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ACHADO
DE
CA
STR
O
D
A UTILID
AD
E D
A ESCUL
TUR
A
M ig u el F ig u ei r a de F a r ia (c o o r d .)O presente volume de ensaios procura
dar a conhecer a vida e obra do escultor
Joaquim Machado de Castro numa
nova perspectiva pluridisciplinar
e em contexto internacional. Partindo
do domínio próprio da História da Arte,
procurou-se estabelecer igualmente
o seu itinerário criativo e profissional
como referência nos planos político,
social e científico do seu tempo, através
do cruzamento de pontos de vista
complementares desenvolvidos pelos
melhores especialistas daquelas áreas
historiográficas.
Miguel Figueira de Faria (coord.)
MACHADO
DE
CASTRO
Machado
de
castro
Miguel Figueira de Faria (coord.)
Machado
de
castro
À memória do mestre escultor Joaquim Emídio de Oliveira Correia
5
A
presente colectânea de estudos corresponde à terceira etapa da linha de investigação Urbanismo e Monumentos Públicos1, dandocontinuidade às recolhas anteriores publicadas, respectivamente, sob os títulos Praças Reais: Passado Presente e Futuro (Livros Hori-zonte, 2008) e Do Terreiro do Paço à Praça do Comércio: História de
um Espaço Urbano (Imprensa Nacional, 2012).
No quadro dos objectivos equacionados de integrar os estudos de História da Arquitectura, Escultura e Urbanismo em ambiente interdisciplinar, o presen-te exercício centrou-se sobre a vida e obra de Joaquim Machado de Castro, ex-poente máximo no seu domínio artístico e protagonista no processo de desen-volvimento de uma nova cultura monumental com expressão materializada na estátua equestre a D. José I da Real Praça do Comércio de Lisboa.
O conjunto de trabalhos agora reunidos resultou da realização do Colóquio
In-ternacional Machado de Castro: Da Utilidade da Escultura (Museu Nacional de
Arte Antiga, 19-26 de Maio de 2012) empreendido no quadro da parceria esta-belecida entre a Universidade Autónoma de Lisboa e a Câmara Municipal de Oeiras, prosseguindo a colaboração iniciada entre o Instituto de Artes e Ofícios da UAL e o Município, tendo em vista o restauro do singular conjunto de obras do escultor existente na Quinta Real de Caxias2.
O referido Colóquio constituiu, por outro lado, o pólo de reflexão e debate his-toriográfico do complexo de eventos agregados sob a denominação comum de Fama e Triunfo: o escultor Machado de Castro3 que incluiu uma exposição
retrospectiva da obra do artista (O Virtuoso Criador, Museu Nacional de Arte Antiga, 20124) ocorrendo, em simultâneo a operação de restauro da estátua
equestre de D. José I sob o patrocínio da World Monuments Fund – Portugal em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa, cujos resultados tiveram apresentação pública a 9 de Agosto de 20135.
Reforçando o necessário princípio da interdisciplinaridade, entendeu a comis-são promotora do Colóquio abrir o evento a especialistas de outras áreas pro-curando no cruzamento das respectivas competências – da História da Arte e do Urbanismo à História Social e Política até à História das Ciências – estabele-cer uma visão panorâmica sobre o escultor, a sua arte e a época em que se de-senvolveu. O autor da estátua equestre, pela sua condição de escultor-escritor como se auto-intitulava, associou à sua obra plástica um notável acervo lite-rário, constituindo as suas reflexões uma fonte ímpar para o entendimento das questões artísticas, ideológicas e sociais do seu tempo.
Introdução
1. A linha de investigação Urbanismo e Monumentos Públicos desenvolve-se no âmbito do Centro de Investigação em Ciências Históricas (CICH) da Universidade Autónoma de Lisboa, encontrando-se programada a conclusão da sua primeira fase com a tradução em inglês e edição crítica da obra de Joaquim Machado de CASTRO, Descripção Analytica da Execução da Real Estatua Equestre... Lisboa, Na Impressam Regia, 1810.
