Secagem -
Drying
No processamento cerâmico, a secagem
sucede
a conformação
e
precede a queima
1/8/2018
Matérias - primas caracterizadas
Cálculos e
dosagem Mistura Conformação
Secagem Queima Acabamento Inspeção
Produto final Consumo Fluxograma geral do processamento de cerâmicas
Secagem
- remoção de água, por evaporação
Qual a condição necessária para evaporação?
•
gases de combustão (lenha, carvão, óleo, gás, etc)
• eletricidade
EquipamentosEstufas ou Fornos
Processo endotérmico
H
2O
(l)
H
2O
(g)Pressão de vapor da água
seja maior que a
Pressão Parcial
do vapor da água
na atmosfera em que o material esteja por
secar.
Relação entre calor e
Processamento cerâmico
• secagem de produtos conformados • queima (sinterização)
• aglomeração e redução de porosidade (chamote)
• alivio de tensões residuais • cristalização de fases vítreas
Efeitos produzidos por tratamentos térmicos em peças
cerâmicas
• alterações de massa e volume
• movimentação dos átomos e aumento na velocidade de difusão • redução da porosidade e
Pressão de vapor - revisão
Existe uma relação entre
Pressão de Vapor
Ar
Mistura
de
nitrogênio,
oxigênio
e
pequenas
quantidades de outros gases
Ar atmosférico
Ar que normalmente contém um pouco de
vapor de água
(umidade)
Ar seco
Ar que não contém vapor de água
Umidade absoluta, ou
específica, ou ainda,
relação de umidade
Massa do vapor d´água presente
(m
v) em uma unidade de massa
de ar seco (m
s)
s v
m
m
w
kg de vapor d´água/kg de ar secoAlgumas definições
Ar saturado
•
ar seco – umidade específica ZERO
• adição de vapor – aumenta a umidade específica
• ar não absorve mais umidade -
SATURAÇÃO
AR a 25ºC, 101,3 kPa
(Psat,H2O a 25ºC = 3,1698 kPa) Pv=0 ar seco
Pv < 3,1698 kPa ar não saturado
Pv > 3,1698 kPa ar saturado
Psicometria
•Trata da determinação das propriedades de misturas de gás e vapor
• O sistema AR-VAPOR de água é o mais frequentemente encontrado
Mistura insaturada Quando a dada temperatura, é pressão parcial do vaporinferior à pressão de vapor do na mistura GV, a uma
líquido, à mesma temperatura
Mistura saturada Quando a pressão do vapor for igual à pressão parcial do
líquido
Mistura
supersaturada
Quando a umidade absoluta do gás for superior à correspondente na saturação – parte da umidade encontra-se na forma líquida
Temperatura de bulbo seco
Temperatura de bulbo úmido
Algumas definições
Temperatura seca
É a temperatura de uma mistura G-V, obtida através da imersão de um termômetro, ou qualquer outro sensor de temperatura, no interior da mistura.
Temperatura úmida
• Entende-se por temperatura úmida a temperatura estacionária atingida por uma pequena quantidade de líquido, que se
evapora no interior uma grande quantidade de mistura G-V em escoamento.
• Se o gás tiver insaturado, algum líquido é evaporado para a corrente de gás, transportando com ele o seu calor latente de vaporização, tornando-se mais frio o sistema termômetro – algodão.
• Atingindo o seu estado estacionário, a temperatura mantém-se constante - TU
Temperatura do ponto de orvalho ou ponto de orvalho
É a temperatura à qual, por efeito do resfriamento, o vapor na mistura G-V começa a condensar
Umidade Relativa (UR)
É a razão entre a pressão parcial do vapor no ar pela pressão
de vapor da água à temperatura do ar
100
.
