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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: PERCEPÇÕES DE GESTANTES ACOMPANHADAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: PERCEPÇÕES DE GESTANTES ACOMPANHADAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

SYSTEMATIZATION OF NURSING ASSISTANCE: PERCEPTIONS FROM PREGNANT WOMEN MONITORED AT A BASIC HEALTH UNIT

SISTEMATIZACIÓN DE LA ASISTENCIA DE ENFERMERÍA: PERCEPCIONES DE GESTANTES ATENDIDAS EN UNA UNIDAD BÁSICA DE SALUD

SUHRE, Patrícia Beatriz1 COSTA, Arlete Eli Kunz da2 PISSAIA, Luis Felipe3 MORESCHI, Claudete4

RESUMO

Este estudo possui como objetivo conhecer as percepções de gestantes atendidas em uma Unidade Básica de Saúde sobre a incorporação da Sistematização da Assistência de Enfermagem em seu acompanhamento. Trata-se uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, realizada com oito gestantes acompanhadas em uma Unidade Básica de Saúde. A análise de dados seguiu o método proposto por Bardin. Verificou-se que as gestantes acreditam que as consultas de enfermagem são importantes, bem como as demais orientações e o modelo de organização proposto pela sistematização. Observou-se que a partir do uso desta metodologia de trabalho foram melhorados os fluxos de comunicação multiprofissional, além de qualificar as estratégias de educação em saúde e formação de vínculo. Conclui-se que a Sistematização da Assistência de Enfermagem possui papel fundamental para um acompanhamento efetivo das gestantes e de seus familiares, instrumentalizando novas práticas científicas em campo conferindo qualificação e resolutividade à assistência.

Descritores: Assistência de Enfermagem; Integralidade em Saúde; Enfermagem Obstétrica; Unidade Básica de Saúde; Assistência Pré-Natal.

ABSTRACT

The purpose of this study is to learn about perceptions from pregnant women attended at a Basic Health Unit about the incorporation of the Systematization of Nursing Assistance for their monitoring. It is a descriptive, exploratory research of a qualitative approach carried out with eight pregnant women monitored at a Basic Health Unit. Data analysis followed the method proposed by Bardin. It was found that the pregnant women believe that the nursing consultations are important, as well as further guidance and the organization model proposed by the systematization. It was observed that with the use of such work methodology, the multi-professional communication flows were improved, in addition to qualify the health education strategies and the bonding. It can be concluded that the Systematization of Nursing Assistance plays a fundamental role for effective monitoring of pregnant

1 Enfermeira. Centro Universitário Univates. Lajeado – RS – Brasil. E-mail: patisuhre@hotmail.com 2

Enfermeira. Mestre em Desenvolvimento Regional. Doutora em Ambiente e Desenvolvimento. Centro Universitário Univates. Lajeado – RS – Brasil. E-mail: arlete.costa@univates.br

3 Enfermeiro. Mestrando em Ensino. Centro Universitário Univates. Lajeado – RS – Brasil. E-mail:

lpissaia@universo.univates.br

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Enfermeira. Mestre e Doutora em Ambiente e Desenvolvimento. Centro Universitário Univates. Lajeado – RS – Brasil. E-mail: clau_moreschi@yahoo.com.br

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women and their next of king with the instrumentation of new scientific practices in the field and conferring qualification and resoluteness to the monitoring.

Descriptors: Nursing Assistance; Health Wholesomeness; Obstetric Nursing; Basic Health Unit; Pre-Natal Monitoring.

RESUMEN

Este estudio tiene como objetivo conocer las percepciones de gestantes atendidas en una Unidad Básica de Salud sobre la incorporación de la Sistematización de la Asistencia de Enfermería en su acompañamiento. Se trata de una investigación descriptiva y exploratoria, con abordaje cualitativo, realizada con ocho gestantes asistidas en una Unidad Básica de Salud. El análisis de datos siguió el método propuesto por Bardin. Se averiguó que las gestantes creen que las consultas de enfermería son importantes, así como las demás orientaciones y el modelo de organización propuesto por la sistematización. Se observó que, a partir del uso de esa metodología de trabajo, fueron mejorados el flujo de comunicación multiprofesional, además de la calificación de las estrategias de educación en salud y formación de vínculo. Se concluye que la Sistematización de la Asistencia de Enfermería posee papel fundamental para un acompañamiento efectivo de las gestantes y de sus familiares, instrumentalizando nuevas prácticas científicas en campo, confiriéndole calificación y resolutividad a la asistencia.

