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A IMPORTÂNCIA DO ATLAS VIRTUAL DE HISTOLOGIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM NO CURSO DE MEDICINA DA UFCA

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A IMPORTÂNCIA DO ATLAS VIRTUAL DE HISTOLOGIA NO

ENSINO-APRENDIZAGEM NO CURSO DE MEDICINA DA UFCA

Arthur Rafhael Amorim Alves Esmeraldo1 Isadora Calisto Gregório2 Marina Mello de Almeida3 Jacquelinny Lopes de Macedo4 Terentia Batista Sá de Norões5 RESUMO: Atualmente os currículos de ensino médico vem sofrendo redução da carga-horária, principalmente, das disciplinas básicas como a histologia. Como estratégia encontrada por muitas instituições, criaram-se ambientes virtuais para a facilitação do ensino de histologia, tal como ocorreu na Universidade Federal do Cariri, com a construção do Atlas Virtual Interativo de Histologia. Este trabalho foi realizado com o intuito de averiguar o impacto dessa ferramenta no meio acadêmico da instituição em questão. Aplicaram-se 50 questionários contendo 12 tópicos aos alunos dos primeiros dois períodos do curso de Medicina do Cariri, 25 questionários em cada período. Realizou-se a tabulação dos dados no Epi Info 7.1.2.0. Evidenciou-se, principalmente, que 90% dos participantes já haviam acessado o site, que a maioria nunca acessou outro atlas virtual e que o buscam as vésperas das provas. Dessa forma, nota-se que o ambiente virtual possui boa aceitação entre seu público e que cumpre seu papel de servir, além de ferramenta complementar ao estudo iniciado em sala de aula e no laboratório, como instrumento modificador da dinâmica ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: atlas; ensino; histologia

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a maioria dos cursos de ensino médico tem sofrido mudanças na sua base curricular. E com isso, conforme Heidger et al (2002), foi sendo restringido o tempo, principalmente, para disciplinas básicas, as quais, em sua maioria, fazem uso da utilização de laboratórios para a prática do que é aprendido em sala de aula, comprometendo disciplinas como Histologia, Anatomia, Embriologia e Patologia.

Segundo Pellón, Mansilla e San Martín (2009), no contexto dinamizado em que vivemos, a formação de profissionais no Ensino Superior exige muito mais dos professores do que apenas ter domínio de conteúdo. É necessário que os docentes busquem exaustivamente maneiras mais didáticas para facilitar o processo ensino-aprendizagem. Uma das formas encontradas por diversas universidades para lidar com a redução gradativa da carga horária para atividades práticas de Histologia, visando sempre a qualidade do ensino, Segundo Santa-Rosa e Struchiner (2011), foi a utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação.

A Histologia, uma das disciplinas básicas, destaca-se nessa seara da redução de carga horária, pois possui grande parte de seu conhecimento dedicado à análise visual

1 Graduando em Medicina, Universidade Federal do Cariri, Barbalha, Ceará

arthur_esmeraldo@hotmail.com

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Graduanda em Medicina, Universidade Federal do Cariri, Barbalha, Ceará isadoragregorio@hotmail.com

3 Graduanda em Medicina, Universidade Federal do Cariri, Barbalha, Ceará ninalmeida2005@gmail.com 4

Graduanda em Medicina, Universidade Federal do Cariri, Barbalha, Ceará jac.lopesmacedo@gmail.com

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2 de estruturas morfológicas celulares e teciduais através de lâminas com preparados histológicos ao microscópio. Dessa maneira, devem-se buscar novas formas para seu ensino prático, mesmo em curto período, para que os alunos não sejam privados desse conhecimento.

Conforme Ackermann (2004), somam-se a isso alguns problemas que sempre acompanharam o ensino tradicional prático de histologia. Dentre eles, nem todas as lâminas histológicas disponíveis para os alunos possuem a mesma qualidade e se encontram na mesma incidência de corte; os aprendizes levam muito tempo tentando encontrar estruturas; a identificação individual errada de estruturas durante a aula; e o número limitado de microscópios.

Muito tem sido feito por professores ao redor do mundo para viabilizar o ensino de Histologia utilizando o computador como ferramenta. Segundo Lehmann et al (1999) apud Santa-Rosa e Struchiner (2011), a Universidade de Johns Hopkins, nos Estados Unidos, realizou uma pesquisa etnográfica a respeito da utilização de atlas digital no ensino de Histologia. Verificou-se aumento da satisfação do aluno com relação ao laboratório, da predisposição para o estudo da disciplina, da facilitação da discussão em grupo e da produtividade dos docentes.

