• Nenhum resultado encontrado

A Quantificação Adverbial em Karitiana: os Advérbios

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A Quantificação Adverbial em Karitiana: os Advérbios"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Luciana Sanchez-Mendes

Resumo

Este trabalho investiga a semântica dos Advérbios Quantificacionais em Karitiana (família Arikén, tronco Tupi) em comparação com os advérbios de quantidade do francês beaucoup e

souvent (cf. Doetjes 2007). Souvent é um advérbio que sempre envolve contagem e beaucoup é

um advérbio de grau que nem sempre envolve contagem. Ele depende da semântica do predicado. Beaucoup somente denota iteratividade se o predicado não é massivo. Esse tipo de advérbio depende da pluralidade do predicado. Levando em conta os argumentos em Doetjes 2007, afirmamos que o advérbio kandat in Karitiana é mais como o souvent do francês do que o

beaucoup.

Abstract:

This paper investigates the semantics of the Quatificational Adverbs in Karitiana (Arikén family, Tupi Stock) in camparison with the quantity adverbs in French beaucoup and souvent (cf. Doetjes 2007). Souvent is an adverb that always involves counting and beaucoup is a degree quantifier that not always involves counting. It depends on the semantics of the predicate. Beaucoup only denotes iterativity if the predicate is not massive. This kind of adverb depends on the plurality of the predicate. Considering the arguments in Doetjes 2007 we claim that the adverb kandat in Karitiana is like the adverb souvent in French rather than the adverb beaucoup.

PALAVRAS CHAVE: quantificação, advérbios, línguas indígenas KEY WORDS: quantification, adverbs, Indian langages

1. Introdução

Este trabalho insere-se dentro de minha pesquisa de mestrado que tem como objetivo analisar a expressão da quantificação na língua Karitiana (Kr) – uma língua indígena brasileira do tronco Tupi e da família Arikén falada em Rondônia. O objetivo deste artigo é fazer uma análise dos advérbios quantificacionais do Karitiana de acordo com a classificação de Doetjes 2007.

A base teórica em que encontra-se o foco da discussão está na distinção entre quantificação-A e quantificação-D. (cf Partee et al. 1987). A quantificação-D é a quantificação nominal ou de

(2)

2

determinante e é expressa através de determinantes e expressões nominais, e a quantificação-A, adverbial, pode ser expressa através de advérbios, afixos verbais e auxiliares.

No Karitiana, a expressão da quantificação e de número parece estar totalmente ausente das expressões nominais. Essas expressões não são marcadas para definitude ou indefinitude, não possuem classificadores, nem marcas de singular/plural. (cf Coutinho-Silva 2005 e Müller, Storto e Coutinho-Silva 2006). Karitiana é uma língua em que existe apenas quantificação de tipo A. (Müller, Storto e Coutinho-Silva 2006).

2. Número nominal e verbal em karitiana

Para analisar o número nominal e verbal da língua, baseamo-nos na tese de que todas as raízes predicativas nascem cumulativas. (Krifka 1986, Kratzer 2001, 2005). Um predicado é cumulativo se, sempre que ele for aplicável a dois indivíduos, ele será aplicável também a sua soma. Abaixo, têm-se as denotações de cumulatividade dadas por Kratzer 2001 e um exemplo de predicado cumulativo:

(1) Cumulatividade (propriedades de indivíduos): λP<et>∀x∀y [ [P(x) & P(y)] → P(x+y) ] (2) Cumulatividade (propriedades de eventos):

λP<st>∀e∀e’ [ [P(e) & P(e’)] → P(e+e’) ] (3) Ex: Plural:

Se João+Maria são estudantes e Carlos+Rosa são estudantes, João+Maria+Carlos+Rosa são estudantes.

Nomes têm denotação cumulativa em Karitiana (Müller, Storto e Coutinho-Silva 2006). A variabilidade de leitura proporcionada pelos nomes que, como vimos, não apresentam materiais funcionais, é devida à cumulatividade.

