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TFG - O PAISAGISMO COMO PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL

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BACHARELADO EM ARQUITETURA E

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMOURBANISMO KAMILA VILLWOCK HARNISCH

KAMILA VILLWOCK HARNISCH

O PAISAGISMO COMO

O PAISAGISMO COMO PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL:PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL: PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -P

PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -PARANÁARANÁ

PATO BRANCO PATO BRANCO

2012 2012

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O PAISAGISMO COMO

O PAISAGISMO COMO PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL:PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL: PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -P

PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -PARANÁARANÁ

Documento de defesa de monografia Documento de defesa de monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Mater Dei, como Urbanismo da Faculdade Mater Dei, como requisito parcial à obtenção do título de requisito parcial à obtenção do título de  Arquiteto

 Arquiteto e e Urbanista. Urbanista. Prof. Prof. Ms.Ms. Orientadora da disciplina de TFG I Orientadora da disciplina de TFG I  – – Marta Beatriz dos Santos Dall’Igna.

Marta Beatriz dos Santos Dall’Igna.

Orientação: Orientação:

Prof. Esp. Andrei Mikhail Zaiatz Crestani Prof. Esp. Andrei Mikhail Zaiatz Crestani

PATO BRANCO PATO BRANCO

2012 2012

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O PAISAGISMO COMO

O PAISAGISMO COMO PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL:PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL: PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -P

PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -PARANÁARANÁ

Documento de defesa de monografia Documento de defesa de monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Mater Dei, como Urbanismo da Faculdade Mater Dei, como requisito parcial à obtenção do título de requisito parcial à obtenção do título de  Arquiteto

 Arquiteto e e Urbanista. Urbanista. Prof. Prof. Ms.Ms. Orientadora da disciplina de TFG I Orientadora da disciplina de TFG I  – – Marta Beatriz dos Santos Dall’Igna.

Marta Beatriz dos Santos Dall’Igna.

Orientação: Orientação:

Prof. Esp. Andrei Mikhail Zaiatz Crestani Prof. Esp. Andrei Mikhail Zaiatz Crestani

PATO BRANCO PATO BRANCO

2012 2012

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O PAISAGISMO COMO

O PAISAGISMO COMO PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL:PROPULSOR DA EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL: PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -P

PARQUE MULTISENSORIAL PARA PATO BRANCO -PARANÁARANÁ

Documento de defesa de monografia apresentada ao Curso de

Documento de defesa de monografia apresentada ao Curso de graduação emgraduação em  Arquitetura e Urbanismo, da Facu

 Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade Mater Dei, como requisito à obtençldade Mater Dei, como requisito à obtenção doão do título de Arquiteto Urbanista.

título de Arquiteto Urbanista.

COMISSÃO EXAMINADORA COMISSÃO EXAMINADORA

 ______________

 __________________________________________ ____  Prof. Msc.Wívian Patrícia Pinto Diniz Prof. Msc.Wívian Patrícia Pinto Diniz

Faculdade Mater Dei Faculdade Mater Dei

 ______________

 __________________________________________ ____  Prof. Msc.

Prof. Msc. Marta Beatriz dos Santos Dall’IgnaMarta Beatriz dos Santos Dall’Igna Faculdade Mater Dei

Faculdade Mater Dei

 ______________

 __________________________________________ ____  Prof. Esp. Andrei Mikhail Zaiatz Crestani Prof. Esp. Andrei Mikhail Zaiatz Crestani

Faculdade Mater Dei Faculdade Mater Dei Pato Branco, Junho 2012. Pato Branco, Junho 2012.

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Uma proposta para Pato Branco - Paraná/Harnisch, Kamila Villwock

Orientadora de TFG I, Marta Beatriz dos Santos Dall’Igna

orientador, Andrei Mikhail Zaiatz Crestani Finger. -- 2012.

x, 91 f. ; 30 cm

Monografia (graduação) – Faculdade Mater Dei Paraná, Pato Branco, 2012

Inclui bibliografia

1. Arquitetura e Urbanismo. – paisagismo. 2. Parques Urbanos. 3. Sensorial. 4. Espaços Públicos

I. Harnisch, Kamila Villwock.

II. Faculdade Mater Dei. Programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Título. CDD 712.55

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 À Deus, o autor da minha vida e de todos os meus projetos, que manteve – me firme nos momentos de fraqueza e a cada dia me faz entender o sentido dessa caminhada.

 À minha família, meus pais e irmãos, pelo amor incondicional, estímulo e confiança, por ensinarem a persistir nos meus objetivos e alcançá-los.

 À professora Marta Beatriz dos Santos Dall’Igna, pelo incentivo e auxílio na pesquisa, pelas discuções teóricas e ensinamentos da pesquisa acadêmica. Aos demais professores que contribuíram indiretamente na pesquisa. Ao arquiteto  Adriano Scarabelot, que muito acrescentou em minha formação acadêmica com

conhecimentos práticos.

 Ao meu orientador Andrei Mikhail Zaiatz Crestani, pelo incentivo ao tema e criteriosa orientação em busca de bons resultados.

 Aos colegas de faculdade, em especial Fabiane, Alexandra, Luiz, Sidney e Tamara pela amizade e convívio no decorrer do curso. À Claudia, Ariadna, Cássia, Kátia e Edina pelas trocas de conhecimentos e informações, que muito colaboraram com o estudo.

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 A pesquisa propõe auxiliar na base conceitual para a proposta de implantação de um Parque Multisensorial, com estrutura física para receber todas as pessoas, desenvolvendo a apropriação do espaço através do desenho universal e explorando os sentidos humanos. São poucos os espaços públicos de Pato Branco que proporcionam lazer para pessoas com deficiência. Na pesquisa bibliográfica buscou-se conceitos relacionados à parques, praças e buscou-sentidos, elegendo teóricos como Ponty, Rheingantz e Lynch, que tratam dos sentidos humanos e a interferência do meio, Jacobs afirmando a influência de parques na sua vizinhança, Sun, tratando das trocas sociais que um espaço público pode proporcionar, assim formando a paisagem urbana, (que é dinâmica) e Mace a respeito da criação de espaços públicos de qualidade através do desenho universal. A pesquisa de campo através do Médoto de Análise Walkthrough  buscou - se conhecer os espaços, usos e sensações de dois locais de lazer de Pato Branco, com a visita foi possível identificar problemas nessas áreas de lazer como falta de acessibilidade, dificuldade de acesso, mobiliário urbano escasso, com isso a necessidade de criação de espaços públicos de qualidade e inclusivos para a cidade. O que compreende a etapa do TFG 1, o qual é indissociável do TFG 2 do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Mater Dei.

Palavras-Chave: Arquitetura e Urbanismo  – paisagismo. Parques Urbanos. Sensorial. Espaços Públicos

ABSTRACT 

The research proposes to assist in the conceptual basis for the proposed deployment  of a Multisensory Park, with the physical structure to receive all people, developing  the appropriation of space through universal design and exploiting the human  senses. There are few public spaces of Pato Branco providing recreation for people  with disabilities. In biographical research we look for concepts related to parks, squares and directions, electing theorists like Ponty, Rheingantz and Lynch, that deal  with the human senses and the interference of the medium, Jacobs stating the  influence of parks in his neighborhood, Sun, treating social exchange that can  provide a public space, thus forming the urban landscape, which is dynamic and  Mace about the creation of quality public spaces through universal design. The field  research by the Analytical Walkthrough Method, sought - to know the places, uses  and sensations of two local leisure of Pato Branco, the visit was to identify possible  problems in these recreational areas such as lack of accessibility, limited access, little urban firniture, thus the need to create quality public spaces and inclusive to the  city. Which comprises the step of TFG 1, which is inseparable from TFG 2 of  Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Mater Dei .

Keywords : Architecture and Urbanism - landscaping. Urban Parks. Sensory. Public  Spaces.

