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ESCOLARIZAÇÃO NO SUL DE MINAS GERAIS: PERFIL DO ALUNADO EM CAMPANHA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX

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ESCOLARIZAÇÃO NO SUL DE MINAS GERAIS: PERFIL DO ALUNADO EM CAMPANHA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX

Vanessa Souza Batista Marcus Vinícius Fonseca 

RESUMO: Com a garantia constitucional de instrução pública, em 1824, acentuou-se o desenvolvimento do processo de escolarização na sociedade brasileira. O objetivo desta pesquisa é compreender o desenrolar desse processo na primeira metade do século XIX, em Campanha, uma das principais vilas da região sul de Minas Gerais. No que tange à educação, detectamos um número significativo de escolas (públicas e particulares) e um elevado número de alunos vinculados a estas instituições. Assim, buscamos uma aproximação com as características da educação nesta localidade através da identificação do perfil de seus alunos e da consideração de categorias como raça, gênero e condição social. Para tanto, foi utilizado como fontes de pesquisas as listas nominativas de habitantes, ou seja, fragmentos do recenseamento que nos anos de 1830 foram realizados na província de Minas Gerais. Utilizamos também o livro de memória de Francisco Rezende - “Minhas Recordações” – indivíduo que nasceu em Campanha e que deixou registrado nesta obra suas impressões sobre as escolas de instrução elementar. A análise dos dados provenientes destas fontes documentais foi elaborada a partir de uma confrontação com a história demográfica e a história da educação sobre Minas Gerais, no século XIX, especialmente aquela que se refere à região sul da província. Os resultados apontaram uma diversidade no perfil do alunado constando entre eles crianças pobres, brancas, negras e também mulheres. Mas, de uma maneira geral, encontramos uma predominância de indivíduos brancos, cujo grupo familiar possuía um perfil econômico elevado, o que não revela uma semelhança entre o perfil escolar e o perfil geral da população campanhense.

PALAVRAS-CHAVE: Escolarização;Sul de Minas; Minas Gerais, Século XIX

INTRODUÇÃO

Campanha tornou-se freguesia em 1741, ocasião em que adquiriu o nome de “Santo Antônio do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde”, neste período ainda pertencia ao termo de São João Del Rei. Sua promoção à Vila ocorreu através do alvará de 20 de outubro de 1798, ocasião em que a rainha D. Maria I lhe conferiu esta condição.

Aluna no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto - vsouzabatista@gmail.com

 Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto – mvfonseca2@yahoo.com.br

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Surgiu assim a “Vila da Campanha da Princesa” cuja jurisdição abarcou nove freguesias: Campanha, Baependi, Pouso Alto, Santana do Sapucaí, Camanducaia, Ouro Fino, Itajubá, Cabo Verde e Jacuí, ou seja, toda a extensão territorial que veio a se configurar no território tradicionalmente tratado como sul de Minas Gerais.1

Pesquisas já realizada permitem compreender que a criação da Vila de Campanha relaciona-se ao desenvolvimento expressivo da Comarca do Rio das Mortes, principalmente ao surgimento de uma elite local ligada a atividade agropastoril. A região sul tornou-se um dos mais importantes centros de produção agropecuária e o principal núcleo abastecedor do Rio de Janeiro, sobretudo após a vinda da família real para o Brasil, início do século XIX. 2

Um dos efeitos desta relação foi à construção de uma classe de proprietários com desempenho político relevante no período posterior a Independência. A elevação à vila possibilitou a criação da Casa de Câmara, componente fundamental para a negociação e a intermediação dos interesses políticos e econômicos das elites com o governo central.

No que tange ao processo de escolarização compreendemos que a criação da Vila, como aponta Araújo (2008), demandou investimentos na urbanidade e civilidade da população, logo investimentos educacionais. Na vereação de 15 de fevereiro de 1800, apresentou-se que para se estabelecer enquanto Vila era essencial a criação de cadeiras de ler, escrever e gramática latina para “a boa educação da mocidade”. Nesse ano, já havia na aula de ler 27 discípulos.3 Em 17 de março de 1826, a escola pública de

primeiras letras já contava com 50 alunos. Em 1831, foi criada a Sociedade Philantropica Campanhense, cujo a finalidade era auxiliar as crianças desvalidas e promover a instrução pública (LAGE, 2007). No mesmo ano de 1831, também foi criada uma escola de ensino mútuo de primeiras letras.

A criação destas escolas em Campanha ocorreu em um período de expansão das escolas públicas, processo que ganhou força após a independência do Brasil. Este foi um período em que a formação do povo tornou-se preocupação dos dirigentes. Neste sentido, após o estabelecimento da instrução pública na Constituição de 1824, uma série de medidas foi empreendida na busca de difundir a instrução a todas as classes, principalmente as mais pobres. Segundo Faria Filho (2000), a instrução foi concebida como uma estratégia civilizatória do povo brasileiro para a efetiva consolidação do

1 Memórias Municipais. V Campanha. Revista do Arquivo Público Mineiro. 1898, p. 457-468. 2 Ver Araújo (2008), Bergad (2004), Pascoal (2008).

