• Nenhum resultado encontrado

URBANIZAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ NO PERÍODO DE 1991, 2000 E 2010

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "URBANIZAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ NO PERÍODO DE 1991, 2000 E 2010"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

1 URBANIZAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DO OESTE DO PARANÁ NO PERÍODO DE

1991, 2000 E 2010

Jéssica Karoline Misael (Unioeste) jessicakmisael@hotmail.com

Katia Fabiane Rodrigues (Unioeste) kafrodrigues@yahoo.com.br

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo analisar a urbanização nos municípios do Oeste do Paraná no período de 1991 a 2010. Para atender os objetivos, foi apontado o processo de ocupação e urbanização da região, bem como uma análise descritiva com base no grau de urbanização. Como corolário, constatou-se, altos níveis de urbanização em poucos municípios nos três anos analisados, com destaque para Cascavel e Foz do Iguaçu.

Palavras-chave: Economia Regional. Distribuição Espacial. Urbanização.

Área Temática: Desenvolvimento Econômico, Regional, Rural e de Empreendimentos Locais.

1 Introdução

O campo e a cidade apresentaram mudanças a partir da segunda metade do século XX no Brasil, mediante os processos de industrialização e urbanização, tendo como consequência, uma reestruturação na produção, na divisão do trabalho e nas tecnologias (HESPANHOL, 2013). O descolamento da população rural para áreas urbanas em busca de melhores oportunidades é intensificado pela industrialização, apresentando uma relação entre o emprego e o crescimento urbano (SANTOS, 1978).

Inicialmente as atividades da região Oeste do Paraná eram basicamente extrativistas e a população concentrava-se em áreas rurais, com o passar do tempo, além das transformações nas bases produtivas, houve também uma mudança na configuração espacial da população, que passou de rural para urbana. Durante o século XX, o Oeste do Paraná passou por profundas modificações no âmbito da ocupação e evolução das atividades produtivas que influenciaram a organização espacial do meio rural e urbano.

A colonização da região Oeste Paranaense ocorreu efetivamente a partir de 1930 devido à crise do setor cafeeiro, nesse período o país passou por mudanças econômicas que

(2)

2 exigiram a interiorização dos trabalhadores a fim de expandir a agricultura e a pecuária. Nesse momento, por meio de políticas nacionalistas o governo de Getúlio Vargas procurou fortalecer e unificar todas as regiões do país, a fim de estimular os demais setores da economia e proteger os territórios de fronteira, para tal instituiu a Marcha para Oeste. Posteriormente, outro fato que influenciou a região Oeste, foi a modernização tecnológica que ocorreu a partir de 1970 e favoreceu o aumento da produtividade e alterações na ocupação (GREGORY, 2008).

Diante desse cenário, notou-se também na década de 1970 a inversão da população rural e urbana, as populações nas áreas rurais diminuíram ao passo que a população urbana aumentou em 12,5% no período. Ressalta-se que, entre as décadas de 1990 e 2000, o grau de urbanização continuou aumentando, sendo que somente em 2000, a região Oeste tinha 82% da população no meio urbano (IPARDES, 2003).

A urbanização está associada à localização e concentração das atividades econômicas no espaço, tal condição reflete um cenário de desigualdades sociais e econômicas entre as regiões. A identificação do padrão de distribuição das atividades contribui para uma compreensão melhor da realidade econômica da região analisada, possibilitando a criação de políticas que minimizem as desigualdades regionais desenvolvidas no processo de ocupação (MARTINS et al., 2012). Portanto, a discussão em torno das mudanças na distribuição espacial da produção, envolve as transformações ocorridas no processo produtivo, bem como na tendência de concentração regional de tais atividades (MARTINS et al., 2012).

Dessa forma, objetivo geral deste trabalho é analisar o processo de urbanização nos municípios da mesorregião Oeste do Paraná, no período de 1991, 2000 e 2010. Para tanto, o presente trabalho está divido em cinco seções, além da introdução, a seção dois trata do referencial da pesquisa, a seção três aborda a metodologia, a seção quatro apresenta os resultados e discussões e por fim, a última seção, ocupa-se das considerações finais da pesquisa.

