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Centro de Informações e Estudos Urbanos das Cidades Médias do Triângulo Estudo de caso de Ituiutaba MG.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

4ª Semana do Servidor e 5ª Semana Acadêmica

2008 – UFU 30 anos

Centro de Informações e Estudos Urbanos das Cidades Médias do Triângulo –

Estudo de caso de Ituiutaba MG.

Gessilaine de Almeida Bessa¹ Instituto de Geografia-UFU

geissebessa@yahoo.com.br

Gustavo Eugênio de Freitas Faria² Instituto de Geografia-UFU

gustavogeografia@gmail.com

Beatriz Ribeiro Soares³ Instituto de Geografia - UFU brsoares@ufu.br

Resumo: O mundo contemporâneo, eminentemente urbano e integrado pelas redes e fluxos, aponta para uma série de questionamentos acerca do papel desempenhado pelas cidades, o que vem exigindo novas formulações teórico-metodológicas que expliquem fenômenos que deixaram de ser apenas locais, regionais ou nacionais para serem também globais. Inúmeros são os estudos sobre esta temática, especialmente aqueles que buscam compreender as diferentes realidades dos centros metropolitanos, entretanto, o que se observa, tendo em vista a intensidade do processo de globalização bem como as mudanças no padrão demográfico no Brasil é a necessidade de se compreender os espaços não metropolitanos. Assim, é importante estudar estas cidades, identificando as possibilidades de circulação de pessoas, mercadorias, informações e valores, pois estes elementos intensificam as relações entre as cidades e suas regiões e, ao mesmo tempo, as fazem diferentes umas das outras. E no caso das cidades médias esta proposta ainda é mais necessária, tendo em vista o papel que as mesmas desempenham. Por isso, este trabalho tem a função de analisar um banco de dados sobre as cidades médias do Triângulo Mineiro com destaque para a cidade de Ituiutaba / MG.

Palavras-chave: Cidades Médias, Globalização, urbano, banco de dados, Ituiutaba / MG. 1. INTRODUÇÃO

O processo de urbanização no Brasil inicia-se a partir do século XVIII, mas obtém ascensão em meados do século XX. Até então, a vida nas cidades resumia-se a funções administrativas, para coordenar o setor agrícola do país. A partir da década de 1950, com o crescimento da industrialização e a mudança da economia no país, verifica-se uma modificação na sociedade, como o crescimento dos centros urbanos e da integração do território pelas redes de transportes e comunicações.

Segundo Santos (1996), o Brasil deixa de ser um país essencialmente agrícola no final da década de 1960, quando a população urbana chega a 55,92%. Associada a essa mudança ocorre à mecanização das atividades agrícolas, o que provoca o desemprego e a migração de enormes contingentes de trabalhadores rurais.

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significativa nos últimos anos. O que se percebe é a redução do fluxo migratório para as grandes cidades e o aumento do fluxo populacional para as cidades médias. Isso significa que aumenta os números de municípios que chegam às categorias de cidade grande e média.

Para citar o processo de urbanização brasileira no final do século XX e começo do XXI, Santos dizia:

[...]para aquelas entre 1.000.000 e 2.000.000 era de 4,96. Esse índice é de 5,90 as aglomerações com mais de 1.000.000 de habitantes continham 51,35% da população urbana em 1950 e somente 38,31% em 1980. Há, pois, evidente processo de desmetropolização, sem que o tamanho urbano das metrópoles diminua: são as cidades que aumentam em volume, crescendo sua participação na população urbana. Enquanto as cidades com mais de 2.000.000 de habitantes têm sua população urbana multiplicada por 3,11% entre 1950 e 1980, o multiplicador para a população urbana vivendo em aglomerações entre 500.000 e 1.000.000 e de 5,61 para o conjunto daquelas entre 200.000 e 500.000 habitantes.

O termo cidades médias ou cidades intermediárias é muito utilizado por vários autores, mas percebe-se a falta de uma definição precisa sobre esse termo. Acredita-se que as cidades médias possuem população entre 200 e 500 mil habitantes. No entanto verifica-se o crescente aumento da importância dessas cidades, que se tornaram um pólo de atração de mercadorias, pessoas e capital.

