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maio/junho 2003 nº 141

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Elementos operacionais e

não-operacionais nas

demonstrações contábeis

Clóvis Luís Padoveze *

Gideon Carvalho de Benedicto **

* é contador, professor e doutor em Contabilidade. ** é contador, professor e doutor em Contabilidade.

As demonstrações publicadas de acordo com o

formato aprovado pelos órgãos regulatórios, tanto

da esfera governamental quanto da classe

contábil, apresentam as rubricas denominadas

Lucro Operacional e Resultados Não-Operacionais.

O objetivo desta evidenciação e classificação é

destacar os aspectos ligados aos resultados

decorrentes das atividades normais da empresa,

ligadas aos seus objetos principais, que são

considerados operacionais, dos demais resultados

ocorridos dentro de um período contábil. O

presente estudo discute essas questões,

considerando o conceito de operacionalidade

ligado às atividades empresariais, e o conceito de

operacionalidade ligado à analise da rentabilidade

do investimento, mostrando que o conceito de

operacionalidade pode ser visto de forma

diferente, se adotados pontos referenciais

diferentes.

(3)

> Introdução e objetivo. > Introdução e objetivo. > Introdução e objetivo. > Introdução e objetivo.

> Introdução e objetivo. As demonstrações contábeis publicadas têm o intuito de atender diversos usuários. A maior parte deles é considerada usuários externos, se bem que sua utilização para os usuários internos também mostra-se extremamente útil. O formato de publicação dos demonstrativos contábeis contém uma estrutura relativamente similar nos principais mercados mundiais para as principais peças contábeis, o balanço patrimonial e a demonstração de resultados.

O objetivo deste artigo é discutir o conceito de operacionalidade contido nesses dois relatórios contábeis. O conceito de operacionalidade na demonstração de resultados é evidenciado em duas rubricas:

1. 1. 1. 1.

1. o conceito de lucro operacional, que apresenta a resultante das receitas das atividades de venda e prestação de serviços normais da empresa, menos os custos e despesas necessárias para a obtenção dessas receitas;

2. 2. 2. 2.

2. os resultados não-operacionais, que evidenciam as receitas e custos decorrentes das atividades não-contidas no item anterior, que, normalmente são atividades de desativação de ativos permanentes, representadas na demonstração de resultados pela receita de venda de itens permanentes e as despesas de baixas de ativos permanentes.

O conceito de operacionalidade no balanço patrimonial não é visível. Em tese, todos os elementos do ativo e passivo devem ser considerados operacionais, pois os ativos são necessários para a execução das atividades ligadas à produção e comercialização dos produtos e serviços da empresa, enquanto que os passivos evidenciam as fontes de recursos obtidas para financiamento desses ativos.

O objetivo deste trabalho é mostrar, primeiramente, que a demonstração de resultados apresentada dentro do atual formato não deixa claro o que é operacional e não-operacional. Um segundo objetivo está em discutir o aspecto operacional em relação aos referenciais possíveis, quais sejam, em relação aos produtos e serviços produzidos e os ativos necessários para isso, e em relação à estrutura de capital que suporta os investimentos. Um objetivo adicional deste trabalho é verificar que determinadas receitas e despesas têm sido muitas vezes classificadas de forma incorreta. Algumas despesas operacionais são consideradas financeiras e algumas receitas financeiras são consideradas operacionais. Complementaremos nosso trabalho com a revisão dos conceitos de operacionalidade para fins de gestão financeira. Para desenvolvermos nossa argumentação, tomaremos como referencial empresas industriais e comerciais.

