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Povos Banto no Brasil: os elos entre as Calungas de Maracatu-Nação e as esculturas Minkisi

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Povos Banto no Brasil: os elos entre as Calungas de Maracatu-Nação e as esculturas Minkisi

Isabelle de Oliveira Ferreira Resumo:

O artigo busca apresentar através dos elementos visuais das bonecas Calungas e das esculturas Nkisi Nkondi, as dimensões diaspóricas presentes no Maracatu de Baque Virado ou Maracatu-nação. Redirecionando esses componentes visuais as características culturais e simbólicas dos povos Banto no Brasil. A pesquisa foi produzida através de um revisão bibliográfica sobre os Maracatus-nação centralizada na figura da Calunga e caminhos de compreensão sobre as esculturas Nkisi Nkondi. Com questionamentos que partem da exposição de Arte africana do Museu da Abolição (Ibram-PE). A narrativas construídas nesse texto tem como ponto de reflexão e crítica as diversas reelaborações culturais presentes com o processo diaspórico, e que por diversas razões centralizaram essas heranças como práticas concebidas dentro do tronco nagô/ iorubá.

Palavras-chaves: Calunga; Minkisi; povos Banto; Abstract:

The article seeks to present through the visual elements of the Calungas dolls and the sculptures Nkisi Nkondi, the diasporic dimensions present in the Maracatu of Thud Turned or Maracatu-nation. Redirecting these visual components to the cultural and symbolic characteristics of the Banto peoples in Brazil. The research was produced through a bibliographic review on the Maracatus-nation centered on the figure of the Calunga and paths of understanding about the sculptures Nkisi Nkondi. With questions that start from the exhibition of African Art of the Museum of Abolition (Ibram-PE). The narratives constructed in this text have as a point of reflection and criticism the various cultural reelaborations present with the diasporic process, and that for various reasons they centralized these inheritances as practices conceived within the nago/yoruba trunk.

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Heranças Banto no Brasil, vestígios em busca

Quando se analisa às tradições e os fluxos culturais entre o continente africano e o Brasil, é comum a reafirmação da origem Nagô. Essa perspectiva, não recente, alavanca estudos feitos ao longo do século XX. Ideias trazidas por Nina Rodrigues, aderidas por Arthur Ramos e Edson Carneiro apresentam os Bantos como “possuidores de uma mítica paupérrima, com ausência total de mitos cosmogônicos e fundadores, razão por que teriam se apoderado da mítica e dos rituais nagô”.i Esse processo compreendido como “nagocentrismo”, com sua consequente legitimação acadêmica e midiática das percepções iorubás, dificultou estudos no que diz respeito a mítica Banto e suas ressignificações no Brasil. Mas, ainda assim, as contribuições e reminiscências desse tronco são presentes em diversos aspectos diaspórico no país.

Os povos Banto apresentam inicialmente uma especificidade quanto aos aspectos do comércio de escravizados entre os séculos XV e XIX. É perceptível a predominância de milhares de cativos retirados da África Central para as Américas. Alguns registros indicam que os africanos centrais (que abarcam os povos Bakongo) representam cerca de 45%, ou seja, cerca de 5 milhões dos 11 milhões de africanos importados como escravizados entre os anos de 1519 e 1867 para as Américasii. Apesar da diversidade e diferenciações que o tronco Banto e outras etnias agregam, estudiosos como o antropólogo estadunidense Melville Herskovits chama a atenção para certas semelhanças entre as culturas no continente africano. Para ele, havia possibilidade de compartilhamento entre os povos que fizeram a travessia, levando a uma certa sobrevivência de “forma generalizada” nas Américas. Possivelmente, algo que auxiliou na preservação e sobrevivência de alguns traços Banto no Brasil. Além disso, o pesquisador Nei Lopes apresentará as estratégias desses povos contra a opressão. Enquanto os sudaneses culturalmente confrontavam os brancos frente aos seus ideais, os Bantos costumavam adotar a dissimulação como estratégias para a perpetuação de suas histórias sendo um grande exemplo as irmandades negrasiii.

