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AVANÇOS, FRAGILIDADES E DESAFIOS DO COMITÊ DAS BACIAS METROPOLITANAS (2003 a 2009)

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AVANÇOS, FRAGILIDADES E DESAFIOS DO COMITÊ DAS BACIAS

METROPOLITANAS (2003 a 2009)

Márcia Soares Caldas1& Berthyer Peixoto Lima2

RESUMO - O objetivo primordial do trabalho é contextualizar a vivência do Comitê das Bacias

Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza (CBH-RMF), de 2003-2009, dentro do cenário da gestão de recursos hídricos no Ceará. O trabalho foi feito através do acompanhamento de todas as reuniões, enquanto secretaria executiva do CBH-RMF, análise dos registros de atas, lista de presença e resoluções que foram deliberadas pelo CBH-RMF no período de análise. O trabalho é uma ferramenta útil para diagnosticar a efetiva participação do CBH-RMF no processo de gestão da água, além de servir como instrumento para os futuros planejamentos do CBH-RMF. O trabalho também pode ser um instrumento balizador para qualquer comitê de bacia hidrográfica avaliar se suas ações se constituem um cenário positivo na gestão das águas. O CBH-RMF tem o maior Colegiado dentre os Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado do Ceará e é também nas Bacias Metropolitanas que ocorrem os maiores desafios para o avanço na gestão das águas que é a discussão da qualidade da água dos reservatórios, a demanda crescente pela oferta de água em virtude dos grandes centros urbanos, preservação dos corpos hídricos e o saneamento ambiental. Portanto, uma análise desse colegiado é inadiável.

Palavras-chave: Comitês de bacias hidrográficas; gestão de águas no Ceará

ABSTRACT - The primary objective of the work is to contextualize the experience of the

Watershed Committee of the Metropolitan Region of Fortaleza (CBH-RMF), in 2003-2009, within the scenario of water management in Ceará. The work was done through the monitoring of all meetings, as executive secretary of the CBH-RMF, analysis of records of minutes, attendance list and resolutions that have been decided by CBH-RMF in the period of analysis. The work is a useful tool to diagnose the effective participation of CBH-RMF in the process of water management, as well as serving as a tool for future planning of the CBH-RMF. The work also can be a yardstick for any river basin committee to assess whether their actions constitute a positive scenario in water management. The CBH-RMF Board has the largest among the Basin Committees and the State of Ceará is also occurring in the Metropolitan Basin the greatest challenges to moving forward in water management which is the discussion of water quality of reservoirs, increasing demand the water supply due to the large urban centers, preservation of water bodies and environmental sanitation. Therefore, an analysis of this collegiate body is imperative.

Keywords: watershed committees, water management in Ceará

1

Geógrafa. Coordenadora do Núcleo de Gestão da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH). Rua Adualdo Batista, 1550 – Fortaleza, CE – Cep. 60.824-140 – E-mail: marcia.caldas@cogerh.com.br

2Engº. Agrônomo. Gerente das Bacias Metropolitanas da COGERH. Rua Adualdo Batista, 1550 – Fortaleza, CE – Cep. 60.824-140 - E-mail: berthyer.peixoto@cogerh.com.br

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AVANÇOS, FRAGILIDADES E DESAFIOS DO COMITÊ DAS BACIAS

METROPOLITANAS (2003 a 2009)

Márcia Soares Caldas & Berthyer Peixoto Lima

O objetivo primordial deste trabalho é contextualizar a vivência do Comitê das Bacias Hidrográficas da Região Metropolitana de Fortaleza (CBH-RMF), desde sua criação, 30 de setembro de 2003 até outubro de 2009, dentro do cenário da gestão de recursos hídricos no Ceará. O trabalho foi feito através do acompanhamento e participação em todas as reuniões, enquanto secretaria executiva do CBH-RMF, análise dos registros de atas, lista de presença, e resoluções que foram deliberadas pelo CBH-RMF nos seis anos do período de análise.

De acordo com o que rege o Decreto 26.462/2001, Comitês de Bacias Hidrográficas são órgãos consultivos e deliberativos com atuação na bacia ou sub-bacia hidrográfica de sua jurisdição. A missão dos Comitês de Bacias Hidrográficas no Estado do Ceará foi definida em um planejamento estratégico realizado em 2004 com todos os Comitês de Bacias Hidrográficas existentes na época. O resultado foi o seguinte conceito: “contribuir com a gestão integrada e

descentralizada dos Recursos Hídricos, garantindo a participação da sociedade no processo decisório, buscando o desenvolvimento sustentável da bacia”.

