ETEC POLIVALENTE DE AMERICANA
ETEC POLIVALENTE DE AMERICANA
A APLICAÇÃO DO LINHO NA
A APLICAÇÃO DO LINHO NA
INDÚSTR
INDÚSTR
IA
IA
TÊXTIL
TÊXTIL
CURSO
CURSO TÉCNICO
TÉCNICO EM
EM TECELAGEM
TECELAGEM
(TÊXTIL
(TÊXTIL)
)
Módulo I – FIBRAS TÊXTEIS.
Módulo I – FIBRAS TÊXTEIS.
Gustavo Ro
Gustavo Ro
mano Boer
mano Boer
- nº
- nº
13
13
Jhonatas Pellisson - nº 15
Jhonatas Pellisson - nº 15
Leonardo Pinheiro Costa - nº 17
Leonardo Pinheiro Costa - nº 17
Mauro Martins - nº 24
Mauro Martins - nº 24
Rafael Ferreira - nº 28
Rafael Ferreira - nº 28
Thiago Machado - nº 32
Thiago Machado - nº 32
Samuel Alborguete - nº 42
Samuel Alborguete - nº 42
Professores:
Professores:
Paulo Roberto Montrasio
Paulo Roberto Montrasio
David Luis Tonim
ABRIL DE 2012 ABRIL DE 2012
ÍNDICE
ÍNDICE
HISTÓRIA --- 02 HISTÓRIA --- 02 ZONAS DE PLANTIO –--- 04 ZONAS DE PLANTIO –--- 04 TIPOS –--- 04 TIPOS –--- 04 ESTRUTURA DA FIBRA-–--- 05 ESTRUTURA DA FIBRA-–--- 05 O CULTIVO --- 05 O CULTIVO --- 05 A RIPAGEM –--- A RIPAGEM –--- 06--- 06 CURTIMENTA OU MACERAÇÃO --- 06 CURTIMENTA OU MACERAÇÃO --- 06 PREPARANDO AS FIBRAS --- 08 PREPARANDO AS FIBRAS --- 08CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO LINHO –---10
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO LINHO –---10
A ROCA --- A ROCA --- 11--- 11 O FIO E A FIAÇÃO --- 13 O FIO E A FIAÇÃO --- 13 A TECELAGEM --- A TECELAGEM --- 13--- 13
EMPREGO DO LINHO E A PRODUÇÃO NO BRASIL --- 13
EMPREGO DO LINHO E A PRODUÇÃO NO BRASIL --- 13
DICAS DE MANUTENÇÃO PARA O USO DOMÉSTICO --- 15
DICAS DE MANUTENÇÃO PARA O USO DOMÉSTICO --- 15
BIBLIOGRAFIA --- 16
O LINHO
O LINHO
O linho é uma planta herbácea, com flor azul ou branca. Possui caule reto
O linho é uma planta herbácea, com flor azul ou branca. Possui caule reto
que atinge um metro de altura e pertence à família das lináceas. Compreende um
que atinge um metro de altura e pertence à família das lináceas. Compreende um
certo número de sub-espécies, associadas pelos botânicos sob o nome de Linum
certo número de sub-espécies, associadas pelos botânicos sob o nome de Linum
Usitatissimum.
Usitatissimum.
Compõe-se essencialmente de uma substância fibrosa da qual se extrai a
Compõe-se essencialmente de uma substância fibrosa da qual se extrai a
fibra têxtil para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. É produtora
fibra têxtil para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. É produtora
de sementes oleaginosas
de sementes oleaginosas muito utilizada em culinária (o óleo de linhaça é rico emmuito utilizada em culinária (o óleo de linhaça é rico em Ómega 3, Ómega 6 e Ómega 9) onde é consumida com casca
Ómega 3, Ómega 6 e Ómega 9) onde é consumida com casca e a sua farinha ée a sua farinha é
utilizada para cataplasmas de papas, usada para fins medicinais e também usado
utilizada para cataplasmas de papas, usada para fins medicinais e também usado
na indústria de cosméticos.
na indústria de cosméticos.
HISTÓRIA
HISTÓRIA
Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela 1ª vez as
Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela 1ª vez as
fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem quando a planta começou a
fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem quando a planta começou a
ser cultivada.
ser cultivada. A fibra que foi descoberta há mais de 8.000 a.C, conforme registros A fibra que foi descoberta há mais de 8.000 a.C, conforme registros
históricos, teve seu uso constatado até em construções de moradias
históricos, teve seu uso constatado até em construções de moradias
pré-históricas.
históricas.
Há 2.500 anos antes de Cristo o linho era cultivado no Egito
-Há 2.500 anos antes de Cristo o linho era cultivado no Egito - as múmias egípciasas múmias egípcias
eram enroladas em tecido de puro linho e tinha o significado de luz e pureza – a
eram enroladas em tecido de puro linho e tinha o significado de luz e pureza – a
tumba do faraó Ramessés II; morto em 1213 AC foi descoberta em 1881 DC, e o
tumba do faraó Ramessés II; morto em 1213 AC foi descoberta em 1881 DC, e o
linho que envolvia a múmia estava em perfeito estado de conservação – após
linho que envolvia a múmia estava em perfeito estado de conservação – após
3.000 anos.
3.000 anos. NNo Livro de Moisés refere-se à perda de uma colheita de linho comoo Livro de Moisés refere-se à perda de uma colheita de linho como
uma “praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das populações. O linho
uma “praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das populações. O linho
vem também mencionado no Velho Testamento. As cortinas e o Véu do
vem também mencionado no Velho Testamento. As cortinas e o Véu do
Tabernáculo e as Vestes de Arão como oficiante, eram em “linho fino retorcido”. A
Tabernáculo e as Vestes de Arão como oficiante, eram em “linho fino retorcido”. A
túnica de Cristo era de linho sem costuras.