> O conceito contábil tradicional de > O conceito contábil tradicional de> O conceito contábil tradicional de > O conceito contábil tradicional de > O conceito contábil tradicional de operacionalidade.

operacionalidade. operacionalidade. operacionalidade.

operacionalidade. Normalmente, o conceito de operacional adotado pela contabilidade invoca a classificação como tal das despesas necessárias para produzir e comercializar os produtos e serviços da empresa, constantes de seu objeto social e de sua missão. Por conseguinte, são operacionais as receitas decorrentes da venda desses produtos e serviços. O resultado, lucro ou prejuízo, é denominado resultado operacional. O conceito de operacional liga-se, então, ao conjunto das atividades normais da empresa, relacionadas com o fornecimento dos seus produtos e serviços, atividades estas caracterizadas como rotineiras. Este conceito é denominado conceito operacional corrente de lucro (Hendriksen e Breda, 1999).

Em linhas gerais, a contabilidade considera como

não-operacional exclusivamente o resultado proveniente da

alienação e baixa de ativos permanentes, ou seja, entende-se que, como regra geral, a empresa não tem como objetivo social a venda de ativos permanentes, e, sim, apenas a sua posse e seu uso. A alienação e baixa de ativos permanentes é uma atividade não-rotineira, eventual, e o resultado desta atividade não deve ser misturado com os resultados das atividades comuns da empresa de produzir e comercializar seus produtos e serviços.

Desta maneira, outros resultados empresariais, que não estão exatamente entre essas duas classificações, terminam também por serem considerados operacionais. Enquadram-se, neste caso, as despesas financeiras (líquidas das receitas financeiras) e os resultados decorrentes dos investimentos em outras empresas (coligadas, controladas, participação em outras empresas), apresentados normalmente sob a rubrica equivalência patrimonial.

Se aplicarmos a esses dois elementos da demonstração de resultados o conceito de relação com os produtos e serviços produzidos, eles também poderiam ser considerados não-operacionais. Em termos de contabilidade gerencial de análise de rentabilidade de produtos, esta é uma verdade. Em termos de gestão financeira, esses elementos também deveriam ser tratados diferentemente, como discutiremos mais a seguir.

> O formato legal da demonstração de > O formato legal da demonstração de> O formato legal da demonstração de > O formato legal da demonstração de > O formato legal da demonstração de resultados.

resultados. resultados. resultados.

resultados. Apresentamos a seguir um exemplo sintético de uma demonstração de resultados da forma como é comumente publicada, decorrente da ordenação discriminada no art. 187 da Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A.).

(4)

Para fins de análise financeira gerencial, este formato não é adequado. A aglutinação das despesas financeiras líquidas, mais a equivalência patrimonial, dentro do conceito de lucro operacional, impede uma visão adequada da rentabilidade das atividades de produção e venda dos produtos e serviços. Para que possamos ter uma idéia da rentabilidade operacional dos produtos e serviços, devemos considerar a receita operacional

líquida, deduzida apenas do custo dos produtos vendidos e das despesas administrativas e comerciais.

> Despesas financeiras líquidas. > Despesas financeiras líquidas. > Despesas financeiras líquidas. > Despesas financeiras líquidas.

> Despesas financeiras líquidas. Apresentamos a seguir uma série de elementos de despesas e receitas normalmente classificadas como despesas financeiras líquidas, e faremos uma breve apreciação dos itens que merecem um reparo.

Note-se que há uma série de itens incluídos neste grupo de contas, que não necessariamente devam aí ser classificados. Vejamos as principais considerações.

. Despesas bancáriasDespesas bancáriasDespesas bancáriasDespesas bancáriasDespesas bancárias: muitas empresas classificam os

gastos com taxas de cobrança de títulos, taxas de protesto de duplicatas, despesas com comunicações bancárias, etc.

como despesas financeiras, o que é incorreto. Esses gastos são de natureza de prestação de serviços, operacionais, e devem ser classificados como tal no centro de custo do setor financeiro que cuida desta atividade. Não são absolutamente gastos financeiros.

