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Burrhus Frederick Skinner (1904-1990) – resenha do livro de Louis M. Smith

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Academic year: 2020

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BURRHUS FREDERICK SKINNER (1904-1990) – RESENHA

DO LIVRO DE LOUIS M. SMITH

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PAPER TITLE: BURRHUS FREDERICK SKINNER (1904-1990)

- REVIEW OF THE BOOK OF LOUIS M. SMITH

TÍTULO DEL ARTÍCULO: BURRHUS FREDERICK SKINNER

(1904-1990) - RESEÑA DEL LIBRO DE LOUIS M. SMITH

Vanessa Souto Silvestre2

Resumo: Baseado no livro de Louis M. Smith, este texto apresenta considerações sobre Burrhus Frederick Skinner, importante psicólogo norte-americano do século XX, estudioso do comportamento. Seus estudos tiveram influência behaviorista, tendo a educação, em sentido amplo, uma de suas preocupações.

Palavras-chave: Skinner. Comportamento.

Abstract: Based on the book by Louis M. Smith, this text presents considerations on Burrhus Frederick Skinner, a 20th-century American psychologist, behavioral scholar. His studies had a behaviorist influence, with education, in the broad sense, one of his concerns.

Keywords: Skinner. Behavior.

Resumen: Basado en el libro de Louis M. Smith, este texto presenta consideraciones sobre Burrhus Frederick Skinner, importante psicólogo norteamericano del siglo XX, estudioso del comportamiento. Sus estudios tuvieron influencia conductista, teniendo la educación, en sentido amplio, una de sus preocupaciones.

Palabras-clave: Skinner. Comportamiento. .

Envio 13/03/2019 Revisão 13/03/2019 Aceite 25/07/2019

1 Disponível:

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=205187, acesso em mar. 2017

2 Bacharel em Administração pela Faculdade de Ciências Contábeis de Itapetininga, cursou Formação

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Breve apresentação

A obra de Louis M. Smith tem 164 páginas e apresenta o título “Frederick Skinner”. O volume faz parte da Coleção Educadores do Ministério da Educação do Brasil, foi impressa no ano de 2010, Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana. A tradução e a organização é de Maria Leila Alves.

O livro tem uma “Apresentação”, por Fernando Hadad; em seguida um “Ensaio” por Louis M. Smith. Este tem por subtítulos:

 A descoberta de uma vocação;  Uma concepção de mundo;  Aplicações na vida real;  Skinner e a educação;  Outras obras importantes;  Os críticos e as críticas;  Skinner atual.

Posteriormente, Maria Leila Alves apresenta “Considerações sobre a influência de Skinner na Educação Brasileira”.

A seguir, apresentam-se textos selecionados, integrantes de algumas das obras de Skinner:

 Tecnologia do ensino;

 Ciência e comportamento humano;  Walden II: uma sociedade do futuro.

As últimas temáticas são dedicadas a “Cronologia”, “Bibliografia”, “Obras de Skinner”, “Obras sobre Skinner”, “Obras de Skinner em português”, “Obras sobre Skinner em português” e “Outras referências bibliográficas”.

Ressaltamos que todo o conteúdo aqui apresentado tem por base essa obra.

Skinner

Burrhus Frederick Skinner nasceu no estado da Pensilvânia, Estados Unidos. Cursou licenciatura e posteriormente resolveu tornar-se escritor. Após um período de frustração e fracasso, concluiu que não tinha nada importante a dizer. Mais tarde passou a ler Watson e Jacques Loeb, bem como escreveu uma crítica do livro de Berman denominado em português

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“A religião denominada behaviorismo” (The religion called behaviorismo), porém sua resenha

não foi publicada. Mas segundo o próprio Skinner, ao escrever tal texto, “Mas, ao escrevê-la, eu já estava me definindo, mais ou menos, como comportamentalista” (Skinner, 1976, p. 299,

in Smith, 2010, p. 12). No ano de 1928 solicitou ingresso em Harvard para realizar o Doutorado em Filosofia, com a experiência pessoal influenciando em sua escolha.

Foi o psicólogo norte-americano mais destacado do século XX. Ao longo de sua vida, teve ideias originais baseadas em Pavlov, Thorndike e Watson. Como ressaltado por Smith (2010, p. 13) “Suas reflexões sempre se exprimiam de modo prático, concreto e técnico.”

