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Instituto Bíblico Betel Japonês E Passo De Fé: Conteúdo Programático

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Academic year: 2021

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INSTITUTO BÍBLICO BETEL JAPONÊS

INSTITUTO BÍBLICO BETEL JAPONÊS

E PASSO DE FÉ 

E PASSO DE FÉ 

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

DISCIPLINA:

DISCIPLINA: VIDA CRISTÃVIDA CRISTÃ PROFESSORA:

PROFESSORA: ANA MARIA / EVA ANA MARIA / EVA MARIAMARIA

CONTEÚDO CONTEÚDO

Apresentação da matéria Apresentação da matéria

 Ser cristãoSer cristão religiosoreligioso

 Conhecimento de DeusConhecimento de Deus 

 Conhecer a Deus através da Conhecer a Deus através da oração e da Palavraoração e da Palavra 

 Desenvolvendo uma auto-imagem equilibradaDesenvolvendo uma auto-imagem equilibrada 

 Relação pessoal e inter-pessoalRelação pessoal e inter-pessoal 

 A formação do caráter cristãoA formação do caráter cristão 

 Vocação – sinais e pilaresVocação – sinais e pilares 

 O vocacionado, a igreja e a missão.O vocacionado, a igreja e a missão. 

 O obreiro e a frutificaçãoO obreiro e a frutificação 

 Princípios de autoridadePrincípios de autoridade 

 Identificando os dons e ministériosIdentificando os dons e ministérios 

 Aperfeiçoamento dos dons e o serviço sagradoAperfeiçoamento dos dons e o serviço sagrado 

 Lidando com a batalha espiritualLidando com a batalha espiritual

Bibliografia Bibliografia

 PACKER, J.J. – O conhecimento de Deus – Ed. Mundo cristão.PACKER, J.J. – O conhecimento de Deus – Ed. Mundo cristão. 

 RIDENOUR, Fritz – Como ser cristão sem ser religioso – Ed. Mundo cristão.RIDENOUR, Fritz – Como ser cristão sem ser religioso – Ed. Mundo cristão. 

 J. R. W., Stott J. R. W., Stott – Cristianismo básico – Ed. Vida nova.– Cristianismo básico – Ed. Vida nova. 

 BEZERRA, Durvalina – A missão de BEZERRA, Durvalina – A missão de interceder – Ed. Descoberta.interceder – Ed. Descoberta. 

 FOSTER, Richard – Celebração da disciplina – FOSTER, Richard – Celebração da disciplina – Ed. Vida.Ed. Vida. 

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SER CRISTÃO  SER RELIGIOSO

Somos chamados a ser cristãos para viver, e não a ser cristãos para ter uma religi-ão.

Um religioso não pensaria em avaliar a sua vida pela sua crucificação. Um cristão concebe a plena glória de uma vida crucificada e se alegra na realidade espiritual desta profunda experiência. Pela fé, os méritos da morte de Cristo se tornam nosso, pois num sentido espiritualmente real, morremos com Cristo quando Ele, em terrível realidade, mor-reu em nosso lugar. “Estamos agora mortos para a lei, mas o nosso ser hoje é também diferente”. Estamos ressuscitados com Cristo e vivemos uma nova vida de fé em Cristo Jesus (Gl 2:19-20).

O QUE É SER CRISTÃO?

Quando Cristo Jesus penetra em nossa vida e passa a viver em nós. Paulo fala sobre Cristo em vós, a esperança da glória (Cl 1:27). Se isto é verdade, então, viver uma vida cristã autêntica e real significa permitir que aquilo que era apenas potencialidade, quando Jesus habita em nós, torna-se realidade dinâmica em nosso viver diário. Isso é verdade a respeito de qualquer filho de Deus. Cristo em nós é não somente nossa espe-rança da glória, mas é também a espeespe-rança de uma vida cristã mais frutífera e mais au-têntica. Um cristão autêntico é aquele que permite que Cristo Jesus viva nele e através dele.

Jesus tinha profunda convicção de que fora enviado para fazer a vontade do Pai. Ele disse aos discípulos: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra” (Jo 4:34). Quanto mais profunda for nossa consciência de que fo-mos enviados, mais forte será nossa convicção de que nós, como ele, farefo-mos a vontade do Pai.

Jim Wallis disse: “as pessoas deviam olhar para as nossas vidas e compreender o  que significa o evangelho. Nossa vida devia dizer-lhes quem é Jesus e com que se preo-  cupa”.

Martinho Lutero resume a vida cristã nestas palavras: “Concluímos (...) que o cris-  tão não vive em si mesmo, mas em Cristo e no próximo. De outra maneira não é cristão. Ele vive em Cristo através da fé, em seu próximo através do amor. Pela fé ele é elevado  acima de si mesmo até Deus. Pelo amor ele desce abaixo de si mesmo até ao próximo”. “Descer abaixo de si mesmo”, é particularmente importante quanto ao ministério, que al-cança as pessoas que sofrem e que são desfavorecidas em geral.

Ser cristão é ter a vida cristã mais profunda, resulta em adquirir a mente de Cristo. II Co 5:17 “Quem está em Cristo nova criatura é...”

O QUE É SER RELIGIOSO?

Tudo o que se refere à igreja aos deveres, atividades e atitudes ligadas à nossa participação no programa e tipo de vida de uma igreja. Quando respondemos inadequa-damente o que é ser cristão, estamos respondendo na verdade o que é ser religioso. Ve- jamos algumas características:

1. Pessoas moralmente boas que pagam suas dívidas e fazem tudo para viver de a-cordo com os dez mandamentos.

2. Freqüentadores regulares das programações da igreja.

3. Aqueles que liberalmente sustentam o programa da igreja, contribuindo fielmente para todos os fins com dízimos e ofertas generosas.

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4. Dão apoio ao programa da igreja, ensinando na Escola Bíblica Dominical e servin-do como oficiais.

5. São os ortodoxos em sua teologia e crenças.

A igreja está cheia de religiosos surpreendentemente mortos para as coisas espiri-tuais e vivos para o “eu”. A vida crucificada quase não tem sentido para eles. Um religioso avalia a sua vida pelo zelo e não pela crucificação. O zelo não é necessariamente um si-nal de espiritualidade; pode ser uma prova do “eu”.

CONHECIMENTO DE DEUS

Deus é um Deus que se revela a Si próprio, e que Ele se revelou ao homem. Toda a revelação de Deus é racional, tanto a revelação geral na natureza como Sua revelação especial nas Escrituras e em Cristo.

“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo.” Sl. 191-4. Deus fala aos homens através do Universo que criou uma mensagem sem palavras. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, o Seu eterno poder e também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo perce-bidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis. Porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus...” Rm 1:18-21.

Os princípios ensinados por Jesus a respeito de Deus são de grande importância para o homem em geral e particularmente para os cristãos. Como filhos de Deus prova-remos nosso parentesco como Ele por exibir em nossas vidas algumas das característi-cas nEle encontradas. É verdade que ninguém, exceto Jesus, revelou o Pai plena e per-feitamente. Mas o fato de não podermos expressar perfeitamente o caráter e natureza de Deus não nos deve impedir de andar nessa direção. Ef 5:1 - “Sede imitadores de Deus como filhos amados”. Jesus acentuou primeiramente o dever do homem para com Deus, porque esta é a relação determinante na vida de cada pessoa. Aquele que é feliz na sua relação determinante na vida para com Deus será feliz também em todas as relações pa-ra consigo mesmo e papa-ra com o próximo.

A fim de viver mais de acordo com o que Jesus viveu e prestar um culto verdadeiro, precisamos entender a natureza de Deus. Na conversa com a mulher samaritana junto ao poço, Jesus disse: “Deus é espírito e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24). Visto que Deus é espírito, sua adoração não pode res-tringir-se a um lugar particular. Devemos ter uma genuína experiência de adoração em qualquer lugar.

ALGUNS TRAÇOS GERAIS DO CARÁTER DE DEUS MENCIONADOS POR JESUS Em Mt 6:8-14 e 18 Jesus indicou que Deus é Aquele que sabe, que conhece, que perdoa e recompensa. “Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedir-des”. “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós”. “(...) e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.