. Descontos obtidos/concedidos, juros em atrasoDescontos obtidos/concedidos, juros em atrasoDescontos obtidos/concedidos, juros em atrasoDescontos obtidos/concedidos, juros em atrasoDescontos obtidos/concedidos, juros em atraso

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO - Apresentação Contábil

RECEITA OPERACIONAL BRUTA 50.000

(-) Impostos sobre Vendas (10.000)

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 40.000

(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (30.000)

LUCRO BRUTO 10.000 (-) DESPESAS OPERACIONAIS (8.455) Administrativas 4.000 Comerciais 3.000 Financeiras Líquidas 1.655 Equivalência Patrimonial 200 LUCRO OPERACIONAL 1.545 Resultados Não-Operacionais 20

LUCRO LÍQUIDO ANTES DOS IMPOSTOS 1.565

Imposto de Renda e Contribuição Social (525)

LUCRO LÍQUIDO 1.040

Financeiras líquidas 1.655

Juros sobre títulos descontados 400

Juros pagos a fornecedores por atrasos 20

Descontos concedidos a clientes 40

CPMF 300

Juros sobre financiamentos de curto prazo 480

Juros sobre financiamentos de longo prazo 600

Despesas bancárias 30

(-) Receitas financeiras de aplicações (120)

(-) Juros recebidos de clientes por atrasos (80)

(-) Descontos obtidos de fornecedores (16)

PIS/COFINS sobre receitas financeiras 1

Despesas de juros sobre o capital próprio 900

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de duplicatas de duplicatasde duplicatas de duplicatas

de duplicatas: decorrentes de recebimentos e pagamentos

de duplicatas de clientes e fornecedores, esses elementos de resultado deveriam ser considerados juntamente com a receita operacional bruta e líquida, uma vez que aí originam. Portanto, sua classificação como resultados financeiros é inadequada. Nesta classificação também devem ser enquadradas as variações cambiais dos créditos e obrigações com o mercado externo, após as datas de embarque ou recebimento das mercadorias.

. CPMFCPMFCPMFCPMFCPMF: apesar de sua base de cálculo ser a movimentação

financeira, este gasto é uma despesa tributária e não-financeira. Não se deve confundir a base de cálculo com a natureza do gasto, portanto, é um gasto operacional tributário.

. PIS/COFINS sobre receitas financeirasPIS/COFINS sobre receitas financeirasPIS/COFINS sobre receitas financeirasPIS/COFINS sobre receitas financeirasPIS/COFINS sobre receitas financeiras: este elemento

deve ter duas classificações: este imposto, cuja base sejam as receitas financeiras de aplicações financeiras, deve ser considerado como redutor da receita financeira. Este imposto, sobre as demais receitas “aparentemente” financeiras, como as relatadas anteriormente (juros e descontos sobre duplicatas), é operacional e deveria ser classificado reduzindo tais receitas. . Juros sobre o capital próprioJuros sobre o capital próprioJuros sobre o capital próprioJuros sobre o capital próprioJuros sobre o capital próprio: como despesa, este

elemento de resultado é uma distribuição de lucros e, portanto, gerencialmente, não deve ser classificado como despesa financeira, e, sim, fazer parte da demonstração dos lucros acumulados ou das mutações do patrimônio líquido. Como receita, deve ser considerado como dividendo ou equivalência patrimonial, também não se caracterizando como financeiro, e, sim, rentabilidade dos investimentos em outras empresas. . Juros sobre títulos descontadosJuros sobre títulos descontadosJuros sobre títulos descontadosJuros sobre títulos descontados: este talvez seja oJuros sobre títulos descontados

item mais polêmico. Nosso entendimento particular é que a operação de desconto de títulos e duplicatas deva ser uma operação esporádica, para cobrir os vales das oscilações

Esta classificação, em nosso entendimento, pode ser considerada parcialmente incorreta. Esses resultados, quando decorrentes dos ativos permanentes ligados às operações da empresa, sejam eles investimentos, imobilizados ou diferidos, deveriam ser considerados operacionais. O simples fato de sua desativação não ser rotineira, não tira a característica de operacionalidade desses resultados.

naturais do saldo de tesouraria, objetivando equalização do fluxo de caixa diário. Nesse sentido, esses juros (que já devem estar sendo cobrados embutidos na duplicata, pois ela é decorrente de uma venda a prazo) nada mais são do que redutores da receita operacional bruta e líquida. Caso, porém, o entendimento seja de que as dívidas com títulos descontados devam fazer parte da estrutura de capital, ou seja, sejam caracterizados como uma fonte permanente de recursos de terceiros, eles deveriam ser considerados como despesa financeira do capital de terceiros. Reforçamos, contudo, que nosso entendimento é que esta operação deveria ser característica de aporte de caixa para fazer face à eventual insuficiência temporária de fundos diários de tesouraria.

