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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DO RIO CAPIBARIBE EM RECIFE, PERNAMBUCO 1

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DO RIO CAPIBARIBE EM RECIFE, PERNAMBUCO1

Liderlânio de Almeida Araújo2, Alexciana Melo3, Sérgio Carvalho de Paiva4, Alexandra Amorim Salgueiro5

1

Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC);

2

Graduando em Licenciatura em Química, bolsista do PIBID, Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), liderlanioalmeida@gmail.com;

3

Graduanda em Engenharia Química, CCT, UNICAP, alexalemelo@hotmail.com;

4

Químico, Professor, CCT, UNICAP, spaiva@unicap.br;

5

Professora-pesquisadora, CCT, UNICAP, aas@unicap.br.

Resumo

A água é um bem universal e imprescindível a todos os seres vivos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o conteúdo microbiológico do rio Capibaribe no trecho que corta a cidade do Recife. As análises microbiológicas forma realizadas de acordo com a metodologia padronizada. Amostras de água forma coletadas em seis estações próximas ao Sport Clube do Recife. Foram determinados coliformes totais e fecais na ordem de grandeza maior que 108 HMP/ 100 mL da amostra, enquanto a contagem padrão de bactérias atingiu valor Máximo de 109 UFC/mL. UFC/mL. A construção irregular de habitações ao longo das margens desse Rio e a falta de saneamento básico nesse local são as causas diretas da poluição microbiológica nesse recurso hídrico.

Palavras-chave: recursos hídricos, poluição, contaminação biológica.

INTRODUÇÃO

O desequilíbrio ecológico dos recursos hídricos tem aumentado em todo o planeta . A região nordeste tem períodos de seca enquanto cidades são devastadas pelas forças da água. Em Pernambuco, as cidades de Barreiros, Água Preta, Catende, Cortês, Jaqueira, Maraial, Palmares, dentre outras foram inundadas enquanto outras cidades estão sofrendo com a d água. esse líquido é de suma importância não apenas para

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sobrevivência da espécie humana, como para as demais formas de vida. Ações de preservação e reaproveitamento da água devem ser incentivadas em atividades de educação ambiental.

A água compõe 80% da superfície do planeta Terra. Apesar desse grande percentual, a distribuição não é uniforme. Há regiões que tem água em abundância e a população é pequena (Amazonas). O risco de faltar esse recurso natural pode ocasionar guerras entre nações considerando que a porcentagem de água doce é pequena (2,4%) comparando com a da água salgada (97,1%). Além de que, parte da água doce não é utilizada pelo homem por encontrar-se em geleiras ou poluída (HIRATA, 2000).

Ações humanas causam poluição da água. A água poluída transmite inúmeras doenças como cólera, hepatite, febre tifoide, verminoses, entre outras (QUALIDADE, 2013). O rio Capibaribe nasce em Porção, Pernambuco, banha 42 municípios pernambucanos inclusive a cidade de Recife, desaguando no Oceano Atlântico. A bacia hidrográfica desse Rio abrange uma área de 7.716 m2 com 74 afluentes. Esse Rio tem grande importância histórica e social na formação e no desenvolvimento do Estado. Nesse contexto, destaca-se a importância analítica da qualidade da água não só a que é consumida, como também, a que é utilizada para outros fins.

A água para ser utilizada pelo homem deve obedecer à Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA que estabelece normas e padrões para cada tipo de água em função da classificação (BRASIL, 2005). As bactérias do grupo coliformes são utilizadas como indicadores de contaminação fecal por se encontrarem nos intestinos de todos os mamíferos e, por conseguinte serem eliminadas nos seus dejetos. A facilidade das técnicas de detecção e o desenvolvimento de metodologia com esses micro-organismos contribuem para a utilização dessas bactérias em avaliações microbiológicas como indicadores de contaminação fecal (CPRH, 2008).

O presente trabalho tem por finalidade avaliar a qualidade microbiológica da água do rio Capibaribe quanto a coliformes totais, coliformes termotolerantes e contagem padrão de bactérias.

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METODOLOGIA Amostragem

A água do rio Capibaribe foi coletada em seis estações de coleta de água entre a Ilha do Retiro e o bairro Joana Bezerra, no período entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. Os resultados correspondem à média entre as análises realizadas.

