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O Desafio Do Conhecimento Pesquisa Qualitativa Em Saúde Minayo

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Academic year: 2021

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Saúde em Debate 46 direção de

Gastão Wagner de Sousa Campos Maria Cecília de Souza Minayo Marco Akerman

Marcos Drumond Júnior ara Maria de Car!al"o

(2)

SA#D$ $M D$%A&$ &'&()*S $M CA&+)*G*

Epidemiologia da Desigualdade, C,sar G- .ictora/ 0ernando C- %arros 1 J- 2atrick .aug"an Educação Médica e Capitalismo, )ilia %lima Sc"rai3er

Epidemiologia da Saúde Infantil (um Manual paa Diagn!sticos Comunit"ios#, 0- C- %arros 1 C- G- .ictora Mul$ees% &Sanitaistas de 'és Descalços&, 4elsinaMelo de *li!eira Dias

* Desafio do Con$ecimento% 'esuisa )ualitati*a em Saúde, Maria Cecília de Souza Minayo +efoma da +efoma% +epensando a Saúde, Gastão Wagner de Sousa Campos Epidemiologia paa Municpios, -. 2- .aug"an 1 5- 6- Morro7

Distito Sanit"io% / 'ocesso Social de Mudança das '"ticas Sanit"ias do S0S, $ug8nio .ilaça Mendes 9org-: )uest1es de 2ida% 3tica, Cincia e Saúde, Gio!anni %erlinguer

/ Médico e Seu 5abal$o% imites da ibedade, )ilia %- Sc"rai3er

+udo% +iscos e'e*enção, (3iratan 2aula Santos ei ai- ; ; < - = >->?-> Infomaç1es em Saúde% Da '"tica 7agmentada ao E8eccio da Cidadania, liara 6- S- de Moraes ->@ ? ; < - ;@ B); Sabe 'epaa uma 'esuisa, A-<2- Contandriopoulos et ai- ><> <??- E !< /s Estados 9asileios e o Dieito : Saúde, Sueli G- Dallari ; < =;% -F; >ma ?ist!ia da Saúde 'ública, George 5osen

5ecnologia e /gani@ação Social das '"ticas de Saúde, 5icardo %runo Mendes<Gonçal!es /s Muitos 9asis% Saúde e 'opulação na Década de AB, Maria Cecília de Souza Minayo 9org-: Da Saúde e das Cidades, Da!id Capistrano 0il"o

ids% 3tica, Medicina e 5ecnologia, Dina Czeresnia et ai- 9orgs-: ids% 'esuisa Social e Educação, Dina Czeresnia et ai- 9orgs-: Matenidade% Dilema ente ascimento e Mote, Ana Cristina d>Andretta &anaka

Mem!ia da Saúde 'ública.  7otogafia como 5estemun$a, Maria da 2en"a C- .asconcelios 9coord-: 2el$os e o*os Males da Saúde no 9asil%  E*olução do 'as e de Suas Doenças, C- A- Monteiro 9org-: Dilemas e Desafios das Cincias Sociais na Saúde Coleti*a, Ana Maria Canesui 9org-:

* &Mito& da ti*idade 5sica e Saúde, ara Maria de Car!al"o Saúde  Comunicação% 2isbilidades e Silncios, +urea M- da 5oc"a 2itta utição, 5abal$o e Sociedade, Solange .eloso .iana

>ma genda paa a Saúde, $ug8nio .ilaça Mendes 3tica da Saúde, Gio!anni %erlinguer

Sobe o +isco. 'aa Compeende e Epidemiologia, Jos, 5icardo de C- Mesuita Ayres Cincias Sociais e Saúde, Ana Maria Canesui 9org-:

Conta a Maé : 9eia;Ma%  E8peincia do S>S em Santos, $ C- %- C ampos 1 C- M- 2- 6enriues 9orgs-:  Ea do Saneamento. s 9ases da 'oltica de Saúde 'ública no 9asil, Gil3erto 6oc"man

* dulto 9asileio e as Doenças da Modenidade% Epidemiologia das Doenças CFnicas ão;5ansmiss*eis, Hnes )essa 9org-:  /gani@ação da Saúde no *el ocal, $ug8nio .ilaça Mendes 9org-:

Mudanças na Educação Médica e +esidncia Médica no 9asil )aura 0euer7erker  Mul$e, a Se8ualidade e o 5abal$o, $leonora Menicucci de *li!eira

 Educação dos 'ofissionais de Saúde da méica atina. 5eoia e '"tica de um Mo*imento de Mudança. G H >m /l$a naltico, GG H s 2o@es dos 'otagonistas, MIrcio Almeida et ai 9orgs-: Sobe a Sociologia da Saúde, $!erardo Duarte 4unes

Educação 'opula e a tenção : Saúde da 7amlia, $ymard Mourão .asconcelos>m Método 'aa n"lise e Co;estão de Coleti*os, Gastão Wagner de Sousa Campos  Cincia da Saúde, 4aomar de Almeida 0il"o

 2o@ do Dono e o Dono da 2o@% Saúde e Cidadania no Cotidiano 7abil, Jos, Carlos Cacau )opes Da te Dent"ia, Carlos %otazzo

Saúde e ?umani@ação% a E8peincia de C$apec!, Aparecida )in"ares 2imenta 9org-:  Saúde nas 'ala*as e nos estos% +efle81es da +ede de Educação 'opula e Saúde, $ymard .asconcelos Municipali@ação da Saúde e 'ode ocal% SuJeitos, toes e 'olticas, Sil!io 0ernandes da Sil!a  Co;gem do 'S7,Maria 0Itima de Souza gentes Comunit"ios de Saúde% C$oue de 'o*o, Maria 0Itima de Souza Saúde% Catogafia do 5abal$o 2i*o,$merson $lias Mer"y

lém do Discuso de Mudança na Educação Médica% 'ocessos e +esultados, )aura 0euer7erker 5endncias de Mudanças na 7omação Médica no 9asil% 5ipologia das Escolas, Jadete %ar3osa )ampert * 'laneJamento no abiinto% >ma 2iagem ?emenutKa,+osana *nockoCamposSaúde 'aidéia, Gastão Wagner de Sousa Campos 9iomedicina, Sabe  Cincia% >ma bodagem Ctica, ennet" 5oc"eí de Camargo Jr- Epidemiologia nos Municpios% Muito lém das omas, Marcos Drumond Júnior  'sicateapia Institucional e o Clube dos Sabees, Art"ur 6yppKiito de Moura Epidemiologia Social% Compeensão e Ctica, DEalma Agripino de Melo 0il"o * 5abal$o em

Saúde% /l$ando e E8peienciando o S>S no Cotidiano, $merson $lias Mer"y et ai

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(5)

MA5HA C$C')HA D$ S*(OA MH4A*

* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* 2esuisa

Pualitati!a em Saúde

*H&A.A $DHL*

Sociedade Unificada Paulista de Ensino Renovado Objetivo - SUPERO Oaía

\&\S!\O"a," 6%a," 6% +o,+o,JTJT''

#$-S%\S &. 0 Chama0a &. 0 Chama0a r2$tra0o par r2$tra0o par

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(6)

T Direitos autorais/ QRR/ de Maria Cecília de Souza Minayo-T Direitos de pu3licação reser!ados por

Aderaldo 1 5ot"sc"ild $ditores )tda-/ 5ua João Moura/ UU < RVQ<RR São 2aulo/ %rasil-&el-F0aX? 9VV

:URYU<Z[-9VV :UR\R<[QZU 9atendimento ao consumidor:

$<mail? lerereler]"ucitec-com-3r6ome<page? 777-"ucitec-com-3r

DepKsitos )egais

e^etuados-Dados internacionais de Catalogação na 2u3licação 9CH2: 9Sandra 5egina .itzel Domingues: M \V Minayo/ Maria Cecília de Souza

* desa^io do con"ecimento? pesuisa ualitati!a em saúde- F Maria Cecília de Souza Minayo- _ Y- ed- _ São 2aulo? 6ucitec/ QRR-Q\[ p- Q cm- _ 9Saúde em De3ate \: %i3liogra^ia? p- QVV -< HS%4 YV<QZ<RY<V <; <<

- 2esuisas Sociais _ Metodologia Q- Saúde 2ú3lica _ 2esuisa H- &ítulo 6- S,rie CDD < \-RZQ

índice para catIlogo sistemItico? - 2esuisas Sociais? Metodologia \-RZQ Q- 2esuisas? Saúde 2ú3lica \-RZQ

(7)

S(M+5H*

Intodução * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*

[ Captulo G

H4&5*D(L* ` M$&*D*)*GHA D$ =

2$SP(HSA S*CHA)

[

Captulo L

0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA

Y[

Captulo  0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*

RV Captulo 4

0AS$ D$

A4+)HS$ *( &5A&AM$4&* D*

MA&$5HA)

[Z

Conclusão

Q[

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< & H4&5*D(L*

* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*

-><</<> ;A última coisa ue se encontra ao ^azer uma o3ra , o ue se de!e colocar em primeiro lugar; 92ascal/ 'ensée, ^rase n-; [: pois ;sendo então todas as coisas causadas e causadoras/ aEudadas e aEudantes/ mediata e imediatamente/ e todas se relacionando por

um !ínculo natural e insensí!el ue liga as mais a^astadas e mais di^erentes/ creio ser tão impossí!el con"ecer as partes sem con"ecer o todo como con"ecer o <? todo/ sem con"ecer particularmente as partes; 92ascal/ 'en;;--?? ;NOPN; sée, ^rase n-

