X EDAO – ENCONTRO PARA DEBATES DE ASSUNTOS DE OPERAÇÃO
“A REESTRUTURAÇÃO DA OPERAÇÃO NA COMPANHIA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA PAULISTA – CTEEP”
VANDERLEI SOARES DA COSTA EDSON BUENO JOÃO CARLOS BOLLINI
CTEEP CTEEP CTEEP
JUNDIAÍ - SP JUNDIAÍ - SP JUNDIAÍ - SP
RESUMO
O trabalho tem por objetivo apresentar ao setor elétrico as substanciais mudanças na estrutura da operação na CTEEP advindas do processo de privatização, passando a integrar o Grupo ISA – Interconexión Elétrica S.A. Fator relevante nesta reestruturação foi a implantação da operação remota das subestações da rede básica e DIT´s – demais instalações da transmissão através dos COT – Centro de Operação da Transmissão e Centro Operação Retaguarda
PALAVRAS-CHAVE
Reestruturação, Operação, Rede Básica, Transmissão.
1.0 INTRODUÇÃO
Após a privatização da Transmissão Paulista passando ao controle do Grupo ISA Interconexión Elétrica S.A. da Colômbia, iniciou-se uma profunda reestruturação na Operação da Empresa, bem como, passando a ter uma nova logomarca “CTEEP”.
Na senda do Grupo ISA foram traçadas as novas estruturas baseadas na vasta experiência internacional no setor de transmissão de energia elétrica, sendo inseridas na nova empresa, CTEEP, tecnologia de ponta para operação do sistema elétrico e processos de inteligência de negócio do Grupo.
Marco histórico desta reestruturação é a implantação de operação remota de todo sistema de transmissão – rede básica e DIT´s, através dos Centros de Operação.
Destarte, vislumbra-se no X EDAO a oportunidade de apresentar as mudanças e inovações tecnológicas agregadas à Operação da CTEEP, abordando os seguintes tópicos:
Breve histórico da CTEEP;
Características do Sistema de Transmissão da CTEEP;
Reestruturação da Operação / Centros de Operação COT e COR;
Os procedimentos operativos, administrativos e recursos humanos adotados para o novo modelo de operação;
As novas ferramentas de trabalho disponíveis;
Implantação da operação remota do sistema de transmissão - Subestações da Rede Básica e DIT´s – Demais instalações da Transmissão.
2.0 CTEEP – HISTÓRICO
A história da Transmissão Paulista, nome fantasia da CTEEP - Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, hodiernamente CTEEP, começa com a reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro, com a separação das áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica das antigas concessionárias, dando origem às novas empresas.
A CTEEP, criada a partir da cisão da CESP - Companhia Energética de São Paulo, iniciou suas operações em 1 de abril de 1999 e, em novembro de 2001, incorporou a EPTE - Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica S.A., oriunda da cisão da ELETROPAULO Metropolitana - Eletricidade São Paulo S.A, resultando, desta forma, em uma empresa bem maior. Foi a partir dessa alteração que a empresa adotou a marca fantasia - Transmissão Paulista - utilizando-se das palavras mais significativas da razão social da CTEEP e que indicam sua atividade principal. A missão da CTEEP é operar, manter, expandir e explorar sistemas de transmissão de energia elétrica com excelência na prestação do serviço, satisfação aos usuários, sustentabilidade ambiental e retorno adequado aos acionistas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da comunidade.
3.0 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DA CTEEP
O sistema de transmissão da CTEEP está localizado no maior e mais importante centro de carga do país, e qualquer ocorrência neste, tem substancial impacto no sistema nacional, seja, pelo montante de carga ou importância estratégica destas. Seu sistema de transmissão é composto de linhas e barramentos nas classes de 11,5 a 550kV, que interligam os blocos de geração, centros de carga e pontos de intercâmbio entre as regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste e Itaipu. Além das interligações elétricas a CTEEP interliga e está interligada comercialmente aos Agentes de Geração, Transmissão, Distribuição e Consumidores independentes.
A CTEEP é responsável pela transmissão de mais de 122.000 GWh/ano de energia, sendo seu
sistema composto por 102 subestações em operação, 145 estações de microondas, 1.935 km de cabos de fibras ópticas, 18.495 km de circuitos de transmissão e 12.144km de linhas de transmissão. A capacidade instalada ultrapassa 40.000 MVA.
Das 102 subestações, 52 pertencem à Rede Básica e 50 compondo as DIT´s – Demais instalações da Transmissão, operando nas tensões de 11,5 a 550kV.