Determinações microbiológicas

A determinação do número mais provável de coliformes totais e termotolerantes foi realizada pela técnica de tubos múltiplos, utilizando 10 mL do caldo lactosado, distribuído em cinco tubos de ensaio, no teste presuntivo (37 oC/24-48 h) e caldo EC no teste confirmativo (44,5 oC/48 h); o resultado foi determinado por tabela estatística e expresso em número mais provável (NMP) por 100 mL da amostra (APHA, 1998).

A contagem total de bactérias foi realizada em duplicata, utilizando placas de PETRIFILM e após 48 h a 37 oC, o resultado foi expresso em unidades formadoras de colônias por mililitro - UFC/mL (APHA, 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Figura 1 ilustra o rio Capibaribe que corta a cidade do Recife onde se observa um crescimento habitacional ao longo do leito do Rio. Nesse trecho, foram coletadas amostras para análise microbiológica neste trabalho.

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Figura 1 Rio Capibaribe na área urbana de Recife

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe foi criado em 23 de março de 2007 em assembléia geral e homologado no mesmo ano pelo Conselho Estadual de Recursos Hídrico através da Resolução 07/2007. Considerando que o rio Capibaribe é da Classe 2, suas águas são utilizadas para abastecimento humano após tratamento convencional, recreação, além de irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, dentre outros múltiplos-usos da água (BRASIL, 2005).

A tabela 1 apresenta a média dos resultados de coliformes totais e de coliformes termotolerantes. Foi determinada poluição microbiológica em todo trecho do Rio investigado. Os valores de coliformes totais e de coliformes termotolerantes variaram entre 107 a 108 NMP/100m. Apenas no bairro de Afogados em Recife (estação de coleta 1), o número de coliformes totais foi dez vezes maior que o de coliformes termotolerantes. Essa área é coberta de mangue e por isso há coliformes oriundos de vegetação. Ressalta-se que a presença de mangue em outras estações de coleta não influenciou o número de coliformes determinados.

Tabela 1 Média dos resultados de coliformes totais e termotolerantes Estação de coleta Coliformes Totais Coliformes termotolerantes

Rua Imperial com a rua Realeza 2,2x108 1,1x107 Rua Felipe Moura com estrada dos Remédios >6,9x108 >5,1x108 Rua Tabaiares >6,7x108 >6,9x108 Próximo ao Viaduto Chico Science 3,6x107 3,6x107 Av. Beira Rio, próximo ao Sport Club do Recife 3,6x107 1,1x107

Ponte Joana Bezerra 3,6x107 3,6x107

Esses resultados obtidos foram comparados com o valor máximo estabelecido de colifomes termotolerantes para a classe 2 - água para uso de recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático, mergulho, e para os demais usos, não deverá exceder um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros, de

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acordo com a resolução CONAMA nº 274 (BRSIL, 2000). Logo, a poluição microbiológica excede cerca de quatro a cinco vezes mais o valor da legislação vigente.

A Figura 1 apresenta os resultados de contagem padrão de bactérias determinados na água do rio Capibaribe em Recife. A maior contaminação bacteriológica 109 UFC/mL foi determinada nas estações de coleta (A2 e A3) onde . Nesse local, no momento da coleta, foram evidenciados lixo e lançamento de esgoto doméstico que contribuíram diretamente para o aumento da contaminação bacteriana no rio Capibaribe.

Figura 1 Contagem padrão de bactérias no rio Capibaribe (x 10 7 UFC/mL)

0 50 100 150 200 250 300 350 A1 A2 A3 A4 A5 A6

Estações de coleta de água

UF

C/

m

L

Legenda: A1 = Rua Imperial com rua Realeza; A2 = Rua Felipe

Moura com estrada dos Remédios; A3 = Rua Tabaiares; A4 = Próximo ao Viaduto Chico Science; A5 = Av. Beira Rio próximo ao Sport Club do Recife; A6 = Ponte Joana Bezerra

A Figura 2 ilustra a poluição em um canal do rio Capibaribe devido às construções irregulares nas margens cujo trecho encontra-se drenado pelo homem. Esgotos domésticos são direcionados a esse Canal e resíduos sólidos estão acumulados de forma indiscriminada. Essa poluição causa contaminação na água e doenças de veiculação hídrica podem ser difundidas pela Comunidade. É necessário que o governo implemente drenagem de esgotos e coleta de resíduos, além de incentivar atividades de educação ambiental para que ações da população não causem impacto negativo no meio

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ambiente. Ensinar e estimular o acondicionamento e as coletas seletivas de resíduos sólidos domésticos são ações essenciais num país em desenvolvimento.

