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Eixo temático: Pesquisa sobre a produção do conhecimento científico em Educação Especial Comunicação Oral RESUMO

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ESTADO DA ARTE: O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR (2007 – 2017)

Rosely dos Santos Madruga Alexandra Ayach Anache Daniela Pereira Nantes

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -UFMS

Programa de Pós Graduação em Educação – PPGEU - UFMS

Eixo temático: Pesquisa sobre a produção do conhecimento científico em Educação Especial – Comunicação Oral

RESUMO

O artigo apresenta um estudo sobre o Estado da Arte de relatórios de pesquisas (Teses e Dissertações) sobre Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Superior. O objetivo é mapear essas produções e analisa-las, a fim de compreender como o AEE constituiu-se nas Instituições de Educação Superior. Metodologia bibliográfica exploratória, referencial teórico Teoria Histórico Cultural. Percebemos que poucos trabalhos versam sobre a temática, sendo um dos motivos que justificou o estudo em questão. Para isso, o lócus temporal foram os anos 2007 a 2017. A investigação foi realizada no Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no Banco de Teses da Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT OASISBR. Descritores utilizados: AEE; Ensino Superior; Educação Superior; Deficiência; Inclusão. Mediante os mecanismos de busca obtivemos incialmente no BDTD 586 relatórios, e, no Portal da CAPES 23 publicações, no Banco de Teses da Universidade de São Paulo (USP) 12 relatórios e no OASIS 741 publicações. Como resultados percebemos que ainda há poucas pesquisas que aludem a temática. Sendo assim a inclusão educacional na educação superior precisa de maiores estudos para uma melhor compreensão desse fenômeno contemporâneo.

Palavras - chave: Atendimento Educacional Especializado; Educação

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1 INTRODUÇÃO

A educação na sociedade brasileira, no século XXI, tem se mostrado no limbo ao tratar de suas competências e finalidades, em especial ao versar sobre a educação do estudante com deficiência, tendo como possivelmente um dos fatores suas múltiplas funções, pois com a mudança do status da mulher na sociedade, antes do lar, agora trabalhadora também extra lar, a escola aparenta aglutinar a função que antes era da família. E diante disso, alargou as fronteiras para além do ensinar a ler, escrever e calcular.

Osório (2015, p. 780) assevera que;

A imprecisão do que poderia ser compreendido como educação, marcada pela falta de uma especificidade e pelo alargamento de suas responsabilidades sociais, veem cada vez mais, criando um movimento que pudesse delimitar seus sentidos e significados, numa sociedade que assim se intitula, como democrática e participativa, compondo direitos e respeito às diferenças, impondo diferentes discursos sobre a diversidade social.

E ao discutir sobre o estudante com deficiência na educação superior, tratar de inclusão na educação superior é discorrer também sobre a ‘diversidade social’. Dessa forma, esse artigo, busca nessa acepção, apresentar o estado da arte de relatórios de pesquisa – teses e dissertações no período de 2007 a 2017, sobre o que está sendo versado sobre o atendimento educacional especializado na educação (AEE) superior por pesquisadores da área da Educação Especial.

A pesquisa referida como estado da arte, por vezes é referida como sinônimo do estado do conhecimento, como Ferreira (2002) e Nóbrega-Therrien e Nóbrega-Therrien (2004). Para Ferreira (2002), o estado da arte ou estado do conhecimento são de caráter bibliográfico, e tem como objetivo mapear, levantar dados, inventariar publicações produzidas por pesquisadores de determinada área de conhecimento.

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Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários. Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser analisado.(FERREIRA, 2002, p, 258).

Nóbrega-Therrien e Therrien (2004), elaboraram um quadro comparativo explicitando sobre o que é considerado como estado da arte, e inclui o estado da questão:

No entanto, é necessário esclarecer que, conforme, Pereira (2013), o estado da arte e estado do conhecimento não são sinônimos. Pois, segundo o

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autor, o estado do conhecimento seria uma pesquisa bibliográfica e o estado da arte, uma metapesquisa;

Nesse sentido, o “estado do conhecimento” é uma pesquisa a serviço da pesquisa proposta, uma ferramenta, uma etapa dentro de um processo de investigação mais amplo. E o “estado da arte”, por sua vez, corresponderia a uma metapesquisa: uma pesquisa sobre a pesquisa, cujo objetivo fundamental consiste no mapeamento da produção de conhecimento em determinada área (PEREIRA, 2013, p. 223).