As Bacias Metropolitanas, a qual o CBH-RMF representa, encontra-se posicionada na região Nordeste do Estado do Ceará, sendo composta por um conjunto de 16 sub-bacias. Estas abrangem uma área de 15.085 km², com larga influência da faixa litorânea, o maciço de Baturité e municípios do sertão cearense, em uma região semiárida, englobando 31 municípios, com destaque para a Região Metropolitana de Fortaleza, que abriga cerca de 40% da população estadual. (COGERH, 2000).

Desde 1992, quando foi instaurada a Política Estadual de Recursos Hídricos no Ceará (Lei N°11.996), complementada em 1993 com a criação da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e em 2010, corroborada com a nova versão da Política Estadual dos Recursos Hídricos (Lei 14.844), a gestão da água no Estado do Ceará é baseada nos princípios desta lei, isto é, que seja uma gestão de ação integrada, levando-se em conta a água no meio ambiente e a política de recurso hídrico juntamente com as políticas públicas voltadas para a bacia, participativa, fazendo com que toda a sociedade participe da distribuição racional da água aos múltiplos usuários e descentralizada, pois a tomada de decisão é feita em conjunto com os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs).

A partir do momento que cada membro de Comitê de Bacia Hidrográfica tenha internalizado sua missão e o detalhamento de suas atribuições, todo o planejamento deve estar focalizado dentro do que é competência deste organismo de Estado. Este trabalho é um documento que tem como

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finalidade ser uma ferramenta útil para diagnosticar a efetiva participação do CBH-RMF no processo de gestão da água, além de servir como instrumento para os futuros planejamentos do CBH-RMF, produzindo transparência.

Este trabalho também pode ser um instrumento balizador para qualquer comitê de bacia hidrográfica avaliar se as ações deste comitê se constituem como um cenário positivo na gestão das águas, de forma a produzir elementos suficientemente necessários para uma avaliação desse ente que é imprescindível para o êxito da consolidação da política de recursos hídricos do Estado do Ceará.

O CBH-RMF é um dos maiores colegiados de Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado do Ceará, tanto em números como em importância estratégica para a gestão de recursos hídricos do Ceará, pois dentro das Bacias Hidrográficas Metropolitanas está a maioria do contingente populacional do Estado, os maiores centros consumidores de água, os parques industriais, as principais universidades, centros de pesquisas, organizações não governamentais e o complexo portuário do Pecém.

1. AVANÇOS

1.1 Infraestrutura - A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), que é o

órgão de gerenciamento dos recursos hídricos no Estado do Ceará, funciona como secretaria executiva de todos os Comitês de Bacias Hidrográficas do Estado do Ceará e oferece a todos os CBHs uma sala estruturada para a realização de suas atividades com computador, internet, impressora, telefone e material de escritório.

1.2 Marketing - O RMF tem folders (elaborado pelos próprios membros do

CBH-RMF) para divulgar sua existência nas Bacias Metropolitanas. Há também um site já elaborado, pronto para ser colocado no ar. O CBH-RMF, em parceria com a sua secretaria executiva (COGERH – Gerência Metropolitana), produziram a cartilha “Educação Ambiental na Gestão das Águas” com mais de 15 mil exemplares distribuídos em escolas, empresas, eventos nacionais e até internacionais.

1.3 - Capacitação

 2003 – Curso Gestão de Recursos Hídricos para membros da 1a. Gestão  2004 – Participação no VI Encontro Nacional de CBHs – Gramado, RS  2005 - Participação no VII Encontro Nacional de CBHs – Ilhéus, BA  2005 - Curso Gestão de Recursos Hídricos para membros da 2a. Gestão  2006 - Participação no VIII Encontro Nacional de CBHs – Vila Velha, ES  2006 – I Encontro Regional do Semi-Árido – Natal, RN.

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 2006 – Curso de Especialização em Gestão de Recursos Hídricos pela UFC (eleito pelo plenário um membro para fazer o curso: Fátima Chaves).

 2006 - Curso “A problemática ambiental e de recursos hídricos nas Bacias Metropolitanas” – para membros da 2a. Gestão- Hotel Amuarama – Fort, Ce.

 2007 - Participação no IX Encontro Nacional de CBHs – Foz do Iguaçu,PR  2007 - Curso Gestão de Recursos Hídricos para membros da 3a. Gestão  2008 - Participação no X Encontro Nacional de CBHs – Rio de Janeiro, RJ

 2008 – Escolha de 1 representante do CBH-RMF (votado em plenário) para ter direito a um curso de especialização na Universidade Federal do Ceará

 2008 – Oficina para subsidiar a elaboração do Plano de Gerenciamento das Bacias Metropolitanas – Hotel Praia Centro.

 2008 e 2009 – Participação na construção do Cenário e do Plano Estratégico de Recursos Hídricos do Ceará – Pacto das Águas

 2009 – Curso de Extensão em Gestão de Recursos Hídricos – UFC (5 membros escolhidos pelo plenário participaram do curso).