A demanda de energia crescente está levando a CTEEP a expandir o seu sistema, garantindo energia de qualidade e em quantidade suficiente para atender o mercado da América Latina, abrangendo o Estado de São Paulo, região que representa mais de 25% do PIB brasileiro.
4.0 REESTRUTURAÇÃO DA OPERAÇÃO
Em novembro de 2006, toda a CTEEP conheceu as principais mudanças que estão ocorrendo na organização e os projetos envolvidos nestas mudanças. Desde então, as equipes de todas as diretorias dedicaram-se a cada uma destas iniciativas e importantes etapas, hodiernamente concluídas. Um destes grandes projetos, conduzido pela Diretoria de Operações, foi a "Otimização de Centros de Controle".
Até o ano 2006, a estrutura da CTEEP contava com o Centro de Operação do Sistema - COS, responsável por supervisionar e coordenar a operação da rede da CTEEP e três Centros Regionais de Operação (Bauru, Cabreúva e São Paulo). Com o avanço de recursos de tecnologia e comunicação, não é mais necessário que os Centros de Controle fiquem tão distribuídos geograficamente. Além disso, o foco desta área passou a ser a supervisão da infra-estrutura da CTEEP e não mais a supervisão de todo o sistema elétrico/energético.
O contrato de prestação deste serviço chegou ao seu encerramento e esta responsabilidade foi assumida pelo ONS como parte dos objetivos de sua criação. Desta forma, tornou-se possível à otimização dos Centros de Controle para o aumento da segurança na prestação dos serviços e otimização de custos.
Estes centros estão equipados com a própria infra-estrutura da CTEEP, ou seja, a mais avançada tecnologia disponível no mercado e lá ocorrem processos executados anteriormente pelos Centros Regionais de Operação.
Com esta reestruturação foi possível implantar o arrojado projeto de operação remota de todo o sistema de transmissão, compreendendo as subestações da Rede Básica e DIT´s – Demais instalações da transmissão, através dos Centros de Operação da Transmissão - COT e Centro de Operação Retaguarda – COR, baseados nos conceitos de operação do Grupo ISA. O processo iniciou-se em 01/02/07, sendo totalmente concluído em 01/06/07.
4.1 CENTROS DE OPERAÇÃO – ESTRUTURA ATUAL
Os Centros de Operação foram reestruturados com esteio nos conceitos do Grupo ISA, passando a operar com dois centros intercambiáveis entre si e, mesmo estando fisicamente separados por condições estratégicas, são considerados operacionalmente como centro único.
Esta condição de operação unificada é possível graças à tecnologia empregada no sistema de supervisão e controle, infra-estrutura técnica e pessoal, onde, qualquer instalação do sistema de transmissão pode ser operada por qualquer dos centros, COT ou COR.
4.1.1 COT – CENTRO DE OPERAÇÃO DA TRANSMISSÃO
Centro localizado na área da Subestação de Bom Jardim, em Jundiaí, SP, operando com três estações de trabalho e respectivos Operadores de Sistema e um Engenheiro em cada turno, tendo sob sua responsabilidade:
Operação remota de 52 subestações da Rede Básica;
Coordenação e controle da operação, em termo real, do sistema de transmissão da CTEEP, bem como das interligações com agentes de geração, transmissão, distribuição e ONS;
Orientação e coordenação da atuação do Centro de Operação de Retaguarda COR; Análise dos pedidos de impedimentos
solicitados em caráter de urgência, em tempo real, e preparação dos processos de impedimentos operativos, inclusive fazendo recomendações operativas e contatos necessários como os Centros do ONS e Centros de Operação de outras empresas concessionárias, referente às instalações da Rede Básica;
Acompanhamento da performance dos sistemas de supervisão, telecomunicação e infra-estrutura, acionamento às áreas de manutenção e/ou emitindo avisos de anomalias quando da ocorrência de anormalidades;
Compilamento das informações das perturbações do sistema de transmissão; Analise preliminar das perturbações do
sistema de transmissão.
