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PREVALÊNCIA DE ERROS NO MANEJO DA INSULINA VERIFICADOS EM VISITAS DOMICILIARES REALIZADAS PELO PROJETO EDUCAÇÃO EM SAÚDE

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO

PREVALÊNCIA DE ERROS NO MANEJO DA INSULINA VERIFICADOS EM VISITAS DOMICILIARES REALIZADAS PELO PROJETO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Isabelle Vollero Manosso (isa_vollero@hotmail.com)1

Ana Paula Veber (anapaulaveber@hotmail.com)2

Bruno Rodrigo Minozzo (brunominozzo@outlook.com)3

Gerusa Clazer Halila Possagno (gerusach@hotmail.com)4

Resumo: A insulinoterapia é um tratamento de grande complexidade, podendo haver problemas principalmente

no momento em que a responsabilidade da administração do medicamento passa a ser do paciente, em sua residência, sem a supervisão do farmacêutico. O objetivo desse trabalho foi avaliar a prevalência de erros relacionados ao uso da insulina, ressaltando a necessidade de reforço das informações dadas pelo farmacêutico, no momento da dispensação. Desta forma, os dados foram coletados dos registros de visitas domiciliares, realizadas pelos acadêmicos e professores do projeto Educação em Saúde aos usuários de Unidades Básicas de Saúde. O erro mais prevalente foi a homogeneização incorreta, seguido de armazenamento incorreto, podendo ocasionar problemas em todo o tratamento. Isso mostra a importância de o farmacêutico reforçar essas informações durante cada dispensação, evitando possíveis complicações futuras.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Insulinoterapia, Cuidado Farmacêutico

NOME DO PROGRAMA OU PROJETO

Projeto Educação em Saúde. PÚBLICO-ALVO

Usuários das Unidades Básicas de Saúde (UBS); Farmacêuticos da Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa (FMSPG); Acadêmicos participantes do projeto de extensão Educação em Saúde da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

MUNICÍPIOS ATINGIDOS

Ponta Grossa, Paraná.

1Acadêmica extensionista; UEPG; Farmácia; isa_vollero@hotmail.com

2 Supervisora do projeto de extensão Educação em Saúde; DEFAR; anapaulaveber@hotmail.com 3 Supervisor do projeto de extensão Educação em Saúde; DEFAR; brunominozzo@outlook.com 4 Coordenadora do projeto de extensão Educação em Saúde; DEFAR; gerusach@hotmail.com

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LOCAL DE EXECUÇÃO

Localidades adstritas às Unidades Básicas de Saúde de Ponta Grossa. JUSTIFICATIVA

Devido ao fato do farmacêutico ser um profissional de saúde que participa com frequência do acompanhamento do tratamento de pacientes com Diabetes mellitus (DM) insulinizados, pelas suas idas mensais à farmácia das Unidades Básicas de Saúde (UBS) para obtenção da insulina e medicamentos orais, é muito importante seu papel em reforçar as informações sobre a terapia medicamentosa, visando detectar possíveis problemas relacionados à farmacoterapia, que, caso não solucionados no início, podem desencadear grandes problemas de saúde futuros.

Segundo Melo et al. (1998), a experiência dos pacientes com DM no uso da insulina vem da convivência com a doença e autoaplicação dela. Sendo assim, os erros na administração e armazenamento da insulina ocorrem, principalmente, pela autonomia da pessoa ao realizá-los sem a supervisão direta de um profissional de saúde em sua residência.

Por isso, a avaliação desses pacientes pela equipe de saúde deve ser contínua, com exercícios práticos que observem, corrijam e verifiquem as suas habilidades e aquisição de atitudes e novos comportamentos.

Nesse contexto, segundo Gomes et al. (2007) a assistência farmacêutica clínica, por meio de ações técnico-assistenciais e técnico-gerenciais, usa recursos cognitivos para auxiliar o paciente em suas necessidades de tratamento e cuidado, acompanhar e avaliar a ação, interferência e resultado do uso de medicamentos e outras intervenções terapêuticas.