A planta aparece, posteriormente, em certas regiões da Grécia Continental,
A planta aparece, posteriormente, em certas regiões da Grécia Continental,
onde o linho foi igualmente um dos mais importantes têxteis. No território que veio
onde o linho foi igualmente um dos mais importantes têxteis. No território que veio
a ser Portugal, o cultivo do linho e a sua utilização têxtil provém, dos tempos
a ser Portugal, o cultivo do linho e a sua utilização têxtil provém, dos tempos
pré-históricos. Em certas jazidas da província de Almeria que remontam a 2.500 AC,
históricos. Em certas jazidas da província de Almeria que remontam a 2.500 AC,
encontraram cápsulas de linhaça, e numa “sepultura”, situada numa propriedade
encontraram cápsulas de linhaça, e numa “sepultura”, situada numa propriedade
particular junto das Caldas de Monchique, no Algarve (Portugal), considerada da
particular junto das Caldas de Monchique, no Algarve (Portugal), considerada da
1.ª fase do bronze mediterrâneo peninsular, recolheu-se um pequeno farrapo de
1.ª fase do bronze mediterrâneo peninsular, recolheu-se um pequeno farrapo de
linho (2.500 AC). Estes
linho (2.500 AC). Estes fatos não só provam que o fatos não só provam que o linho era já então cultlinho era já então cultivado eivado e
utilizado mas indicam, pela perfeição do seu fabrico, um longo desenvolvimento
utilizado mas indicam, pela perfeição do seu fabrico, um longo desenvolvimento
anterior. Foi também muito difundido através da expansão do Império Romano no
anterior. Foi também muito difundido através da expansão do Império Romano no
período das Cruzadas.
período das Cruzadas.
AS ZONAS DE PLANTIO
AS ZONAS DE PLANTIO
Encontram-se hoje em dia em sua maior parte na Europa. A Bélgica e os
Encontram-se hoje em dia em sua maior parte na Europa. A Bélgica e os
Países Baixos fornecem as melhores qualidades de linho. Qualidades
Países Baixos fornecem as melhores qualidades de linho. Qualidades
insuperáveis obtêm-se na Bélgica, na região do rio Lys, como o linho Courtai.
insuperáveis obtêm-se na Bélgica, na região do rio Lys, como o linho Courtai.
Os maiores produtores, por ordem decrescente, são: China, Rússia, Ucrânia, Os maiores produtores, por ordem decrescente, são: China, Rússia, Ucrânia, França, Holanda, Bélgica, Egito, República Checa e Lituânia.
França, Holanda, Bélgica, Egito, República Checa e Lituânia.
TIPOS
TIPOS
Plantam-se três tipos de linho:
Plantam-se três tipos de linho:
Linho de fibras (linho para debulhar), para a obtenção deLinho de fibras (linho para debulhar), para a obtenção de
fibras têxteis;
fibras têxteis;
Da semente, para a obtenção dDa semente, para a obtenção de óleo de linhaça;e óleo de linhaça;
Linho de cruzamento, conseguido pelo cruzamento do linho deLinho de cruzamento, conseguido pelo cruzamento do linho de
f
fiibbrraas s ccoomm
óleo foi desenvolvido para
óleo foi desenvolvido para dar um rendimento suficiente dar um rendimento suficiente de fibras e óleo. de fibras e óleo. AA
fibra contudo, ainda não satisfaz as esperanças nela depositadas pela
fibra contudo, ainda não satisfaz as esperanças nela depositadas pela
indústria.
Para que o feixe de fibras não sofra interrupção, baixando assim o valor da fibra
Para que o feixe de fibras não sofra interrupção, baixando assim o valor da fibra
para a fiação, é indispensável cuidar para que o talo não se ramifique.
para a fiação, é indispensável cuidar para que o talo não se ramifique.
Consegue-se isso mediante a semeadura compacta. Os talos têm uma altura
Consegue-se isso mediante a semeadura compacta. Os talos têm uma altura
aproximada de 50 a 100 cm; o comprimento mais comum é 80 cm, com
aproximada de 50 a 100 cm; o comprimento mais comum é 80 cm, com
ramificação na parte superior. Das flores, de cor azul-claro, desenvolvem-se
ramificação na parte superior. Das flores, de cor azul-claro, desenvolvem-se
cápsulas de sementes com cinco lojas ou células. A semente muito oleosa, chata
cápsulas de sementes com cinco lojas ou células. A semente muito oleosa, chata
e arredondada tem um diâmetro aproximadamente de 2 mm.
e arredondada tem um diâmetro aproximadamente de 2 mm.
O interesse principal está na obtenção de óleo de linho. A planta baixa
O interesse principal está na obtenção de óleo de linho. A planta baixa
ramifica-se muito, origina mais flores, produzindo assim
ramifica-se muito, origina mais flores, produzindo assim maior quantidade demaior quantidade de
sementes de óleo. A extração de fibras é desprezada.
sementes de óleo. A extração de fibras é desprezada.
ESTRUTURA DA FIBRA
ESTRUTURA DA FIBRA
Entre a casca e o lenho encontra-se a zona de filaça, formada de feixes
Entre a casca e o lenho encontra-se a zona de filaça, formada de feixes
de filaça. Os feixes consistem num grande númer
de filaça. Os feixes consistem num grande número de fibras individuais ( fibraso de fibras individuais ( fibras
elementares ou células de filaça), com comprimento aproximado de 25 mm. As
elementares ou células de filaça), com comprimento aproximado de 25 mm. As
fibras individuais são unidas entre si e com as partes vizinhas da planta pela cola
fibras individuais são unidas entre si e com as partes vizinhas da planta pela cola
vegetal (pectina).
vegetal (pectina).
O linho dá-se bem em climas temperados. A
O linho dá-se bem em climas temperados. A planta dura um ano e éplanta dura um ano e é
semeada logo no início da primavera. Após o período de crescimento de
semeada logo no início da primavera. Após o período de crescimento de
aproximadamente cem dias, pode-se começar a colheita.
aproximadamente cem dias, pode-se começar a colheita.
O CULTIVO
De uma maneira geral pode dizer-se que a planta dá-se bem em quase
De uma maneira geral pode dizer-se que a planta dá-se bem em quase
todos os climas. No entanto prefere os terrenos silico-argilosos, de solo profundo,
todos os climas. No entanto prefere os terrenos silico-argilosos, de solo profundo,
de consistências médias, frescas e permeáveis à água. Como a duração do seu
de consistências médias, frescas e permeáveis à água. Como a duração do seu
ciclo vegetativo é muito curta, a planta deve absorver rapidamente os elementos
ciclo vegetativo é muito curta, a planta deve absorver rapidamente os elementos
minerais: Os solos frescos e ricos são-lhe altamente convenientes e nos terrenos
minerais: Os solos frescos e ricos são-lhe altamente convenientes e nos terrenos
pobres, os processos de adubação devem ser cuidadosamente aplicados.
pobres, os processos de adubação devem ser cuidadosamente aplicados.