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Figura 1 - Organograma de contextualização teórica ... 15

Figura 2 - Mercado de especiarias de Istambul... ... 19

Figura 3 – Envolvimento sensorial em uma cidade. ... 20

Figura 4 - Imaginação e conhecimento intuitivo ... 20

Figura 5 - Acesso ao edifício por meio de escada e rampa ... ... 23

Figura 6 - Paredes que podem ser deslocadas ... 23

Figura 7 - Percurso confuso e percurso intuitivo ... 24

Figura 8 - Maquete tátil do Congresso Nacional ... ... 24

Figura 9 - Escada com corrimão duplo, piso tátil e antiderrapante ... 25

Figura 10 - Torneira alavanca ... 25

Figura 11 - Desenho universal aplicado ao espaço urbano ... ... 26

Figura 12 - Multisensorialidade da floresta ... 27

Figura 13 - Jardim das Sensações - Jardim Botânico de Curitiba ... 29

Figura 14 - Áreas gustativas da língua ... 30

Figura 15 - Implantação do Parc André Citroen ... 34

Figura 16 - Parc André Citroen ... 35

Figura 17 - Jatos de água ... 35

Figura 18 - Implantação das temáticas do parque ... ... 36

Figura 19 - Jardim em Séries ... 36

Figura 20 - Edificações preservadas ... 37

Figura 21 - Maquete tátil do percurso ... 37

Figura 22 - Localização do Parque ... 38

Figura 23 - Percurso Sensorial ... 38

Figura 24 - Setores do Parque ... 39

Figura 25 - Setores do Parque ... 39

Figura 26- Parque esportivo ... 41

Figura 27 – Setor B: Parque Central ... 41

Figura 28 – Implantação ... 42

Figura 29 - Pavilhão de exposições ... 42

Figura 30 - Vista geral do Vale do Anhangabaú ... 43

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Figura 33 - Acesso ao parque pela rua Fernando Ferrari ... 47

Figura 34 – Rio Ligeiro (esquerda) e Trilha entre a APV (direita)... 47

Figura 35 – Parque Cecília Cardoso ... 48

Figura 36 - Lagoa de contenção e ponte ... 49

Figura 37 - Lixo na Lagoa de Contenção ... 49

Figura 38 - Croqui de implantação da Praça Getúlio Vargas ... ... 50

Figura 39 - Foto da Praça Getúlio Vargas ... 51

Figura 40 - Interação da praça com a Igreja Matriz ... 51

Figura 41 - Chafariz ... 52

Figura 42 - Transição de pisos ... 52

Figura 43 – Espaços da Praça ... 53

Figura 44 - Situação do Estádio de Pato Branco ... 54

Figura 45 - Levantamento fotográfico ... 55

Figura 46 - Mobiliário urbano existente ... 59

Figura 47 - Programa Prévio ... 60

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Mapa 1- Imagem aérea de mapeamento dos componentes naturais do local ... 56 Mapa 2 - Imagem aérea dos componentes antrópicos do local ... 58

(11)

Quadro 1 - Aspectos positivos e negativos do Parque Ambiental Cecília Cardoso... 49 Quadro 2 - Aspectos positivos e negativos da Praça Getúlio Vargas ... 53 Quadro 3 - Deficiências e Potencialidades dos Aspectos Naturais ... 57 Quadro 4 - Deficiências e Potencialidades dos Aspectos Antrópicos ... 59

(12)

 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

 APV Área de Preservação Vegetal

 ATI Academia da terceira idade

LUPA Lei de uso, ocupação e parcelamento do solo  APNAT Área do Patrimônio Natural

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1 INTRODUÇÃO ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 PARQUES E PRAÇAS ... 15 2.2 EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL ... 18 2.2.1 Desenho Universal ... 22 2.2.2 Visão ... 27 2.2.3 Tato ... 29 2.2.4 Olfato ... 30 2.2.5 Paladar ... 30 2.2.6 Audição ... 31 2.3 LUGAR ... 32

2.3.1 Lugar na Arquitetura Paisagística... 33

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS ... 34

3.1 PARC ANDRÉ CITROËN – PARIS - FRANÇA ... 34

3.2 PARQUE ECOSENSORIAL PIA DO URSO ... 37

3.3 PAISAGISMO DE ROSA KLIASS ... 40

3.2.1 Parque da Juventude, São Paulo, SP ... 40

3.2.2 Reurbanização do Vale do Anhangabaú ... 43

4 APLICAÇÃO MÉTODO WALKTHROUGH ... 45

4.1 PARQUE AMBIENTAL CECÍLIA CARDOSO – PATO BRANCO – PARANÁ ... 45

4.2 PRAÇA GETÚLIO VARGAS – PATO BRANCO – PARANÁ ... 50

5 IMPLANTAÇÃO ... 54

5.1 INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO NATURAL ... ... 55

5.2 INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO ANTRÓPICO ... 58

6 PROGRAMA PRÉVIO ... 60

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 61

(14)

1 INTRODUÇÃO

O progressivo crescimento das cidades tem ocupado as áreas verdes existentes, por isso a necessidade de espaços livres na cidade como objeto de qualificação da paisagem e ampliação do convívio social.

Para Lynch (1997), existe uma intrínseca relação entre homem e meio, e ainda uma variabilidade de recepção da imagem de acordo com o indivíduo que a recebe. Ora, se a imagem é variável de acordo com o observador, deveria-se, portanto, pensar, no ato da concepção de espaços abertos ou fechados: quem observa? Quem participa deste espaço?

Neste momento se encontraria o grande desafio da arquitetura em resolver  espaços que permitam a experiência igualitária a todos que deles participam, desafio este que muitas vezes não se vê “aceito” em diversos projetos arquitetônicos, urbanísticos e/ou paisagísticos por não tratarem o espaço como receptor de uma grande multiplicidade de usuários que nem sempre possuem todos mecanismos de percepção desenvolvidos.

De acordo com o Decreto N° 3.298, de 20 de Dezembro de 1999, Cap. I, Art. 2°1 Toda a pessoa portadora de deficiência2 tem o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar  pessoal, social e econômico. Por isso a arquitetura terá o papel de envolver esses diferentes usuários com o espaço.

 A proposta do Parque Multisensorial tem caráter de inclusão de pessoas. Multi significa, no contexto deste trabalho, ultrapassar os cinco sentidos, onde o indivíduo ao frequentar um espaço não somente receba as sensações rotineiras, mas também outras sensações relacionadas ao bem estar, ao lazer e relaxamento. Procura-se compreender como estímulos gerados por influência do espaço construído possibilitam observar formas de perceber e de construir sentidos de uso

1

Regulamenta a lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a política nacional para integração da pessoa portadora de deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências.

2

(15)

pelo ser humano. Para Feiber (2008) o lugar é significativo tanto para quem o observa como para quem o pratica.

 A inexistência de locais adequados para lazer, especialmente para pessoas com alguma deficiência, levou ao estudo do tema parque multisensorial. No município de Pato Branco, os locais destinados à inclusão de pessoas não são adequados. As escolas e centros especializados existentes no município proporcionam inclusão, porém esses espaços não foram projetados para receber  uma pessoa com deficiência.

 Após a regulamentação da Lei No 10.0983, muitos estabelecimentos públicos e privados foram adaptados ou projetados de acordo com as Normas de  Acessibilidade em Pato Branco. Mesmo com esses locais acessíveis, a maior 

fragilidade está nas áreas de lazer, que possuem poucos elementos de acessibilidade, a maioria somente para locomoção, por exemplo piso tátil. A NBR 90504, que trata da Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, não aborda o lazer acessível, nem a criança com deficiência.

 A apropriação dos espaços públicos pela população fica comprometida com a ausência de equipamentos que promovam lazer e inclusão. A implantação de um Parque Multisensorial, poderá causar a experiência sinestésica nos usuários do local. O deficiente usufruirá do mobiliário urbano, playgrounds e o paisagismo sensorial com autonomia, assim abrirá a maior possibilidade de se sentirem incluídos na sociedade não apenas por normativas, mas pelo cotidiano vivido.

O projeto podería-se veicular também uma possibilidade de maior aceitação social das diferenças a partir do convívio social.

 A metodologia de pesquisa consolida-se em duas etapas. A primeira etapa da pesquisa consiste na pesquisa bibliográfica e estudo de caso, através do método exploratório. A pesquisa bibliográfica diz respeito ao conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras, tem como base conduzir o leitor a determinado assunto e a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da “pesquisa” (FACHIN, 2001, p.125).

3

Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.