Descriptores: Asistencia de Enfermería; Integralidad en Salud; Enfermería Obstétrica; Unidad Básica de Salud; Asistencia Prenatal.

INTRODUÇÃO

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) trata-se de um método de prestação de cuidados que guia a assistência de enfermagem para o alcance dos resultados propostos baseados cientificamente (TANNURE; PINHEIRO, 2013). A SAE torna-se um instrumento eficaz de gestão do cuidado em qualquer ambiente de apoio à saúde, sendo incorporado também em Unidades Básicas de Saúde (UBS), proporcionando a realização de um acolhimento humanizado à comunidade através do processo de enfermagem, o qual se permeia como um instrumento assistencial que inter-relaciona as informações coletadas junto à população durante a consulta de enfermagem com a finalidade de constituir o planejamento do cuidado(MATOS; RODRIGUES; RODRIGUES, 2013).

Neste contexto a UBS é considerada a porta de entrada da população à assistência, sendo o ponto estratégico para melhor acolher suas necessidades, proporcionando um acompanhamento longitudinal e resolutivo (RODRIGUES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2011). Nestes locais encontram-se atuante a equipe multiprofissional que utiliza seus saberes específicos para as diversas necessidades do ser humano, de forma coletiva e individual (BRASIL, 2012; LEAL; RIBEIRO; AFONSO, 2017).

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Para que a SAE seja incorporada na rotina de uma UBS é necessária uma preparação, através de educação permanente de todos os profissionais envolvidos no processo, oferecendo mais segurança aos indivíduos, melhorando a qualidade da assistência e dando maior autonomia aos profissionais de enfermagem(TANNURE; PINHEIRO, 2013). A atuação de uma UBS em determinado território fomenta uma atenção qualificada à família, colocando-a como centro de todas as atividades realizadas, sendo assim, neste meio encontram-se as gestantes que demandam de uma assistência diferenciada e efetiva, sendo auxiliada pela SAE (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2012).

O processo de saúde-doença na gestação requer uma atenção humanizada e qualificada englobando o pré-natal e o puerpério sendo fundamental para a saúde materna e neonatal(BRASIL, 2012). Além disso, é muito significativo que os profissionais de saúde compreendam a gestante como um todo, contextualizando os ambientes social, econômico, cultural e físico no qual vive(MATOS; RODRIGUES; RODRIGUES, 2013).

Para que ocorra este processo assistencialista as equipes de saúde devem estabelecer novas formas para o relacionamento dos diversos sujeitos envolvidos na construção do plano de cuidados, sendo principalmente através da comunicação interpessoal (BRASIL, 2012; VARELA et al., 2012). Buscando a ampliação da comunicação entre a equipe, a SAE tornou-se uma exigência legal do Contornou-selho Federal de Enfermagem (COFEN), tornou-sendo preconizado em todas as instituições de saúde onde ocorra a atuação de um enfermeiro (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2012).

Neste sentido, justifica-se a realização do estudo visto à escassez de pesquisas na área de aplicação da SAE em UBS, principalmente na região sul do Brasil, constituindo-se como uma lacuna na área da enfermagem. Sob esta conjuntura espera-se com este estudo contribuir para a qualificação da assistência às gestantes e a construção do conhecimento em enfermagem.

Neste contexto, verifica-se na região de estudo uma grande dificuldade na implantação e implementação da SAE em espaços públicos, principalmente nas UBS, o que acarreta problemas relacionados ao acompanhamento de gestantes nos locais, devido à falta de comunicação efetiva entre os profissionais e ao uso eficaz e resolutivo das informações coletadas durante o pré-natal. Diante destas constatações, o objetivo deste estudo é conhecer

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as percepções de gestantes atendidas em uma Unidade Básica de Saúde sobre a incorporação da Sistematização da Assistência de Enfermagem em seu acompanhamento.

MÉTODO

Trata-se uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, possuindo como cenário de pesquisa uma Unidade Básica de Saúde de um município do Vale do Taquari, região central do Rio Grande do Sul, Brasil, sendo entrevistadas oito gestantes em acompanhamento no serviço.

Primeiramente foram mapeadas as gestantes em acompanhamento na unidade de saúde por meio de contato com o gestor local que repassou o número total de quinze pessoas. Após foram realizados contatos telefônicos com cada gestante com a finalidade de explicar os objetivos da pesquisa, bem como os critérios éticos que envolviam o estudo, a fim de convidá-las para participarem. Neste sentido, do total de quinze gestantes, oito aceitaram participar da pesquisa. Em posse dos nomes das gestantes, os pesquisadores conversaram pessoalmente com as participantes no próprio serviço, na ocasião foram reforçadas as explicações sobre os critérios éticos que envolvem o estudo e os objetivos do mesmo, sendo agendados horários para encontros individuais para entrevista.