A colheita é manual, arrancada pela raiz, a fim de se aproveitar todo o
A colheita é manual, arrancada pela raiz, a fim de se aproveitar todo o
comprimento dos caules, formando-se em mancheias (pequenos molhos) com a
comprimento dos caules, formando-se em mancheias (pequenos molhos) com a
parte da semente toda para o mesmo lado. Inicia-se quando o talo está
parte da semente toda para o mesmo lado. Inicia-se quando o talo está
amarelo-maduro, isto é, quando o terço inferior do talo ficou amarelo e ele esta
maduro, isto é, quando o terço inferior do talo ficou amarelo e ele esta
perfeitamente redondo por fora. Na maturação total as sementes alcançam plena
perfeitamente redondo por fora. Na maturação total as sementes alcançam plena
maturidade.
maturidade.
Neste estado, porém, o talo fornece uma fibra de pouquíssimo valor na
Neste estado, porém, o talo fornece uma fibra de pouquíssimo valor na
fiação. Para o colher, arranca-se do solo o talo juntamente com as raízes. É a
fiação. Para o colher, arranca-se do solo o talo juntamente com as raízes. É a
colheita do linho. Graças a um trabalho manual são executados pequenos feixes.
colheita do linho. Graças a um trabalho manual são executados pequenos feixes.
Hoje já existem máquinas para colher. Obtém-se a secagem e a maturação final
Hoje já existem máquinas para colher. Obtém-se a secagem e a maturação final
das sementes colocando-se os talos, reunidos em feixes, no campo onde formam
das sementes colocando-se os talos, reunidos em feixes, no campo onde formam
montes chamados de capelas.
montes chamados de capelas.
A RIPAGEM
A RIPAGEM
O linho é depois sujeito a uma operação que se chama ripagem com o
O linho é depois sujeito a uma operação que se chama ripagem com o
objetivo de separar a baganha (película que envolve algumas sementes).
objetivo de separar a baganha (película que envolve algumas sementes).
Seguidamente é posta a secar ao sol para serem extraídas as sementes. Com
Seguidamente é posta a secar ao sol para serem extraídas as sementes. Com
pancadas verticais, faz-se passar por entre os dentes do ripanço (dispositivo para
pancadas verticais, faz-se passar por entre os dentes do ripanço (dispositivo para
ripar) o topo das plantas. As cápsulas, bem fechadas e rijas, saltam para o chão.
ripar) o topo das plantas. As cápsulas, bem fechadas e rijas, saltam para o chão.
Hoje em dia, existem as máquinas ripadoras, fazendo em parte o trabalho:
As cápsulas são postas 4 a 5 dias ao sol, para amadurecerem e, desta forma
As cápsulas são postas 4 a 5 dias ao sol, para amadurecerem e, desta forma
saírem as sementes (linhaça), que serão guardadas num saco de “panolar”, para o
saírem as sementes (linhaça), que serão guardadas num saco de “panolar”, para o
ano seguinte.
ano seguinte.
CURTIMEN
CURTIMEN
TA
TA
OU MACERAÇÃO
OU MACERAÇÃO
Depois do linho apanhado e ripado tem que ser enlagado. A curtimenta é
Depois do linho apanhado e ripado tem que ser enlagado. A curtimenta é
uma das operações mais importantes. A cola vegetal que une a camada de fibras
uma das operações mais importantes. A cola vegetal que une a camada de fibras
com os tecidos da casca do lenho é removida para que as fibras possam ser
com os tecidos da casca do lenho é removida para que as fibras possam ser
retiradas. Uma maceração excessivamente longa destruiria em parte a cola entre
retiradas. Uma maceração excessivamente longa destruiria em parte a cola entre
as fibras, o que prejudicaria a resistência destas. Há vários métodos de
as fibras, o que prejudicaria a resistência destas. Há vários métodos de
maceração:
maceração:
Maceração por orvalho
Maceração por orvalho
Os talos do linho são espalhados em camada fina em um prado ou campo. O
Os talos do linho são espalhados em camada fina em um prado ou campo. O
orvalho e a chuva fazem com que se formem cogumelos de tamanho microscópico
orvalho e a chuva fazem com que se formem cogumelos de tamanho microscópico
que irão decompor a cola vegetal. No momento em que se verifica, após acurado
que irão decompor a cola vegetal. No momento em que se verifica, após acurado
o controle, que a cola vegetal foi eliminada em quantidade suficiente,
o controle, que a cola vegetal foi eliminada em quantidade suficiente, interrompe-
interrompe-se o processo. A maceração por orvalho é o método mais simples; exige todavia
se o processo. A maceração por orvalho é o método mais simples; exige todavia
grandes áreas. A sua duração depende das condições climáticas, mas em geral é
grandes áreas. A sua duração depende das condições climáticas, mas em geral é
de quatro semanas.
de quatro semanas.
Maceração com água fria
Maceração com água fria
Coloca-se a palha de linho, atada em feixes, em água a fluxo lento ou mesmo
Coloca-se a palha de linho, atada em feixes, em água a fluxo lento ou mesmo
parada na sua temperatura natural. Para evitar a força ascensional colocam-se
pesos nos feixes que os conservem sempre debaixo da água. Bactérias de
pesos nos feixes que os conservem sempre debaixo da água. Bactérias de
maceração encarregam-se da destruição da cola vegetal. Este processo gasta,
maceração encarregam-se da destruição da cola vegetal. Este processo gasta,
conforme a temperatura da água, uns dez a vinte dias.
conforme a temperatura da água, uns dez a vinte dias.
Maceração em água quente
Maceração em água quente
Também chamada de maceração artificial, em contraste com os dois métodos
Também chamada de maceração artificial, em contraste com os dois métodos
acima mencionados, é executados em bacias de concreto. Aquece-se a água 28
acima mencionados, é executados em bacias de concreto. Aquece-se a água 28
a 30 graus ºC, temperatura propícia para o desenvolvimento de bactérias de
a 30 graus ºC, temperatura propícia para o desenvolvimento de bactérias de
maceração. A maceração requer severa fiscalização, porque tempo muito longo
maceração. A maceração requer severa fiscalização, porque tempo muito longo
de maceração pode prejudicar as fibras. Dura, geralmente, cerca de quatro dias.
de maceração pode prejudicar as fibras. Dura, geralmente, cerca de quatro dias.
