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PERCEPÇÃO DO GRUPO DOS MORCEGOS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL

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PERCEPÇÃO DO GRUPO DOS MORCEGOS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL

PERCEPTION OF THE GROUP OF BATS BY HIGH SCHOOL STUDENTS FROM A STATE PUBLIC SCHOOL

Marcela Batista Castilho de AVELLAR1 Marcelo Diniz Monteiro de BARROS2

RESUMO

A percepção ambiental é um fator importante para compreender os conflitos entre conservação e rejeição de animais como os morcegos, que possuem uma grande importância ecológica. O presente trabalho teve como objetivo a análise inicial da percepção ambiental e a elaboração de uma atividade de Educação Ambiental formal, verificando-se a assimilação de conhecimento sobre os morcegos, em um grupo de alunos do Ensino Médio, em uma escola pública estadual do município de Belo Horizonte, MG, através da aplicação de questionários e de uma aula expositiva sobre o tema. Espera-se que, após a aula, os alunos tenham maior conhecimento acerca dos morcegos e maior conscientização para a conservação desses animais. Os resultados apresentados pelos alunos do 3° ano do Ensino Médio demonstram que a percepção inicial elencava erros e fatos negativos sobre os morcegos. Após a aula expositiva e o novo questionário aplicado, tais erros e fatos negativos foram minimizados consideravelmente.

Palavras-chave: Ensino de morcegos. Pesquisa em educação básica. Quirópteros.

ABSTRACT

Environmental perception is an important factor to understand the conflicts between conservation and rejection of animals such as bats, which are of great ecological importance. The present work had as objective the initial analysis of the environmental perception and the elaboration of a formal Environmental Education activity, verifying the assimilation of knowledge about bats, in a group of high school students, in a state public school in the city Belo Horizonte, MG, through the application of questionnaires and an expository class on the subject. It is expected that, after class, students will have greater knowledge about bats and greater awareness for the conservation of these animals. The results presented by the students of the 3rd year of high school demonstrate that the initial perception listed errors and negative facts about bats. After the lecture and the new questionnaire applied, such errors and negative facts were minimized considerably.

Keywords: Teaching bats. Basic education research. Chiropterans.

1 Possui graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado) pela PUC Minas (2019); Graduanda em Ciências Biológicas (Licenciatura) da PUC Minas; Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Biologia de Vertebrados da PUC Minas. marcela.avellar6@gmail.com

2 Professor Adjunto IV do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas; Professor da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais; Professor do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde - PG-EBS - Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz. marcelodiniz@pucminas.br

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1 INTRODUÇÃO

Os morcegos são mamíferos pertencentes à Ordem Chiroptera e um dos grupos mais diversificados em espécies no mundo, superado apenas pela Ordem Rodentia (REIS et al., 2007). São divididos em 21 famílias, 207 gêneros e 1.412 espécies (SIMMONS; CIRRANELLO, 2020). No Brasil foram registradas 182 espécies, distribuídas em 69 gêneros e nove famílias (NOGUEIRA et al., 2018) ocorrendo nos biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal. Estão presentes também no nordeste, nos pampas gaúchos e em áreas urbanas (REIS et al., 2007).

Dentre os serviços ecológicos realizados pelos morcegos destacam-se a polinização (JARDIM, 2008), o controle biológico de populações e a dispersão de sementes (MELLO, 2007). A sociedade apresenta uma relação não amistosa com os morcegos, o que gera hostilidade e, consequentemente, a discriminação e a morte desses animais (SCAVRONI; PALEARI; UIEDA, 2008). O hábito noturno, hábitos alimentares hematófagos de algumas espécies e a permanência em repouso de cabeça para baixo levaram à uma associação desses animais com trevas, morte, espíritos malignos, vampiros e demônios (ALVES, 1999; SCAVRONI; PALEARI; UIEDA, 2008). Essa situação também é parcialmente influenciada pela mídia (SCAVRONI; PALEARI; UIEDA, 2008), com notícias de que esses animais são considerados pragas domésticas nas áreas urbanas, sendo reclamações dos moradores: a entrada dos animais em edificações, o mau cheiro provocado pelas suas fezes e urina, as vocalizações, entre outros (PACHECO et al., 2010).

As associações desses animais com diversas patologias, como a doença de Chagas (FABIÁN, 1991), histoplasmose (OLIVEIRA; UNIS; SEVERO, 2006) e raiva (CARVALHO et al., 2008) também acabam por influenciar esse aspecto negativo que os morcegos possuem. Segundo Uieda (2007) os morcegos hematófagos são os grandes responsáveis por essa aversão, já que grande parte da população leiga acredita que todos os quirópteros se alimentam de sangue. Na verdade, apenas três espécies dependem desse tipo de alimento: Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810), Diaemus youngi (Jentik, 1893) e Diphylla ecaudata (Spix, 1823), todas restritas à América Latina (BERNARD, 2005). Histórias da associação desses animais com vampiros vêm sendo feitas desde o século XV, e possuem um momento decisivo em 1897, com a obra Drácula, de Bram Stoker, intensificando ainda mais essa falácia (ESBÉRARD et al., 1996; PACHECO, 2002).