4.1.2 COR – CENTRO DE OPERAÇÃO DE RETAGUARDA
Centro localizado na área da Subestação de Cabreúva, município de Cabreúva, SP, operando com três estações de trabalho e respectivos Operadores de Sistema tendo sob sua responsabilidade:
Operação remota de 50 subestações que compõe a DIT´s – Demais instalações da transmissão, bem como das interligações com outras empresas concessionárias sob sua responsabilidade;
Análise dos pedidos de impedimentos em caráter de urgência, em tempo real, e
preparação dos processos de impedimentos operativos das DIT´s, inclusive fazendo contatos necessários com Centros de Operação de outras empresas concessionárias; Acompanhamento da performance dos sistemas de supervisão, telecomunicação e de infra-estrutura, acionando as áreas de manutenção e/ou emitindo avisos de anomalias quando da ocorrência de anormalidade;
Compilamento das informações das perturbações das DITs;
Análise preliminar das perturbações das DITs;
5.0 PROCEDIMENTOS OPERATIVOS,
ADMINISTRATIVOS E RECURSOS
HUMANOS ADOTADOS PARA O NOVO MODELO DE OPERAÇÃO
Para implantação do novo modelo estrutural, foram precedidos de revisão e adequação das instruções e procedimentos operacionais da CTEEP, substancialmente em função da evolução de operação, outrora em sua maioria através da operação local das subestações pelos respectivos Operadores de Subestação, para operação totalmente remota através dos Centros COT e COR. O setor administrativo da operação foi concentrado no Departamento de Operação junto ao COT, nas divisões de Tempo Real e Análise da Operação, sendo esta divida em: Análise de Impedimentos, Estudos de Operação e Proteção e Avaliação da Operação. Esta nova estrutura administrativa otimizou os processos de trabalho e contato com as empresas que operam e conexão com o sistema da CTEEP, bem como as tratativas com o ONS. 6.0 AS NOVAS FERRAMENTAS DE TRABALHO
DISPONÍVEIS
A reestruturação da operação da CTEEP deu-se em consonância com os processos de trabalho do Grupo ISA, bem como atualização e aquisição de ferramentas tecnológicas para garantia da excelência dos serviços prestados pela Empresa, as quais passamos a expor.
6.1 SIGO – SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA GESTÃO OPERATIVA DA CTEEP
O Sistema de Informação para Gestão Operativa da CTEEP foi desenvolvido para sistematizar as informações dos processos nos Centros de Operação – COT e COR e a Análise Operativa. Referem-se aos registros, armazenamentos e consulta das informações operativas da rede, como as ocorrências não forçadas, ocorrências forçadas, pendências operativas e vandalismos, entre outros, com a finalidade de manter um arquivo histórico do comportamento operativo do sistema elétrico da CTEEP.
Também compõe o banco de dados do SIGO as informações correspondentes à disponibilidade de ativos, causas, conseqüências, desempenhos de sistemas de controle, magnitudes de correntes de
falhas, relatórios de ocorrências forçadas e não forçadas na rede.
Com o advindo das novas regras, não obstantes a já existente da parcela variável, o SIGO contribui sobremaneira para os registros das liberações, normalizações, indisponibilidades e restrições operativas dos equipamentos que compõem a rede básica.
Todos os registros são indispensáveis, pois são insumos de consulta para dirimir quaisquer dúvidas que possam ocorrer em tempo real, quanto aos horários e critérios envolvendo equipamentos passíveis de aplicação da parcela variável.
Insta constar que, através do SIGO, todos os envolvidos na operação da CTEEP têm acesso ao banco de dados, podendo, assim, acompanhar integralmente a operação.
O SIGO da CTEEP, como todas as empresas do Grupo ISA, estão conectados à matriz, na Colômbia, permitindo acompanhamento, estudo, análise e desempenho da operação.
Em síntese o SIGO foi uma inovação nos conceitos de operação da CTEEP, compactando todos os processos já existentes, havendo uma substancial melhoria do desempenho da operação, concretizando o conceito de inteligência de negócio na empresa, porquanto é um suporte à tomada de decisões, antecipando reflexos sobre o presente e o futuro Empresarial.
6.2 NOVO PIO – SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE IMPEDIMENTOS OPERATIVOS
O PIO – Programa Impedimento Operativo, dentre muitas, é uma ferramenta anterior à reestruturação da Empresa, porém, hodiernamente foi remodelado, adequando-se o programa a nova situação e necessidades da operação, por isto, sendo rebatizado de NOVO PIO.
Esta ferramenta faz o gerenciamento de todos os processos de impedimentos operativos, ou seja, desde a solicitação da intervenção até o término efetivo. O programa possibilita a otimização dos processos de impedimentos no sistema elétrico, em todos os níveis – sistêmico ou não sistêmico -, possibilitando aos COT ou COR, gerenciar a operação, mantendo controle total destes processos, o que garante uma operação segura e confiável.