Irmandades como a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e São Benedito dos Homens Pretos, foram primordiais para preservação de conhecimentos e da espiritualidade desses povos. Em Pernambuco, as Igrejas dedicadas à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos funcionavam

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numa relação de negociação e conflito com os escravizados que participavam delas. Todavia tais espaços tornaram-se centos de acolhimento, ressignificação e perpetuação identitária de diversos negros e negras, algo de extrema importância para manifestações culturais como o Maracatu de Baque-virado ou Maracatu-nação. Manifestação esse que tem como elemento fundante as coroações dos reis negros, comemoração festiva que acontecia no âmbito das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Assim,

[...]O rei do Congo foi uma representação de peso tanto político como simbólico em diversas localidades onde o colonialismo europeu injetou mão de obra africana. Com certeza houve especificidades locais de importância e na própria natureza do cargo, e Pernambuco parece ter sido um local onde essas sociabilidades se desenvolveram de forma intensa, e onde o rei do Congo adquiriu um papel de destaque.iv

No início do século XX, a literatura de folclore apresenta um desligamento dos maracatus das irmandades e da festividade de coroação dos reis negros, e anuncia o escoamento dessa manifestação para o circuito carnavalesco da cidade do Recife. Dilemas que envolve perseguições e subalternidade levaram a constituição dos Maracatus. Apesar de compreendê-los como uma manifestação cultural tradicional ligada aos cultos afro-brasileiros, o Maracatu de Baque-virado agrega diversos símbolos e práticas religiosas de outras vertentes culturais e de culto. O catolicismo, elementos simbólicos e sagrados de origem africana, remetendo as duas heranças vistas no Brasil (Banto e Nagô), e traços indígenas.

Hoje o conceito de nação agrega significado fundamental aos participantes dos Maracatus de Baque-virado. Esses integrantes estão envoltos em uma estrutura que compõe um conjunto de práticas e responsabilidades que se intensificam com a chegada do carnaval, exigindo comprometimentos sociais e religiosos das lideranças e de seus componentes. O termo é atributo para legitimar a tradicionalidade do Maracatu. Essa distinção é necessária pois, desde a década de 1990, existem diversos grupos espalhados por todo mundo, que tocam e dançam Maracatu, considerados como grupos parafolclóricosv.

Como a grande maioria dos Maracatus-nação estão ligados aos terreiros, a formação, preparação e saída desses grupos no carnaval (ou em apresentações variadas) são imbuídas de obrigações de caráter religioso. A calungavi é central como elementos de representação dos fundamentos religiosos do Maracatu-nação, e para que agregue sentido sagrado é necessária sua ativação através de rituais específicos. Um exemplo que apresenta semelhanças a esse caráter religioso, acontecem com determinadas esculturas presentes na região do Congo

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conhecidas como Nkisi Nkondi. Em Pernambuco, uma dessas esculturas encontram-se presente no Acervo de Arte africana do Museu da Abolição/ Ibram-PE.

Minkisi – caminhos para compreensão do Nkisi Nkondi

Minkisi, singular Nkisi, são objetos que detém características sagradas ligadas à ordem social, à proteção comunitária e à cura de doenças do povo Kongo. O Reino Kongo, desde o período de sua fundação pelo Rei Ntinu Lukemi, no final do século XII, teve sua localização delimitada da foz do rio Congo ao atual Gabão, Angola e República Democrática do Congo, região altamente rica em recursos minerais e conhecida por sua localização estratégica, agregou papel de destaque no comércio de escravizados entre os séculos XV-XIX. Ao longo do século XX, a colonização e as posteriores guerras civis castigaram intensivamente essa região. Ainda assim, seu papel como produtora de recursos minerais primordiais para diversas indústrias tecnológicas no mundo continua a existir.

No que diz respeito à cosmologia da religião tradicional Kongo, percebe-se uma relação entre os dois níveis de existência. Para Wyatt MacGaffey, antropólogo e pesquisador do povo Kongo, “a terra dos mortos simplesmente inverte a terra dos vivos” (MACCURNIN, p.10, 2010), apresentando uma relação de próximo, porém distante. No nível espiritual, o Deus criador Nzambi, os Bakulu (os ancestrais mais antigos) e os Minkisi e Bsimbi (espíritos) estabelecem influências com o nível habitado pelos seres humanos, plantas e animais. Assim,

a cosmologia do Kongo visualiza o universo como uma interface das dimensões materiais e imateriais da existência, o tempo limitado e atemporal conectado pelo movimento do sol e ao mesmo tempo separado por um imenso mar conhecido como Kalunga. Como resultado, a meia-noite a lua no mundo visível dos vivos espelha o sol do meio-dia no reino invisível dos mortos, e vice-versa. Não só isso, a paisagem transmite muito mais do que aparenta, porque nela espreita seres invisíveis (especialmente almas desmaterializadas de ancestrais mortos) que interagem com a vida direta e indiretamente - isso não é facilmente percebido pelo comum mortal. (MCCURNIN, 2010, p.10-11, tradução nossa)vii