Dessa forma, as atividades associadas ao cuidado farmacêutico resultam em maior acompanhamento dos pacientes e consequente identificação de suas necessidades relacionadas aos medicamentos, que, nos casos daqueles em insulinoterapia, podem ser apontadas pelos registos de automonitorização da glicemia capilar, erros no local de aplicação e de armazenamento, realização de pregas, homogeneização, rodízio de aplicação e mistura de insulinas. Isso gera não só melhoria no tratamento, mas também reduz gastos do Sistema Único de Saúde, pois um usuário realizando o uso correto da insulina evita complicações futuras no seu quadro clínico.

Neste sentido, este estudo foi realizado com intuito de identificar as principais dificuldades apresentadas pelos usuários das UBS abrangidas pelo Projeto Educação em Saúde e com isso melhorar o processo de uso da insulina pelos pacientes com DM, mostrando a importância de o farmacêutico orientar, em todas as dispensações, o manejo adequado da insulina. Além disso, buscou-se qualificar informações sobre quais conhecimentos são

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importantes manter atualizados para orientar o usuário. OBJETIVOS

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a prevalencia das dificuldades dos usuários com DM, atendidos pelo projeto Educação em Saúde, no processo de uso da insulina, ressaltando a necessidade de reforço das informações dadas pelo farmacêutico, no momento da dispensação.

METODOLOGIA

Uma das atividades do projeto de extensão consiste em visitas domiciliares (VD) aos usuários insulinizados, a fim de avaliar e orientar sobre o uso correto da insulina. Para isto, os extensionistas utilizam um instrumento elaborado pela equipe do projeto, contendo as seguintes informações: medicamentos orais e insulinas utilizadas, fazendo a comparação do que estava prescrito com o que está sendo utilizado; transporte da insulina; condições de armazenamento; realização de mistura de insulinas; homogeneização; locais de aplicação e rodízio; ângulo de aplicação; necessidade de realização de prega cutânea e, por fim, o descarte dos materiais envolvidos.

Para cada um destes itens, conforme verificado durante a VD, os extensionistas assinalam a opção “correto” ou “incorreto”, neste caso explicitando o motivo, conforme as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2019). Além disso, são realizadas orientações para corrigir os erros encontrados, uma vez que podem acarretar em problemas no controle glicêmico.

Este estudo consistiu na avaliação do instrumento utilizado nas VD realizadas a 25 usuários, mantendo o sigilo de suas informações pessoais. Os dados referentes aos erros no armazenamento, aspectos relacionados à aplicação da insulina e descarte dos materiais envolvidos foram analisados em planilhas do Microsoft Excel, na forma de gráficos, verificando os erros cometidos em sua residência, quando ele não está sendo supervisionado pelo farmacêutico ou outro profissional de saúde.

RESULTADOS

A partir dos dados coletados foi observado que, em primeiro lugar, a maior dificuldade dos pacientes é na homogeneização adequada da insulina NPH (Neutral Protamine

Hagedorn), seguido do armazenamento em local incorreto e, por último, com nenhum erro, o

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Figura 1 – Prevalência de erros no armazenamento, administração e descarte da insulina pelos usuários 42.86% 79.20% 70.80% 8.30% 26.10% 26.10% 17.46% 0% Fonte: Os autores (2019).

Apenas 7 usuários, do total de 25, faziam mistura das insulinas Regular e NPH; destes, 3 (42,86%) não faziam corretamente, no que se refere à ordem de aspiração na seringa, e um usuário fazia a mistura sem necessidade, uma vez que os horários prescritos de administração das insulinas NPH e regular eram diferentes. A mistura deve ser feita primeiramente com a aspiração da insulina regular e em seguida a NPH, para evitar com que a NPH contamine a regular, prejudicando o seu funcionamento.

Quanto à homogeneização inadequada da insulina NPH, houve uma porcentagem de 79,2% de erros, sendo que os principais estão apresentados na figura 2. Observa-se maior dificuldade em relação ao número insuficiente de rolagens da insulina, que de acordo com um estudo realizado por Jehle et al., (1999), há necessidade de que seja feito o movimento de rolamento por 20 vezes. A homogeneização insuficiente da insulina NPH, por se tratar de uma suspensão, pode afetar negativamente o controle do glicêmico dos pacientes com DM. Ademais, segundo a SBD (2019), a agitação vigorosa gera bolhas de ar na insulina e isso ocasiona erros de dose.