ZU:-.-..-•.. - ->',:. ■:- . ■ '::■■:- . ■ '::■^'"■'•«ífjísi

IQiD$4&5* da dial,tica tão 3em eXpressa por 2ascal e citada em epígra^e ue se introduz o presente tra3al"o/ uma proposta teKrico<metodolKgica para a3ordagem ualitati!a das relaçfes sociais ue in^ormam o campo da Saúde- $m3ora pouco a pouco a pro3lemItica !I se desdo3rando/ este estudo se organiza dentro de alguns pontos ^undamentais ue perpassam o conEunto das uestfes tratadas/ uais seEam/ a natureza do social as relaçfes entre indi!íduo e sociedade entre ação/ estrutura e signi^icados entre suEeito e o3Eeto entre ^ato e !alor entre realidade e ideologia e a possi3ilidade do con"ecimento/ !isto so3 o prisma de algumas correntes sociolKgicas- 2or constituir um tra3al"o de metodologia/ , so3 esse ngulo ue a pro3lemItica citada toma corpo e se eXplicita nos di^erentes ní!eis de a3ordagem da realidade/ atingindo a discussão dos m,todos e t,cnicas de pesuisa- A partir desse ponto de !ista tenta<se introduzir alguns eiXos de re^leXão/ eXplicitando o camin"o seguido pelo presente estudo- &oda a pro3lemItica aui a3ordada tem como espaço pri!ilegiado de interrogação a prItica de pesuisa/ ue se 3usca

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R * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*

re^erenciar como a ati!idade ^undamental na produção do

4a !erdade este estudo se constitui numa pro3lematização de conceitos usualmente empregados para a construção do con"ecimento e numa teorização so3re a prItica de pesuisa/ entendendo<se ue nem a teoria e nem a prItica são isentas de interesse/ de preconceito e de incursfes su3Eeti!as- Con^orme ad!erte %ourdieu/& R9teoria da prItica ue aparece como condição de uma ci8ncia rigorosa das prIticas/ não , menos teKrica; 9[ZQ/VZ: o pri!il,gio presente em toda ati!idade teKrica supfe um corte epistemolKgico e um corte social e am3os go!ernam sutilmente essa realidade 9[ZQ/ VY:/ portanto/ ualuer

in!estigador de!e colocar em uestão os pressupostos inerentes a sua ualidade de o3ser!ador eXterno ue tende a importar para o o3Eeto os princípios de sua relação com a realidade/ incluindo<se aí suas rele!ncias 9[ZQ/ \R:- Dentro desse espírito/ tenta<se tra3al"ar o conceito de Metodologia/ ^ugindo/ de um lado/ dauelas a3ordagens apenas teKricas ue não c"egam a en^rentar a prItica de pesuisa de outro/ dauelas concepçfes ue consideram o la3or da in!estigação como uma tecnologia neutra/ isenta/ a ser dominada e aplicada indistintamente e independente dos pressupostos teKricos ue a sustentam-* o3Eeto principal de discussão são as Metodologias de 'esuisa )ualitati*aentendidas como auelas capazes de incorporar a uestão do SHG4H0HCAD* e da H 4&$4CH*4A)HDAD$ como inerentesaos atos, :s elaç1es,e hsestutuas sociais,sendo essas últimas tomadas tanto no seu ad!ento uanto na sua trans^ormação/ como construçfes "umanas

signi^icati!as-A introdução dessa de^inição insere conse8ncias teKricas e prIticas na a3ordagem do social- signi^icati!as-A primeira delas , uma interrogação so3re a possi3ilidade de se considerar cientí^ico ou não um tra3al"o de in!estigação/ ue ao le!ar em conta os ní!eis mais pro^undos das relaçfes sociais/ não pode

operacionalizI<los em números e !ariI!eis/ crit,rios usualmente aceitos para emitir Euízo de !erdade no campo intelectual- *ra/ essa uestão remete hs prKprias entran"as do positi!ismo sociolKgico ue apenas recon"ece como ci8ncia a ati!idade ;o3Eeti!a;/ capaz de traçar as leis ue regem os ^enjmenos/ menosprezando os aspectos c"amados ;su3Eeti!os;/ impossí!eis de serem

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* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* 

sintetizados em dados estatísticos- 4o entanto/ o prKprio positi!ismo tenta tra3al"ar a ;ualidade do social; seEa 3uscando su3stanti!I<lo em !ariI!eis/ seEa/ atra!,s do estrutural<^uncionalismo/ ^ocalizando os produtos da interação social como componentes ^uncionais da realidade/ e tratandoos como entidades passí!eis de estudo/ independentemente de sua constituição pelos

indi!íduos-$m oposição ao 2ositi!ismo/ a pergunta so3re o ualitati!o , respondida de ^orma di^erente pela Sociologia Compreensi!a/ ue/ como o prKprio nome indica/ coloca como tare^a das Ci8ncias Sociais a compreensão da realidade "umana !i!ida socialmente e totalmente di!ersa do mundo das ci8ncias naturais- $m suas di^erentes mani^estaçfes como a 0enomenologia/ a $tnometodologia/ o Hnteraciona< lismo Sim3Klico/ o SHG4H0HCAD* , o conceito central para a anIlise sociolKgica- 4uma oposição ^rontal ao positi!ismo/ a sociologia compreensi!a propfe a su3Eeti!idade como ^undante do sentido e de^ende<a

como constituti!a do social e inerente ao entendimento o3Eeti!o- $ssa corrente não se preocupa de uanti^icar/ mas de lograr eXplicar os meandros das relaçfes sociais consideradas ess8ncia e resultado da ati!idade "umana criadora/ a^eti!a e racional/ ue pode ser apreendida atra!,s do cotidiano/ da !i!8ncia/ e da eXplicação do senso comum- *s pro3lemas da corrente compreensi!ista se encontram na atomização da realidade na anIlise dos grupos sociais como uma totalidade nela mesma/ e na aus8ncia uase total de discussfes re^erentes a pro3lemas estruturais- Sua concentração nos signi^icados , a3soluta/ le!ando<as a menosprezar a 3ase material do uni!erso

sim3Klico-0azendo uma síntese so3re a uestão ualitati!a/ superior ao positi!ismo a hs a3ordagens

compreensi!istas/ a dial,tica marXista a3arca não somente o sistema de relaçfes ue constrKi o modo de con"ecimento eXterior ao suEeito/ mas tam3,m as representaçfes sociais ue constituem a !i!8ncia das relaçfes o3Eeti!as pelos atores sociais/ ue l"e atri3uem signi^icados- 0rente h pro3lemItica da uantidade e da ualidade a dial,tica assume ue a ualidade dos ^atos e das relaçfes sociais são suas propriedades inerentes/ e ue uantidade e ualidade são inseparI!eis e interdependentes/ ense<Eando<se assim a dissolução das dicotomias uantitati!oF ualitati!o/ macroFmicro/ interioridade e eXterioridade com ue se de3atem as

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Q * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*

di!ersas correntes sociolKgicas- Com relação aos signi^icados/ a anIlise dial,tica os considera como parte integrante da totalidade ue de!e ser estudada tanto ao ní!el das representaçfes sociais como das determinaçfes essenciais- So3 esse en^oue/ não se compreende a ação "umana independente do signi^icado ue l"e , atri3uído pelo autor/ mas tam3,m não se identi^ica essa ação com a interpretação ue o ator social l"e atri3ui- 2ortanto/ em relação ã a3ordagem ualitati!a/ o m,todo dial,tico/ como diz Sartre/ ;recusa<se a reduzir- $le ultrapassa conser!ando; 9[ZY/ ZZ:- Demonstra sua superioridade precisamente pela capacidade de incorporar as ;!erdades parciais; das outras correntes/ criticando e

negando suas limitaçfes- 2erce3e a relação inseparI!el entre mundo natural e social entre pensamento e 3ase material entre o3Eeto e suas uestfes entre a ação do "omem como suEeito "istKrico e as

determinaçfes ue a condicionam- *s princípios deespecificidade $ist!icae detotalidadel"e con^erem potencialidade/ para/ do ponto de !ista metodolKgico/ apreender e analisar os acontecimentos/ as relaçfes e cada momento como etapa de um processo/ como parte de um todo- *s crit,rios decomple8idadee de difeenciaçãol"e permitem tra3al"ar o carIter de antagonismo/ de con^lito e de cola3oração entre os grupos sociais/ e no interior de cada um deles/ e pensar suas relaçfes como múltiplas em seus prKprios ngulos/ intercondicionadas em seu mo!imento e desen!ol!imento interior e interagindo com outros ^enjmenos ou grupos de

^enjmenos-A a3ordagem dial,tica por,m estI pouco desen!ol!ida/ particularmente no ue concerne ao ponto de partida das representaçfes sociais- Hsso le!a a ue os estudos su3stanti!os realizados a partir dessa perspecti!a seEam um desa^io ue en^renta o pesuisador/ pois eXige dele uma superação dos

instrumentos de pesuisa usualmente empregados pelas correntes compreensi!istas ou ^uncionalistas/ e a inclusão dos SHG4H0HCAD*S na totalidade

"istKrico<estrutural-A discussão crítica do conceito de ;Metodologias Pualitati!as; nos induz a pensI<las não como uma alternati!a ideolKgica hs a3ordagens uantitati!as/ mas a apro^undar o carIter do social e as di^iculdades de construção do con"ecimento ue o apreendem de ^orma parcial e inaca3ada- As di^erentes teorias ue a3rangem 9cada uma delas: aspectos particulares e relegam outros/ nos re!elam o

