IV Simpósio de Transplante Hepático e Hipertensão Porta – Brasil / Inglaterra
Mesa Redonda: Complicações no Transplante Hepático
Manejo na Infecção
Prof. Dr. Ben-Hur Ferraz Neto
Manejo na Infecção
Fishman. Am J Transpl 2009;9(suppl 4):S3-6 / Fishman. N Engl J Med 2007;357:2601-2614
Manejo na Infecção
Fishman. Am J Transpl 2009;9(suppl 4):S3-6 / Fishman. N Engl J Med 2007;357:2601-2614
O órgão transplantado é um fator fundamental para o risco de infecção...
Órgão
Infecções mais comuns
ITU, infecção do sítio cirúrgico
Infecção do sítio cirúrgico, infecção em vias biliares,
intra-abdominais, pneumonia associada a ventilação
mecânica, infecção da corrente sanguínea associada a
cateter venoso central
ISC, PAV, ICS associada a CVC
Pneumonia, ICS associada a CVC
Villacian JS, Paya CV.Transpl Infect Dis 1999;1:50-64
Rim, pâncreas
Fígado
Coração
Pulmão
Fatores de Risco para Infecção
Colonização bacteriana ou fúngica do trato respiratório (ex. Pseudomonas spp,
Aspergillus spp)
Colonização por microrganismos resistentes hospitalizações prévias Severidade da doença prévia ao TOS
Desnutrição Idade
Quebra de barreiras físicas naturais cirurgia, uso de dispositivos invasivos Coleções hematomas, ascite, efusões
Nível de imunossupressão
Squier CL, Singh N. APIC Text of Infection Control and Epidemiology. 2009, chap 42B
Fatores de Risco para Infecção
Colonização bacteriana ou fúngica do trato respiratório (ex. Pseudomonas spp,
Aspergillus spp)
Colonização por microrganismos resistentes hospitalizações prévias Severidade da doença prévia ao TOS
Desnutrição Idade
Quebra de barreiras físicas naturais cirurgia, uso de dispositivos invasivos Coleções hematomas, ascite, efusões
Nível de imunossupressão
Squier CL, Singh N. APIC Text of Infection Control and Epidemiology. 2009, chap 42B
Transmissão de infecções bacterianas/fúngicas do doador para o receptor
A transmissão pode ocorrer:
Infecção/colonização do doador
Contaminação durante a retirada do órgão
Preservação e transporte
Durante o transplante
Pauly. Am J Kidney 2004;44(4);E64-7 Ruiz. Am J Transpl 2006;6:178-82 Calvino. Am J Kidney Dis 1999;33(1):E1-5 Matignon. Am J Transpl 2008;8:697-700
Possível impacto
ISC
ITU
Retirada do enxerto
Sepse
Óbito
Manejo na InfecçãoMicrorganismos transmitidos com o órgão transplantado
Bactérias Staphylococcus aureus Klebsiella spp Bacterioides fragilis Pseudomonas aeruginosa Escherichia coli Salmonella spp Yersinia enterocolitica Treponema pallidum Brucella spp Bartonella spp Enterobacter spp Acinetobacter spp Fungos Aspergillus spp Candida spp Histoplasma capsulatum Cryptococcus neoformans Coccidioidis immitis Scedosporium apiospermum Prothoteca spp Micobactérias Mycobacterium tuberculosisMicobactérias não tuberculosis
Parasitas/protozoários Toxoplasma gondii Strongyloides stercoralis Plasmodium spp Trypanossoma cruzi Virus Citomegalovirus Epstein-Barr Herpes simplex Varicella zoster Herpes virus 6, 7 e 8 Hepatites B, C e D HIV Parvovirus B19 Raiva Coriomeningite linfocitica West Nile virus
BK virus
Fischer. Am J Transpl 2009;9(suppl 4):S7-18
Infecções bacterianas: avaliação pré-transplante do doador e do receptor
Doador vivo
Avaliação quanto à presença de infecção respiratória, ITU
tratamento prévio antes da doação
Sífilis
tratamento com penicilina benzatina previamente
Doador falecido
História detalhada, curva térmica, RX, culturas
Obtenção de hemoculturas
Tx pulmão: colonização prévia do trato respiratório
Broncoscopia com culturas adequação da terapia ATM no pós-operatório