2 Referencial teórico

Conforme aparece no Mapa 1, o Oeste do Paraná é composto por 50 municípios e 3 microrregiões (Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu), possui fronteira com o Paraguai, Argentina, Mato Grosso do Sul e as regiões Noroeste e Centro-Ocidental do país. Esta região

(3)

3 foi palco de disputas entre portugueses, espanhóis e indígenas, ao passo que sua colonização ocorreu somente após 1930, com as políticas nacionalistas do governo de Getúlio Vargas.

Mapa 1 – Região Oeste do Paraná.

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da base cartográfica do IBGE (2010).

Conforme Peris (2002), afirma o Oeste do Paraná passou por três fases no processo de formação: a primeira etapa compreendeu o período entre 1514-1853, momento caracterizado por disputas entre espanhóis e portugueses. Logo depois houve, o estabelecimento e a demarcação das divisas entre as fronteiras do Brasil e da Argentina, até a criação da província do Paraná em 1853. A segunda etapa compreendeu o período de 1853 a 1946, em que ocorreu a ocupação do Oeste do Paraná pelos Obrageiros Argentinos, a “Marcha para o Oeste” e a chegada dos primeiros colonizadores. A terceira etapa, ocorreu a partir de 1946, quando a região Oeste Paranaense foi colonizada por empresas profissionais.

Apesar da fertilidade das terras, em 1910 a agricultura ainda era pouco desenvolvida, o plantio ocorria apenas para o consumo da mão de obra empregada na extração e transporte dos produtos nativos. Na década de 1920, segundo Nadalin (2001), ocorreu uma pequena alteração no plantio, pois foram estabelecidas pequenas propriedades familiares rurais com a entrada de imigrantes alemães e italianos.

Para Gregory (2008), a partir de 1930, o cenário brasileiro passou por um período de mudanças econômicas, que exigiu a interiorização dos trabalhadores agrícolas em busca de

(4)

4 novas terras, para expandir a agricultura e a pecuária. Durante o século XX, a economia brasileira passou por turbulências, visto que estava baseada no setor cafeeiro e direcionada ao mercado internacional, portanto, foi afetada gravemente com a crise externa.

Neste momento, havia a necessidade de estimular os demais setores da economia, o que exigiu articulações do governo, desse modo, o governo Vargas, procurou fortalecer e integrar o Estado, mediante à ocupação dos territórios de fronteiras nacionais, incluindo a região do Oeste Paranaense. Nesse momento, foi desenvolvido o programa “Marcha Para o Oeste”, com o objetivo de ocupar todo o território brasileiro (GREGORY, 2008). A “Marcha Para o Oeste” é descrita por Wachowicz (1987), como o desvendamento do sertão:

Para os teóricos da marcha para o oeste, bandeirar significava abrir caminhos, expandir-se, tomar a vanguarda. Na prática, isto significa renovar o gosto pelo sertão, deslocar-se para o oeste. Para esses teóricos, bandeirar no século XX era horizontalizar quistos étnicos, econômicos e sociais, mas sem suprimir a hierarquia. Bandeirar era fazer os brasileiros circularem para o oeste, a fim de que todos, de uma forma ou de outra, estivessem presentes no grande todo (WACHOWICZ, 1987, p. 142-143).

Quando a Marcha para Oeste ocorreu em 1930, a região ainda era dominada pelos obrageiros, no entanto após a decadência da erva-mate, as Obrages encontravam-se enfraquecidas. Para compensar o declínio na produção do mate, era necessário expandir a exploração da madeira adentrando-se ao Leste, tal expansão acabou por encarecer a produção da madeira e aumentou os custos de transporte. Assim, quando surgiram as políticas nacionalistas, os governantes encontram as obrages em declínio, facilitando a implantação do nacionalismo na região (WACHOWICZ, 1987). Ressalta-se, que as ações de Vargas deram seguimento à extração da madeira, além de introduzir a exploração agrícola da terra no Oeste Paranaense.