As pessoas acreditam nos mitos sobre morcegos, pois possuem pouca oportunidade para observar o comportamento e biologia desses animais (STROHM, 1982). Oliveira e Silva (2009)

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ressaltam que as crianças recebem influência cultural na forma de conhecimentos fantasiosos ou errados a respeito dos morcegos, refletindo na perpetuação da informação distorcida pela sociedade. Conhecimentos muitas vezes escassos também influenciam para esse quadro, como comprovam diversos trabalhos, dentre eles, os de Scavroni, Paleari e Uieda (2008), Silva et al. (2009) e Silva, Manfrinato e Anacleto (2013), todos realizados em escolas em que os alunos entrevistados desconheciam qualquer importância ecológica dos morcegos, dizendo que esses animais possuíam apenas hábito alimentar hematófago.

Barreiro e Ortêncio Filho, no trabalho intitulado Análise de livros didáticos sobre o tema “Morcegos” (2016, p. 684), concluem que “em livros, são poucos os erros conceituais ou informações distorcidas mas a qualidade informativa relacionada aos quirópteros é considerada insatisfatória devido à tímida exploração dos conceitos e os discursos, superficiais pela pobreza do conteúdo científico”.

Os morcegos são hoje uma prioridade de conservação mundial devido ao seu estatuto desfavorável (HUTSON; MICKELBURGH; RACEY, 2001) e à falta de conhecimento de grande parte da sociedade acerca das corretas informações sobre os aspectos positivos desses animais (SILVA; MANFRINATO; ANACLETO, 2013). Segundo Andrade e Talamoni (2015) é importante desmistificá-los, pois são responsáveis por serviços ecológicos cruciais à natureza. Nesse contexto, trabalhos de percepção e Educação Ambiental devem ser desenvolvidos com a comunidade escolar. O primeiro, servirá de base para a compreensão das inter-relações entre homem e ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamento e condutas (ZAMPIERON; FAGIONATO; RUFFINO, 2003), o segundo, para transformar, responsabilizando os indivíduos (JACOBI, 2003) e estimular a melhor expressão de cada ser humano, levando-o ao engajamento e à um processo de mudança (PADUA, 2001).

Assim, o presente trabalho teve como objetivo a análise inicial da percepção ambiental e a elaboração de uma atividade de Educação Ambiental formal, verificando a assimilação de conhecimento sobre os morcegos, em um grupo de alunos do Ensino Médio, através da aplicação de questionários e de uma aula expositiva sobre o tema. É esperado com a pesquisa o desenvolvimento de atividades que busquem avaliar a percepção ambiental, e a aplicação de atividades de Educação Ambiental, possibilitando aos alunos envolvidos na pesquisa, maior respeito ao meio ambiente e responsabilidade individual em atuar no meio (SILVA; MANFRINATO; ANACLETO, 2013). Além disso, espera-se que os alunos tenham maior conhecimento acerca dos morcegos e maior conscientização para a conservação desses incríveis animais.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de estudo

As atividades descritas a seguir foram desenvolvidas na área urbana do município de Belo Horizonte, localizado no estado de Minas Gerais, Brasil. Para a coleta de dados, foi selecionada, previamente, uma escola pública.

2.2 Pesquisa qualitativa

As atividades foram desenvolvidas baseadas na pesquisa de campo qualitativa, visando a compreensão aprofundada de um grupo social (PORTELA, 2004). Esse método permite a identificação de valores, atitudes, percepções e motivações do grupo pesquisado, procurando-se compreendê-lo (ZILLMER-OLIVEIRA, 2009). Para o público-alvo da pesquisa, foram delimitados os alunos do 3° ano do Ensino Médio.

A escola é um espaço para construção do conhecimento que visa promover o bem da comunidade e dar real significado ao estudo, e a sensibilização individual dos sujeitos pode ser trabalhada (BEZERRA; SILVA, 2013).

As estratégias que foram utilizadas para o desenvolvimento das atividades consistiram de três etapas: diagnóstico (1); inserção da atividade de Educação Ambiental (2) e pós-diagnóstico (3).

1. Diagnóstico

Buscou-se e analisou-se o conhecimento inicial dos alunos sobre o grupo dos Quirópteros, como forma de identificar o que eles já sabem e o que sentem em relação aos morcegos, sem a interferência do pesquisador. Nessa etapa foi utilizado um questionário pré-elaborado com perguntas abertas e fechadas (apêndice A).