Dentre os três tipos de bilongos que um Nkisi pode ter, um ingrediente específico agrega extrema importância no ritual. Mpemba, o giz branco feito de caulim ou argila branca, é o primeiro a ser preparado, esse ingrediente presente nas margens dos rios, tem o potencial de ligar o Mbumba (o reino visível) ao Mpemba (o reino invisível). Frequentemente é utilizado para delinear os olhos na figura típica do Nkisi, interligando um significado ritual de que essa delimitação através da visão, agora visão psíquica, estabeleça a real conexão entre os dois reinos (o físico e o espiritual). Wyatt MacGaffey apresenta além das diversas variedades de Minkisi,

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uma categorização. Embora não sejam designações absolutas, elas nos guiam a partir dos componentes materiais, das personalidades, das origens e da função de determinados Nkisi, apesar de muitos pertencerem a ambas categorias.

Minkisi “de cima” foi concedido mais respeito pelos Bakongo...Seus sinais incluíam raios, fogo, armas, animais ferozes, aves de rapina e a cor vermelha. As preocupações desses minkisi eram aquelas ligadas a manutenção da ordem pública através da investidura de homens chefes, o estabelecimento de tratados entre grupos independentes e a identificação e punição de criminosos ... Minkisi “de baixo” foram destinados a assuntos das mulheres e de cura; eles estavam associados ao frescor e a cor branca. Funções reprodutivas e doenças da parte inferior do corpo estavam entre as preocupações pelas quais estavam sendo invocados. As conchas do mar, frequentemente importadas para o interior, estão entre os seus sinais. (MACGAFFEY, Art

and Healing of the Bakongo, p.6, tradução nossa)viii

O Nkisi Nkondi, é um dos exemplos mais populares de Minkisi. Categorizado como “do alto”, é conhecido devido a sua aparência. Geralmente é representado em forma de um homem, que assume uma postura assertiva transmissora de determinado poderio através de sua expressão facial e dos gestos corporais. Quando são representados com a mão esquerda no quadril e o braço direito arqueado empunhando uma lança ou faca, designa a pose de lwimbanganga. Essa indica que a imagem da lâmina do objeto empunhado pelo Nkisi sempre está entre duas forças opostas, “vida e morte, bondade e mal, as forças que constroem e as forças que destroem. Em resumo acredita-se que um Nkondi nessa pose tenha potencial para resistir/ desafiar qualquer poder”ix.

O Nkondi, relaciona-se à figura do caçador de indivíduos que, por algum motivo, pactuam ou desorganizam com a harmonia comunitária. Por isso é representado com uma postura e aparência desafiadora. O espírito ativado na escultura tem o poder de dissipar quaisquer potenciais infratores e ameaçadores do bem estar social. Os pregos, unhas, peças de roupas e outros objetos que comumente são anexados nesses Nkisi são símbolos de conexão do espírito com o indivíduo ou com a comunidade responsável pelo ritual de sacralização. Desse modo, caso o pacto seja quebrado, o Nkisi saberá procurar àquele que estará em falta com os processos ritualísticos de conexão com o espírito.

Apesar de variadas as formas de apresentação e nomeação dos Minkisi, esses podem apresentar-se em imagens femininas, com conchas incrustadas, bilongos anexados em um receptáculo no abdômen, zoomorfizados, sem forma definida contendo apenas os bilongos, entre outros. Todos precisam da ritualização e ativação dos Ngangas. Esses sacerdotes

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determinam como o Nkisi em particular deve ser representado, e qual a escultura que estabelecerá o contato com o espírito.

Minkisi nas Américas – perspectivas Banto ressignificadas nas Calungas de Maracatu-nação

Grande maioria das nações de Maracatus em Pernambuco reafirmam suas identidades “nagô” ou “iorubá”. Essa autoafirmação cantada é presente em diversas loas/ toadas produzidas pelos grupos. Assim, uma primeira problemática está sobre a identificação de terreiros que se intitulam de origem/ tronco Banto em Pernambuco. Apesar do estado ter recebido durante o tráfico transatlântico grande contingente dos escravizados vindos das etnias desse tronco, poucos são os trabalhos que buscam aprofundar perspectivas sobre as heranças Banto no território pernambucano. Uma segunda problemática agrega os diversos elementos utilizados hoje nos Maracatus-nação que são possuidores de variados símbolos dessa herança, como as Calungas que são ritualizadas e ativadas, lembrando o processo feito nos Minkisis.