Fischer. Am J Transpl 2009;9(suppl 4):S7-18 Squier CL, Singh N. APIC Text of Infection Control and Epidemiology. 2009, chap 42B
Barreiras para Prevenção de IHs em TOS
Falta de dados
Fatores de risco
Agentes etiológicos
Estratificação de risco
Intervenção
Evolução
Geralmente não são encaradas como um evento prevenível
Incidência de Infecção do Sítio Cirúrgico em TOS
Órgão
Taxa de ISC (%)
NHSN report
2006-2008*
Outras
publicações
Rim
Pâncreas-rim
Fígado
Coração
Pulmão
3.67** – 6.57***
11.6** – 20.1***
3.28
*Média agrupada; **Para IRIC 0 e 1; ***Para IRIC 2 e 3
4.3 a 18.6
9.2 a 51.0
10.3 a 37.0
1.8 a 8.9
11.0 a 28.5
Edwards. Am J Infect Control 2009;37:783-805 Ramos. Urology 2008;72:119-23
Dantas. J Hosp Infect 2006;63:117-23 Lynch. Ann Surg 2009;250(6):1014-20 Bassetti. J Hosp Infect 2004;56:184-90 Perdiz. J Hosp Infect 2009;72:326-31
Chulsoo. Transplantation 2009;87(7):1031-6 Iinuma. Transplantation 2004;78(5):704-9 Silva, CV. Dissertação mestrado, UNIFESP, 2006 Montoya. Clin Infect Dis 2001;33:629-33 Kramer. Arch Intern Med 1993;153:2010-2
Fatores de Risco para ISC em TOS
Órgão
Fatores de Risco Independentes
Rim
Pâncreas-rim
Pâncreas
Fígado
Coração
Obesidade, idade, sexo fem., DM, rejeição aguda,
re-operação, retardo na função do enxerto, sirolimus, MMF*
Acidose tubular renal, fistula, rejeição
Tempo de isquemia fria, duração da hospitaliz.*
Fístula na anastomose biliar, duração prolongada da
cirurgia, nível sérico de albumina, transplante prévio
(rim ou fígado), transfusão (vol. transfundido),
reconstrução coledocojejunal, hiperglicemia, OKT3
Profilaxia com ciprofloxacina (isolada/e)
Lynch. Ann Surg 2009;250(6):1014-20
Menezes. Infect Control Hosp Epidemiol 2008;29:771-3 Ramos. Urology 2008;72:119-23
Perdiz. J Hosp Infect 2009;72:326-31
* análise univariada Steurer. Transpl Int 2000;13(suppl 1):S195-8 Iinuma. Transplantation 2004;78(5):704-9 Hollenbeak. Surgery 2001;130:388-95 Chulsoo. Transplantation 2009;87(7):1031-6 Ramos. Transpl Infect Dis 2008;10(4):298-302
Doença associada ao C.difficile (DACD) é mais freq. em
receptores de TOS
Fígado 3 a 7% Rim 3.5 a 16% Pâncreas-rim 1.5 a 7.8% Coração 15% Pulmão 7 a 31%Colite fulminante em 8% dos pacs imunocompetentes e
13% dos TOS com DACD
Incidência > nos 1
os3 meses pós Tx
Maior exposição intensa imunossupressão, hospitalização
Cepa NAP1 associada a >severidade
Clostridium difficile em TOS
Riddle. Curr Opin Organ Tranplant 2008;13:592-600 Dallal. Ann Surg 2002;235:363-72 Dubberke. Am J Transpl 2009;9(suppl 4):S35-40
Cólon normal
Colite
pseudomembranosa
Clostridium difficile em TOS
Disponibilidade do diagnóstico
Sem profilaxia efetiva
Prevenção
Uso racional de ATM
Atenção a outros fatores de risco modificáveis
ex. supressão da acidez gástrica, hospitalização prolongada
Higiene das mãos e precauções durante o contato Limpeza ambiental adequada
Dubberke. Am J Transpl 2009;9(suppl 4):S35-40
Manejo na Infecção
“Key Concepts”
Os antecedentes no pré-operatório podem predizer alguns dos riscos de
infecção oportunista no pós operatório o órgão transplantado pode
transmitir microrganismos.
Receptores de TOS tem maior risco para infecções relacionadas a
assistência a saúde.
As infecções precoces são similares às adquiridas por pacientes críticos no
hospital - IHs associadas a dispositivos, bactérias multiR - e ISC.
As práticas no hospital relacionadas à higiene das mãos, precauções padrão
e isolamentos são fundamentais na prevenção destas infecções.