Através do PIO são geradas todas as autorizações necessárias aos impedimentos operativos: SIS – Solicitação Impedimento SIS – Solicitação de Intervenção para Execução de Serviços, AIO – Autorização para Impedimentos Operativos, AES – Autorização para Execução de Serviços e PM - Programa de Manobras.
Também, há a facilidade que permite a integração dos impedimentos gerados no PIO para gerar arquivos que são exportados para cadastramento no SGI, quando a intervenção ou restrição for de equipamento da rede básica, agilizando os processos junto ao ONS.
Dentre as melhorias inseridas no NOVO PIO, podemos destacar a possibilidade de acompanhar todas as intervenções que suscetíveis da parcela variável, inclusive apresentando o custo que envolve a intervenção. Estas informações são fundamentais para a sensibilização dos envolvidos na operação, e, principalmente as equipes de Tempo Real dos Centros de Operação, que, além da visão de operação do sistema, agora, também, agregou uma visão econômica, concretizando o que já havíamos falado em nosso artigo com o tema - “Operação do Sistema e a Parcela Variável de Linhas de Transmissão” (apresentado no 3
º
SENOP e IX EDAO), que o Operador de
Sistema tornar-se-ia em “Verdadeiro executivo
de Tempo Real”.
Não obstante as melhorias já incrementadas,
está em desenvolvimento um programa de
integração entre o NOVO PIO e o SIGO,
otimizando, ainda mais os processos da
operação.
6.3 SISTEMA DE SUPERVISÃO E CONTROLE – SAGE
Ante aos ambiciosos e arrojados projetos advindos da reestruturação da operação da CTEEP, mister se fez a atualização do sistema de supervisão e controle que até então funcionava na base do RANGER – sistema scada, que carecia de novas adaptações/atualizações para atendimento do novo projeto de Operação Remota, da qual trataremos oportunamente neste artigo.
Destarte, a CTEEP optou, após avaliação de custo benefício, pela aquisição de um novo sistema de supervisão e controle o SAGE – Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia de tecnologia nacional de ponta, possibilitando, assim, a implantação da operação remota de todo o sistema de transmissão. O SAGE dispõe dos mais variados recursos tecnológicos para uma operação segura e de alta performance, destaca-se dentro outros benefícios a facilidade de atuação e manutenção no sistema, implementação em curto prazo, baixo custo, redes e aplicativos de fácil expansão, possibilidade de integração como novos sistemas, como STO – Simulador de Treinamento de Operadores, além da fácil integração e adaptação dos usuários.
Embora o SAGE seja o sistema de supervisão e controle em operação, o sistema RANGER ainda permanece em operação no modo redundância, podendo, em caso de extrema necessidade, assumir a operação.
6.4. SIMULADOR DE TREINAMENTO DE OPERADORES - STO
A CTEEP além dos compromissos e processos de trabalho advindos da nova Empresa, na senda do Grupo ISA, não apenas investe na melhoria de processos de trabalho com inovações tecnológicas voltada para estes, mas também, e principalmente nos recursos humanos estabelecendo um comprometimento de todos os colaboradores para
atingir os objetivos e metas da Empresa e do Grupo.
Destarte, o STO, constitui-se em uma ferramenta primordial para treinamento, formação e melhoria contínua para os profissionais que atuam na Operação em Tempo Real.
Para aplicação desta ferramenta, foi concebido, além do sistema computacional, sala de treinamento, salas (réplicas) da Sala de Controle, reproduzindo o ambiente de operação em tempo real, com todos os recursos, equipamentos e instruções que compõe este ambiente.
O plano de treinamento para Operadores do Sistema, Engenheiros de Tempo Real e equipes de Suporte e Estudos é desenvolvido de maneira contínua, propiciando melhor qualidade na construção do conhecimento destes profissionais. Os investimentos pela CTEEP no STO são compensados pelos imensuráveis ganhos para o aperfeiçoamento dos Colaboradores, conseguinte, a Empresa conta com profissionais altamente qualificados para atuação na operação do sistema, buscando sempre a excelência dos serviços prestados a clientes, bem como a sociedade. 7. OPERAÇÃO REMOTA DO SISTEMA DE
TRANSMISSÃO – SUBESTAÇÕES DA REDE BÁSICA E DIT´s – DEMAIS INSTALAÇÕES DA TRANSMISSÃO
Um dos pontos relevantes do processo pós- privatização da CTEEP foi o arrojado projeto de operação remota de todo sistema de transmissão, através dos centros COT e COR que pelo processo de otmização já exposto, visando esta modalidade operacional.