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* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* U

ine!itI!el im3ricamento entre con"ecimento e interesse/ entre condiçfes "istKricas e a!anço das ci8ncias/ entre identidade do pesuisador e seu o3Eeto/ e a necessidade indiscutí!el da crítica interna e eXterna na o3Eeti!ação do sa3er- * prKprio termo ;Metodologias Pualitati!as; consagra uma imprecisão/ uma di^iculdade "istKrica das teorias de se posicionar ^rente h especi^icidade do social- $le supfe uma a^irmação da ualidade contra a uantidade/ re^letindo uma luta teKrica entre o positi!ismo e as correntes compreensi!istas em relação h apreensão dos signi^icados- Se entendermos a interdepend8ncia e a insepara3ilidade entre os aspectos uanti^icI!eis e a !i!8ncia signi^icati!a da realidade o3Eeti!a no cotidiano/ !eremos a re^erida denominação como redundante e mesmo parcial- A noção de Metodologia de 2esuisa Social _ não ^ossem as conotaçfes "istoricamente mediadas do primeiro termo _ seria su^iciente para uali^icar o campo de a3ordagem das relaçfes sociais/ a3rangente de seus aspectos estruturais e da !isão ue os atores sociais proEetam dessas

relaçfes-&razendo o de3ate do ;ualitati!o; para o campo da Saúde/ presencia<se o eclodir de uestfes semel"antes hs do m3ito maior das Ci8ncias Sociais- Hsso se de!e ao ^ato/ em primeiro lugar/ de ue a saúde não institui nem uma disciplina nem um campo separado das outras instncias da realidade social-2or isso/ tanto no ue concerne h pro3lemItica teKrica uanto h metodolKgica ela estI su3metida hs mesmas !icissitudes/ a!anços/ recuos/ interrogaçfes e perspecti!as da totalidade sociolKgica da ual ^az parte 9Apezec"ea? [YV/ \<ZQ:- A sua especi^icidade , dada pelas in^leXfes sKcio<econjmicas/ políticas e ideolKgicas relacionadas ao sa3er teKrico e prItico so3re saúde e doença/ so3re a

institucionalização/ a organização/ administração e a!aliação dos ser!iços e a clientela dos sistemas de Saúde- Dentro<desse carIter peculiar estI sua a3rang8ncia multidisciplinar e estrat,gica- Hsto ,/ o recon"ecimento de ue o campo da Saúde se re^ere a uma realidade compleXa ue demanda con"ecimentos distintos integrados e ue coloca de ^orma imediata o pro3lema da inter!enção- 4este sentido/ ele reuer como essencial uma a3ordagem dial,tica ue compreende para trans^ormar e cuEa teoria/ desa^iada pela prItica/ a repense

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 * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*

por,m/ sua cumplicidade com a pro3lemItica social mais ampla/ seEa no campo da realidade empírica 9pois a uestão da saúde en!ol!e o conEunto das relaçfes sociais !i!enciadas nas Ireas da produção e das condiçfes de produção:/ seEa no m3ito conceituai/ onde o especí^ico estI atra!essado por distintas posiçfes ^ace hs possi3ilidades de organização da !ida social- &eoricamente isso signi^ica di^iculdades de

aproXimação do o3Eeto/ de !encer dicotomias analíticas/ de se mo!er no terreno da totalidade das dimensfes ue o ^enjmeno saúdeFdoença re!ela e oculta- Creio ue a cristalização dessas limitaçfes estI na prKpria conceituação de termos como ;Saúde 2ú3lica; ou ;Saúde Coleti!a;- * primeiro/ consagra uma dimensão reducio<nista de direção e de inter!enção do $stado numa Irea social mais ampla e compleXa do ue a de^inida pelas prIticas sanitIrias o^iciais- * segundo termo , tam3,m am3íguo e inespecí^ico-Donnangelo 9[YU/[<Q: e Mer"y 9[YV/ Q: detectam a imprecisão do adEeti!o ;coleti!o; para conceituar o campo da saúde/ por causa da ampla conotação ue comporta e pela relação de eXterioridade ue esta3elece ^rente ao

o3Eeto-$ssa am3igidade se torna muito presente em &eiXeira 9[YV/ YZ<R[: uando a autora considera ;Saúde Coleti!a; como um conceito operacional prKprio do campo de aplicação das Ci8ncias Sociais h Saúde para analisar os ;corpos sociais; 9classes/ grupos e relaçfes: em suas relaçfes "istKrico<estruturais- Sem

entrar no m,rito do redu<cionismo ue aí se processa em relação h a3rang8ncia do social e em relação h delimitação do espaço da saúdeFdoença no ;corpo;/ ainda ue ;corpo social;/ tenta<se realizar/ neste estudo/ uma ampliação do conceito sociolKgico de saúde ue a3ranEa a totalidade das relaçfes ue cont8m e se eXpressam no cultural/ lem3rando com %oltanski ue?

;*s determinismos sociais não in^ormam Eamais o corpo de maneira imediata/ atra!,s de uma ação ue se eXerceria diretamente so3re a ordem 3iolKgica sem a mediação do cultural ue os retraduz e os trans^orma em regras/ em o3rigaçfes/ em proi3içfes/ em repulsas ou deseEos/ em gostos e a!ersfes;

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9[Z[/[:-* D$SA0H9[Z[/[:-* D9[Z[/[:-* C9[Z[/[:-*46$CHM$4&9[Z[/[:-* V

&al como , pensado neste tra3al"o/ o conceito sociolKgico de Saúde ret,m ao mesmo tempo suas dimensfes estruturais e políticas e cont,m os aspectos "istKrico<culturais de sua realização- Como ualuer tema a3rangente do cultural/ a saúde sK pode ser entendida dentro de uma sociologia de classe-2or,m dentro de uma sociologia de classe ue?(a# possua instrumentos para perce3er o carIter de a3rang8ncia das !isfes dominantes 9pois as classes se encontram entre si/ no seio de uma sociedade em relação e com pro3lemas de aculturação recíproca:(b# perce3a tam3,m a especi^icidade dos sistemas culturais e de su3culturas dominadas em suas relaçfes contraditKrias com a dominação(c#de^ina a srcem e a "istoricidade das classes na estrutura do modo de produção (d#conce3a sua realização tanto nos espaços ^ormais da economia e da política como nas matrizes essenciais da cultura como a ^amília/ a !izin"ança/ os grupos etIrios/ os grupos de lazer etc/ considerando como espaços inclusi!os de con^litos/ contradiçfes/ su3ordinação e resist8ncia tanto as unidades de tra3al"o como o 3airro/ o sindicato como a casa/ a consci8ncia como o seXo/ a política como a religião- Hntroduzindo a cultura na de^inição do conceito de Saúde demarca<se um espaçamento radical? ela amplia e cont,m as articulaçfes da realidade social- 2ensada assim/ cultura não , um lugar su3Eeti!o/ ela a3range uma o3Eeti!idade com a espessura ue tem a !ida/ por onde passa o econjmico/ o político/ o religioso/ o sim3Klico e o imaginIrio- $la , o locusonde se articulam os con^litos e as concessfes/ as tradiçfes e as mudanças e onde tudo gan"a sentido/ ou sentidos/ uma !ez ue nunca "I apenas um

signi^icado-A saúde enuanto uestão "umana e eXistencial , uma pro3lemItica compartil"ada indistintamente por todos os segmentos sociais- 2or,m as condiçfes de !ida e de tra3al"o uali^icam de ^orma di^erenciada a maneira pela ual as classes e seus segmentos pensam/ sentem e agem a respeito dela- Hsso implica ue/ para todos os grupos/ ainda ue de ^orma especí^ica e peculiar/ a saúde e a doença en!ol!em uma

compleXa interação entre os aspectos ^ísicos/ psicolKgicos/ sociais e am3ientais da condição "umana e de atri3uição de signi^icados- 2ois saúde e doença eXprimem agora e sempre uma relação ue perpassa o corpo indi!idual e social/ con^rontando com as tur3ul8ncias do ser "umano enuanto ser total- Saúde e doença são ^enjmenos

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\ * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*

clínicos e sociolKgicos !i!idos culturalmente/ porue as ^ormas como a sociedade os eXperimenta/ cristalizam e sim3olizam as maneiras pelas uais ela en^renta seu medo da morte e eXorciza seus ^antasmas- 4este serttido saúdeFdoença importam tanto por seus e^eitos no corpo como pelas suas repercussfes no imaginIrio? am3os são reais em suas conse8ncias- 2ortanto/ incluindo os dados operaciona<lizI!eis e Eunto com o con"ecimento t,cnico/ ualuer ação de tratamento/ de pre!enção ou de planeEamento de!eria estar atenta aos !alores/ atitudes e crenças dos grupos a uem a ação se dirige-  preciso entender ue/ ao ampliar suas 3ases conceituais/ as ci8ncias sociais da saúde não se tornam menos

;cientí^icas;/ pelo contrIrio/ elas se aproXimam com maior luminosidade dos contornos reais dos ^enjmenos ue

a3arcam-De ualuer ^orma/ a a3ordagem social da saúde/ do ponto de !ista cultural e ualitati!o/ não constitui uma ideologia e não institui uma posição uní!oca- 6istoricamente ela , perpassada tam3,m pelo de3ate teKrico das ci8ncias sociais como EI se repetiu- * estrutural<^uncionalismo tem marcado a lin"a de con"ecimento dos grupos ,tnicos e sociais a partir da antropologia/ so3retudo !inculado h ;medicina tropical; e como su3sídio hs ;ci8ncias da conduta; 94unes? [YV/U<UU $strella? [YV/\<\[ Agudelo? [YV/QRU<QUU:- Seu arrai<gamento no campo da saúde/ e!idencia/ entre outros pro3lemas/ o ^ato de ue as prKprias 3ases do ^uncionalismo se espel"am no modelo 3iolKgico como metI^ora da

sociedade-2rocessa<se aí um e^eito circular em ue a 3iologia o^erece seu re^erencial h sociologia ue por sua !ez l"e proporciona su3sídios h compreensão dos aspectos culturais da saúdeFdoença-  di^ícil a tra!essia do espel"o >PP.;NP

Das a3ordagens ualitati!as/ a ^enomenologia , a ue tem tido maior rele!ncia na Irea da saúde- As anIlises ^undamentadas em seus pressupostos t8m des!endado as concepçfes de saúdeFdoença como culturalmente especí^icas/ a ar3itrariedade do $stado na imposição de padrfes culturais/ a relati!idade da !erdade da medicina/ o carIter reprodutor das instituiçfes m,dicas/ a dominação da ,tica m,dica/ ad!ogando uma no!a ^iloso^ia da medicina- 2roposiçfes da política de atenção primIria/ de autocuidado/ re!alorização da medicina tradicional/ de participação comunitIria/ e de certos grupos de

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* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* Z

in!estigaçãoFação e de pesuisa participante con!ergem in^lu8ncias ^enomenolKgicas 94unes? [YV/U< Z Garcia?