 2009 – Participação no XI Encontro Nacional de CBHs – Uberlândia, MG.

1.4 – Principais deliberações efetivadas pelo CBH-RMF

 2004 – Participação efetiva de no mínimo um membro do CBH-RMF em cada Comissão Gestora de açude isolado, localizado nas Bacias Metropolitanas.

 2004 – Encaminhamento à Assembleia Legislativa de uma proposta de reformulação da Política Estadual de Recursos Hídricos. Depois dessa resolução, a Assembleia decidiu adiar a aprovação da lei até que a minuta enviada pelo CBH-RMF fosse discutida com todos os CBHs do Ceará.

 2005 – Solicitação formalmente aos órgãos competentes (SRH, DERT, SEINFRA), devido a alta lâmina de sangria do açude Castro, a reconstrução da estrada de contorno do citado açude, de forma a viabilizar e garantir o direito de ir e vir da comunidade do distrito de Palmatória no município de Itapiúna.

 2005 – Encaminhamento de Moção do CBH-RMF a favor da transposição do rio São Francisco encaminhada ao Ministério da Integração Nacional.

 2005 – Encaminhamento do ofício N° 040/2005 à SEMACE, denunciando e pedindo providências sobre o desmatamento na área marginal do açude Acarape do Meio.

 2005 – Encaminhamento de Moção do CBH-RMF ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH) solicitando a mudança de mandato de membros de comitês, que era de dois anos para quatro anos. Os outros Comitês fizeram a mesma solicitação e a mudança foi aprovada.

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 2005 - Solicitação junto ao CONERH para a criação de uma Câmara Técnica de Água Subterrânea, atendendo demanda do Sindicato dos Fabricantes de Bebidas do Ceará sobre águas minerais clandestinas. A Câmara Técnica foi criada e em 2009 aprovado pelo CONERH a minuta de resolução que estabelece os procedimentos para lacração e obturação de poços escavados e tubulares.

 2006 – Inscrição do CBH-RMF e sua efetivação como membro suplente no Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

 2006 – Participação do CBH-RMF na elaboração do Plano Diretor de Fortaleza, o qual foi discutido com toda a sociedade organizada.

 2006 – Formulação de uma minuta sobre Comissões Gestoras, dando as diretrizes para a sua criação, composição e funcionamento. Essa resolução não entrou em vigor em 2006, mas nos anos posteriores serviu de base para sua concretização.

 2007 – Solicitação da Câmara Técnica de Infraestrutura Hídrica (CTIH) para eletrificação do Canal do Trabalhador – trecho Sifão do Pirangi até o açude Pacajus – ofício encaminhado à SRH através do protocolo N⁰. 07167412-0.

 2008 – Aprovação da Resolução que regulamenta a criação e funcionamento das Comissões Gestoras dos Sistemas Hídricos das Bacias Metropolitanas, conforme as diretrizes da Resolução N⁰ 02/2007 do CONERH.

 2008 - Aprovação das Resoluções de criação e formalização das seguintes Comissões Gestoras:

 Acarape do Meio (município de Redenção)

 Canal do Trabalhador (abrange os municípios de Beberibe, Aracati, Cascavel, Palhano e Itaiçaba)

 Castro (município de Itapiúna)  Aracoiaba (município de Aracoiaba)  Catucinzenta (município de Aquiraz)  Penedo (município de Maranguape)

 Itapebussu (município de Maranguape). Neste caso o açude é federal e tem uma Portaria do DNOCS para deliberar sobre sua criação que é reconhecida pelo CBH-RMF.

 Pompeu Sobrinho (município de Choró). Este açude também é federal, com Portaria do DNOCS e reconhecimento do CBH-RMF.

 2009 – Criação de um Grupo de Trabalho para elaborar proposta de mudança no Regimento Interno do CBH-RMF

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 2009 – Elaboração de uma proposta de mudanças na Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei 11.996/1992) que foi encaminhada ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH).

1.5 - Visitas Técnicas

 2004 e 2006 – Visita ao Eixão das Águas.

 2006 – Visita a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (CAGECE) no Distrito Industrial de Maracanaú até o bairro Siqueira em Fortaleza.

1.6 – Principais deliberações das Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho do CBH-RMF

Câmara Técnica de Meio Ambiente (CTMA)

 2006 – visita técnica da CTMA ao matadouro do município de Itapiúna. Foi produzido um relatório e entregue à Prefeitura de Itapiúna.

 2007 – visita da CTMA as obras do Catu Residence em Aquiraz. Foi produzido um relatório e encaminhado à Diretoria do CBH-RMF.

 2008 – CTMA se envolve no Projeto Gestão Socioambiental das Águas junto com o S.O.S Mata Atlântica, Coca-Cola, Prefeitura de Maracanaú e Prefeitura de Maranguape.