(3)

3

(4) Taso naka'yt boroja taso ∅-naka-‘y-t boroja homem3-DECL-comer-NFUT cobra

‘O(s)/um(s)/algum(s) homem(s) comeu/comeram a(s)/uma(s)/alguma(s) cobras.’ Literalmente: um número indefinido de homens comeu um número indefinido de cobras.

Os verbos também têm denotação cumulativa em Karitiana (Sanchez-Mendes & Muller 2007): (5) João iot

João i-ot-∅

João 3-cair- NFUT ‘João caiu.’

Literalmente: João caiu uma vez ou um número indefinido de vezes. 3. Material e método

3

A EXPRESSÃO DA QUANTIFICAÇÃO-A EM KARITIANA

3.1. PLURACIONALIDADE

O Karitiana é uma língua pluracional (Sanchez-Mendes 2006). A pluracionalidade é a expressão no verbo da pluralidade de eventos e é um fenômeno que vem sendo estudado em diversas línguas não indo-européias. Ela é expressa pelo que Lasersohn 1995 chama de marcadores pluracionais. Esses marcadores não refletem concordância com os argumentos do verbo nem a pluralidade do verbo em si, mas a ocorrência de múltiplos EVENTOS (cf Lasersohn 1995).

1 Forma de apresentação dos enunciados: 1alinha: transcrição ortográfica, 2a linha: segmentação

morfológica. Símbolos usados: NFUT= não futuro, AUX = auxiliar, PART = particípio, REDUPL =

reduplicação, DECL = modo declarativo, CAUS = causativo, SG = singular, PL = plural, NEG = negação, 3 = 3ª pessoa, 1S = 1ª pessoa do singular, FUT =futuro, EXIST =existencial, 3ANAF = 3ª pessoa anafórica, SUB

= subordinador, ASSERT = modo assertivo, POS = posposição, PASS = passiva, OBL = oblíqüo, VERB =

(4)

4

Uma sentença com verbo pluracional será verdadeira para um grupo de eventos se o correspondente singular deste verbo for verdadeiro para cada evento individual do grupo:

(8) V-PA(E) ↔ ∀e ∈ E [V(e) & card (E) ≥ n] onde:

V: verbo;

PA: marcador pluracional;

E: variável sobre conjuntos de eventos e: variável sobre eventos atômicos;

n: é pragmaticamente determinado, mas é freqüentemente ‘muito’.

No geral, a pluracionalidade em outras línguas está associada a leituras de ‘muito/intensidade’: • Leitura intensiva - exemplo do Nahuatl:

(9) tlania: perguntar;

tlatlania: perguntar insistentemente. • Leitura excessiva - exemplo do Dyirbal:

õwã nakakot sypomp opokakosypi

õwã ∅-naka-kot- Ø sypomp opokakosypi

menino 3-DECL-quebrar-NFUT dois ovo de galinha ‘O menino quebrou dois ovos.’

Contexto: de uma vez só

õwã nakokodnat sypomp opokakosypi

õwã ∅-na-kot-kot-a-t sypomp opokakosypi

menino 3-DECL-quebrar DUPL – VERB - NFUT dois ovo de galinha ‘O menino quebrou dois ovos.’

(5)

5

(10) balgan: golpear;

balbalgan: golpear muito.

• leitura durativa-continuativa - exemplo do Yokuts: (11) Simwiyi: chuviscar;

Simimwiyi: permanecer chuviscando.

Em Karitiana, os marcadores pluracionais são operadores de PLural na denotação cumulativa dos verbos (Sanchez-Mendes & Muller 2007). A operação PLural exclui os eventos singulares da denotação do verbo. (Ferreira 2005 para nomes e verbos, Müller 2000 para nomes). Desse modo, a pluralização é possível para dois ou mais eventos, e não somente para um número significativo de eventos:

(12) Sympomp nakaponpon João sojxaty kyn

sympom-t ∅-naka-pon-pon-∅ João sojxaty kyn

dois-OBL 3-DECL-atirar-REDUPL-NFUT João queixada POS 'João atirou duas vezes na queixada.'