Ainda não se podem afirmar os fatores que levaram ao crescimento das cidades médias, mas percebe-se que, associado a esse crescimento destaca-se a dispersão da indústria, que antes estava localizava no Sudeste (nas chamadas regiões metropolitanas); novas oportunidades de trabalho; da modernização do campo; e a procura por qualidade de vida.

Com o objetivo principal de analisar o processo de urbanização no triângulo Mineiro serão considerados os dados sobre educação, econômicos, e demográficos.

A metodologia utilizada nesse trabalho foi a realização de um levantamento e organização dos dados existentes sobre as cidades nos diversos órgãos públicos municipais, nos censos demográficos do IBGE, da Fundação João Pinheiro entre outras.

2. Desenvolvimento do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

O Triângulo Mineiro é a região mais desenvolvida de Minas Gerais, trata-se de um crescimento econômico impulsionada pela indústria, pelo agronegócio, assim como exportações de café, soja e cana-de-açúcar. As principais cidades dessa região são Uberlândia, Araguari, Uberaba e Ituiutaba.

A região do Alto Paranaíba possuia uma economia essencialmente rural, fato esse que vem se modificando em função da crescente industrialização. Ao mesmo tempo, possui um bom desenvolvimento do setor agropecúario devido ao elevado padrão tecnológico. A região tem como destaque municípios como Araxá, Patos de Minas e Patrocínio.

As regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba estão situadas numa posição geográfica estratégica, tornando-se um importante centro de relações econômicas, onde ocorre grande fluxo de circulação de mercadorias, pessoas e capital, servindo assim de palco para investimentos em infra-estrutura, comunicações e transporte. È também uma região rica em manifestações culturais, qualidade de vida e suporte econômico, atraindo turistas e pessoas a procura de melhores condições de vida.

Segundo Soares e Bessa (2002) o recente aumento de cidades nessa região ocorreu a partir de 1990, porém houve uma estagnação no crescimento entre as décadas de 1970 e 1990, onde durante esses 20 anos possuíam o número de 61 municípios. A partir de 1991 a região teve um forte crescimento demográfico, onde atingiu o número de 66 municípios, como demonstra a Tabela 01.

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Tabela 01: Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: distribuição e evolução do número de municípios, 1970-2000. Fonte: FIBGE, 1970-2000. Org.: BESSA, Kelly C.F.O.

Faixa de tamanho 1970 1980 1991 2000 Evolução 1970-200 % % % % % Até 20.000 46 75,4 46 75,4 45 73,8 49 74,3 6,5 20.001 a 100.000 13 21,3 13 21,3 13 21,3 13 19,7 0 100.001 a 500.000 2 3,3 2 3,3 3 4,9 3 4,5 50 Acima de 500.001 - - - 1 1,5 - TOTAL 61 100 61 100 61 100 66 100 8,2

Soares e Bessa (2002) destacam ainda que “a taxa de crescimento populacional do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foi mais elevada do que a de Minas Gerais, que foi de 55,3 para o período censitário de 2000. Dessa forma têm-se uma evolução progressiva da participação dessa região no conjunto total da população do Estado”.

Com isso, torna-se importante à análise do crescimento de algumas cidades dessa região, as quais serão nosso objeto de estudo

3. Ituiutaba

3.1. O processo de ocupação de Ituiutaba

A história do município de Ituiutaba remete ao início do século XIX, quando em 1820, dois sertanejos do Sul de Minas, Joaquim Antônio de Morais e José da Silva Ramos, chegaram ao local e iniciaram a sua ocupação. Porém, as terras eram ocupadas pelos índios Caiapós da tribo Panariá.

Após expulsarem os índios, os verdadeiros donos da terra, através de lutas e a superioridade em relação aos índios devido às suas armas, os dois sertanejos ali permaneceram e os índios se deslocaram para os estados de Goiás e Mato Grosso. A região passou a receber mais habitantes após a chegada do padre Antônio Dias Gouvêa em 1830 e a construção da primeira capela do local, em 1832, erguida às margens do Córrego Sujo. A construção dessa capela foi uma homenagem a São José e ao rio Tijuco, afluente do rio Paranaíba, que cortava aquelas terras. Vários forasteiros foram sendo atraídos e passaram a morar nas proximidades, dando origem a um pequeno povoado chamado Arraial de São José do Tijuco.