 2009 – Membros da CTMA dão palestra no município de Beberibe sobre Resíduos Sólidos e Arborização Urbana.

Câmara Técnica de Instrumentos de Gestão (antiga CT de Infraestrutura Hídrica)

 2006 – Visita ao Canal do Trabalhador e produção de um relatório sobre as condições do Canal do Trabalhador que foram encaminhadas à direção da COGERH.

Câmara Técnica de Reuso de Água

 2005 – Foi produzido um relatório chamado “Água: reuso e economia” que ficou disponível para consulta dos membros na biblioteca da sala do CBH-RMF e o arquivo foi enviado via correio eletrônico para cada membro.

Grupo de Trabalho da Cobrança

 2007 – Elaborou um parecer que foi encaminhado ao CONERH. Esse documento serviu de subsídios para a discussão com todos os comitês da bacias hidrográficas sobre a cobrança na irrigação, pois, em 2008, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH) formou um Grupo de Trabalho com representantes de todos os Comitês de

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Bacias Hidrográficas do Estado do Ceará, que consolidaram a discussão da cobrança na irrigação e serviu de base para a elaboração da nova tarifa para usuários da irrigação.

GT Legislação

 2009 – Elaborou uma proposta para reformulação da Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei 11.996/1992).

 2009 – Elaborou uma proposta para reformulação do Regimento do CBH-RMF.

Além do CBH-RMF ter formado os Grupos de Trabalho e Câmaras Técnicas acima citadas, ele também participou em vários grupos de trabalho e Câmaras Técnicas do CONERH, foram eles:

o Câmara Técnica de Águas Subterrâneas

o Câmara Técnica de Enquadramento dos Corpos Hídricos o Grupo de Trabalho sobre Cobrança na Irrigação

2. FRAGILIDADES

Apesar de todo o avanço em termos de infraestrutura, marketing, ações de câmaras técnicas e grupos de trabalho, percebe-se que o CBH-RMF, como todo organismo que precisa se desenvolver, tem na sua representatividade uma grande fragilidade.

Nesse sentido, o problema encontrado é que algumas instituições da sociedade civil e dos usuários têm dificuldade em arcar com o transporte para o deslocamento do seu representante, do município de origem ao município de realização da plenária do CBH-RMF. No entanto, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), como secretaria executiva dos comitês de bacias hidrográficas, arca com as despesas de refeições e hospedagem durante todos os eventos do CBH-RMF. E, no caso do deslocamento, se o membro da sociedade civil ou usuário comprovar por meio do ticket do transporte rodoviário o seu deslocamento, a COGERH pode ressarcir esse gasto. Mas, pela realidade do Ceará, o que temos visto são pequenas instituições localizadas em comunidades distantes das vias urbanas que não tem como comprovar por ticket de transporte o seu deslocamento. Geralmente eles se utilizam de vans ou moto-taxi que não tem comprovantes e a COGERH, por ser uma empresa pública, que presta contas com o Tribunal de Contas do Estado, tem essas restrições de ressarcimento.

Essa falta de subsídio das pequenas instituições para bancar a participação do seu membro no CBH-RMF, abre outras discussões como por exemplo, que tipo de instituição organizada queremos no Comitê, se nem mesmo subsidiar a participação do seu membro em reuniões do colegiado que só ocorrem normalmente de dois em dois meses, essa instituição pode garantir? A

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Secretaria Executiva deveria de fato ter esse papel de arcar com todos os ônus financeiros da participação dessas instituições? Pagar todas as despesas, inclusive o deslocamento, contribuiria de fato para que houvesse maior participação nas reuniões?

Na verdade, compreende-se que a falta de participação significa uma falta de apropriação política do papel de membro do CBH-RMF diante de uma intervenção eficaz na gestão democrática dos recursos hídricos no Ceará.

Nos gráficos que foram analisados a seguir, salienta-se que se buscou um número padrão de reuniões, para que pudéssemos comparar a assiduidade nos três mandatos do colegiado do CBH-RMF. Na 1ª. Gestão, o colegiado se reuniu 17 vezes; na 2ª. Gestão, o colegiado se reuniu 8 vezes e na 3ª. Gestão o colegiado se reuniu 12 vezes; portanto, para que houvesse uma equidade na análise, escolheu-se analisar as primeiras 8 reuniões em cada gestão.

Vale salientar que, diferente da 1ª. e 2ª. Gestão que o mandato era apenas de dois anos, o 3º mandato foi de 2007 a 2011, no entanto, para análise igualitária do período de ação de cada mandato, foram analisados apenas os dois primeiros anos do 3º. Mandato, isto é, os anos de 2007 a 2009.