A desintegração também é um processo em que a cola vegetal é retirada da fibra
A desintegração também é um processo em que a cola vegetal é retirada da fibra
mas utiliza-se agentes químicos para tal. Cogumelos e bactérias de maceração
mas utiliza-se agentes químicos para tal. Cogumelos e bactérias de maceração
não intervêm. Já se trabalhou muito no desenvolvimento deste processo. Até
não intervêm. Já se trabalhou muito no desenvolvimento deste processo. Até
agora porém, não se conseguiu plena aceitação. A maceração não pode ser feita
agora porém, não se conseguiu plena aceitação. A maceração não pode ser feita
por processo mecânico, pois é um trabalho biológico. Esta operação exige maior
por processo mecânico, pois é um trabalho biológico. Esta operação exige maior
quota das despesas, cerca de dois terços, das despesas com a obtenção de
quota das despesas, cerca de dois terços, das despesas com a obtenção de
fibras.
fibras.
A secagem dos talos que restaram da maceração em água fria ou quente é feita
A secagem dos talos que restaram da maceração em água fria ou quente é feita
de maneira natural, ao ar livre ou artificialmente em secadores mecânicos. Estes
de maneira natural, ao ar livre ou artificialmente em secadores mecânicos. Estes
secadores possibilitam o funcionamento durante todo o ano.
secadores possibilitam o funcionamento durante todo o ano.
A secagem deve ser feita cuidadosamente, e a temperatura do ar seco não
A secagem deve ser feita cuidadosamente, e a temperatura do ar seco não
pode ser muito alta. Excesso de secagem influenciaria a fiabilidade.
pode ser muito alta. Excesso de secagem influenciaria a fiabilidade.
Depois de seco é atado em “maçadoiras” e levado para o seu destino.
Depois de seco é atado em “maçadoiras” e levado para o seu destino.
PREPARANDO AS FIBRAS
PREPARANDO AS FIBRAS
A preparação das fibras do linho para o uso têxtil consiste na separação
A preparação das fibras do linho para o uso têxtil consiste na separação
das fibras lenhosas e das fibras têxteis. Esta operação é feita por processos
das fibras lenhosas e das fibras têxteis. Esta operação é feita por processos
diferentes conforme as regiões. A separação das fibras dos talos macerados
diferentes conforme as regiões. A separação das fibras dos talos macerados
realiza-se em dois processamentos, que na separação mecânica podem ser feitos
realiza-se em dois processamentos, que na separação mecânica podem ser feitos
numa só máquina.
numa só máquina.
Na trituração o linho é quebrado em pequenos pedaços, “aparas”, mediante
Na trituração o linho é quebrado em pequenos pedaços, “aparas”, mediante
a ação perpendicular de uma força sobre o talo. Antigamente a trituração era
a ação perpendicular de uma força sobre o talo. Antigamente a trituração era
manual, mas atualmente usa-se já uma máquina, o triturador de linho.
As aparas, contudo, aderem ainda em grande parte às fibras. À trituração
As aparas, contudo, aderem ainda em grande parte às fibras. À trituração
segue- se a espadelagem. Na espadelagem, o linho quebrado é removido
segue- se a espadelagem. Na espadelagem, o linho quebrado é removido
mediante ao trabalho de cardagem e batidas, feitas no sentido dos talos. No
mediante ao trabalho de cardagem e batidas, feitas no sentido dos talos. No
trabalho manual é feito no espadelador manual e no mecânico mediante a turbina
trabalho manual é feito no espadelador manual e no mecânico mediante a turbina
de espadelagem.
de espadelagem.
No processo mecânico destacam-se mesmo fibrilas dos feixes paralelos de
No processo mecânico destacam-se mesmo fibrilas dos feixes paralelos de
filaça. Estas fibras curtas, desordenadas, formam a estopa de espadelagem. As
filaça. Estas fibras curtas, desordenadas, formam a estopa de espadelagem. As
fibras longas, paralelas, têm o nome de linho espadelado enquanto as fibras
fibras longas, paralelas, têm o nome de linho espadelado enquanto as fibras
curtas são chamadas de estopa espadelada.
A última etapa de todo o processo é a assedagem que consiste na
A última etapa de todo o processo é a assedagem que consiste na
separação das fibras longas, do linho, da estopa, que são mais curtas. A
separação das fibras longas, do linho, da estopa, que são mais curtas. A
assedagem provoca mais um desmanchamento e uma purificação das fibras
assedagem provoca mais um desmanchamento e uma purificação das fibras
paralelas. Essa operação é feita manualmente pelo restelo ou na respectiva
paralelas. Essa operação é feita manualmente pelo restelo ou na respectiva
máquina, chamada espadela. A finalidade da assedagem é desmanchar mais os
máquina, chamada espadela. A finalidade da assedagem é desmanchar mais os
feixes de filaça por meio de agulhas, e deixá-los mais finos. Durante este trabalho
feixes de filaça por meio de agulhas, e deixá-los mais finos. Durante este trabalho
fibras curtas são removidas mediante a penteagem (estopa de assedagem). É
fibras curtas são removidas mediante a penteagem (estopa de assedagem). É
mais fina que a estopa de espadelagem. A fibra longa assedada tem o nome de
mais fina que a estopa de espadelagem. A fibra longa assedada tem o nome de
linho assedado. Pode ser fiada mais
linho assedado. Pode ser fiada mais fina que a estopa fina que a estopa de espedalagem de espedalagem e dee de
assedagem, e os fios apresentam maior resistência.
assedagem, e os fios apresentam maior resistência.
O rendimento da assedagem depende do tipo de linho, conforme se pode
O rendimento da assedagem depende do tipo de linho, conforme se pode
ver no quadro seguinte:
ver no quadro seguinte:
T TIIPPOOS S DDE E LLIINNHHOO LLIINNHHOO ASSEDAD ASSEDAD O O ESTOPA ESTOPA ASSEDADA ASSEDADA RESÍDUOS RESÍDUOS TIPOS BONS TIPOS BONS 5 555%% 4422%% 33%% TIPOS MÉDIOS TIPOS MÉDIOS 4 400%% 55%% 5555%% LINHO TRITURADO LINHO TRITURADO ( NÃO
( NÃO ESPADELADO)ESPADELADO) 2200%% 6600%% 2200%%
CARAC
direção da ponta.
direção da ponta.