Até este marco histórico da Empresa, a operação do sistema desenvolvia-se como regra em operação assistidas das instalações, com quadro de Operadores próprios que controlavam e executavam a operação, sob coordenação, supervisão e controle pelos Centros de Operação Regionais e Centro de Operação do Sistema. Havia à época operação na modalidade parcialmente assistidas e desassistidas de algumas instalações na rede de 138kV, bem como em algumas em 230 e 440kV, instalações estas, que foram construídas com tecnologia que já permitiram a operação remota.
O Grupo ISA, empresa que assumiu o controle acionário da CTEEP, detém vasta experiência e tecnologia na modalidade de operação remota de sistema de transmissão o que foi fator fundamental para alavancar definitivamente este conceito de operação.
Destarte, dentro do processo de reestruturação da CTEEP até aqui abordados, foi o alicerce da o desenvolvimento da operação remota, que, como já exposto, demandou grandes investimentos tecnológicos e adequação dos recursos humanos para lograr para êxito em seu projeto.
7.1 HISTÓRICO DA OPERAÇÃO REMOTA NA CTEEP
Os primórdios de operação remota deram-se através de sistemas incipientes possibilitando recursos tele-supervisão de instalações de derivação/radial na malha de 69 a 138kV e algumas melhorias posteriores com telecomando destas mesmas instalações, utilizando equipamentos, como, por exemplo: TSP-15, AIT-110 e CMW. Com a implantação do SSCH – Sistema de Supervisão e Controle Hierárquico no fim da década de 80, já dispunha de recursos de telecomando em todas as classes de tensão, porém, dada a uma operação conservadora à época, não houve uma implantação de grande proporção, limitando-se assim, a implantação de operação remota às instalações nas mesmas classes de tensões citada. Com a atualização do sistema, adquirindo o SSC – Sistema de Supervisão e Controle – Ranger, houve um ganho na qualidade da operação como um todo, porém, ainda relutante no avanço para operação remota.
Como já, citado após a privatização, e implantação de novas filosofias de trabalho nos conceitos do Grupo ISA, e com aquisição do sistema de supervisão e controle – SAGE, definitivamente houve a implantação da operação remota de todas as instalações da CTEEP.
7.2 RECURSOS HUMANOS / TÉCNICOS PARA OPERAÇÃO REMOTA
A implantação da operação remota do sistema de transmissão da CTEEP foi precedida de estudos criteriosos que levaram a estrutura atual da operação anteriormente exposta.
Após a otimização dos Centros de Operação – COT e COR, definidas as atribuições de cada centro e aquisição do SAGE, estabeleceu-se uma “Parceria” entre as áreas de Operação e Manutenção, com uma atuação conjunta, em regime permanente para garantia da confiabilidade, segurança e pleno funcionamento do sistema de transmissão.
Com a concretização do projeto da operação remota do sistema de transmissão através dos centros de operação – COT e COR, foi possível implantar novos esquemas de trabalho nas áreas de Operação e Manutenção.
Baseado no conceito de Manutenção Produtiva Total – MPT, onde a premissa básica é que o melhor profissional de manutenção é aquele que está próximo aos equipamentos, sendo responsável pelo seu funcionamento, surgiu uma organização, onde as equipes que compunham o quadro de Operadores das Subestações, após investimento na capacitação e qualificação, foram aproveitados, juntamente com outros profissionais de manutenção para formar equipes locais de manutenção responsáveis pelo atendimento às Subestações, em regime contínuo. Esta nova organização logrou êxito, porquanto possibilitou a formação de profissionais mais completos que atuam de forma “Polivalente” nas subestações, ou seja, atendimento à manutenção e, quando necessário à operação,
sob coordenação do COT ou COR, conforme a classe da subestação.
Destarte a operação remota possibilitou, mediante esta nova parceria de manutenção e operação, inserir na CTEEP, do ponto de vista técnico a tendência mundial já adotado por grandes empresas maximizando seus recursos para o pleno funcionamento das instalações.
Insta constar as novas linhas de transmissão arrematada pelo Grupo ISA serão operadas remotamente pelos COT, consolidando definitivamente esta modalidade operativa na CTEEP.