Jesus mencionou a grande verdade de que o Pai que lhe deu as ovelhas “e nin-guém pode arrebatá-las da mão de meu Pai”. Então Ele completa: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:29,30). Certa vez Filipe disse a Jesus: “Senhor mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus lhe disse: “Quem me viu a mim, viu o Pai”. (Jo 14:8,9). Jesus revelou Deus mais pela vida que viveu do que por qualquer coisa que falou a Seu respeito. A grandeza de Jesus como Mestre residiu no fato de que Ele exemplificou em sua vida tudo aquilo que

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ensinou. O conceito do poder de Deus revelado na vida e nos ensinos de Jesus vai além e representa o ressurgimento desta idéia frequentemente mencionada e demonstrada no A. T., onde, o poder de Deus é visto sobretudo como capacidade de derrotar os inimigos de Seu povo. Mas a revelação plena de Deus registrada no N. T., o poder de Deus reve-lado e demonstrado por Jesus, era basicamente o poder de controlar a criação de Deus. É o poder usado para abençoar, curar, transformar, salvar e não para destruir. Vimos o poder de Deus revelado por Jesus. O poder de Deus para controlar o que Ele criou se revela de modo especial nos milagres de Jesus, e a maior parte dos milagres tinha por objetivo atender as necessidades humanas. Revelam a preocupação do Pai Celestial com as pessoas que sofrem.

CONHECER A DEUS ATRAVÉS DA ORAÇÃO E DA PALAVRA

EMPREGANDO O TEMPO PARA CONHECER MELHOR A DEUS – Devemos passar alguns

momentos a sós com Deus, lendo a Bíblia, orando, louvando, conversando com Ele. De-vemos encontrá-lo em diferentes lugares – no bosque, na rua, no monte, no quarto, na catedral, no carro ou mesmo numa corrida. “Oração não é um momento na vida, mas a vida em oração”.

Conhecer a Deus é receber revelação dEle, e isto se dá no novo nascimento, po-rém não podemos ficar só com a revelação inicial de Deus.

OUVINDO A VOZ DE DEUS EM DIFERENTES LUGARES – Nossa tendência é de

subesti-mar a habilidade de Deus de falar conosco. Normalmente presumidos que Deus faz pou-co mais do que ocasionalmente curar um amigo doente ou nos ajudar a enpou-contrar um lu-gar para estacionar. Mas imagina se o problema não for com Ele, e sim conosco? Na rea-lidade Deus está falando conosco a cada momento, e de muitas formas diferentes, nós é que simplesmente não estamos ouvindo. Por quê? Porque não nos treinamos para sinto-nizarmos a sua voz.

QUAIS SÃO AS MANEIRAS DE CONHECERMOS A DEUS? 10 – OUVINDO A SUA VOZ:

O objetivo central da Bíblia é fazer com que os homens conheçam a Deus; através da mensagem de salvação, de redenção, de perdão de pecados, de comunhão com Deus.

A Bíblia possui um tema, um propósito, um alvo; onde quer que abramos, sentimos que, apesar de suas diversas partes, tão diferentes às vezes de outras, há uma mensa-gem comum que aqui e ali apresenta aspectos novos, mas permanece a mesma funda-mentalmente. A santidade de Deus, o Seu amor pelos homens; a necessidade do arre-pendimento e conversão; apelo à comunhão espiritual, íntima, com Deus; o convite a paz, a confiança e vitória da fé; a superioridade das coisas espirituais sobre os interesses tem-porais da vida; a certeza da eternidade – temas da unidade básica de toda a mensagem da Bíblia.

As mensagens de Deus podem ser as que não esperamos e desejamos. Deus está menos preocupado com as decisões que tomamos do que com a tomada de consciência de que Ele está se envolvendo em nossas vidas.

Muitos duvidam de Deus, porque nunca o encontraram pessoalmente – isto é, nun-ca se sintonizaram com a sua voz.

A Bíblia é a revelação mais clara e mais contundente de Deus para a humanidade. Mas Ele nos fala de outras maneiras. Pela oração, através das circunstâncias, através de outras pessoas, no louvor e na natureza.

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20 – FALANDO COM ELE:

Chegando a Deus para adorar, fixando a nossa mente na Pessoa Amiga, para vermos como Ele é em Sua essência e não apenas pelos Seus feitos. Oração centrada em Deus.

O Senhor quer nos ensinar o que em toda a Escritura é considerado o aspecto mais profundo da oração: a certeza de que a oração será ouvida e atendida . Uma coisa é certa, e o Senhor quer que contem com ela: pedir, buscar e bater não pode ser em vão; o coração aberto do Senhor e o Seu amor são o fruto certeiro da oração.

DESENVOLVENDO UMA AUTO-IMAGEM EQUILIBRADA

Os sentimentos conscientes e inconscientes que temos acerca de nós mesmos constituem a nossa auto-imagem. Vivemos essa imagem diariamente e sempre temos de agir em harmonia com ela.

A Bíblia reconhece este fato. “...como imagina em sua alma, assim ele é”; Pv 23:7. Quando a Bíblia usa o termo “alma”, refere-se às emoções, entre outras coisas o “centro do nosso ser”.

Em Pv 4:23, lemos: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, por-que dele procedem as saídas da vida”.

As idéias acerca de nós mesmos, dadas por nossos pais e outras figuras de autori-dade durante nossos primeiros anos, determinam a nossa auto-imagem. A criança não tem uma imagem definida de si mesma. Ela só pode ver a si mesma no espelho da avali-ação de outros.

Felizmente, não precisamos de todos os condicionamentos passados. Podemos mudar. As pessoas realmente podem vencer os empecilhos. Existe uma capacidade inte-rior, divina, que nos possibilita sermos mais do que somos.

Desenvolver uma auto-imagem equilibrada não é renunciar das nossas personali-dades únicas, da maneira que nos fora dadas por Deus. Todos nós fomos criações espe-ciais, feitos para um lugar no Seu plano. Tampouco é o domínio de nossas vidas através de nossos próprios esforços ou da nossa própria força de vontade. A nossa alma é o tro-no da tro-nossa razão, vontade, e emoções. Estas funções devem ser governadas pelo Espí-rito Santo de Deus se quisermos nos tornar equilibradas e atingir todo o objetivo que Deus tinha ao nos criar.

Por mais estranho que pareça, a verdadeira vida equilibrada entra em cena, permi-tindo que o Espírito Santo de Deus se torne um com o nosso espírito. Ele nos liberta para vivermos uma vida plena, completa e criativa. A nossa vida nunca será maior do que a nossa visão. É a nossa visão que desperta os nossos poderes adormecidos, que trans-forma fatos surpreendentes em desafios. É a visão que envolve o nosso potencial, levan-do-nos a agir, impelinlevan-do-nos para uma vida de bênção e significado para Deus. Sem visão não iremos colocar nossas habilidades latentes ao serviço de Deus e de outros. Sem vi-são a nossa vida não causará impacto ao mundo, jamais nos tornaremos o tipo de pessoa que Deus criou e salvou para ser.

Se os nossos olhos tiverem um vislumbre da visão que Deus tem sobre o que po-deremos ser no futuro, nossa vida terá novo significado. Ouviremos um novo propósito quando convocados para avançar mais para Deus; e veremos Deus desvendando novas dimensões para a nossa vida. Veremos coisas que jamais imaginamos antes. Veremos com mais clareza o meio de acrescentar novo significado à nossa vida diária.

Deus tem uma visão importante para nós. Não devemos olhar o que fomos, mas visualizar a pessoa que Deus quer que sejamos. O Senhor Jesus Cristo não veio para destruir as nossas vidas, e sim para libertá-las e redimi-las: “Vim para que vocês pudes-sem ter vida – uma vida plena, livre e abundante” (Jo 10:10 simplificada).

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A auto-imagem controlada pelo Espírito Santo é o único caminho para a verdadeira liberdade para os que estão completamente envoltos em suas próprias “vidinhas”. Não conseguimos nos libertar de nós mesmos com os nossos próprios recursos. São necessá-rios a sabedoria e o poder do Espírito Santo de Deus. Por ser digno de confiança, Jesus nos recomenda um novo estilo de vida. Pela Sua resistência ao mal Ele nos diz que não precisamos viver sob o peso da culpa e do pecado; não precisamos temer os que nos ameaçam; não precisamos sucumbir a pressões. Podemos ter domínios sobre nós mes-mos; Jesus fez isso, e nos deu poder para fazer o mesmo. Não seremos nós mesmos, mas um homem ou uma mulher de Deus.

RELAÇÃO PESSOAL E INTER-PESSOAL

“Andarão dois juntos, se não tiverem de acordo?” Am 3:3

O homem é um ser social, ele tomou consciência da sua dimensão social: unindo a outros pode mais do que isolado. Não estamos na época em que um homem sozinho re-solve tudo, ele se agrupa para determinados fins dentro do ciclo social.