Essas esculturas sagradas, feitas em grande maioria de madeira, são objetos que articulam a comunicação entre os mundos. Assim, para que tudo aconteça de forma harmoniosa para a Nação durante o período carnavalesco e o ano que seguirá, há uma série de preparos rituais que devem obrigatoriamente ser feitos. Uma variedade de sacrifícios e oferendas são elaboradas pelos adeptos da religião, comandada pelo(a) sacerdote ou sacerdotiza da casa de candomblé a qual o Maracatu pertence. As Calungas que representam determinados orixás durante as obrigações religiosas são diferenciadas a depender do terreiro, inserindo dentro da boneca um otá (pedra que representa o fundamento do determinado orixá). Algumas Calungas também são preservadas dentro dos denominados “quartos de balé”, espaços nos terreiros de tradição nagô destinados aos eguns, ou em algum local especial na sede do grupo.x As damas do paço, mulheres que carregam as bonecas durante o cortejo, devem enquadrar-se em determinados rituais para manter o corpo limpo.

Percebe-se nesse forte símbolo do Maracatu-nação prováveis ligações com a concepção de Minkisi. O processo de ritualização que passa pelas mãos do Nganga responsável pelos saberes ancestrais e medicinais está presente também nas mãos dos(as) sacerdotes ou sacerdotisas dos terreiros, assim como todo o preparo ritual da dama do paço. Apesar de não haver narrativas de manuseio dos Minkisi após os rituais ou preparação por um homem ou

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mulher em específico, possui como semelhança com relação a Calunga, a sua ritualização e ativação por um espírito ancestral, respeitado e reverenciado por todos. Além das obrigações, algumas bonecas Calungas agregam elementos simbólicos em seu corpo que após o ritual, atribuem outro significado ao objeto, tal característica também é presente na concepção dos Minkisi. Quando centralizamos no Nkisi Nkondi, aqui explorado, percebe-se na potencialidade do espírito ancestral em manter o bem estar social e afastar possíveis elementos de desarmonia comunitária e pessoal, especificidades presentes na concepção das Calungas. Elas são sujeitas de ação, devendo ser alimentadas e reverenciadas aos moldes dos ensinamentos ancestrais passados pelos (as) sacerdotes ou sacerdotisas, caso isso não ocorra, a nação e consequentemente o terreiro, estão sujeitos a diversos riscos no campo religioso e pessoal.

Tais objetos, dentro de seus contextos precisam, a todo momento, de rituais específicos que ativam e conectam o espírito ancestral presente na escultura. Assim, quando esses adentram aos museus, descolam-se desse aspecto. Apesar de grande parte das narrativas nesses espaços acompanhar uma perspectiva histórica, antropológica e etnológica, o desligamento com o sentido espiritual coloca aquele objeto numa espécie de “morte” para os seus idealizadores. Ligando esse evento aos diversos Minkisi, especificamente o Nkisi Nkondi, espalhados por diversos museus pelo mundo, é perceptível os graus de violência causados pela remoção desses objetos do seu contexto de origem. Além da retirada de muitos em razão de roubo, confisco e afins, muitas vezes eram eliminados elementos presente do próprio objeto, com o intuito de remodelá-los e torná-los aceitáveis ao olhar ocidental.

Dentro desse processo, apresenta-se o trato ritual dado quando esses objetos são musealizados. No caso da Calunga, muitos maracatuzeiros afirmam que, sem a agência espiritual, há uma espécie de morte. Além de não participar enquanto centro no cortejo, a proteção solicitada durante o ritual “exige que se alimente e cultive a boneca, mantendo contato íntimo e de atenção às vontades da escultura, que dialoga com o grupo a partir de seus dirigentes e dos guias espirituais especializados que dominam o “jogo de búzios”, por meio do qual a boneca fala.”xi Quando isso não é feito, dificilmente a Calunga voltará a participar do cortejo real e, principalmente, seu papel protetor é perdido. Caso que pode fazer parte da realidade dos Nkisi Nkondi quando musealizados, perdendo sua dimensão espiritual quando violado e passando também por uma espécie de morte quando não ritualizado em momentos necessários.