[YU/[<U:-As aproXimaçfes dial,ticas ue partem do ponto de !ista dos suEeitos sociais so3re o processo saúdeFdoença e a3rangem as relaçfes ue perpassam sua política e institucionalização/ são muito poucas-&rata<se "oEe de uma eXig8ncia criati!a ue complemente ou ultrapasse as anIlises macroeconjmicas e "istKrico<estruturais do

setor-  dentro desse es^orço de ampliar o de3ate teKricoFmetodolKgico no campo da saúde/ so3 o en^oue dial,tico/ ue coloco este tra3al"o- $m nen"um momento ele se pretende aca3ado ou magistral- AlmeEa apenas ser uma centel"a a mais no camin"o de 3uscas de in!estigação e de integração/ num setor tão compleXo e essencialmente

multidisciplinar-* presente estudo desdo3ra<se num conEunto de uatro capítulos/ onde/ a3ordando uestfes metodolKgicas especí^icas/ tenta<se re^letir so3re o carIter aproXimati!o das Ci8ncias Sociais/ a lKgica interna peculiar da 2esuisa Social e mormente das a3ordagens ualitati!as/ e os aspectos mediadores da tecnologia em relação hs teorias e hs prIticas- Considera<se oCiclo da 'esuisacomo um processo de tra3al"o ue dialeticamente termina num produto pro!isKrio e recomeça nas interrogaçfes lançadas pela anIlise ^inal- As pIginas seguintes são a eXplicitação desse es^orço atra!,s da re^leXão e da crítica de conceitos/ e da proposta de um camin"o de pensamento- 4o primeiro capítulo são apresentados pressupostos e especi^i<cidades prKprias ao campo metodolKgico/ ou seEa/ os conceitos de Metodologia/

de 2esuisa Social/ de 2esuisa $strat,gica/ de Pualitati!o e de Puantitati!o- $m seguida "I um resumo dos traços gerais das principais lin"as de pensamento sociolKgico e suas implicaçfes no campo da saúde-&rata<se de um temIrio introdutKrio ao tra3al"o de

4o segundo capítulo processa<se uma re^leXão so3re a 7ase E8ploat!ia da 'esuisacuEa importncia ^undamental , eXorcizar o empirismo das a3ordagens sociais- $stão aí discutidos os conceitos 3Isicos de um marco teKrico/ a pro3lemItica de de^inição do o3Eeto/ a construção dos instrumentos de a3ordagem empírica/ a amostragem na in!estigação ualitati!a e a aproXimação do

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campo-Y * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* H

$m seguida/ no terceiro capítulo/ a3orda<se o momento do5abcaTU de Campo,ou seEa/ a t,cnica e a pro3lematização dos conceitos ^l^ *3ser!ação 2articipante/ de $ntre!ista/ de 5epresentação Social e ^e

5epresentação Social de Saúde e

Doença-2or ^im/ no uarto capítulo estão eXpostas as modalidades mai^ ^reentes de5atamento do Mateial )ualitati*o,isto ,/ os conceitos de AnIlise de Conteúdo/ de AnIlise do Discurso e de AnIlise 6ermen8u< tico<Dial,tica- &ermina<se com uma proposta prItica de anIlise 3uscando<se sintetizar e ultrapassar as modalidades usuais de

a3ordagem-*Ciclocompleto proEeta a in!estigação como um processo com etapas e ati!idades especí^icas em cada ^ase/ ue podem ser delimitadas em cronograma e ao mesmo tempo como um mo!imento permanente de integração das partes no todo e de sucessi!o recomeçar- $le !eicula a id,ia de um tra3al"o ue tem dinmica prKpria em 3usca da o3Eeti!ação do con"ecimento/ mas tam3,m , uma 3usca inaca3ada ue se reinicia cada !ez ue apresenta um produto ;pro!isKrio;/ integrando a "istoricidade do processo social e da construção

teKrica-$sse senso de relati!idade e de utopia , o ue une este tra3al"o a todos os es^orços daueles ue 3uscam uma ;ci8ncia mais cientí^ica; no campo da saúde? a partil"a da id,ia de ue o con"ecimento , um processo in^inito e não "I condição de ^ec"I<lo numa ^ase ^inal/ assim como não se pode pre!er o ^inal do processo "istKrico em3ora o proEetemos como politicamente democrItico e socialmente igualitIrio para

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saudI!el-CA2H&()* 

H4&5*D(L* ` M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

PRIMEIRA PARTE

C*4C$H&*S %+SHC*S

)S&$ capítulo tem um o3Eeti!o introdutKrio- .isa a conceituar alguns termos ue constituem o o3Eeti!o a ser perseguido durante todo o tra3al"o- 2retende tam3,m pro3lematizar a a3ordagem da pesuisa social-Di!ide<se em duas partes ue se complementam e ue serão tratadas progressi!amente no decorrer deste

4a primeira etapa tratamos da especi^icidade da metodologia das ci8ncias sociais/ de^inimos@o conceito deErnetodologia/ de pesuisa e tam3,m introduzimos a pol8mica ue se instaura no meio cientí^ico entre o m,todo uantitati!o e o m,todo

ualitati!o-* es^orço inicial de conceituação/ dentro da dinmica ue esta3elecemos durante todo o processo de estudo/ , ao mesmo tempo uma pro3lematização ue re^lete as !Irias correntes de pensamento no interior das ci8ncias sociais- 5e^ere<se hs múltiplas possi3ilidades de a3ordagem metodolKgica e seus pressupostos- As correntes de pensamento t8m sua "istKria/ !eiculam uma !isão de mundo e t8m a !er

com a rea"ddesocial compleXa ondeioram geradas e ue elas tentam

4o campo da saúde/ considerada esta como um ^enjmeno social de alta signi^icação/ o positi!ismo/ a ^enomenologia e a dial,tica marXista são as principais tend8ncias de interpretação-íilas representam não apenas di^erentes possi3ilidades de anIlise/ mas uma luta

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QR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

ideolKgica ue/ por sua !ez/ tem a !er com a luta política mais ampla na sociedade-A $S2$CH0HCHDAD$DA M$&*D*)*GHADA 2$SP(HSA S*CHA)

l$ntrar no campo da Metodologia da 2esuisa Social , penetrar num mundo pol8mico onde "I uestfes não resol!idas e onde o de3ate tem sido perene e não conclusi!oJ

* primeiro tema mais pro3lemItico , o da di^erença ou não entre os m,todos especí^icos das ci8ncias sociais e das ci8ncias ^ísico<naturais e 3iolKgicas- &emos ue começar en^rentando a uestão/ ainda ue não ten"amos respostas de^initi!as? $ o ^azemos salientando alguns pontos ue distinguem as Ci8ncias Sociais e as tornam especí^icas/ EI assinalados por Demo

9[Y:-* primeiro deles , o ^ato inconteste de ue o o3Eeto das Ci8ncias Sociais ,$ist!ico.Signi^ica ue as sociedades "umanas eXistem num determinado espaço/ num determinado tempo/ ue os grupos sociais ue as constituem são mutI!eis e ue tudo/ instituiçfes/ leis/ !isfes de muridf são pro!isKrios/ passageiros/ estão em constante dinamismo e potencialmente tudo estI para ser trans^ormado-Como conse8ncia do primeiro princípio/ podemos dizer ue nosso o3Eeto de estudo possuiNTnsncia

$ist!ica.Goldmann 9[YR/ Z<R: nos introduz ao conceito deconscincia poss*ele deconscincia eal,conceitos ue podem nos aEudar a entender a especi^icidade das ci8ncias sociais- De acordo com o desen!ol!imento das ^orças produti!as/ E?om a organização particular da sociedade e de sua dinmica interna/ desen!Kl!em<se !isfes de mundo determinadas ue nem os grupos sociais e nem os ^ilKso^os e pensadores conseguem superar- Alguns grupos sociais e alguns pensadores logram sair do ní!el de ;senso

comum; dado pela ideologia dominante/ mas/ mesmo assim/ seu con"ecimento , relati!o e nunca ultrapassa os limites das relaçfes sociais de produção concretas ue eXistem na sua sociedade- * pensamento e a consci8ncia são ^ruto da necessidade/ eles não são um ato ou entidade/ são um processo

ue tem como 3ase o prKprio processo "istKricoE

Desta ^orma as ci8ncias sociais/ enuanto consci8ncia possí!el/ estão su3metidas hs grandes uestfes de nossa ,poca e t8m seus

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M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Q

limites dados pela realidade do desen!ol!imento social- 2ortanto/ tanto os indi!íduos como os grupos e tam3,m os pesuisadores são dialeticamente autores e ^rutos de seu tempo

"istKrico-(ma terceira característica das Ci8ncias Sociais , aidentidade ente o suJeito e o obJetoda in!estigação-$las in!estigam seres "umanos ue/ em3ora seEamEnuito@di^erentes por razfes culturais/ de classe/ de ^aiXa etIria oupor ualuer outro moti!o/ t8m um su3strato comum ueEaaJoE&iarn solidariainente im3ricados e comprometidos/