Já existem experiências em que há apenas o uso de microscópios virtuais na web no ensino da histologia. Esse é o caso da University of New South Wales, na Austrália, descrito por Kumar et al (2006), onde para se adaptar às novas reformas curriculares do curso de medicina foram buscadas novas alternativas capazes de suprir e dinamizar o tempo disponível para o ensino tanto de histologia quanto de histopatologia. Para isso foi abolido o uso de microscópios e lâminas histológicas de vidro, substituindo-os pelas lâminas virtuais obtidas de outras instituições de ensino que já haviam catalogado digitalmente seu acervo. Ao final da experiência foi conseguido alcançar o êxito almejado.

Diversos autores evidenciam que a utilização de microscopia virtual no ensino-aprendizagem de histologia “exclui a dependência de habilidades dos estudantes no manuseio” tanto do microscópio quanto da estrutura visualizada (DOWNING, 1995; HARRIS et al, 2001; KUMAR, 2004). Além disso, um dos pontos mais fortes dessa tecnologia, ainda facilita o domínio dos discentes por parte do professor, pois há a possibilidade de compartilhamento da mesma imagem com um grupo maior, otimizando o encontro, reduzindo o tempo laboratorial, resolvendo os problemas de variabilidade de secção e perdas de lâminas de vidro, por exemplo.

Pensando em compor uma nova ferramenta complementar ao ensino-aprendizagem de histologia, não apenas para o público da Universidade Federal do Ceará, mas também para outras Instituições de Ensino Superior (IES) do Ceará e do Brasil, iniciou-se o desenvolvimento do Atlas Virtual Interativo de Histologia (www.histologia.ufc.br), no ano de 2012, no curso de Medicina do Cariri.

Este projeto obteve bom impacto no meio acadêmico, e, atualmente, já conta com mais de 1600 visualizações. Conta com lâminas identificadas com legendas, e textos didáticos sobre os diversos tecidos histológicos. Ainda se encontra em desenvolvimento, contando com quase 80 fotomicrografias atualizadas. Tudo isso num site simples e de fácil navegação. No entanto, ainda se faz necessário o conhecimento preciso acerca do papel de tal ferramenta para os discentes que cursam a disciplina de histologia.

Visto isso, e diante da inexistência de iniciativas de tal impacto em nosso meio acadêmico, buscou-se identificar a importância da utilização do Atlas Virtual Interativo de Histologia da Universidade Federal do Cariri (UFCA), no curso de Medicina da referida universidade.

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MATERIAIS E MÉTODOS

O curso de Medicina da Universidade Federal do Cariri - UFCA possui cerca de 350 alunos matriculados. Destes, em média, 80 compõem o primeiro e o segundo semestres, nos quais há a disciplina de Histologia. Durante todas as aulas práticas da disciplina de Histologia, foi incentivado pelos monitores que os alunos buscassem aprimorar os conhecimentos adquiridos e tentar tirar outras dúvidas visitando o site do Atlas Virtual Interativo de Histologia (www.histologia.ufc.br).

Este foi um estudo quantitativo, de caráter descritivo, realizado com discentes do curso de Medicina da UFCA. Foram critérios de inclusão: estar matriculado no 1º ou no 2º semestre durante o período 2013.2; estar disposto a responder o questionário. Não houve critérios de exclusão.

Aplicou-se, no mês de outubro de 2013, um questionário contendo 12 tópicos sobre a utilização do Atlas, nas duas turmas, totalizando um n = 50, sendo 25 alunos de cada turma escolhidos aleatoriamente. A todo o momento foi resguardada a identidade do participante e o seu direito de abandonar a pesquisa a qualquer momento. Utilizou-se uma análise estatística simples dos dados através do programa Epi Info versão 7.1.2.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os resultados dos questionários aplicados aos alunos, notou-se um predomínio feminino (62% das pessoas que responderam), sendo 20 do 2º Semestre e 11 do 1º Semestre.

Do total de participantes, quando perguntados se já haviam utilizado o Atlas Virtual Interativo de Histologia da UFCA, apenas 10% não realizaram nenhum acesso ao site. Daqueles que afirmaram já terem acessado o Atlas, 68,9% afirmaram ter acessado o site de 1 a 5 vezes, enquanto 24,4% entraram no site de 6 a 10 vezes, e 6,7% dos participantes julgaram ter utilizado o Atlas 11 ou mais vezes.

A respeito do intuito de procurar o site, os participantes deram respostas melhor distribuídas, no entanto, prevaleceram aqueles que disseram procurar o Atlas para revisar para a prova (42,22%), conforme Tabela 1. Desse total, apenas uma pessoa (2,22%) afirmou não ter encontrado seu objeto de pesquisa. No entanto, a aceitação foi geral, uma vez que todos que se propuseram a experimentar o site responderam que gostaram do material lá publicado. Tal proporção também foi alcançada ao se fazer a pergunta: “Você acha que o Atlas Virtual Interativo de Histologia da UFCA complementa o aprendizado iniciado nas aulas práticas?”, uma vez que 100% responderam “sim”.