A distribuição das Infecções Hospitalares no Transplante de Fígado no HIAE
Infecções Hospitalares no Transplante de Fígado no HIAE (N=121 IHs) Junho 2005 a Dez 2010 Outras 5% GECA 4% Infecção da Corrente Sanguínea 3% Infecções do acesso vascular 2% ITU 10% Respiratórias
19% Pele e partes moles
21%
Infecção do Sítio Cirúrgico 36%
558 transplantes realizados 121 IHs em 99 pacientes
Infecções Hospitalares (IHs)
121 IHs
99 pacientes com IH
Taxa de pacientes com IH: 17,7%
Incidência de IHs no Transplante de Fígado no HIAE
Junho 2005 a 2010
33,3 28,9 32,3 19,1 15,1 21,3 0 10 20 30 40 a partir 04/06/2005 2006 2007 2008 2009 2010 % Ano nº de cirurgias nº de IHs % 2005* 21 7 33,3 2006 45 13 28,9 2007 62 20 32,3 2008 94 18 19,1 2009 139 21 15,1 2010 197 42 21,3 Total 558 121 21,7 Manejo na InfecçãoAno Nº de cirurgias Nº de ISC Taxa de ISC 2005* 21 2 9,5 2006 45 2 4,4 2007 62 8 12,9 2008 94 6 6,4 2009 139 9 6,5 2010 197 16 8,1 Total 558 43 7,7
Incidência de Infecção de Sítio Cirúrgico em Transplante de Fígado no HIAE Junho de 2005 a Dez 2010 9,5 4,4 12,9 6,4 6,5 8,1 0 2 4 6 8 10 12 14 a partir 04/06/2005 2006 2007 2008 2009 2010 %
Infecções de Sítio Cirúrgico
43 ISC em 558 cirurgias
Incidência de Infecção de Sítio Cirúrgico no Transplante de Fígado de acordo com o MELD - 2005 a 2010 - HIAE
2,9 2,2 6,6 3,4 0 2 4 6 8
Meld ≤10 Meld 11 a 18 Meld 19 a 24 Meld ≥25
%
Incidência de Infecção Hospitalar no Transplante Hepático de acordo com o MELD - 2005 a 2010 - HIAE
4,3 8,5 33,6 17,8 0 10 20 30 40
Meld ≤10 Meld 11 a 18 Meld 19 a 24 Meld ≥25
%
Manejo na Infecção
ROTINA
Antibioticoprofilaxia iniciada na indução anestésica, permanecendo por 48 horas:
• amoxacilina / clavulanato 1g 8/8h + cefotaxima 1g 6/6h
• pacientes alérgicos a penicilina: ciprofloxacino 400mg 12/12h +
metronidazol 500mg 8/8h
Falência Hepática Aguda e Retransplantes
• cefalosporina de terceira geração, além de vancomicina e fluconazol,
mantidos como terapia e não profilaxia
Manejo na Infecção
PROFILAXIA - Pneumocystis carinii
Co-trimoxazol (400mg / 80mg), em dose única, a cada 48 horas, por sonda nasogástrica ou via oral, mantida por 3 meses
PROFILAXIA - INFECÇÃO FÚNGICA
Fluconazol 50mg / dia, por sonda nasogástrica ou via oral, mantida por 3 meses. Em pacientes dialíticos a dose é alterada para 200mg / dia.
Manejo na Infecção
Hidrocortisona 200mg / dia, dividido em duas tomadas, passando a prednisona
20mg / dia quando for possível ingesta VO.
micofenolato mofetil, 1g / dia, por SNG, dividido em duas tomadas, passando
a micofenolato sódico VO. Não utilizamos micofenolato para pacientes PAF.
Inibidor de calcineurina – Prograf, iniciado geralmente no 2º - 3º PO, na dose
de 0,05 – 0,1mg / dia, dividido em duas tomadas.
Em casos de disfunção renal ou infecção postergamos sua introdução.
Suspenso em casos de infecção não controlada em qualquer período do pós
operatório.
Não utilizamos corticóide no intra-operatório nem terapia de indução.
Manejo na Infecção
Micofenolato:
• Contagem de leucócitos entre 4000 – 3000: reduzimos a dose para metade
(360mg de MPS ou 500mg de MMF)
• Contagem de leucócitos inferior a 3000: suspendemos o micofenolato
Infecção por CMV:
redução à metade da dose de prednisona e suspensão do micofenolato.
Manejo na Infecção
Análise dos Fatores de Risco
MÉTODO
216 transplantes / 195 pacientes. julho/2005 a março/2009.
Grupo I: Infectados (61 transplantes / 51 pacientes).
Grupo II: Não Infectados (155 transplantes / 145 pacientes). Critérios do CDC para caracterizar infecção.
Dados avaliados: idade, sexo, IMC, MELD score, tempos de internação hospitalar e de UTI, etiologia, presença de heoatocarcinoma, doenças crônicas associadas, cirurgias prévias, TIF, TIQ, transfusões no intra operatório, disfunção renal pré Tx,
Manejo na Infecção
RESULTADOS
Grupos semelhantes em relação aos seguintes critérios:
• Idade: média de 49,87 anos (8 – 72)
• Distribuição entre os sexos: 64,79% do sexomasculino • IMC: média de 26Kg / cm2 (13,71 – 45,36Kg / cm2)
Agentes microbianos mais comuns:
• Staphilococcus aureus • Enterococcus
• Klebsiela Pneumoniae
Sítio de infecção: sítio cirúrgico: 34,84%, seguido de respiratório e corrente sanguínea
Manejo na Infecção
Infectados
Não Infectados
MELD score
32.11 (7-52)
21 (6-58)
Hemáceas
2.57 (0-17)
1.83 (0-16)
Plasma Fresco Congelado
4.19 (0-17)
2.41 (0-26)
Plaquetas
0.62 (0-10)
0.26 (0-3)
Complicações pós-operatórias
vasculares
5.58% (3/51)
4.82% (7/145)
biliares
21.27% (10/47)
2.36% (3/127)
disfunção do enxerto
25.53% (12/47)
13.95% (18/129)
rejeição
21.27% (10/47)
12.40% (16/129)
IRA pré-transplante
49.01% (25/51)
40.6% (54/133)
Reoperações
29.41% (15/51)
6.2% (9/145)
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Manejo na Infecção
Manejo da Infecção
Obrigado!
Prof. Dr. Ben-Hur Ferraz Neto