3.2 ADVÉRBIOS

Qual é o papel dos advérbios quantificacionais como muito nessa língua? Poderíamos pressupor que a quantificação de eventos com denotação de ‘muito’ fosse feita pelos marcadores pluracionais já que, em muitas línguas, eles aparecem ligados a essa denotação mais do que propriamente a de ‘plural’. (dados apresentados em Lasersohn 1995). Como vimos, em Karitiana, a pluracionalidade é uma operação de PLural na denotação cumulativa dos verbos. Sua denotação é ‘mais do que um’ e não ‘muito’. Dessa forma, advérbios como muito quantificam sobre o evento do verbo pluracionalizado ou não, de forma não redundante:

(13) Kandat taso naokyt boroja kandat taso ∅-na-oky-t boroja muito homem3-DECL-matar-NFUT cobra

(6)

6

3

3

3

3.2.1

.2.1

.2.1

.2.1

A PROPOSTA DE DOETJES

A PROPOSTA DE DOETJES

A PROPOSTA DE DOETJES

A PROPOSTA DE DOETJES

Doetjes faz uma apresentação, para o francês (Fr), da oposição entre advérbios de grau e advérbios de freqüência: Beaucoup ‘muito’ e souvent ‘freqüentemente’, respectivamente. Para a autora, ambos são advérbios de quantidade (advérbios-Q) que, em alguns contextos, têm significados bastante semelhantes (14a,b).

(14) a. Sylvie va beaucoup au cinema. ‘Sylvie vai muito ao cinema.’ b. Sylvie va souvent au cinema. ‘Sylvie vai ao cinema frequentemente.’

Por outro lado, há contextos em que não é possível trocar um pelo outro (15a,b) ou essa troca gera conseqüências semânticas (16a,b).

(15) a. *Pierre a beaucoup acheté trois kilos d´olive. ‘Pierre comprou muito três quilos de azeitona.’

b. Pierre a souvent acheté trois kilos d´olive.

‘Pierre comprou freqüentemente três quilos de azeitona.’ (16) a. Sylvie a beaucoup apprécié ce film.

‘Sylvie gostou muito deste filme.’ b. Sylvie a souvent apprécié ce film.

‘Sylvie freqüentemente apreciou este filme.’

Em (15a), a autora ressalta que esse é um caso em que, em inglês é possível usar a lot ‘muito’. (17) Pierre has bought three kilos of olives a lot.

Em português, esse uso também é possível:

(7)

7

3

3

3

3.2.1.1 Advérbios de Freqüência e grau X Expressões Iterativas

.2.1.1 Advérbios de Freqüência e grau X Expressões Iterativas

.2.1.1 Advérbios de Freqüência e grau X Expressões Iterativas

.2.1.1 Advérbios de Freqüência e grau X Expressões Iterativas

Expressões de freqüência – como souvent – definem um número de ocorrências por intervalos de tempo, enquanto que expressões iterativas – como trois fois ‘três vezes’ – definem um número absoluto de vezes. A interpretação homogênea de um tempo como o tempo presente ou o imperfeito, por exemplo, é incompatível com uma expressão adverbial que define quantidade absoluta.

(19) a. Jean va/allait souvent au cinema. ‘Jean vai/ia frequentemente ao cinema.’ b. #Jean va/allait trios fois au cinema.

‘Jean vai/ia três vezes ao cinema.’

Beaucoup e souvent são expressões de quantidade dependentes porque dependem de uma

quantidade de referencia (n) definida contextualmente. Ambos são compatíveis com tempo estativo, como o tempo presente ou imperfeito. Já trois fois é uma expressão de quantidade independente. Expressões como essas são compatíveis com o presente e o imperfeito se usarmos uma expressão com a forma ‘por unidade de tempo’ como par semaine.