Tabela 1 – Finalidade buscada no Atlas Virtual Interativo de Histologia do Curso de Medicina da Universidade Federal do Cariri - UFCA.

Objetivos principais n %

Leitura de textos complementares 7 15,56%

Revisar antes da prova 19 42,22%

Tirar dúvida após aula prática 16 35,56%

Tirar dúvida após aula teórica 3 6,67%

Total 45 100,00%

Percebeu-se, durante a análise dos dados, que a maioria (54%) nunca fez uso de outros sites que tragam a mesma abordagem da histologia. Contudo, todos os

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4 participantes creditaram como válida a utilização de mídias digitais durante as aulas de histologia, tanto teóricas como práticas.

Quanto aos meios utilizados, comumente, pelos participantes da pesquisa para o estudo de histologia pôde-se observar que poucos (2%) fazem uso rotineiro de atlas virtuais e a grande maioria (62%) utiliza livros-texto, conforme Figura 1.

Figura 1 – Meios utilizados para o estudo da Histologia.

Conforme o apresentado, percebe-se a grande receptividade, por parte dos discentes, de novas tecnologias, tendo a consciência que estas possam auxiliar na formação do conhecimento, uma vez que a maioria seguiu as orientações dos monitores sobre a utilização do site. Embora, reconheçam a importância e utilidade dos atlas virtuais e das mídias digitais, de um modo geral, pouco tempo é dispensado para se dedicar a esse tipo de ferramenta educacional, sendo seu uso acentuado nos períodos que antecedem as avaliações.

Há uma acentuada diferença entre o uso para estudo rotineiro entre os livros-texto e os atlas impressos ou virtuais. Aqueles são bem mais usuais e referenciados pelos professores. Então, pode-se afirmar que, de certa forma, falta engajamento dos professores com relação à utilização da tecnologia, que pode estar associado ao excesso de tempo dos alunos destinado ao estudo de outras disciplinas.

CONCLUSÃO

Observa-se que o Atlas Virtual Interativo de Histologia da Universidade Federal do Ceará tem conseguido alcançar seus objetivos, facilitando o ensino-aprendizagem e dando suporte ao discente em suas dificuldades, firmando-se como um instrumento útil ao aluno.

Pode-se dizer que esta nova ferramenta está sendo bem aceita pelo público alvo, uma vez que apenas uma minoria não a utilizou ainda no seu dia-a-dia acadêmico. E daqueles que a utilizaram, a grande maioria voltou no mínimo mais uma vez, para, principalmente, estudar para a prova.

As novas tecnologias têm um grande potencial para trazer melhorias, dinamização e facilitação da educação no contexto educacional atual. Faz-se necessário maior apoio e incentivo por parte dos professores para que ocorra uma maior difusão deste conhecimento, incorporando-o em sua prática cotidiana da docência.

Novas tecnologias como essa devem continuar surgindo para que dinamizem mais a forma de ensinar tradicional.

16% 2% 62% 16% 4% Atlas impressos Atlas virtuais Livros-texto Material das aulas Resumos

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REFERÊNCIAS

ACKERMANN, P. The suitability of multimedia resource for teaching undergraduate histology in a developing country. Pretoria, 2004.

DOWNING, S. W. A multimedia-based histology laboratory course: elimination of the tradicional microscope laboratory. Medinfo, 8 (Pt 2): 1695.

HARRIS, T. et al. Comparison of a virtual microscope laboratory to a regular microscope laboratory for teaching histology. The anatomical record, n. 265, p. 10 – 14, 2001.

HEIDGER JR, P. M. et al. Integrated approach to teaching and testing in histology with real and virtual imaging. The anatomical record, n. 269, p. 107-112, 2002.

KUMAR, R. K. et al. Virtual microscopy for learning and assessment in pathology. J Pathol, n. 204, p. 613–618, 2004.

KUMAR, R. K. et al. Integrating histology and histhopatology teaching in practical classes using virtual slides. The anatomical record, n. 289B, p.128–133, 2006

PELLÓN, A. M.; MANSILLA, S. J.; SAN MARTIN, C. D. Desafíos para la transposición didáctica y conocimiento didáctico del contenido en docents de anatomia: obstáculos y proyecciones. Int. J. Morphol, n. 27 (3), p. 743-750, 2009.

SANTA-ROSA, J. G.; STRUCHINER, M. Tecnologia Educacional no Contexto do Ensino de Histologia: Pesquisa e Desenvolvimento de um Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem. Revista brasileira de educação médica, n. 35 (2), p. 289-298, 2011.

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