Romanowski e Ens (2006, p. 40), enfatizam que as pesquisas denominadas estado da arte, estão além de mapear as produções, elas estruturam os dados para a pesquisa. Essa condição não reduz a pesquisa a resumir relatórios de teses e ou dissertações, artigos e outros materiais pressuposta a pesquisa. [...] objetivam a sistematização da produção numa determinada área do conhecimento já se tornaram imprescindíveis para apreender a amplitude do que vem sendo produzido”. Nas atuais pesquisas, o estado da arte como metodologia é utilizado em várias áreas do conhecimento, gerando dessa forma uma ampliação nas produções científicas.

2 Método

Neste artigo, para o estudo em questão, usamos a pesquisa bibliográfica exploratória, o AEE na educação superior, inicialmente, elaboramos os descritores que são tem uma organização categorizada, tem controle tétrico. Já as palavras chave não tem essa rigidez e são componentes dos resumos das publicações. E nem sempre podem ser utilizadas para indexar os documentos, motivo pelo qual ao elaborar a busca nos portais, é imprescindível o uso de descritores.

Após categorizar os descritores, acessamos a base de dados Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no Banco de Teses da Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto Brasileiro

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de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT OASISBR. Os descritores utilizados foram: Atendimento Educacional Especializado And Ensino Superior Or Educação Superior And Deficiência And Inclusão no Ensino Superior.

A pesquisa foi realizada no período de fevereiro de 2017 a 19 de outubro de 2017. O idioma escolhido foi a Língua Portuguesa brasileira. A área de conhecimento Educação e Educação Especial . Elegemos como critérios de inclusão todas a produções que abordassem a temática em questão – o AEE na Educação Superior e como critério de exclusão, relatórios que contenham AEE na Educação Básica, Saúde, Área da Computação, artigos, salas comuns, Química, Física, Ciências exatas, dentre outros. Após esse procedimento, recuperamos do Banco de Teses e Dissertações da Capes 23 relatórios. Ao filtrarmos por área de conhecimento, registramos: Educação (13) Ensino (1) Ensino de Ciências e Matemática (1) Medicina (1) Psicologia (2) Sociais e Humanidades (1) Teologia (4). Pós a primeira filtragem excluímos – Teologia, Psicologia, Medicina, Ensino de Ciências e Matemática. Esse processo retornou 14 relatórios, sendo 9 Dissertações e 4 Teses. Optamos por realizar uma segunda filtragem nos títulos e resumos e nível de educação, esse recurso reverteu em 10 produções que aludiam a temática abordada.

Na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) recuperamos 670 publicações. Após recorte temporal (2007 - 2017) obtivemos 586 produções. Ao delimitarmos a Língua Portuguesa, compilamos 586. Ao acessarmos a área de conhecimento referida anteriormente, inventaríamos 05 publicações que serão analisadas posteriormente.

No Banco de Teses da Universidade de São Paulo (USP) dos 12 relatórios, nenhum foi condizente ao objeto desse artigo. Já no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT OASISBR, encontramos 741 trabalhos na primeira filtragem, após adicionarmos o lócus temporal, obtivemos 662 registros. Ao solicitarmos Teses e Dissertações encontramos 547 relatórios. Ao acessarmos o Programa de Pós Graduação em

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Educação Especial alcançamos 111 dissertações e 62 teses. No crivo posterior visamos a área de Conhecimento Ciências Humanas – tópicos específicos em Educação 59 relatórios (teses), usando o mesmo crivo para dissertações, tópicos específicos em Educação Especial 91 e em tópicos em Educação 20 trabalhos. Após análise de títulos resumos e palavras chave nessa pré-análise, concluímos que serão examinados 05 registros encontrados. Do total de registros resgatados, 20 publicações, serão analisadas na seção 2.

3 Levantamento das Publicações Teses e Dissertações 2007-2017: O Atendimento Educacional Especializado na Educação Superior

O AEE na educação superior é um fenômeno recente nas IES, um processo resultante da militância de familiares, estudantes com deficiência, grupos de estudo e trabalho que tematizam a inclusão nos diversos níveis de ensino e discussão de pesquisadores da área da Educação Especial que lutaram e ainda lutam pela inclusão na área educacional de pessoas com deficiência.

Na Educação Superior, esse fato foi mais marcante a partir de 2005, com o editais do Programa Incluir que visava a acessibilidade. Pela relevância do Programa, realizamos um levantamos para identificar quais pesquisadores dos 20 a serem analisados trataram desse Programa em suas pesquisas. Encontramos 15 relatórios que aludiam a temática referida: Souza (2010), Renders (2012), Correa (2016), Silva (2016), Silveira (2015), Ramalho (2012), Castro (2011), Miranda (2014), Seger (2016), Guerreiro (2013), Cabral (2013), Rocha (2015), Oliveira (2011), Zampar (2015), Alcoba ( 2008), Garcia (2016).