Outro fato importante desse período foi o processo de ocupação por empresas colonizadoras, direcionadas às atividades exploratórias e imobiliárias (IPARDES, 2004). Corroborando, Wachowicz (1987), aponta que o modelo de pequena propriedade dava início a uma nova etapa de ocupação da região, que deu fim as obrages e cedeu espaço ao pequeno e médio proprietário rural e aos colonos migrantes do Paraná, Santa Catarina e Rio grande do Sul, que substituíram os mensus paraguaios.

A partir de 1935 o Estado foi autorizado a vender suas terras, pois a frente colonizadora do setor público estava incumbida de realizar os loteamentos, enquanto o setor privado se ocuparia da frente de colonização. Nesse caso, o setor privado foi mais eficiente

(5)

5 nos projetos de colonização, tendo maior destaque as empresas colonizadoras: Colonizadora Norte do Paraná; Colonizadora Criciúma; Colonizadora Gaúcha Ltda.; Colonizadora Matelândia; Industrial Agrícola Bento Gonçalves; Sociedade Colonizadora União D´Oeste Ltda.; Pinho e Terras Ltda. e a com maior importância a Maripá, Industrial Madeira e Colonizadora Rio Paraná Ltda. (PRIORI et al., 2012).

Em suma, Rippel (1995), corrobora afirmando que a fase de colonização entre as décadas de 1940 e 1950 foi marcada por mudanças na região, pois de um lado a decadência do extrativismo da erva-mate e a madeira e de outro a ampliação da fronteira agrícola. Neste contexto, no começo da década de 50 o Oeste paranaense passou por uma fase de amplo crescimento regional, o que determinou a emancipação dos municípios de Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Guaíra e Guaraniaçu (PIERUCCINI; TSCHÁ; IWAKE, 2003).

Desse modo, Magalhães (2003) aponta que o aumento da produção para comercialização foi impulsionado somente em fins da década de 1950, com os primeiros empenhos para a fundação de um sistema viário. As atividades agrícolas na região possuíam fatores favoráveis, como a fertilidade do solo e a capacidade técnica dos imigrantes colonizadores, o que possibilitou aumentos na renda e uma expansão do comércio da região no período. Com o comércio e as atividades agrícolas em expansão, ocorreu um crescimento da população em áreas rurais e a formação de núcleos urbanos.

Nesse cenário, Pieruccini, Tschá e Iwake (2003) apontam que na década de 1960 houve expansão das atividades agrícolas e da indústria madeireira na região:

Ao iniciar-se a década de 1960, mesmo com o crescimento da indústria madeireira, a base agrícola passou a ser dominante na Região. Esta assumiu, ao longo da década de 1960, o primeiro lugar na produção de milho e criação de suínos no Paraná, diversificando sua produção com a introdução de outras culturas, tais como a mandioca, feijão, trigo, soja e mesmo o café, ainda que em escala bem menos significativa para o contexto microrregional (PIERUCCINI; TSCHÁ; IWAKE, 2003, p. 108).

Assim, a modernização tecnológica que ocorreu no país a partir de 1970, contribuiu para a inserção de insumos, máquinas e equipamentos na produção agrícola, fato que favoreceu o aumento da produtividade e a inclusão de novos produtos, com destaque para produção do milho. Essa evolução tecnológica na agricultura, foi beneficiada pelas políticas agrícolas, criadas pelo governo federal, no qual as modificações foram responsáveis pela redução das propriedades rurais, bem como a diminuição da população dos municípios que

(6)

6 cercavam Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, de modo que esses três municípios se tornaram os maiores centros urbanos da região (PERIS, 2002).

A profunda modernização que ocorreu na década de 70, também foi crucial para fundação de cooperativas na região, com ênfase para a formação dos complexos agroindustriais e a implantação de Frigoríficos de abate e transformação. Além desses ligados ao setor alimentício, surgiram também as indústrias atreladas à construção, madeira e bebidas (PIFFER, 1998). Nesse sentido, o modo de colonização do Oeste, pautado nas pequenas propriedades, atrelada à absorção de tecnologias e proximidade das matérias-primas, contribuiu para a formação da agroindústria na região por meio do cooperativismo (IPEA, 2000).