A partir desse período, o local começou a ser ocupado por diversas moradias que iam sendo construídas no entorno da Capela, e passou a ser denominado de “Paróquia São José do Tijuco” após ser transformada em Distrito pela Lei Estadual n° 138. Somente em 1901, pela Lei Estadual n° 319/01, ocorreu a municipalização com o nome de Vila Platina, concedendo-lhe a sua emancipação política e administrativa.

Segundo dados da Prefeitura Municipal de Ituiutaba, com a chegada do vigário Padre Ângelo Tardio Bruno em 1883, ocorreram várias modificações na estrutura e relações no povoado, como a implementação de uma escola, de uma banda de música, organizada em 1886 por Francisco Vieira do Nascimento, um Clube Republicano de São José do Tijuco, cuja instalação foi em 1887.

É importante ressaltar que o Padre Ângelo Tardio Bruno, juntamente com João Gomes Pinheiro, elaboraram os primeiros traçados das ruas, as primeiras casas, pontes e plantações, configurando-se como importantes manifestações de planejamento no Arraial. A figura 01 retrata a configuração antiga da Avenida 25, demonstrando ainda o ambiente rural que a cidade possuía em 1926.

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Figura 01: Configuração antiga da avenida 25 em Ituiutaba, MG, 1926. Esta foto foi retirada de um quadro no museu de antropologia de Ituiutaba. Autora: BESSA, G. A. (2007)

Em 1915, o então governador Delfim Moreira anunciou, mais uma vez, a mudança do nome “Vila Platina” para chamar-se Ituiutaba, um nome indígena que significa “Povoação do Rio Tijuco”. Mas apenas em 25 de Abril de 1917 o local foi oficializado como Ituiutaba.

Aos poucos, Ituiutaba começa a crescer demograficamente, e consequentemente provoca grandes investimentos em setores de infra-estrutura urbana, calçamentos das ruas, setores econômicos e estruturais do município.

3.2. Localização e caracterização

Ituiutaba localiza-se na região do Triângulo Mineiro (figura 02) na bacia do Rio Paranaíba. O município possui uma área de 2.597 Km² e uma distância aproximada de Belo Horizonte de 685 km, sendo esta Rodovia totalmente pavimentada.

Gurinhatã, Ipiaçú, Capinópolis, Canápolis, Santa Vitória, Monte Alegre de Minas, Prata e Campina Verde são os municípios que fazem limite com Ituiutaba, juntamente com o Estado de Goiás.

Segundo a Prefeitura Municipal de Ituiutaba, a altitude máxima do município é de 769 metros e a mínima estão entre 550 e 604 metros, e, as coordenadas são: 18?58´09” de latitude e, 49°27´53” longitude, conforme a tabela 02.

Tabela 02: Características gerais de Ituiutaba/ MG. Fonte: Anuário de Minas Gerais, 2000. Org. BESSA, G.A. Município Distância aproximada de BH (Km) Superfície (Km²) Altitude (m) Coordenadas

Total Pavimentada Latitude Longitude

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Figura 02: Mapa de Localização de Ituiutaba – MG.Fonte: Prefeitura Municipal de Ituiutaba. Organizado por: FARIA, G. E. F.

3.3. Análise demográfica

Em meados de 1930, toda a economia e fluxos populacionais no município dependiam da zona rural, que abrigava a grande maioria dos habitantes municipais.

O intenso crescimento populacional registrado no período de auge da produção de arroz e milho estimulou um processo de urbanização do município. Dentre vários fatores que contribuem para esse crescimento populacional destacam-se incentivos políticos, investimentos em infra-estrutura urbana, crescimento dos índices de qualidade de vida da população e maiores preocupações com educação e saúde.

Atualmente, grande parte da população Tijucana habita a zona urbana, representando em 2000, o número de 83.853 habitantes na área urbana e 5.238 habitantes na área rural, ou seja, 94,12% e 6,25%, totalizando 89.091 habitantes nesse ano (tabela 03).