4 ABNT NBR 9050: 2004 (30.06.2004) - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

(16)

 A pesquisa teórica auxiliará na definição de conceitos, busca de estudos de casos reais das várias tipologias de espaços vazios urbanos, informações acerca da inclusão e necessidades específicas de pessoas com deficiência, a partir de livros, artigos acadêmicos e textos da internet. Além disso, os estudos de caso auxiliarão na análise de referenciais arquitetônicos e paisagísticos. Para Serra (2006), a acumulação de estudos de caso sobre certos objetos pode levar a uma conclusão mais ampla no âmbito de outra pesquisa que considere a todos.

Na segunda etapa com a pesquisa de campo, que se detém na observação de um fato social (problema), que a princípio passa a ser examinado e posteriormente, é encaminhado para explicações por meio dos métodos e técnicas específicas (FACHIN, 2001, p. 125). O método utilizado foi a “[...] análise Walkthrough , que combina uma observação espacial com entrevistas, precede a todos os estudos e levantamentos, sendo bastante útil para identificar as principais qualidades e defeitos de um determinado ambiente construído e de seu uso. Sua realização permite identificar, descrever e hierarquizar quais aspectos deste ambiente ou de seu uso merecem estudos mais aprofundados”. (RHEINGANTZ, 2009, p.23).

 Após essa etapa serão apuradas e analisadas as respostas obtidas, as quais serão representadas na pesquisa através de dados qualitativos e não quantitativos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

De modo a sintetizar o “caminho” teórico que a presente pesquisa irá trilhar  abaixo se traça um esquema referencial dos temas e seus cruzamentos:

Figura 1 - Organograma de contextualização teórica Fonte: HARNISCH (2012).

2.1 PARQUES E PRAÇAS

 A origem etimológica da palavra praça é o vocábulo latino platea , ou rua larga. No dicionário praça significa lugar público e espaçoso; largo. Segundo Alex (2008, p.23) “A praça: Expressão Cultural Urbana, simultaneamente uma construção e um vazio, a praça não é apenas um espaço físico aberto, mas também um centro social integrado ao tecido urbano”.

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 A praça está conectada a questão social formal e estética, nela ocorre toda a interação de todos os indivíduos da sociedade, um lugar de manifestações dos costumes da população. Gomes (2005) relata as praças brasileiras:

 As praças brasileiras surgiram no entorno das igrejas, constituindo os primeiros espaços livres públicos urbanos. Assim, atraíam as residências mais luxuosas, os prédios públicos mais importantes e o principal comércio, além de servir como local de convivência da comunidade e como elo entre esta e a paróquia (GOMES, 2005, p.103).

 As praças também nasceram para responder a algumas necessidades: de espaço para abrigar as atividades de troca e para a tomada de decisões coletivas; de endereço para os encontros, para as festividades; de um símbolo para a comunidade, enfim, de um “centro” facilmente acessível para a realização das mais variadas funções. (BARTALINI, 2007).

 Ao conceituar parques, Jacobs (2009) faz uma crítica e relata as particularidades de parques americanos, defendendo a diversidade de atividades, a centralidade e a influência da vizinhança em parques e praças. As características citadas são diversas, por isso não é possível generalizar os parques urbanos, uma das características mais presentes na formação desses parques é a extensão de ruas para parques ou as atrações existentes neles, como zoológicos, lagos, bosques e museus.

Espaços abertos, têm o poder de transformar um entorno, possuindo grande influência em seu bairro e bairros vizinhos. Essa influência pode tornar-se negativa em muitos parques e praças, devido ao desuso e vandalismo, assim sendo impossível valorizar sua vizinhança. Jacobs (2009) cita em seu estudo sobre espaços abertos:

Espera-se muito dos parques urbanos. Longe de transformar qualquer  virtude inerente ao entorno, longe de promover as vizinhanças automaticamente, os próprios parques de bairro é que são direta e drasticamente afetados pela maneira como a vizinhança neles interfere (JACOBS, 2009, p.104).

Esses espaços abertos precisam ajudar a vizinhança, alinhavando-se a atividades vizinhas, somando-se a diversidade como um novo elemento, prestando serviços ao entorno.

Quatro elementos podem ser associados ao projeto de uma praça, complexidade, centralidade, insolação e delimitaçao espacial (JACOBS, 2009).

(19)

 A complexidade relaciona-se à multiplicidade de motivos que as pessoas têm para frequentar os espaços abertos, seja para descanso, jogos, lazer, ler ou trabalhar. As mudanças de níveis de pisos, diferentes árvores e perspectivas variadas, são elementos arquitetônicos e paisagísticos atrativos para os usuários, que podem garantir a ocupação desses espaços.

O segundo elemento citado pela autora é centralidade, muito importante para o reconhecimento da praça, as praças mais ocupadas geralmente encontram-se em cruzamentos, pontos de parada. Há uma grande necessidade de criar-encontram-se centros e locais de destaque em bairros, a praça de um bairro pode ser esse centro, que pode estar sempre ocupado.

O sol é um execelente cenário para as pessoas, a insolação atrai usuários para o local. Edifícios podem comprometer a ocupação da praça.

Mesmo a sombra de edifícios sendo prejudicial à ocupação de uma praça, a delimitação do local é necessária e elementos arquitetônicos podem ser uma forma para envolver espaços públicos. A praça destaca-se por estar envolvida nesse contexto urbano e atrai pessoas. “[...] os parques são o primeiro plano, e os edifícios, o pano de fundo...” (JACOBS, 2009, p.116).

Para Alex (2008, p.11), praças, ruas, jardins e parques constituem o conjunto de espaços abertos na cidade que, nem sempre verdes, respondem ao ideal de vida urbana em determinado momento da história.

O espaço público como prática social, atua como elemento na formação da paisagem da cidade e da cultura urbana, que determina como o espaço será usado.  Assim como mensiona Alex (2008):

Estudar praças como espaços públicos da vida pública representa, portanto, um duplo desafio: a adoção de conceitos de cidadania e democracia envolvidos por outros campos de estudos sociais e a ruptura de paradigmas consagrados da disciplina de paisagismo (ALEX, 2008, p.23).

No século XIX, nasce a ideia do parque público urbano, como uma solução aos males da civilização industrial. A principal função na época é a prevenção de epidemias, concedendo benefícios sanitários e ainda uma maneira de exercer boas práticas de higiene, para a população.

(20)

2.2 EXPERIÊNCIA MULTISENSORIAL

 A Didática Multissensorial não significa somente a valorização dos sentidos, mas a valorização destes nos contextos social, emocional, histórico, e cultural em que cada indivíduo está inserido.

Os sentidos se comunicam entre si e abrem-se à estrutura da coisa. Vemos a rigidez e a fragilidade do vidro e, quando ele se quebra com um som cristalino, este som é trazido pelo vidro visível. Vemos a elasticidade do aço, a maleabilidade do aço incandescente, a dureza da lâmina em uma plaina, a moleza das aparas. A forma dos objetos não é seu contorno geométrico: ela tem uma certa relação com sua natureza própria e fala a todos os nossos sentidos ao mesmo tempo em que fala com a visão (PONTY, 1994, p. 308).

 A experiência cognitiva estará muito presente nesse estudo, partindo do entendimento de que os sentidos podem muito influenciar em espaços e podem incluir todos os usuários. Rheingantz (2001) ressalta a importância de o arquiteto pensar na percepção do usuário na concepção de projetos:

Desconhecendo a contribuição das ciências cognitivas, os arquitetos preocupam-se com as questões materiais, estéticas e com a geometria de seus espaços, descuidando das questões relacionadas com as sensações, percepções, formações mentais e a consciência do usuário. Em geral, não atentam para a influência das formas visíveis, sons, odores, sabores, coisas

tangíveis ou palpáveis sobre os “objetos” da mente – pensamentos, idéias e

concepções – nas reações das pesssoas em sua interação com o ambiente

( RHEINGANTZ, 2001, p. 01).

O corpo humano é o centro das experiências sensoriais. O cotidiano faz com que os corpos estejam em constante integração com o ambiente, essas experiências criam em cada ser humano sua imagem do mundo, com isso o ambiente cria uma identidade pessoal perceptiva. Segundo Ponty (1992 apud PALLASMAA, 2011, p.38) [a] experiência dos sentidos é instável e alheia à percepção natural, a qual alcançamos com todo nosso corpo de uma só vez e nos propicia um mundo de sentidos inter-relacionados.