O grupo é uma reunião de indivíduos em torno de um objetivo comum, é evidente que as boas relações devem ser mantidas entre o grupo incluindo as atitudes assumidas por cada um.

A melhor maneira de tratarmos aos outros está no fato de darmos a outros o que exigimos para nós mesmos. “...tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-  lho também vós...” Mt 7:12

PREPARO PESSOAL:

Para termos sucesso na vida, devemos considerar várias coisas que são importan-tes:

a. Ponto de vista lingüístico: é necessário o perfeito entendimento entre os indivíduos, por isso é preciso falar sempre com clareza e de maneira audível.

b. Ponto de vista psico-social: as pessoas integrantes do grupo devem estar consci-entes das principais dificuldades sociais que podem surgir, proveniconsci-entes as vezes das suas próprias frustrações, instintos, temperamentos e complexos. Domine a si mesmo, vençam aos pés de Cristo Jesus os seus complexos e poderão levar ou-tros a vencer também as suas dificuldades.

c. interesse pela atividade que lhe é confiada. RELAÇÃO INTER-PESSOAL:

Ninguém é alienado ou integrado por acaso. Sempre existem motivos que levam as pessoas a se aproximar ou se afastarem de um grupo. Não basta ter pessoas ao seu lado. É preciso que elas saibam por que estão ao seu lado. Desta forma permanecerão mais tempo.

O ser humano tem um grande problema: como envolver ou integrar as pessoas aos seus projetos ou grupos?

a. Detectar os problemas que impedem o envolvimento: (Problemas familiares que afetam a pessoa; frustrações com grupos ou pessoas no passado)

b. Verificar o que o grupo está oferecendo: (somente ativismo, estrutura muito pesada e arcaica; pouca liberdade de expressar)

c. Verificar o que seu grupo está cobrando: (Presença e contribuição financeira; resis-tência total às pressões que sobre no mundo; que não cause dificuldade ao grupo com opiniões diferentes; que não traga idéias novas ao grupo).

d. Verificar o que a pessoa espera do grupo: (comunhão; aconselhamento; amizade; crescimento).

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Não adianta querer integrar, se você não sabe por que as pessoas estão desinte-gradas. Através do contato pessoal diário, Jesus pode conhecer seus discípulos: suas necessidades e seus desejos, suas fraquezas e seus pontos forte.

A FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO

A formação do caráter cristão é tudo aquilo que caracteriza o homem verdadeira-mente cristão; e isto envolve sua espiritualidade básica (seu processo de transformação no aperfeiçoamento das virtudes morais e espirituais). Consiste em preferir os valores eternos a qualquer vantagem material, egoísta ou competidora.

A qualidade e a quantidade da absorção de Cristo Jesus pela nossa vida nos fa-zem possuí-Lo mais. Quanto mais O possuímos, menos expressamos de nós mesmos. Revelar o Cristo em toda nossa maneira de viver é a experiência de Paulo: “Já estou cru-  cificado com Cristo e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” . Gl 2:20. “Porque, para  mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro” . Fl 1:21.

A obra de cada cristão deve ter o objetivo de formar o caráter de Cristo na vida de outros. Paulo diz aos gálatas que por eles sente dores de parto até que Cristo seja forma-do neles (Gl 4:19). Este é um trabalho árduo; por tanto é pouco praticaforma-do neste munforma-do em que existe uma tendência para viver uma espiritualidade superficial, mística e cômoda. Que tipo de vida estamos produzindo? Toda prática do cristianismo genuíno deve qualificar-se pela caracterização do caráter de Cristo, formado em seus seguidores para ser revelado e fazer diferença. Possuir alguns hábitos religiosos não é ser cristão.

O que devemos fazer para permitir a ação do Espírito Santo em nossas vidas para formar Cristo em nosso caráter? Cumpre dispormos para o tratamento divino e para a i-dentificação com Cristo, o modelo da transparência. Às vezes somos chamados a descer à casa do oleiro, para sermos trabalhados pela mão de Deus e para sermos usados por Ele (Jr 18)

Um grande engano de muitos cristãos é medir sua espiritualidade apenas pelo uso dos dons espirituais. Acomodam-se no exercício dos milagres e não sente a necessidade de crescer nas virtudes morais e espirituais, marcas genuínas do Cristianismo autêntico. Paulo esclarece, aos que visam ao aperfeiçoamento dos santos, para que cheguemos à estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos (Ef 4:11-16).

Precisamos do poder, mas não podemos prescindir do caráter cristão provado e aperfeiçoado dia-a-dia, de glória em glória, segundo a imagem de Jesus. Somos desafia-dos a equilibrar o uso do poder com a autenticação da vida de Cristo em nós. A natureza e o caráter de Sua vida devem crescer em nós à medida que crescemos n'Ele. Tornar-nos semelhantes a Jesus é esperança claramente declarada nas Escrituras: “devido ao fato  de que os nossos rostos não estão cobertos, podemos refletir como espelhos a glória do  Senhor. Estamos sendo transformados à Sua imagem (semelhança) de glória para uma  glória ainda maior. Esta transformação vem do Espírito do Senhor” (II Cr 3:18).

Sim, devemos nos tornar semelhante a Jesus em natureza, palavras e obras. O que somos por dentro decide o que dizemos e o que fazemos por fora. A natureza do nosso ser interior (o nosso caráter) controla as nossas palavras e as nossas ações.

É por isso que Jesus quer que lhe demos os nossos corações como Seu lar. Ele deseja habitar ou morar, pelo Espírito Santo, bem no centro de nossas vidas. É o Espírito de Cristo que supre a vida e o poder que necessitamos para nos tornarmos semelhantes a Ele em nossas atitudes.

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VOCAÇÃO – SINAIS E PILARES

Cada pessoa neste mundo sente vocação natural para alguma missão ou atividade. É a vocação própria, é a inclinação no dizer comum. A variedade de inclinações produz a multidão de profissões e destas vêm as ocupações dos homens, criando um fenômeno psicológico e sociológico, interessante e complexo. Não está nesta categoria o fenômeno da vocação do servo de Deus. Ela é alguma coisa mais importante, algum dom mais ex-celente, sobrenatural mesmo. É uma chamada divina, deve ser especial.

Em que consiste uma vocação? Como podemos saber se somos “vocacionados” ou não? O conhecimento da vontade de Deus, e é disso que estamos tratando quando falamos de vocação, fundamenta-se num engajamento total, na entrega absoluta e sem pré-condições, de nosso ser, corpo, alma e espírito ao Senhor. Como disse Paulo: “Rogo-  vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sa-  crifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis  com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experi-  menteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. (Rm 12:1,2)

A experiência de entrega total, absoluta e constante do nosso ser a Deus é a base da vida cristã normal. É para todos os cristãos autênticos. Só quando nos entregamos a Deus, incondicionalmente, é que temos condições de conhecer a vontade de Deus para nossas vidas. Não nos pertencemos a nós mesmos. Jamais! Antes de conhecermos a Cristo, éramos ligados ao diabo. Só depois de aceitarmos a Jesus como nosso Salvador e Senhor é que temos a opção de servirmos ou a Deus ou ao diabo. Para isso, este sacrifí-cio vivo tem que permanecer no altar ao longo da nossa vida.

Apesar da nossa tendência de separarmos os “vocacionados” dos demais mem-bros da igreja, a rigor todos nós somos vocacionados, todos são chamados por Deus para servi-Lo. A questão não é se somos vocacionados, mas para que somos vocacionados.

Há três fontes onde estudar um verdadeiro caso de vocação divina. A primeira é a Bíblia, a segunda é a experiência pessoal daquele que foi e é chamado, escolhido pelo Espírito Santo e a terceira é o trabalho feito pelo servo de Deus.

Existem três elementos – sinais que indicarão a vocação de Deus em nossas vidas, o caminho de Deus para nós. Dois são objetivos e dizem respeito a nossos dons espiritu-ais e talentos naturespiritu-ais. O terceiro é subjuntivo e diz respeito à nossa relação pessoal com Deus e à convicção que temos de qual seja a Sua Soberana vontade.

Os dons espirituais nos capacitam para o tipo de ministério para o qual Deus tem nos chamado. Os dons espirituais estão, inegavelmente, ligados à questão de ministério. Quem tem sucesso e satisfação em cumprir um ministério, muito provavelmente foi dota-do por Deus para aquele ministério. E mais: os demais irmãos da igreja vão reconhecer se alguém é capacitado por Deus para um ministério, isto é, se tem um dom espiritual. Se quiser saber qual a vocação de Deus para a sua vida, comece a servi-Lo em sua igreja e ganhe uma experiência ampla de serviço que Deus lhe indicará qual é a vocação dele para sua vida.