Tabela 03. Ituiutaba/MG: População Residente, 1970, 1980, 1991, 2000, 2005 e 2007.Fonte: Assembléia Legislativa de Minas Gerais, 2007. IBGE, 2007. Organizado por: BESSA, G. A. (2007).

ANOS URBANA RURAL TOTAL

1970 47.114 17.542 64.656 1980 65.153 9.094 74.247 1991 78.205 6.372 84.577 2000 83.853 5.238 89.091

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Analisando-se o processo histórico de ocupação e crescimento do município, percebe-se que Ituiutaba, da mesma forma que grande parte das cidades do país, gradativamente, viu sua população migrar do campo para a cidade, gerando com isto a necessidade de uma reestruturação no ambiente urbano, que ainda possuía pouca infra-estrutura para atender a população que crescia de forma surpreendente a cada ano.

Essa situação proporcionou o crescimento do comércio na cidade, gerando mais empregos e absorvendo (em grande parte) a mão-de-obra que migrava do meio rural. Com a mudança da população para a cidade, foi crescendo também a necessidade da mão-de-obra qualificada, em especial no setor de serviços.

A tabela 03 demonstra ainda que, em 1970, o município possuía 64.656 habitantes e, segundo estimativas do IBGE, o município conta hoje com uma população de 92.040 habitantes, registrando um crescimento de 42%.

É importante ressaltar que em 2006 foi instalada em Ituiutaba uma unidade da Universidade Federal de Uberlândia, “Campus do Pontal”. Tal fato provocará alteração significativa nesse quadro, diminuindo, portanto, o deslocamento dos jovens tijucanos. A inserção de uma Universidade Federal em Ituiutaba é um fato importante, e será discutido melhor no próximo capítulo.

Apesar de possuir características de uma cidade calma e hospitaleira, o município representa hoje um pólo regional, que vem organizando-se para manter essa posição, e atender sua população com oferta de empregos e uma infra-estrutura que proporcione aos seus habitantes, conforto e qualidade de vida urbana.

3.4. Análise econômica

As inovações tecnológicas permitem novas maneiras de produzir, alterando, assim, o sistema produtivo e o próprio ambiente das cidades. Conclui-se, portanto, que a economia de uma cidade e a forma como são produzidas e exploradas as riquezas, está intrinsecamente ligada às condições e alterações em toda a estrutura da cidade.

A economia de uma região é influenciada por vários fatores, dando-se enfoque à infra-estrutura urbana, às redes de transportes que interligam os municípios e facilitam as trocas comerciais, aos investimentos privados, aos incentivos públicos, bem como aos processos migratórios. E é através desses índices econômicos que a região se destaca frente aos outros municípios.

A economia de Ituiutaba vive um momento de diversificação, tanto no setor agropecuário, industrial e de serviços. No setor agropecuário, a atenção está voltada tanto para a pecuária de leite quanto a de corte, e para a produção de soja, milho e cana-de-açúcar.

O município apresenta ainda um comércio ativo e diversificado que se instalou, principalmente, na área central da cidade (figura 03). É importante ressaltar também, o rápido crescimento e desenvolvimento no setor agroindustrial, que incorporam as inovações tecnológicas ao modo com que produzem, proporcionando o aumento de produtividade na região, bem como a geração de vários outros tipos de empresas, como, por exemplo, as prestadoras de serviços.

Para melhor entender a diversidade e o crescimento econômico da região, organizaram-se dados comparativos de 28 anos sobre a população economicamente ativa. A análise foi realizada nos anos de 1970, 1980, 1991, 1996 e 1998, e apresentou um crescimento de 98,7% para o município de Ituiutaba como retrata a tabela 04.

Tabela 04. Ituiutaba/MG: População economicamente ativa, 1970, 1980, 1991, 1996 e 1998. Fonte: Anuário de Minas dos anos 1994 e 2000. Organizado por: BESSA, G. A. (2007).

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Figura 03. Cruzamento da avenida 24 com avenida 15 na área central de Ituiutaba. Autora: BESSA, G. A. 2007.