Segundo Pallasmas (2011), a arquitetura é, em última análise, uma extensão da natureza na esfera antropogênica, fornecendo as bases para a percepção e o horizonte da experimentação e compreensão do mundo. Contudo os cinco sentidos

(21)

não são apenas receptores, mas mecanismos importantes para a compreensão de espaços. Segunda a filosofia de Steiner 5 o homem utiliza doze sentidos, que funde-se entre si criando a experiência funde-sensorial. Conhecendo lugares diferentes, as esferas sensoriais interagem criando imagens na memória, um exemplo é um mercado de especiarias, que nos produtos vendidos possui grande variedade de aromas e texturas, e diferentes sons no ambiente.

Figura 2 - Mercado de especiarias de Istambul

Fonte: http://colunistas.ig.com.br/comidinhas/2010/06/10/e-uma-semana-em-istambul/  Acesso em: 15 mai. 2012

 Assim, como a visão está associada ao tato, pelo fato que ao se ver algo pode-se interpretar sem possuir uma memória tátil. A partir da memória tátil é possível com os olhos sentir a superfície de um objeto ou experimentar um lugar. Uma imagem pode transmitir sensações táteis. Nas imagens a seguir é possível perceber o envolvimento sensorial:

5

 A antropologia e a psicologia spiritual baseada nos estudos realizados por Rudolf Steiner sobre os sentidos distinguem 12 sentidos: tato, senso de vida, senso de automovimento, equilíbrio, olfato, paladar, visão, senso de temperatura, audição, senso de linguagem, senso conceitual e senso de ego. Albert Soesman (1998) apud PALLASMAA, 2011, p.73.

(22)

Figura 3 –Envolvimento sensorial em uma cidade.

Fonte: Pallasmaa (2011).

 Afirmando que a criação da memória é a processo cognitivo da imagem e das sensações, o imaginário está estreitamente associado às sensações. Para a Ordem Rosacruz (1984 apud Okamoto, 2002, p. 42), pensar inclui o uso de emoção, razão, memória, intuição, imaginação, além dos cinco sentidos. O ingrediente básico em todos esses processos de pensar é a inclusão de imagens.

Figura 4 - Imaginação e conhecimento intuitivo Fonte: Okamoto (2002).

 A cidade do envolvimento sensorial, Jogos de

(23)

Na criação da imaginação além da memória a intuição é necessária. Nachmanovitch (1991) afirma:

[...] o pensamento intuitivo, por outro lado, se baseia em tudo o que sabemos e em tudo que somos. Num único momento, ocorre a convergência de uma rica pluralidade de fonte e direções – daí a sensaçào

de absoluta certeza que geralmente acompanha o pensamento intuitivo (NACHMANOVITCH (1991) apud OKAMOTO, 2002, p.43).

Na teoria da Gestald (2008), o fenômeno da percepção está relacionado a organização, “quanto à maneira como se ordenam, ou estruturam-se , as formas psicologicamente percebidas” (Gomes Filho, 2008).

Cada imagem percebida é resultado da interação dessas duas forças. as forças externas sendo agentes luminosos bombardeando a retina e as forças internas constituindo a tendência de organizar, de estruturar, da melhor forma possível esses estímulos exteriores (GOMES FILHO, 2008, pg 22).

Tratando da consciência sensorial, em que o lugar possui diferentes dimensões: a pessoal, dos usuários e do próprio local, leva-se a um reconhecimento dos sentidos humanos como condutores da construção de lugares inclusivos.

Nossa consciencia do mundo forma em cada indivíduo um mundo “real”que

se torna independente dos sentidos e em cuja construção cada sentido deixa de agir isoladamente para forma um todo uma única mente que edifica lugares imaginados (RHEINGANTZ, 2004).

É perceptível a influência de ambientes em corpos e mentes, que despertam emoções e sensações. RHEINGANTZ, 2004:

Os ambientes e objetos arquitetônicos, quando refletivos pelo arquiteto, devem estar inundados com as sensações visuais, olfativas, gustativas, táteis e mentais representados por objetos distintos que acionam a percepção humana. Mesmo que alguns usuários dos ambientes projetados não tenham pleno funcionamento de algum sentido, eles terão a compreensão de mundo com a mesma força de emoção daqueles que possuem todos os sentidos humanos. Desperzar esta tendência seria o mesmo que recorrer no erro de excluí-los da arquitetura (RHEINGANTZ, 2004, p. 6).

No paisagismo, os cinco sentidos participam diretamente na sua composição. Na arquitetura, a visão é um dos sentidos mais explorados, já no

(24)

paisagismo a atuação de outros sentidos são facilmente identificados com os elementos utilizados, possibilitando um vivência sensorial.

Quando a visão focaliza os elementos vegetais, percebe as formas das copas, flores e folhas, dos caules e galhos. Investiga as inúmeras cores das florações, folhas e folhagens e informa também sobre as texturas, macias ou ásperas, miúdas ou graúdas, sobre os efeitos de lisura ou rugosidade, de brilho ou opacidade presente em folhas e flores (ABBUD, 2006, p.17).

 Após uma análise perceptiva e cognitiva, a acessibilidade e desenho universal são essencias para a criação de um espaço inclusivo de qualidade.

2.2.1 Desenho Universal

Quando são realizados os primeiros estudos de Psicologia Ambiental abrangendo percepção e análise de espaços e desenho universal, surge a preocupação em projetar ambientes que atendam todos os tipos de usuários.

O desenho universal surgiu nos Estados Unidos, pelo arquiteto Ron Mace: O conceito de desenho universal estabelece que o projeto de produtos, edificações e espaços abertos, permite o uso de todos, tanto daqueles sem como daqueles com deficiências físicas e cognitivas, deficiências estas que comprometem significativamente uma ou mais atividades fundamentais da vida, tais como indivíduos: em cadeira de roda; com problemas auditivos, de visão e de fala; com deficiências cognitivas como aquelas provocadas pela doença de Alzheimer e pela Síndrome de Down; com problemas cardíacos que impeçam de subir escadas; com peso ou altura que impeçam de ir ao cinema/teatro ou viajar de avião (Mace (1991) apud, Ornstein et al.(2010, p.106)).

Sete princípios de desenho universal devem ser seguidos ao conceber um projeto de um espaço público:

1. Uso equitativo: Propor espaços que possam ser utilizados por todas as pessoas sem exclusão, levando em consideração todas as capacidades.

(25)

Figura 5 - Acesso ao edifício por meio de escada e rampa Fonte: FROTA (2010)

2. Flexibilidades: Projetos que, flexíveis tenham a possibilidade de ser  alterados no futuro. Por exemplo, projetar ambientes com paredes secas que possam ser removidas ou deslocas para atender um público diferente.

Figura 6 - Paredes que podem ser deslocadas Fonte: Desenho Universal: Habitação de interesse

social. (2009).

3. Simples e Intuitivo: Fácil compreensão e apreensão do espaço, eliminando complexidades do projeto, que qualquer pessoa possa compreender .

(26)

Figura 7 - Percurso confuso e percurso intuitivo

Fonte: Desenho Universal: Habitação de interesse social. (2009).

4. Fácil Percepção: Utilizar meios de comunicação para facilitar a compreensão de todos usuários, como inscrição em braile, maquetes táteis, comunicação sonora.

Figura 8 - Maquete tátil do Congresso Nacional Fonte: HARNISCH (2011)

5. Tolerância ao erro (segurança): Projetar escolhendo soluções e materiais que visem segurança, como corrimãos, piso antiderrapante, piso tátil.

(27)

Figura 9 - Escada com corrimão duplo, piso tátil e antiderrapante Fonte: Habitação de interesse social. (2009).

6. Esforço Mínimo: Projetar elementos minimizando esforços físicos, fadiga, que possam ser usados de maneira segura e confortável.

Figura 10 - Torneira alavanca Fonte: Lorenzetti (2012)

7. Dimensionamento para espaços e uso abrangente: Dimensionamento e espaços apropriados para acesso, permanência, idependente de tamanho de corpo, ou se a pessoa estará em pé ou sentada.

Seguindo esses sete princípios básicos, terá um ambiente inclusivo que, a princípio não excluirá pessoas. Com essas condições básicas, pessoas com deficiências físicas ou cognitivas e outras com mobilidade reduzida temporiariamente, poderão utilizar o espaço de forma plena, percebendo e apreciando a qualidade estética do local.