Segundo Freire, Simão e Ferreira (2006), o questionário é um instrumento de coleta de informações que permite, quer ao investigador, quer ao educador, obter com facilidade um conhecimento em extensão do problema em estudo. As perguntas “abertas” dão ao pesquisado uma maior liberdade de expressão, já as perguntas “fechadas” apresentam possibilidades relativas de respostas (NOGUEIRA, 1964).

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2. Inserção de atividade de educação ambiental através de aula em Power Point

Posteriormente ao diagnóstico, após análise dos resultados, foi apresentada uma aula expositiva em Power Point (Figura 1) enfocando os seguintes itens: quem são os morcegos, os morcegos presentes no nosso meio, o medo dos morcegos, características gerais, habitats, tipos de alimentação, morcegos hematófagos, importância ecológica, ecolocalização, a invenção do radar, guano, curiosidades (cavidades, mentiras e verdades, maior e menor espécie, doenças) e o campo de pesquisa e atuação dos biólogos com a Quiropterofauna.

Figura 1: Slides iniciais da aula expositiva em Power Point.

Fonte: Autores (2018).

3. Pós-diagnóstico

Após a aula expositiva, foi aplicado, novamente, o mesmo questionário do diagnóstico inicial, com o objetivo de avaliar a assimilação de informações pelos alunos.

2.3 Análise dos dados

A análise de dados foi realizada no decorrer da pesquisa, através da tabulação dos dados e transcrição das respostas. Foram quantificadas as perguntas “fechadas”, que exigiam informações mais simples; e as perguntas “abertas” discursivas foram qualificadas e agrupadas em categorias de análise segundo a análise de conteúdo de Bardin (2011). Posteriormente, foi realizado o cálculo da frequência de ocorrência das respostas e das categorias.

3 RESULTADOS

A atividade contou com a participação de 20 alunos no total, sendo 14 do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Com relação à idade dos alunos, 11 possuíam 17 anos e 9 alunos possuíam 18 anos.

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Os gráficos a seguir são referentes às respostas dos alunos para as perguntas realizadas antes e depois da aula diagnóstica. As perguntas eram referentes à palavra morcego, à classificação dos morcegos, ao medo desses animais, à alimentação, visão, função no ecossistema, habitat, doenças que os morcegos podem transmitir, opiniões a respeito de quão perigosos esses animais são, se protegeriam ou não um morcego e novos conhecimentos que os alunos gostariam de saber a respeito do grupo.

Gráfico 1 – Pergunta 1: Qual a primeira palavra ou expressão que vêm em sua mente ao pensar num morcego?

*Outras = Fofos, raposas voadoras, ecologia, ecolocalização. Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 2 – Pergunta 2: Os morcegos são classificados em que grupo?

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Gráfico 3 – Pergunta 3: Você tem medo de morcegos?

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 4 – Pergunta 4: Do que os morcegos se alimentam?

*1 = Apenas frutos; 2 = Apenas frutas; 3 = Frutas e sangue; 4 = Outros (Castanhas, peixe, sementes); 5 = Não respondeu; 6= Frutas, sangue, insetos, pólen, outros animais; 7= Frutas, insetos, outros animais; 8= Frutas, frutos, insetos, sangue, pólen.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 5 – Pergunta 5: Você acha que os morcegos são perigosos?

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Gráfico 6 – Pergunta 6: Os morcegos são cegos?

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 7 – Pergunta 7a: Existe importância ou função desempenhadas pelos morcegos?

*1=Sim; 2= Sim, mas não sei qual a função; 3 = Não, os morcegos não têm nenhuma função; 4 = Não sei Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 8 – Pergunta 7b: Se sim, quais?

*1= Sem justificativa; 2= Polinização; 3 = Polinização, dispersão de sementes, controle de populações, manutenção do ecossistema e pesquisas científicas.

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Gráfico 9 – Pergunta 8: Os morcegos vivem na área urbana?

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 10 – Pergunta 9: Você protegeria um morcego? Por quê?

*1= Sim, sem justificativa; 2= Não, sem justificativa; 3= Sim, porque todos os animais merecem proteção; 4= Sim, porque gosto de cuidar de animais; 5= Sim, pela importância ecológica que eles desempenham; 6= Outro (Sim, empatia; Sim,pois são indefesos; Depende; Não, pois tenho medo; Não sei); 7=Não respondeu.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 11 – Pergunta 10: Os morcegos podem transmitir doenças? Como?

*1= Sim, sem justificativa; 2= Sim, pelas fezes; 3= Sim, pela mordida e pelas fezes; 4= Sim, pela mordida; 5= Sim, raiva pela mordida se estiver infectado; 6= Outro (Sim, pelo alimento que consomem; por bactérias e vírus; somente algumas espécies transmitem doenças); 7= Não respondeu.