Na figura 01, percebe-se que grandes instituições como Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), Federação da Agricultura e Agropecuária do Estado do Ceará (FAEC), SINDIÁGUA, Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Ceará (SINPRECE), conseguiram manter um nível alto de assiduidade, correspondendo a prerrogativa do apoio das Instituições a participação dos seus membros. No entanto, observa-se também que, instituições pequenas como Associação Comunitária da Igreja de Jesus Cristo (ACJC) do município de Horizonte e Associação dos Moradores de Choró-Lagoinha do município de Cascavel tiveram uma alta assiduidade, o que demonstra o interesse dos próprios membros na participação e muitas vezes o apoio das Prefeituras em enviar os membros do seu município, mesmo que não sejam representantes da Prefeitura. Portanto, a assiduidade às reuniões depende mais do compromisso de cada membro e o apoio e reconhecimento de sua Instituição ao trabalho executado, do que mesmo do aporte financeiro daquela Instituição.

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 CAAABAS CREAFAEC ADAO SIN DIAG UA SIN PR ECE Ass 6 C arn auba s UFCACJC Asso c. C horó Lag oinh a Ass Out eiro GIA CEPEM A FEC EC E FBF F No. de Presença

Figura 01 – 1ª. Gestão do CBH-RMF (2003-2005) - Sociedade Civil

Na figura 02, vale salientar a participação expressiva das indústrias, agroindústrias e empresas de abastecimento de água como Kaiser, AMBEV, CAGECE, SAAE, FIEC, o que demonstra o interesse do setor na discussão sobre gestão de recursos hídricos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Cel iba Coo per N ecta r Kais er Am bev Assu sa Ass Com Bu enos Aire s Acea q Cag ece Mara ngua pe Cag ece Itaiti nga Cag ece Fort Con selh o In díge na Ypio ca Aiva Ass Faz Velh ISCA SAAE Fi ec Asso c. Bu enos Aire s Pe dre iras No. de Presença

Figura 02 - 1ª. Gestão do CBH-RMF (2003-2005) – Usuários

Na figura 03, o que se observa, analisando o setor do Poder Público Municipal é que a participação das Prefeituras, depende do nível de comprometimento do gestor municipal no entendimento do que é Comitê de Bacia Hidrográfica e, apesar da Secretaria Executiva (COGERH) fazer o papel de mobilização social em todos os municípios, nem todos participam efetivamente.

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Bar reira Beb erib e Cas cave l Cho rozi nho Forta leza Itaiti nga Aqu iraz Cau caia Hor izon te Mar acan au Itapi una Ara tuba No. de Presença

Figura 03 - 1ª. Gestão do CBH-RMF (2003-2005) – Poder Público Municipal

Há também a questão da distância, como pode-se se observar, municípios longínquos como Aratuba e Itapiúna tiveram pouca participação, no entanto, o município de Itaitinga que fica apenas a 25km de Fortaleza, teve pior assiduidade que os municípios mais longínquos anteriormente citados, o que retorna para a primeira discussão de que o que define a participação não é o aporte financeiro da Instituição, nem se é mais próximo de Fortaleza, nem se a Instituição é mais estruturada, mas sim a visão do membro ou da Instituição do que é o papel do Comitê de Bacia Hidrográfica dentro da gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará.

Na figura 04, observa-se que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), participou de forma muito inexpressiva na 1a. Gestão do CBH-RMF. Esse problema foi amenizado após um ofício e uma visita oficial da Diretoria do CBH-RMF e sua Secretaria Executiva (COGERH) ao IBAMA, explicando a importância da participação no CBH-RMF. A partir destas visitas, percebeu-se uma maior participação do IBAMA às reuniões, de onde se concluiu que muitas vezes o que falta é um envolvimento maior das instituições apenas porque a sua instituição não compreende de fato o papel e a importância dos Comitês de Bacias Hidrográficas na consolidação da Gestão de recursos hídricos no Estado do Ceará.

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 CEN TEC EMAT ERCE FUNC EM E SEAG RI SEM ACE SRH BNB CPR M DNO CS IBAM A IBG E FUNAI No. de Presença

Figura 04 - 1ª. Gestão do CBH-RMF (2003-2005) – Poder Público Estadual e Federal

Na figura 05, o que se pretende destacar é a participação expressiva de Instituições como CREA e SINPRECE que permaneceram nos três mandatos do CBH-RMF; por outro lado, apesar de várias tentativas, a Universidade Federal do Ceará (UFC) ainda não absorveu a importância da participação no CBH-RMF, pois sua presença sempre foi muito parca, o mesmo aconteceu com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o qual participou de poucas reuniões, apesar do colegiado, na época do congresso de renovação, ter avaliado que era fundamental a participação deles no CBH-RMF. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Asso c. C oque iros Asso c. L agoi nha Asso c Vá rzea Gra nde Com dete c CM DS Paco ti CM DS Barre ira CR EA FAEC FEC OM A FBF F FEPESC E Fund ação Ko nra d Ad enau er Agro polo s OAB STR Ara coia ba Sinp rece UFC UN IFO R Nº de Presença