> Equivalência patrimonial. > Equivalência patrimonial.> Equivalência patrimonial. > Equivalência patrimonial.

> Equivalência patrimonial. Este resultado não está ligado às operações necessárias para os produtos e serviços, e, considerando este referencial, não são operacionais. A equivalência é o resultado contábil do período proveniente das aplicações da empresa em títulos de outras companhias. Por outro lado, considerada como o resultado de um investimento, é operacional em relação a este investimento.

Na realidade, a problemática está em juntar dois tipos de retornos sob o mesmo grupo de contas. Enquanto os resultados operacionais clássicos referem-se aos produtos e serviços vendidos por esta empresa, a equivalência é o resultado de aplicações em outras empresas. A análise gerencial deve separar esses dois tipos de resultados.

> Resultados não-operacionais. > Resultados não-operacionais.> Resultados não-operacionais. > Resultados não-operacionais.

> Resultados não-operacionais. Basicamente referem-se aos resultados decorrentes das alienações e baixas de bens e direitos do ativo permanente. Vejamos as principais contas:

Resultados Não Operacionais 20

Alienação de Bens/Direitos do Ativo Permanente 120

Valor da Baixa de Bens/Direitos do Permanente (200)

Recuperação de Sinistros do Permanente 100

É importante ressaltar que as empresas estão continuadamente atualizando seu parque industrial e comercial e os investimentos em direitos e despesas diferidas. Esses investimentos são operacionais. Esses investimentos provocam depreciações e amortizações adicionais, que estão consideradas dentro do custo dos produtos vendidos e das despesas administrativas e comerciais.

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Portanto, entendemos justo fazer o confronto do resultado das baixas e alienações do ativo permanente operacional com o resultado operacional, onde constam as novas amortizações e depreciações. Em outras palavras, o resultado das baixas e alienações de ativos permanentes operacionais é um elemento redutor das despesas operacionais de amortização e depreciação. A exceção a este conceito seria o resultado da baixa e alienação de ativos permanentes não-ligados à produção e comercialização de seus bens e serviços, como, por exemplo, imóveis ou direitos sem utilização operacional. Com relação ao aspecto da gestão financeira e análise de rentabilidade do investimento, então não há nenhuma dúvida. Esses resultados devem ser considerados operacionais.

> Juros nas compras e vendas a prazo. > Juros nas compras e vendas a prazo.> Juros nas compras e vendas a prazo. > Juros nas compras e vendas a prazo. > Juros nas compras e vendas a prazo. Este aspecto tem sido muito pouco discutido, e, em nosso conhecimento, muito menos aplicado. Dentro da receita operacional bruta e líquida, as vendas a prazo contêm, seguramente, um valor adicional, em relação a um preço de venda à vista, para fazer face à cobertura da espera do recebimento da duplicata. Como pela legislação fiscal brasileira os juros adicionados nas vendas a prazo devem fazer parte da tributação dos impostos sobre vendas, o normal tem sido contabilizar a receita da venda da maneira como expressa nos documentos fiscais (Iudícibus, Martins e Gelbcke, 1985).

Isto é um erro gerencial. Devemos separar o resultado da venda como se fosse à vista, para isolar o fator juro da transação. Os juros devem ser considerados receita financeira de venda e devem ser confrontados, gerencialmente, com custos financeiros de mercado, para verificarmos se o financiamento das operações de venda trazem um resultado financeiro positivo ou negativo (Catelli, 1999).