(28)

Um espaço urbano terá uso se for satisfatório para seus usuários, não tendo uso, tende a ser um lugar de pouco significado. Mace (1991 apud Ornstein et al.(2010, p.106), defende que para melhorar a qualidade de um espaço urbano, é necessário entender como as características detes espaços afetam os seus usos através de seus distintos usuários.

 A percepção e análise dos espaços e o desenho universal devem ser  reconhecidos como parte de um projeto arquitetônico e desenho urbano, para criação de espaços de qualidade.

Figura 11 - Desenho universal aplicado ao espaço urbano Fonte: Desenho Universal: Habitação de interesse social. (2009).

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2.2.2 Visão

 A visão, ao contrário do que normalmente se acredita, não acontece nos olhos, mas sim no cérebro. Ela capta apenas as imagens, e no cérebro cria-se a linguagem. Okamoto, descreve de maneira sucinta a visão:

 A visao, por ocupar cerca de 87% das atividades entre os cinco sentidos, nos dá a impressão de que a realidade é o que vemos. A visão permite ver  todo e qualquer movimento, até a longa distância. Tem como primeira missão institiva a de localizar e reconhecer qualquer coisa que venha afetar  nossa segurança. Desde o início, o primeiro ato da visão é enxergar a configuração de tudo ao nosso redor e reconhecer imediatamente se algo constitui um perigo ou se afeta nossa sobrevivência (por exemplo, quando vamos atravessar a rua, verificamos os movimentos dos veículos) (OKAMOTO, 2002, p.118).

 A visão destaca aparência, contornos e configuração dos objetos em um primeiro momento, enxergando somente a aparência externa, assim a visão possui três níveis de percepção:

 A configuração dos objetos e dos seres.

 A visão do volume, pelo jogo de luz e sombra.  A sensação do peso, pela textura e padrão.

Figura 12 - Multisensorialidade da floresta Fonte: Floresta Comagil (2012)

(30)

 Ao ver uma imagem de uma floresta, a visão é um dos principais sentidos, porém em uma observação aprofundada, a floresta é multisensorial. Outros sentidos trazem a realidade do local, por meio da visão é possível captar outras sensações, como sons, cheiros, texturas, umidade.

(31)

2.2.3 Tato

O tato é o sentido mais amplo em seres humanos, através da pele é que utilizamos esse sentido. A pele, por sua vez é um órgão é viva, respira e produz secreções.

Sendo o sentido mais amplo todos os outros sentidos convergem para o tato, como afirma Lusseyram (1983) apud Okamoto, 2002, p.139:

Creio que todos os nossos sentidos se unem num só. Eles são estádios sucessivos de uma única percepção, e essa percepção é sempre apenas uma percepção de tato. Portanto, a audição pode substituir a visão, e a visão, o tato. Em consequência, nenhuma perda é irreparável.( Lusseyram(1983) apud OKAMOTO, 2002, p.140).

Sentindo a textura, a densidade e a temperatura de um objeto se tem a sensação de interioridade do mesmo. Com o corpo todo percebemos o espaço, sendo a base para a experiência arquitetônica.

Figura 13 - Jardim das Sensações - Jardim Botânico de Curitiba Fonte: Bonde (2012)

(32)

2.2.4 Olfato

O olfato está estreitamente ligado à memória, com a memória do olfato gravamos imagens, que ficam na memória por muito tempo sem perder detalhes.

Os cheiros atraem, repelem, excitam, causam ojeriza ou repulsa nas pessoas. Generalizando, também se pode dizer isso de um ambiente. É a primeira impressão de compatibilidade. Pelo olfato estabelecemos contato efetivo com o mundo, sem necessidade de intérprete (OKAMOTO, 2002, p. 126).

2.2.5 Paladar

O paladar é o primeiro sentido desenvolvido, a criança pratica institivamente pelo ato de mamar. Geralmente a gustação está associada ao convívio com a família ou pessoas próximas, poucas pessoas sentem prazer ao comer só.

 A emoção está fortemente ligada ao olfato, gustação e audição, mesmo que sejam imagens. A língua possui papilas gustativas como receptores especializados:

[...] com a ponta da língua sentimos os gostos doces; os amargos, com a parte de trás; os azedos, com as laterais; e os salgados com toda a superfície, mas, principalmente, com a parte frontal (ACKERMAN (1992) apud OKAMOTO, 2002, p.134)

Figura 14 - Áreas gustativas da língua Fonte: Okamoto (2002)

(33)

2.2.6 Audição

 A audição está muito relacionada a comunicação oral, além disso cada ambiente tem um som característico, ao ouvir um som diferente nossa atenção volta-se ao som, mesmo volta-se estiver realizando uma atividade. Então o ouvido tem uma relação espacial.

 A principal sensação oral que a arquitetura deveria transmitir é a tranquilidade, que pode ser percebida com o sentido da audição.

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2.3 LUGAR

Há muitas definições para lugar, na definição de Tuan (1983) lugar é qualquer objeto estável que capta a nossa atenção. Ao olhar para uma cena, os olhos se detêm em pontos de interesse, em cada ponto cria-se uma imagem de lugar. Porém o significado de lugar para uma pessoa nem sempre está associado a uma imagem, o significado é muito mais emocional, e foi obtido através de uma exper iência sensorial, que varia de uma pessoa para outra. “Objetos que são admirados por uma pessoa, podem não ser notados por outra. A cultura afeta a percepção.”(TUAN, 1983, p.181).

 Assim, a experiência implica a capacidade de aprender a partir da própria vivencia. Experienciar é aprender; significa atuar sobre o dado e criar a partir dele. O dado não pode ser conhecido é uma realidade que é um constructo da experiência, uma criação de sentimento e pensamento (TUAN, 1983, p.10).

O lugar não é apenas um espaço definido, um lugar de permanência passa a possuir significados e a fazer parte do contexto humano. A definição de um lugar diz a respeito da adoção do local por uma pessoa e isso torna-se um processo psicológico e antrópico. (OBA, 2001, p. 8)

Na concepção de Norberg-Schulz (1980 apud Oba, 2001, p.8), o lugar pode ser analisado a partir de funções psíquicas como orientação e identificação, o processo de apropriação é abstrato, quando um espaço vai agregando significados, tornando-se habitual e costumeiro. Aí pode-se criar um lugar no cotidiano. Portanto, o lugar é construído pela associação do espaço (orientação) e caráter (identificação). Como já foi citado anteriormente, os órgãos sensoriais e experiências permitem criar no ser humano a sua identidade com o espaço. O espaço é experimentado quando possui uma característica de lugar, porque ali a pessoa pode se mover ou pemanecer no espaço. (TUAN, 1983, p.13).

Uma pessoa pode tocar um objeto e experimentar sensações, porém o “sentir um lugar ” é diferente, ele não pode ser manipulado, mas pode se morar.

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[...] E qualquer representação, imagética, sonora, ou verbal do espaço, implica numa seleção de determinados objetos e ações organizados peculiarmente, portanto, a constituição de um lugar. (DUARTE, 2002, p.66)  Ao projetar lugar que possam estimular sentidos, eles reforçam a imagem do espaço urbano que o local está transmitindo.

2.3.1 Lugar na Arquitetura Paisagística

Em um projeto de paisagismo é muito importante a tentativa de definição de lugar. Abbud (2006) afirma que lugar é todo aquele espaço agradável que convida ao encontro das pessoas ou ao nosso próprio encontro. O lugar será agradável e confortável, com escalas compatíveis com o ser humano.

Kliass (2011)6, define que a função do arquiteto paisagista é a criação de espaços, espaços públicos em geral que consiste na paisagem. Através da criação de espaços, o arquiteto pode oferecer lugares saudáveis, agradáveis, direcionando para a paisagem. A autora ainda enfatiza a importância da pesquisa do usuário ao conceber um projeto paisagístico, para estabelecer essa relação de lugar no paisagismo.

 As relações estabelecidas entre o meio ambiente e os sujeitos parecem permeadas por questões de indentidade e de valores que lhes garantam alguma inserção no contexto urbano. (Almeida, 2008)

6

Entrevista feita a Rosa Grena Kliass, onde ela fala sobre a profissão de paisagista e sua atuação com projetos paisagísticos, publicada em 16.12.2011, no endereço eletrônico: http://www.paisagismoemfoco.com.br/index.php/entrevistas/641

(36)

3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3.1 PARC ANDRÉ CITROËN – PARIS - FRANÇA

No final da década de 80 e início de 90 foi realizado um concurso para a concepção do Parque Citroen, o projeto foi concebido por duas equipes, a primeira paisagista Gilles Clément, associado ao arquiteto Patrick Berger e a do arquiteto paisagista Alain Provost, associado aos arquitetos Paul Viguier e Jean-François Jodry.