Os dons e qualidades naturais são indispensáveis ao serviço de Cristo. Ninguém fará obra alguma, para a qual não tenha aptidão. Os desajeitados, incapacitados, não po-derão prosseguir, ainda que o queiram. No serviço de Cristo não depende primariamente dos dons naturais do homem, mas não foge à regra. Os dons são dádivas de Deus e Ele sabe e pode preparar um servo com as qualidades que o farão hábil e eficiente no de-sempenho da tarefa de que for incumbido.

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O VOCACIONADO, A IGREJA E A MISSÃO

Logo após a instrução aos discípulos para que orassem em favor de obreiros para a seara, Jesus os chama, concede-lhes autoridade, treina-os e os envia aos campos. Isto leva-nos a pensar que tantas vezes a resposta para as nossas orações somos nós mes-mos. Se observarmos, temos ou somos a solução para muitas coisas que estamos pedin-do ao Senhor. Por esta razão deveríamos colocar-nos a nós mesmos diante de Deus e dizer-Lhe: Eis-me aqui. Tu sabes quem sou e qual é a minha situação de vida. Além de orar e consagrar a própria vida, deveríamos nos expor às informações missionárias, a fim de que o Espírito Santo possa trabalhá-las em nosso coração. Não somos tocados a res-peito de coisas que não sabemos. Há pessoas que preferem ficar distantes porque não querem correr o risco de serem tocadas por Deus. Em geral, a motivação se dá como conseqüência dos estímulos, e estar informado dos desafios, experiências vividas por ou-tros irmãos no campo missionário e expor-se ao risco de ser convocado por Deus para uma tarefa especial. Talvez seja visível nas atitudes de alguns irmãos a vocação missio-nária, é preciso sondar o coração e dialogar com estes, sobre o assunto. E, em seguida, buscar meios de acompanhamento destes que estão mais sensíveis e engajados no tra-balho de missões. Assim, identificaremos os vocacionados de nossa igreja local. Preci-samos aprender a reconhecer os dons e talentos de nossos irmãos; perceber o engaja-mento, a dedicação, a consagração, o compromisso, a autoridade, a paixão com que al-guns jovens, adolescentes, homens e mulheres realizam o trabalho na casa de Deus.

Vocacionados autênticos são chamados por Deus para a missão, pois não há vo-cação sem missão. Toda vovo-cação religiosa é essencialmente missionária, sem negar as outras dimensões da vocação, com a carismática, a comunitária, a do magistério. Ser missionário, é ter uma missão e missão não é uma tarefa para quem tem uma chamada transcultural é tarefa do missionário que está em função do mundo. Há o risco de limitar o missionário, suas atividades à construção de sua própria igreja ou denominação ou limi-tar-se à sua capacidade profissional, abstendo-se da verdadeira missão. A vocação é di-vina, e nenhuma suficiência teológica, eclesiástica ou missiológica pode substituí-la. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário eu vos escolhi a vos outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça”. Jo 15:16. Ninguém é chamado por capacitação pessoal. O cumprimento da missão requer uma capacitação que o eleito não descobre em si mesmo: “Que sou eu?” “Não passo de uma criança” fo-ram expressões proferidas por 2 grandes profetas a quem Deus chamou. com muita pre-cisão. Paulo diz que a nossa suficiência vem de Deus (II Co 3:5,6). “Deus não chama os capacitados mas capacita os chamados” (I Co 1:26-29). A história comprova que a maio-ria dos servos de Deus era humilde, de família simples e não tinha contato com grandes homens para projetá-los. E os de nobre nascimento foram reduzidos a nada, para nunca se gloriarem, a não ser em Deus (I Co 1:31). A motivação da vocação nunca deve ser a solidariedade mundial, o a filantropia ou a libertação dos povos. Precisamos de missioná-rios cuja consciência da vocação seja mais forte que a necessidade do mundo perdido ou a disposição de ajudar aos povos pressionados por regimes políticos ou injustiças sociais; mais forte que a empolgação dos programas de desafio missionário. Ser missionário con-siste em responder não ao apelo da época, mas à dinâmica da própria vocação. As nos-sas igrejas devem ser produtoras de homens que tenham como suprema riqueza a con-vicção da escolha; como forte segurança, a consciência da chamada; como força propul-sora para cumprir o dever, a certeza da vocação. E é necessário que os futuros missioná-rios sejam atraídos não apenas por organizações missionárias eficientes, mas antes de tudo, pelo voz divina em resposta à nossa oração por vocações genuínas.

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O OBREIRO E A FRUTIFICAÇÃO

Uma vida que dê frutos é a expectativa de Jesus para seus discípulos: 10 - porque Ele nos deu essa missão; 20 - porque Ele nos prepara para isto; 30 - porque Ele nos dá condições adequadas para frutificarmos. Todo o cristão deve estar consciente da neces-sidade de frutificar. No exército de Cristo não há lugar para medrosos, despreparados ou irresponsáveis. De modo geral, a Bíblia demonstra que a vida do cristão deve ser produti-va.

Jesus comparando-se a videira e comparando seus discípulos aos ramos (Jo 15:1-17) usa a expressão “Eu Sou”. Esta é uma designação divina, conforme Ex 3:14: “Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”. Quando Jesus diz: “Eu Sou a videira verdadeira” Ele não só revela a Sua identidade, mas também a Sua subordinação ao Pai. Há nesta analogia o propósito de descrever o tipo de relacionamento que deve existir en-tre Jesus e seus discípulos, ressaltando a necessidade de dar frutos. Sendo Jesus a vi-deira, os discípulos são os ramos que extraem dEle a vida e força necessárias para subs-tituir e produzir frutos. Jesus deixa claro, quem cuida da videira é o Pai (Jo 15:1). Deus remove os ramos infrutíferos e poda os que dão frutos, tirando os galhos desnecessários. A base de uma vida frutífera é o amor. O amor é a base para o sucesso de tudo na vida. Paulo afirmou que outra não deve ser a nossa motivação para o trabalho cristão, senão o amor (II Co 5:14). As palavras de Jesus são claras: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15:12). O verdadeiro amor não mede esforços (I Co 13:4), é voluntário, é sem barreira e não é exclusivo – o discípulo verdadei-ro há de pverdadei-roduzir frutos; é o que Jesus espera dele, e para isso foi escolhido.

Dar frutos é uma missão confiada por Jesus à igreja, e que os discípulos precisam corresponder à Ele. Não podemos ser omissos em relação à necessidade de frutificar por que:

a) é um imperativo pessoal – Não são pastores que devem produzir frutos, mas to-dos os cristãos. Infelizmente muitos pensam que ganhar vidas para o Reino do Senhor Jesus é tarefa só de pastores.

b) a qualidade dos frutos depende da qualidade de nossas vidas  – sobre isto basta lembrar o que disse Jesus: “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus” (Mt 7:17).

c) os frutos testemunham a favor do Reino do Senhor Jesus  – Neste sentido vale frisar que “dar frutos” tanto faz referência à tarefa do discípulo (gerar novos discípulos), quanto á qualidade de vida de quem já é discípulo.

A maior necessidade dos cristãos é evidenciar “o fruto do Espírito”. São as evidên-cias de que o Espírito de Deus guia a vida do cristão: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5:22,23). Se vivermos uma vida nestes moldes, nossa contribuição para o Reino do Pai Celeste será positiva e mostraremos uma síntese do que seria a vida cristã frutífera. Ou somos controlados pelo Espírito de Deus, andando pelo Espírito e demonstrando em nossas vidas o resultado desta vida no Espírito, que é o seu fruto, ou então estamos totalmente dominados pelo pecado, cumprindo o que a carne determina, dando vazão às suas obras. Paulo apresen-ta a questão em termos de combate: “a carne luapresen-ta contra o Espírito” (Gl 5:17) e vice-versa. Há uma oposição entre estas duas instâncias da vida.

É interessante que Paulo usa o termo “fruto” no singular, diferente de Tiago, que pluraliza Tg 3:7. Ele fala em “frutos do espírito”, embora apresente nove virtudes da vida no espírito. Infelizmente nem todas as virtudes que compõem o fruto do espírito são facil-mente encontradas na vida de muitos. Se quisermos ter vidas frutíferas, precisamos estar dispostos a um novo sentido de vida. O segredo da vida cristã vitoriosa é apresentado por Paulo em termos de “andar pelo Espírito”. Uma vida cristã frutífera é viver, testemunhar e proclamar a vida de Cristo.