S
SUUPPEERRFFÍÍCCIIE E DDA A FFIIBBRRAA LLiissaa..
FINURA
FINURA DA DA FIBRA FIBRA Não Não se se usa usa indicação indicação para para a a finura finura dede
fibras de filaça, porque esta indicação
fibras de filaça, porque esta indicação
não tem importância na técnica de
não tem importância na técnica de
fiação.
fiação.
C
COORR MMaacceerraaççãão o nno o oorrvvaallhhoo: : cciinnzzaa;;
maceração na água: amarelada. Quanto
maceração na água: amarelada. Quanto
mais clara, tanto maior seu valor.
mais clara, tanto maior seu valor.
B
BRRIILLHHO O E E AASSPPEECCTTOO A A ccaallaannddrraaggeem m ddá á à à ssuuppeerrffíícciie e lliissa a ddaa
fibra um aspecto sedoso.
fibra um aspecto sedoso.
C
COONNSSEERRVVAAÇÇÃÃO O DDO O CCAALLOORR RReedduuzziiddaa, , ppooiis s é é bboom m ccoonndduuttoor r dde e ccaalloor r
TOQUE
TOQUE Liso Liso e e frio.frio.
T
TEESSTTE E DDE E CCOOMMBBUUSSTTÃÃOO CChhaamma a uum m ttaanntto o aammaarreellaa, , rrááppiiddaa. . OO
pequeno resíduo de cinzas incandesce
pequeno resíduo de cinzas incandesce
por pouco tempo. Cheiro de papel
por pouco tempo. Cheiro de papel
queimado.
queimado.
T
TEESSTTE E DDE E RROOTTUURRAA EEm m ffiiooss, , ssoom m ccllaarroo; ; aas s ppoonnttaas s dda a rroottuurraa
são longas, rígidas e se destacam.
são longas, rígidas e se destacam.
ALONGAMENTO
ALONGAMENTO Muito pequeno; abaixo do alongamentoMuito pequeno; abaixo do alongamento
do algodão.
do algodão.
R
REESSIISSTTÊÊNNCCIIAA A A sseeccoo: : mmuuiitto o aallttaa, , eem m ffiibbrraas s 335 5 a a 660 0 kkmm,,
em fios de linho 18 a 28 km, em fios de
em fios de linho 18 a 28 km, em fios de
estopa 9 a 16 km.
estopa 9 a 16 km.
A úmido: em fios de linho 130 a 140%
A úmido: em fios de linho 130 a 140%
da resistência a seco.
da resistência a seco.
ELASTICIDADE E RESISTÊNCIA AO
ELASTICIDADE E RESISTÊNCIA AO
AMASSAMENTO
AMASSAMENTO Muito reduzida. A resistência aoMuito reduzida. A resistência aoamassamento amassamento dos fdos fios pode ios pode ser ser
melhorada pelo acabamento ou mistura
melhorada pelo acabamento ou mistura
com outras fibras.
com outras fibras.
C
COOMMPPOOSSIIÇÇÃÃO O QQUUÍÍMMIICCAA LLiinnhho o ((eessppaaddeellaaddoo) ) ccoommppõõee--sse e ddee
80,8% de celulose, 3,8% de pectina,
80,8% de celulose, 3,8% de pectina,
1,5% graxa e cera, 3,9% de substância
1,5% graxa e cera, 3,9% de substância
solúvel em água, e 10% água.
solúvel em água, e 10% água.
D
DEENNSSIIDDAADDEE CCrru u 11,,448 8 gg/ / ccm m ³³; ; aallvveejjaaddo o 11,,555 5 gg/ / ccm m ³³..
H
HIIGGRROOSSCCOOPPIICCIIDDAADDEE AAbbssoorrççãão o dde e uummiiddaadde e qquuaannddo o aa
umidade relativa é 100% até 23% do
umidade relativa é 100% até 23% do
peso seco. Tolerância combinada em
peso seco. Tolerância combinada em
fibras de linho até 12 %, em fios de linho
fibras de linho até 12 %, em fios de linho
12 % e em fios de estopa 12,5%. 12 % e em fios de estopa 12,5%. ABSORÇÃO DE UMIDADE E ABSORÇÃO DE UMIDADE E INTUMESCÊNCIA INTUMESCÊNCIA
Muito alta. A água é otimamente
Muito alta. A água é otimamente
absorvida, mas também liberada
absorvida, mas também liberada
depressa.
depressa.
CAPACIDADE DE SER ALVEJADO E
CAPACIDADE DE SER ALVEJADO E
TINGIDO
LAVABILIDADE E RESISTÊNCIA À
LAVABILIDADE E RESISTÊNCIA À
FERVURA
FERVURA Tecidos de linho resistem à fervura.Tecidos de linho resistem à fervura.Tratamento mecânico muito forte nasTratamento mecânico muito forte nas
máquinas de lavar prejudica a
máquinas de lavar prejudica a
durabilidade dos tecido. Usar alvejante
durabilidade dos tecido. Usar alvejante
não concentrado. A fibra de linho é
não concentrado. A fibra de linho é
sensível a fortes lixívias (água com
sensível a fortes lixívias (água com
cinza para lavagens de roupas). Por
cinza para lavagens de roupas). Por
causa da sua superfície lisa, a fibra de
causa da sua superfície lisa, a fibra de
linho repele a sujeira. Os tecidos são
linho repele a sujeira. Os tecidos são
facilmente laváveis. O linho, desfia
facilmente laváveis. O linho, desfia
pouco.
pouco.
COMPORTAMENTO PARA COM O
COMPORTAMENTO PARA COM O
CALOR
CALOR No calor contínuo a 120ºC, a fibra ficaNo calor contínuo a 120ºC, a fibra ficaamarela, e no calor contínuo de 150ºCamarela, e no calor contínuo de 150ºC
ela decompõe- se.
ela decompõe- se.
T TEEMMPPEERRAATTUURRA A NNO O PPAASSSSAARR 22220 0 a a 224455ººCC, , ddeessdde e qquue e o o tteecciiddo o eesstteejjaa bem umedecido. bem umedecido. P PLLAASSTTIICCIIDDAADDEE MMuuiitto o rreedduuzziiddaa.. E ESSTTAABBIILLIIDDAADDE E DDA A FFOORRMMAA IInnffeerriioor r aao o aallggooddããoo..