 A concepção do parque está associada a uma operação urbanística, com o obejtivo de substituir áreas operárias e populares por novos bairros com complexos residenciais, prédios comerciais e corporativos, parte da ação de Haussmann no século XIX. (SERPA, 2004).

Figura 15 - Implantação do Parc André Citroen Fonte: PATRICK BERGER (2012)

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O parque foi implantado em uma área de antigas fábricas automobilísticas no bairro Javel – Citroen, após essa operação urbanística o entorno passa a abrigar  prédio de apartamentos, comércio, hospital, escolas, colégio, creches, biblioteca.Assim como outros parques contemporâneos, o parque Citroen está estruturado pelos elementos arquitetônicos e não simplesmente pela vegetação. O projeto é fruto de uma grande intervenção urbanística e cênica ao mesmo tempo. (SERPA, 2004).

Segundo Berger (2012), o parque é cortado em diagonal por um caminho que liga de norte a sul. No centro possui um grande jardim rodeado por belvederes e rampas, com fontes e canais de águas. Duas grandes estufas estão situadas à sudeste com jatos de água do meio

.

Belvederes Estufas e plataforma com jatos de água Figura 16 - Parc André Citroen

Fonte: Google Earth (2012)

Figura 17 - Jatos de água Fonte: ROEDE (2012)

(38)

Segundo VIEW ON CITIES (2012), o Parc André Citroen fica às margens do Rio Sena, sua característica principal são as atividades de lazer proporcionadas ao usuários, locais de contemplação e a integração da natureza com a cidade. Está inserido no meio urbano, de maneira que possua vários acessos, cada usuário cria o seu fluxo. Uma das atrações do parque são os jardins temáticos, através do paisagismo, criou-se vários jardins, com tipologias diferentes.

LEGENDA

 A – Jardim Negro plantado com coníferas

e outros tipos de folhagens e flores pretas. B – Jardim Branco revestido com cascalho

com cerejeiras de flores brancas;

C – Jatos de água com duas estufas nas

laterais, uma com plantas subtropicais, o outra com jardim de inverno.

D  – Série de Jardins, com pequenas

estufas, rampas de água e jardins temáticos.

E – Gramado central ladeado por curso d’água.

F – Belvederes

G - Jardim em Movimento

H – Quadras de árvores cortadas criando

um ritmo longo no verde central.

I – Viaduto e cais conduzindo para o Rio

Sena.

Figura 18 - Implantação das temáticas do parque Fonte: Elaborado com base na imagem de RIHA (2004)

Figura 19 - Jardim em Séries Fonte: PATRICK BERGER (2012)

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3.2 PARQUE ECOSENSORIAL PIA DO URSO

O Ecoparque Pia do Urso, situado na cidade de Batalha em Portugal, localizado a 17 Km de Batalha, foi criado com a revitalização da Aldeia da Pia do Urso. De acordo com PIA DO URSO (2012), o parque é destinado às pessoas com deficiência visual, possuindo percursos sensoriais com sons e pista tátil. Inserido em um cenário natural, interado em um ambiente rural que busca relações com tradições diferencia-se de outros parques.

Mantendo a tradição da aldeia, todas edificações foram preservadas, preservando materiais e tipologias, para resgatar a memória do local

Figura 20 - Edificações preservadas Fonte: PIA DO URSO (2012)

Figura 21 - Maquete tátil do percurso Fonte: ANDAR E CONHECER (2011)

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Figura 22 - Localização do Parque

Fonte: Pia do Urso Ecoparque Sensorial (2012)

Figura 23 - Percurso Sensorial Fonte: URBANSKI (2011)

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É perceptível a diferenciação de materiais ao longo do percurso, facilitando o mapa tátil, o percurso não possui piso tátil de acordo com as normas brasileiras por  exemplo. Entre o piso original do parque utilizou-se um “piso tátil” de madeira, que também cumpre a função. A delimitação do percurso com vegetação caracteriza o parque por possuir forte temática ambiental.

 A estação ciclo das águas, possui uma roda d’água, as pessoas que estiverem passando podem sentir gotas de água e ainda som das águas. Na trilha também possui um sistema solar totalmente tátil, em madeira.

Ciclo da águas Planetário

Figura 24 - Setores do Parque Fonte: ANDAR E CONHECER (2011)

 Ao longo do percurso existe ainda a Estação Jurássica, com animais pré – históricos. As Estações Lúdicas também estão presentes com jogos e elementos sensoriais.

Estação Jurássica Estação musical

Figura 25 - Setores do Parque Fonte: ANDAR E CONHECER (2011)

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3.3 PAISAGISMO DE ROSA KLIASS

Para Alves (2006), Rosa Kliass em sua trajetória como paisagista, sempre se preocupou em equilibrar espaços públicos e privados, harmonizando urbano com natural, conciliando crescimento econômico e preservação do ambiente.

Kliass antecipou tendências, iniciando projetos na década de 1950, quando a arquitetura paisagística ainda estava iniciando, aliando conhecimentos de botânica, agronomia e geografia em seus projetos.

No período do modernismo, em que o paisagismo restringia-se a jardins privados ou públicos, Kliass adotava o paisagismo como um “repensar ” do planejamento urbano moderno. Pensando a cidade como jardim total, com uma paisagem recriada. (ZEIN, 2006).

Uma das grandes contribuições de Rosa Kliass foi o Plano Diretor de Curitiba, totalmente implantado em 1970, em que ela aponta configurações de conceitos paisagísticos.

Rosa Kliass, compôs Planos de Paisagem, projetos diferenciados por aplicar  de maneira concreta e realista o desenvolvimento sustentável, analisando sempre questões ambientais, econômicas, antropológicas e sociais, fotores imprescindíveis para o planejamento urbano e paisagístico.

 Através de parques urbanos, usando áreas “vazias” ou intervenções em área “cheias”, adequando usos a população e o turismo. Soluções para impedir a degradação do ambiente.

3.2.1 Parque da Juventude, São Paulo, SP

Um de seus principais trabalhos na área de projetos de parque urbanos, em parceria com o escritório Aflalo e Gasperini. Através de um concurso realizado pelo

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Governo do Estado de São Paulo, o projeto transformou o antigo Complexo Penitenciário do Carandiru, no Parque da Juventude, com objetivo de recuperação de áreas degradadas ao longo da várzea do Tiête. (ZEIN, 2006).

O projeto está dividido em três partes: o Parque Esportivo, com acesso a leste, com quadras esportivas e biombos laterais que organizam as atividades esportivas.

Figura 26- Parque esportivo Fonte: Kliass (2006)

No parque central estão as áreas de preservação permanente, muralhas do edifício incabado e ponte sobre o córrego Carajás, nessa região foram projetadas passarelas que estão entre a vegetação e as ruínas, permitindo visualizar o parque. O Passeio da Muralha, permite visualizar o parque do alto, com acesso por escadas de estrutura de aço e pisos de madeira.

Figura 27 –Setor B: Parque Central

Fonte: Kliass (2006)

“Biombos” metálicos Pista de skate

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Figura 28 –Implantação

Fonte: Kliass (2006)

 A terceira parte compreende o Parque Institucional, com uma ponte sobre o córrego Carajás ligando da parte central ao setor institucional. Nessa área possui dois pavilhões da Casa de Detenção que foram restaurados, além de praça, teatro, pavilhões e estação de metrô.

Figura 29 - Pavilhão de exposições Fonte: PURA ARQUITETURA (2012).

(45)

3.2.2 Reurbanização do Vale do Anhangabaú

 A Reurbanização do Vale do Anhangabaú, com projeto e implantação entre 1981 a 1990, em São Paulo. Rossa Kliass juntamente com o arquiteto Jorge Wilheim transformam uma área de conflito entre veículos e pedestres em uma das paisagens urbanas mais conhecidas da capital. Na imagem a seguir, em primeiro plano o Viaduto Santa Ifigênia e ao fundo Viaduto do Chá.