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Figura 2 – Problemas relacionados a homogeneização da insulina NPH

Fonte: Os autores (2019).

Um aspecto importante que foi observado se refere ao descarte dos insumos envolvidos na aplicação da insulina. Felizmente, apenas 8,6% dos usuários faziam este descarte de maneira incorreta, no lixo comum. A SBD recomenda que os perfurocortantes e contaminantes devem ser descartados em coletores específicos para eles, e na sua ausência o profissional de saúde deve providenciar um recipiente com características semelhantes (material inquebrável, paredes rígidas e resistentes a perfuração, com abertura larga e tampa) para substituí-lo.

Em relação ao armazenamento, ele foi inadequado em 70,8% dos casos (figura 3), o que pode comprometer a estrutura da insulina, que é sensível a altas e baixas temperaturas. O ideal é que o armazenamento seja feito nas prateleiras do meio da geladeira, próximo a gaveta de frutas ou dentro dela, em sua embalagem original, longe das paredes. A porta da geladeira é um local que possui muita variação na temperatura e próximo do congelador é frio demais; logo nessas condições a insulina pode ser danificada (SBD, 2019).

Figura 3 – Principais erros no armazenamento da insulina

Fonte: Os auotres (2019).

Quanto à aplicação da insulina, 26,1% não faziam rodízio e aplicavam em local incorreto, 17,4% não faziam a prega cutânea e todos faziam o ângulo correto de aplicação da seringa.

18%

35% 6%

41%

Na porta da geladeira junto ao isopor

No local correto da geladeira mas junto ao isopor Armazenamento próximo ao congelador Armazenamento na porta da geladeira Homogeneização muito vigorosa Não realização da homogeneização 5% Rolagens vigorosas e insuficientes 15% 15% Número insuficiente de rolagens 65%

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Segundo a SBD, a aplicação correta é fator decisivo para o sucesso de um tratamento insulínico, prevenindo lipo-hipertrofia e descontrole glicêmico. O local correto de aplicação, a realização da prega cutânea e o ângulo correto da agulha garantem que a aplicação seja feita no tecido subcutâneo, para que seja adequadamente absorvida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As VD permitiram a identificação dos principais erros cometidos pelos usuários no manejo da insulina, além de esclarecer suas dúvidas, por meio da troca de conhecimentos com os acadêmicos extensionistas, ressaltando a importância da monitorização em âmbito domiciliar. Com isso, os usuários atendidos foram beneficiados, aumentando seu conhecimento para o autocuidado.

Assim, o farmacêutico pode aperfeiçoar as suas orientações na dispensação e reforçar ou mudar a estratégia de abordagem, para orientar principalmente sobre os erros mais prevalentes, promovendo a valorização deste profissional, já que ele conseguirá detectar os problemas no início e facilmente resolvê-los, evitando assim, um problema maior desencadeado no futuro.

Além disso, o presente trabalho proporcionou a colocação dos conhecimentos teóricos dos acadêmicos na prática, melhorando a integração da universidade com a comunidade, gerando benefícios diretos para o usuário com DM insulinizado.

APOIO

Fundação Araucária, Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa e Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (PROEX).

REFERÊNCIAS

GOMES, C. A. P. (Org.). A assistência farmacêutica na atenção à saúde. Belo Horizonte: FUNED, 70p, 2007.

JEHLE, P. M. et al. Inadequate suspension of neutral protamine Hagendorn (NPH) insulin in pens. Lancet, United Kingdom, v. 354, p. 1604-7, 6 nov. 1999.

MELO, A S. et al. A auto-aplicação de insulina na vida do portador de diabetes mellitus. In: CARVALHO, E. C. (org.) Comunicação em Enfermagem: relatos de pesquisas do 6° Simpósio Brasileiro de comunicação em Enfermagem. Ribeirão Preto; Fundação Instituto de Pesquisa em enfermagem, p. 105-10, 1998.

SBD. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2019-2020. São Paulo: Clannad, 2019.

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