*utro aspecto distinti!o das Ci8ncias Sociais , o ^ato de ue ela ,intnsecaee8tinsecammte ideol!gica. 4ingu,m "oEe ousaria negar a e!id8nciaEie ueEoda ci8ncia , comprometida- $la !eicula interesses e !isfes de mundo "istoricamente construídas e se su3mete e resiste aosEimitesEdadps pelos esuemas de dominação !igentes- Mas as ci8ncias ^ísicas e 3iolKgicas participam de ^orma di^erente do comprometimento social/ pois eXiste um distanciamento de natureza entre o ^ísico e o 3iolKgico em relação a seu o3Eeto/ em3ora as desco3ertas da c"amada ;no!a ^ísica; re!elem o im3ricamento relacionai entre o pesuisador e a natureza? ;o real , a realidade ue ele con"ece;- 4a in!estigação social/ por,m/ essa relação , muito mais crucial- A !isão de mundo do pesuisador e dos atores sociais estão implicadas em todo o processo de con"ecimento/ desde a concepção do o3Eeto at, o resultado do tra3al"o-  uma condição da pesuisa/ ue uma !ez con"ecida e assumida pode ter como ^ruto a tentati!a de o3Eeti!ação do con"ecimento- Hsto ,/ usando<se todo o instrumental teKrico e metodolKgico ue aEuda uma aproXimação mais ca3al da realidade/ mant,m<se a crítica não sK so3re as condiçfes de compreensão do o3Eeto como do prKprio pesuisador- Con^orme nos ad!erte ),!y Strauss? ;4uma ci8ncia onde o o3ser!ador , da mesma natureza ue o o3Eeto/ o o3ser!ador ,/ ele mesmo/ uma parte de sua o3ser!ação; 9[ZV/

QV:-2or ^im/ e isso tem uma pro^unda importncia para este tra3al"o/ o o3Eeto das Ci8ncias Sociais , essencialmenteualitati*o.Arealidada social/ ue sK se apreende porEprXHmãção,&corr^frme )8nin 9[VV/ QV:/ mais rica do ue ualuer teoria/ ualuer pensamento ue possamos ter so3re ela- 2ois o pensamento tende a di!idir/ a separar/ a ^azer distinção so3re momentos e o3Eetos ue se nos

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QQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

"istKricacultural/ política e ideolKgica ue não podser contida apenas numa ^Krmula num,rici^ou num dado estatística- Gur!itc" 9[VV:/ nos diz ue a realidade tem camadas e a grande tare^a do pesuisador , de apreender al,m do !isí!el/ do ;mor^olKgico/ e do ecolKgico; _ ue podem ser entendidos

uantitati!amente _ os outros ní!eis ue interagem e tornam o social tão compleXo- 4este sentido/ , uestionI!el porue redundante a denominação ;2esuisa ualitati!a; usada neste tra3al"o-  uma terminologia imprKpria ue sK tem sentido por oposição a ;2esuisa uantitati!a;- A rigor ualuer in!estigação social de!eria contemplar uma característica 3Isica de seu o3Eeto? o aspecto ualitati!o- Hsso implica considerar suEeito de estudo? gente, em deteminada condição social, pertencente-deteminado gupo social ou classe com suas cenças, *aloes e significados.Hmplica tam3,m considerar ue o o3Eeto

das ci8ncias sociais , compleXo/ contraditKrio/ inaca3ado/ e em permanente trans^ormação-* C*4C$H&*D$ M$&*D*)*GHA

A compreensão da especi^icidade do m,todo das ci8ncias sociais nos conduz h pergunta especí^ica so3re o conceito de Metodologia.

$ntendemos por metodologia o camin"o e o instrumental prKprios de a3ordagem da realidade- 4este sentido/ a metodologia ocupa lugar central no interior das teorias sociais/ pois ela ^az parte intrínseca da !isão social de mundo !eiculada na teoria- $m ^ace da dial,tica/ por eXemplo/ o m,todo , o prKprio processo de desen!ol!imento das coisas- )8nin nos ensina ue o m,todo não , a ^orma eXterior/ , a prKpria alma do conteúdo porue ele ^az a relação entre o pensamento e a eXist8ncia e !ice<!ersa

9[VV/Y:-6I autores por,m ue consideram a metodologia como tendo um papel seçundIriodeEdi8ncias-AErazãadeser dessa atitude , p ^atoEie ueEicompreendam como um conEunto de t,cnicas a serem usadas parase@a3ordaro social

Da ^orma como a tratamos neste tra3al"o/ a metodologia inclui as concepçfes teKricas de a3ordagem/ o conEunto de t,cnicas ue possi3ilitam aEipreensã da realidade e tam3,m o potencial criati!o Uo

pesuisador- !

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M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QU



ci8ncia e a metodologia camin"am Euntas/ intrinca!elmente engaEadas- 2or sua !ez/ o conEunto de t,cnicas constitui um instrumental secundIrio em relação h teoria/ mas importante enuanto cuidado metKdico de tra3al"o- $las encamin"am para a prItica as uestfes ^ormuladas a3stratamente- Seu endeusamento e rei^ icação conduzem ao empirismo tão ^reente ainda nas ci8ncias sociais- Mas o contrIrio/ isto ,/ a eXcessi!a teorização e a pouca disposição de instrumentos para a3ordar a realidade/ pro!enientes de uma perspecti!a pouco "eurística/ conduzem a di!agaçfes a3stratas ou pouco precisas em relação ao o3Eeto de

estudo-Se a teoria/ se as t,cnicas são indispensI!eis para a in!estigação social/ a capacidade criadora e a eXperi8ncia do pesuisador Eogam tam3,m um papel importante- $las podem relati!izar o instrumental t,cnico e superI<lo pela arte- $sta ualidade pessoal do tra3al"o cientí^ico/ !erdadeiro artesanato intelectual ue traz a marca do autor/ nen"uma t,cnica ou teoria pode realmente suprir-  em parte o ue Wrig"t Mills denomina ;Hmaginação SociolKgica; e consiste na capacidade pessoal do pesuisador de ^azer/ das preocupaçfes sociais/ uestfes pú3licas e indagaçfes perscrutadoras da realidade- $ em parte , a capacidade de perce3er atra!,s das uestfes especí^icas le!antadas/ as correlaçfes multilaterais e sempre mutI!eis ue cercam a realidade o3Eeti!a/ dentro dos limites da ;consci8ncia possí!el;- &rata<se de um im3ricamento entre a "a3ilidade do produtor/ sua eXperi8ncia e seu rigor

cientí^ico-* C*4C$H&*D$ 2$SP(HSA S*CHA)

$ntendemos por 'esuisaa ati!idade 3Isica das Ci8ncias na sua indagação e desco3erta da realidade-  uma atitude e uma prItica teKrica de constante 3usca ue de^ine um processo intrinsecamente inaca3ado e permanente-  uma ati!idade de aproXimação sucessi!a da realidade ue nunca se esgota/ ^azendo uma

com3inação particular entre teoria e

dados-* termo 'esuVsa<SJ#WVMVtemuma carga "istKrica e/ assim como as@ teorias sociais/ re^lete posiçfes ^rente h ;reã&íc&ãd,/ momentos do desen!ol!imento e da dinmica social/ preocupaçfes e interesses de classes e de grupos determinados- $nuanto prItica intelectual re

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Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

F ^lete tam3,m di^icul6ades e pro3lemas prKprios das Ci8ncias Soei ) a sua relati!a Eu!entude para delimitar m,todos e leis especí^iç

Do ponto de !ista antropolKgico/pode<se dizer ue sempre eXis)a preocupação do ;"orrio sapiens; com o con"ecimento da realidad As tri3os primiti!as/ atra!,s dos mitos/ EI tenta!am eXplicar ^enjmenos ue cercam a !ida  a morte/ o lugar dos indi!íduos na organização social com seus mecanismos de poder/ controle/ con!i!8ncia e reprodução do conEunto da eXist8ncia social- Dentro das dimensfes de espaço e tempo/ a religião tem sido um dos rele!antes ^enjmenos de eXplicaçfes hs indagaçfes dos seres "umanos so3re os signi^icados da eXist8ncia indi!idual e grupai- 6oEe/ as perguntas "umanas 3uscam soluçfes ainda concomitantemente nos mitos modernos/ nas mais di^erentes ^ormas religiosas/ em sistemas ^ilosK^icos e particularmente nas Ct8naas-JAsCinciasnas sociedades industrializadas constituem os esuemas&JeeXplicaçfes dominantes considerados mais plausí!eis e intelectualmente aceitos-  4ão nos ca3e aui uma discussão dessa prioridade/ mas apenas ad!ertir para o ^ato de ue/ se a ci8nciaconstitui uma ^orma de a3ordagem dominante/ nem por isso se torna eXclusi!a e conclusi!a- *s pro3lemas dos seres "umanos e da organização social atuais trazem uestfes ^rente hs uais a ci8ncia

continua sem respostas e sem ^ormulaçfes/

!Do ponto de !ista "istKrico/ no ue aui nos concerne peculiarmente/ a Leslsa Social !em carregada de 8n^ases e interesses mais amplosEdcrue seu campo especí^ico- Alguns autores como Sc"rader nos ad!ertem ue essa ati!idade intelectual no mundo moderno tenX- srcem nos@grupos contestadores das desigualdades da sociedade qindustrial- Muitos pesuisadores renomados como )azars^eld/ Ja"o<da e Gunnar Myrdal iniciaram suas carreiras de in!estigadores na 3usca de solução para os pro3lemas sociais causados pela Segunda Guerra Mundial 9Sc"rader? [ZY/YY:- 4os $stados (nidos/ Sc"rader comenta ue a pesuisa social nasceu na ;ello7 2ress/ isto ,/ em Eornais de crítica

social-Sa3emos/ ao contrIrio/ ue na Hnglaterra/ os antropKlogos a!ançaram muito na compreensão de sociedades primiti!as ^inanciados por interesses colonialistas- 2or,m/ as in!estigaçfes antropolKgicas le!antaram uestfes ue contraria!am os interesses da metrKpole e