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PRINCÍPIOS DE AUTORIDADE

1. A autoridade é Bíblica (Mt 7:29; 8:7-9; Mc 1:27; Jo 19:11; I Co 9:16).

2. A autoridade pode ser criada, recebida e delegada Hb 13:17. A autoridade pode ser usada sabiamente ou de forma abusiva. (II Co 5:20).

3. As pessoas podem perguntar: “Com que autoridade você está fazendo isso?” e “Quem lhe deu essa autoridade?” (Mt 21:23; Lc 20:2; Mc 11:28). O bom líder fará essas perguntas a si mesmo. O líder sábio precisa assegurar-se de não assumir autoridade legitimamente atribuída. Ele fará as mesmas perguntas quando uma pessoa estiver abusando da autoridade e assumindo autoridade que não lhe per-tence.

4. A autoridade pode ser mal interpretada. Por exemplo, alguém pode dizer que um indivíduo é uma “autoridade” no assunto de liderança. As Escrituras também afir-mam que Jesus ensinava como que tinha autoridade Mt 7:29. No grego, a palavra traduzida por “autoridade” trazia a implicação de capacidade ou competência. Je-sus falava com autoridade dada por Deus. De forma semelhante, quando se diz que uma pessoa é autoridade em determinado assunto, isso significa que domina o assunto, é competente para falar sobre ele. Não quer dizer necessariamente que ela tem o direito e a responsabilidade de impor o que diz aos outros.

ALGUNS ELEMENTOS DE AUTORIDADE:

1. Responsabilidade : autoridade sem a correspondente responsabilidade acarretará problemas, tais como conflitos inter-pessoais. A quantidade de autoridade deve ser proporcional à quantidade de responsabilidade.

2. Apoio : o bom líder assegurará auxílio adequado ou apoio pela autoridade e res-ponsabilidade que confere a seus subordinados. Ele também deve ter a retaguarda segura de seus superiores.

3. Confiança : uma pessoa pode ganhar confiança quando sabe exatamente qual é sua autoridade, quais são suas responsabilidades, quanta autoridade tem e que apoio possui da autoridade superior. A confiança origina-se de dentro da pessoa; por conseguinte, podem surgir problemas quando o indivíduo tenta esconder sua insegurança (quer abusando de sua autoridade, quer não a exercendo completa-mente).

4. Influência : A influência é o efeito que uma pessoa tem sobre outra. É a conseqüên-cia de ações de uma pessoa ou de um grupo sobre pessoa ao outro grupo, resul-tando em mudança de comportamento, influência é parte invisível, porém poderosa da autoridade, que motiva as pessoas a cumprirem suas responsabilidades. O líder usa sua autoridade para influenciar seus subordinados com vistas à realização dos projetos. O abuso da autoridade ocorre quando o líder tenta usar sua influência de maneira prejudicial. Pode ainda tentar fazer os outros realizarem coisas que ele mesmo não quer fazer ou impor-lhes certas regras que ele próprio não observa. 5. Conseqüências : O líder tem a autoridade para determinar as conseqüências (o

“fa-tor senão”). O líder possui a au“fa-toridade para recompensar seus subordinados por um trabalho bem feito e até disciplinar ao desobediente. Este poder de premiar e disciplinar pode ser mal empregado, seja por punição desnecessária, seja ao re-compensar a uns com “favoritismo”. O “fator senão” tem sido empregado desde as origens da raça humana. Deus propôs a Adão e Eva um “fator senão” (Gn 2:17). Quer gostemos, concordemos ou não com o “fator senão” estabelecido pelos que exercem autoridade sobre nós, ainda assim temos de aceitá-lo e às conseqüências.

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“A grandeza não depende do tamanho do seu comando mas da maneira como o  exerce”. Marshal Foch. “Autoridade” é definida como o “direito e o poder de comandar e ser obedecido, ou para fazer alguma coisa”. A autoridade, é o direito e o poder de influen-ciar, de dar ordens, de ser obedecido, de receber prestação de contas e de executar. As fontes de autoridades são Deus, Satanás, as outras pessoas e nós mesmos. A autoridade pode ser dada, e em alguns casos, até mesmo criada pela própria pessoa. Por vezes, a autoridade pode ser obtida pela força ou herança. No final de tudo, toda a autoridade pro-cede do próprio Deus. (Rm 13:1).

IDENTIFICANDO OS DONS E MINISTÉRIOS

Hoje em dia há um renovado interesse no tema do ministério e nos carismata (dons do Espírito) que qualificam e dão condições ao povo de Deus para exercer o seu ministé-rio. Todos os dons espirituais (e são muitos) destinam-se algum tipo de ministéministé-rio. São dados para serem exercidos “visando um fim proveitoso” (I Co 12:7; I Pe 4:10,11), tendo como propósito edificar a igreja, o corpo de Cristo, de forma a crescer até a maturidade. OS DONS:

Há muitos e diferentes dons espirituais. Paulo cita alguns dos dons mais comuns em sua 1a carta à igreja de Corinto. “Cada pessoa recebe um dom espiritual para que  possa ser usado para o bem de todos. O Espírito dá a uma pessoa a palavra de sabedo-  ria; a uma outra, uma palavra de conhecimento. A outro este mesmo Espírito dá uma pa-  lavra de fé. Outra pessoa ainda recebe os dons de curas, ou de milagres. O Espírito dá a  alguns o dom de profecia, ao passo que outros recebem a capacidade de discernirem os  espíritos bons dos espíritos malignos. Alguns recebem o dom de falar em línguas (línguas  não aprendidas) e outros recebem a capacidade de interpretar (explicar) as línguas”  (I Co 12:7-11) Os dons do Espírito citado em (I Co 12:7-11) possibilitam ao cristão tornar-se mais semelhantes a Jesus em pensamentos, palavras, e obras.

A) Dons de revelação pensamentos:

a) Palavra de conhecimento – através deste dom, Deus faz que saibamos detalhes sobre eventos ou coisas sobre as quais não tínhamos conhecimento algum. É algo sobre-natural e geralmente nos é dado através de uma suave permissão em nossas mentes (Jo 1:48; 4:17-19; 5:3-5; 21:10,11).

b) Palavra de sabedoria: – a Palavra de sabedoria define a ação que deveríamos tornar à luz do que sabemos por meio de uma palavra de conhecimento. Quando Deus nos revela algo, precisamos saber o como, o quando, o onde, e o através de quem que Sua vontade e o Seu plano poderão ser cumpridos. Precisamos de uma sabedoria prática sobre a forma de aplicarmos a palavra de conhecimento (Mt 22:18-21; Lc 12:12; At 15:13-31)

c) Discernimento de espíritos – esta é a capacitação divina de distinguirmos se a força espiritual por detrás de determinada atividade sobrenatural é: celestial, humana ou infernal. Através do dom de discernimento de espíritos podemos saber que tipo de espírito está se manifestando através do instrumento humano. Pois, um espírito de adivinhação (ou feitiçaria) pode imitar a palavra de conhecimento; um espírito de enfermidade pode camuflar a sua presença no corpo como uma doença normal; um espírito de impureza (imoralidade pode muitas vezes ser interpretado como se fosse um amor verdadeiro, ao invés de concupiscência, ou sensualidade) At. 16:16-18.

B) Dons de expressão verbal (palavras):

a) Profecia – são expressões verbais (e às vezes pregações) espontâneas e inspi-radas pelo Espírito Santo e geralmente “proclamam” as palavras de Deus. O seu próprio é edificar, consolar (alegrar), e exortar (encorajar) o povo de Deus. O dom de profecia é

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como um rio que flui e em cuja correnteza pode vir à tona uma palavra de sabedoria, a qual “prediz” o futuro (At 20:23; 21:4,10, 11; I Co 14:3, 24, 25).

b) Línguas – em geral expressam orações a Deus, louvores ao Senhor, é ações de graças. Estas 3 expressões são às vezes acompanhadas por melodias dadas pelo Espíri-to. Neste caso, vêm numa espécie de cântico ao Senhor. Às vezes a expressão verbal em outras línguas pode conter uma mensagem do Senhor para o povo de Deus, repleta de poder e propósito espiritual. Este dom prepara os corações do povo de Deus para a “in-terpretação”. (I Co 14:2, 13-16, 22)

c) Interpretação de línguas – o seu propósito é explicar o significado da língua des-conhecida por nós. Seria como uma tradução do que foi falado em língua. (I Co 14:27-28)

C) Dons de poder (ações):

a) Fé – é uma fé sobrenatural (um “saber” sem dúvida alguma) que faz que decla-remos a vontade de Deus. Como propósito a demonstração do poder miraculoso de Deus. Vai além dos sentimentos e da razão humana (Hb 11:1; Mt 21:21; At 3:4-9, 16).

b) Dons de cura – são obras divinas em que almas e corpos são restaurados a uma perfeita saúde. Há um propósito de Deus para cada cura (Mc 16:17, 18; At 28:8-9).

c) Milagres – São maravilhas divinas de poder no âmbito da natureza. São eventos “sobrenaturais” que excedem as leis físicas com o propósito de revelar o poder e a autori-dade de Deus (Mc 16:17-20; At 2:8-11; 19:11, 12; 28:1-6).