As entrevistas individuais ocorreram durante os meses de dezembro de 2015 e janeiro de 2016 em espaço reservado no espaço físico da UBS estudada em horário de disponibilidade das gestantes. As entrevistas foram semiestruturadas, possuindo um roteiro norteador desenvolvido pelo grupo de pesquisa. O roteiro foi composto de duas questões iniciais, a saber, (1) idade e (2) escolaridade. E as demais foram, a saber, (1) Quais as suas percepções sobre o atendimento da equipe de enfermagem?; (2) Você percebe um planejamento da equipe para as consultas de enfermagem?; (3) Você percebeu melhorias no atendimento do pré-natal após a inserção da Sistematização da Assistência de Enfermagem?; (4) Você pode comentar sobre as atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe?; e (5) Você confia no trabalho da equipe de enfermagem?.

Na ocasião das entrevistas foram lidos e assinados os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias de igual teor, uma ficou em posse do pesquisador e outra da participante. As entrevistas tiveram duração média de 30 minutos, tendo seus áudios gravados e posteriormente transcritos e analisados por categorias conforme a Análise de

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Conteúdo de Bardin(2011), sendo que esta técnica de investigação organiza-se em três fases: Pré-análise; Exploração do material; Tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Os demais dados sociodemográficos foram analisados por meio de estatística descritiva simples.

A identidade dos sujeitos de pesquisa foi preservada através da utilização de codinomes de “flores” sorteados aleatoriamente. Este estudo integra o projeto de pesquisa Sistematização da Assistência de Enfermagem: gestantes em uma Unidade Básica de Saúde de um município do Vale do Taquari. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) do Centro Universitário Univates, através da CAAE nº 47575615.3.0000.5310. Sendo também observados e respeitados os aspectos éticos sobre pesquisas com seres humanos que contemplam a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterizações dos sujeitos da pesquisa

Quanto à caracterização dos oito sujeitos, verificou-se que a idade variou entre 17 e 40 anos. Quanto à escolaridade das gestantes, uma possui ensino fundamental incompleto, duas ensino fundamental completo, um ensino médio incompleto, três com ensino médio completo e uma concluiu ensino superior.

A partir da análise das entrevistas agruparam-se as informações em cinco categorias: (1) A percepção da gestante sobre o atendimento da equipe de enfermagem; (2) A realização de planejamento da equipe para as próximas consultas de enfermagem; (3) Melhora no atendimento do pré-natal após a inserção da Sistematização da Assistência de Enfermagem; (4) Atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe para as gestantes; e (5) Confiança das gestantes no trabalho da equipe de enfermagem.

A percepção da gestante sobre o atendimento da equipe de enfermagem

A enfermagem possui um papel fundamental quanto à orientação da gestante e de seus familiares devido ao olhar ampliado próprio de sua formação que possibilita a

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contextualização holística sobre o indivíduo. As gestantes entrevistadas relatam que quando necessitaram de ajuda em algum problema ou esclarecimento de dúvidas foram muito bem atendidas, conforme as falas:

“Bem surpreendida porque é bem atendida, todo mundo tem muita paciência. Da onde eu vim à gente ficou pasma. Elas deram muita tranquilidade, tinha muitas dúvidas porque perdi dois bebês já”. (Violeta) “Ótimo, não tem do que reclamar as gurias são muito queridas, as minhas dúvidas sempre me ajudam. Às vezes precisava de algum exame ou um favor de marcar consulta e elas sempre fizeram”. (Orquídea)

Tirar dúvidas e manter a gestante calma e consciente de comparecer em todas as consultas e exames de pré-natal garantindo a saúde materna e fetal é uma das premissas defendidas pela equipe de enfermagem atuante em uma UBS (LEMES, 2012; MELO; SILVEIRA; PAOLIS, 2016). Sua atuação torna-se ampla ao acompanhar e orientar a gestante sobre a gravidez, parto, puerpério e cuidados com o recém-nascido, oferecendo ainda apoio emocional e psicológico ao companheiro e à família, para que todos possam participar do processo de gestar, parir e nascer(COSTA et al., 2013).