.
v pP
P
R
U
Algumas definições
É a razão entre a quantidade real de umidade no ar a uma dada
temperatura e a quantidade máxima que o ar pode conter
• Secagem é uma operação importante na fabricação de produtos cerâmicos
• Do ponto de vista industrial, a operação de secagem é uma das fases mais delicadas de todo o processo produtivo cerâmico
• A ocorrência de gradientes térmicos e de umidade, durante o processo de eliminação da água, dá lugar ao aparecimento de tensões mecânicas, susceptíveis de gerar defeitos nos produtos – deformações e fissuras – que os inutilizam, ou baixam os níveis de qualidade
• Igualmente, são importantes os aspectos econômicos relacionados com os custos energéticos de operação
Defeitos frequentes na secagem - exemplos
Trincas na zona de maior
retração-Fonte: Facincani (1992) Gradiente de umidade na seção transversal
Defeitos frequentes na secagem - exemplos
Fissuras devido a não
homogeneidade na distribuição das partículas
Rubens Alves Junior
P d C C K dt dV 1 2 Fissuras na face com menor umidade residual
Fissuras superficiais devido a alta taxa de secagem
Secagem de placas
Secagem de pratos, travessas, tigelas e peças assemelhadas
Conclusão
Econômica
Secagem mais rápida possível
Técnica
Secagem rápida: retração diferencial –
produz trincamento e até fissuras
Produção da unidade
200 ton/dia de cerâmica vermelha para construção Água a ser eliminada na secagem 48 ton/dia
Consumo do secador (água evaporada) 4184 kJ/kg (1000 kcal/kg) Energia necessária 200,8 x 106 kJ/dia
Quantidade de gás natural (GN)
necessária, sabendo–se que 50% da necessidade seja recuperadas
2650 normal m3
Preço do normal m3 R$ ????
Custo R$ ????
Processos de
transferências
na operação de secagem
Tipos T C
Condução Convecção Radiação
Em cerâmica, maioria dos processos de secagem utiliza a convecção
O processo de transferência mais lento controla a velocidade de secagem
Processos de
transferências
na operação de secagem
Convecção:
• presença de um fluido (ar, Ar, etc)
• Coeficiente pelicular de transferência de calor
• Área
Condução:
• contato direto entre as fontes quente e a fria
• Área
Radiação:
• fonte e receptor – sem intervenção do meio
• Emissividade – absorvidade
• Área
Processos de
transferências
na operação de secagem
z
T
y
T
x
T
kA
Q
cd cdQ
c
h
cA
c
T
1
T
s
• Qcd, Qc, Qr são as velocidades de transferência de calor por condução, convecção e radiação • gradientes de temperatura nas direções x,y e z
• Ts é a temperatura superficial do corpo
• T1 é a temperatura do meio gasoso entre as fontes quente e fria
•T2 é a temperatura da fonte emissora de radiação (parede ou meio gasoso) • k é a condutividade térmica do material do produto
• hc é o coeficiente de transferência de calor por convecção • ε coeficiente de emissão da superfície do produto à Ts
• s coeficiente de absorção da superfície do produto, para radiação incidente, emitida pela vizinhança à T2
• é a constante de Stefan Boltzmann
z T y T x T , ,
4 4
2 s s s r rA
T
T
Q
Secagem por convecção
Rendimento térmico total da operação de secagem por convecção 60%
Ar quente
Eleva a temperatura do sólido a secar
Transforma o líquido em vapor