Os frutos e os dons do Espírito devem funcionar juntos de uma forma linda e equili-brados. Os frutos e os dons do Espírito de Deus nos capacitam como líderes de igreja, a cumprirmos os nossos “chamados” ou ministérios no corpo de Cristo.

OS MINISTÉRIOS:

Os dons básicos de ministério têm como objetivo preparar os membros da igreja: “Cristo deu a cada um de nós um dom especial proveniente do Seu grande depósito de  graça. É por isso que o salmista diz: Quando foi elevado ao Céu, Ele deu dons aos ho-  mens... Os dons que Ele deu foram homens com diferentes ministérios: apóstolos, profe-  tas, evangelistas, pastores e mestres. Ele fez isto para que o povo de Deus pudesse me-  lhor equipado, servi-Lo. Estes dons são necessários para que o corpo de Cristo cresça e  se torne forte e saudável” (Ef 4:7, 8, 11, 12).

A) Apóstolo – É o que assenta os fundamentos de (ou implanta) novas igrejas. Desig-na os líderes locais e os aconselha após partir e seguir adiante. Os apóstolos de Cristo têm um chamado especial a ser cumprido em todas as gerações. Este dom de ministério é tão importante hoje quanto em qualquer outra época da história da igreja (Lc 11:49; I Co 12:28; Ef 2:20).

B) Profeta – É o que tem uma mensagem oportuna do coração e da mente de Deus. Prediz eventos e fala a líderes e outras pessoas sobre o que o futuro lhes reserva se porventura se afastarem da perfeita vontade de Deus. Sua função secundária é “edificar”, “exortar” (ou encorajar) e “consolar” (alegrar) o corpo de Cristo (At 11:28; 13:1; 21:10,11).

C) Evangelista – É o que prega o Evangelho de Cristo aos pecadores. Sua mensagem é simples, direta, e no poder da Palavra de Deus, e as pessoas são tocadas a to-marem uma decisão com relação a Cristo (At 8:5-40; 21:8).

D) Pastor – É o que tem o coração de um pastor de ovelhas. Cuida de cada ovelha pessoalmente, e, contudo supervisiona o rebanho como um todo; procura dirigir, proteger, corrigir, alimentar e consolar o povo de Deus num contexto de igreja local. E) Mestre – É o que ama a Palavra de Deus e o povo de Deus. Procura ensinar

ver-dades divinas tanto de uma forma prática quanto pessoal; ministra às mentes das pessoas para que possam saber como andar sabiamente na vontade de Deus. (Ne 8:4-8)

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De fato, os 5 dons básicos de ministério do apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre são o fundamento sobre o qual a igreja se firma (Ef 2:20; I Co 3:10-12). É fácil percebermos que muitos dos ministérios funcionam conjuntamente. Uma só pessoa pode ter mais de uma função em seu serviço para o Senhor. Um ministério pode tornar-se o fundamento sobre o qual um outro ministério se edifica. Filipe, o “servo” fiel tornou-se mais tarde Filipe, o ardente “evangelista” (compare At 6 com At 8).

APERFEIÇOAMENTO DOS DONS E O SERVIÇO SAGRADO

Como devemos usar os dons espirituais no serviço sagrado é uma questão que freqüentemente surge nos meios cristãos e que, se não compreendia de modo perfeito, pode levar a igreja a desenvolver muitas atividades infrutíferas, desprovidas de qualquer valor real para o corpo de Cristo. E pode causar reflexos estes que manifestam uma má administração dos dons que deveriam se bem observados e desenvolvidos, servir para o crescimento e firmeza da igreja.

Jesus deixou para os seus discípulos uma tarefa importante: propagar o Evangelho por todos os cantos da terra, a todas as nações, ensinando todos os Seus mandamentos (Mt 28:19,20). Levando-se em consideração que o mundo está desde os primórdios imer-so na malignidade, e que o número de pesimer-soas tementes à Deus sempre foi inferior ao de ímpios; levando-se também em consideração a imensidade da extensão da terra, pode-mos perceber a amplitude e dificuldade dessa tarefa que foi deixada para os seus servos. Seria uma tarefa impossível para as forças humanas. Mas Ele nos deu a possibilidade de realizarmos tal tarefa providenciando que tivéssemos uma capacitação especial, vinda direta do Seu Espírito (At 1:8). Esta doação não é para utilidade do cristão individualmen-te, para que se ufane de ser poderoso ou de ser muito operoso, mas para utilidade do próprio Senhor que através de Sua igreja continua o Seu objetivo de salvar os pecadores. Esta doação é para o crescimento e propagação da Sua igreja. Todos nós fomos “presen-teados” com dom ou dons do Espírito Santo. Paulo afirma que o Espírito Santo distribui “particularmente a cada um”. Referindo-se ao fato de que os dons não são recebidos so-mente por alguns membros da igreja. Deve-se notar também que no dia de Pentecostes, a manifestação do Espírito Santo não aconteceu somente sobre alguns, mas sobre todos os membros da igreja (At 2:1-4).

Não é correto um cristão dizer: “Eu queria tanto ter um dom...” Melhor seria dizer: “Eu gostaria de exercitar bem o dom que há em mim”. Não é nossa vontade que impera sobre Deus; pois somos servos. Precisamos apenas estar à disposição do Espírito de Deus para que Ele exerça a Sua vontade sobre nós. Em I Co 12:7 encontramos a afirma-ção de que o dom do Espírito é dado para o que for útil. Em Ef 4:11,12, Paulo fala com bastante clareza que foi o próprio Cristo quem concedeu os dons para o aperfeiçoamento dos santos e para a edificação do Seu próprio corpo. Os dons são de utilidade divina e não humana; são para o crescimento do corpo de Cristo e não para o crescimento indivi-dual. São para a edificação e não para a destruição.

Paulo teve o cuidado de mostrar à igreja de Corinto que o dom que buscavam não era o mais excelente, até mesmo por ser de pouca utilidade para o corpo de Cristo (I Co 14:2-4) e que existindo uma graduação de importância, deveriam procurar o melhor (I Co 14:1). Não procurar no sentido de desenvolver como ensina o espiritismo, mas procurar no sentido de exercitar, de servir naquele dom. Devemos procurar com zelo exercitar com alegria e amor qualquer que seja o dom a nós concedido, mas devemos exercitar princi-palmente o dom de proclamar que somente Jesus Cristo é o Salvador. Para o aperfeiço-amento dos dons é necessário apenas que o dom seja exercitado, colocado em prática, com a convicção de que a capacitação para o serviço sagrado vem de Deus e não de nós.

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LIDANDO COM A BATALHA ESPIRITUAL

Em Lc 11:23, Jesus Cristo disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem co-migo não ajunta, espalha”. Jesus não admite neutralidade – ou você é por ou então é con-tra, das duas uma. Ou estamos ajuntando ou espalhando. Ou fazemos as coisas em fun-ção do reino de Deus ou fazemos em outra funfun-ção qualquer. Estamos numa batalha, quer saibamos quer não, quer queiramos, quer não. Podemos dar um enfoque mais nítido à questão. Não somente estamos numa batalha, mas estamos exatamente na mira do ini-migo por sermos “soldados” de Jesus. Uma das passagens principais sobre a batalha es-piritual é Ef 6:10-19. Diz textualmente que a nossa luta não é contra as pessoas (carne e sangue) e sim contra entes espirituais, malvados, organizados numa hierarquia, um ver-dadeiro exército. Fala das “astutas ciladas do Diabo”; fala dos “dardos inflamados do ma-ligno”. Devemos conhecer a garantia da estratégia em Hb 2:14. Para que Jesus morreu? Para destruir Satanás! Jo 16:11; Ef 1:20-22 e Cl 2:15. É a vitória de Cristo que viabiliza e garante esta estratégia.