(20) Pierre va au Louvre trois fois par semaine. ‘Pierre vai ao Louvre três vezes por semana.’

Esse contraste apresentado para o francês entre souvent/beaucoup X trois fois também aparece em português brasileiro (PB) entre freqüentemente/muito X três vezes.

(21) a. João vai muito ao cinema.

b. João vai freqüentemente ao cinema. c. #João vai três vezes ao cinema.

d. João vai ao cinema três vezes por semana.

3

3

3

3.2.1.2

.2.1.2

.2.1.2

.2.1.2

Advérbios

Advérbios

Advérbios

Advérbios----Q e Quantificação.

Q e Quantificação.

Q e Quantificação.

Q e Quantificação.

(8)

8

(22) a. beaucoup de livres ‘muitos livros’ b. beaucoup de soup

‘muita sopa’

Já souvent e trois fois são sempre adverbiais, não podendo indicar quantidades de expressões nominais:

(23) *souvent/trois fois (de) livres/de soup freqüentemente/três vezes livros/sopa’

Advérbios de grau como beaucoup não envolvem contagem. As expressões-Q verdadeiramente independentes como trois fois sempre envolvem contagem. Uma das diferenças entre souvent e

beaucoup é que souvent sempre introduz interpretação de muitos eventos, enquanto que beaucoup, não. O fato de a frase abaixo não ser contraditória indica que esses dois advérbios de

quantidade estão fazendo operações diferentes. (24) Il a plu souvent, mais n’a pas plu beaucoup.

‘Choveu freqüentemente, mas não choveu muito.’

Expressões como beaucoup são tipicamente encontradas em contextos em que especificam um grau. Quando combinadas com VPs ou expressões nominais, essa quantidade pode ser plural (iterativa) ou massiva (não-iterativa). É a cumulatividade que licencia seu uso. Doetjes assume cumulatividade para massivos e plurais, mas não para contáveis singulares. Por isso diz que expressões de grau não podem ocorrer com substantivos contáveis singulares. Mas, em PB: (25) Tem muito ovo na geladeira.

O uso adverbial de beaucoup é possível em contextos onde o VP tem referência cumulativa, permitindo tanto uma interpretação plural quanto massiva. Ele nunca introduz iteratividade. A origem da iteratividade nesses casos é sempre a interpretação plural do predicado.

A ilusão de ambigüidade de beaucoup deve-se à semântica dos predicados a que ele se aplica. Ele tem interpretação iterativa se estiver modificando um predicado contável plural, como ‘ir ao

(9)

9

cinema’. Já com predicados massivos, como ‘chover’, tem interpretação não-iterativa, que Doetjes chama de global2.

(26) a. beaucoup de livres [NP/VP contávies plurais]

‘muitos livros’

b. Jean va beaucoup au Louvre ‘Jean vai muito ao Louvre.’

c. beaucoup de soup [NP/VP massivos]

muita sopa’ d. Il a plu beaucoup.

‘Choveu muito’.

e. # beaucoup de thérière [NP/VPsingulares contáveis]

‘muito bule’

f. #Jeane a beaucoup écrit la lettre. ‘Jeane escreveu muito a carta.’

Os advérbios de grau fazem uso da pluralidade do predicado. Leituras iterativas de sentenças contendo beaucoup se devem (ou são devidas) à interpretação plural do predicado e não são obtidas por quantificação. Já advérbios como souvent são inerentemente iterativos. Eles introduzem uma interpretação de ‘muitas vezes’ independentemente da propriedade massiva/contável do predicado.

A presente análise faz a iteratividade no contexto de beaucoup bem diferente da iteratividade no contexto de souvent. Ao invés de selecionar um predicado plural, souvent contém uma entidade plural correspondente a ocorrências (times). A presença dessa entidade plural é o que faz a multiplicação possível. Como resultado, um predicado verbal com referência singular pode ser multiplicado por souvent.