Calor cedido ao equipamento de transporte do produto
Calor cedido ao exterior devido a isolação ineficiente do forno
A velocidade de secagem por convecção depende:
1 – Fatores externos
• Temperatura
• Umidade relativa do ar
• Velocidade de circulação do ar • Área da superfície exposta • Pressão total
2 – Fatores internos
• Natureza física da peça
• Estrutura da peça • Teor de umidade • Temperatura
• Espessura da peça
São aqueles que não se relacionam com a estrutura do sólido a secar
Velocidade de
evaporação da água em
superfície livre
v p
E evaporaçãoK
P
P
V
• KE é a constante de evaporação que depende das condições de fluxo de ar • Pv é a pressão de vapor do líquido
na temperatura de evaporação
• Pp é a pressão parcial de vapor do líquido não ambiente
Como seria uma equação matemática representativa da velocidade de evaporação? F ato r de v el oc ida de Temperatura ºC
Umidade dos sólido
100
(%)
u s um
m
m
U
sólido águaW
W
X
X é o teor de umidadeW é a massa de água no sólido úmido e massa do sólido
(kg de água/kg de sólido seco)
200 ton/dia de cerâmica vermelha para
Classificação dos sólidos para efeito de secagem
•
sólidos porosos não higroscópicos
Areia, minerais britados, partículas de polímeros e alguns
cerâmicos
Critérios
de definição
•
o sólido não retrai durante a secagem
• volume de poros claramente reconhecível, que
está cheio de líquido quando o sólido está
completamente saturado, e cheio de ar quando
o sólido se encontra completamente seco
• umidade fisicamente ligada desprezível, isto
é, o sólido não é higroscópico
Classificação dos sólidos para efeito de secagem
•
sólidos porosos higroscópicos
Argilas, peneiras moleculares, madeiras, têxteis, etc.
• ocorre retração nas etapas iniciais de
secagem
Critérios
de definição
• existe um espaço de poros claramente
reconhecidos
• existe uma grande quantidade de umidade
fisicamente ligada
Classificação dos sólidos para efeito de secagem
•
sólidos coloidais não porosos
Sabões, gomas, alguns polímeros (ex: nylon) e vários produtos
alimentícios
• todo líquido se encontra fisicamente ligado
Esse tipo não se aplica às cerâmicas
Critérios
de definição
• não existe qualquer espaço de poros
Você
Norton
Como a água pode estar distribuída em uma peça
cerâmica?
• água de hidratação
(cristalização)
• água de suspensão (
deve ser removida antes ou durante a
conformação
)
• água interpartículas
• água dos poros
• água adsorvida
(química ou fisicamente adsorvida - van
der Waals)
Como a umidade está em um SÓLIDO?
Umidade ligada
Pressão de vapor da umidade retida no
sólido, a determinada temperatura, for
inferior a pressão do vapor do líquido puro, à
mesma temperatura
Umidade não ligada
Pressão de vapor da umidade retida no
sólido, a determinada temperatura, for
igual a do líquido puro, à mesma
temperatura
Umidade nos sólidos
• Retida nos capilares
• Adsorvida à superfície
Como a umidade está em um SÓLIDO?
Sistema sólido + gás com certa umidade
• A umidade do sólido aumenta ou diminui para um valor de
EQUILÍBRIO
• Se a umidade do sólido for maior que do equilíbrio o sólido
perde umidade até atingir o equilíbrio
Como a umidade está em um SÓLIDO?