Para o IPEA (2000), a produção do Oeste correspondia em maiores proporções a produção agrícola e a pecuária. Além disso também se destacou na produção de grãos como soja, trigo e milho. Corroborando o IPARDES (2008) afirma que as produções do Oeste eram baseadas no setor primário, e possuíam como principais atividades a extração da madeira, abate de animais, e a fabricação de óleos. Após a década de 70, a inclusão de novas tecnologias na produção fortaleceu a agropecuária e a indústria na região, reforçando assim a formação da agroindústria pautada no setor primário.

A partir da década de 70, fatos como o início da construção da Usina Hidroelétrica de Itaipu e o desenvolvimento da agricultura moderna, favoreceram a redistribuição populacional da região. Notou-se nesse momento, os primeiros movimentos de expansão da população urbana e a evasão rural na região (IPEA, 2000).

A industrialização e a mecanização agrícola continuaram a alterar o modo de ocupação da região ao longo da década de 1980. No entanto, apesar da intensificação da saída da população rural e crescimento das áreas urbanas durante os anos 70, foi somente após a década de 80 que ocorreu a inversão entre a população rural e urbana, ao ponto que a população urbana superou a rural. Nesse cenário, ressalta-se também que a urbanização do Oeste do Paraná foi expressiva, com o crescimento da população atrelada à urbanização das cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo (OLIVEIRA, 2001).

Após seus primeiros anos de efetiva colonização, a região Oeste do Paraná apresentou crescimentos populacionais significativos, em torno de 4.650% entre as décadas de 1950 e 1970. Na década seguinte, a região apresentou um crescimento de aproximadamente 26%, nesse período houve uma redução da população nas áreas rurais e o aumento de 12,5% ao ano a população nas áreas urbanas. Nas décadas seguintes, o grau de urbanização continuou

(7)

7 amplo, isto porque, o crescimento atingiu aproximadamente 82%, no ano de 2000, no entanto, o Oeste Paranaense ainda possuía uma das maiores extensões de população rural do Paraná, com 11,8% (IPARDES, 2003).

Assim, nos anos 2000, a região Oeste do Paraná estava estruturada em torno dos eixos urbanos formados por Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu, de modo que Cascavel e Toledo se desenvolveram em torno da produção agroindustrial, enquanto Foz do Iguaçu desenvolveu as atividades turísticas e comerciais, devido às fronteiras internacionais (IPEA, 2000).

3 Metodologia

O presente trabalho apresenta os resultados parciais do projeto de iniciação científica intitulado, Urbanização e distribuição espacial das atividades econômicas: uma análise espacial do emprego setorial nos municípios do Oeste do Paraná no período de 1990 a 2013. Esta etapa do trabalho, faz uma revisão do processo de urbanização, com base na discussão histórica e levantamento de dados.

Dessa forma, o trabalho caracteriza-se como uma pesquisa descritiva e tem como área de estudo os municípios da mesorregião Oeste do Paraná, no período entre 1991, 2000 e 2010, conforme aparece no Quadro 1. Para atender os objetivos propostos neste trabalho, foram utilizados os dados secundários pertinente a variável, grau de urbanização, que foi coletada no Instituto Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE.

Quadro 1 – Municípios da mesorregião Oeste do Paraná Municípios

1 – Anahy 18 – Guaraniaçu 35 - Pato Bragado

2 - Assis Chateaubriand 19 – Ibema 36 - Quatro Pontes 3 - Boa Vista da Aparecida 20 - Iguatu 37 – Ramilândia 4 – Braganey 21 - Iracema do Oeste 38 - Santa Helena 5 – Cafelândia 22 – Itaipulândia 39 - Santa Lúcia

6 - Campo Bonito 23 – Jesuítas 40 - Santa Tereza do Oeste 7 - Capitão Leônidas Marques 24 – Lindoeste 41 - Santa Terezinha de Itaipu 8 – Cascavel 25 - Marechal Cândido Rondon 42 - São José das Palmeiras 9 – Catanduvas 26 - Maripá 43 - São Miguel do Iguaçu 10 - Céu Azul 27 – Matelândia 44 - São Pedro do Iguaçu 11 – Corbélia 28 – Medianeira 45 - Serranópolis do Iguaçu 12 - Diamante do Sul 29 – Mercedes 46 - Terra Roxa