Quem é o inimigo? Interessa a qualquer comandante militar saber tudo quanto possível sobre o inimigo, inclusive sobre o comandante oposto. O inimigo é Satanás. Em I Pe 5:8 ele é expressamente colocado como nosso “adversário”. Observem que este texto é endereçado a cristãos. Temos de estar sempre vigilantes porque Satanás está rondan-do à nossa volta à espera rondan-do 10 cochilo nosso. A Bíblia diz muita coisa a respeito do ini-migo; Satanás “engana todo o mundo” (Ap 12:9), se apresenta como “anjo de luz” (II Co 11:14), é “tentador” (I Ts 3:5), “acusador” (Ap 12:10), “príncipe das potestades do ar” (Ef 2:2), “o deus deste mundo” (II Co 4:4), “o príncipe deste mundo” (Jo 16:11). I Jo 5:19 nos informa que “todo o mundo jaz no maligno”, como dizendo que Satanás tem o mundo no colo, o que é uma figura bem expressiva que nos fala da influência maciça que ele exerce sobre o mundo. A bíblia diz muita coisa sobre Satanás e os Demônios. O Senhor Jesus ensinou tão claramente sobre eles que não consigo entender os cristãos que afirmam não acreditar na sua existência. Se alguém quer se apresentar como seguidor de Jesus e ain-da se for como representante Dele, deve aceitar o que Ele ensinou. Mas quem seria Sa-tanás? De onde veio e qual a sua natureza? Existem 2 passagens bíblicas sobre o assun-to (Is 14:12-15 e Ez 28:12-17) – A palavra em Isaías é dirigida contra o “rei de Babilônia” e a palavra em Ezequiel é contra “o rei de Tiro”. Acontece que a linguagem passa para um terreno que não pode dizer a respeito de um mero homem, seja rei do reino que for. O personagem em pauta tinha o nome (em Hebraico) “estrela da manhã”. (Esse nome foi traduzido em Latim como “Lúcifer” e assim chegou até nós. Mas “Lúcifer” já era. Esse nome diz respeito àquilo que o inimigo foi antes da queda. Os cristãos não devem mais tratá-lo assim; agora ele é o “diabo”, ou então, Satanás). O crime dele foi querer ser “igual ao Altíssimo” é claro que não logrou êxito. Quando poderia um ser criado se impor ao próprio Criador?

Quando tentamos arrancar um povo, ou uma pessoa, do poder de Satanás temos pela frente o ser criado mais poderoso, mais inteligente e agora mais malevolente do uni-verso! (Mc 3:27; 4:15; At 26:18; II Co 4:4). Quem enfrentar uma fera sem entender e res-peitar o perigo que representa, e sem saber lidar com a fera para dominá-la, está fadado ao fracasso.

Se pudéssemos nos compenetrar, realmente, do quanto os demônios atrapalham nossas vidas, poderíamos simplesmente transformá-las, desde que aprendêssemos tam-bém a manusear as armas espirituais que Jesus coloca à nossa disposição. Em Tiago 4:7 que encontramos a maior e a melhor arma de defesa, este verso contém 2 verbos no im-perativo, 2 ordens. A 1a é “Sujeitai-vos” e satisfazendo essa ordem enfrentamos logo a 2ª, “resistir” – é ordem, sempre que o cristão suspeitar da atuação do inimigo em determina-do caso tem a incumbência, a obrigação de resistir-lhe.

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A ESPIRITUALIDADE DO OBREIRO

“Até o século XVI o teólogo e o santo eram uma coisa só. O teólogo era um sábio, alguém cuja intimidade com Deus, havia conferido um grau de integridade, devoção e santidade que o levava a falar de Deus, com autoridade.” (Barbosa, p. 102)

O renascimento e o humanismo quebraram a unidade do conhecimento com a fé e desde então tem havido uma dicotomia entre o espiritual e o intelectual, a postura acadê-mica se distancia das experiências e práticas espirituais. A religiosidade, então, separa a vida secular da vida espiritual. Enquanto estamos ministrando o sagrado somos espiritu-ais, quando operamos em outras áreas, somos o profissional.

Como fruto da reforma, a igreja defendeu fortemente a ortodoxia e alguns grupos se detiveram na confissão da fé, isto é, na preservação da doutrina como se isso bastas-se para a identificação de um cristão.

Procurando romper com a forma dogmática e com o engessamento conceitual da fé, alguns segmentos da igreja têm procurado voltar à espiritualidade autêntica tentando aproximar o SER do FAZER. Buscando a integralidade da personalidade humana. Reves-tindo a competência técnica que faz operacionalizar o fazer, com a verdadeira espirituali-dade que caracteriza o SER. Porém, outros grupos no afã de renovar a fé, tomam o outro extremo, e procura espiritualizar até mesmo as reações normais da personalidade huma-na. Só o equilíbrio entre a fé e as obras; ou seja, a doutrina e a prática, a ortodoxia e a experiência; é o caminho seguro para uma espiritualidade verdadeira.

A busca pela espiritualidade deve ser uma meta para todos os cristãos. Porém, o missionário comprometido com a sua vocação, tem uma responsabilidade ainda maior, e aquele que se expõe em campo de risco, o próprio contexto lhe exige uma experiência autêntica. O missionário precisa desenvolver a sua espiritualidade porque a sua missão é antes de tudo a encarnação da pessoa de Jesus em sua vida dando continuidade ao seu ministério aqui na terra. Isto é, a transparência da personalidade divina na humana, e a realização da sua obra na agência do Espírito Santo.

Qualquer missionário seja católico, muçulmano ou de qualquer outra confissão, po-de ensinar bons princípios po-de conduta moral e espiritual, popo-de fazer granpo-de obras po-de aju-da humanitária, mas só o missionário evangélico, genuinamente cristão, pode identificar a divindade perfeita e real na sua humanidade. Daí a nossa missão não ter como objetivo final, estabelecer instituições de caridade, para amenizar o sofrimento dos injustiçados e perseguidos, nem implementar uma igreja institucionalizada, com os melhores padrões de estrutura eclesial. Devemos fazer tudo isso, mas não como o alvo da missão. A nossa missão é implantar o Reino de Deus na terra no modelo encarnacional de Jesus Cristo.

Primeiramente procuraremos classificar a espiritualidade, depois apontar algumas diretrizes que norteiam a sua busca.

- Espiritualidade é vida e tudo que se relaciona com ela em todas as formas de sua expressão. Não uma experiência em uma área da vida, ou algo que fazemos de bom para Deus. Mas, uma experiência espiritual saudável com Deus. É um estilo de vida que revela o que somos na realidade.

- Espiritualidade é um processo no aperfeiçoamento do caráter humano. Somos desafiados a buscar essa perfeição em todas as suas dimensões, porque o Senhor pro-mete em sua Palavra que “Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus”. (Fp 1:6).

- Espiritualidade é o padrão divino para o homem alcançar a plenitude do seu Filho. O plano de Deus ao enviar Jesus, é tornar os homens à sua imagem e semelhança, não apenas na imagem moral como a primeira criação, mas também na imagem espiritual e metafísica. “Até que cheguemos... a perfeita varonilidade, à medida da estatura da pleni-tude de Cristo”. (Ef 4:13). Para o cumprimento deste plano o Senhor enviou o Espírito

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Santo, o qual forma a nova criatura através do novo nascimento e reproduz a imagem ideal de Cristo no processo da santificação.

A espiritualidade constitui-se de uma fé sadia e uma fé sadia fundamenta-se numa doutrina sadia (Tt 1:13; 2:1,2). Interpretamos a fé os dois sentidos. Não somos espirituais porque confessamos a fé cristã, fé subjetiva, o ato de crer, mas porque aplicamos a fé às experiências do viver diário, fé objetiva, aquilo em que se crê – credo.

“Permanecer mental e emocionalmente saudáveis em uma sociedade enferma é enfrentar riscos, porque não somos imunes ao clima de desintegração moral” que caracte-riza os dias em que vivemos. A experiência cristã é integradora. Mente, emoção e espírito saudáveis. A forma bíblica capaz de integrá-los é:

1. Conhecer a Deus e relacionar-se com Ele como personalidade perfeita. É necessá-rio questionar o modo de pensar acerca de Deus. Não podemos construir um qua-dro mental da divindade a partir da imagem do Deus da religião, ou com as linhas que formam a imagem do Deus legado pela tradição. Como imaginamos Deus, nos relacionamentos com Ele.