Figura 30 - Vista geral do Vale do Anhangabaú Fonte: Kliass (2006)

 A proposta foi com a construção de um túnel de 490 metros de coprimento, liberando uma área de 52.000m², para uso de pedestres. Traçou-se uma linha sinuosa que vai da Praça Ramos de Azevedo até a Praça Pedro Lessa, definindo o contorno e organizando usos. (Kliass, 2006)

Nesse projeto Kliass, dá grande importância ao pedestre, com a evolução das cidades e crescimento de veículos nas vias, fez com que o pedestre perdesse seu espaço. Nesse projeto ela resgata esse espaço sem prejudicar o fluxo de veículos, devolvendo ao cidadão o espaço público.

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Figura 31 - Corte longitudinal, indicando o túnel de 490 metros Fonte: Kliass (2006)

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4 APLICAÇÃO MÉTODO WALKTHROUGH 

Como procedimento metodológico é utilizado o método Walkthrough, que teve como objetivo analisar os espaços de lazer de Pato Branco

O método de análise Walkthrough, analisou as falhas, problemas, aspectos positivos e negativos desses espaços, através de observações e entrevistas informais com os usuários do local ( RHEINGANTZ, 2009, p.23). Os dois locais estudados serão o Parque Ambiental Cecília Cardoso, localizado no bairro São Vicente e a Praça Getúlio Vergas no centro de Pato Branco.

4.1 PARQUE AMBIENTAL CECÍLIA CARDOSO – PATO BRANCO – PARANÁ

O parque ambiental localizado no Bairro São Vicente, na Zona Sul de Pato Branco – Paraná, atende a população do bairro e vizinhos e ainda de bairros mais distantes, que utilizam o parque para praticar exercício e estabelecer atividades de lazer.

Inaugurado a pouco mais de dois anos, o parque é referencial de lazer do bairro e bairros vizinhos, mesmo possuindo somente o mobiliário urbano básico a população sente-se satisfeita com o parque na região.

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Figura 32 - Croqui de implantação do Parque Ambiental Cecília Cardoso Fonte: Elaborado pela autora com base no GoogleEarth (2012)

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Com uma observação criteriosa do ambiente, foi possível perceber e enteder  os usos e usuários do local, identificando as falhas, os problemas e aspectos positivos do ambiente7·.

Possui três acessos, detes o principal está localizado na Rua Fernando Ferrari. Outro na rua Venâncio de Andrade e outro na Travessa Borges, muitos usuários utilizam o parque como travessia nesses dois últimos acessos citados.

Figura 33 - Acesso ao parque pela rua Fernando Ferrari Fonte: HARNISCH (2012)

O parque caracteriza-se pela cobertura vegetal, com grande número de árvores de grande e médio porte de espécies rústicas e centenárias. O parque abriga uma APV (Área de Proteção Vegetal)8 e ainda o Rio Ligeiro circunda parte do parque, onde possui mata ciliar.

Figura 34 –Rio Ligeiro (esquerda) e Trilha entre a APV (direita)

Fonte: HARNISCH (2012)

7 O passeio pelo parque foi realizado, pela autora, em um sábado pela tarde por volta das dezesseis

horas.

8APV (Área de Preservação Vegetal), constante na LUPA (Lei de Uso , Ocupação e Parcelamento do

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O parque é frequentado durante os finais de semana, nos outros dias ele fica quase sempre vazio, com poucas crianças utilizando. Já nas tardes de sábado e domingo, ele passa a ser muito frequentado pelas pessoas do entorno, e por  pessoas que se deslocam de regiões mais distantes para a prática de exercícios.

 A ATI é o mobliliário mais utilizado do parque, mesmo com poucos equipamentos, muitas pessoas fazem uso.

Figura 35 –Parque Cecília Cardoso

Fonte: HARNISCH (2012)

 As pistas de caminhada do parque são em piso asfáltico, não possue acessibilidade, e também é estreita, Os caminhos que levam ao interior da APV, só podem ser utilizados durante o dia, pois a noite usuários de entorpecentes utilizam-se do local, tornando o local perigoso.

Não há vigilância no parque. Nota-se que o parque possui manutenção, no dia da visita a grama estava cortada e também não existia lixo na grama, nos caminhos e no rio.

O descaso maior parece está na bacia de contenção de cheias, que segundo a prefeitura não encontra-se em uso, então a água está parada e o lixo ali acumula-se, sem contar a vegetação que no entorno que cresceu e não possui nenhuma barreira de segurança.

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Figura 36 - Lagoa de contenção e ponte Figura 36 - Lagoa de contenção e ponte

Fonte: HARNISCH (2012) Fonte: HARNISCH (2012)

Figura 37 - Lixo na Lagoa de Contenção Figura 37 - Lixo na Lagoa de Contenção

Fonte: HARNISCH (2012) Fonte: HARNISCH (2012)  Abaixo se expõe um

 Abaixo se expõe uma síntese de relações do parqa síntese de relações do parque:ue:

ASPECTOS

ASPECTOS POSITIVOS POSITIVOS ASPECTOS ASPECTOS NEGATIVOSNEGATIVOS

Local

Local de de convívio convívio para para a a comunidade comunidade Não Não possui possui acessibilidadeacessibilidade Manutenção no parque (grama, coleta

Manutenção no parque (grama, coleta de lixo)

de lixo)

Falta de manutenção na Bacia de Falta de manutenção na Bacia de

Contenção de cheias Contenção de cheias Prática

Prática de de Exercícios Exercícios Falta Falta de de vigilânciavigilância Usuários de Entorpecentes Usuários de Entorpecentes

Pouco Mobiliário Urbano Pouco Mobiliário Urbano Quadro 1 - Aspectos positivos e

Quadro 1 - Aspectos positivos e negativos do Parque Ambiental Cecília Cardosonegativos do Parque Ambiental Cecília Cardoso Fonte: Elaborado com base nos dados coletados.

Fonte: Elaborado com base nos dados coletados. Lagoa de Contenção de cheias

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4.2 PRAÇA GETÚLIO VARGAS

4.2 PRAÇA GETÚLIO VARGAS – – PATO BRANCOPATO BRANCO – – PARANÁPARANÁ

 A

 A Praça Praça Getúlio Getúlio Vargas, Vargas, localizada localizada na na região região central central de de Pato Pato Branco, Branco, é é umum referencial para o município, por localizar-se na região da Igreja Matriz São Pedro referencial para o município, por localizar-se na região da Igreja Matriz São Pedro  Apóstolo.

 Apóstolo. Tem Tem seu seu grande grande destaque destaque na na época época natalina, natalina, devido devido às às programaçõesprogramações especiais e enfeites natalinos.

especiais e enfeites natalinos.

Figura 38 - Croqui de implantação da Praça Getúlio Vargas Figura 38 - Croqui de implantação da Praça Getúlio Vargas Fonte: Elaborado pela autora com base no Google Earth (2012) Fonte: Elaborado pela autora com base no Google Earth (2012)

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Figura 39 - Foto da Praça Getúlio Vargas Figura 39 - Foto da Praça Getúlio Vargas

Fonte: PATO BRANCO (2012) Fonte: PATO BRANCO (2012)  A

 A praça praça passou passou recentemente recentemente por por uma uma revitalização, revitalização, que que iniciou iniciou pelapela implantação do Café da Praça, e após a troca do piso de

implantação do Café da Praça, e após a troca do piso de petit pavé petit pavé por por paver,paver, queque possibilitou a implantação de elementos de acessibilidade, que, no entanto não possibilitou a implantação de elementos de acessibilidade, que, no entanto não cumprem a função, a estética do piso tátil prejudica o funcionamento. A praça pode cumprem a função, a estética do piso tátil prejudica o funcionamento. A praça pode ser considerada acessível, porém possui poucos elementos de lazer que favoreçam ser considerada acessível, porém possui poucos elementos de lazer que favoreçam a percepção dos sentidos.

a percepção dos sentidos.  A

 A praça praça é é muito muito frequentada frequentada nos nos finais finais de de semana semana e e em em outros outros dias,dias, permanecendo sempre ocupada, os usuários a utilizam para lazer descanso, permanecendo sempre ocupada, os usuários a utilizam para lazer descanso, caminhada, com grande presença de crianças, a praça também é utilizada como caminhada, com grande presença de crianças, a praça também é utilizada como transição.

transição.