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Na figura 06, o que se destaca é a participação de instituições como a Celiba Agroindustrial e a Kaiser no setor de usuários, mostrando que empresas grandes e pequenas se empenham na assiduidade, dependendo dos seus interesses.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 Agua rden te Yp ióca Ag roin dust rial Asso c. M anoe l Dia s Asso c. Bu enos Aire s Pe dreira Asso c. M ulhe res de Ib areta ma Asso c. C ajaz eira s Asso c. F azen da Ve lha Asso c. Po ços Asso c. Pe scad ores/ Choro zinho ASSU SA - Cas tro Celib a Ag roin dust rial Kaise r Colo nial AMBEV Cons elho Indí gena Gen ipap o Tre men bé Term elét rica Ende sa FIEC SAAE Asso c. F orqui lha Nº de Presença

Figura 06 – 2ª. Gestão (mandato 2005-2007) – Usuários

Se compararmos a figura 03 com a figura 07, tratando da assiduidade do Poder Público Municipal na 1a. e 2a. Gestão do CBH-RMF, pode-se perceber que na 1a. Gestão, o município de Itaitinga quase não compareceu as reuniões; realidade bem diferente foi vista na 2a. Gestão, onde a assiduidade do município de Itaitinga foi uma das mais altas, junto com o município de Ibaretama e Aquiraz, reforçando mais uma vez a visão e o compromisso do gestor municipal no envolvimento das questões relacionadas aos recursos hídricos.

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Aqu iraz Hor izon te Oca ra Cas cave l Forta leza Mar angu ape Ibar eta ma Itaiti nga Aca rape Gua ram irang a Paco ti Red ençã o Nº de Presença

Figura 07 – 2º. Mandato (2005-2007) – Poder Público Municipal

Na figura 08, observa-se a inexpressiva presença da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) nas reuniões do CBH-RMF. Apesar de ser um membro nato porque na região Metropolitana há terras indígenas, conforme rege o Decreto Nº 26.462/2001, Art. 8º, §3º, e portanto não precisa passar pelo processo de eleição na renovação do colegiado, a FUNAI não participa ativamente do CBH-RMF; a alegação constante da Instituição é a falta de pessoal disponível.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 BNB Funa i Sem ace Defs a Civ il Incr a Emate rce Func eme IBGE SRH DNO CS IBA MA SEA GRI Nº de Presença

Figura 08 - 2º. Mandato (2005-2007) – Poder Público Estadual e Federal

O fato é que o andamento do CBH-RMF fica prejudicado, pois a FUNAI não somente falta, como também não apóia financeiramente e estruturalmente a participação do Conselho Indígena

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que também é membro nato do CBH-RMF. Assim, as questões indígenas ligadas a água nas bacias Metropolitanas ficam sem um representante legal para levantar sua problemática.

Na figura 09, o destaque é a não participação da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Aquiraz (UMESA) que apenas pleiteou uma vaga no colegiado do 3º mandato, mas após a eleição não participou de nenhuma reunião, sendo logo desligado.

Observa-se uma tendência no CBH-RMF de desgaste no processo participativo, quando setores começam a monopolizar e cristalizar sua presença em detrimento da efetiva participação na gestão das águas de forma mais democrática e ampla, quando optam tão somente a uma simples representação do seu município ou da sua instituição, sem proporcionar qualquer avanço na política de recursos hídricos. É importante observar no processo de renovação do colegiado do CBH-RMF se todos os 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 SEN GE STR Ara coia ba Ass Japã o CO MD ETEC CM DS Paco ti CM DS Barre ira CREAFAEC FEC OM A SIN DIAG UA Fund Terra Ass Faze n Ve lh CO NDEM A UM ESA STR Ibare tam a SIN PREC E UNIF OR GIA No. de Presença

Figura 09 - 3º. Mandato (2007-2009) – Sociedade Civil

Avalia-se que cada Instituição que deixa de participar do colegiado de um comitê, empobrece a democracia e a discussão dos recursos hídricos com um amplo espectro diversificado da sociedade, o qual poderia contribuir cada vez melhor com a multiplicidade dos olhares.