(8)

8

14 - Entre Rios do Oeste 31 - Nova Aurora 48 - Três Barras do Paraná 15 - Formosa do Oeste 32 - Nova Santa Rosa 49 - Tupãssi

16 - Foz do Iguaçu 33 - Ouro Verde do Oeste 50 - Vera Cruz do Oeste

17 – Guaíra 34 – Palotina

Fonte: adaptado do IPARDES (2012)

4 Resultados e discussões

Esta seção, aborda alguns resultados da pesquisa com base no grau de urbanização dos municípios do Oeste do Paraná, no período de 1991, 2000 e 2010. Está medida, aponta o percentual da população da área urbana em relação à população total, conforme aparece na Tabela 1.

Moura (2004) destaca que entre 1950 e 2000, houve uma expressiva mudança no grau de urbanização no estado do Paraná, isto porque, em 1950, 95% dos municípios tinham mais da metade da população vivendo no meio rural, já em 2000, somente 29% dos municípios concentravam esse valor e quase 10% já revelavam um grau de urbanização superior a 90%. No entanto, ressalta-se que nesse período os municípios com elevado grau de urbanização, eram os de maior porte e próximos dos centros urbanos ou localizados no litoral, onde conseguiam formar extensões urbanas contínuas. O autor ainda ressalta que as principais aglomerações urbanas estavam ao redor de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e foz do Iguaçu.

Tabela 1 – Grau de urbanização dos municípios do Oeste do Paraná 1991, 2000 e 2010 Municípios Grau de urbanização

1991 Grau de urbanização 2000 Grau de urbanização 2010 Anahy - 54,47 73,35 Assis Chateaubriand 72,56 81,2 87,85

Boa Vista da Aparecida 31,13 54,20 61,94

Braganey 37,39 44,90 59,58

Cafelândia 64,07 76,74 84,22

Campo Bonito 29,24 44,07 58,54

Capitão Leônidas Marques 43,62 67,84 76,75

Cascavel 92,11 93,20 94,36

Catanduvas 37,8 47,44 52,36

Céu Azul 55,08 68,90 76,02

(9)

9

Diamante do Sul - 30,47 40,03

Diamante D'Oeste 31,08 50,84 50,94

Entre Rios do Oeste - 59,83 67,29

Formosa do Oeste 47,56 57,45 65,91 Foz do Iguaçu 98,03 99,22 99,17 Guaíra 75,97 86,81 91,86 Guaraniaçu 33,15 47,24 53,52 Ibema 62,15 75,58 81,45 Iguatu - 54,41 64,37 Iracema do Oeste - 72,21 77,66 Itaipulândia - 54,96 52,53 Jesuítas 43,12 55,00 67,44 Lindoeste 13,64 38,27 44,47

Marechal Cândido Rondon 53,52 76,20 83,61

Maripá - 50,96 57,39 Matelândia 59,93 70,77 72,23 Medianeira 76,48 87,89 89,41 Mercedes - 32,47 48,34 Missal 35,47 47,66 51,75 Nova Aurora 54 66,42 76,18

Santa Tereza do Oeste 54,05 70,06 77,77

Santa Terezinha de Itaipu 82,37 88,74 90,38

São José das Palmeiras 42,08 55,07 62,95

São Miguel do Iguaçu 43,58 58,37 63,97

São Pedro do Iguaçu - 55,01 62,47

Serranópolis do Iguaçu - 40,68 50,83

Terra Roxa 59,52 67,74 76,38

Toledo 76,31 87,49 90,74

Três Barras do Paraná 27,39 41,71 51,55

Tupãssi 60,72 67,6 78,6

Vera Cruz do Oeste 57,86 72,18 76,49

Fonte: IBGE - Censo Demográfico

De modo geral, o grau de urbanização aumentou nos municípios do Oeste do Paraná, entre 1991 e 2010. De acordo com os dados da Tabela 1, os municípios que apresentavam maior grau de urbanização nos anos de 1991 e 2000, foram: Foz do Iguaçu, Cascavel, Santa Terezinha do Itaipu, Medianeira e Toledo. Em 2010, os municípios mais urbanizados, foram, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guaíra, Toledo e Santa Terezinha do Itaipu.