Sistema sólido + gás com certa umidade
• A umidade do sólido aumenta ou diminui para um valor de
EQUILÍBRIO
• Se a umidade que se encontra acima dos valores de equilíbrio
é chamada de UMIDADE LIVRE e a que permanece no
sólido, em equilíbrio com o gás, é a UMIDADE DE
EQUILÍBRIO
• A operação de secagem remove a umidade, que pode ser
ligada ou não, até a condição de equilíbrio
• A relação entre a umidade e a umidade relativa do gás, a
determinada temperatura, é mostrada por meio das Isotermas
de
SORÇÃO-DESORÇÃO
Isotermas de sorção-desorção e
entalpia de ligação
Curvas de equilíbrio (desorção) entre o ar úmido e alguns sólidos, a 25ºC (Fonte Fonseca)
Isotermas de sorção-desorção indica a relação entre a umidade no sólido e a umidade relativa do ambiente (gás), a uma determinada temperatura
Isotermas de sorção-desorção
• as isotermas de sorção-desorção são válidas para temperaturas particulares Região A: monomolecular Região C: multimolecular Região B: intermediária • caulim (6) – baixa higroscopicidade • tabaco (7) – alta higroscopicidade • se a pressão parcial é
próxima de zero a umidade de equilíbrio no sólido é próxima de zero A saturação do ar aumenta muito: • aumento da condensação capilar. • expansão do sólido
Histerese de sorção-desorção (umidificação-desumidificação)
Entalpia de ligação da umidade ao sólido
Norton
Água interpartículas
(água livre aparece mesmo depois de uma filtração, espessamento, absorção por moldes, etc – espessura de ordem de 50 nm)
• a retirada dessa água promove retração da peça
Água nos poros
• está nos interstícios entre as partículas
• a remoção dessa água promove pequena ou quase nenhuma retração
Água adsorvida
Mecanismos de secagem – velocidade
de secagem – retração da peça
P
d
C
C
K
dt
dV
1
2Movimento da umidade através de um meio poroso com um gradiente de umidade (C1-C2)/d
Velocidade de escoamento
da água
Vários modelos matemáticos
• ComplexosInfluência da espessura de parede e estado de floculação ne secagem de peças cerâmicas – Fonte: REED
Refractory Castable Engineering - Ana Paula
O que pode ocorrer se a velocidade de secagem for muito
rápida?
Velocidade de perda de água na secagem da argila úmida
Fases na secagem de uma argila úmida
Representação da Velocidade de Secagem em função da Umidade média do produto, para condições externas constantes
AB – regime transitório
• se estabelece quando o sólido é posto com o gás de secagem
• depende das condições do sólido e do gás de secagem
BC – superfície de secagem saturada de
líquido
• não depende das características do sólido e sim da superfície
• tem temperatura constante • ponto C – umidade crítica
CD – velocidade de eliminação de líquido diminui
• Acontece quando a velocidade de eliminação de líquido à superfície for superior a do movimento do líquido para a superfície
Representação da Velocidade de Secagem em função da Umidade média do produto, para condições externas constantes
Representação da variação da Umidade média do produto em função do tempo, para condições externas constantes
Relação entre umidade, velocidade de secagem, temperatura da peça e tempo
A evolução da retração linear de secagem de
massas argilosas em função da perda de água de
conformação é representada por meio da chamada
curva de Bigot.
Retração de peças cerâmicas durante a secagem
A umidade crítica depende da estrutura interna do corpo cerâmico
• método de preparação (colagem, extrusão, etc)
M.O.E. Schwartz,
• granulometria (para uma mesma composição mineralógica, a Umidade Crítica será tanto menor quanto mais fino for o sistema)
• natureza mineralógica dos componentes da massa cerâmica
Curva de secagem característica
• Quando se utilizam diversas condições para secar um mesmo material, as
curvas de secagem são geometricamente similares.
• Se essas curvas forem normalizadas, a respeito da velocidade inicial de secagem e da umidade crítica média, então todas elas se aproximam de uma
curva única inicial área unid
V
V
f
. sec . / . sec
. . . eq crit eqX
X
X
X
Velocidade
de
secagem
característica
Umidade característica
Curva de secagem característica de uma argila plástica
Vsec. é a velocidade de secagem por unidade de área
Vsec.inicial é a velocidade inicial de secagem
f é a velocidade de secagem característica
X é a umidade média
Xcr é a umidade média crítica
Xeq. é a umidade de equilíbrio
é a umidade característica inicial área unid
V
V
f
. sec . / . sec
. . . eq crit eqX
X
X
X
Curva de secagem característica
• se o comportamento do sólido na secagem é descrito pela curva
característica, as suas propriedades devem satisfazer aos seguintes critérios: 1. A umidade crítica Xcr é invariante e independente da umidade inicial;
2. Todas as curvas de secagem de um determinado sólido são geometricamente similares, de modo que a curva característica seja única e independente das condições externas.