A prática das empresas tem sido ofertar as vendas a prazo de forma rotineira, algumas até com procedimento padrão. Para fazer face ao capital de giro necessário para esta atividade, as empresas captam recursos das formas tradicionais da estrutura de capital. Dentro desta concepção, nosso entendimento é que os juros das vendas a prazo não devam ser considerados como receita financeira de aplicação, e, sim, uma receita financeira operacional, e gerencialmente tratados como tal.

As mesas considerações devem ser aplicadas sobre as compras a prazo. Os juros dessas transações devem ser considerados como despesa financeira operacional, e não como despesa financeira de financiamentos.

> Formato gerencial da demonstração de > Formato gerencial da demonstração de > Formato gerencial da demonstração de > Formato gerencial da demonstração de > Formato gerencial da demonstração de resultados.

resultados. resultados. resultados.

resultados. Considerando todos os aspectos que apresentamos, é necessária uma readequação do formato da demonstração de resultados, apresentando os elementos operacionais, agora com nova interpretação, separando também os valores à vista dos valores adicionados nas transações efetuadas a prazo.

Complementarmente, destacam-se as despesas financeiras líquidas das receitas financeiras, considerando exclusivamente os gastos oriundos dos financiamentos de curto e longo prazo, não incorporando os gastos com títulos descontados. O fato de reduzirmos as despesas financeiras com capital de terceiros das receitas financeiras das aplicações remete-nos a introduzir o conceito de capital de terceiros líquido (ou passivo financeiro líquido ou financiamento líquido), qual seja, o total dos financiamentos de curto e longo prazo deduzido das aplicações financeiras de excedentes de caixa.

Apresentamos a seguir uma proposta do formato gerencial para a demonstração de resultados.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO - Formato Gerencial

RECEITA OPERACIONAL BRUTA - Valores à vista 45.000

(-) Impostos sobre vendas - Valores à vista (9.000)

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA - Valores à vista 36.000

(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS - Valores à vista (27.000)

LUCRO BRUTO - Valores à vista 9.000

(-) DESPESAS OPERACIONAIS (7.311)

Administrativas 4.000

Comerciais 3.000

Outras despesas e receitas 331

CPMF 300

Despesas Bancárias 30

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> Elementos não-operacionais do > Elementos não-operacionais do > Elementos não-operacionais do > Elementos não-operacionais do > Elementos não-operacionais do balanço patrimonial.

balanço patrimonial. balanço patrimonial. balanço patrimonial.

balanço patrimonial. Apresentamos a seguir um

Resultados não-operacionais 20

Alienação de bens/direitos do ativo permanente 120

Valor da baixa de bens/direitos do permanente (200)

Recuperação de sinistros do permanente 100

LUCRO OPERACIONAL - Valores à vista 1.689

RESULTADOS FINANCEIROS DAS OPERAÇÕES 636

Juros embutidos nas vendas a prazo 5.000

Impostos sobre vendas sobre juros embutidos nas vendas (1.000)

Juros embutidos nas compras a prazo (3.000)

Juros sobre títulos descontados (400)

Juros pagos a fornecedores por atrasos (20)

Descontos concedidos a clientes (40)

Juros recebidos de clientes por atrasos 80

Descontos obtidos de fornecedores 16

LUCRO OPERACIONAL - Valores a prazo 2.325

Despesas financeiras líquidas (960)

Juros sobre financiamentos de curto prazo 480

Juros sobre financiamentos de longo prazo 600

(-) Receitas Financeiras de Aplicações (120)

Equivalência patrimonial 200

LUCRO LÍQUIDO ANTES DOS IMPOSTOS 1.565

Imposto de Renda e Contribuição Social (525)

LUCRO LÍQUIDO 1.040

quadro sintético da formatação tradicional do balanço patrimonial.

