltar que o artigo 3º da resolução CONAMA tem algumas

diferenças em comparação com o artigo 4º do novo Código Florestal. Por

exemplo, as dunas são classificadas explicitamente na resolução CONAMA

como APPs, já no novo Código Florestal, as dunas são citadas apenas como

ambiente das restingas.

Para construir e operar um parque eólico em APPs é preciso tomar por base a

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 369, DE 28 DE MARÇO DE 2006, que Dispõe sobre

os casos que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de

Preservação Permanente- APP.

No quadro abaixo estão os artigos relevantes para o caso do parque eólico.

Art. 1º Esta Resolução define os casos excepcionais em que o órgão ambiental

competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente- APP para a implantação de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, ou para a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental.

§ 1º É vedada a intervenção ou supressão de vegetação em APP de nascentes, veredas, manguezais e dunas originalmente providas de vegetação, previstas nos incisos II, IV, X e XI do art. 3º da Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, salvo nos casos de utilidade pública dispostos no inciso I do art. 2º desta Resolução, (...).

Art. 2º O órgão ambiental competente somente poderá autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP, devidamente caracterizada e motivada mediante procedimento administrativo autônomo e prévio, e atendidos os requisitos previstos nesta resolução e noutras normas federais, estaduais e municipais aplicáveis, bem como no Plano Diretor, Zoneamento Ecológico-Econômico e Plano de Manejo das Unidades de Conservação, se existentes, nos seguintes casos:

I - utilidade pública:

b) as obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia;

No caso do novo código florestal esta informação encontra-se mais resumida,

porém é praticamente a mesma:

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Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.

§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.

Uma discussão que deve ser levantada é o grau de utilidade pública de um

parque eólico. A geração de energia elétrica é um serviço de utilidade pública.

Uma informação que confirma o grau de relevância deste serviço é quando o

parque gerador é ligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e opera de

acordo com as normas do Operador Nacional do Sistema (ONS). Isto feito,

estamos garantindo que está sendo gerada energia elétrica de qualidade para

todo o Sistema e utilizando uma das formas mais limpas e através de uma fonte

renovável.

Porém é preciso considerar que é praticamente impossível gerar energia elétrica

sem causar impactos ambientais. O Estudo de Impacto Ambiental torna-se o

documento mais importante para a sociedade, empreendedor e órgãos

ambientais. É importante que o estudo seja feito com a maior lisura e

competência possível.

Já discutimos que gerar energia elétrica é um serviço de utilidade pública, porém

é preciso ter o maior cuidado possível com a degradação ambiental da área

utilizada no empreendimento eólico. Principalmente em se tratando de Área de

Preservação Permanente. Além disso, a presença de um parque eólico em

regiões de dunas pode até mesmo afetar uma atividade econômica, que é o

turismo.

O artigo de Jeovah Meireles cita que:

“ no litoral cearense a área ocupada pelos aerogeradores é gravemente degradada - terraplenada, fixada, fragmentada, desmatada, compactada, alteradas a morfologia, topografia e fisionomia do campo de dunas. (...) Com isso iniciou-se um generalizado e aleatório processo de fixação artificial, extinção dos sítios arqueológicos e privatização destes sistemas ambientais de relevante interesse socioambiental. (...)

As dunas representam reservas estratégicas de sedimentos, água, paisagens e ecossistemas que desempenham relações sócio-econômicas vinculadas ao uso ancestral e sustentável das comunidades litorâneas e étnicas. São de interesse direto dos turistas que vêm conhecer paisagens únicas no planeta.”

Desta forma é preciso que o EIA/RIMA tenha mais foco na proposição de

medidas mitigadoras para os impactos socioambientais. É preciso investir em

soluções que preservem o meio ambiente e as atividades econômicas.

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Outro fator que deve ser levado em conta é que um parque eólico para gerar

energia elétrica precisa de subestações elevatórias de energia e linhas de

transmissão.

Acompanho notícias sobre o setor elétrico e constato que muitos

empreendimentos eólicos já construídos estão inativos por falta de Linha de

Transmissão. No quadro abaixo cito um exemplo recente:

“O motivo da fiscalização do agente regulador é um levantamento que mostra que 32 parques eólicos dos 71 leiloados em 2009 estão parados, aguardando linhas de transmissão. “

”Sem as linhas de transmissão, as usinas que atualmente estão paradas e não geram energia, representam uma despesa para os consumidores de cerca de R$ 370 milhões.”.

A Chesf, que recebeu multa de R$ 2,2 milhões por descumprimento do cronograma de implantação das obras, chegou a alegar ao agente regulador que o atraso ocorreu “em virtude da superficialidade de informações disponibilizadas para o leilão e da demora dos órgãos ambientais na análise dos pleitos”.

Fonte: (http://economia.ig.com.br/empresas/infraestrutura/2012-12-06/chesf-tenta-tirar-eolicas-da-inatividade.html ) tirado em 06/12/2012

Esta é uma informação que vem a frustrar a sociedade, empreendedor e órgão

ambiental. Pois além da região sofrer todo o impacto ambiental durante a

construção do parque eólico, este fica impedido de operar. Desta forma o parque

eólico não está prestando um serviço de utilidade pública. Sem prestar o serviço

de utilidade pública, o empreendimento fere a resolução CONAMA nº 369 e o

novo Código Florestal, que impedem várias atividades nas APPs.

Portanto é preciso um envolvimento sério de todos os agentes responsáveis

pelo empreendimento, desde sua instalação até a fase de desativação. Sem a

devida responsabilidade e cobrança de cronograma com metas a cumprir, os

impactos serão bem maiores e piores.

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