Ao buscarmos a temática AEE na Educação Superior percebemos que os autores citam o AEE, como constante na legislação, mas, não o tem como objeto de pesquisa. Souza (2010), Cabral (2010), Fernandes (2012), Renders (2012), Silva (2016), Silveira (2015), Ramalho (2012), Castro (2011), Miranda

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(2014), Seger (2016), Guerreiro (2013), Cabral ( 2013), Rocha (2015), Oliveira (2011), Zampar (2015), Alcoba (2008), Field’s (2013), Garcia (2016).

Quanto ao objeto de pesquisa será disposto no quadro abaixo: Quadro 1 – Relatórios de Teses e Dissertações

Ano Autor Titulo Objeto Tipo IES

2008 Alcoba, Susie De Araújo Campos Estranhos no Ninho : A Inclusão de Alunos com Deficiência na Unicamp Modo como os professores encaram os alunos com deficiência seguirem o curso Tese Universidade Estadual de Campinas -Unicamp 2010 Souza, Bianca Costa Silva De Programa Incluir (2005-2009): Uma Iniciativa Governamental De Educação Especial Para A Educação Superior No Brasil As políticas para a garantia de atendimento aos sujeitos com deficiência na Educação Superior Dissertação Universidade Federal De Santa Catarina 2010 Cabral, Leonardo Santos Amâncio A legislação brasileira e italiana sobre Educação Especial : da década de 1970 aos dias atuais. 2010. Legislação referentes a inclusão no Brasil e na Itália Dissertação Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – Ufscar 2011 Castro, Sabrina Fernande s De. Ingresso e Permanência de Alunos Com Deficiência Em Universidades Públicas Brasileiras' O acesso e a permanência de estudantes com deficiência no ensino superior Tese Universidade Federal de São Carlos, São Carlos – Ufscar 2011 Guerreiro, Elaine Maria Bessa Rebello Avaliação da Satisfação do Aluno Com Deficiência no Ensino Superior: Estudo De Caso Nível de satisfação do aluno com deficiência no ensino superior Tese Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - Ufscar 2011 Oliveira, Antonia S. Silveira e Alunos com deficiência no ensino superior: subsídios para a política de inclusão da UNIMONTES Implantação da educação inclusiva na Unimontes Tese Universidade Estadual de Montes Claros

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2012 Renders, Elizabete Cristina Costa "Invisibilidade e Emergência da Universidade Inclusiva Na Tessitura de Uma Rede De Memórias" As práticas inclusivas desenvolvidas, na Universidade Metodista Tese Universidade Estadual De Campinas – Unicamp 2012 Ramalho, Maria Noalda. A Inclusão De Alunos Com Deficiência na Uepb: Uma Avaliação do Programa de Tutoria Especial Programa de Tutoria Especial da Universidade Estadual da Paraiba - UEPB Tese Universidade do Estado do Rio De Janeiro – Uerj 2013 Silva, Valeria De Oliveira E-Acessibilidade e Formação Docente: Inclusão de Estudantes Com Deficiência Visual Total em Cursos Superiores Online e na Cibercultura Adequação curriculares para estudantes cegos na educação superior Dissertação Universidade do Estado do Rio De Janeiro – Uerj 2013 Cabral, Leonardo Santos Amâncio Orientação Acadêmica e Profissional dos Estudantes Universitários Com Deficiência : Perspectivas Internacionais A exploração de iniciativas nacionais e internacionais frente a inclusão nas IES Tese Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - Ufscar 2014 Miranda, Bruna Da Silva Ferreira .Inclusão de Alunos Que Apresentam Deficiência Visual na Educação Superior: Adaptação de Material Didático A inclusão de alunos com deficiência no ensino superior Dissertação Universidade do Grande Rio - Prof Jose De Souza Herdy 2014 Field's, Karla Amâncio Pinto Saberes Profissionais para o Exercício da Docência Em Química Voltado à Educação Inclusiva. Construção e mobilização dos saberes docentes para a formação de professores de química para a inclusão escolar Tese Universidade Federal de Goiás – Ufg

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2014 Fernande s, Sandra De Freitas Paniago A Formação de Professores de Ciências Biológicas e a Educação Inclusiva: Uma Interface da Formação Inicial e Continuada.