7.3 ORGANIZAÇÃO PARA SUPORTE DA OPERAÇÃO REMOTA E MANUTEÇÃO Para garantia da confiabilidade da operação remota com uma organização baseada nos conceitos de Manutenção Produtiva Total – MPT, foram criados novos cargos dando oportunidades a todos os Colaboradores, não apenas no desempenho de suas atribuições, mas possibilidade desenvolvimento profissional e oportunidade de crescimento na carreira.
7.3.1 CARGOS / FUNÇÕES CRIADOS
TÉCNICO E ASSISTENTE TÉCNICO DE SUBESTAÇÃO: prestar suporte à manutenção e à operação local.
PÓLO DE SUBESTAÇÃO: prestar suporte tanto à operação como à manutenção e coordenar o trabalho dos Técnicos e Assistentes Técnicos de Subestação de uma ou várias subestações.
ENGENHEIRO DE SUBESTAÇÃO: garantir um correto suporte para a operação das subestações, consolidar o programa de manutenção da Regional, atuar como elo entre Manutenção e Operação da Gerência Regional e coordenar o trabalho dos Pólos em primeiro nível e dos Técnicos e Assistentes Técnicos em segundo nível.
8.0 CONCLUSÃ0
O processo de reestruturação desencadeado na CTEEP, indiscutivelmente foi fruto do processo de privatização da Empresa, mas, sobretudo, pelo perfil do novo controlador, o Grupo ISA, o qual é especializado nos negócios de transmissão de energia elétrica atuando em vários países das Américas Central e Sul, detentora de tecnologia de ponta neste negócio e com objetivos de crescimento sólidos no setor.
Destarte, todo o processo foi desenvolvido com esteio nos conceitos do Grupo ISA, conseguinte, partindo de um modelo já consolidado, aliado ao elevado nível técnico já existente na CTEEP, tanto na operação, como na manutenção de sistema de transmissão o que possibilitou êxito em todo processo implantado, elevando a Empresa à categoria de multinacional, participando e arrematando novos sistemas de transmissão em todo o Brasil.
Destacam-se como pontos positivos deste processo à implantação de novo conceito de negócios estratégicos da Empresa, trazendo modernização e aquisição de recursos tecnológicos de última geração, investimentos vultuosos no seu parque de transmissão, tudo isto aliado a uma inserção de seus Colaboradores a uma nova cultura de trabalho. Marco importante e espelho para o setor foi a implantação da operação remota do sistema de transmissão, totalmente concentrada nos Centros de Operação – COT e COR, dada, não somente à magnitude física, mas estratégica e importância no SIN.
Destarte, a Reestruturação da Operação e Operação Remota do Sistema de Transmissão da CTEEP têm como objetivo alcançar os valores que esteiam a Empresa: “ÉTICA, RESPONSABILIDDE SOCIAL, INOVAÇÃO E EXCELÊNCIA”.
8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Manual Gestão da Qualidade.
2. Manual de Procedimentos da Operação – MPO/NOS.
3. Manuais de Operação da CTEEP. 4. Jornal Primeira Linha – CTEEP. 5. Material de Road Show da CTEEP. 9.0 BIOGRAFIAS
Vanderlei Soares da Costa
Formação: Técnico em Eletrônica; Advogado; Pós-Graduado em Direito Processual Civil pela PUC. Atualmente cursando Engenharia Elétrica.
Experiência profissional: 25 anos na Operação do Sistema Elétrico, tendo atuado nas áreas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, atuando na CESP e CTEEP.
Cargo na CTEEP: Operador de Sistema de Potência Supervisor no COT.
Contatos: e-mail: vscosta@cteep.com.br Telefones: (XX11) 4582-3374 – CTEEP/COT; 4522-5422 – Residencial; 9682-6417 – Celular. Edson Bueno
Experiência profissional: 25 anos na Operação do Sistema Elétrico, tendo atuado nas áreas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, atuando na CESP e CTEEP.
Cargo na CTEEP: Operador de Sistema de Potência III no COT.
Contatos:
e-mail: ebueno@cteep.com.br
Telefones: (XX11) 4582-3374 – CTEEP/COT; 4533 1847– Residencial; João Carlos Bollini
Formação: Técnico em Eletrotécnia.
Experiência profissional: 25 anos na Operação do Sistema Elétrico, tendo atuado nas áreas de
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, atuando na CESP e CTEEP.
Cargo na CTEEP: Operador de Sistema de Potência III no COT.
Contatos:
e-mail: jbollini@cteep.com.br
Telefones: (XX11) 4582-3374 – CTEEP/COT; (XX14) 9754-2633 – Celular.