BALANÇO PATRIMONIAL - Apresentação Contábil

ATIVO Inicial Final

CIRCULANTE 13.700 14.780 Caixa/Bancos/Aplicações financeiras 1.200 1.480 Clientes 6.500 6.600 (-) Títulos descontados (2.500) (2.500) Estoques 8.000 9.000 Outros realizáveis 500 200

REALIZÁVEL LONGO PRAZO 500 500

Clientes 300 300 Outros realizáveis 200 200 PERMANENTE 9.400 9.360 Investimentos 1.000 1.200 Imobilizado 8.000 7.800 Diferido 400 360 ATIVO TOTAL 23.600 24.640

PASSIVO Inicial Final

CIRCULANTE 8.600 8.600

Fornecedores 2.400 2.600

Impostos a recolher 1.200 1.400

Contas a pagar 1.000 1.100

Financiamentos 4.000 3.500

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

(8)

Como já introduzimos, não são visíveis elementos não-operacionais no balanço patrimonial. Em linhas gerais, são considerados não-operacionais os ativos “que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa” (Iudícibus, Martins e Gelbcke, 1985). Esses itens normalmente são classificados como investimentos, mas nada impediria sua classificação como realizável a longo prazo ou mesmo no circulante, se houver intenção imediata de venda.

Como passivos não-operacionais, por conseqüência, deveriam ser assim entendidos os recursos obtidos e a pagar, para fazer face aos investimentos descritos acima.

> Gestão contábil e gestão financeira. > Gestão contábil e gestão financeira. > Gestão contábil e gestão financeira. > Gestão contábil e gestão financeira. > Gestão contábil e gestão financeira.

Normalmente a gestão contábil trabalha com os demonstrativos contábeis no formato tradicional, incluindo o ferramental de análise de balanço e de avaliação da rentabilidade do investimento. Já verificamos que a demonstração de resultados deve ser formatada diferentemente, para fins gerenciais, uma vez que o

formato legal tem uma série de inadequações de classificação. A gestão financeira, outrossim, tem uma visão específica de análise e retorno do investimento, considerando dois conceitos fundamentais:

1 ) 1 ) 1 ) 1 )

1 )O conceito de capital circulante líquido, no qual os passivos de funcionamento (fornecedores, impostos e contas a pagar) são considerados elementos redutores dos ativos de funcionamento (contas a receber e estoques), gerando com isso o conceito complementar de ativo operacional.

2 ) 2 ) 2 ) 2 )

2 )O conceito de estrutura de capital, em que são considerados como fontes de financiamento para o ativo operacional apenas os passivos financeiros de cunho de permanência (mesmo que esporadicamente com parcelas de curto prazo), denominados financiamentos, remunerados por juros, e o capital próprio, representado pelo patrimônio líquido contábil, remunerado pelo lucro líquido da empresa.

Esses conceitos de gestão financeira implicam uma apresentação diferenciada do balanço patrimonial, que evidenciamos a seguir.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9.000 10.040

Capital social 7.000 7.000

Reservas 2.000 2.000

Lucros acumulados 0 1.040

PASSIVO TOTAL 23.600 24.640

BALANÇO PATRIMONIAL - Modelo Financeiro

ATIVO Inicial Final

CIRCULANTE LÍQUIDO 7.900 8.200 Clientes 6.500 6.600 (-) Títulos descontados (2.500) (2.500) Estoques 8.000 9.000 Outros realizáveis 500 200 (-) Fornecedores (2.400) (2.600) (-) Impostos a recolher (1.200) (1.400) (-) Contas a pagar (1.000) (1.100)

REALIZÁVEL LONGO PRAZO 500 500

Clientes 300 300 Outros realizáveis 200 200 PERMANENTE 9.400 9.360 Investimentos 1.000 1.200 Imobilizado 8.000 7.800 Diferido 400 360 ATIVO TOTAL 17.800 18.060

PASSIVO Inicial Final

CIRCULANTE 2.800 2.020

Financiamentos 4.000 3.500

(9)

A diferença entre o formato contábil tradicional e o modelo financeiro, além da classificação diferenciada, centra-se no valor total do ativo. No formato tradicional, o valor do ativo do balanço final é de $ 24.640 e no modelo gerencial é de $ 18.060.