A educação, de forma ampla, foi uma de suas principais preocupações, com os projetos do berço infantil, máquinas de ensinar e do ensino programado.

Segundo sua concepção nenhum problema seria amplo ou diminuído demais para que não pudesse ser examinado. Sua principal premissa era de que os estímulos que o indivíduo recebe do ambiente são responsáveis por seu comportamento.

Skinner podia observar comportamentos em diversas situações, relacionando-os aos conceitos teóricos, em seguida planejando e fabricando dispositivos para melhorá-los.

Quanto às obras, o primeiro livro “O comportamento dos organismos” (The Behavior of

organisms) foi um símbolo da nova corrente do comportamentalismo. Os ratos brancos

representariam todos os organismos, descartando a ideia de que o ser humano seria um caso específico na psicologia. Dessa forma, o objeto de estudo passava a ser o organismo vivendo em seu contexto. Em seu primeiro livro, abordava toda a conduta voluntária. Uma de suas principais invenções foi a Caixa de Skinner, onde o experimentador tinha o controle. Neste sentido, a caixa e o rato, no ambiente controlado pelo experimentador são possíveis bases de dados para construção de visões teóricas.

Em Science and human behavior, Skinner expande as bases de observação dos animais aos seres humanos. Sua visão de mundo era própria.

Em 1948, publicou Walden Two, onde abordava a utopia e a sociedade ideal. Após o lançamento, não foi um sucesso de vendas; posteriormente foi alvo de polêmicas e nos anos 80 chegava à marca de mais de dois milhões de exemplares vendidos. Como mencionado por Smith (2010, p. 15): “Para um jovem que, depois de se graduar, havia passado o ano de 1929 tentando converter-se em escritor e havia descoberto que não tinha nada a dizer, era um êxito

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prodigioso. Agora tinha muito que dizer e muitos leitores desejavam ouvir sua mensagem.” O

texto original apresenta alguns trechos dessa obra.

Muitas ideias de Skinner foram colocadas em prática, sendo estas apresentadas em conferências e artigos, tendo muitas sido agrupadas em edições de Cumulative Record (Registro acumulativo, 1959, 1961, 1972).

Com o nascimento de seu segundo filho, em 1940, debruçou-se na engenharia comportamental, para melhorar o ambiente da criança e a saúde da mãe com o “berço de ar” ou “bebê na caixa”. Nesta invenção instalou dispositivos de controle da temperatura no berço. A criança vestia apenas uma fralda dentro do compartimento. O ar filtrado eliminava pequenos problemas de saúde. O lençol que cobria o berço era uma toalha contínua que era trocada puxando-se nova parte. A criança e a mãe seguiam suas rotinas diárias.

Em 1959, em discurso na Associação Norte-Americana de Psicologia, apresentou o estudo “Pombas no pelicano” (Pigeons in a pelican), onde num contexto de Segunda Guerra Mundial e de devastação da Europa, as pombas seriam uma forma de “controle orgânico” de mísseis guiados. Skinner empreendeu seus esforços no laboratório para treinar as pombas, tendo auxílio de engenheiros para o instrumental. Com o treinamento, as pombas foram capazes de reconhecer e bicar silhuetas, onde as bicadas contínuas emitiam sinais para os motores que controlavam os mísseis. As pombas apresentaram resultados exitosos. Mesmo após ver o funcionamento, algumas pessoas ainda não acreditaram na ideia desenvolvida por Skinner.

Walden Two foi escrito um ano depois de terminado esse trabalho.

Retornando à Universidade de Harvard, Skinner ministrou o curso “Comportamento humano”, que tratava do experimento e do estudo com as pombas.

Skinner fala de seus experimentos e também de problemas da educação de suas filhas em sua autobiografia, que tem três volumes e aproximadamente mil páginas.

Em uma dessas passagens, em 1953, após assistir a uma aula de aritmética da filha, percebeu que a professora não corrigia imediatamente as atividades, devolvendo resposta somente 24 horas depois, não funcionando como reforço, além de exigir de todos o mesmo ritmo de desenvolvimento. A partir disso inicia a atividade das máquinas de ensinar e, posteriormente, a instrução programada.

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No ensaio “Como Ensinar os Animais” (How to teach animals), descrevia como um

som agudo funcionava como forma de ensinar (reforço condicionado) cada vez que se apresentava comida a um cão faminto. No texto original, o autor detalha algumas situações.