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M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QV

dos ^inanciadores como o relati!ismo cultural/ o pensamento lKgico dos primiti!os e a auto<su^ici8ncia de sua organização

social-A conclusão inicial , de ue a pesuisa enuanto ati!idade intelectual so^re as limitaçfes e contradiçfes mais amplas do campo cientí^ico/ dos interesses especí^icos da sociedade e das ;uestfes consagradas; de cada ,poca

"istKrica-A partir da Segunda Grande Guerra/ com a ampliação do poder dos $stados so3 o signo da industrialização/ o a!anço da pesuisa social tem crescido Eunto com o interesse para se entender/ organizar/ regular e controlar a população- 2articularmente isso se re^lete em campos como a economia/ a demogra^ia e a

sociologia-6oEe o termo 'esuisa em 'olticas Sociais,a começar pela Hnglaterra e pelos $stados (nidos/ passou a signi^icar um campo de interesse cientí^ico ue tem implicaçfes imediatas do ponto de !ista de dominação e controle do $stado- A proli^eração de centros de pesuisas sociais tanto nos países industrializados como nos su3desen!ol!idos tem a !er com o interesse do poder pú3lico de con"ecer/ regular e controlar a sociedade ci!il-  K3!io/ trata<se de um interesse contraditKrio e con^liti!o ^rente ao ual a sociedade ci!il/ enuanto aparato de construção de consenso social/ ^az as suas mediaçfes e tam3,m eXpressa sua autoria e

resist8ncia-Do ponto de !ista teKrico e ^ormal eXiste uma classi^icação tradicional ue di!ide a 2esuisa em ;pura; e ;aplicada;- * metodKlogo e pesuisador %ulmer 9[ZY/Y<UV: re^uta essa denominação- Comenta ue ;pura ou 3Isica; e ;aplicada; re^erem<se a uma di!isão ^alsa na medida em ue pesuisas teKricas podem ter importantes conse8ncias prIticas e pesuisas aplicadas certamente t8m implicaçfes e contri3uiçfes teKricas- $ssa dicotomia se 3aseia no modelo de tecnologia em ue o cliente ue paga eXplicita o ue uer- í&al eXig8ncia se torna inadeuada hs ci8ncias sociais ue não es^ao em posição de/ mecnica e simplistamente/ responder aos deseEos dos

clientes-%ulmer propfe uma classi^icação alternati!a de 2esuisa Social/ su3stituindo a di!isão tradicional- As cinco modalidades/ re^eridas a3aiXo/ constituem/ segundo o autor/ ;tipos; dentro de umcontinu;um,sem eXclusão dos di^erentes termos- Como o ;tipo ideal; em We3er/ elas seriam uma construção teKrica para compreensão do

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Q\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

campo de anIlise/ sem pretenderem reproduzir a realidade ou tornI<la estanue? 9: 'esuisa b"sica% preocupa<se com o a!anço do con"ecimento atra!,s da construção de teorias/ o teste das mesmas/ ou para

satis^ação da curiosidade cientí^ica- $la não tem uma ^inalidade prItica/ em3ora as desco3ertas da pesuisa 3Isica possam in^luenciar e su3sidiar tanto políticas pú3licas/ decisfes dos "omens de negKcio e

o a!anço do mo!imento social 9Q: 'esuisa estatégica% 3aseia<se nas teorias das ci8ncias sociais/ mas orienta<se para pro3lemas ue surgem na sociedade/ ainda ue não pre!eEa soluçfes prIticas para esses pro3lemas- $la tem a ^inalidade de lançar luz so3re determinados aspectos da realidade- Seus

instrumentos são os da pesuisa 3Isica tanto em termos teKricos como metodolKgicos/ mas sua ^inalidade , a ação- $ssa modalidade seria a mais apropriada para o con"ecimento e a!aliação de 2olíticas/ e segundo nosso ponto de !ista/ particularmente adeuado para as in!estigaçfes so3re Saúde 9U: 'esuisa oientada paa um poblema especfico%, em geral auela realizada dentro das instituiçfes

go!ernamentais ou para elas- *s resultados da in!estigação são pre!istos para aEudar a lidar com pro3lemas prIticos e operacionais 9: 'esuisa;ção%consiste numa in!estigação pai passuao

desen!ol!imento de programas go!ernamentais para medir o seu impacto $sse conceito de %ulmer di^ere do conceito de pesuisa<ação apresentado por &"iollent 9[Y\:- 2ara esse autor?

;A pesuisa<ação , um tipo de in!estigação social com 3ase empírica ue , conce3ida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um pro3lema coleti!o no ual os pesuisadores e os participantes representati!os da situação ou do pro3lema estão en!ol!idos de modo cooperati!o ou

participati!o;-A di^erença 3Isica de conceituação reside no ^ato ue/ no primeiro caso/ a in!estigação acompan"a a ação dos programas/ mas , eXterna a elas- 4o segundo/ o en!ol!imento do pesuisador na ação , parte integrante da pesuisa 9V: 'esuisa de Inteligncia%são os grandes le!antamentos de dados

(27)

M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QZ

^ormulação de políticas- 4o nosso caso/ os Censos e as 2esuisas do H%G$ seriam eXemplos clIssicos de pesuisas de intelig8ncia- De> alguma ^orma simpli^icada/ as 2esuisas de *pinião 2ú3lica preenc"eriam

tam3,m essa ^unção sociolKgica 9%ulmer? [ZY/

Y<[:-%ulmer comenta/ re^erindo<se ao campo das Hn!estigaçfes $strat,gicas/ ue a ;2esuisa %Isica; tem tido/ como sua marca permanente/ uma ^orte orientação unidisciplinar/ di^icultando sua rele!ncia possí!el para as políticas pú3licas- 4a ponta oposta/ os estudos interdisciplinares t8m desapontado muito pela sua pouca consist8ncia teKrico<metodolKgica- Segundo ele/ os ;sur!eys; se tornaram o reino do senso

comum-Hsto ,/ ^reentemente estão orientados?(a# pelo ;empirismo; e pelo ;positi!ismo; onde se parte do princípio de ue os ^atos ^alam por si mesmos e ue nada eXiste al,m dos dados(b# pelos interesses políticos dos cientistas eFou políticos ue encomendam seu tra3al"o- * pressuposto desses estudos , de

ue os go!ernantes e políticos precisamcon$ece os fatos para poderem optar- 4este sentido/ !olta<se ao ;empirismo;/ minimizam<se os pro3lemas teKricos/ diminui<se o papel do pesuisador ue se torna um t,cnico<su3alterno pro!edor de in^ormaçfes- A interpretação passa a ser conduzida por outros e com !i,s político dado ^ora do m3ito das ci8ncias

sociais-2ara ^inalizar/ podemos dizer ue a 2esuisa Social não pode ser de^inida de ^orma estItica ou estanue-$la sK pode ser conceituada "istoricamente e entendendo<se todas as contradiçfes e con^litos ue permeiam seu camin"o- Al,m disso/ ela , mais a3rangente do ue o m3ito especí^ico de uma

disciplina-2ois a realidade se apresenta como uma totalidade ue en!ol!e as mais di^erentes Ireas de con"ecimento e tam3,m ultrapassa os limites da

ci8ncia-$ assim/ a pesuisa e os pesuisadores !i!em so3 o signo das conting8ncias "istKricas de sua ati!idade-De um lado estão as di^iculdades de ^inanciamento ue cerceiam ou restringem as possi3ilidades tanto da in!estigação como do encamin"amento de conclusfes- Do outro/ "I as grandes uestfes ,ticas e cientí^icas do pesuisador so3re a realidade e so3re o produto artesanal ue realiza? como !ai ser empregado e interpretado

 na corda 3am3a tanto da aus8ncia de consenso so3re o conceito ue tra3al"amos e sua cienti^icidade/ uanto dos o3Eeti!os sociais de

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QY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

nossa produção/ ue podemos re^letir so3re 2esuisa e so3re Metodologia de 2esuisa Social como o ^aremos neste

tra3al"o-P(A4&H&A&H.*2E+S>S P(A)H&A&H.*/ S(%J$&H.*2E+S>S *%J$&H.*

0reentemente/ de acordo com nosso ponto de !ista/ a discussão relati!a aos m,todos uantitati!os e ualitati!os na a3ordagem do social tem se desen!ol!ido de ^orma inadeuada- A dicotomia ue se esta3elece na prItica/ de um lado/ deiXa h margem rele!ncias e dados ue não podem ser contidos em numeres/ e de outro lado/ hs !ezes contempla apenas os signi^icados su3Eeti!os/ omitindo a realidade

estruturada-Di!ersas !ezes !oltaremos a esse tema no presente tra3al"o/ repetindo autores ue tra3al"am eXausti!amente com a uestão- Gur!itc"/ por eXemplo/ denomina a região mais !isí!el dos ^enjmenos sociais de ;mor^olKgica/ ecolKgica/ Irea concreta; 9[VV/Rss:- $ comenta ue esse ní!el admite uma eXpressão adeuada atra!,s de euaçfes/ m,dias/ grI^icos e estatísticas/ * mesmo autor/ por,m/ c"ama atenção para o ^ato de ue/ a partir daí torna<se di^ícil tra3al"ar com números/ uma !ez ue camin"amos para o uni!erso de signi^icaçfes/ moti!os/ aspiraçfes/ atitudes/ crença e !alores- $sse conEunto de dados considerados ;ualitati!os; necessita de um re^erencial de coleta e de interpretação de outra natureza- 4o entanto/ o prKprio Gur!itc" nos ad!erte ue essas camadas são interdependentes/ interagem e não podem ser pensadas de ^orma

dicotjmica-Ao se desen!ol!er uma proposta de in!estigação ou at, mesmo no desenrolar das etapas de uma pesuisa/ !amos recon"ecendo a con!eni8ncia e a utilidade dos m,todos disponí!eis/ ^ace ao tipo de in^ormaçfes necessIrias para se cumprirem os o3Eeti!os do tra3al"o- Certamente/ ualuer pesuisa social ue pretenda um apro^undamento maior da realidade não pode ^icar restrita ao re^erencial apenas

uantitati!o-Segundo 2arga 4ina/ coordenador do último $4D$0 9$studo 4acional de Despesas 0amiliares _[Z:/ , plenamente recon"ecido em sociologia ue a operacionalização das !ariI!eis sociais/ para construção de indicadores ue permitam a anIlise uantitati!a/ tem le!ado at, 3ons cientistas sociais a ela3orarem so3re algo muito ^rI<