“A formação inicial e continuada de professores de Ciências Biológicas com relação à aprendizagem de educandos com necessidades especiais” Dissertação Universidade Federal de Goiás – UFG 2015 Silveira, Tatiana Dos Santos Política de Inclusão no Ensino Superior na Modalidade Ead nas Universidades Privadas' A política de inclusão na educação superior na modalidade EAD Tese Universidade do Vale do Itajaí - Univali 2015 Zampar, Josilene Aparecida Sartori Integração a Universidade na Percepção de Estudantes com Deficiência Inclusão de alunos com deficiência no Ensino superior Dissertação Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - Ufscar 2015 Rocha, Luiz Renato Martins da

O que dizem surdos e gestores sobre vestibulares em Libras para ingresso em Universidades Federais Investigar como os surdos que prestaram o vestibular vídeo-gravado em Libras de duas universidades federais, perceberam o atendimento às suas necessidades linguísticas, bem como as impressões dos gestores dessas avaliações Dissertação Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - Ufscar 2016 Seger, Rosangel a Gehrke As Políticas de Acesso para Estudantes com Deficiência nas IES Públicas do Estado do Paraná' Políticas institucionais de acesso do estudante com deficiência, vigentes nas IES públicas do Estado do Paraná, em que existem Núcleos de Dissertação Universidade Federal Do Paraná - Ufpr

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Serviços e/ou Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais - NEE 2016 Correa, Ana Bárbara Assunção Vazquez Educação inclusiva no ensino superior: saberes e práticas dos professores do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática Universidade Federal de Sergipe Dissertação Universidade Federal de Sergipe 2016 Silva, Elizane Andrade Da

Das Bases Legais ás Práticas Institucionais: Limites, Possibilidade e Desafios para a Inclusão Justa de Alunos com Deficiência no Ensino Superior' Inclusão de estudantes com deficiência na Educação Superior Dissertação Centro Universitário Internacional - Uninter 2016 Lopes, Betania Jacob Stange Programa de

transição para a vida adulta de jovens com deficiência intelectual em ambiente universitário Programa de Transição para a Vida Adulta no Ambiente Universitário Tese Universidade Federal de São Carlos, São Carlos - Ufscar

Fonte: BDTD, CAPES e OASIS

Dentre os pesquisadores nos aportamos em Oliveira (2011), Guerreiro (2011), Cabral (2013), Castro ( 2011), Lopes (2016), Zampar (2015), Rocha (2015) e Gomes (2013), pois levantam questões sobre o estudo em foco. Zampar (2015) trata do enfrentamento que os estudantes em situação de deficiência perpassam para a integração na universidade, não basta ter o acesso, é necessário integrar-se, fazer parte da instituição, constituir relações com novos colegas, novos professores, novos acessos a um nível de educação

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antes não enfrentadas. O resultado dessa publicação mostrou que na instituição investigada não foi positivo devido as práticas pedagógicas não adequadas a realidade desses estudantes, acessibilidade deficitária, não envio de materiais previamente solicitados para que o estudante acompanhe de maneira adequada as aulas. No entanto, no que tange as relações interpessoais positivas com os colegas e consideram esse fator um fator de permanência na instituição.

Nesse mesmo caminho, Guerreiro (2011) relatou o crescimento no número de matriculas do estudante com deficiência no ensino superior, no entanto, não se percebe segundo os autores avaliação para satisfação desses estudantes nesse nível de ensino. Diante disso a autora construiu um instrumento, uma Escala de Satisfação e Atitudes de Pessoas com Deficiência – ESA, no qual fosse possível avaliar esse alunado e concluíram que o instrumento é útil para as instituições avaliar a o acesso e a permanência nesse nível de ensino.

Castro (2011), asseverou que os alunos com necessidades educacionais especiais estão adentrando nas universidades em todos os lugares no Brasil e no mundo e se questiona: mas, será que o ensino superior está preparado para receber este alunado que até então tinha acesso muito limitado a este nível de ensino? Para responder essa indagação a referida autora pesquisou em 13 (treze ) universidades, como as instituições tem trabalhado o ingresso e a permanência de pessoas com deficiência, com isso, ela objetivou também verificar as barreiras a serem transpostas por estes alunos e quais as facilidades que eles tem encontrados no dia-a-dia dentro das instituições.