A realização de planejamento da equipe para as próximas consultas de enfermagem

O atendimento do pré-natal deve ser programado pela equipe de enfermagem em função dos períodos gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal. O início deve ser o mais precoce (1º trimestre) e ser regular e completo, sempre preenchendo o cartão da gestante e a ficha de acompanhamento do pré-natal. Podemos perceber que todas estão bem orientadas para sempre comparecer nas consultas de pré-natal, conforme as falas:

“A gente foi fazendo tudo planejado, mas um dia de cada vez por causa do medo que tinha de perder. A gente nunca planejou muito para frente a gente foi um dia de cada vez, os outros que eu ia, eles já planejavam até o final da gravidez, aqui não fomos devagar cada vez uma coisa. Para não dar o baque, e está dando muito certo já estou quase ganhando e muito feliz”. (Violeta)

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“Sempre que eu venho na consulta já marcam a próxima consulta, e se preciso de exames já carimbam e me mandam na prefeitura”. (Copo de Leite)

A consulta de enfermagem é de extrema importância no pré-natal devido à realização do acolhimento e acompanhamento, investigação da história clínica e obstétrica, solicitação de exames, imunizações, registro de consulta e a referência para outros profissionais e serviços (MAGALHÃES; AMARAL; TEIXEIRA, 2010). As consultas periódicas também possibilitam o acompanhamento da evolução do plano de cuidados realizado, sendo uma ferramenta eficaz de promoção da saúde e prevenção de possíveis agravos da gestação (SECRETARIA DA SAÚDE, 2010; BARBOSA et al., 2016).

Melhora no atendimento do pré-natal após a inserção da Sistematização da Assistência de Enfermagem

A introdução da SAE no pré-natal tem como objetivo principal evitar ou reduzir intercorrências para a saúde materna e fetal, através de um acompanhamento desde a concepção até o início do trabalho de parto. A realização da SAE no pré-natal constitui cuidados, condutas e procedimentos que favorecem o tratamento ou controle de patologias, prevenção de complicações na gestação e parto, segurança de uma boa saúde materna, promoção do bom desenvolvimento fetal e preparar o casal para o exercício da paternidade. Durante as entrevistas percebeu-se que a maioria das gestantes acha que o pré-natal teve uma grande melhora após a introdução da SAE, como podemos observar nas falas a seguir:

“Acho que sim, agora depois dessa SAE dão bastante preferência para as gestantes sabe, isso é bem importante antes não era assim, a gente ganha bastante regalias por ser gestantes. Eu não fiz exames de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e hepatites na outra gravidez, só o dia que fui ganhar daí viram que não tinha daí fizeram na hora. Agora já fiz e o meu marido também”. (Girrasol)

“[...] sim melhorou muito, senão tivesse o pré-natal assim com esse método as crianças não iam nascer bem, que nem eu tenho problema no sangue daí se não fizesse o pré-natal e os exames nem poderia está vindo porque já teria perdido ele, por causa do meu problema de sangue”. (Boca de Leão)

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A realização da SAE compreende a assistência da mulher desde o início da gravidez, período em que ocorrem mudanças físicas e emocionais, transformações que podem gerar medos, dúvidas, angústias ou simplesmente a curiosidade de saber o que está acontecendo com o interior do seu corpo(SANTOS; RADOVANOVIC; MARION, 2010). O recomendado é que a gestante inicie o acompanhamento de enfermagem o mais cedo possível, de preferência no primeiro trimestre(BRASIL, 2012).

Atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe para as gestantes

As ações educativas no grupo de gestantes devem abordar os mais diversos temas como a importância do pré-natal, modificações corporais e emocionais, sinais e sintomas mais comuns na gravidez. A equipe multiprofissional também deve participar orientando sobre a alimentação saudável, cuidados com a higiene, cuidados com as mamas, importância do aleitamento materno, atividade física e sexual, o parto e o puerpério, importância familiar, cuidados com o recém-nascido e questões escolhidas pelas próprias gestantes. Podemos verificar nas entrevistas que todas as gestantes participantes dão grande importância em comparecer no grupo de gestantes para tirar as suas dúvidas e angústias, conforme as falas:

“Eu sempre vou nas palestras do grupo de gestantes. A última palestra foi muito boa com o ginecologista, à gente pode perguntar tudo o que não dá para pedir numa consulta a gente perguntava ali. Dá para tirar bastante dúvidas porque mesmo sendo mãe a gente ainda tem dúvidas. Sempre surge novas coisas para perguntar, como tenho um cisto ainda é pior”. (Orquídea) “Vou no grupo de gestantes. Aprendi muito, elas ensinam bastante coisas cobre toda a gestação e a parte do parto”. (Rosa)