O que implica isto? Excetuando o aspecto visual, a apresentação diferenciada conduzirá a mensuração diferenciada de vários aspectos normalmente analisados e considerados importantes para acompanhamento econômico-financeiro da empresa, como, por exemplo:

a) a)a) a)

a) o grau de endividamento da empresa, no passivo; b )

b )b ) b )

b )a participação de capital próprio e capital de terceiros; c )

c )c ) c )

c ) a desconsideração, no modelo financeiro, dos índices de liquidez na sua visão clássica;

d ) d )d ) d )

d )o grau de imobilização do ativo; e)

e)e) e)

e) o índice de rotação ou giro do ativo; f )

f )f ) f )

f ) a rentabilidade do ativo, etc.

Nos deteremos, a seguir, a título de exemplo, no aspecto que julgamos mais importante em nosso trabalho, que é a análise do retorno do investimento e remuneração das fontes de recursos da estrutura de capital.

> Retorno do investimento e remuneração > Retorno do investimento e remuneração> Retorno do investimento e remuneração > Retorno do investimento e remuneração > Retorno do investimento e remuneração das fontes de capital.

das fontes de capital.das fontes de capital. das fontes de capital.

das fontes de capital. No formato contábil, a rentabilidade operacional do ativo inicial (antes dos impostos sobre o lucro) seria de 6,54%:

Em nosso entendimento, este último indicador é o mais correto.

A análise da remuneração do capital de terceiros também mostra-se mais adequada. No formato contábil, o custo

Relembramos os dois critérios básicos adotados para o formato gerencial/financeiro: primeiro, um expurgo de todos os itens normalmente denominados financeiros, que na realidade não o são (CPMF, despesas bancárias, etc.); segundo: a adoção do conceito de financiamentos líquidos, com a redução do total dos financiamentos do valor das aplicações financeiras.

> Conclusão. > Conclusão.> Conclusão. > Conclusão.

> Conclusão. Verificamos que é necessário um revisionamento crítico permanente dos contadores sobre a classificação dos elementos de despesas e receitas quanto ao conceito de operacionalidade. É de suma importância esta revisão, uma vez que as conclusões das análises financeiras e de avaliação de desempenho dos investimentos, bem como da rentabilidade do capital, podem se mostrar enviesadas por classificações incorretas, prejudicando sensivelmente os modelos decisórios e a atuação dos gestores responsáveis por tais decisões. Outro fator que também reputamos importante é que não devemos nos prender excessivamente aos modelos tradicionais, buscando sempre novos modelos de informação que sejam os mais adequados para os gestores empresariais. Isto não implica o abandono dos modelos existentes e obrigatórios, mas sim, a construção de modelos de informação contábeis alternativos, adaptados a cada empresa e às diversas necessidades gerenciais de tomada de decisão.

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Financiamentos 6.000 6.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 9.000 10.040 Capital social 7.000 7.000 Reservas 2.000 2.000 Lucros acumulados 0 1.040 PASSIVO TOTAL 17.800 18.060

médio de capital de terceiros sobre o saldo inicial dos financiamentos de curto e longo prazo (antes dos impostos sobre o lucro) seria de 16,55%:

Lucro operacional $ 1.545

= = 6,54%

Ativo total $ 23.600

No formato gerencial e financeiro, esta mesma rentabilidade seria de 13,06%

Lucro operacional $ 2.325

= = 13,06%

Ativo total $ 17.800

Desp. financ. líquidas $1.655

= = 16,55%

Tot. dos financiam. ($4.000+$6.000)

No modelo gerencial e financeiro, este mesmo custo seria de 10,90%:

Desp. financeiras líquidas $960

= =10,90%

Total dos financiamentos ($2.800+$6.000) =$10.000

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Bibliografia

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