A figura 10 vem para corroborar com a discussão sobre a falta de participação do Conselho Indígena nas reuniões do CBH-RMF, tal como acontece com a Fundação Nacional do índio (FUNAI). Uma solução para o problema seria um ofício à direção geral da FUNAI, explicando a

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importância da sua participação para a discussão da questão água nos Comitês de Bacias Hidrográficas onde haja terra indígena, bem como a participação do Conselho Indígena.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 YPIO CA MID OL Ass Man oel Ass Caj az TER MO CEA RA CELI BA KAIS ER CO LON IAL AM BEV Con s In dige na FIE C Ass Poço s Col Z 0 9 NO RS A Col Z 0 7 AIV A CAG ECE Col Z38 No. de Presença

Figura10 - 3º. Mandato (2007-2009) – Usuários

Na figura 11, percebe-se que os municípios no entorno da região Metropolitana (Aquiraz, Fortaleza, Maranguape, Itaitinga) já perceberam que a quantidade e a qualidade da água são questões sine qua non para adquirir o desenvolvimento sustentável das cidades e os municípios urbanos não podem ficar excluídos desta discussão.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 Aqu iraz Hor izon te Beb erib e Cas cave l Forta leza Mar angu ape Itapi una Itaiti nga Paca tuba Gua ram irang a Bar reira Red ençã o Mar acan au No. de Presença

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Na figura 12, destaca-se a boa participação de instituições como EMATERCE, FUNCEME e IBGE, as quais participaram dos três mandatos do CBH-RMF, mostrando um compromisso de suas instituições com a discussão dos recursos hídricos no Ceará.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 IBAM A FUN AI SEM ACE DEF ESA CIVI L INC RA EM ATER CE FU NC EM E IBG E SR H DN OC S EM BRAPA SEC RET AR IA D AS CID ADES No. de Presença

Figura 12 – 3º. Mandato (2007-2009) – Poder Público Estadual e Federal

Essa exposição dos gráficos de assiduidade tem servido como critério de análise para as renovações do colegiado do CBH-RMF desde 2007, o que é um critério que se recomenda para toda renovação de colegiado de comitê, pois a observância da assiduidade do membro demonstra o compromisso da Instituição em participar do colegiado, no entanto, no futuro, recomenda-se a aplicação de outros critérios que possam avaliar com maior profundidade as razões da participação ou não das instituições no colegiado.

O CBH-RMF tem a prática de seguir o seu regimento no que diz respeito a assiduidade dos membros, o que já resultou em vários desligamentos de algumas instituições pela substituição de outras; essa prática é bastante salutar, haja vista a oxigenação do colegiado com instituições que de fato queiram participar e possam contribuir efetivamente com seus pontos de vista a respeito dos recursos hídricos.

No entanto, percebe-se que como fragilidade que o Regimento Interno do CBH-RMF está obsoleto para dirimir todas as situações que já foram vividas pelo seu colegiado nestes seis anos de estudo. Uma minuta de alteração do Regimento já foi redigida, no entanto, segundo normas do próprio Regimento, para se alterar o Regimento é preciso uma reunião extraordinária com a

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presença de 2/3 (dois terços) do total de membros, isto é, 40 membros, situação que por três reuniões seguidas não se conseguiu. Isso mostra o arrefecimento do CBH-RMF ao longo da sua existência. Portanto, urge a discussão e aprovação de um reforma no Regimento, bem como a melhora da assiduidade dos membros nas reuniões ordinárias e extraordinárias.

Além disso, as Instituições-membros precisam aprimorar o seu potencial de informação técnica e de articulação política dentro do Comitê, pois o colegiado precisa se enxergar como um canal de interlocução entre o mapeamento dos problemas locais e o interesse do Governo do Estado em resolvê-los. Cabe a composição do CBH-RMF fazer valer esta prerrogativa.

A decisão de participar depende essencialmente das pessoas se verem ou não como co-responsáveis no processo de gestão e como um colegiado capaz de promover e materializar mudanças.

3. DESAFIOS

Ao longo dos seis anos de estudo, verificou-se pelas atas do CBH-RMF, que muitas das demandas discutidas no plenário ainda não foram executadas por falta de cobrança do CBH-RMF ou por omissão dos órgãos competentes; essas demandas são de fundamental importância para a capacitação e a intervenção do colegiado na gestão das águas, são elas:

 Apresentação do Plano Nacional de Educação Ambiental.

 Discussão da poluição ambiental dos corpos hídricos com a CAGECE e SEMACE.  Discussão de parâmetros, critérios e controle das fontes de água das Bacias Metropolitanas.

 Acompanhamento mensal da lista das outorgas emitidas nas Bacias Metropolitanas.  Criação da Comissão Gestora do açude Sítios Novos (município de Caucaia)  Criação da Comissão Gestora do açude Malcozinhado (município de Cascavel)

Estas demandas levantadas, ainda que não executadas, servem de norteador para as futuras gestões do CBH-RMF.

Como analistas em planejamento e gestão dos recursos hídricos que ao longo desses seis anos acompanharam todas as discussões das reuniões ordinárias e extraordinárias do CBH-RMF, identificou-se alguns desafios que são importantes para os membros desse colegiado no sentido de intervir de forma mais eficiente na gestão dos recursos hídricos no Estado do Ceará.