Esperamos, então, que beaucoup seja sempre incompatível com predicados singulares. Souvent combina-se com predicados singulares desde que eles denotem um conjunto não singular de

2 Segundo Bach 1986 (apud Doetjes 2007) os predicados verbais têm uma contraparte singular, plural e massiva dos

predicados nominais. Um predicado como ‘chover’ é massivo, enquanto que ‘ir ao cinema’ é contável, sendo ambíguo entre uma leitura singular ou plural.

(10)

10

eventos singulares. O caso em que souvent toma escopo sobre os indefinidos é um desses. A presença de um indefinido bloqueia uma leitura plural do predicado, a menos que o indefinido seja interpretado referencialmente. Como previsto, souvent pode ter escopo sobre indefinidos enquanto que beaucoup não.

(27) a. Trois Allemands sont beaucoup venus chez toi l’an dernier. ‘Três alemães visitaram muito você no ano passado.’ b. *Il est beaucoup venu trois Allemands chez toi l’an dernier.

Ano passado, vieram muito três alemães para sua casa.’ c. Trois Allemands sont souvent venus chez toi l’an dernier.

‘Três alemães visitaram muito você no ano passado.’ d. Il est souvent venu trois Allemands chez toi.

Freqüentemente, vêm muito três alemães para sua casa.’

Beaucoup opera sobre o significado de um predicado que tem que ser interpretado como uma

escala. Beaucoup aplicado a um sintagma nominal ou a um sintagma verbal corresponde a uma escala global, no caso de predicados massivos, e a uma escala discreta, no caso de predicados contáveis.

3.2.2 A proposta de doetjes e o karitiana

Um advérbio como Kandat ‘muito’ em Karitiana seria, então, um advérbio de grau como

beaucoup (Fr) ou de freqüência como souvent (Fr)? Vimos que o beaucoup não pode se aplicar a

sintagmas verbais singulares (com indefinido). Nos corpora, encontramos kandat com VP com indefinido:

(28) Kandat taso naokop myhint ‘ep

Kandat taso ∅-na-okop-∅ myhint ‘ep

Muito homem 3-DECL- quebrar-NFUT um perna

(11)

11

Vimos que, quando beaucoup aplicava-se a um predicado massivo, tínhamos sempre uma interpretação não-iterativa. Nos corpora não há dados de kandat com verbos massivos. No entanto, aparece uma outra palavra para ‘muito’ na língua, pitat, que pode ser combinada com verbos massivos e, ainda assim, produzir leituras iterativas:

(29) Inácio nakakydnkydn pitat

Inácio ∅-naka-kydn-kydn-∅ pitat Inácio 3-DECL-esperar-REDUPL-NFUT muito ‘Inácio esperou muito’.

Ou: ‘Inácio esperou muitas vezes’.

Como podemos observar, a iteratividade aqui não depende da contabilidade plural do VP, como acontece com beaucoup. Desse modo, a quantificação de grau na língua, é feita por um advérbio que, como o advérbio de freqüência souvent do francês, já tem uma quantificação sobre ocorrências intrínseca, não necessitando assim da iteratividade um predicado contável.

4. Conclusões

Karitiana é uma língua em que existe apenas quantificação de tipo A. Os nomes e os verbos são cumulativos nessa língua sendo que a pluracionalidade é uma operação de PLural na denotação cumulativa dos verbos que expulsa os eventos atômicos dessa denotação. Os advérbios atuam sobre o verbo de forma não redundante com os marcadores pluracionais.

Vimos que, em Karitiana, os advérbios quantificacionais que indicam ‘muitos’ estão mais para os advérbios de freqüência como souvent do francês do que advérbios de grau como beaucoup. Os advérbios do Karitiana, assim como souvent apresentam uma quantificação sobre ocorrências (times) e, portanto não dependem da pluralidade do VP para terem leituras iterativas.