Na obra Tecnologia de Ensino (Technology of teaching) o enfoque são os problemas de ensino e da aprendizagem, obra essencial de psicopedagogia para professores. Alguns capítulos, considerações e exemplos, bem como outras obras são apresentados no texto original.

Skinner teve influência na área da psicologia e no mundo intelectual. Seus estudos abrangeram a totalidade do comportamento dos organismos vivos. Para Smith:

[...] Sua meta e, ao mesmo tempo, sua realização era uma abrangente visão global. Suas concepções foram vivamente questionadas, tanto pela comunidade científica da psicologia, como pelo setor mais amplo dos intelectuais e dos cidadãos bem informados.

A visão global era uma forma de raciocínio, uma espécie de método geral de resolução de problemas. Ele era, ao mesmo tempo, realista e determinista, na medida em que postulava a existência de um mundo exterior regido por leis, à espera de serem descobertas. Uma vez reveladas, essas leis poderiam ser utilizadas para melhorar a condição humana. Uma premissa básica é que o ambiente do indivíduo – as condições de estímulo – é o que, em última análise, controla seu comportamento. [...] (SMITH, 2010, p. 26)

O texto original retoma alguns experimentos de Skinner e faz algumas análises sobre essa importante figura.

Nas “Considerações sobre a influência de Skinner na Educação Brasileira”, escritas por Maria Leila Alves retomam alguns apontamentos feitos na primeira parte por Louis M. Smith. Abaixo destacamos alguns pontos relacionados por Alves (2010, in Smith p. 30-31):

 Skinner ocupou-se do estudo do comportamento dos organismos vivos mais que outro psicólogo do século XX;

 Suas experiências foram realizadas, em sua maioria, com ratos brancos e pombas, que constituíam exemplos de comportamento do grupo de seres vivos, abrangendo também os seres humanos;

 Tinha uma visão holística de mundo e buscava mantê-la;

 Em sua visão de mundo demonstrou um tipo de método geral de resolução de problemas;

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 Presumia a existência de um mundo exterior controlado por leis, que uma vez

manifestadas tinham a possibilidade de beneficiar o ser humano;

 Seu princípio é que os estímulos exteriores do ambiente influenciam o comportamento do sujeito.

 Afastava qualquer noção de estrutura da personalidade ou sistema de hábitos. Além desses aspectos, ainda tratando sobre o que o biógrafo Smith escreveu sobre Skinner, pondera:

 Uns erros e frustrações de Skinner;

 Sua abordagem rigorosa quanto ao método científico;

 Sua inquietação com a forma com que a escola abordava a Matemática a sua filha e quais foram suas proposições;

 Mesmo aposentado buscou levar uma vida independente e prosseguir sua atividade, sempre influenciado pela psicologia behaviorista.

Em seguida, no texto original, Alves faz algumas considerações, reflexões, apresenta alguns posicionamentos e contradições sobre Skinner. Ressalta também a importância de, ao se analisar uma obra e um estudioso, lembrar-se do contexto histórico em que ela foi produzida.

Alves (2010, in Smith, p. 34) pondera que, embora no meio acadêmico exista forte resistência do positivismo, admite-se a influência do behaviorismo e, particularmente, das pesquisas de Skinner em nosso país. Por décadas foi utilizado com quase exclusividade na disciplina de psicologia dos currículos de pedagogia, "alastrou-se disseminando a ideia de que a aprendizagem dependia exclusivamente da fixação e extinção de comportamentos, recorrendo-se para isso a repetições acompanhadas de reforços positivos e negativos.” (ALVES, 2010, in Smith, p. 34)

No texto original, Alves prossegue com mais considerações sobre a influência dos estudos de Skinner.

Após, inicia-se a sessão “Textos selecionados” relacionados às suas obras “Ciência e comportamento humano” (1981, 5 ed.) e “Tecnologia do ensino” (1972), como também fragmentos de sua obra de ficção “Walden II: uma sociedade do futuro” (1978, 2 ed.). No texto original justifica-se o porquê da inclusão desses materiais nesse livro.

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Dentro de tudo que foi apresentado, é uma leitura importante para conhecermos quem

foi Skinner, um grande estudioso do comportamento, quais premissas adotou em seus estudos, bem como as suas contribuições para a sociedade.

Referências

SMITH, L. M. Frederick Skinner. Tradução e organização: Maria Leila Alves. Fundação Joaquim Nabuco. Recife: Massangana, 2010. 164p.

Referências

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