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M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Q[

gil/ ao ;medirem; !ariI!eis cuEa operacionalização em indicadores num,ricos estI al,m das possi3ilidades das ci8ncias sociais

9[YU/\U:-$ste autor/ enuanto parte da presid8ncia do H%G$ e responsI!el pelo Departamento de Hndicadores Sociais/ propjs a constituição de um grupo de estudo ;ualitati!o; ue tentasse apro^undar aspectos da realidade 3rasileira ue os indicadores num,ricos apontassem como cruciais- Seu argumento , de ue a aglomeração dos dados apenas oculta e ^alseia a eXist8ncia de ^enjmenos de eXtrema rele!ncia para a compreensão da situação do país- $m conse8ncia/ isso tem in^lu8ncia nas proposiçfes de políticas sociais-

4os comentIrios so3re o tra3al"o/ 2arga 4ina recon"ece ue pesuisas ualitati!as podem ser de ualidade muito superior hs ue ^azem anIlises uantitati!as e c"ama atenção para o ^ato de ue não eXiste umcontinuumentre ualitati!o<uantitati!o em ue a superioridade estaria no segundo termo- Cita Cicourel/ de uem retira argumentos para seu tra3al"o no $4D$0?

;$stes comentIrios 9^eitos por 0orgensen e Coom3s: indicam o pro3lema do sociKlogo? 9: se seus conceitos teKricos não são su^icientemente precisos para orientI<lo uanto hs ^ormas de sistemas de mensuração ue são adeuadas h mensuração de seus dados/ então "I grande possi3ilidade de ue !en"a a iludir a si prKprio/ impondo m,todos ue ^orçam a introdução/ na sua teoria e nos seus dados/ de relaçfes incongruentes e interpretaçfes ^alsas e 9Q: os prKprios instrumentos de mensuração disponí!eis são inapropriados/ pela natureza de sua construção/ e le!am assim/ h mensuração por >^iat> e não h mensuração literal; 92arga 4ina/ [Z\/ parte H/ VR/ apud Cicourel?

[\[/U:- Ao mesmo tempo em ue ocorria o le!antamento de dados so3re condiçfes de !ida de VQ-RRR pessoas 9[Z: o coordenador do

$4D$0 promo!eu uma esp,cie de estudo ;ualitati!o; recol"endo impressfes dos pesuisadores de campo so3re a realidade encontrada- $sse conEunto de in^ormaçfes estI compilado em uatro !olumes/ dois pu3licados em [Z\ e dois outros em [ZY denominados Estudo das Infomaç1es não;estutuadas do EDE7 c sua integação com os dados uantificados. Segundo opinião de !Irios estudiosos da realidade do país/ a pesuisa não<estruturada transmite impressfes tão ^ortes ue constituem um acer!o altamente signi^icati!o Eunto com os dados

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uantitati!os-UR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

A grande uestão em relação h uanti^icação na anIlise sociolKgica , a sua possi3ilidade de esgotar o ^enjmeno social- Corre<se o risco de ue um estudo de alto ga3arito do ponto de !ista matemItico ou estatístico/ em ue toda a atenção se concentre na manipulaçãr so^isticada dos instrumentos de anIlise _ portanto/ competente do ponto de !ista estatístico _ despreze aspectos essenciais da realidade- $ assim

muitas !ezes teremos uma ;resposta eXata; para ;perguntas erradas ou

imprecisas;-$ssa discussão do ;uantitati!o;*esus;ualitati!o; tem sua srcem nas di^erentes ^ormas de perce3er a realidade social- 6ug"es nos a!isa ue a principal in^lu8ncia do positi!ismo nas ci8ncias sociais ^oi a utilização dos termos de tipo matemItico para a compreensão da realidade e a linguagem de !ariI!eis para especi^icar atri3utos e ualidades do o3Eeto de in!estigação 9[YU:- *s ^undamentos da pesuisa uantitati!a nas ci8ncias sociais são os prKprios princípios positi!istas clIssicos segundo os uais? 9a: o mundo social opera de acordo com leis causais 93: o alicerce da ci8ncia , a o3ser!ação sensorial 9c: a realidade consiste em estruturas e instituiçfes identi^icI!eis enuanto dados 3rutos por um lado/ crenças e !alores por outro- $stas duas ordens são correlacionadas para ^ornecer generalizaçfes e regularidades 9d: o ue , real são os dados 3rutos considerados dados o3Eeti!os !alores e crenças são realidades su3Eeti!as ue sK podem ser compreendidas atra!,s dos dados 3rutos 96ug"es? [YU/

Q<\U:-A uestão do uantitati!o traz a re3oue o tema da o3Eeti!idade- Hsto ,/ os dados relati!os h realidade social seriam o3Eeti!os se produzidos por instrumentos padronizados/ !isando a eliminar ^ontes de propensfes de todos os tipos e a apresentar umI linguagem o3ser!acional neutra- A linguagem das

!ariI!eis ^orneceria a possi3ilidade de eXpressar generalizaçfes com precisão e o3Eeti!idade-A restrição ue os contestadores do uantitati!ismo sociolKgico l"e colocam não estI relacionada com a t,cnica- Hsto ,/ não estI em Eogo a des!alorização da anIlise multi!ariada/ a anIlise conteXtual ou de correlaçfes- São poderosos e recon"ecidos instrumentos/ supondo<se a necessidade de dados aglomerados ou indicadores so3re coleti!idades- A crítica estI no ^ato de se restringir a realidade social ao ue pode ser o3ser!ado e<uanti^icado apenas- Adorno c"ega a

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M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U

dizer ue o m,todo positi!ista empírico ameaça ^etic"izar seus assuntos e tornar<se a si mesmo um ^etic"e/ na medida em ue reduz a o3Eeti!idade ao m,todo e não atinge o conteúdo 9Adorno? [Z[/ Q<

QV:-$ssas críticas !istas a partir de !Irios autores e teorias podem se resumir assim?(a#As a3ordagens uantitati!as sacri^icam os signi^icados no altar do rigor matemItio 96arrison? [Z/ R<Q Dilt"ey? [V\ We3er? [[ Sc"utz? [\U:-(b#$Xiste uma crença ing8nua de ue as distorçfes podem ser e!itadas pela codi^icação 6arrison comenta ue a pre^er8ncia do sociKlogo pelo uestionIrio re^lete seu desprezo pela !ida do "omem comum e a crítica aos elementos su3Eeti!os da o3ser!ação indica a ina3ilidade de considerar seu tra3al"o o3Eeti!amente 96arrison? [Z:-(c#` e!id8ncia de ue os m,todos uantitati!os simpli^icam a !ida social limitando<a aos ^enjmenos ue podem ser enumerados 92ark 1 %urgess? [Q/ .<.HH:-(d#$ ao ^ato de ue uando ^azem in^er8ncias para al,m dos dados/ os sociKlogos tra3al"am apriorística e preconceituosamente/ tomando como ^amiliar os ^enjmenos ue acontecem/ porue eles pertencem h mesma sociedade ue estão estudando 96arrison? [Z Sc"utz?

[\U:-(ma das ^ormas de realização do positi!ismo/ o ^uncionalismo na antropologia de certa ^orma ultrapassa os limites da teoria geradora- Dentro de uma lKgica prKpria/ Malino7ski ad!erte<nos em toda a sua o3ra para a necessidade de compreender?(a#tudo o ue pode ser documentado estatisticamente ;mediante

e!id8ncia concreta;/ isto ,/ o ;arca3ouço da sociedade;(b#mas complementado pela ;maneira como determinado costume , o3ser!ado/ o comportamento dos nati!os/ as regras eXatamente ^ormuladas pelo etnKgra^o/ ou as prKprias eXceçfes ue/ uase sempre/ ocorrem nos ^enjmenos sociolKgicos; ;o corpo e o sangue da !ida real ue compfem o esueleto das construçfes a3stratas; ;os imponderI!eis da !ida real;(c#o ponto de !ista/ as opinifes e as eXpressfes dos nati!os/ isto ,/ as maneiras típicas do pensar e sentir ue correspondem hs instituiçfes e h cultura de uma comunidade 9[ZV/ V<\R:- Contudo são ainda as regularidades/ as leis gerais em seu ^uncionamento e em sua estrutura/ isto ,/ a sociedade enuanto precedendo aos indi!íduos ue o ^uncionalismo procura/ mesmo uando atinge a

(32)

su3Eeti!idade-UQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

* positi!ismo sociolKgico clIssico 9Durk"eim? [ZY: atri3ui h imaturidade das ci8ncias sociais o ^ato de ela não ser capaz de pre!er e de determinar a ação "umana- As outras teorias ue incorporam no seu m3ito a intersu3Eeti!idade/ a^irmam ue a !ida "umana , essencialmente di^erente e ue essa di^erença ^undamental em relação hs ci8ncias ^ísicas e 3iolKgicas reuer um tratamento teKrico di!erso-2odemos dizer ue "oEe/ ao mesmo tempo em ue acontece in^ormatização de todos os setores da organização social/ eXiste uma re!alorização do ualitati!o nas ci8ncias sociais/ 6I um mo!imento em torno dauele aspecto para o ual Granger c"ama atenção? ;o !i!ido;/ isto ,/ ;a eXperi8ncia ue , captada não como predicado de um o3Eeto/ mas como ^luXo de cuEa ess8ncia temos consci8ncia em ^orma de relem3ranças? atitudes/ moti!açfes/ !alores e signi^icados su3Eeti!os; 9Granger?