5.

Referências blibliográficas

BACH, E.; E. JELIEK; A. KRATZER and B. PARTEE (eds.). Introduction. In Quantification in Natural

(12)

12

COUTINHO-SILVA, T. O Sintagma Nominal em Karitiana. Trabalho apresentado no 13º Simpósio Internacional de Iniciação Cientifica da USP, São Paulo, 2005.

DOETJES, Jenny. Adverbs and quantification: degree versus frequency. Lingua, v. 117, Abril de 2007 685–720, 2007.

FERREIRA M. Event Quantification and Plurality. MIT Ph.D. thesis, 2005.

KRATZER, A. The event and the semantic of verbs. In: http://semanticsarchive.net, 2001.

___________ On the Plurality of Verbs. In J. Dölling & T. Heyde-Zybatow (eds.), Event Structures in Linguistic

Form and Interpretation. Berlin: Mouton de Gruyter, 2001.

KRIFKA, M. 1989. Nominal Reference, Temporal Constitution and Quantification in Event Semantics In R. Bartsch, J. van Benthem, P. von Emde Boas (eds.), Semantics and Contextual Expression, Dordrecht: Foris Publication. Landmann, F. 1996. Plurality. In: S. Lappin, The Handbook of Contemporary Semantic Theory. Oxford: Blackwell.

LASERSOHN, P. Plurality, conjunction, and events. Dordrecht, Boston : Kluwer Academic Publishers, 1995. MÜLLER, A. The Expression of Genericity in Brazilian Portuguese. In: K. Kusumoto & E. Villalta (eds.),

UMOP23: Issues in Semantics. Amherst, Mass: GLSA, 2000.

MÜLLER, A; L. STORTO & T. COUTINHO-SILVA. Número e a Distinção Contável-Massivo em Karitiana. Revista da ABRALIN, v. v. 5, p. 185-213,dez, 2006.

PARTEE, B. BACH E., and KRATZER, A. Quantification: A Cross-Linguistic Perspective. NSF proposal. University of Massachussetts, Amherst, 1987.

SANCHEZ-MENDES, L.. A expressão da quantificação em Karitiana. Caderno de Pesquisa na Graduação em

Letras – Revista da Associação Nacional de Pesquisa na Graduação em Letras. Ano III, número 3, pp. 103-110, jun,

2006.

SANCHEZ-MENDES & MÜLLER. The Expression of Quantification in Karitiana: Pluractionality and

Referências

Documentos relacionados

Tais colocações acima nos direcionam a um pensamento dominante de que a Constituição Federal de 1988, assim como a legislação infraconstitucional, asseguram o direito

• every hour, every day de hora em hora, todos os dias • every month, every year todos os meses, todos os anos • on Saturdays, on Sundays nos sábados, nos domingos • on

1 — Ao abrigo do disposto no n.º 4 do Despacho n.º 3 686/2010, de 27 de Janeiro, do general chefe do Estado-Maior do Exército, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º

Na UBS São Francisco de Paula, da cidade de Frederico Westphalen, no ano de 2014, foi desenvolvido um projeto de intervenção com duração de 12 semanas, tendo como objetivo

70 do Código de Processo Civil pátrio, o instituto da denunciação a lide é uma ação regressiva, que pode ser proposta tanto pelo autor, como pelo réu, a

O presente trabalho tem por objetivo discutir e analisar a evolução do alinhamento da estratégia do negócio em direção a satisfação de seus clientes, tendo como base um estudo de

Uma das principais diferenças entre o sistema convencional de cultivo e os sistemas conservacionaistas, como o cultivo mínimo e o plantio direto, é a ocorrência de maior

Finalmente, o terceiro indicador, dependência vertical, que mostra o percentual das transferências intergovernamentais em relação ao total da arrecadação