Neste trabalho, a autora pretendeu identificar as maiores dificuldades para os alunos NEE, por meio de entrevistas, questionários, análise de relatórios e observações no ambiente educacional, e que as maiores dificuldades são as barreiras: arquitetônicas; pedagógicas e atitudinais. Em suas considerações a autora diz:

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Espera-se que as discussões aqui propostas possam colaborar com a área, mas principalmente que indique alternativas viáveis para melhorar o cotidiano dos alunos com deficiência no ensino superior brasileiro. Assim, espera-se, por intermédio da divulgação dos resultados dessa pesquisa a possibilidade da implementação de ações que contribuam para a permanência, buscando influir, principalmente, mediante a sensibilização das autoridades competentes. (CASTRO, 2011. p.10).

Gomes (2013) relata que “a luta pela inclusão pressupõe a formação integral do indivíduo, para a vida autônoma e crítica na sociedade, sua emancipação social, política, cultural”, enfatiza a inclusão como a valorização da igualdade na diferença.

Oliveira (2011) afirma em sua tese de doutorado que garantir o acesso, a permanência vai além das condições de acessibilidade físicas nas instituições, faz-se necessário uma política de inclusão efetiva, estudos na área da educação especial na educação superior, visando a educação para realmente todos.

Cabral (2013), buscou verificar como instituições internacionais como as italianas, inglesas e francesas tem trabalhado a fim de implementar boas práticas no sentido de orientar estudantes com deficiência em suas vidas acadêmicas e profissionais posteriormente, como uma forma de boa pratica que valorize as habilidades de cada pessoa em situação de deficiência, o autor cita os acompanhamentos que visa valorizar os conhecimentos e habilidades que os alunos possuem, as políticas de inclusão que promove o acesso de forma adequada aos estudantes como a proteção deles com a finalidade de matricularem-se nos cursos podendo usufruir dos serviços que as instituições oferecem, como as orientações acadêmicas e profissionais.

Lopes (2016, p. 8), analisou “os efeitos de um Programa de Transição para a Vida Adulta no Ambiente Universitário que tem como finalidade propiciar experiências de aprendizagem para a vida dos jovens com DI”. Esse projeto tem como premissa fomentar experiencias aos estudantes com deficiência intelectual, nesse sentido, o apoio dos professores e colegas mostraram-se

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favoráveis a essa transição no sentido desses estudantes ampliarem seu repertório (habilidades sociais) para a vida em sociedade pós universidade.

Rocha (2015, p.7), investigou como “os surdos que prestaram o vestibular vídeo-gravado em Libras de duas universidades federais, perceberam o atendimento às suas necessidades linguísticas, bem como as impressões dos gestores dessas avaliações” e teve como resultado que poucas universidades oferece esse serviço de apoio a pessoa surda, a incipiência de ensino em níveis anteriores a graduação. Destaca-se também que para os surdos essa forma de acesso ao vestibular é mais igualitária em relação aos candidatos ouvintes. Segundo os participantes da pesquisa é importante uma reavaliação nessa sistemática de avaliação alçando voz aqueles que já participaram do processo como forma de aprimorar o instrumento para os próximos candidatos.

Quanto a perspectiva teórica Souza (2010) menciona Vigotski em sua pesquisa, mas não deixa claro a abordagem teórica. Rocha (2015) destacou a perspectiva histórico cultural e Renders (2012) enfatizou em seu relatório Foucault.

No que tange a perspectiva teórica, que é a Teoria Histórico Cultural, as pesquisas de Silva (2016), Silveira (2015), Ramalho (2012), Seger (2016), Guerreiro (2013), Cabral (2010, 2013), Zampar (2015), Garcia (2016), Alcoba (2008), Castro (2011), Fernandes (2012), Correa (2016), Field’s (2014), Miranda (2014) e Oliveira (2011) não foi possível identificar a perspectiva teórica que os relatórios foram produzidos.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que como estado da arte, foi possível mapear as publicações que versam sobre o AEE na educação superior na última década – 2007- 2017, em teses e dissertações produzidas por pesquisadores da área da Educação Especial.

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Nos relatórios foi possível identificar autores que aludem a inclusão na Educação Superior e enfatizam que as publicações nessa área são recentes e em quantidade reduzida, que carecem de maiores pesquisas, publicações de trabalhos que por vezes são realizados, no entanto não publicados. E, em especial ao objeto do referido estado da arte elencado, que é o AEE na Educação Superior.

Um dos pontos a serem acrescentados num artigo posterior será uma pesquisa documental inventariando a legislação pertinente a educação superior referente ao AEE, por considerar a relevância dos marcos legais, dos documentos que possibilitaram a inserção do AEE via diplomas legais nas IES.

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Referências

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