Figura 2 Poluição em Canal do rio Capibaribe na cidade do Recife

A Figura 3 ilustra o leito do rio Capibaribe no bairro Joana Bezerra em Recife. A grandiosidade desse recurso hídrico é constatada pela extensão de água que será aproveitada para navegação em projetos a serem implementados. A poluição antrópica causada principalmente pela falta de saneamento básico e por criatórios de camarões nas margens desse Rio deve ser evitada. A produção de camarão próxima ao leito do Rio altera a qualidade da água devido a produtos tóxicos utilizados.

O desenvolvimento de atividades de lazer, de transporte por navegação e de economia são fundamentais para o desenvolvimento sustentável. As águas do rio Capibaribe com qualidade, de acordo com a legislação vigente podem servir para irrigar plantações de alimentos que propociem uma alimentação saudável e rendimentos aos moradores que residem no entorno desse Rio, além de incentivar as atividades náuticas do turismo.

A literatura apresenta vinte e quatro estações de coleta de água monitoradas no controle de qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Capibaribe no período de 1995 a 2008. Foi verificado que a água estava muito poluída na estação coletada na ponte, localizada na Rua Engenheiro Abdias de Carvalho na Ilha do Retiro em frente ao

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Sport Club de Recife. Ressalta-se que dentre os diversos parâmetros analisados oxigênio dissolvido, demanda bioquímica e coliformes fecais foram determinados em periodicidade não uniforme.

Figura 3 Rio Capibaribe na cidade do Recife, próximo ao Real Hospital Português

Foster e Hirata (2003) verificaram que as atividades que mais contribuem para a origem de cargas contaminantes nos recursos hídricos, são provenientes da ação humana, que aumentam exponencialmente à medida que o desenvolvimento urbano, a produção industrial e a produção agrícola aumentam.

CONCLUSÕES

• O rio Capibaribe na cidade de Recife apresenta contaminação microbiológica por bactérias, principalmente E. coli;.

• há falta de saneamento básico nas construções irregulares ao longo do leito do rio Capibaribe na cidade de Recife;

• a comunidade que habita próximo ao rio Capibaribe em Recife deposita lixo doméstico e lança esgoto diretamente nesse recurso hídrico;

• atividades lúdicas de educação ambiental devem ser realizadas em comunidades ribeirinhas visando melhor qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS

APHA- Amrican Public Health Association, American Water Works Association e Watter Environment Federation; Standard Methods for the Examination of

Examination of Water and Wastewater. 18th ed., Estados Unidos da América: Victor Graphics, Inc., 1992.

CPRH- Agência Estadual de Meio Ambiente d Recursos Hídricos. Relatório Grupos

de pequenos rios litorâneos – GL – 2. Recife: CPRH, 2008.. 55 – 62.

FOSTER, S. S. D.; HIRATA, R. Contaminación de las águas subterráneas. Organização Mundial de la Salud. Organização Panamericana de la Salud, Centro Panamericano de Ingenieria Sanitária y Ciências Del Ambiente. Lima, Peru, 1987.

HIRATA, R. Recursos Hídricos. In: TEIXEIRA, W. et al (orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.

QUALIDADE das águas. Principais Doenças Relacionadas com a Água. Disponível em: <http://www.uniagua.com.br/default.asp?tp=3epag-qualidade.htm>. Acesso em: 11 mar 2013.

SALGUEIRO, A. A.; REGO, R. P.; GAZINEU, M. H. P.; FERREIRA, S. R. M.; REGO, R. C. P.; PAIVA, S. C. Diagnóstico da qualidade de água no entorno do aterro sanitário em Rio Formoso, Pernambuco, Brasil. In: Água subterrânea e

Dessalinização, Série Encontro das Águas, n. 2, 2006, p. 61-70.

WHO – World Health Organization (apud 1993, Guerra, N. M. M.) Ocorrência de

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