A Tabela 05 demonstra a população economicamente ativa por setores de ocupação, levando em consideração setores agropecuários, industriais, comércio de mercadorias, transporte, comunicação, armazenagem, e outros serviços. Dentre outras informações, os dados dessa tabela demonstram que em 1970 a população economicamente ativa encontrava-se, principalmente, no setor agropecuário. Em 1980, o setor agropecuário continua apresentando os maiores números de população ocupada, porém, o maior crescimento nos valores ocorreu no setor industrial, representando o crescimento econômico dessa atividade.

Tabela 05. Ituiutaba/MG: População economicamente ativa por ocupação (1970/1980). Fonte: Anuário de Minas do ano 1994. Organizado por: Bessa, G. A. (2007).

População economicamente ativa

Agropecuário Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Transporte, comunicação e

armazenagem. Outros serviços

1970 7.612 3.246 2.391 925 7.080

1980 6.407 5.817 4.175 1.315 11.919

3.5. Educação

O termo educação, segundo Libâneo (1999), é “uma prática ligada à produção e reprodução da vida social”, dessa forma entende-se como importante a realização de um estudo comparativo em Ituiutaba, a fim de promover uma análise da situação atual da região. Para esse fim, utilizaram-se dados coletados no Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil onde propiciou um banco de dados sobre a dinâmica educacional da região, bem como índices de analfabetismo e de demanda por ensino superior.

Entre os anos de 1991 a 2000, o município obteve uma evolução na taxa de alfabetização, que cresceu 4,6% o que foi bastante significativa se comparado a outras regiões do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba, como ocorre com Araguari que possui 6.706 habitantes a mais e teve um crescimento da taxa de analfabetismo de 4,7%, como se verifica na tabela 06.

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Ituiutaba 84,74 88,66

Com o desenvolvimento do sistema educacional no Brasil, que ainda é precário, constatam-se um maior número de pessoas com acesso ao ensino superior. Tal fato pode constatam-ser compreendido pelo aumento de instituições de nível superior, e ainda pelos investimentos do governo e de empresas – como bolsa de educação e financiamentos – para que as pessoas possam ingressar nas universidades. Ainda vale lembrar dos cursos que foram abertos ao longo desse período, aumentando a procura nas universidades.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os anos de 1991 e 2000 houve um crescimento da porcentagem de pessoas entre 18 e 22 anos com acesso ao ensino superior. Ituiutaba tornou-se um local atrativo no que se relaciona a educação para as regiões vizinhas, e essa condição se intensificou mais ainda com a instalação de um Campus da Universidade Federal de Uberlândia no município. Na tabela 07 está demonstrado o percentual de pessoas que possuem acesso ao curso superior nos anos de 1991 e 2000. Se comparado esses dois anos Ituiutaba obteve um crescimento 75%.

Tabela 07: Índice de pessoas com acesso ao curso superior por idade selecionada. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Org.: BESSA, G. A. 2006

Município Percentual de pessoas de 18 a 22 anos com acesso ao curso superior, 1991 Percentual de pessoas de 18 a 22 anos com acesso ao curso superior, 2000 Ituiutaba 7,24 12,67

Nas Tabelas 08 e 09 verifica-se dados das taxas de atendimento e de escolarização, segundo a faixa etária ou o nível de ensino para o ano de 2003. As taxas de atendimento significam o percentual das pessoas, na faixa etária especificada, que estão matriculadas na escola em qualquer dos níveis de ensino. Uma taxa inferior a 100% indica que partes dessas pessoas não estão freqüentando a escola. Por exemplo, apenas 48,37% das pessoas com idade entre 4 e 5 anos freqüentam a escola, seja qual for o nível de ensino elas estejam.

Tabela 08: Taxas de atendimento segundo faixa etária. Fonte: Prefeitura Municipal de Ituiutaba. Org.: BESSA, G. A. 2006. Taxa de atendimento Faixa Etária Taxa de atendimento 1 Ituiutaba MG 0 a 3 7,76 5,73 4 a 5 48,37 42,11 6 102,97 81,74 7 a 10 112,1 106,66 11 a14 105,08 103,33 15 a 17 94,54 91,43

As Taxas de escolarização correspondem à quantidade de alunos matriculados por nível de ensino. Esse dado pode ser representado por taxa bruta ou líquida, sendo que a taxa bruta refere-se à proporção entre o total de pessoas matriculadas em determinado nível de ensino e o total de pessoas na faixa etária que deveriam estar matriculadas nesse ensino. E a taxa líquida refere-se à proporção

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Tabela 09: Taxas de escolarização segundo nível escolar. Fonte: Prefeitura Municipal de Ituiutaba. Org.: BESSA, G. A. 2006.