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Gráfico 12 – Pergunta 11 (feita após a aula): Gostaria de conhecer alguma outra questão relativa aos morcegos?

Em caso afirmativo, qual(is)?

*Outra = Sim, sobre o maior morcego, sobre genética, sobre o nascimento, sobre cavernas, sobre mais vírus que os morcegos podem transmitir.

Fonte: Dados da pesquisa.

4 DISCUSSÃO

Ao longo dos resultados apresentados foi observado que alguns erros e fatos negativos a respeito dos morcegos foram muito minimizados, demonstrando uma mudança de conhecimento na percepção dos alunos depois do projeto de intervenção. Abordaremos a seguir as perguntas que tiveram resultados mais influentes.

Após a aula expositiva, Batman ainda era a palavra predominante entre os alunos quando pensam na palavra “morcego”, o que pode ser resultado da ampla cultura dos quadrinhos, filmes e de personagens difundida atualmente (CAPPARROS; MAGALHÃES JÚNIOR, 2015).

Palavras como “sangue”, “escuridão”, “raiva” e “medo” tiveram o número reduzido, e palavras como “ecolocalização” e “ecologia” apareceram após a aula expositiva. Isso é um indício de que os alunos conseguiram apropriar-se de novos conhecimentos e de que a percepção deles em relação aos morcegos se tornou mais positiva, como observado também nos estudos de Paiva (2010) e Ranucci et al. (2015).

Houve uma melhora com relação ao medo desses animais. Antes da aula expositiva nove alunos responderam que sentiam medo de morcegos, o que pode estar relacionado com o hábito noturno, contribuindo para este sentimento (DURAND, 1997). Resultados semelhantes foram encontrados por Ribeiro e Magalhães Junior (2015) e Andrade e Talamoni (2015). O número de alunos que afirmaram ainda ter medo desses animais após a aula, caiu para quatro. Esse é um indício da desmistificação de que os morcegos são animais do mal.

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Conforme resultados apresentados na pergunta 4, sobre hábitos alimentares, antes da intervenção, a maioria dos alunos responderam que há uma única opção alimentar referente aos morcegos, como por exemplo “fruto” ou “sangue”, o que foi observado também nos estudos de Andrade e Talamoni (2015) e Novaes et al. (2008). Percebe-se que os alunos não sabiam mesmo de outros tipos de alimentos consumidos pelos morcegos. Após a aula expositiva, houve a divulgação do conhecimento alimentar sobre os morcegos, onde foi informado que são os mamíferos com a maior diversidade de hábitos alimentares e podem explorar diversos tipos de alimentos. Após a aula, dez alunos responderam que os morcegos podem se alimentar com: frutas, sangue, insetos, pólen e outros animais; dois alunos responderam frutas, insetos e outros animais e oito alunos responderam que os morcegos podem se alimentar de frutas, frutos, insetos, sangue e pólen.

Na pergunta 7 onde questionava-se a importância que esses animais (morcegos) tinham no ambiente, a maioria dos alunos (14)- antes da aula- responderam que os morcegos tinham uma função importante, sendo ou a dispersão de sementes ou o equilíbrio na cadeia alimentar, quatro responderam que sim mas que não sabiam qual era essa função e um aluno afirmou que os morcegos não possuíam nenhuma função no ambiente. Após a aula, todos os alunos responderam que os morcegos tinham alguma importância ou função e novas respostas foram observadas, sendo que oito alunos responderam: polinização; e doze alunos responderam: polinização, dispersão de sementes, controle de populações, manutenção do ecossistema e pesquisas científicas. Resultados similares foram observados nos estudos de Silva, Manfrinato e Anacleto (2013).

Ao final da pesquisa, na última pergunta (feita apenas após a aula), os alunos tiveram maior curiosidade a respeito dos morcegos e responderam que gostariam de aprender mais sobre as espécies e o comportamento desses animais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados pelos alunos do 3° ano do Ensino Médio demonstram que a percepção inicial era envolta por erros e fatos negativos sobre os morcegos; após a aula expositiva e o novo questionário aplicado tais erros e fatos negativos foram minimizados consideravelmente. Dessa forma, acredita-se que a divulgação do assunto permitiu abordar mitos e a importância ecológica desses animais e possibilitar uma maior afinidade dos alunos com os mesmos.

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A pesquisa apresentada tem uma contribuição relevante para a sociedade, uma vez que permite uma divulgação correta dos conhecimentos científicos e a preservação dos morcegos, reafirmando a importância desses animais para o funcionamento do ecossistema.

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 03 de março de 2020 Aceito em: 11 de junho de 2019

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