Os dados para o período revelam uma intensificação do processo de urbanização, com destaque para os municípios de Foz do Iguaçu e Cascavel, que apresentaram os maiores valores do período, em outras palavras esses municípios apresentaram um grau superior a

(10)

10 90%, nos três anos de análise. Já os municípios que se destacaram pelo baixo grau de urbanização, aparece Lindoeste em 1991, com 13,64% e Diamante do Sul com 30,47% e 40,03%, em 2000 e 2010, respectivamente.

Ressalta-se que os municípios com maior grau de urbanização, possuem uma estrutura econômica mais dinâmica e diversificada, pois apresentam uma gama de produtos e serviços que não são encontrados no demais municípios. Além disso, os municípios estão interligados com o resto do estado pela existência de importantes rodovias que auxiliam no escoamento da produção (ALVES, et al., 2007).

Em suma, para Alves et al. (2007), o rápido e intenso processo de urbanização da região, acelerou a expansão do setor de serviços urbanos, ao passo, que esta atividade está concentrada nos municípios de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo. Ainda segundo os autores, existem várias particularidades quanto a estrutura produtiva da região Oeste, isto porque a região pode ser dividida entre: os municípios polos (Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Medianeira), os municípios do turismo, ou (municípios lindeiros) e os municípios agrícolas (a periferia da região, que apenas fornece insumos para os municípios polos).

5 Considerações finais

As atividades da região Oeste do Paraná eram basicamente extrativistas e a população concentrava-se em áreas rurais, com o passar do tempo além das transformações nas bases produtivas, houve um expressivo processo de urbanização caracterizado pela inversão entre a população rural e urbana.

Após os primeiros anos da colonização, a mesorregião Oeste apresentou um elevado crescimento populacional, visto que entre 1950 e 1970 a população da região aumentou 4.650%. As décadas seguintes foram marcadas, pelo aumento da população urbana, uma vez que, em 1980 as cidades concentravam 12,5% da população, já entre 1990 e 200, houve um grande salto na concentração de população no espaço urbano, pois somente em 2000, o grau de urbanização atingiu 82%.

A modernização da agricultura e suas consequências, como a formação das agroindústrias e a migração campo-cidade, influenciaram a rápida e intensa urbanização da mesorregião Oeste do Paraná, de modo que, o grau de urbanização tem aumentado nos

(11)

11 últimos anos. Este processo, abriu espaço para o surgimento de cidades polos, como Foz do Iguaçu e Cascavel, que concentram boa parte da população e de bens e serviços da região.

Referências

ALVES, Lucir, et al. "O Continuum: a localização do emprego e a configuração espacial do oeste do Paraná." Revista de História Econômica e Economia Regional Aplicada, Juiz de Fora 1.2 (2006): 24-46.

GREGORY. V. Os eurobrasileiros e o espaço colonial: migrações no Oeste do Paraná (1940-1970). Cascavel: Edunioeste, 2008. (2a. Reimpressão).

HESPANHOL, R. A. M. Campo e cidade, rural e urbano no Brasil contemporâneo. Revista

Mercator, Fortaleza, v. 12, n. 2, p.103-112, set. 2013. Disponível em:

<http://www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/article/viewArticle/1177>. Acesso em: 30 ago. 2015.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA). 2010.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>

Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Relação dos

municípios por região geográfica. Disponível em:

<www.ipardes.gov.br/pdf/.../relacao_mun_regiao_geografica_parana.pdf>

Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Leituras regionais: Mesorregião Geográfica Oeste Paranaense. Curitiba: IPARDES, 2003. 145 p. ___________________________________________________________________. Leituras regionais: Mesorregiões Geográficas Paranaenses. Curitiba: IPARDES, 2004.

____________________________________________________________________. Oeste Paranaense: o 3º espaço relevante: especificidades e diversidades. Curitiba: IPARDES, 2008. 88 p.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Redes urbanas regionais: Sul. Brasília: Ipea, 2000.