[\Z/RZ:-&rata<se não sK de uma re!alorização teKrica/ mas da prKpria antropologia enuanto uestão social- Sc"a^^ nos ad!erte ue se trata de um ;sinal dos tempos;?

;* domínio da pro3lemItica antropolKgica na ^iloso^ia moderna resulta da necessidade de uma resposta h pergunta so3re a eXist8ncia "umana/ numa ,poca em ue a mesma eXist8ncia estI ameaçada e os sistemas

de !alores ^iXados por tradição estão a3alados; 9Sc"a^^?

4o mesmo sentido/ em seu li!ro/ 'oblema do ?omem,%u3er distingue ,pocas de ascensão  ueda do pensamento antropolKgico/ con^orme o sentimento de solidão do ser "umano- * autor ressalta ue essa

uestão sK alcança maturidade em nossa ,poca/ por dois moti!os- * primeiro , a degeneração de ^ormas tradicionais da con!i!8ncia "umana com a ^amília/ a comunidade rural/ a !ida ur3ana- * segundo/ , o prKprio sentimento de perda de domínio/ pelo "omem/ do mundo por ele criado?

;* "omem deiXa<se ultrapassar por suas prKprias o3ras; 9---: ;* "omem se encontra então diante de um ^ato terrí!el? criou demjnios e não sa3e dominI<los;- 9---: ;Pual era/ no caso/ o sentido do

(33)

M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UU

poder trans^ormado em impot8ncia * pro3lema se reduziu h pergunta so3re a natureza do "omem/ ue gan"ou um no!o signi^icado/ so3retudo prItico;

9[\Q/[<\U:-6oEe/ a uestão do "omem enuanto ator social gan"a corpo e ^az emergirem/ com toda a sua ^orça/ as ci8ncias sociais ue se preocupam com os significados.&rata<se de uma 8n^ase prKpria de nosso tempo em ue se ^orti^ica a introspecção do "omem/ a o3ser!ação de si mesmo e se ressaltam uestfes antes passadas desperce3idas- Hsso não nos le!a a menosprezar o m,todo uantitati!o/ mas a colocI<lo como

um dos elementos da compreensão no todo- Conduz<nos tam3,m a en^atizar as correntes de pensamemto ue assumem como a ess8ncia da sociedade o ^ato do "omem ser o ator de sua prKpria eXist8ncia- $ssa atoia e autoia em condiç1es dadas, o material 3Isico com o ual tra3al"amos na pesuisa social/ e ue pode ser traduzida em números/ grI^icos e esuemas/ mas não se limita e não se resume

aí-Mann"eim/ considerado o ^undador da sociologia do con"ecimento/ opfe<se ao positi!ismo ue tenta tornar mensurI!eis e dis<cerní!eis sem am3igidade todos os ^atos sociais- Comenta ue "I certos termos tão carregados de !alores ue sK um participante do sistema social estudado pode compreend8<lo- C"ama atenção para a participação do sociKlogo como o3ser!ador da realidade ue pesuisa e diz<nos ue isso pode signi^icar o sacri^ício do ue hs !ezes se considera como necessIria ;neutralidade e o3Eeti!idade

cientí^ica;- Mas/ acrescenta ue o intento de o3ter o3Eeti!idade/ neste sentido/ , um positi!o o3stIculo aos con"ecimentos sociolKgicos?

;estI claro ue uma situação "umana sK , caracteriza!el uando se tomam em consideração as concepçfes ue os participantes t8m dela/ a maneira como eXperimentam suas tensfes nesta situação e como reagem a essas tensfes assim conce3idas; 9[\Y/

ZR:-Completa a^irmando ue?

;2ara se tra3al"ar com ci8ncias sociais , necessIrio participar do processo social- Mas essa participação no inconsciente coleti!o

(34)

U M$&*D*HJ*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)

não signi^ica/ de modo algum/ ue se ^alsi^iuem os ^atos ou ue eles seEam !istos

incorretamente- 2elo contrIrio/ a participação no conteXto !i!o da !ida social , uma

pressuposição da compreensão da natureza interna de seu conteúdo- / despe@o pelos elementos

ualitati*os e a completa estição da *ontade não constitui obJeti*idade e sim negação da ualidade essencial do obJeto&9gri^o nosso:

9[\Y/ZU:-As pala!ras de Mann"eim eXpressam o pensamento de !Irias correntes teKricas das ci8ncias

sociais/ mas ao mesmo tempo uma luta no campo intelectual em relação ao positi!ismo clIssico

ou ao psicologismo- * ^uncionalismo destaca a importncia do sentido social da conduta

"umana/ em oposição hs atri3uiçfes indi!iduais dos moti!os das condutas- Hsto ,/ su3stitui as

eXplicaçfes su3Eeti!istas das condutas pelos determinantes dos sistemas sociais e 3usca o

sentido da inter<relação entre as ati!idades- A sociologia compreensi!a de We3er nos diz ue o

carIter de^inidor da ação social , o seu sentido- ;4a ação estI contida toda a conduta "umana/

na medida em ue o ator l"e atri3ui um sentido su3Eeti!o; 9[\[/R:- A ^enomeno<logia/

de^ende a id,ia de ue as realidades sociais são construídas nos signi^icados e atra!,s deles/ e sK

podem ser identi^icadas na medida em ue se mergul"a na linguagem signi^icati!a da interação

social- A linguagem/ as prIticas e as coisas são inseparI!eis na a3ordagem ^enomenolKgica- $la

en^atiza os signi^icados gerados na interação social- 4o seu uadro de re^er8ncia/ o mundo se

apresenta ao indi!íduo na ^orma de um sistema o3Eeti!ado de designaçfes compartil"adas de

^ormas eXpressi!as- * marXismo interpreta a realidade como uma totalidade onde tanto os

^atores !isí!eis como as representaçfes sociais integram e con^iguram um modo de !ida

condicionado pelo modo de produção especí^ico- 4essa a3ordagem su3lin"a<se a 3ase material

como determinante da produção da consci8ncia/ mas assume<se a importncia das

representaçfes sociais como condicionantes tanto na reprodução da consci8ncia como na

construção da realidade mais

ampla-Ao in!,s de recon"ecer na su3Eeti!idade a impossi3ilidade de construção cientí^ica/ essas

a3ordagens acima re^eridas 9cada uma com sua peculiaridade: consideram<na como parte

integrante da singularidade do ^enjmeno social- 4a medida em ue acreditam

(35)

M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UV

ue a realidade !ai mais al,m dos ^enjmenos perce3idos pelos nossos sentidos/ tra3al"am com dados ualitati!os ue trazem para o interior da anIlise/ o su3Eeti!o e o o3Eeti!o/ os atores sociais e o prKprio sistema de !alores do cientista/ os ^atos e seus signi^icados/ a ordem e os con^litos- $!identemente/ cada teoria tem seu modo prKprio de lidar com os dados de acordo com a !isão de mundo ue as sustenta-A uestão da o3Eeti!idade , então colocada em outro ní!el- Dada a especi^icidade das ci8ncias sociais/ a o3Eeti!idade não , realizI!el- Mas , possí!el a o3Eeti!ação ue inclui o rigor no uso de instrumental teKrico e t,cnico adeuado/ num processo interminI!el e necessIrio de atingir a realidade- * ue se pode ter dos ^enjmenos sociais/ , menos um retrato e mais uma pintura con^orme a imagem usada por Demo 9[YV/ZU:- Hsto ,/ seria impossí!el se descre!er com tal ^idedig<nidade a realidade ue ela se tornasse transparente- (m retrato ^iXa a imagem e o momento/ mas não ,

dinmico-A metI^ora da pintura nos inspira a id,ia de uma proEeção em ue a realidade , captada com cores e matizes particulares/ onde os o3Eetos e as pessoas são reinterpretados e criados num processo de produção artística- 4ingu,m diz ue uma pintura , o retrato da realidade-  uma dentre muitas possí!eis imagens onde o autor introduz m,todos e t,cnicas/ mas onde predomina sua !isão so3re o real e so3re o impacto ue l"e causa- 4essa o3ra entra tanto o ue , !isí!el como as emoçfes e tudo se une para proEetar a !isão da

realidade-Certamente "I di^erenças em relação h o3ra de arte e a ci8ncia social- A ci8ncia tem cnones mais rígidos e seus limites são tam3,m maiores em relação h percepção do real- Mas não se pode descon"ecer ue ualuer produção cientí^ica na Irea das ci8ncias sociais , uma criação e carrega a marca de seu autor-2ortanto/ a o3Eeti!ação/ isto ,/ o processo de construção ue recon"ece a compleXidade do o3Eeto das ci8ncias sociais/ seus parmetros e sua especi^icidade , o crit,rio interno mais importante de cienti^icidade-  preciso aceitar ue o suEeito das ci8ncias sociais não , neutro ou então se elimina o suEeito no processo de con"ecimento- Da mesma ^orma/ o ;o3Eeto; dentro dessas ci8ncias , tam3,m suEeito e interage permanentemente com o

Referências

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