3 Vereação de 15 de fevereiro de 1800. Memórias Municipais - V Campanha. Revista do Arquivo Público Mineiro, 1896, p. 483-484.

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Império, pois instruir as “classes inferiores” possibilitaria mecanismo de atuação sobre a população, logo, garantiria as condições de governabilidade.

Nosso objetivo principal é identificar os sujeitos envolvidos neste processo na Vila de Campanha. Eram de fato os mais pobre? Mulheres e negros também estavam nas escolas?

Para responder tais questões utilizou-se como fonte o recenseamento da província mineira de 1831/1832 que é composto por um conjunto de listas nominativas com várias informações sobre a população. Dentro deste material encontra-se a lista

nominativa de habitantes de Campanha, documento que apresenta informações sobre os

indivíduos a partir dos domicílios4.

O primeiro indivíduo descrito no interior do domicílio é identificado como chefe, em seguida temos aqueles com maior proximidade a ele - geralmente seus familiares – e, quando se faziam presentes, agregados e escravos. A documentação apresenta informações sobre cada um destes indivíduos a partir de seis campos específicos: nome, qualidade (pardo, crioulo, branco, preto), condição (liberto, escravo, agregado), idade, estado civil e ocupação.

Destaca-se que no que tange às ocupações foram indicadas as seguintes descrições para algumas crianças: “na escola” e “escola”. Estes termos permitiram identificar os sujeitos que estavam participando do processo de escolarização.

Foi necessário alguns cuidados ao trabalhar com esta documentação. Primeiramente, buscamos compreender os objetivos de sua elaboração. Como ressaltou Botelho (2005), os censos demográficos foram um elemento integrante do processo de reconhecimento da nacionalidade brasileira. Representava mais do que uma simples contagem, buscava-se o reconhecimento da composição do povo brasileiro.

Quando consideramos os indivíduos assinalados “na escola” é indispensável ressaltar que o município de Campanha se destaca pelo número elevado de pessoas nesta condição, ou seja, 207 indivíduos para uma população total de 5502.

Estes números se diferem muito das demais localidades de Minas Gerais que, no geral, não apresentavam 40 indivíduos nesta situação. Isso justifica a análise sobre a situação de Campanha em relação ao processo de escolarização, bem como a

4 Lista nominativa dos habitantes de Santo Antônio do Vale da Piedade da Vila de Campanha. Arquivo Público Mineiro, Coleção Mapas de População. Documentos microfilmados, caixa 10, pacotilha 19.

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problematização do público que se fazia presente nas instituições escolares, sobretudo no que diz respeito ao perfil dos alunos.

ATENDIMENTO ESCOLAR: ENTRE O TRABALHO E A ESCOLARIZAÇÃO A apreciação das listas nominativas de habitantes de Campanha permitiu detectar sujeitos entre 5 e 19 anos com ocupações relacionadas à escola. Ao analisar cada caso verificamos que a maioria dos indivíduos concentrava-se no grupo de idade entre 8 e 14 anos. Aqueles que estavam em idade inferior a 8 anos localizavam-se, em sua maioria, em domicílios no qual possuíam irmãos mais velhos que frequentavam a escola. Logo, aparecem em menores números. Os sujeitos com idade superior a 14 anos são ainda menos expressivos: três com 15 anos, um com 16 e outro com 19 anos.

No livro Minhas Recordações Francisco Rezende (1944, p. 168) registra sua passagem como aluno na escola pública de Campanha. Na ocasião, entre 1840 a 1842, contava ele com a idade de oito anos e afirmou que possuía poucos colegas na mesma situação: “naquela aula de mais de cem alunos e dos quais nenhum talvez tinha menos de 10 ou 12 anos e alguns estavam já barbando, só eu e o meu colega e constante companheiro, o atual senador Evaristo Ferreira da Veiga, éramos os únicos que tinham menos de 9”.

Portanto, utilizamos o grupo de idade entre 8 a 14 para delimitar aquilo que, neste período, seria a população em idade escolar. A partir desta definição foi possível localizar 161 crianças que tiveram ocupações relacionadas à escola.

Gráfico 1 – Percentual de atendimento à população em idade escolar em Campanha

Fonte: APM, Lista nominativa de Campanha, 1831.

Primeiro consideramos todas as crianças de 08 a 14 anos independente do sexo e condição, ou seja, meninos e meninas, livres e escravos. Neste caso, temos um atendimento da população em idade escolar de 15,8 %.