Pensar corretamente acerca de Deus, é percebê-lo no equilíbrio dos seus senti-mentos e dos seus atributos. O seu amor age de acordo com a sua justiça. Os seus pro-pósitos soberanos são dirigidos pela sua sabedoria. A sua paz alinha-se com a conturba-da consciência que enxerga o erro. O Deus que perdoa é o Deus que disciplina. O Deus que sustenta e supre é o Deus que deixa sofrer a falta. O Deus que livra da perseguição é o Deus que permite o martírio. Sobre qual imagem divina nos concentramos. A fé sadia é capaz de relacionar-se com o Deus que se revela em suas multiformas, sem perder a uni-dade e a integriuni-dade da sua personaliuni-dade perfeita.

É necessário rever a nossa forma de pensar sobre Deus. Quando os três jovens hebreus foram ameaçados de serem lançados na fornalha ardente, disseram: “Se o nosso Deus a quem servimos quiser livrar-nos ele nos livrará, se não...” (Dn 17:18). No “se não” estava implícito, que o modo dele fazer não alternaria a percepção da sua perfeição. A espiritualidade depende de como reagimos aos sentimentos, o modo como vemos as coi-sas. Por isso o significado que damos as experiências e o sentimento com que as assimi-lamos determinam o proveito que elas trazem para o nosso crescimento espiritual. “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus...” (Rm 8:28). Se só racioci-namos de forma negativa ao que nos acontece e não aferimos nenhum valor ao sofrimen-to, a dor ou a rejeição e não somos capazes de tirar proveito das adversidades, não es-tamos em condições de entrar no campo de batalha.

Quando os apóstolos saíram da prisão, depois de ameaçados, procuraram os ir-mãos e todos unânimes, exaltaram a soberania divina e não pediram por proteção nem fizeram orações precatórias contra as autoridades, mas pediram que o Senhor concedes-se aos concedes-seus concedes-servos intrepidez para anunciar a Palavra (At 4:23-31).

O apóstolo Paulo diz que para compreender a vontade divina é necessário renovar o entendimento (Rm 12:2), “é a dedicação da mente à renovação das faculdades espiritu-ais”. Só uma mente espiritualizada, revestida das verdades de Deus, é capaz de relacio-nar-se com Ele de forma saudável.

2. Satisfazer-se com a sua realidade de ser. As pressões sociais e as imagens pes-soais do passado ou de presente, danificam a imagem real, “pois como imaginou na sua alma, assim é...” (Pv 23:7). Para ter uma auto-imagem saudável é necessá-rio considerar o autovalor. Quanto valemos para Deus, para os outros e para nós mesmos. O que somos é investimento da graça e ela não pode ser desqualificado. “Pela graça de Deus sou o que sou; e a graça que me foi concedida não se tornou vã...” (I Co 15:10). Paulo adverte: “...digo a cada um que não pense de si mesmo além do que convém...” (Rm 12:3). Conhecer o potencial e as fraquezas e saber li-dar com ambos é um exercício essencial para a prática da espiritualidade sadia.

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A palavra exorta que devemos ter por motivo de alegria passar por várias prova-ções porque esta produz perseverança e tem como alvo não nos deixar com nenhuma deficiência. (Tg 1:2-4). Vida deficiente é morbidez e não combina com uma fé sã.

3. A fé saudável ajuda a adaptar-se as mudanças. Sempre que enfrentamos uma si-tuação nova temos a facilidade de desintegração emocional, mas a fé pode superar estas dificuldades. “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:14). A fé faz ver além da necessidade presente porque a fé tem o fundamento sólido na Palavra de Deus. O apóstolo Paulo declara: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situ-ação”. (Fp 4:11) A fé sadia procura distinguir entre a rigidez dos absolutos de Deus e a flexibilidade do que é relativo. Até que ponto é possível contextualizar a Palavra e até onde o missionário deve identificar-se com a cultura do povo. O apóstolo Paulo diz: “...Fiz-me tudo para com todos, com o fim de por todos os modos salvar alguns”. (I Co 9:22)

4. A fé sadia é capaz de lidar com o conhecimento doutrinário e com a manifestação do poder de Deus sem exceder em nenhum dos dois. “Tu, porém fala o que con-vém a sã doutrina”. (Tt 2:1). Desejo unir este verso com a exortação de Jesus: “Er-rais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. Porque a doutrina sadia é quem determina o que devemos ensinar, e a manifestação do poder de Deus, confirma e sela a veracidade do que é ensinado. Se conhecemos a Palavra e o seu poder de operação, certamente ensinaremos a Verdade de Deus, eficaz e eficiente em seus resultados.

A BUSCA DA ESPIRITUALIDADE

1. A espiritualidade deve ser buscada permanentemente em oração, como aquilo com que se sonha se deseja ou se propõe alcançar. Jacó foi transformado em Israel, depois de uma intensa luta com Deus. “Não te deixarei enquanto não me abençoa-res”. (Gn 32:26-28). É necessário ter firmeza de propósito “Tu conservarás em per-feita paz, aquele cujo propósito é firme, porque ele confia em Ti” (Is 26:3). Para ad-vertir sobre a constância, Tiago escreve: “Homem vacilante que é, inconstante em todos os caminhos. Não pense tal homem que receberá do Senhor coisa alguma” (1:7,8).

Dedicar-se a oração para ter mais de Deus, não mais favores materiais, ou o acú-mulo de benefícios pessoais. Mais e mais dEle mesmo, das suas virtudes introjetadas e assimiladas em nosso caráter; mais da sua essência de Ser.

2. A espiritualidade deve ser conquistada através do tratamento de Deus em nosso dia a dia. Deus tratou com a tendência de Paulo se envaidecer, permitindo um mensageiro de Satanás lhe esbofetear, mas ofereceu-lhe a graça numa medida abundante a seu favor. (II Co 12:9). Considere-se uma pessoa transformável, fale honestamente sobre suas fraquezas. “A capacidade de reagir ao sentimento, por entrar em acordo com eles de maneira honesta e de resolvê-los segundo a Palavra de Deus é essencial para a formação do caráter cristão”. Os obstáculos na cami-nhada fazem parte do processo, o importante é seguir para o alvo, como escreve Paulo: “Não que tenha alcançado ou tenha já obtido a perfeição, mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:12 e 14). Nunca devemos nos conformar com o que já foi impresso de Jesus em nós, ou com o que já realizamos para Deus.

A espiritualidade deve ser medida pela expressão da vida de Jesus em nós. Este tipo de experiência só se dá no despojamento, o auto aniquilamento, o esvaziar-se de si para ser pleno DELE (Fl 3:8,9).

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O seu caráter formado em nossa interioridade (Gl 4:19) na encarnação das suas virtudes e seus valores (Cl 3:10,12-17; II Pe 1:5-7; Gl 5:22). Assim como foi com Ele, que se fez carne, assumindo a forma de servo, subsistiu em figura humana (Fl 2:7).

3. A espiritualidade autêntica concentra-se nas verdades divinas expostas na Escritu-ra SagEscritu-rada. A PalavEscritu-ra “é útil paEscritu-ra o ensino – aprendizagem dos preceitos, da dou-trina sagrada. Útil para a repreensão – o ensino que apela à consciência apontan-do o pecaapontan-do. Útil para a correção – o ensino que atinge a razão, danapontan-do argumento lógico para a defesa da fé. Útil para a exortação – o ensino que apela à vontade e a emoção, direcionando o querer para a submissão à vontade divina. Útil para a educação na justiça – o ensino que forma o ser integral, aperfeiçoando o caráter e promovendo mudanças interiores, tornando o homem perfeito e perfeitamente habi-litado para toda a boa obra” (II Tm 3:16,17).

Conclusão: A verdadeira espiritualidade é a marca de uma verdadeira missão. O compromisso com a revelação do caráter divino deve preceder qualquer tipo de atuação no campo missionário. Que a graça nos acompanhe nessa busca.

Bibliografia:

Bíblia Sagrada – Ed. Revista e atualizada.

Seamands, David – A busca do caráter – Ed. Vida. Lloyd-Jones, Martin – O combate cristão – Ed. PES. Champlim, Russel – N.T. Int. v 3 e v 5 – Ed. Candeia. D. Bodyds – Seu poder emocional e espiritual – Ed. Vida.

Referências

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