2. Veja-se, a propósito, os textos de Isabel SOROMENHO, João Pancada CORREIA e Carlos BELOTO, in Quinta Real de Caxias, História, Conservação, Restauro, Câmara Municipal de Oeiras, 2009, pp. 7-17. 3. A parceria envolveu as quatro citadas entidades que elegeram a expressão Fama e Triunfo para indicativo das referidas iniciativas as quais, sem perderem autonomia, acabaram em conjunto por definir um Ano Machado de Castro, fora do habitual ritmo das efemérides comemorativas, o que mais releva a convergência de esforços realizada que se transformou numa justa homenagem ao artista. A expressão Fama e Triunfo foi adoptada consensualmente tirando partido de um episódio da execução da estátua equestre. Machado de Castro, limitado pelos condicionamentos impostos pelo projecto que lhe era alheio, refere, na sua Descripção Analytica, uma das raras alterações autorizadas: a mudança de uma das Famas, previstas em simetria nos grupos laterais, num Triunfo, desvio mínimo ao discurso alegórico do monumento. Fama e Triunfo formam uma expressão que encerra, na sua presente reutilização, uma certa ironia, qualificando, dois séculos e meio depois, o reconhecimento devido ao mestre de Coimbra.
4. Cf. O Virtuoso Criador, Joaquim Machado de Castro (1731-1822), Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2012, (catálogo de exposição).
5. A campanha de restauro coordenada pela empresa Nova Conservação, contou com a colaboração da equipa da linha de investigação Urbanismo e Monumentos Públicos da UAL, tarefa centralizada por Cristina Dias, estando prevista a edição de um volume de estudos sobre o conjunto de trabalhos desenvolvidos naquele âmbito.
Título
Machado de Castro: dautilidade da Escultura
Coordenação Científica
Miguel Figueira deFaria
Autores
Alexandre Nobre pais, MuseuNacionaldo Azulejo
Ana Simões, Faculdadede Ciênciasda UniversidadedeLisboa
Carlos Beloto,Câmara MunicipaldeOeiras
Daniel Rabreau, UniversitédeParisI-Panthéon-Sorbonne,Professor
emérito
Erika Naginski, Harvard University
João Mascarenhas Mateus, Centrode Estudos Sociais
da UniversidadedeCoimbra
João Pancada Correia, InstitutodeArtes e Ofíciose Departamento
deHistória,Artese Património da UniversidadeAutónoma de Lisboa
José Manuel Fernandes, Faculdade deArquitectura
da UniversidadedeLisboa
José Maria SilvaLopes,FaculdadedeArquitectura
daUniversidade do Porto
José-Augusto França, UniversidadeNovade Lisboa,Professorjubilado
Leonor Ferrão, Faculdade deArquitecturada Universidade
deLisboa
LuisaD'Orey Capucho Arruda, FaculdadedeBelas-Artes
daUniversidadedeLisboa
Maria de Lourdes Lima dos Santos, InstitutodeCiências Sociais
daUniversidadedeLisboa
Miguel Figueira deFaria, Departamento de História,Artes
e PatrimóniodaUniversidadeAutónomade Lisboa
Pierre-Yves Caillault, Architecte enChefdesMonuments
Historiques desDépartements delaMeurthe-et-Moselle et Meuse
Rodrigo Dias,Câmara MunicipaldeOeiras
Teresa Leonor M,Vale, InstitutodeHistória da ArtedaFaculdade
deLetras daUniversidadedeLisboa
Coordenação Editorial
Madalena Romão Mira
Revisão
Madalena Romão Mira
Design e Paginação
Nuno racheco Silva
Imagens da Capa eContracapa
Miguel Figueira de Faria Data da edição Julho de2014 ISBN 978-989-658-262-3 Depósito legal 379099/14 Edição CALEIDOSCÓPIO -EDIÇÃO EARTES GRÁFICAS, SA RUA DE ESTRASBURGO, 26,R/CDTO.