Figura 40 - Interação da praça com a Igreja Matriz Figura 40 - Interação da praça com a Igreja Matriz

Fonte: HARNISCH (2012) Fonte: HARNISCH (2012)

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Os mobiliários existentes são bancos, poste e lixeiras. Com um charariz central, que possui um percursso com piso tátil até ele, e a presença de vegetação, que faz com que a praça torne-se agradável em meio a uma região com alta densidade demográfica, de grande adensamento e verticalização e pouca presença de verde.

Figura 41 - Chafariz Fonte: HARNISCH (2012)

Existe uma parte da praça em que o piso ainda não foi trocado, causando uma perigosa transição de pisos.

Figura 42 - Transição de pisos Fonte: HARNISCH (2012)

Chafariz  Acesso ao chafariz

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 A presença de Araucárias faz parte do cenário da praça. O playground e quadra de areia encontram-se deteriorados, não cumprindo de maneira eficaz suas funções.

 Araucárias Playground

Figura 43 –Espaços da Praça

Fonte: HARNISCH (2012)

 Abaixo se expõe uma síntese de relações da praça:

ASPECTOS POSITIVOS ASPECTOS NEGATIVOS

Local de convívio para a comunidade Playground deteriorado Exploração de sentidos Quadra de areia deteriorada

Prática de Exercícios Parte da praça com piso de petit pavê Local de Descanso

 Acessibilidade

Vigilância através de câmeras Ponto Focal

Quadro 2 - Aspectos positivos e negativos da Praça Getúlio Vargas Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados coletados.

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5 IMPLANTAÇÃO

O Parque Multisensorial será implantado no município de Pato Branco  – Paraná, situado no Sudoeste do Paraná com 72. 370 (IBGE. 2010) de habitantes. O município caracteriza-se por um forte adensamento populacional na região central da cidade. O Plano Diretor do município prevê expansão para a Zona Norte, com isso, a administração pública vem proporcionando condições para ocupação da região com infraestrutura e melhorias no sistema viário.

 A área escolhida é onde hoje está implantado o Estádio de Futebol de Pato Branco, que pertence à prefeitura, mas hoje está desativado, o terreno possui uma reserva ambiental. Localizado na Zona Norte do município, próximo de um dos acessos ao município pela BR 158.

Figura 44 - Situação do Estádio de Pato Branco Fonte: HARNISCH (2012)

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Figura 45 - Levantamento fotográfico

Fonte: Elaborado pela autora com base no Google Earth (2012)

5.1 INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO NATURAL

O terreno está em uma APNAT (Área do Patrimônio Natural), que já se caracteriza por abrigar um Centro de Educação Ambiental. De acordo com IPPUPB (2011), não é permitido a edificar em uma APNAT.

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Mapa 1- Imagem aérea de mapeamento dos componentes naturais do local

Fonte: Elaborado a partir das Cartas Temáticas do IPPUPB (2011) e Google Earth (2012). Em relação a topografia, constata-se uma potencialidade para um projeto de um espaço acessível, a pouca declividade do terreno, facilita as soluções de acessibilidade.

 A Bacia Hidrográfica do Rio Ligeiro abrange a região do terreno, porém o rio não passa pelo terreno.

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COMPONENTE DEFICI NCIA POTENCIALIDADE

VEGETAÇÃO Degradação da área de preservação ambiental (APNAT) rea passível de tratamento, criando estação ecológica. RELEVO Soluções de acessibilidade facilitadas, devido pequena declividade.

INSOLAÇÃO Entorno livre, facilitando a

insolação no local. Quadro 3 - Deficiências e Potencialidades dos Aspectos Naturais

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5.2 INVENTÁRIO E DIAGNÓSTICO ANTRÓPICO

Mapa 2 - Imagem aérea dos componentes antrópicos do local

Fonte: Elaborado a partir das Cartas Temáticas do IPPUPB (2011) e Google Earth (2012). O terreno está localizado em uma ZIS (Zona Industrial e Serviços), de acordo com a LUPA (2011), o Coeficiente de Aproveitamento é 1.4, taxa de ocupação 70%, taxa de permeabilidade 10%, número de pavimentos 2 e altura máxima 10 metros.

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Os acessos ao local dão-se por uma marginal da BR 158, a BR possui grande fluxo de veículos, que dá acesso ao município. Vias locais também fazem o acesso ao parque que ligam-se à via estrutural que é a Av. Tupi.

O mobiliário urbano existente é precário, nota-se a presença de postes de iluminação pública, portal de acesso ao Centro de educação ambiental, porém não possui mobiliários significativos para um parque sensorial.

Postes Acesso ao Centro de Edução Ambiental

Figura 46 - Mobiliário urbano existente Fonte: HARNISCH (2012)

COMPONENTE DEFICIÊNCIA POTENCIALIDADE

SISTEMA VIÁRIO Acesso ao município por 

uma via de transição, e acesso por via estrutural.

MOBILIÄRIO URBANO Não possui

Quadro 4 - Deficiências e Potencialidades dos Aspectos Antrópicos

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6 PROGRAMA PRÉVIO

O programa prévio é elaborado, após o estudo de referências e o estudo das áreas de lazer em Pato Branco. A proposta do Parque Multisensorial é criar áreas abertas com temáticas diferentes, nesse caso áreas que despertem os sentidos. Um percurso tátil ligará todas as áreas, além das temáticas haverá apoios como restaurantes, banheiros públicos, área de descanso, relaxamento e contemplação, garantindo a experiência cinestésica do usuário.

Figura 47 - Programa Prévio Fonte: HARNISCH (2012)

Figura 48 - Fluxograma do Programa Prévio Fonte: HARNISCH (2012)

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A relação com os sentidos tem uma linha muito próxima com as vivências diárias, com isso estimulando todos os sentidos, é importante a experimentação de sentidos em espaços públicos, não somente para pessoas com deficiência.

Com o método Walkthrough constatou-se fragilidade muito grande nos locais de lazer de Pato Branco, que não possuem lazer acessível, nem atividades que desenvolvam os sentidos, por isso a necessidade da criação de um espaço para a apropriação dos usuários.

O grande potencial paisagístico e ambiental da área de implantação do parque permite a inserção de um espaço público verde de qualidade, valorizando a paisagem. E permitindo a expansão da região conforme já previsto em Plano Diretor  do município.

 A implantação de um Parque Multisensorial em Pato Branco pode proporcionar melhorias na paisagem urbana. O Parque é um importante equipamento para um município que pretende diminuir o adensamento central, criando novos pólos de desenvolvimento urbano.

Qualificando o planejamento urbano do município através de intervenções na paisagem. Além disso, o parque urbano contribui com a sociedade, melhorando a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

 A constatação do atingimento dos objetivos do projeto e da pesquisa só será possível após o fechamento do TFG II, onde será apresentado o projeto do Parque Multisensorial.

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REFERÊNCIAS

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BUSTOS ROMERO, Marta Adriana, A arquitetura bioclimática do espaço público. 3º reimpressão. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2007.

CASTELO, Lineu. A percepção do lugar: repensando o conceito de lugar em Arquitetura-urbanismo.3 edição. Porto Alegre: Editora Propar, 2007.328p.

CULLEM, Gordon. Paisagem Urbana. 1º Edição. Lisboa: Edições 70, 2009.

DUARTE, Fábio. Crise das matrizes espaciais: arquitetura, cidades, geopolítica, tecnocultura. 1º Edição. São Paulo: Editora Perspectivas, 2002.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2001. FEIBER Silmara Dias. O Lugar: Vivências e Significados, 1°Edição 2008, Editora  Assoeste.

FROTA, Thais; LANCHOTI, José Antonio. Manual de Acessibilidade de Design Inclusivo para Habitação. 1º Edição. Rio de Janeiro: Instituto Muito Especial, 2011.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Desenho Universal: Habitação de interesse social. Publicação CDHU  – Superintendência de Comunicação Social. São Paulo, 2009.

GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: sistema de leitura visual. 8°Edição 2008, Editora Escrituras.

KLIASS, Rosa G. Rosa Kliass: Desenhando Paisagens, Moldando uma Profissão. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.

LERNER, Jaime. Acupuntura Urbana. 4º Ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.

MACEDO, Silvio S.; SAKATA, Francie G. Parques Urbanos no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2002.

Referências

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