13,30% 32,40% 23,26% 15,80% Meninas Livres Meninos Livres Livres Livres e Escravos

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No entanto, faz-se necessário levar em conta a legislação do período que vedava à frequência de escravos às aulas públicas. Quando consideramos apenas os livres para efetuar os cálculos da população em idade escolar o percentual sobe para 23,26%.

Por último, considerou-se o atendimento dos meninos e das meninas livres separadamente. O número que mais se destaca é o atendimento aos meninos livres que chegou a 32,4%. Cabe ressaltar que mesmo sendo a presença de meninos uma maioria esmagadora, é muito significativa à participação feminina na escola de Campanha, com 13,3%.

A primeira Lei Geral da Educação de Lei 15 de outubro de 1827 evidenciou que a prioridade era a criação de escolas destinadas ao sexo masculino. As escolas voltadas ao público feminino estavam em segundo plano. Portanto, em 1831, 13,3% das meninas em Campanha participarem do processo de escolarização indica um numero expressivo dentro do processo de afirmação da escolarização das mulheres, no século XIX.

Um dos principais empecilhos para o envio das crianças ao espaço escolar era o a forte conexão destas com o mundo do trabalho. A análise da lista de Campanha permitiu detectar que entre livres e escravizados, meninos e meninas, 71% dos indivíduos entre 8 e 14 anos possuíam uma ocupação vinculada ao mundo do trabalho. Elas se dedicavam a atividades diversas: sapateiro, servente, caixeiro, rendeira, pagem, carpinteiro. Todavia, as mais expressivas entre os meninos livres eram roça e jornaleiro, enquanto para os meninos escravizados a predominância era de roça e servente. No tocante às meninas as principais ocupações era fiação e a costura para livres e escravas.

Nos relatórios dos presidentes da província havia uma contestação recorrente em relação aos pais que não enviavam os filhos à escola por que necessitavam de seus trabalhos para a subsistência da família. Assim, podemos constatar uma relação próxima das crianças com o mundo do trabalho, o que coloca limites para que possamos usar a ideia moderna de infância em relação às crianças do período.

PERFIL RACIAL DAS CRIANÇAS EM PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO As listas nominativas indicaram no campo “qualidade” o pertencimento étnico/racial dos indivíduos. Contudo, é essencial destacar que as terminologias apresentadas não representam necessariamente a pigmentação de cor. Como foi apontado por Castro (1995), os termos não designavam pigmentação ou níveis diferentes de mestiçagem. São definições que almejavam definir lugares sociais nos quais raça e condição estavam associados.

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Para compreendermos melhor vejamos no gráfico 2 o perfil racial dos alunos de Campanha.

Gráfico 2 - Percentual dos alunos em Campanha- por raça/cor

Fonte: APM, Lista nominativa de Campanha, 1831.

No gráfico 2, podemos compreender que os brancos configuravam-se como o grupo predominante nos espaços escolares, entretanto é significativo a presença de pardos e crioulos, que juntos representam 29%. Francisco Rezende (1944, p. 172) não fez muitas referências sobre o perfil de seus colegas. Todavia, destacou a amizade construída com um jovem negro durante o tempo que frequentou a escola de primeiras letras de Campanha. Segundo ele, seu amigo provinha de uma família pobre e era querido por todos da escola: “crioulo retinto e em quase tudo um perfeito tipo da raça, ele nunca foi bonito; mas verdadeiro coração de ouro, ele tem e sempre teve a sua alma tão branca quanto é a negra a cor da sua pele”. A memória e os dados das listas demonstram a presença de negros no espaço escolar, mesmo que em menor número.

Negros livres não foram impedidos de frequentar o espaço escolar, inclusive eram maioria na região central de Minas Gerais, como constatou Fonseca (2007). Este autor apontou que, naquela região, o perfil do alunado era próximo ao perfil da sociedade, que era em sua maioria composta por negros.

Assim, é essencial lembrar que uma das principais particularidades da região sul-mineira oitocentista era o predomínio de brancos entre os livres. Logo, parece coerente inferir que o público escolar pudesse repercutir os dados gerais das localidades. Dessa forma, realizou-se um levantamento da composição racial das crianças entre 8 e 14 anos com o propósito de realizar uma comparação.

Gráfico 3 – Distribuição do público escolar de Campanha por raça-cor 71% 25% 4% Brancos Pardos Crioulos

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Fonte: APM, Lista nominativa de Campanha, 1831.

Os gráficos apresentados anteriormente indicam uma semelhança entre a população total de Campanha, entre 8 e 14 anos, e aqueles participando do processo de escolarização. De fato, os brancos são maioria (63%), seguido por pardos e em menor número os crioulos. Assim, no que tange a análise racial o perfil dos alunos em processo de escolarização acompanha o perfil da população.