COMPORTAMENTO PARA COM
COMPORTAMENTO PARA COM
ÁCIDOS E LIXÍVIAS
ÁCIDOS E LIXÍVIAS Ácidos concentrados atacam a fibra, em Ácidos concentrados atacam a fibra, emespecial o ácido sulfúrico, clorídrico eespecial o ácido sulfúrico, clorídrico e
nítrico. Lixívia forte ataca igualmente a
nítrico. Lixívia forte ataca igualmente a
fibra; lixív
fibra; lixívia fraca não ia fraca não prejudica prejudica a fibra.a fibra.
A ROCA
A ROCA
A roca é uma vara com um bojo numa das extremidades onde se enrola a
A roca é uma vara com um bojo numa das extremidades onde se enrola a
estriga (porção de linho que se põe de cada vez na roca) que se quer fiar.
estriga (porção de linho que se põe de cada vez na roca) que se quer fiar.
A difusão da roca no mundo ocidental deu-se sobretudo a partir da antiguidade
A difusão da roca no mundo ocidental deu-se sobretudo a partir da antiguidade
clássica. De então para cá ela ass
clássica. De então para cá ela assume uma grande importância, adquirindo formasume uma grande importância, adquirindo formas
variadas e ricas conforme as regiões.
variadas e ricas conforme as regiões.
A partir do meio da estriga, é aberta muito suavemente. Os finíssimos fi
A partir do meio da estriga, é aberta muito suavemente. Os finíssimos filamentoslamentos
estão ligados quase por magnetismo. A fiandeira dá uma breve cuspidela sobre as
estão ligados quase por magnetismo. A fiandeira dá uma breve cuspidela sobre as
primeiras fibras que tocam na roca. Com movimentos circulares, o objeto gira na
primeiras fibras que tocam na roca. Com movimentos circulares, o objeto gira na
mão direita. Com a esquerda, a estriga é enrolada levemente na parte mais larga
mão direita. Com a esquerda, a estriga é enrolada levemente na parte mais larga
da roca. Na roca só se põe uma estriga de cada vez.
(instrumento para fiar à roca), a técnica de fiação melhorou consideravelmente.
(instrumento para fiar à roca), a técnica de fiação melhorou consideravelmente.
Para além do rendimento de trabalho aumentar já foi possível obter fios mais finos
Para além do rendimento de trabalho aumentar já foi possível obter fios mais finos
e regulares. Segundo Robert Lowie (Manual d’ Anthropologie), o fuso teria sido
e regulares. Segundo Robert Lowie (Manual d’ Anthropologie), o fuso teria sido
inventado pelos povos do mundo antigo.Carregando a roca com a estriga, a
inventado pelos povos do mundo antigo.Carregando a roca com a estriga, a
fiandeira segura-se com a mão esquerda e com a outra o fuso. Puxa as fibras do
fiandeira segura-se com a mão esquerda e com a outra o fuso. Puxa as fibras do
linho da estriga e enrola-as com o polegar e o indicador da mão esquerda. Com a
linho da estriga e enrola-as com o polegar e o indicador da mão esquerda. Com a
saliva e auxílio dos dentes, umedece e estica o fio para que este fique uniforme.
saliva e auxílio dos dentes, umedece e estica o fio para que este fique uniforme.
O fio assim confeccionado, vai sendo enrolado
O fio assim confeccionado, vai sendo enrolado no fuso com o polegar e indicador no fuso com o polegar e indicador
da mão direita formando assim a maçaroca de fio.
da mão direita formando assim a maçaroca de fio.
O fuso tem a particularidade de ter, na parte de cima, uma ranhura em
O fuso tem a particularidade de ter, na parte de cima, uma ranhura em
espiral de quatro centímetros, para melhor segurar o torcido. Enquanto fia, sobre o
espiral de quatro centímetros, para melhor segurar o torcido. Enquanto fia, sobre o
colo caem-lhe as últimas arestas da planta. Mas, ao fiar, sempre surgem fibras
colo caem-lhe as últimas arestas da planta. Mas, ao fiar, sempre surgem fibras
mais curtas, que vêm alterar a espessura regular do fio. Para evitar esta situação,
mais curtas, que vêm alterar a espessura regular do fio. Para evitar esta situação,
o fio é sempre levado á boca e, com os dentes, é retirado o inoportuno capão.
o fio é sempre levado á boca e, com os dentes, é retirado o inoportuno capão.
Por estas razões, é um fato, o linho, quando retirado do fuso, apresenta-se úmido.
Por estas razões, é um fato, o linho, quando retirado do fuso, apresenta-se úmido.
Quanto mais torcidas as fibras ficarem, mais resistente ficara o fio. Depois de
Quanto mais torcidas as fibras ficarem, mais resistente ficara o fio. Depois de
fiado é sarilhado.
fiado é sarilhado.
ENSARILHAR:
ENSARILHAR: OO fio que está enrolado no fuso, vai passar por outro objeto: ofio que está enrolado no fuso, vai passar por outro objeto: o
sarilho que, seguindo umas voltas inalteráveis, o ordenará em meadas.
sarilho que, seguindo umas voltas inalteráveis, o ordenará em meadas.
A DOBAGEM:
A DOBAGEM: O O fio fio das das meadas meadas tem tem de de ser ser passado a passado a novelos, novelos, quer se quer se destinedestine
à urdidura da teia quer a trama do tecido. A passagem do fio a novelos é feita
à urdidura da teia quer a trama do tecido. A passagem do fio a novelos é feita
através de um aparelho chamado dobadoira.
através de um aparelho chamado dobadoira.
A TECELAGEM
A TECELAGEM
A etapa que se segue é a da tecelagem que inclui a urdidura, colocação da
A etapa que se segue é a da tecelagem que inclui a urdidura, colocação da
teia no tear, e o tecer propriamente dita.
teia no tear, e o tecer propriamente dita.
A URDIDURA:
A URDIDURA: A urdideira é um equipamento com o qual se realiza aA urdideira é um equipamento com o qual se realiza a
urdidura. Permite-nos obter um determinado número de fios têxteis, todos com o
urdidura. Permite-nos obter um determinado número de fios têxteis, todos com o
mesmo comprimento.
mesmo comprimento.