MAGALHÃES, Marisa Valle. O Paraná e suas regiões nas décadas recentes: as migrações que também migram. 2003. 216 f. Tese (Doutorado) - Curso de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Faculdade de Ciências Econômicas – UFMG, Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <http://www.cedeplar.ufmg.br/demografia/teses/2003.html>. Acesso em: 17 ago. 2015.

(12)

12 MARTINS, H. E. P.; SOUSA, G. F.; SEVERINO, L. S. M.; CASTRO, Bruna A. C.. Desenvolvimento Regional e Distribuição Espacial das Atividades Produtivas no Brasil: Tendências Recentes do PIB e do Emprego. XII Seminário da Rede Iberoamericana de Pesquisadores sobre Globalização e Território, 2012, Belo Horizonte. Disponível em <http://www.rii.sei.ba.gov.br/anais/g5/desenvolvimento%20regional%20e%20distribuicao%2 0espacial%20das%20atividades%20produtivas%20no%20brasil%20tendencias%20recentes% 20do%20pib%20e%20do%20emprego.pdf> Acesso em 15 de junho de 2015.

MOURA, R. "Paraná: meio século de urbanização." Revista RA'E GA 8 (2004).

NADALIN, S. O. Paraná: ocupação do território, população e migrações. Curitiba: Seed, 2001.

OLIVEIRA, D. Urbanização e Industrialização no Paraná. Curitiba: Seed, 2001.

PERIS, A. F. Trilhas, rodovias e eixos: um estudo sobre desenvolvimento regional. Cascavel: Edunioeste, 2002.

PIERUCCINI, M. A.; TSCHÁ, O. C. P.; IWAKE, Shiguero. Criação dos Municípios e

Processos Emancipatórios. In: PERIS, Alfredo Fonceca (Org.). Estratégias de

desenvolvimento regional: Região Oeste do Paraná. Cascavel: Edunioeste, 2003. p. 105-178. PIFFER, Moacir. Apontamentos Sobre a Base Econômicas da Região Oeste do Paraná. In: CASIMIRO, Francisco Filho; SHIKIDA, Pery Francisco Assis (Org.). Agronegócio e Desenvolvimento Regional. Cascavel: Edunioeste, 1998. p. 57-83.

PRIORI, A; POMARI, L. R.; AMÂNCIO, S. M.; IPÓLITO, V. K. História do Paraná: séculos XIX e XX. Maringá: Eduem, 2012. A história do Oeste Paranaense. p. 75-89.

RIPPEL, Ricardo. Os Encadeamentos produtivos de um complexo agroindustrial: Um estudo de caso da Frigobrás-Sadia de Toledo e das empresas comunitárias. 1995. 127 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Desenvolvimento Econômico, Universidade Federal do

Paraná, Curitiba, 1995. Disponível em:

<http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/bitstream/handle/1884/26989/D - RIPPEL,

RICARDO.pdf?sequence=1>. Acesso em: 07 ago. 2015.

SANTOS, Milton. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países desenvolvidos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978.

WACHOWICZ, R. C. Obrageros, mensus e colonos: história do oeste paranaense. 2. ed. Curitiba: Vicentina, 1987.

Referências

Documentos relacionados

Assim como a amostra da escola privada, foi possível obser- var que na amostra da escola pública, Figura 4, os maiores valores encontrados no estado nutricional de obesidade, foi

Os estudos originais encontrados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017 foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: obtenção de valores de

Tratamento conservador até aos 4 anos de vida, com evolução para insuficiência renal crónica terminal (IRCT) e manutenção do Síndrome Nefrótico (SN) (creatinina

Foram encontradas, também, as pes- quisas de Soares (2007), sob o título “O Sistema Nacional de Avaliação da Educa- ção Superior e a Gestão Estratégica das

Quanto às suas desvantagens, com este modelo, não é possível o aluno rever perguntas ou imagens sendo o tempo de visualização e de resposta fixo e limitado;

As rimas, aliterações e assonâncias associadas ao discurso indirecto livre, às frases curtas e simples, ao diálogo engastado na narração, às interjeições, às

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no