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Considerações Finais

Essa pesquisa caminha por aprofundamentos diversos sobre Arte africana, consequentemente centralizada na escultura Nkisi Nkondi, e nas dimensões diaspóricas de outros elementos visuais. Centralizar na perspectiva Banto faz-se necessária pois os diversos hibridismos e imbricamentos culturais silenciaram por um determinado tempo, as heranças desses povos no Brasil. Com o intuito de apresentar uma continuidade histórica e relacional através das manifestações culturais e as religiosidades, o Maracatu-nação é explorado. A figura visual e significações entre os Nkisi Nkondi e as bonecas Calunga agregam compreensões que permeiam as raízes da diáspora brasileira. Logo, caberá posteriormente um diálogo com os poucos terreiros de tradição Banto espalhados pela Região Metropolitana do Recife, uma abertura para outros possíveis entendimentos entre esses dois elementos ora artístico, ora sagrado.

i ADOLFO, S. P. O candomblé bantu na pós-modernidade. Revista Brasileira de História das

Religiões. 1º encontro do GT de história das religiões e religiosidades. Maringá, p.1, 2008.

ii HEYWOOD, Linda M. .Introduction in Central Africans and Cultural Transformations in the American Diaspora. In. MCCURNIN, Mary Margaret. From the Old to the new world: The

transformation of Kongo Minkisi in African American Art. A Thesis submitted in partial

Imagem 1: Nkisi Nkondi

Fonte: Acervo do Museu da Abolição - Ibram/PE

Imagem 2: Calunga Dona Joventina

Fonte: Acervo do Museu do Homem do Nordeste - MHN

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fulfillment of the requirements for the degree of Master of Arts at Virginia Commonwealth University. P. 36, May, 2010.

iii SOUZA, Larissa Lima de. As contribuições dos bantos no maracatu-nação. Revista Encontros. Campo de São Cristóvão: Vol. 17, No 32, 2019.

iv TSEZANAS, Julia Pittier. O Maracatu de Baque Virado: história e dinâmica cultural. Dissertação (Mestrado em História), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2010, p.25.

v Ibid. p.22.

vi Kalunga (termo aportuguesado Calunga): cemitério, mortos, egum, ancestral. Conhecida simplesmente como boneca, nos maracatus nação, são bonecas esculpidas em madeira e as quais são atribuídos poderes mágico-religiosos. KUBRESLY, Clarisse. As moradas da calunga: Dona Joventina: objetos, pessoas e deuses nos maracatus de Recife. In. GONÇALVES, José Reginaldo; BITAR, Nina Pinheiro & GUIMARÃES, Roberta Sampaio. A alma das coisas:

patrimônios, materialidade e ressonância. Rio de Janeiro: Mauad: FAPERJ, 2013, p.209.

vii “[...], Kongo cosmology visualizes the universe as an interface of the material and immaterial dimensions of existence, the time-bound and timeless connected by the movement of the sun and at the same time separated by an immense sea known as Kalunga. As a result, the midnight-moon in the visible world of the living mirrors the noonday sun in the invisible realm of the dead, and vice versa. Not only that, the landscape conveys much more than meets the eye, because within it lurks invisible beings (especially de-materialized souls of dead ancestors) who interact with the living directly and indirectly- that is in ways not easily perceived by ordinary mortals.”

viii “Minkisi of the above were accorded more respect by BaKongo… Their signs included lightning, fire, weapons, fierce animals, birds of prey, and the color red. The concerns of these minkisi were those of men-notably maintenance of public order through the investiture of chiefs, the forging of treaties between otherwise independent groups, and the identification and punishment of criminals...Minkisi of the below were concerned with women’s affairs and healing; they were associated with coolness and the color white. Reproductive functions and diseases of the lower part of the body were among the concerns for which they were invoked. Seashells, often imported inland for the purpose, are among their signs.” MCCURNIN, 2010, p.25

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ix THOMPSON, Robert Farris. Zinkondi: Moral Philosophy Coded in Blades and Nails.In. Ibid. 27.

x KOSLINSKI, Anna Beatriz Zanine e GUILLEN, Isabel Cristina Martins. Maracatus-nação e a espetacularização do sagrado. Religião e sociedade. Rio de Janeiro: vol.39, n.1, p.154, 2019. xi KUBRESLY, Clarisse. As moradas da calunga: Dona Joventina: objetos, pessoas e deuses nos maracatus de Recife. In. GONÇALVES, José Reginaldo; BITAR, Nina Pinheiro & GUIMARÃES, Roberta Sampaio. A alma das coisas: patrimônios, materialidade e

ressonância. Rio de Janeiro: Mauad: FAPERJ,p. 217, 2013.

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