A urdidura envolve também uma série de conhecimentos técnicos e espírito
A urdidura envolve também uma série de conhecimentos técnicos e espírito
de concentração. Só para montar a teia no tear, são precisas três pessoas. Depois
de concentração. Só para montar a teia no tear, são precisas três pessoas. Depois
de urdido numa “urdideira”, o fio que vai constituir a teia é montado no órgão
de urdido numa “urdideira”, o fio que vai constituir a teia é montado no órgão
traseiro do tear. À saída, a teia é cruzada em duas canas vieira – as
traseiro do tear. À saída, a teia é cruzada em duas canas vieira – as
encruzadeiras, seguindo para os liços (agrupados dois a dois), sendo a sua
encruzadeiras, seguindo para os liços (agrupados dois a dois), sendo a sua
passagem alternada em cada liço: um fio da
passagem alternada em cada liço: um fio da teia passa pelo liço traseiro e o teia passa pelo liço traseiro e o outrooutro
pelo liço dianteiro. Enfiada nos liços, a teia passa pelo pente (constituído por
lâminas de bambú) e por pequenos
lâminas de bambú) e por pequenos orifícios chamados puas. Finalmente, os fiosorifícios chamados puas. Finalmente, os fios
da teia são presos ao órgão dianteiro. Os pedais ou “prumideiras” são fixos ao
da teia são presos ao órgão dianteiro. Os pedais ou “prumideiras” são fixos ao
chão numa extremidade, e presos aos liços respectivos. Montada a teia, coloca-se
chão numa extremidade, e presos aos liços respectivos. Montada a teia, coloca-se
o tempereiro para manter a teia à mesma distância nas ourelas.
o tempereiro para manter a teia à mesma distância nas ourelas.
Este trabalho é realizado de pé, encostada ao descanso do tear – cedoura ou
Este trabalho é realizado de pé, encostada ao descanso do tear – cedoura ou
banco. O algodão ou o linho da trama é na “dobadoira” e colocado num “caneleiro”
banco. O algodão ou o linho da trama é na “dobadoira” e colocado num “caneleiro”
para encher a “canela” que colocada na “lançadeira”. A cada passagem da trama
para encher a “canela” que colocada na “lançadeira”. A cada passagem da trama
há troca de liços (através do pedais). Estes movimentos repetem-se até concluir a
há troca de liços (através do pedais). Estes movimentos repetem-se até concluir a
tecedura.
tecedura.
O TEAR:
O TEAR: Dum modo geral, os teares eram simples e constituídos por Dum modo geral, os teares eram simples e constituídos por
homens habilidosos que utilizavam madeira de castanho, til ou pinho da terra.
homens habilidosos que utilizavam madeira de castanho, til ou pinho da terra.
Os teares eram compostos por:
Os teares eram compostos por:
- Duas prumideiras (pedais)
- Duas prumideiras (pedais)
- Dois órgãos de enrolar o fio e de enrolar o tecido;
- Dois órgãos de enrolar o fio e de enrolar o tecido;
- As apanhas;
- As apanhas;
- Os liços;
- Os liços;
- A queixa por onde passa o fio;
- A queixa por onde passa o fio;
- O pente; - O pente; - As carrilhas; - As carrilhas; - Duas pombinhas; - Duas pombinhas; - Duas varinhas; - Duas varinhas; - A chave do tear; - A chave do tear; - Os prumos; - Os prumos; - Dormentes. - Dormentes.
EMPREGO DO LINHO E A
EMPREGO DO LINHO E A
PRODUÇ
PRODUÇ
ÃO NO
ÃO NO
BRASIL
BRASIL
Os fios de linho são usados na confecção de roupa de cama, roupa de
Os fios de linho são usados na confecção de roupa de cama, roupa de
mesa, lenços, panos para enxugar copos e louças, e tecidos para roupa em geral.
mesa, lenços, panos para enxugar copos e louças, e tecidos para roupa em geral.
Além disso, como brim, para colchões, panos para velas e retrós de máxima
Além disso, como brim, para colchões, panos para velas e retrós de máxima
resistência. Os tecidos de linho e meio linho reconhecem-se pelas marcas de
resistência. Os tecidos de linho e meio linho reconhecem-se pelas marcas de
qualidade.
qualidade.
Mais vale as normas do MCE (Mercado Comum Europeu) e a lei quanto a
O cultivo, assim como o processo de produção da fibra, é muito caro, o que faz O cultivo, assim como o processo de produção da fibra, é muito caro, o que faz com que o tecido tenha um custo elevado. Para solucionar esse problema as com que o tecido tenha um custo elevado. Para solucionar esse problema as indústrias têxteis produzem a fibra de linho misturada a outras fibras tais como: o indústrias têxteis produzem a fibra de linho misturada a outras fibras tais como: o algodão e a viscose; sem perder as suas características; além disso o linho recebe algodão e a viscose; sem perder as suas características; além disso o linho recebe um banho de resina, dando a ele um aspecto de encerado que faz com que o
um banho de resina, dando a ele um aspecto de encerado que faz com que o tecido amasse menos.
tecido amasse menos.
A indústria de linho floresceu na Europa no século XVIII. No século XIX, a fi A indústria de linho floresceu na Europa no século XVIII. No século XIX, a fibrabra
longa de linho foi ultrapassada pelo algodão como fibra de maior consumo, longa de linho foi ultrapassada pelo algodão como fibra de maior consumo, enquanto que a fibra curta foi substituída em grande parte pela juta.
enquanto que a fibra curta foi substituída em grande parte pela juta.
Durante o século XIX, foi utilizado para a confecção de roupas íntimas e só á partir Durante o século XIX, foi utilizado para a confecção de roupas íntimas e só á partir do século XX , tornou-se popular para blusas, paletós, saias, calças e outras
do século XX , tornou-se popular para blusas, paletós, saias, calças e outras peças do vestuário.
peças do vestuário. Atualmente no Brasil
Atualmente no Brasil o único produtor de linho para os mercados de moda eo único produtor de linho para os mercados de moda e decoração é o Linifício Leslie
decoração é o Linifício Leslie Fundado em 1951 pelo inglês EFundado em 1951 pelo inglês Ezra Leslie Schama,zra Leslie Schama, teve inicialmente a produção voltada para a fabricação de tecidos de linho para teve inicialmente a produção voltada para a fabricação de tecidos de linho para roupa masculina. Na década de 60, expandiu com a produção de fios mais roupa masculina. Na década de 60, expandiu com a produção de fios mais grossos para estabelecer-se no mercado de decoração.
grossos para estabelecer-se no mercado de decoração.