O grupo de gestantes é de extrema importância para que as gestantes possam trocar experiências, tirar dúvidas e serem conduzidas de acordo com as suas necessidades como mulheres e mães. Dessa forma vão estar munidas de conhecimentos sobre si mesmas, sobre a gravidez e a maternidade, e preparadas psicologicamente para viver os momentos esperados como o parto e o nascimento do filho(GUERREIRO et al., 2012; GALVÃO et al., 2016). No grupo o aprendizado deve ser estendido para os companheiros e demais familiares, pois a presença de familiares nos grupos proporciona mais segurança à mulher, bem como a

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preparação para os acompanhantes participarem do parto (SANTOS; RADOVANOVIC; MARION, 2010).

Confiança das gestantes no trabalho da equipe de enfermagem

A aproximação da gestante com a equipe de enfermagem ocorre por meio do acolhimento, pois as gestantes depositam a confiança nas pessoas que vão atendê-la durante todos os meses de gravidez. A equipe deve escutar a história das gestantes aproximando tudo o que pode estar distante, através disso perceberam-se as gestantes possuem muita confiança na equipe, conforme as falas:

Confio muito elas me ajudam, sabem o que acontece no meu corpo e lá em casa também, sempre foi assim eu conto tudo para elas e no que for possível sempre falam, também com o meu marido”. (Copo de leite)

“Tanto eu como meu esposo confiamos bastante, a gente ficou bem surpreendida tanto eu como o meu esposo do atendimento, do jeito das meninas tratar a gente. Tenho muitas dúvidas daí pergunto, às vezes acho muito chato, mas elas tem paciência”. (Violeta)

A equipe deve oferecer um acolhimento satisfatório onde a gestante possa ter garantido um bem-estar durante a sua maternidade, sendo necessária a formação de vínculo que transmita segurança e confiança entre a gestante e a equipe de enfermagem, que ouve e compreende as dúvidas e ansiedades, sempre respeitando suas crenças e valores(MATOS; RODRIGUES; RODRIGUES, 2013; SIQUEIRA et al., 2017). Levando-se em consideração todos os aspectos de que a confiança no tratamento é assimilada durante o processo, para tanto o acolhimento não pode ser único, deve ser realizado durante todo o pré-natal e quando necessário(CARARRA; OLIVEIRA, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo nos permite identificar que as gestantes gostaram do atendimento da equipe de enfermagem em diferentes momentos. Que as consultas de enfermagem proporcionam um espaço para as gestantes e familiares tirarem as suas dúvidas e uma boa assistência ao longo da gestação.

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Quanto ao planejamento durante o pré-natal com o auxílio do processo de enfermagem e da SAE, relataram uma grande satisfação na consulta de enfermagem e também no agendamento de exames e consultas com outros profissionais. Compreendem que a equipe de enfermagem possui um bom vínculo e comunicação com outros profissionais devido a SAE e se necessário são encaminhadas para marcar a consulta para o mais breve possível.

Em relação ao pré-natal todas as gestantes acham de extrema importância o comparecimento em todas as consultas porque conseguem fazer um acompanhamento desde o início da gravidez até o dia do parto. Realizando todos os exames necessários, participando de grupos de gestantes e tirando as dúvidas ao longo do período gestacional.

A categoria referente à educação e saúde mostrou que as gestantes analisadas participam do grupo de gestantes e acharam muito válidos os assuntos abordados e a oportunidade de tirar as dúvidas que muitas vezes nas consultas não conseguem. Quanto à confiança da equipe todas têm um vínculo com alguém da equipe onde se sentem seguras para procurar na unidade quando precisarem de alguma coisa.

A formação de vínculo na gestação foi definida como satisfatório e resolutivo, sendo que a gestante deve sente-se à vontade para contar à sua história, falar as suas dúvidas e expectativas sobre a gestação e a chegada do bebê na família. Sendo assim, compreendeu-se o papel da equipe de enfermagem durante a gestação de uma mulher, bem como a importância da SAE neste processo assistencial.

Este estudo possui limitações por demonstrar as percepções de gestantes de uma única UBS de determinada região, não refletindo assim uma generalização sobre a temática abordada. Novos estudos, bem como projetos de pesquisa estão em andamento buscando sanar a lacuna de conhecimento existente entre a presente limitação, bem como traçar um panorama atual sobre o assunto, possibilitando planejar estratégias amplas de qualificação da assistência.

REFERÊNCIAS

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