2605-756 CASALDECAMBRA
TELEF. (+35\) 2\98\ 7960
FAX(+35\) 2\98\ 7955
www.caleidoscopio.pt
e-mail:caleidoscopio@caleidoscopio.pt
Apresente edição resulta do Colóquio Internacional Machado de Castro: da Utilidade
da Escultura, organizado pela Universidade Autónoma deLisboaepela Câmara Municipal
deOeiras, em Maio de 2012, einserido no complexo deeventos:
Fama e Triunfo: o escultor Machado de Castro. Comissão de Honra
Francisco Josévíegas, Secretáriode EstadodaCultura (Presidente)
Justino Mendes deAlmeida, Reitor da UALt
Joaquim Correia, Mestre Escultort
Isaltino deMorais, PresidentedaCâmaraMunicipalde Oeiras
António Costa, Presidente da CâmaraMunicipaldeLisboa
José Blanco, PresidentedoWorldMonumentsFund-Portugal
António Valdemar, Presidenteda AcademiaNacionaldeBelas-Artes
pedro Flor, Presidenteda Associaçâo Portuguesade Historiadoresda Arte
António sampaio daNóvoa, Reitorda UniversidadedeLisboa
Comissão Científica
rosé-Augusto França, Universidade Nova deLisboa(Presidente)
Agostinho Araújo, CentrodeInvestigaçãoTransdisciplinar'Cultura,Espaçoe Memória' daFaculdade
deLetrasda UniversidadedoPorto
António FilipePimentel, MuseuNacionaldeArteAntiga
Charlotte Chastel-Rousseau, MuséeduLouvre
Cristina Castel-Branco, InstitutoSuperior de AgronomiadaUniversidadeTécnicade Lisboa
Daniel Rabreau, UniversitédeParis1Panthéon-Sorbonne
Fátima Nunes, Centrode EstudosdeHistóriaeFilosofiada CiênciadaUniversidadedeÉvora
Henrique Leitão,SecçãoAutónoma deHistória eFilosofiadasCiências daUniversidadede Lisboa
José de Monterroso Teixeira, UniversidadeAutónomadeLisboa
JoséFernandes pereira, Universidade deLisboat
JoséManuel Fernandes, Faculdadede ArquitecturadaUniversidadedeLisboa
Miguel Figueira deFaria, UniversidadeAutónoma de Lisboa(Coordenador)
Nuno Monteiro, InstitutodeCiências Sociaisda UniversidadedeLisboa
Raquel Henriques da Silva,Faculdade deCiências SociaiseHumanas daUniversidadeNovadeLisboa Comissão Promotora
Isabel Soromenho, CâmaraMunicipaldeOeiras
João Pancada Correia, UniversidadeAutónomade Lisboa
Joséde Monterroso Teixeira, UniversidadeAutónomade Lisboa
José Manuel Fernandes, Faculdadede Arquitecturada UniversidadedeLisboa
Miguel Figueira deFaria, UniversidadeAutónomadeLisboa
Comissão Executiva Carolina peralta, UAL Cristina Dias, UAL Madalena Romão Mira, UAL Susana pereira, CMO Acções de Formação
Basílica da Estrela: Sandra Costa saldanha, Secretariado Nacional para os Bens
Igreja eAlexandre pais,Museu Nacional do Azulejo
Palácio Nacional da Ajuda: Eisa Garrett Pinho, Instituto dos Museus edaconse: ~
eJosédeMonterroso Teixeira, Universidade Autónoma deLisboa
Palácio Marquês de pombal, Oeiras: RodrigoDias, Câmara Municipal deOeiras e ::se
Universidade Autónoma deLisboa
Quinta Realde Caxias: carlos Beloto,Câmara Municipal deOeiras e João rancaca
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Universidade Autónoma deLisboa
Praça docomércio, Estátua Equestre deD.José: Miguel Figueira deFaria, eM""
Autónoma deLisboa eJoséSarmento deMatos, Olisipógrafo