CONDIÇÃO SOCIAL DAS CRIANÇAS NAS ESCOLAS

A instrução pública surgiu com o discurso de civilizar as camadas mais pobres. No entanto, é preciso problematizar até que ponto tal questão se concretizou. De acordo com os relatórios dos presidentes da Província, a pobreza da população impedia muitas vezes os alunos de frequentarem a escola, pois não possuíam as condições básicas como vestuário e em alguns casos precisavam trabalhar para ajudar os pais. Veiga (2008) aponta que a infrequência e evasão da escola eram altos em razão da pobreza da população, do trabalho infantil, da dispersão populacional e das escolas.

Segundo Francisco Rezende (1944, p. 166) existia um número elevado de alunos na escola de Campanha, alguns deles não possuíam condições de comprar os materiais: “os alunos eram obrigados a levar os livros e tudo o mais que era necessário para o ensino; se, porém, eram pobres, tudo vinha da província” .

Um desses alunos possuía certa proximidade com Rezende (1944) por serem mais ou menos da mesma idade. Chamava-se João Amado Damasceno, tinha sido um enjeitado que nunca conheceu a mãe, criado por duas irmãs descritas como pobres, mas que, apesar das dificuldades, o puseram na escola.

Dessa maneira, tentou-se identificar o perfil desses alunos utilizando como indicativo de poder econômico a presença de escravos nos domicílios. Como aponta Andrade (2008, p.71), “um homem rico naqueles tempos evidentemente detinha a posse

63% 29% 8% Branco Pardo Crioulo

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de ‘homens e terras”. Em uma sociedade escravista o braço cativo era fundamental para o funcionamento e a manutenção do sistema econômico e para a ampliação da riqueza dos indivíduos. Portanto, pode ser utilizado como indicador da condição econômica dos domicílios onde havia crianças nas escolas.

Em Campanha, as 161 crianças presentes na escola estavam distribuídas em 106 domicílios. Assim, foi analisado a posse de escravos em cada um desses domicílios. Constatou-se que 55% dos domicílios com crianças na escola possuíam escravos. Enquanto o percentual de posse de escravos da população geral de Campanha era de 33%. Assim, percebemos que a porção mais significativa (55%) era parte de um grupo seleto da sociedade campanhense (33% com posse de escravos), o que pode significar um caráter mais elitista do público escolar.

A partir dessas constatações buscou-se entender o significado dessa posse de escravos. Segundo Paiva (1996), em Minas Gerais, na primeira metade do século XIX, entre os domicílios que possuíam cativos, mais da metade deles tinha de um até três escravos (51%). Segundo ela, a presença de proprietários de grandes plantéis era muito baixa.

Bergad (2004) também apresenta a predominância de indivíduos e famílias possuidoras de cinco ou menos escravos, que foi o aspecto mais notável dos padrões da escravidão em toda a história de Minas. Segundo ele, independente das transformações que ocorreram nas estruturas econômicas, os padrões de posse de escravos não mudaram significativamente na escravidão mineira.

Ponderando tais dados utilizamos quatro delimitações para mensurar o número de escravos presentes nos domicilio de Campanha: um a três escravos, três a nove escravos, dez a dezenove escravos e mais de vinte escravos, o que poderia caracterizar uma elite.

No que tange a população total, o gráfico 4 indica que, em Campanha, quanto maior o número de escravos no domicílio menor o número de proprietários.

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Fonte: APM, Lista nominativa de Campanha, 1831.

Esses dados se assemelham aqueles que descrevemos em relação a Minas Gerais, no qual apenas uma minoria possuía mais de 10 escravos.

Quando consideramos esta situação em relação aos domicílios com crianças nas escolas que possuíam escravos (55%), esta lógica é alterada, ou seja, a concentração maior está entre a posse de 4 a 9 escravos. Contudo, o dado que mais chama a atenção é que 29% dos domicílios com crianças na escola possuíam mais de dez escravos.

Gráfico 5- Número de escravos nos domicílios das crianças na escola - Campanha

Fonte: APM, Lista nominativa de Campanha, 1831.

Os dados apresentados permitem identificar uma maior diversidade entre o público escolar no que tange a questão racial. Contudo, referente à condição social há uma divergência entre o público escolar e o perfil da população. Os dados possibilitam compreender que aqueles que frequentaram as escolas de instrução primária possuíam um perfil muito específico, sendo parte de uma pequena camada da sociedade. Eram em sua maioria os brancos, filhos de escravistas.

REFERÊNCIAS 44% 35% 15% 6% Um a três Quatro a nove Dez a dezenove Mais de vinte 21% 41% 29% 9% Um a três Quatro a nove Dez à dezenove Mais de vinte

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Referências

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