Primeiro, as Instituições-membros do colegiado precisam reconhecer o espaço dos comitês de bacias hidrográficas com um espaço de embate político, onde as resoluções que são deliberadas têm repercussão em todo o planejamento e a política de gestão de recursos hídricos que se pensa para o Ceará.

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Segundo, pelos gráficos de assiduidade que foram mostrados na figura 01 até a figura 10, percebe-se que há muitas instituições que precisam melhorar o seu nível de participação; o que demonstra que não há um reconhecimento eficaz da importância do CBH-RMF para a instituição-membro.

As Instituições-membros do CBH-RMF precisam ver o colegiado do CBH-RMF como um espaço capaz de intervir nas formulações da política de gestão de recursos hídricos. Se assim não for, não haverá envolvimento do colegiado.

Terceiro, o Plano de Bacias, que é um dos instrumentos de gestão preconizado na Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei N⁰ 9.433/1997) e na Política Estadual dos Recursos Hídricos (Lei N⁰ 14.844/2010), é uma ferramenta pouco conhecida e utilizada pelos membros do CBH-RMF e, é nela que está contido todo o estudo do diagnóstico das condições físicas da bacia, o seu balanço hídrico bem com as demandas para o cenário de recursos hídricos em um horizonte de até vinte anos. Portanto, utilizar o plano de bacia se torna essencial se o membro do CBH-RMF quiser fazer uma gestão onde o conhecimento das condições hídricas de sua bacia é condição sine qua non para uma intervenção técnica e política capaz de causar mudanças nos rumos da gestão de recursos hídricos.

A sociedade como um todo ainda não reconhece no CBH-RMF um organismo representativo, que discute e principalmente intervêm potencialmente nas questões importantes a respeito de recursos hídricos dentro das Bacias Metropolitanas.

4. CONSIDERAÇÕES PARA CONTINUAR AVANÇANDO

O CBH-RMF foi um dos Comitês do Estado do Ceará que mais avançou em termos de estruturação física, elaboração de material educativo e publicitário. No entanto, a falta de uma maior capacitação política e técnica para intervir de forma eficaz nas polít icas públicas de gestão de águas, podem ser consideradas a grande meta do CBH-RMF para continuar avançando.

Outra consideração importante também foi a aprovação do Decreto Nº 28.316/2006 que mudou o mandato de membros de comitê de 2 (dois) para 4 (quatro) anos, o que foi fundamental para que qualquer colegiado de comitê de bacia hidrográfica conseguisse tempo suficiente para propor um plano de trabalho e conseguisse executá-lo com eficácia.

O colegiado do CBH-RMF, em todos os seus mandatos, aplicou o que diz o Regimento no que diz respeito às faltas nas reuniões do plenário, ocasionando a substituição de Instituições-membros em várias ocasiões. Essa dinâmica é importante e deve ser mantida, a fim de que o CBH-RMF esteja sempre representado por Instituições atuantes e participativas.

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As Câmaras Técnicas por serem constituídas em caráter permanente durante todo o mandato de uma gestão perdem o foco de suas atribuições e não tem apresentado de fato resultados positivos nas suas ações. Prova disso é a inconstância dos membros nas reuniões e a descontinuidade dos trabalhos. Os Grupos de Trabalho, diferente das Câmaras Técnicas, tem funcionado melhor porque quando são criadas tem atribuições bem definidas com prazo para entregar o estudo solicitado.

Ao longo destes anos, nas pesquisas de opinião feita com os membros do CBH-RMF, percebeu-se também que as maiores demandas por capacitação estavam voltadas para 4 (quatro) eixos temáticos:

 Legislação Estadual e Federal de Recursos Hídricos

 Elaboração de projetos

 Saneamento ambiental

 Preservação e conservação da água e do meio ambiente

No colegiado do CBH-RMF, percebe-se a presença de membros com uma bagagem técnica bastante acentuada e outros membros que apesar de não ter uma bagagem técnica tão elevada, são profundos conhecedores da realidade local do seu município e dos problemas hídricos pertinentes a sua região. Essa multiplicidade de conhecimento, teórico e prático, enriquece as discussões e propicia um aprendizado diário na busca pelo avanço integrado, descentralizado e participativo da gestão de recursos hídricos.

Enfim, o CBH-RMF é o Comitê que tem o maior Colegiado dentre os Comitês do Estado do Ceará e é também nas Bacias Metropolitanas que ocorrem os maiores desafios para o avanço na gestão das águas que é a discussão da qualidade da água dos reservatórios, a demanda crescente pela oferta de água em virtude dos grandes centros urbanos, preservação dos corpos hídricos e o saneamento ambiental.

Referências

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