No final dos anos 50 a empresa optou pela não dependência da importação de No final dos anos 50 a empresa optou pela não dependência da importação de fibra de linho, sua principal matéria prima, e
fibra de linho, sua principal matéria prima, e iniciou o cultivo de linho em terrasiniciou o cultivo de linho em terras próprias, localizadas em Santa Catarina. Manteve assim o suprimento exclusivo próprias, localizadas em Santa Catarina. Manteve assim o suprimento exclusivo de fibra nacional até meados dos anos 90, quando ficou mais vantajoso importá-la. de fibra nacional até meados dos anos 90, quando ficou mais vantajoso importá-la. Atualmente a fibra é importada da França e da Bélgica, o que resulta em 240 mil Atualmente a fibra é importada da França e da Bélgica, o que resulta em 240 mil
metros de tecidos de linho produzidos por mês. metros de tecidos de linho produzidos por mês.
A fibra de linho importada, ao chegar à fábrica, passar por um período de A fibra de linho importada, ao chegar à fábrica, passar por um período de
aclimatação para absorver umidade. Em seguida é penteada e conduzida por aclimatação para absorver umidade. Em seguida é penteada e conduzida por passadores de fiação afinando ainda mais as fibrilhas e formando fitas que são passadores de fiação afinando ainda mais as fibrilhas e formando fitas que são sucessivamente sobrepostas e estiradas para obter a regularidade nos fios. Os sucessivamente sobrepostas e estiradas para obter a regularidade nos fios. Os resíduos da fibra são todos reaproveitados. O Frio é urdido, tecido e acabado na resíduos da fibra são todos reaproveitados. O Frio é urdido, tecido e acabado na fábrica. Este trabalho resulta em um tecido leve de puro linho sem defeitos
fábrica. Este trabalho resulta em um tecido leve de puro linho sem defeitos
O Linifício Leslie produz diferentes titulagens de fios, tece e acaba todos os seus O Linifício Leslie produz diferentes titulagens de fios, tece e acaba todos os seus tecidos na fábrica do Rio de Janeiro. Atualmente a empresa exporta 50% de sua tecidos na fábrica do Rio de Janeiro. Atualmente a empresa exporta 50% de sua produção.
produção.
DICAS DE MANUTENÇÃO PARA O USO
O linho deve ser lavado preferencialmente à seco. No entanto não há muito O linho deve ser lavado preferencialmente à seco. No entanto não há muito mistério para lavagem caseira. É um tecido que pode ser facilmente lavado com mistério para lavagem caseira. É um tecido que pode ser facilmente lavado com sabão neutro.
sabão neutro.
Nunca deve ser deixado de moho, deve ser bem enxaguado e centrifugado, porém Nunca deve ser deixado de moho, deve ser bem enxaguado e centrifugado, porém jamais torcido. Para secar é importante deixar
jamais torcido. Para secar é importante deixar à sombra e estendido.à sombra e estendido.
Não misture com produtos que contenham cloro, pois pode amarelar a roupa. Para Não misture com produtos que contenham cloro, pois pode amarelar a roupa. Para as roupas delicadas coloque-as dentro de uma fronha antes da máquina de lavar. as roupas delicadas coloque-as dentro de uma fronha antes da máquina de lavar. Enxágüe bem para evitar manchar oxidadas.
Enxágüe bem para evitar manchar oxidadas.
Estofados de linho necessitam apenas de uma escovada e aspirador para a Estofados de linho necessitam apenas de uma escovada e aspirador para a
limpeza. No caso das cortinas, estofados e carpetes é melhor optar pela lavagem limpeza. No caso das cortinas, estofados e carpetes é melhor optar pela lavagem a seco.
FIBRAS TÊXTEIS
FIBRAS TÊXTEIS - volume I - volume I / Pedro Pita/ Pedro Pita Curso Técnico Têxtil
Curso Técnico Têxtil / Erhardt / / Erhardt / Blümcke / MäBlümcke / Märklinrklin
Manual de Engenharia Têxtil - Volume I Manual de Engenharia Têxtil - Volume I Mário de Araújo
Mário de Araújo / / E. M. E. M. de Melo e de Melo e CastroCastro
http://www.espigueiro.pt/destaque_semanal/35f4a8d465e6e1edc05f3d8ab658c551 http://www.espigueiro.pt/destaque_semanal/35f4a8d465e6e1edc05f3d8ab658c551 .html .html http://www.cm-calheta-madeira.com/historia-linho.htm http://www.cm-calheta-madeira.com/historia-linho.htm http://www.eb1-porto-n38.rcts.pt/linho/ http://www.eb1-porto-n38.rcts.pt/linho/ http://www.almanaquedocampo.com.br/imagens/files/%C3%93leo%20de%20Linha http://www.almanaquedocampo.com.br/imagens/files/%C3%93leo%20de%20Linha %C3%A7a%20linho.pdf %C3%A7a%20linho.pdf http://www.fashionbubbles.com/moda/linho-antigos-tecidos-historia/ http://www.fashionbubbles.com/moda/linho-antigos-tecidos-historia/ http://www.leslie.com.br/pt/empresa.html http://www.leslie.com.br/pt/empresa.html http://www.acija.org.br/index.php? http://www.acija.org.br/index.php? option=com_content&view=article&id=177:jacarepagua-tem-a-unica-fabrica-de-linho-do-brasil&catid=1:latest-news linho-do-brasil&catid=1:latest-news http://www.texbrasildecor.com.br/empresadetalhe.asp?C%C3%B3digo=13 http://www.texbrasildecor.com.br/empresadetalhe.asp?C%C3%B3digo=13 http://www.citeve.pt/html-cache/writedoc__q1id_obj_--_3D2425229__-- _3D_idc0_--_3D64__--_3D_idc1_-- _3D_idc0_--_3D64__--_3D_idc1_--_3D35__--_3D_idc2_--_3D0__--_3D_l_-- _3D35__--_3D_idc2_--_3D0__--_3D_l_-- _3DPT__q20__q30__q41__q5.htm _3DPT__q20__q30__q41__q5.htm