Níveis de ensino Taxa de escolarização Bruta 2 Líquida 3 Município MG Município MG Creche 9,74 7,79 7,56 5,43 Pré-escola 73,59 54,85 63,8 49,14 Fund.1a-4a. 126,84 132,38 104,47 402,05 Fund.5a.-8a. 123,66 123,88 85,97 80,28 Médio 89,84 87,46 53,97 47,89 4. Considerações finais

Com cidades modernas e de porte médio como Ituiutaba, o Triângulo Mineiro é uma das mais ricas regiões do Estado de Minas Gerais, possuindo uma população de 1.359.302 milhões de habitantes, segundo IBGE de 2003. Com o crescimento da urbanização e da industrialização, os centros urbanos se tornam redes de grande complexidade, palco para a expressão cultural, relações sociais de diversas formas, refletindo assim novas formas de organização social e econômica o que produz o ambiente das cidades. Dessa forma, segundo Corrêa (2002), a cidade é um local onde ocorrem diversas formas de utilização da terra, onde os homens com seu poder de explorar e modificar as coisas transformam a natureza em edifícios, casas, indústrias, e faz do espaço da cidade um “local de concentração da atividade comercial, de serviços e de gestão.” As cidades se tornam assim o espaço de atuação maior do capitalismo.

Diante das transformações da rede urbana atual, verifica-se a dinâmica populacional dessa cidade estudada, com seu crescimento demográfico e econômico. Os dados levantados sobre o município selecionado destacam a agricultura, que aliada à tecnologia, proporciona o aumento da produtividade, a redução de espaço e de mão-de-obra, onde tem ocasionado o exôdo rural.

De modo geral houve um crescimento na atividade econômica da região, com isso o processo de industrialização e intensificação do setor de serviços vem minimizando o desemprego na região, isto se dá pelas políticas de incentivos das Prefeituras, que proporcionam a ampliação dos setores produtivos e sua diversificação.

Outro item em destaque é a Educação, que se apresenta como um importante instrumento de qualificação e especialização. O sistema educacional se torna atrativo para pessoas das regiões vizinhas, que migram à procura de um ensino superior com qualidade e maior variedades de cursos. Vale destacar a cidade de Uberlândia, que funciona como um importante centro regional, atraindo estudantes de toda a região. Ituiutaba se apresenta como um centro de referencia no setor educacional, principalmente no ensino básico.

Dessa forma, Ituiutaba vem transformando-se num importante centro urbano, com um alto índice populacional e crescimento econômico, que promoveram a transformação do espaço urbano e suas funcionalidades.

5. Referências

• ______. Anuário estatístico de Minas Gerais 1993-94. Belo Horizonte: Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral/ Superintendência de Estatística e Informações, 1995. 647p.

• ASSEMBLÉIA Legislativa de Minas Gerais. Disponível em:

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• GUARANYS, Portal de Revista Eletrônica da UFU. Disponível em:

<www.pagina9.ufu.br/default.asp?link=noticia&id=7407 - 18k>. Acesso em 10 de Dezembro de 2007.

• INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística- Sidra – Cidades@. Disponível em: <http://ibge.gov.br>. Acesso em 2006.

• PREFEITURA MUNICIPAL DE ITUIUTABA. (Org.). O centenário. Ituiutaba. Ituiutaba: Grafica Ituiutaba, 2001. 126 p. Edição especial.

• PREFEITURA municipal de ituiutaba. Disponível em: <www.ituiutaba.gov.mg.br>. Acesso em 13 de Agosto de 2005.

• SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: HUCITEC, 1993. 3 ed. 1996, 157p.

• SOARES, B. R; BESSA, K. C. F. O. Considerações sobre a dinâmica demográfica na região do Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba. Revista on line: Caminhos de Geografia. Ubelândia, Junho de 2002.

Referências

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